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Resumo: O presente artigo tem por objetivo estabelecer reflexões sobre o racismo institucional
nos serviços de saúde, de modo a evidenciar as formas de violência e violação dos direitos
reprodutivos e saúde da mulher negra usuária do Sistema Único de Saúde. Através da
compreensão do racismo no Brasil e da condição da mulher negra na sociedade de classes,
procuramos problematizar a permanência do racismo institucional diante da Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra, criada como estratégia de combate ao racismo e garantia
de promoção da igualdade racial, em conjunto com outros documentos orientativos, que
compreendem os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres como direito humano.
Palavras-chave: Racismo Institucional; Mulher Negra; Serviço Social.
Abstract: The purpose of this article is to establish on institutional racism in health services, in
order to highlight the forms of violence and violation of reproductive rights and health of the black
woman using the Health Unic System. Through the understanding of racism in Brazil and the
condition of the black woman in class society, we try to problematize the permanence institutional
racism in the face of National Policy of Comprehensive Health of the Black Population, created
as a strategy to combat racism and guaranteeing the promotion of racial equality, together with
other guidance documents, which understand the sexual and reproductive rights of women as a
human right.
Keywords: Institutional Racism; Black woman; Social Work.
I – INTRODUÇÃO
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Nina Rodrigues e Artur Ramos são dois dos principais nomes que influenciou o pensamento
social da época. No pensamento do médico brasileiro Nina Rodrigues, o negro era
biologicamente inferior e, portanto, responsável pelo atraso do Brasil. Artur Ramos, médico
psiquiatra e sucessor do pensamento de Nina Rodrigues, partia de uma visão culturalista do
negro, na perspectiva da antropologia evolucionista, e os compreendia como povos primitivos.
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A ideia de branqueamento esteve fundamentada na projeção de que a miscigenação com o
passar dos anos extinguiria a população negra da sociedade brasileira. De acordo com Moura
(1988), a política de imigração foi a efetivação desta perspectiva e pode ser compreendida como
um mecanismo ideológico de barragem, que dificultou o acesso da população negra ao mercado
de trabalho no capitalismo, assim como teve outros direitos sociais violados, a exemplo da Lei
de Terras em 1850, modificada para não garantir o acesso da população negra na transição do
escravismo para o capitalismo e manter a velha estrutura fundiária e privilégios dos fazendeiros.
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O GAP se constituiu em um documento do Grupo de Assessoria e Participação (GAP), que
surgiu no governo Maluf em São Paulo e tinha o objetivo de reduzir a população negra no Brasil.
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A Violência Obstétrica no Brasil ocorre em 1 a cada 4 mulheres, sendo 74% em instituições
públicas de saúde. Em caso de abortamento 60% das mulheres não recebem orientações médica
ou de outros profissionais da saúde, segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo em parceria
com o Serviço Social do Comércio (SESC, 2010). Segundo dados da FIOCRUZ (2011), cerca de
62% das mulheres que morrem durante os processos de parto são negras, e dentre as
consequências, a negligência no atendimento e outras formas de violência obstétrica.
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IV - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
ANDREWS, G. R. Democracia Racial Brasileira 1900 – 1990: um contraponto
americano. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 30, p.95-115, 1997.
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