Você está na página 1de 59

Alterações

psicopatológicas e
Transtornos de
humor
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
Alterações da senso percepção

Alucinações
 São sensações ou percepções em que o
objeto não existe, mas que é
extremamente real para o paciente, e ele
não pode controlá-las pois independem de
sua vontade.
 Podem ser auditivas, visuais, gustativas,
olfativas, táteis, cinestésicas e das
relações e funções corporais.
Ilusões
 O objeto percebido existe, mas sua
percepção é falseada, deformada.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações de pensamento
 Alterações da direção do pensamento
 Inibição do pensamento, pois este se apresenta
lentificado, pouco produtivo, com pobreza de
temas.
 Fuga de ideias: o indivíduo tem um aporte tão
grande de ideias que não consegue concluí-las.
 Desagregação do pensamento: quando o
indivíduo constrói sentenças corretas, muitas vezes
até rebuscadas, mas sem um sentido
compreensível, fazendo associações estranhas.
 Alterações do conteúdo do
pensamento
 Ideias sobrevalorizadas e obsessivas apresentam-
se como ideias que assumem papel central no
pensamento do indivíduo.
 Ideias delirantes são ideias que não correspondem
à realidade, mas que para o indivíduo são a mais
pura verdade.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações da consciência
 Delírio
 É uma alteração transitória na qual o
paciente não consegue reter, fixar e evocar
informações.
 Despersonalização e desrealização
 Acontece quando o indivíduo não reconhece
a si e o que o rodeia, perdendo a sensação
de familiaridade, deixando de reconhecer a
própria identidade.
 Alterações da consciência corporal
 Quando apresenta estranhamento ou não
reconhecimento de partes do próprio corpo.
 Estados crepusculares
 O paciente aparenta estar em pleno domínio
de sua consciência, mas há um
estreitamento da mesma.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações da consciência
 Obnubilação
 Diminuição no padrão de senso percepção,
pouquíssimo entendimento das impressões
sensoriais e lentidão da compreensão.
 Confusão
 O indivíduo não consegue falar nem pensar
“coisa com coisa”, não consegue integrar
coerentemente o que está vivendo.
 Estupor
 O indivíduo entra em um estado de
profunda alteração sensorial.
 Hipervigília
 Caracteriza-se por um aumento do estado
de vigília, porém não quer dizer que haja
aumento de atenção.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
Alterações da atenção e da
orientação
Dificuldade de concentração ou
inatenção
Mudança constante de focos de
atenção ou distração
Desorientação
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações da memória

 Hipermnésia
 Alteração em que há clareza
excessiva de alguns dados da
memória.
 Amnésia
 Impossibilidade de recordar total ou
parcialmente fatos ocorridos antes
do início do transtorno (amnésia
retrógrada), após o seu início
(amnésia anterógrada) ou fatos
isolados (amnésia lagunar).
 Paramnésia
 Constitui-se de distorções dos dados
da memória.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações da afetividade

 Labilidade afetiva
 Ocorre mudança dos estados
afetivos sem causa externa aparente
 Tristeza patológica
A pessoa sente profundo
abatimento, baixa autoestima,
geralmente acompanhados de
tendência para o isolamento, choro
fácil e inibição psicomotora.
 Alegria patológica
 O paciente mostra-se eufórico,
agitado, com elevada autoestima,
verborreia e grande desinibição.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
Alterações do sono

Insônia
Falta de sono durante uma parte ou toda a noite.
Narcolepsia
Sono em excesso durante todo o dia.
Sinais e sintomas dos transtornos mentais
 Alterações do movimento
 Estereotipia
O indivíduo costuma repetir
continuamente e sem necessidade
determinados movimentos, sem que
haja uma lógica facilmente
observável.
 Tiques
 São movimentos rápidos e
involuntários, também repetitivos.
 Catalepsia
 É uma atitude de imobilidade, tal
como se fosse uma estátua, mantida
pela pessoa inclusive com posturas
Transtornos mentais
 Transtornos mentais orgânicos
De origem orgânica por doença degenerativa, lesão ou doença
sistêmica que leve a uma disfunção do cérebro
 Demência
 Perturbações de vários aspectos do funcionamento mental:

 Memória  Linguagem
 Pensamento  Julgamento
 Compreensão  Controle de esfíncteres
 Cálculos  Hábitos de higiene e alimentação
 Capacidade de aprendizagem  Controle emocional
 Orientação
Transtornos de Humor
Transtornos de Humor
Conceitos
• O humor ou estado de ânimo é definido como o tônus afetivo do
indivíduo, o estado emocional basal e difuso no qual se encontra
a pessoa em determinado momento.
• Os dois pólos básicos das alterações do humor são o pólo
depressivo ou hipotímico e o pólo maníaco ou hipertímico.

(DALGALARRONDO, 2000)
Transtornos de Humor
Definição

Os transtornos de humor são considerados síndromes,


consistindo de um conjunto de sinais e sintomas mantidos por
semanas a meses com uma marcada quebra do funcionamento
habitual e tendência à recorrência.

(SADOCK; SADOCK, 2007)


Classificação dos Transtornos do
Humor DSM IV-TR

Distimia
Classificação dos Transtornos do
Humor CID 10

F 30 – EPISÓDIO MANÍACO F 34 – TRANSTORNOS


PERSISTENTES DO HUMOR

F 31- TRANSTORNO
AFETIVO BIPOLAR F 38- OUTROS
TRANSTORNOS DO HUMOR

F 32- EPISÓDIO DEPRESSIVO


F 39- TRANSTORNO DO
HUMOR NÃO
F 33- TRANSTORNO
ESPECIFICADO
DEPRESSIVO RECORRENTE
Transtornos de Humor
Epidemiologia (prevalência ao longo da vida)

• Transtorno Depressivo Maior: 10-25%


para mulheres e 5-12 % para homens.
• Distimia: Aprox. 6%.
• Transtorno Bipolar I: 0,4 – 1,6 %.
• Transtorno Bipolar II: Aprox. 0,5%.
• Ciclotimia: 0,4- 1%. (SADOCK; SADOCK, 2007)
Transtornos de Humor
Etiologia

Fatores Biológicos
Fatores Genéticos

Fatores Psicossociais
Depressão
A característica essencial de um Episódio Depressivo Maior é
um período mínimo de duas semanas, durante as quais há um
humor deprimido ou perda de interesse ou de prazer por quase
todas as atividades.

(DSM IV – TR, 2002)


Depressão
Fatores de risco

• Sexo feminino;
• Início antes dos 40 anos;
• História de episódios de depressão;
• História familiar de episódios depressivos;
• História de tentativa de suicídio;
• Doença clínica comórbida;
• Período puerperal;
• Abuso ativo de substâncias;
• Eventos vitais negativos;
• Baixo suporte social;
• Estresse crônico.
(KAY; TASMAN , 2002)
Depressão
Critérios para Episódio Depressivo Maior (DSM-IV-TR)

A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o


período de 2 semanas ; pelo menos um dos sintomas é (1) humor
deprimido ou (2) perda de interesse ou de prazer.

(1) humor deprimido;


(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades;
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta ;
(4) insônia ou hipersonia;
(5) agitação ou retardo psicomotor ;
(6) fadiga ou perda de energia;
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada ;
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
(9) pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida recorrente sem um plano
específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
Depressão
Critérios para Episódio Depressivo Maior (DSM-
IV-TR)

B. Os sintomas não satisfazem os critérios para um Episódio


Misto.

C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou


prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo.

D. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de


uma substância ou de uma condição médica geral.

E. Os sintomas não são melhor explicados por Luto.


Critérios diagnósticos de Episódio depressivo
segundo a CID-10
Sintomas fundamentais
1) Humor deprimido
2) Perda de interesse
3) Fatigabilidade
Sintomas acessórios
1) concentração e atenção reduzidas
2) auto-estima e auto-confiança reduzidas
3) idéias de culpa e inutilidade
4) visões desoladas e pessimistas do futuro
5) idéias ou atos autolesivos ou suicídio
6) sono perturbado
7) apetite diminuído
 Episódio leve: 2 fundamentais + 2 sintomas acessórios
 Episódio moderado: 2 fundamentais + 3 a 4 sintomas acessórios
 Episódio grave: 3 sintomas fundamentais + >4 acessórios
Depressão
Curso

• Um episódio pode durar semanas, até, em


média, de 6 a 9 meses e 20% cronificam
(2 anos ou mais).
• A natureza da doença é recorrente.
• A probabilidade de novos episódios após o
primeiro é de 50%, após o segundo é de
70% e supera os 85% após o terceiro.
(MORENO et al, 2007)
Depressão: uma Doença Sistêmica

 Sintomas  Sintomas físicos


“emocionais” e  Cefaléia
cognitivos  Fadiga
 Humor depressivo  Alterações do sono
 Anedonia  Tontura
 Desesperança  Dor
 Baixa auto-estima  Queixas
 Prejuízo da memória gastrointestinais
 Dificuldade de  Disfunção sexual
concentração  Problemas
 Ansiedade Menstruais
 Raiva/irritabilidade
Depressão por uma condição clínica
geral
• Doenças Neurológicas (D. Alzheimer, D.
Parkinson, esclerose múltipla, D. Huntington,
epilepsia, tumores cerebrais, AVC);
• Doenças endócrinas (hipo e hipertireoidismo, hipo
e hiperadrenocortisismo, hipo e
hiperparatireoidismo, diabetes melito);
• Afecções metabólicas (deficiência de vitamina
B12 e ác. fólico);
• Doenças auto-imunes sistêmicas (lúpus
eritematoso);
• Infecções virais e outras (HIV, hepatite);
• Certos cânceres (câncer do pâncreas e do pulmão).
(BAUER et al., 2009)
A Depressão e o Suicídio
• A conseqüência mais séria de um Episódio
Depressivo Maior é a tentativa de suicídio ou o
suicídio completado. O risco de suicídio é
especialmente alto para indivíduos com aspectos
psicóticos, uma história de tentativas anteriores de
suicídio, história familiar de suicídios
completados ou uso concomitante de substâncias.

• Cerca de 15% dos pacientes com depressão grave


e sem tratamento adequado cometem o suicídio.
(NARDI, 2006)
Depressão

Tratamento

Antidepressivos

Psicoterapia

ECT
Antidepressivos Faixa terapêutica (mg)
Heterocíclicos
Amitriptilina 75 - 200
Imipramina 100 – 250
Nortriptilina 75 – 150
Clomipramina 100 - 250

IMAO
Moclobemida 450 – 600
Tranilcipromina 30 - 60
Antidepressivos Faixa terapêutica (mg)

ISRS
Fluoxetina 20 – 40
Citalopram 20 – 40
Escitalopram 10 – 20
Fluvoxamina 150 – 200
Paroxetina 20 – 40
Sertralina 50 - 100
IRNS
Venlafaxina XR 75 – 225
Duloxetina 60 -120
Antidepressivos Faixa terapêutica (mg)

IRND
Bupropiona SR 150 - 300
ANASE
Mirtazapina 30 - 45

(OLIVEIRA; SENA , 2006)


Novos Antidepressivos
Desvenlafaxina
Agomelatina
Aspectos relevantes
na escolha do antidepressivo
• Eficácia
• Mecanismo de ação
 Características do medicamento
 Farmacocinética
 Farmacodinâmica

• Tolerabilidade
• Tempo para o início da ação
• Segurança
• Custo
Transtorno Afetivo Bipolar
Transtorno caracterizado por episódios, fases, de mania ou
hipomania, mistos e de depressão alternados com períodos de
remissão, que exige tratamento contínuo mesmo entre as fases.

(DEMÉTRIO, 2008)
Transtorno Afetivo Bipolar
Espectro bipolar

• Abordagem dimensional dos transtornos de humor permitindo


sua visão num espectro.
• As manifestações do espectro podem estar presentes em
condições consideradas mais leves, como distimia, hipertimia e
ciclotimia, e até em aspectos temperamentais, como precursores
ou predisponentes de formas clínicas mais graves.

(DEMÉTRIO, 2008)
Transtorno Afetivo Bipolar
• Diagnóstico é clínico e o tratamento precoce altera o curso
longitudinal da doença (DEMÉTRIO, 2008)
• É uma doença com importante fator genético, cuja herança se
caracteriza por mecanismos complexos de transmissão
envolvendo múltiplos genes (MICHELON; VALLADA, 2005)
Transtorno Afetivo Bipolar
Sinais e sintomas sugestivos de bipolaridade

• Quadro clínico da depressão


• Idade de início mais precoce (<25 anos)
• Início abrupto; remissão súbita
• Início no pós-parto
• Personalidade hipertímica
• Maior cronicidade
• Sazonalidade ou sensibilidade à luminosidade
• Períodos de redução do tempo total de sono com aumento de
energia
• Qualquer comportamento recorrente, impulsivo,
descontrolado, impetuoso
• História familiar de TAB ou quaisquer dos itens acima
(MORENO et al., 2007)
Transtorno Afetivo Bipolar
Classificação dos episódios DSM IV-TR

• Episódio depressivo
• Episódio maníaco
• Episódio hipomaníaco
• Episódio misto
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Maníaco DSM IV-TR

A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente


elevado, expansivo ou irritável, durando pelo menos 1 semana

B. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais)


dos seguintes sintomas persistiram (quatro, se o humor é apenas
irritável) e estiveram presentes em um grau significativo:

(1) auto-estima inflada ou grandiosidade.


(2) necessidade de sono diminuída.
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar.
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os
pensamentos estão correndo.
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Maníaco DSM IV-TR

(5) distraibilidade.

(6) aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora.

(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para


conseqüências dolorosas

C. Os sintomas não satisfazem os critérios para Episódio Misto.

D. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no


funcionamento ocupacional, nas atividades sociais ou relacionamentos costumeiros com
outros, ou para exigir a hospitalização, como um meio de evitar danos a si mesmo e a
outros, ou existem aspectos psicóticos.

E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., uma
droga de abuso, um medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral
(por ex., hipertiroidismo).
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Hipomaníaco DSM IV-TR

A. Um período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável,


durando todo o tempo ao longo de pelo menos 4 dias, nitidamente diferente do
humor habitual não-deprimido.

B. Durante o período da perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes


sintomas persistiram (quatro se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes
em um grau significativo:

(1) auto-estima inflada ou grandiosidade.


(2) necessidade de sono diminuída
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar.
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão
correndo.
(5) distraibilidade
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora.
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial para
conseqüências dolorosas
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Hipomaníaco DSM IV-TR

C. O episódio está associado com uma inequívoca alteração no


funcionamento, que não é característica da pessoa quando
assintomática.

D. A perturbação do humor e a alteração no funcionamento são


observáveis por outros.

E. O episódio não é suficientemente severo para causar prejuízo


acentuado no funcionamento social ou ocupacional, ou para exigir a
hospitalização, nem existem aspectos psicóticos.

F. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma


substância ou de uma condição médica geral.
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Misto
DSM IV-TR
A. Satisfazem-se os critérios tanto para Episódio Maníaco
quanto para Episódio Depressivo Maior (exceto pela
duração), quase todos os dias, durante um período mínimo
de 1 semana.

B. A perturbação do humor é suficientemente severa para


causar acentuado prejuízo no funcionamento ocupacional,
em atividades sociais costumeiras ou relacionamentos com
outros, ou para exigir a hospitalização para prevenir danos
ao indivíduo e a outros, ou existem aspectos psicóticos.

C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos


diretos de uma substância) ou de uma condição médica
geral.
Transtorno Afetivo Bipolar
Subdivisão

• Transtorno Afetivo Bipolar tipo I

• Transtorno Afetivo Bipolar tipo II


Transtorno Afetivo Bipolar e o
Suicídio

• Risco significativamente maior do que em


pacientes unipolares.
• Sobretudo durante episódios depressivos e
mistos, e mais elevado no TAB tipo II e em
quadros mistos predominantemente
depressivos.

(MORENO et al., 2007)


Comportamento Suicida
Ideação Suicida

Ameaça de Suicídio
Tentativas de Suicídio
Suicídio
(BAHLS; BOTEGA, 2007)
Transtorno Afetivo Bipolar
Tratamento Medicamentoso

• Estabilizadores do humor (lítio, valproato,


carbamazepina, oxcarbamazepina, lamotrigina)

• Antipsicóticos atípicos (olanzapina, ziprasidona,


risperidona, quetiapina, aripiprazol)

• Antipsicóticos típicos (clorpromazina, haloperidol)

• ECT
Tópicos Principais do Tratamento do
Transtorno Bipolar

• Usar sempre agentes antimaníacos/estabilizadores do


humor.
• Na depressão bipolar, nunca usar monoterapia com
antidepressivos.
• A hipomania deve ser tratada do mesmo modo que a
mania.
• Lítio, Valproato, Carbamazepina e antipsicóticos
atípicos são mais efetivos no tratamento e na
prevenção de mania e em menor grau na intervenção
da depressão.
• A Lamotrigina é efetiva no tratamento e na
prevenção da depressão e, em menor grau, na
intervenção da mania.
(MORENO et al, 2007)
Distimia
O transtorno distímico é
crônico e caracteriza-se pela
presença de humor depressivo
que dura a maior parte do dia
e que está presente de(SADOCK;
forma SADOCK, 2007)

quase contínua.
Distimia
Critérios diagnósticos DSM IV-TR
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, por
pelo menos 2 anos. Nota.: Em crianças e adolescentes, o humor pode
ser irritável, e a duração deve ser de no mínimo um ano.

B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes


características:
(1) apetite diminuído ou hiperfagia
(2) insônia ou hipersonia
(3) baixa energia ou fadiga
(4) baixa auto-estima
(5) fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões

C. Durante o período de 2 anos (1 ano, para crianças ou


adolescentes) de perturbação, jamais a pessoa esteve sem os
sintomas dos Critérios A e B por mais de 2 meses a cada vez.
Distimia
Critérios diagnósticos DSM IV-TR

D. Ausência de Episódio Depressivo Maior durante os primeiros 2 anos de


perturbação (1 ano para crianças e adolescentes).
E. Jamais houve um Episódio Maníaco, um Episódio Misto ou um
Episódio Hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para
Transtorno Ciclotímico.
F. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um
Transtorno Psicótico crônico, como Esquizofrenia ou Transtorno
Delirante.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma
substância ou de uma condição médica geral.
H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes
da vida do indivíduo.
Distimia
Tratamento
Antidepressivos

Psicoterapia

Ciclotimia
O transtorno ciclotímico
é sintomaticamente uma
forma leve do transtorno
bipolar II, caracterizado por
episódios de hipomania e
depressão leve.
(SADOCK; SADOCK, 2007)
Ciclotimia
Critérios Diagnósticos DSM IV-TR
A. Por 2 anos, pelo menos, presença de numerosos períodos com sintomas
hipomaníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos que não
satisfazem os critérios para um Episódio Depressivo Maior.
Nota: Em crianças e adolescentes, a duração deve ser de pelo menos 1 ano.
B. Durante o período de 2 anos estipulado acima (1 ano para crianças e
adolescentes), a pessoa não ficou sem os sintomas do Critério A por mais de 2
meses consecutivos.
C. Nenhum Episódio Depressivo Maior, Episódio Maníaco ou Episódio Misto
esteve presente durante os 2 primeiros anos da perturbação.
D.Os sintomas no Critério A não são melhor explicados por Transtorno
Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno
Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra
Especificação.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou
de uma condição médica geral .
F. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
Ciclotimia
Tratamento

Estabilizadores do
Humor
Psicoterapia
Caso Clínico 1
Paula, 28 anos, casada há 4 anos. De três anos para cá vem
demonstrando desinteresse pelo marido, tanto afetivo quanto
sexual, astenia, anedonia, abulia, apatia, hipotimia, preocupações
excessivas com o peso, come pouco e acha que está engordando,
não tem gosto em trabalhar em casa, fazer comida, nem fora de
casa (arquiteta).

(CAIXETA, 2004)
Caso Clínico 2
Maria, 45 anos, divorciada, história de episódios depressivos
anteriores. Há 15 dias vem apresentando agitação psicomotora,
aumento da energia, euforia, logorréia, insônia e acredita que
dará a luz a um milhão de crianças filhas do cantor Daniel.
Bibliografia
BAUER, M. et al. Diretrizes da World Federation of Societies Of Biological Psychiatry (WFSBP) para Tratamento Biológico de Transtornos Depressivos unipolares, 1ª parte: Tratamernto agudo e de continuação do transtorno depressivo maior. Rev. Psiq Clín.n. 36, v. 2, p. 17-57, 2009.

CAIXETA, M. Psiquiatria Clínica. São Paulo: Lemos, 2004. 382p.

DALGALARRONDO, P. A Afetividade e suas alterações. In:______________. Psicopatologia e Semiologia Psiquiátrica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.p. 100-111.

DSM-IV-TR. Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. 4ª ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.

KAY, J. ; TASMAN, A. Transtornos Depressivos. IN: ___________________ . Psiquiatria: Ciência Comportamental e Fundamentos Clínicos. Barueri: Ed Manoele, 2002. p. 299-312.

KOENING A. M. ; THASE, M. E. First-line pharmacotherapies for depression- what is the best choice? N. 119, n 7-8, p. 478-485, 2009.

LAM, R. W. , et al. Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) Clinical guidelines for the management of major depressive disorder in adults III. Pharmacotherapy. Journal Affective Disorders, v. 117, p. 526-543, 2009.

LE STRAT, Y; GORWOOD, P. Agomelatine, na innovative pharmacological response to unmet needs. J. Psychopharmacology, v 22, n. 4, p 4- 8, 2008.

MORENO, D. H.; DIAS, R. S.; MORENO, R. A. Transtorno do Humor. In: LOUZÃ NETO, M. R.; ELKIS, H. Psiquiatria Básica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 219-234.

MORENO, D. H.; MORENO, R. A. Da Psicose maníaco-depressiva ao espectro bipolar, 2ª ed. São Paulo: Segmento Farma, 2008.

MICHELON, l. ; VALLADA, H. Fatores Genéticos e Ambientais na Manifestação do Transtorno Bipolar. Rev. Psiq. Clín. v. 32, n. 1, p. 21-27, 2005.

MIRANDA- SCIPPA, A. M. de A.; OLIVEIRA, I. R. de. Tratamento da Depressão Maior. In:___________. OLIVEIRA, I. R. de; SENA, E. P. Manual de Psicofarmacologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 135-141.

BAHLS, S. C.; BOTEGA, N. J. Epidemiologia das Tentativas de Suicídio e dos Suicídios. MELLO, M. F. ; MELLO, A. A. F. ; KOHN, R. Epidemiologia da Saúde Mental no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2007.p. 151-171.

NARDI; A. E. . Questões Atuais Sobre Depressão. 3ª ed. Lemos Editorial: São Paulo, 2006. 269p.

SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A. Transtornos do Humor. In: _____________. Kaplan & Sadock´s Compêndio de Psiquiatria: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.p. 572-629

SCHATZBERG AF, COLE, J. O.; DEBATTISTA, C. Estabilizadores do Humor. In:______________. Manual de Psicofarmacologia Clínica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.p. 94-123.
Clique no ícone para adicionar uma imagem

Obrigada

Você também pode gostar