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CASO

Caro estudante, será apresentado, a seguir, um caso clínico, a fim de aprofundar ainda mais o
seu conhecimento acerca do projeto em Neurociência, comportamento e psicopatologia, que
oferecerá um importante horizonte de aprendizados dentro do que está sendo estudado. Vamos
lá?

CASO

Paciente de 22 anos, sexo feminino, com histórico de depressão. Solteira. Fuma vape com
nicotina e maconha pelo menos uma vez por semana. Bebe socialmente. Sobre peso, o índice de
massa corporal (IMC) é 26,6.

Antecedentes

A paciente sempre foi uma adolescente brilhante e extrovertida. Aos 16 anos, seu comportamento
e humor começaram a mudar drasticamente. Ela passou a apresentar altos e baixos, incluindo
sintomas de irritabilidade, impaciência, tristeza, ansiedade e dificuldade de concentração.

Aos 22 anos, procurou o médico de família e comunidade (MFC), pois estava se sentindo “para
baixo”. Sua queixa principal era falta de energia, ela não tinha vontade de sair com os amigos e o
sono era excessivo. Ela também relatou dificuldade em prestar atenção e organizar o seu dia. Um
tratamento com psicotrópico foi prescrito.

Um mês após o início da terapia, a paciente retornou ao MFC relatando uma leve melhora nos
sintomas, porém, nos últimos 10 dias, ela estava irritada, impaciente e com pensamentos
confusos. A dose da medicação foi aumentada

Nas semanas seguintes, a condição da paciente piorou. Ela começou a apresentar sintomas de
aumento de energia, pensamentos acelerados, sensação de grandeza e superioridade,
impulsividade e diminuição da necessidade de sono. Ela ligou para o médico, que recomendou a
suspensão da medicação.

A paciente continuou com os mesmos sintomas mesmo depois de duas semanas da suspensão
da medicação. Logo, ela foi avaliada por um psiquiatra. Após uma investigação mais aprofundada
de sua história familiar, descobriu que sua avó materna foi diagnosticada com um colapso
nervoso aos 30 anos e passou dois meses em um hospital psiquiátrico. Sua mãe precisava dormir
pouco e tinha um histórico de iniciar projetos que ela não concluía. Os tios paternos da paciente
tinham histórico de depressão e abuso de álcool.

A paciente foi diagnosticada e um novo tratamento foi iniciado.

DICAS/ORIENTAÇÕES

• Avaliação psiquiátrica abrangente, incluindo histórico detalhado da paciente, sintomatologia


e histórico familiar.
• Análise dos fatores de risco.
• Qual foi o diagnóstico inicial? Qual foi o possível medicamento psicotrópico prescrito?
• Qual foi o diagnóstico final? Qual seria o protocolo de tratamento indicado?

INDICAÇÕES DE LEITURA

EL-MALLAKH, R. S.; GHAEMI, S. Depressão bipolar: um guia abrangente. Porto Alegre:


Artmed, 2007.

KAPCZINSKI, F.; QUEVEDO, J. Transtorno bipolar: teoria e clínica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed,
2016.

NARDI, A. E.; SILVA, A. G.; QUEVEDO, J. Tratado de psiquiatria da Associação Brasileira de


Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2022.

ODA, A. M. G. R.; DALGALARRONDO, P.; BANZATO, C. E. M. Introdução à avaliação


psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2022.

QUEVEDO, J.; SILVA, A. G.; NARDI, A. E. Depressão: teoria e clínica. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2019.

SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; SUSSMAN, N. Manual de farmacologia psiquiátrica de


Kaplan & Sadock. Porto Alegre: Artmed, 2015.

REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Referência rápida aos critérios diagnósticos do


DSM-5-TR. Porto Alegre: Artmed, 2023.

ANGST, J. et al. Bipolar spectrum in major depressive disorders. European Archives of


Psychiatry and Clinical Neuroscience, n. 268, p. 741-748, 2018.

GOES, F. S. Diagnosis and management of bipolar disorders. BMJ, n. 381, p. 1-17, 2023.
MCINTYRE, R. S. et al. Total healthcare cost savings through improved bipolar I disorder
identification using the Rapid Mood Screener in patients diagnosed with major depressive
disorder. Current Medical Research and Opinion, v. 39, n. 4, p. 605-611, 2023.

NAKAMURA, K. et al. Risk of bipolar disorder and psychotic features in patients initially
hospitalised with severe depression. Acta Neuropsychiatrica, v. 27, n. 2, p. 113-118, 2015.

NESTSIAROVICH, A. et al. Predictors of diagnostic transition from major depressive disorder to


bipolar disorder: a retrospective observational network study. Translational Psychiatry, v. 11, n.
1, p. 642, 2021.

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