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Transtornos

psiquiátricos
P R O F. º U I A S S E R T H O M A S F R A N Z M A N N
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os transtornos mentais mais comuns.
Conhecer características presentes em alguns tipos de neuroses e
psicoses.
Neurose x Psicose
Neurose: seria uma dificuldade psíquica para lidar com um trauma, e desse
desarranjo interno vem à tona um sintoma. Há uma negação da realidade, e
o ego se defende recalcando esse conteúdo que emerge posteriormente em
forma de sintoma (angustia,...).

Psicose: ocorreria uma negação do real, e o indivíduo criaria uma realidade


fantasiosa para si, expressa por meio de alterações do funcionamento
normal do pensamento. A realidade é repudiada e o sujeito a substitui por
uma própria, o que dá origem aos delírios e às alucinações.
Espectro da Esquizofrenia e
Outros Transtornos Psicóticos
Desenho de uma pessoa com
• Transtorno da Personalidade Esquizotípica esquizofrenia de 25 anos.
• Transtorno Delirante
• Transtorno Psicótico Breve
• Transtorno Esquizofreniforme
• Esquizofrenia
• Transtorno Esquizoafetivo
• Transtorno Psicótico Induzido por Substância/Medicamernto
• Transtorno Psicótico Devido a Outra Condição Médica
• Catatonia
Espectro da Esquizofrenia e
Outros Transtornos Psicóticos
Esses transtornos são definidos por anormalidades em um ou mais dos cinco
domínios a seguir:
• Delírios
• Alucinação
• Desorganização do Pensamento (Discurso)
• Comportamento Motor Grosseiramente Desorganizado ou Anormal
(Incluindo Catatonia)
• Sintomas Negativos
Delírios
São crenças fixas, não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes:

De
Persecutório De Grandeza
Referência
Crença de ser Crença de tudo ser Quando uma pessoa crê
perseguido. direcionados à própria que tem habilidades
pessoa. excepcionais.

Niilista Somático Erotomaníacos

Convicção de que Preocupações referentes quando o indivíduo crê


ocorrerá uma grande à saúde e à função dos falsamente que outra
catástrofe. órgãos (infestação e pessoa está apaixonada
odores desagradáveis) por ele.
Alucinação
São experiências sensoriais que parecem muito reais, mas são só
criações do cérebro:
• Auditivas: ouvir a vozes, as mais comuns nestes transtornos;
• Visuais: envolvem enxergar coisas;
• Olfativas: têm a ver com os cheiros;
• Gustativas: relacionadas com o gosto das coisas;
• Táteis: envolvem o toque ou movimento do seu corpo
Desorganização do
Pensamento (Discurso)
Está relacionado ao discurso do indivíduo:
• Tangencialidade: o indivíduo dá resposta que é relacionada ao
tópico geral mas que é irrelevante e não responde à pergunta;
• Circunstancialidade: excesso de detalhe não relevantes;
• Fuga de Idéias: o discurso é uma sucessão de associações
múltiplas – assonância (sabor, amor, cor... morte, forte, corte) –
como se os pensamentos mudassem bruscamente de uma idéia
para outra;
• Perseveração: repetição de palavras, expressões e idéias no seu
discurso;
Desorganização do
Pensamento (Discurso)
• Bloqueio do Pensamento: há uma interrupção repentina do
pensamento ou uma quebra no fluxo de idéias;
https://www.youtube.com/watch?v=NKVwgM7E_MY

• Desagregação do Pensamento: o pensamento fica incoerente,


com as idéias não tem conexão uma com a outra, também chamado
de incoerência ou “salada de palavras”.
• Comportamento Motor
Grosseiramente Desorganizado ou
Anormal (Incluindo Catatonia)
• Pode se manifestar de várias formas, desde o comportamento “tolo e
pueril” até a agitação imprevisível.

• Varia da resistência a instruções (negativismo), passando por


manutenção de postura rígida, inapropriada ou bizarra, até a falta total
de respostas verbais e motoras (mutismo e estupor). Pode, ainda,
incluir atividade motora sem propósito e excessiva sem causa óbvia
(excitação catatônica). Outras características incluem movimentos
estereotipados repetidos, olhar fixo, caretas, mutismo e eco da fala.
Sintomas Negativos
Estão associados a interrupções nas emoções e comportamentos
normais. Os sintomas incluem:
• Expressão emocional diminuída: redução do afeto ou expressão
reduzida de emoções através da expressão facial ou tom de voz;
• Anedonia: reduzir os sentimentos de prazer na vida cotidiana;
• Avolia: dificuldade em iniciar e manter atividades;
• Alogia: Redução do conteúdo da fala com respostas breves
Pinturas de Louis
Wain na progressão
da doença.

ESQUIZOFRENIA
Caracterização
• A esquizofrenia caracteriza-se por déficits
significativos da realidade e alterações no
comportamento, que manifestam-se em
sintomas positivos e sintomas negativos.

• Os sintomas psicóticos surgem entre o fim da


adolescência e os 30 anos, sendo raro de
iniciar antes da adolescência; O início pode
ser inesperado, mas normalmente possui
desenvolvimento lento e gradativo com uma
variedade de sinais e sintomas clinicamente
importantes.

“Esquizofrenia”, por um paciente


esquizofrênico.
Diagnóstico
Diagnóstico:
Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade
significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com
sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios.
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes).
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i. e., expressão emocional diminuída ou avolia).
Trata-se de comportamentos psicóticos geralmente não
observados em pessoas saudáveis. Pessoas com sintomas
positivos podem “perder contato” com alguns aspectos da
realidade.
• Alucinações
Positivos • Delírios
• Pensamentos desordenados (modos de pensar incomuns
ou disfuncionais)
• Distúrbios do movimento (movimentos do corpo agitado)

Estão associados a interrupções nas emoções e


comportamentos normais. Os sintomas incluem:
• Redução do afeto (expressão reduzida de emoções através
da expressão facial ou tom de voz)
Negativos • Reduzir os sentimentos de prazer na vida cotidiana
• Dificuldade em iniciar e manter atividades
• Redução de fala
Para alguns pacientes, os sintomas cognitivos são sutis, mas
para outros são mais graves e os pacientes podem perceber
mudanças na memória ou outros aspectos do pensamento.
Os sintomas incluem:

Cognitivos • Baixo funcionamento intelectual (capacidade de entender


informações e usá-la para tomar decisões)
• Dificuldades para manter-se focado ou prestar atenção em
atividades cotidianas
Manejo Clínico
• Avaliação dos sintomas e estabelecimento do diagnóstico;
• Desenvolvimento do PTS;
• Promoção da educação sobre a esquizofrenia e seu
tratamento para o usuário e familiares;
• Viabilidade do tratamento de comorbidades;
• Integração de múltiplos tratamentos.

Atenção:
Atentar quanto ao Risco de Suicídio
(vozes de comando e ideação suicida)
Psicofarmacologia
São utilizados preferencialmente antipsicóticos:

Antipsicóticos Os antipsicóticos típicos atuam bloqueando os receptores


de Dopamina, em especial o receptor D2 (auxilia no
Típicos controle do humor, emoção e comportamento).

• Clorpromazina (contraindicado em situações de transtornos convulsivos)


• Haloperidol (contraindicado em situações de depressão do SNC)
• Levomepromazina (contraindicado na gravidez, epilepsia, doenças
hepáticas)
Reações Adversas
• Sulpirida
Sonolência;
Constipação;
Tremores;
Aumento do apetite;
Hipotensão postural;
Efeitos extrapiramidais.
Psicofarmacologia
São utilizados preferencialmente antipsicóticos:

Antipsicóticos Os antipsicóticos atípicos atuam bloqueando os


receptores de Serotonina e Dopamina em menor grau que
Atípicos os antipsicóticos típicos.

• Ziprasidona (contraindicado em situações de alterações/doenças cardíacas)


• Clozapina (contraindicado em leucopenia, epilepsia, doenças hepáticas ou
cardíacas)
• Quetiapina (contraindicado na Insuficiência Cardíaca ou hepática grave)
• Olanzapina Reações Adversas
• Risperidona
Ganho de peso;
• Aripiprazol
Retenção urinária;
Sedação;
Constipação;
Efeitos extrapiramidais.
Resumindo...

https://www.youtube.com/watch?v=cD6Fjnqlk3M
TRANSTORNO BIPOLAR E
TRANSTORNOS RELACIONADOS
Distúrbios Afetivos
• Também chamados de transtornos afetivos, são alterações difusas nas
emoções, manifestadas na forma de depressão, mania ou ambas;
• Interferem na vida da pessoa e a incomodam com tristeza profunda e de
longo prazo, agitação ou intensa alegria;
• Insegurança, culpa e raiva que acompanham essa condição alteram as
atividades de vida, em especial as que envolvem autoestima, trabalho e
relacionamentos.
• Os transtornos bipolares referem-se a alterações extremas de humor que
podem assumir episódios de mania (euforia, energia) ou depressão
(sentimento de tristeza, irritação, vazio). Os ciclos podem alternar entre
depressão e normalidade e/ou mania e normalidade. Cada variação de
humor pode durar semanas ou meses.
Transtorno Bipolar e
Transtornos Relacionados
• Transtorno Bipolar Tipo I
• Transtorno Bipolar Tipo II
• Transtorno Ciclotímico
• Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Induzido por
Substância/Medicamento
• Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Devido a Outra Condição
Médica
• Outro Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Especificado
• Outro Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Não Especificado
• Transtorno de Humor Não Especificado
TRANSTORNO BIPOLAR
Transtorno Bipolar Tipo I
• A média de idade de início do primeiro episódio maníaco é aos 22
anos (homens 23 anos e mulheres 21,5 anos);
• Cerca de 60% dos episódios maníacos ocorrem imediatamente
antes de um episódio depressivo maior;
• Pessoas com TAB tipo I que tiveram múltiplos episódios (4 ou
mais) de humor (depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco) em
um ano recebem o especificador “com ciclagem rápida”.
Transtorno Bipolar Tipo I
O transtorno bipolar tipo I é caracterizado por um curso clínico
de episódios de humor recorrentes (maníaco, depressivo e
hipomaníaco), mas a ocorrência de ao menos um episódio
maníaco é necessária para o diagnóstico:
• Um período distinto de humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e
persistente da atividade ou da energia, com duração mínima
de uma semana e presente na maior parte do dia, quase
todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se
fizer necessária).
Transtorno Bipolar Tipo I
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com
apenas três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos
estão acelerados.
5. Distratibilidade (i. e., a atenção é desviada muito facilmente por
Episódios estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme
Maníacos relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no
três (ou mais) dos trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.
seguintes sintomas e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos).
(quatro se o humor 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para
é apenas irritável) consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos
desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos
financeiros insensatos).
Transtorno Bipolar Tipo II
• A média de idade de início do primeiro episódio
hipomaníaco é aos 25 anos;
• Aproximadamente 5 a 15% dos indivíduos com transtorno
bipolar tipo II têm múltiplos (quatro ou mais) episódios de
humor (hipomaníaco ou depressivo maior) nos 12 meses
anteriores. Quando presente, esse padrão é registrado pelo
especificador “com ciclagem rápida”. A ciclagem rápida é
mais comum em mulheres e pode refletir uma piora no
quadro geral do transtorno bipolar.
• A presença de um episódio maníaco após diagnóstico de
TAB tipo II, o diagnóstico muda para TAB tipo I.
Transtorno Bipolar Tipo II
O transtorno bipolar tipo II caracteriza-se por um curso clínico de episódios
de humor recorrentes, consistindo em um ou mais episódios depressivos
maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco:
Um período distinto de humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente
Hipomaníaco da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias
consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os
dias.

Cinco (ou mais) dos sintomas estiveram presentes durante o


Depressivo mesmo período de duas semanas e representam uma mudança
em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos
Maior sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou
prazer.
três (ou mais) dos
Episódios seguintes sintomas duração mínima de
Hipomaníacos (quatro se o humor quatro dias
é apenas irritável) consecutivos

1. Autoestima inflada ou grandiosidade.


2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três
horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão
acelerados.
5. Distratibilidade (i. e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos
externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou
escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i. e., atividade sem
propósito não dirigida a objetivos).
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para
consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de
compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
duas semanas; pelo menos
Cinco (ou mais) dos um dos sintomas é (1)
Episódios
seguintes sintomas
Depressivo humor deprimido ou (2)
(quatro se o humor
Maior é apenas irritável) perda de interesse ou
prazer.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa
(p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.)
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior
parte do dia, quase todos os dias (conforme indicado por relato subjetivo ou observação feita por
outra pessoa).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., mudança de mais de 5% do
peso corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota: Em
crianças, considerar insucesso em obter o ganho de peso esperado.)
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outras pessoas; não
meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase
todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato
subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente
sem um plano específico, um plano específico de suicídio ou tentativa de suicídio.
Transtorno Ciclotímico
• Costuma ter início na adolescência ou início da vida adulta;
• A maioria de jovens com transtorno ciclotímico teve o início dos
sintomas de humor antes dos 10 anos;
• O risco de um indivíduo com transtorno ciclotímico desenvolver
posteriormente transtorno bipolar tipo I ou transtorno bipolar
tipo II é de 15 a 50%; as taxas de conversão diagnóstica são mais
altas em jovens do que em adultos.
Transtorno Ciclotímico
• Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença
de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os
critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas
depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo
maior.
• Durante o período antes citado de dois anos (um ano em crianças e
adolescentes), os períodos hipomaníaco e depressivo estiveram
presentes por pelo menos metade do tempo, e o indivíduo não
permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos.
• Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco
nunca foram satisfeito
Tratamento
• Lítio (Carbolitium, Carbolim) – tratamento de
escolha;

• Eficaz no tratamento de episódios maníacos e na


prevenção da recorrência de crises maníacas e
depressivas;

• Lítio – metal alcalino encontrado na natureza;

• Inúmeros efeitos farmacológicos – mecanismo de


ação desconhecido;

• Anticonvulsivantes – Carbamazepina e Ácido


Valpróico;
Resumindo...

https://www.youtube.com/watch?v=GJRUMR__5k4
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Transtornos Depressivos
• A característica comum desses transtornos é a presença de humor triste,
vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que
afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo (p.
ex., mudanças somáticas e cognitivas no transtorno depressivo maior e no
transtorno depressivo persistente).
• O que difere entre eles são os aspectos de duração, momento ou etiologia
presumida.
Transtornos Depressivos
• Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor
• Transtorno Depressivo Maior
• Transtorno Depressivo Persistente
• Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
• Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento
• Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica
• Outro Transtorno Depressivo Especificado
• Transtorno Depressivo Não Especificado
• Transtorno de Humor Não Especificado
DEPRESSÃO MAIOR
Caracterização

• Afeta a produtividade dos indivíduos acometidos (absenteísmo


e desempenho reduzido);

• É um distúrbio de humor persistente;

• Difere das reações normais frente a perdas afetivas;

• Sentimentos de desesperança, desvalia, culpa e desamparo;

• Pode ser acompanhada de manifestações psicóticas, com idéias


delirantes e mesmo alucinações;
duas semanas; pelo menos
Cinco (ou mais) dos um dos sintomas é (1)
Episódios
seguintes sintomas
Depressivo humor deprimido ou (2)
(quatro se o humor
Maior é apenas irritável) perda de interesse ou
prazer.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa
(p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.)
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior
parte do dia, quase todos os dias (conforme indicado por relato subjetivo ou observação feita por
outra pessoa).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., mudança de mais de 5% do
peso corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota: Em
crianças, considerar insucesso em obter o ganho de peso esperado.)
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outras pessoas; não
meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase
todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato
subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente
sem um plano específico, um plano específico de suicídio ou tentativa de suicídio.
Neuroquímica da Depressão

Teoria monoaminérgica clássica da depressão:

• Depressão: Deficiência da atividade das catecolaminas (especialmente noradrenalina)


em vias de recompensa que utilizam este neurotransmissor; Diminuição da função
serotoninérgica;

https://www.youtube.com
/watch?v=FD8Qaw1TS-k
Tratamento
• Psicoterapia em casos de depressão leve a moderada. Se não ocorrer
melhora (em 6 a 8 semanas) ou resolução (em 12 semanas),
medicamentos são indicados;
• A associação das duas intervenções (psicoterapia e farmacoterapia)
apresenta sinergia;
• As abordagens devem ser centradas no paciente, considerando sua
individualidade e a realidade do ambiente sociocultural em que está
inserido. É importante engajar as pessoas que residem na mesma casa
(familiares/cuidadores) nos processos de mudança.
• Oferecer uma escuta qualificada, auxiliando o paciente a resgatar sua
posição de protagonista
• Construir uma relação de confiança, explicando sobre o curso da doença e
explorando as opções de tratamento
• Disponibilizar acompanhamento periódico
Etapas do Tratamento
Primeiros dois a três meses
Fase Aguda Objetivo: Diminuição ou eliminação dos sintomas depressivos

Fase de Quatro a seis meses que seguem o tratamento


Objetivo: Manter a melhora e evitar recaídas
continuação

Período que se segue após a fase de continuação. Pode durar 2


Fase de anos ou mais em pacientes que têm fatores de risco para
manutenção recaídas
Objetivo: Evitar novos episódios (recorrência)
Fluxograma de avaliação e tratamento do
episódio depressivo na Atenção Primária
à Saúde

https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/depressao/unidade-de-
atencao-primaria/planejamento-
terapeutico/#Abordagem/Tratamento&#pills-fluxograma-de-avaliacao
Antidepressivos
• Período de latência de 2 a 3 semanas é comum ao uso de todos os
antidepressivos;

• Não se deve modificar esquema de administração antes de transcorrido esse


tempo;

• É preciso estimular a adesão dos pacientes durante a latência, pois, além de não
ter ocorrido o efeito desejado, ainda podem aparecer manifestações adversas;

• Antidepressivos: Tricíclicos, ISRS, IMAO,


Atípicos ou de Segunda Geração;
Antidepressivos

ADT: antidepressivo tricíclico;


ANDE: antidepressivo noradrenérgico e
dopaminérgico específico;
ISRS: inibidores seletivos da recaptação da
serotonina
Estratégias terapêuticas efetivas:
• 1ª) Monoterapia em dose efetiva média (no mínimo) por 8 semanas

• 2ª) Se resposta parcial: Associação do primeiro fármaco com outro fármaco


(preferentemente de outra classe); ex: fluoxetina 80 mg + amitriptilina 100 mg; ou

• Se não houver resposta com o primeiro fármaco: Trocar por outro fármaco até a
dose máxima por 8 semanas

• 3ª) Potencialização: O carbonato de lítio pode ser usado como potencializador


quando há resposta parcial com antidepressivos (300 a 600 mg, doses menores do
que as usuais, embora alguns pacientes possam necessitar de doses maiores para
obter o efeito terapêutico). Antes de iniciar o tratamento, é indicada a avaliação da
tireoide e conhecimento da função renal basal; deve-se também considerar a
possibilidade de gestação em mulheres em idade fértil
Resumindo...

https://www.youtube.com/watch?v=T2XLwjy65LA&list=PLz9YPnVwCgDnVqvIx666rfgAJ
OWrJ98v7&index=1
Referências
ACOSTA, W. Renée. Fundamentos de Farmacologia para Técnico em Farmácia. 1ª
edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 2011.
CORDIOLI, Aristides Volpato; GALLOIS, Carolina Benedetto; ISOLAN, Luciano.
Psicofármacos: consulta rápida. 5ª edição. Porto Alegre: Editora Artmed; 2017.
VIDEBECK, S. L. Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria. 5 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
ASSOCIATION, American P. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
- DSM-5-TR: Texto Revisado. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2023. E-book. ISBN
9786558820949.

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