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ESQUIZOFRENIA

Profª. Bruna Dias


Enfermeira (EEMB/UEPA)
Especialista em Oncologia (HUJBB/UFPA)
Mestre em Enfermagem (PPGENF/ICS/UFPA)
HISTÓRICO DA ETIOLOGIA E
DO CONCEITO
• 1809 - Pinel descreve casos sob a denominação de “idiotia
adquirida”;
• 1838 - Esquirol - Faz referência a quadros demências antes
dos 25 anos;
• 1851 e 1853 - Morel emprega pela primeira vez o termo
“demência precoce” ao descrever um caso de
desorganização do pensamento em um menino de 14 anos;
• 1871 - Hecker descreve a hebefrenia, uma síndrome que
acomete jovens, com acessos sucessivos, enfraquecimento
mental rápido, transtorno de linguagem e da escrita, e
maneirismo.
HISTÓRICO DA ETIOLOGIA E
DO CONCEITO
• 1896 - Emil Kraepelin - Sistematiza os termos criados por Morel, Hecker
e Kahlbaun como entidade única:
✓Início súbito no adolescente ou adulto jovem, com evolução rápida
para um quadro de indiferença, inatividade e esteriotipia, cuja
característica comum consiste em uma especial destruição da
correlação ou harmonia interna da personalidade psíquica, com
preferente participação da vida afetiva e da vontade;
✓Alucinações, delírios, negativismo, comportamento estereotipado e
deteriorização do sensório;
✓Etiologia endógena.
HISTÓRICO DA ETIOLOGIA E
DO CONCEITO
• 1911 - Eugen Bleuler - rebatiza a demência precoce com o
nome de esquizofrenia (esquizo = divisão, phrenia = mente);
✓Cisão entre pensamento, emoção e comportamento nos
pacientes afetados.
• 1930 - Bleuler relata que os sintomas mais primitivos são
um defeito da sinergia das funções que integram numa
totalidade tanto as tendências instintivas, quanto as
atividades associativas intelectuais, tornando-a uma
entidade evolutiva.
CRITÉRIO SINTOMATOLÓGICO-
DESCRITIVO DE BLEULER

Sintomas fundamentais ou Sintomas acessórios ou


primários secundários
Associação
Alucinações
Afeto
Autismo
Delírios
Ambivalência
SPO DE SCHNEIDER
• 1948 – Kurt Schneider - descrição de sintomas de primeira
ordem e utilidade para o diagnóstico:
1) Sonorização do Pensamento:
✓ O paciente queixa-se de que, ao pensar, escuta
simultaneamente os próprios pensamentos.
2) Escutar vozes que dialogam entre si:
✓O paciente refere escutar vozes que se manifestam na
forma de diálogo.
3) Escutar vozes que acompanham as próprias ações:
✓Ações cotidianas com comentários, geralmente de
conteúdo depreciativo.
SPO DE SCHNEIDER
4) Vivência de influência corporal:
✓O paciente sente-se influenciado no seu próprio corpo por uma
força que por ele é vivida como vinda de fora.

5) Roubo ou subtração do pensamento e outras influências no


pensamento:
✓O paciente queixa-se de que seus pensamentos lhe são
roubados ou subtraídos por um poder que lhe é exterior, contra
sua vontade sem que ele possa esboçar qualquer defesa.
SPO DE SCHNEIDER
6) Difusão do pensamento:
✓O paciente refere que as pessoas ao seu redor adivinham o que ele
está pensando.
7) Percepção delirante:
✓O paciente percebe um objeto, além do seu significado comum, um
outro que para nós é incompreensível, racional ou emocionalmente,
geralmente no sentido da auto referência.
8) Vivência de influência no domínio dos sentimentos, tendências e
vontades:
✓O paciente sente que seus sentimentos, tendenciais e vontade são
controlados por uma força externa e contra sua vontade.
SINTOMAS DE SEGUNDA
ORDEM
• Contribuição da avaliação de um quadro já diagnosticado de
esquizofrenia;
✓Perplexidade;
✓Vivências de influência do campo dos sentimentos;
✓Impulsos ou vontade;
✓Alterações de sensopercepção;
✓Alterações do ânimo de colorido depressivo ou
maniatiforme.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia simples:
✓Perda gradual e insidiosa do impulso e da ambição;
✓Ausência de alucinações e delírio;
✓Empobrecimento social;
✓Adoção de conduta divagante;
✓Tornar-se absorto em si mesmo, preguiçoso e sem
objetivos.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia hebefrênica:
✓Características essenciais:
- Alterações do pensamento do tipo incoerência e
dissociação ou comportamento grosseiramente
desorganizado;
- Afetividade embotada ou claramente inadequada;
- Não há delírios ou alucinações sistematizadas. Quando
presentes, são fragmentados;
- Regressão no comportamento primitivo, desinibido e
desorganizado.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia hebefrênica:
✓Características associadas:
- Caretas, maneirismo, queixas hipocondríacas,
retraimento social e comportamento bizarro;
- Respostas emocionais inapropriadas e gargalhadas
frequentes sem qualquer motivo aparente;
- Comportamento tolo e vaidoso.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia catatônica:
✓Característica essencial:
- Alteração da psicomotricidade: estupor, rigidez,
excitação, negativismo ou postura bizarra;
✓ Característica associada:
- Estereotipias, maneirismo, mutismo e flexibilidade cérea.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia paranoide:
✓Características essenciais:
- Presença de um ou mais delírios sistematizados ou
alucinações auditivas relacionadas a um só tema, com vozes
de comando;
- Risco de homicídio, desconfiança, delírio de perseguição e
de grandeza.
✓ Características associadas:
- Ansiedades, querelância, violência e alterações das
interações pessoais.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia residual:
✓Um episódio esquizofrênico, porém ausência de sintomas
psicóticos proeminentes no momento da avaliação;
- Afastamento social;
- Comportamento excêntrico;
- Inadequação afetiva;
- Pensamento mais lógico;
- Afrouxamento das associações.
CLASSIFICAÇÕES E
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Esquizofrenia indiferenciada:
✓Apresentação de sintomas psicóticos proeminentes
(delírios, alucinações, incoerência ou comportamento
desorganizado), que não podem ser classificados em outro
tipo ou quando preenchem simultaneamente os critérios
para mais de um tipo.
-.
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
• Internação:
✓Atenção às necessidades individuais;
✓Orientação (mesmo em situações de surto);
✓Autonomia;
✓Educação;
✓Efeitos medicamentosos adversos;
✓Reações adversas do tratamento.
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
• Alta/Ambulatório:
✓Educação em saúde (Paciente e família):
- Aspectos da doença;
- Tratamento;
- Identificar sinais de reagudização e riscos potenciais;
- Busca por atendimento;
- Diminuir reinternações;
- Melhor qualidade de vida.
FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM

https://globoplay.globo.com/v/4612501/

https://globoplay.globo.com/v/10433540/?s=0s

https://www.youtube.com/watch?v=cHmYaqEZYY0
DÚVIDAS?
MÉTODO SABER MAIS

1. Diferencie sintomas primários de secundários.

2. Quais são os sintomas de primeira ordem de Schneider?


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REFERÊNCIAS

• GOMES, A. F. S. R. et al. Esquizofrenia: a evolução do diagnóstico e os


tratamentos utilizados no Brasil. Brazilian Journal of Surgery and
Clinical Research, v. 28, n. 2, p. 15-19, 2019.
• SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência
do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
• STUART, G. W.; LARAIA, M. T. Enfermagem psiquiátrica. Princípios e
práticas. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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