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TRANSTORNOS PSICÓTICOS
Prof. Eugênio de Moura Campos
FAMED/UFC
ESQUIZOFRENIA (S) ?
• Uma doença com várias apresentações sindrômicas?
NMDA
• Antagonistas como fenciclidina e ketamina podem produzir
sintomas psicóticos, negativos e cognitivos
FISIOPATOLOGIA
Alterações estruturais
Processo patológico que acontece no início da vida e
resulta em desenvolvimento neurológico anormal
Evidências de anormalidades cerebrais:
Alargamento dos ventrículos
Redução no volume cortical
Assimetria em lobos temporal, frontal e occipital
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (CID 10 –
F20)
G1: Pelo menos um dos sintomas e sinais das síndromes listados abaixo no item (1) ou pelo
menos dois dos sintomas e sinais listados no item (2) devem estar presentes durante a maior
parte do tempo de um episódio de doença psicótica, durando pelo menos um mês (ou pelo
menos algum tempo durante grande parte do dia).
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (CID 10 –
F20)
(1) Pelo menos um dos seguintes:
Outros transtornos psicóticos
Transtorno delirante persistente
Transtorno delirante induzido
Transtorno esquizoafetivo
Transtornos psicóticos agudos e transitórios
CURSO E PROGNÓSTICO
Curso variável, frequentemente crônico com recaídas
Fatores que predizem mau prognóstico
Aparecimento insidioso
Primeiro episódio longo
História psiquiátrica prévia
Sintomas negativos
Início precoce
Sexo masculino
Personalidade pré-mórbida alterada
Pouco suporte social e familiar
Má adesão terapêutica
TRATAMENTO
Terapia farmacológica
Drogas antipsicóticas → Bloqueio dopaminérgico
Efeito sedativo imediato seguido de efeito antipsicótico
Iniciar em dose baixa e aumentar gradualmente
TRATAMENTO
Antipsicóticos de primeira geração ou típicos
Haloperidol, Clorpromazina, Tioridazina, Sulpirida,
Pimozida, Levomepromazina
Efeitos colaterais mais comuns:
Sedação
Efeitos extrapiramidais (distonia, parkinsonismo)
Efeitos anticolinérgicos (boca seca, visão turva, constipação)
TRATAMENTO
Antipsicóticos de segunda geração ou atípicos
Clozapina, Olanzapina, Quetiapina
Risperidona, Paliperidona, Ziprasidona
Aripiprazol
Efeitos colaterais mais comuns
Cardiovasculares (taquicardia, hipotensão)
Metabólicos (diabetes, dislipidemia)
Ganho de peso
TRATAMENTO
Pacientes refratários à terapêutica usual
Clozapina
Eletroconvulsoterapia
Pacientes com sintomas afetivos proeminentes
Antidepressivos
Lítio
TRATAMENTO
Terapia psicossocial
Psicoeducação e terapia de família
Terapia cognitivo-comportamental
Terapias de orientação psicodinâmica
Treinamento de habilidades sociais
Meta de reabilitação social (APA, 1997)
“Otimizar a recuperação dos pacientes, tentando melhorar o
desempenho em papéis sociais, ocupacionais, educacionais e
familiares a fim de conseguir o mais alto nível de qualidade de
vida alcançável por cada um”
TRATAMENTO
Tratamento multidisciplinar
Equipe mínima: psiquiatra, psicólogo, enfermeiro,
terapeuta ocupacional, assistente social
Programas
Internação hospitalar a curto prazo
Hospital dia
CAPS
Ambulatório
Residências terapêuticas
OUTROS TRANSTORNOS
PSICÓTICOS
TRANSTORNO DELIRANTE
PERSISTENTE
Principal característica
Presença de um delírio isolado ou de um conjunto de
delírios relacionados entre si geralmente persistentes
Conteúdos delirantes mais frequentes
Persecutório
Ciúmes
Erotomaníaco
Somático
Grandiosidade
TRANSTORNO DELIRANTE
PERSISTENTE
Epidemiologia
Prevalência: 0,2 a 0,3%
Incidência anual: 1 a 3 casos por 100.000 habitantes
Idade média de início: 40 anos
Diferenças de gênero
Discreta predominância no sexo feminino
Homens → Conteúdo persecutório
Mulheres → Conteúdo erotomaníaco
TRANSTORNO DELIRANTE
PERSISTENTE
Após o tratamento a longo prazo
50% apresentam remissão total
20% apresentam melhora parcial
30% não exibem quaisquer mudanças
Fatores de bom prognóstico
Sexo feminino
Alto nível social e ocupacional
Início súbito e precoce (antes dos 30 anos)
Episódio de duração reduzida
TRANSTORNO DELIRANTE
PERSISTENTE
Tratamento farmacológico
Drogas antipsicóticas
Iniciar com doses baixas e aumentar gradualmente
É frequente a má adesão terapêutica, pois os pacientes
podem incluir o tratamento no sistema delirante.
TRANSTORNO DELIRANTE INDUZIDO
Transtorno raro em que um delírio é partilhado por duas pessoas
que mantêm laços emocionais íntimos (folie à deux).
O caso primário (indutor) em geral sofre de um transtorno
psicótico genuíno e possui uma personalidade dominante.
O caso secundário (induzido) normalmente é sugestionável e
possui um atitude passiva.
Quando promove-se a separação do casal, o delírio tende a
desaparecer no paciente que foi induzido.
O tratamento do caso primário normalmente deve ser feito com
drogas antipsicóticas.
TRANSTORNOS PSICÓTICOS AGUDOS
E TRANSITÓRIOS
Caracterizam-se por início agudo seguido de recuperação completa
em até três meses.
Frequentemente encontra-se um estresse agudo associado
Luto
Divórcio
Perda do emprego
Traumas psicológicos diversos
Em todos os casos não há evidência de causa orgânica
O tratamento deve ser realizado com drogas antipsicóticas e
psicoterapia
TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO
Principais características
Ocorrem conjuntamente manifestações de esquizofrenia e
de transtorno do humor
Tanto os sintomas psicóticos quanto os sintomas afetivos
são proeminentes simultaneamente dentro do mesmo
episódio da doença
Subtipos
Bipolar
Depressivo
TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO
Epidemiologia
Prevalência < 1% (0,5 a 0,8%)
Diferença entre os sexos (H : M)
Subtipo bipolar 1 : 1
Subtipo depressivo 2 : 1
Diferença entre as faixas etárias
Subtipo bipolar → Jovens
Subtipo depressivo → Idosos
Frequentemente ocorre erro ou confusão diagnóstica
TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO
Fatores de mau prognóstico
História familiar de esquizofrenia
Predominância de sintomas psicóticos
Pobre funcionamento pré-mórbido
Em geral o prognóstico é melhor que nos transtornos
psicóticos e pior que nos transtornos afetivos.
TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO
Tratamento farmacológico dirigido à sintomatologia
Antipsicóticos
Antidepressivos
Estabilizadores do humor