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PROVA PARA CONCESSÃO DE CERTIFICADO DE ATUAÇÃO EM PSICOTERAPIA


CAPT / ABP 2017

QUESTÃO 01

Professor de matemática, 37 anos, união estável, sem filhos. Busca atendimento após
direcionamento por neurologista após detalhada investigação clínica onde os achados
laboratoriais, cardiológicos e de imagem se encontram dentro dos limites da
normalidade. Refere queixas de intenso mal estar, caracterizado por sensação de
adormecimento ou mesmo paralisia de todo o corpo, batimentos cardíacos acelerados,
ideias supervalorizadas persecutórias, principalmente quando em via pública,
sensação de forte medo que invade seus pensamentos, sudorese intensa e vertigens.
Durante a fase inicial de investigação, evidencia-se vivência traumática há cerca de dois
anos, onde diz ao retornar do trabalho para casa, ter sido perseguido por
transgressores e assaltado. Foi indicado uso de escitalopram na dose de 5 (cinco) mg
ao dia e acrescido até o total de 20 (vinte) mg associado a possibilidade de uso de
alprazolam 1(um) mg em momentos de ansiedade intensa e súbita. Na associação de
topiramato, apresentou declínio cognitivo sendo suspenso. A resposta ao tratamento
farmacológico foi favorável para a redução da intensidade sintomática e melhoria da
qualidade de vida, porém ainda persistiam os pensamentos persecutórios
supervalorizados, episódios de sensação de paralisia e pavor que o estavam
prejudicando social e profissionalmente. Ampliando a investigação, passa a referir
sobre outros episódios em que sintomas semelhantes geraram o que chamou de “crise
de nervos”, a maioria quando estava em via pública. Desta forma foi-lhe indicado
acompanhamento psicoterapêutico associado ao farmacológico.

Considerando o exposto, o tratamento psicoterapêutico mais adequado a ser indicado


é:
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A) Apoio.

B) família.

C) aversão.

D) psicanalítico.

E) cognitivo-comportamental.

Considerando o caso apresentado, o tratamento psicoterapêutico mais adequado a ser


indicado é:

E) cognitivo-comportamental.

Justificação: O paciente apresenta sintomas de ansiedade, pânico, pensamentos


persecutórios supervalorizados e episódios de sensação de paralisia. Além disso, ele
teve uma experiência traumática no passado (assalto), que pode estar relacionada aos
sintomas apresentados. O tratamento cognitivo-comportamental (TCC) é uma
abordagem eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade, fobias e sintomas
traumáticos. O TCC pode ajudar o paciente a identificar e modificar pensamentos
disfuncionais, aprender estratégias de enfrentamento e reduzir a ansiedade. Portanto,
o tratamento psicoterapêutico mais indicado para esse caso seria o cognitivo-
comportamental.

Comentário sobre as outras opções:

A) Apoio: O tratamento de apoio pode ser útil em algumas situações, mas não parece
ser a abordagem mais apropriada para esse caso, dada a intensidade dos sintomas
relatados.
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B) Família: O envolvimento da família pode ser importante em alguns casos, mas não
é a abordagem principal a ser indicada para o paciente em questão.

C) Aversão: A terapia de aversão não parece ser apropriada para esse caso, pois não se
trata de um problema de dependência ou comportamento aditivo.

D) Psicanalítico: O tratamento psicanalítico pode ser benéfico em alguns casos, mas


geralmente é uma abordagem mais demorada e profunda, e o paciente parece estar
buscando uma intervenção mais direta para seus sintomas ansiosos.

QUESTÃO 02

Adolescente, 15 anos de idade, padrão social médio, inicia atendimento após


direcionamento de assistente social visto o mesmo estar apresentando conduta
agressiva, opositora e praticando pequenos furtos. Após avaliação clínica não fora
identificado alterações funcionais ou estruturais encefálicas, laboratoriais, metabólitos
de substâncias de abuso, retardo mental ou outra condição de base orgânica que
justificasse a alteração de conduta. Durante a coleta de histórico clínico, tem-se o
relato pelos pais de bom rendimento escolar e ausência de histórico familiar de
contravenção. Sua mãe, professora universitária relata em entrevistas que foi pouco
presente durante o crescimento de seu filho, dedicando-se mais a carreira profissional,
alegando a necessidade de subsistência. Nas entrevistas com seu pai, gerente
administrativo de conceituada empresa, diz que a educação de seu filho ficou a
encargo da mãe, pois ela ficou com a guarda e a ele “coube pagar a pensão”. Na
sequência do atendimento torna- se evidente a progressiva redução do
comprometimento dos genitores no histórico do paciente após conflitiva conjugal,
tendo como base acusações bilaterais de infidelidade; na época o paciente estaria com
três anos de idade. A contenda permaneceu por vários anos, tendo como ápice o
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divórcio dos pais após complicado trama judicial que se desenvolveu por cerca de cinco
anos. Desde a crise conjugal o paciente passou a coabitar com sua mãe na casa dos
avós maternos. Gradativamente aos avós maternos assumiram a maioria dos cuidados
educacionais e afetivos do paciente enquanto os pais focaram-se em suas vidas
reduzindo os cuidados necessários.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) grupo.

B) família.

C) psicodrama.

D) biofeedback.

E) cognitivo-comportamental.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

B) família.

Justificação: O paciente adolescente apresenta comportamento agressivo, opositor, e


pratica pequenos furtos. Além disso, houve uma história de conflito conjugal dos pais
e um afastamento gradual dos cuidados parentais. Nesse contexto, o tratamento em
família (terapia familiar) pode ser a abordagem mais indicada. A terapia familiar pode
ajudar a identificar e abordar os conflitos familiares subjacentes, melhorar a
comunicação entre os membros da família e promover um ambiente mais saudável
para o adolescente. Também pode ser útil para lidar com o sentimento de abandono e
as questões não resolvidas relacionadas ao divórcio dos pais.

Comentário sobre as outras opções:


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A) Grupo: A terapia em grupo pode ser benéfica em alguns casos, mas não é a
abordagem principal a ser indicada para este paciente, dado o contexto familiar e os
problemas de comportamento.

C) Psicodrama: O psicodrama pode ser uma técnica terapêutica útil, mas não é
necessariamente a abordagem principal para lidar com os problemas relatados pelo
paciente.

D) Biofeedback: O biofeedback pode ser uma ferramenta complementar em alguns


tratamentos, mas não é a abordagem principal para este caso.

E) Cognitivo-comportamental: Embora a terapia cognitivo-comportamental (TCC)


possa ser útil para adolescentes com comportamento agressivo, neste caso, a dinâmica
familiar e as questões relacionadas ao divórcio dos pais indicam que a terapia familiar
é mais apropriada.

QUESTÃO 03

Estudante, ensino médio completo, 20 anos de idade, filha biológica, busca


atendimento por iniciativa própria, devido sensação de instabilidade do humor,
angústia, ansiedade, episódios de mal estar geral, sensação de medo e insegurança.
Afirma estar em tratamento psiquiátrico desde criança e na adolescência diagnosticada
com transtorno de humor bipolar. Relata estar em tratamento farmacológico com
lamotrigina 200 mg dia de 12 em 12h associado a quetiapina 200 mg noite.
Questionada sobre seu humor, afirma não se sentir “triste ou poderosa”. Ao ser
inquerida a razão de estar alterando de profissional, afirma não se sentir acolhida e
não perceber interesse do mesmo por seu caso, alegando que o profissional somente
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lhe prescreve medicamentos e não dialoga sobre como são minhas sensações...
pensamentos ou se o que faço da vida está muito certo...”. Questionada então sobre o
que gostaria de dialogar, passa a falar sobre se perceber muito ansiosa, insegura sobre
seu futuro profissional, pois concluiu o ensino médio e necessita conseguir alcançar
bom rendimento na prova do ENEM para poder ter a chance de efetuar a faculdade de
jornalismo, que tanto deseja. Inclusive fala sobre vislumbrar seu futuro trabalhando
em uma grande emissora de televisão, mas devido a condições sociais, não dispõe de
recursos que garantirão cursar de forma integral a faculdade. Desta forma,
alimentando contínuas reflexões sobre sua maneira de agir, necessidade de investir
em seu futuro, insegurança financeira, carreira e família; geralmente lhe induzindo ao
que denomina de “crise de ansiedade”. Ao ser abordado seu rendimento escolar,
apresenta histórico de duas reprovações, sendo uma na 5º série do ensino
fundamental e outra no 1º ano do ensino médio, porém nos demais momentos sempre
teve bom rendimento sendo aprovada por média, concluindo-o aos 18 anos Após,
preferiu “dar um tempo para a cabeça”. Quanto ao desenvolvimento
neuropsicomotor, este ocorreu dentro da normalidade. Em relação à comorbidades,
fala sobre consumo episódico de cannabis sativa e uso moderado de álcool, ambos
como recreação ou descontração com amigos. Já efetuou uso de cocaína não gostando
do efeito por ficar “muito acelerada”. Atividade sexual geralmente protegida.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) grupo.

B) apoio.

C) reforço positivo.

D) comportamental dialética.

E) dessensibilização sistemática.
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Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

D) comportamental dialética.

Justificação: O paciente apresenta sintomas de instabilidade de humor, angústia,


ansiedade, episódios de mal estar geral, medo, insegurança e preocupações com o
futuro profissional e educacional. Além disso, ele tem um diagnóstico prévio de
transtorno de humor bipolar e está em tratamento farmacológico. A Terapia
Comportamental Dialética (DBT) é uma abordagem terapêutica que foi desenvolvida
originalmente para tratar o transtorno de personalidade borderline, mas também pode
ser eficaz no tratamento de outros transtornos, incluindo transtornos de humor. A DBT
combina técnicas cognitivo-comportamentais com estratégias de regulação
emocional, mindfulness e aceitação. Pode ajudar o paciente a lidar com suas emoções,
melhorar o funcionamento interpessoal e desenvolver habilidades de enfrentamento.
Portanto, é a abordagem mais indicada para este caso.

Comentário sobre as outras opções:

A) Grupo: A terapia em grupo pode ser uma opção, mas não é a abordagem principal a
ser indicada para este paciente, dada a complexidade de seus sintomas.

B) Apoio: O suporte pode ser parte do tratamento, mas não é suficiente para abordar
todos os sintomas e preocupações apresentados pelo paciente.

C) Reforço positivo: O reforço positivo pode ser uma técnica útil, mas não é uma
abordagem completa para lidar com os problemas emocionais e psicológicos do
paciente.

E) Dessensibilização sistemática: A dessensibilização sistemática é uma técnica usada


no tratamento de fobias e transtorno de estresse pós-traumático, mas não é a
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abordagem mais indicada para o paciente com transtorno de humor bipolar e


preocupações emocionais complexas.

QUESTÃO 04

Servidor público, 46 anos, superior em direito, solteiro, sem filhos busca atendimento
devido direcionamento de seu cardiologista, o qual tem lhe acompanhado em
tratamento para quadro de hipertensão arterial há cerca de 10 anos. IMC 40,31.
Durante coleta de dados iniciais, fala sobre sua história, alegando que família italiana
“sempre se come um pouco a mais”, desta forma buscando justificar sua
compulsividade alimentar. Relata também, “sempre que sinto ansiedade, tomar um
refrigerante ou um sorvete me acalma...”, nisto afirma que o ato de engolir algum
alimento lhe reduz a sensação de ansiedade, a qual caracteriza como “sensação de
aperto e ausência de alguma coisa na boca do estômago...”. Mãe do lar, formada em
música pela escola de belas artes e pianista. Pai servidor público federal formado em
direito. Nunca teve namorada, tendo sua primeira relação sexual aos 24 anos de idade
com profissional do sexo, sendo paga por seu pai. Vida sexual e afetiva atualmente é
pobre recorrendo a profissional do sexo ou masturbação. Primogênito de prole de três
filhos, diz não ter sido amamentado e que a alimentação ocorreu por mamadeira até
cerca dos seis anos de idade, quando iniciou atividade escolar, geralmente sendo a
empregada ou o pai quem a preparava e fornecia. De ter sido o único que sua mãe não
amamentou pois o “leite secou”. Diz perceber que necessita fazer algo por si.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) grupo.

B) família.
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C) psicanalítico.

D) comportamental dialética.

E) cognitivo-comportamental.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

C) psicanalítico.

Justificação: O paciente apresenta compulsividade alimentar, uso de comida como


forma de aliviar a ansiedade, histórico de enurese noturna até os 15 anos e questões
relacionadas à alimentação durante a infância. Esses sintomas e a história podem estar
relacionados a questões emocionais e psicológicas mais profundas. O tratamento
psicanalítico pode ser benéfico para explorar esses aspectos inconscientes e os padrões
de comportamento alimentar do paciente. A abordagem psicanalítica pode ajudar a
compreender as origens desses comportamentos e trabalhar com eles de forma mais
profunda.

Comentário sobre as outras opções:

A) Grupo: O tratamento em grupo pode ser útil em alguns casos, mas não é
necessariamente a abordagem principal para questões específicas relacionadas à
compulsividade alimentar.

B) Família: O envolvimento da família pode ser importante em algumas situações, mas


não é a abordagem principal para lidar com os sintomas e comportamentos
alimentares do paciente.
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D) Comportamental Dialética: A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é mais


indicada para transtorno de personalidade borderline e outros problemas emocionais
intensos, não sendo a primeira escolha para esse caso de compulsividade alimentar.

E) Cognitivo-comportamental: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ser


eficaz no tratamento da compulsividade alimentar, mas o caso do paciente sugere a
necessidade de uma abordagem mais profunda, como a psicanalítica, para explorar as
questões emocionais subjacentes.

QUESTÃO 05

Homem, 30 anos, doutorado em biologia, solteiro, sem filhos, desempregado, noivo há


cinco anos, filho único. Chega acompanhado de sua mãe. Fala sobre buscar o
atendimento por perceber que sua qualidade de vida está insatisfatória, mesmo
possuindo bom padrão social, financeiro, educacional e familiar. Diz gostar de suas
atividades, mas se percebe bastante tenso em relação ao futuro, pois sempre
dependeu financeiramente de seus pais, os quais são empresários e das “bolsas de
estudo do mestrado e doutorado”, assim sente a necessidade de avançar com
independência. Ao mesmo tempo, refere sensação que algo o impede, gerando muitas
reflexões e questionamentos sobre si mesmo. Questionado ao que se refere como
insatisfatório em sua qualidade de vida, remete-se a sensação de medo quando
necessita enfrentar algum tipo de crise, tensão ou figura de autoridade...
Posteriormente aborda evento aos seus 12 anos de idade, onde fora em público,
severamente punido por seu pai e de ter perdido o controle urinário naquele
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momento, gerando em si profundo sofrimento. Aprofunda as informações e nisto


refere enurese noturna até os 15 anos.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) grupo.

B) família.

C) aversão.

D) psicanalítico.

E) cognitivo-comportamental

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

E) cognitivo-comportamental.

Justificação: O paciente relata preocupações com o futuro, tensão, medo e


questionamentos sobre si mesmo, indicando sintomas de ansiedade e autocrítica.
Além disso, ele menciona um evento traumático da infância (episódio de punição pelo
pai aos 12 anos) que pode estar contribuindo para seus sintomas atuais. A terapia
cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz no tratamento de
transtornos de ansiedade, autocrítica e preocupações excessivas. Pode ajudar o
paciente a identificar e modificar pensamentos disfuncionais, desenvolver estratégias
de enfrentamento e trabalhar com eventos traumáticos passados. Portanto, a TCC é a
abordagem mais indicada para esse caso.

Comentário sobre as outras opções:


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A) Grupo: O tratamento em grupo pode ser benéfico em alguns casos, mas não é a
abordagem principal para lidar com as preocupações e sintomas apresentados pelo
paciente.

B) Família: O envolvimento da família pode ser útil em alguns casos, mas não parece
ser a abordagem principal para este paciente, dada a natureza de suas preocupações
e sintomas.

C) Aversão: A terapia de aversão não parece ser apropriada para este caso, pois não se
trata de um problema de dependência ou comportamento aditivo.

D) Psicanalítico: O tratamento psicanalítico pode ser benéfico em algumas situações,


mas geralmente é uma abordagem mais demorada e profunda, e o paciente parece
estar buscando uma intervenção mais direta para seus sintomas de ansiedade e
preocupações.

QUESTÃO 06

Homem, 36 anos, superior em andamento em administração, 4o filho de prole de


quatro, biológico, desempregado, solteiro, sem filhos, aparência preservada, bons
cuidados pessoais. Busca atendimento por direcionamento após internação hospitalar
psiquiátrica por cerca de trinta dias e ao contato telefônico relata que necessitará de
acompanhamento pois no momento se encontra em tratamento farmacológico
estando em uso de Carbonato de lítio 1200 mg + divalproato de sódio 1000 mg +
risperidona 5 mg + clonazepan 4 mg. Em coleta de história clínica, fala sobre ter sido
sua sexta internação psiquiátrica em cerca de dezoito anos. Sua última internação foi
precedida de conduta física impulsiva agressiva, em ambiente comercial devido a
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divergências de opiniões quanto a investimentos, visto a negativa da outra pessoa em


dar prosseguimento à negociação devido o fator de risco. Alega que o outro investidor
não teria percebido o ótimo negócio que estaria efetuando e ambos teriam muito bom
lucro. Por perder a possibilidade de negociação, sentiu que perdeu seu controle
emocional. Ao recobrá-lo estava sobre o outro o socando, somente parando após
intervenção de outras pessoas. Assim fala sobre ter muita dificuldade em ser
contraposto ou receber negativas como resposta, agindo imediatamente de forma
intolerante, pois percebe que a outra pessoa o está rejeitando e tem isso como
verdade. Relata histórico de vida sexual promíscua e os relacionamentos perduravam
por poucos meses. Acredita que: “acabo asfixiando a outra pessoa pois sinto muito a
necessidade de estar com ela. Não consigo ficar sozinho...”. Diz não saber se gosta mais
de moças ou rapazes e duas das internações foram após término de relacionamentos.
Nos mesmos tomou vários comprimidos, utilizou cocaína e se embriagou pois tinha a
sensação que seu mundo estava desmoronando novamente e não haveria mais razão
de viver...”. Sua primeira e segunda internação foram por uso de drogas e nega já ter
efetuado uso de craque. Afirma estar “limpo” há cerca de um ano, mas não considera
álcool como droga pois todos de sua família o consomem, porém “...ninguém é
bêbado...”. Relata que seus pais são contra sua pessoa pois nunca investiram em seu
crescimento, diferente do que efetuaram para que seus irmãos mais velhos se
tornassem bem sucedidos, por isso os odeia e deseja que “...sejam queimados pelo
dinheiro...”, ao mesmo tempo sente-se profundamente carente e abandonado por
eles. Apresenta histórico de múltiplas reprovações escolares tendo sido “convidado a
se retirar” de uma escola. Está na quinta tentativa de área diferente de curso superior,
perdurando mais de treze anos. Avaliação clínico -laboratorial - neurológica dentro da
normalidade. Apresenta avaliação neuropsicológica sugerindo forte componente de
desatenção e hiperatividade. QI superior.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:


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A) família.

B) aversão.

C) psicanalítica.

D) reforço positivo.

E) comportamental dialética.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

E) comportamental dialética.

Justificação: O paciente apresenta um histórico de múltiplas internações psiquiátricas,


comportamento impulsivo agressivo, dificuldade em lidar com rejeições e negativas,
relacionamentos promíscuos, abuso de substâncias e sentimentos de raiva e abandono
em relação aos pais. Além disso, ele está atualmente em tratamento farmacológico
com medicamentos para transtorno bipolar e utiliza múltiplas substâncias. Esses
sintomas e comportamentos sugerem a presença de transtorno de personalidade
borderline ou outras condições complexas.

A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é uma abordagem eficaz no tratamento de


transtorno de personalidade borderline, pois combina técnicas cognitivo-
comportamentais com estratégias de regulação emocional, mindfulness e aceitação. A
DBT pode ajudar o paciente a lidar com impulsividade, instabilidade emocional,
comportamentos autodestrutivos e relações interpessoais problemáticas.

Comentário sobre as outras opções:


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A) Família: O envolvimento da família pode ser importante em alguns casos, mas não
é a abordagem principal para lidar com os problemas emocionais e comportamentais
do paciente.

B) Aversão: A terapia de aversão não parece ser apropriada para este caso, pois não se
trata de um problema de dependência ou comportamento aditivo.

C) Psicanalítica: O tratamento psicanalítico pode ser benéfico em algumas situações,


mas geralmente é uma abordagem mais demorada e profunda, e o paciente parece
necessitar de intervenções mais diretas e estruturadas.

D) Reforço Positivo: O reforço positivo pode ser uma técnica útil em algumas terapias,
mas não é uma abordagem completa para lidar com os problemas apresentados pelo
paciente, que envolvem questões emocionais e de relacionamento mais complexas.

QUESTÃO 07

Mulher, 32 anos, superior em direito, tradutora juramentada, solteira, sem filhos, filha
biológica, poliglota – cinco idiomas. Busca atendimento a pedido da família devido uso
abusivo de álcool. Em primeiro contato comparecem os pais, ambos muito ligados a
comunidade religiosa. Falam sobre sua filha ser uma pessoa de grande capacidade
linguística e ótima profissional. Que desde sua juventude passou a consumir bebidas
alcoólicas na companhia de amigos e atingiu consumo imoderado. Em seu histórico,
duas internações psiquiátricas prévias, devido uso imoderado de álcool. Em contato
subsequente, a paciente comparece desacompanhada, apresenta fácies de tristeza,
pele de cor muito pálida, óculos escuros que encobre parcialmente seu rosto, feições
bonitas, bons cuidados pessoais. Em atendimento retira seus óculos de sol,
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evidenciando hematoma periorbital, então diz que atualmente o alcoolismo está lhe
trazendo complicações visíveis pois desta vez os hematomas foram no rosto. Relata
que desde sua adolescência passou a consumir bebidas alcoólicas com amigos, já
experimentou outras drogas, mas teve preferência pelo álcool devido a facilidade, ser
lícita e aceitação social. Nisto trás as informações sobre o consumo de álcool ser
herança de família paterna, pois bisavô, avô, tios e primos são alcoolistas. Somente seu
pai não consome álcool, acredita que ele se refugiou na religião, por isso tornou- se
pastor... Quanto aos relacionamentos afetivos, geralmente são com homens de
temperamento intempestivo, dominadores, de padrão social inferior ao seu, que
possui “dedo podre para escolher homens...” e não sentir atração pelos certinhos, por
isso sempre terminam de forma conturbada. Questionada sobre as complicações que
não seriam visíveis, relata duas internações psiquiátricas devido consumo imoderado
de álcool; histórico de endividamento financeiro no passado por ter contraído
empréstimo para companheiro; DST (HIV, HCV negativos); apresenta histórico de
elevação progressiva das enzimas hepática e pancreáticas nos últimos cinco anos
mantendo-se em limiar máximo da normalidade, não ultrapassando o triplo dos
mesmos. Aborda que seu avô e dois tios obituaram devido complicações hepáticas.
Quanto à vida social, diz preferir filmes culturais e episodicamente ir ao teatro quando
está em um “bom período emocional”, mas tem a preferência de permanecer em sua
casa alegando ser sua “base de trabalho”, lá recebendo sua clientela como tradutora,
por consequência, durante os atendimentos e pelo tipo de serviço prestado, possui
“minibar” a disposição. Diz ter conhecimento dos prejuízos decorrentes do alcoolismo,
ter desejo de auxílio e ao mesmo tempo ter a clara percepção do prazer que sente, por
isto acredita que as pessoas não lhe compreendem gerando autoacusação e desta
forma não se percebe também apoiada nos períodos em que consegue ficar abstinente
onde sua angústia se intensifica.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:


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A) grupo.

B) família.

C) biofeedback.

D) psicanalítica expressiva.

E) dessensibilização sistemática.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

B) família.

Justificação: A paciente está enfrentando problemas significativos relacionados ao


abuso de álcool e às complicações físicas e emocionais resultantes desse abuso. Além
disso, ela menciona uma história familiar de alcoolismo. A abordagem terapêutica mais
apropriada, dada a gravidade do quadro e a presença de fatores familiares, é o
tratamento em família. A intervenção familiar pode ser eficaz para apoiar a paciente
em seu processo de recuperação e abordar questões familiares subjacentes
relacionadas ao uso de álcool.

Comentário sobre as outras opções:

A) Grupo: O tratamento em grupo pode ser útil em alguns casos, mas, no caso da
paciente, parece haver uma necessidade mais imediata de intervenção familiar devido
aos fatores familiares mencionados.

C) Biofeedback: O biofeedback pode ser uma técnica útil para lidar com o estresse e a
ansiedade, mas não é a abordagem principal para o tratamento do alcoolismo.
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D) Psicanalítica Expressiva: A psicoterapia psicanalítica expressiva pode ser benéfica


em algumas situações, mas geralmente não é a abordagem principal para o tratamento
do alcoolismo.

E) Dessensibilização Sistemática: A dessensibilização sistemática não parece ser


apropriada para este caso, uma vez que se concentra em tratamentos para transtornos
de ansiedade, fobias e traumas.

QUESTÃO 08

Professora de história, 70 anos, viúva, dois filhos. Busca atendimento tendo sido
direcionada por seu geriatra devido queixas de sensação de tristeza e ansiedade
continuadas por não conseguir compreender qual a razão de viver. Nisto fala sobre
falecimento de seu filho de 42 anos, engenheiro, casado, dois filhos em acidente de
trabalho há cerca de três anos. Dois anos antes, seu esposo havia obituado aos 72 anos
de idade, devido a terceiro IAM em sua história de vida, já tendo efetuado técnicas de
revascularização miocárdica. Seu geriatra envia parecer descritivo do período de
acompanhamento, haja vista questões clínico-geriátricas, as quais estão compensadas.
Tomografia computadorizada evidenciando redução encefálica compatível com a faixa
etária e demais aspectos dentro da normalidade. Salienta que a paciente se encontra
em uso de venlafaxina 150 mg e zolpiden 10 mg quando insone, aparentemente com
significativa resposta clínica, porém perdurando os pensamentos e questionamentos
relacionados ao luto de seu filho. Durante o acompanhamento inicial detém-se
fixamente a “tragédia” ocorrida em sua família, furtando-o de acompanhar o
crescimento dos filhos, um rapaz de 12 anos e uma garotinha de 7. Muitas vezes se
coloca em longos questionamentos para entender a razão de estar viva, falando então
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que “nenhuma mãe ou nenhum pai” deveriam ser privados de seus filhos pela morte.
Por ser uma pessoa de fundamentação religiosa, sentiu que sua fé modificou,
responsabilizando a Deus e o destino o acidente ocorrido. Nega antecedentes para
transtorno do humor ou ansiedade em sua história clínica.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) breve.

B) família.

C) psicanalítica.

D) cognitivo comportamental.

E) dessensibilização sistemática.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

D) cognitivo-comportamental.

Justificação: A paciente está enfrentando um processo de luto complicado devido à


perda de seu filho e esposo. Ela relata sentimentos de tristeza, ansiedade e
questionamentos sobre o sentido da vida. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é
uma abordagem eficaz no tratamento do luto complicado, pois ajuda a paciente a
identificar e modificar pensamentos disfuncionais relacionados à perda, desenvolver
estratégias de enfrentamento e lidar com a depressão e a ansiedade associadas. Além
disso, a TCC pode ser adaptada para atender às necessidades específicas do paciente
em luto.

Comentário sobre as outras opções:


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A) Breve: A terapia breve pode ser útil em alguns casos, mas o luto complicado
geralmente requer uma intervenção mais prolongada e especializada.

B) Família: Enquanto o apoio da família pode ser importante no processo de luto, a


paciente parece estar buscando tratamento individual para lidar com seus sentimentos
e questionamentos pessoais.

C) Psicanalítica: A terapia psicanalítica pode ser benéfica em algumas situações, mas


geralmente é uma abordagem mais demorada e profunda, e o paciente pode estar
buscando intervenções mais diretas e estruturadas para seu luto.

E) Dessensibilização Sistemática: A dessensibilização sistemática não é apropriada para


o tratamento do luto complicado, pois se concentra em tratamentos para transtornos
de ansiedade, fobias e traumas, que não são os principais problemas relatados pela
paciente.

QUESTÃO 09

Homem, 32 anos, superior em direito, autônomo, solteiro, sem filhos, filho biológico.
Busca o atendimento direcionado por sua psicóloga assistente. Fala sobre sentir-se
diferente das demais pessoas, então diz se perceber “mais complexo devido
preferências sexuais, pois as excetuando, não percebo ter problemas”. Imediatamente
fala para que possa compreendê-lo deve falar diretamente sobre seus 13 anos de
idade. Na época por seus pais trabalhar durante o dia, acabava ficando muito tempo
sozinho em casa, nisto acabava assistindo vídeos de pornografia com amigos ou
preferencialmente sozinho. Masturbava-se compulsivamente chegando a ferir o pênis.
Tendo sido através de vídeos pornográficos de iniciou sua educação sexual. Afirma que
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sua primeira experiência foi aos 17 anos de idade, com amiga sua do condomínio e
primeiramente não a percebeu satisfatória pois em sua mente reprisava as cenas dos
filmes pornográficos onde a mulher era totalmente passiva ao parceiro, deixando-se
subjugar aos desejos dele. Desta forma percebe que em todos seus relacionamentos
afetivos nunca teve a sensação de satisfação, pois sempre em seu desejo imperavam
as cenas de sexo violento e subjugação. Normalmente não se sente satisfeito nas
relações sexuais com suas namoradas, mas sim quando busca por profissionais do sexo
que lhe cobram mais caro para que possa se satisfazer. Mesmo assim, raramente
consegue sair com a mesma pessoa mais de duas a três vezes, a pesar de tentar
“persuadi-las com valor significativamente mais elevado. Refere que sua preferência é
por imobilizar, chicotear, praticar escatalogias. Questionado sobre a razão de manter
este comportamento, fala sobre ter para si que o homem deve ser dominador ou será
dominado, pois através da dominação de seu par consegue expor o poder de sua
masculinidade e virilidade. Diz não nutrir atração sexual ou desejo por homens.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) apoio.

B) breve.

C) família.

D) comportamental.

E) psicanalítica expressiva.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

E) psicanalítica expressiva.
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Justificação: O paciente relata um histórico de comportamento sexual compulsivo e


uma preferência sexual que envolve práticas sexuais não convencionais. Ele menciona
que essas preferências se originaram a partir do consumo de pornografia na
adolescência e que suas experiências sexuais não são satisfatórias, a menos que
envolvam práticas específicas de dominação e subjugação. A psicoterapia psicanalítica
expressiva pode ser indicada para explorar as origens dessas preferências sexuais, bem
como para abordar questões relacionadas à sexualidade, identidade e autoimagem.
Essa abordagem pode ajudar o paciente a entender as raízes de seus comportamentos
sexuais e a trabalhar em direção a uma sexualidade mais saudável e satisfatória.

Comentário sobre as outras opções:

A) Apoio: O apoio pode ser útil em alguns casos, mas, dado o histórico e a complexidade
dos problemas sexuais e comportamentais relatados pelo paciente, uma abordagem
terapêutica mais específica pode ser necessária.

B) Breve: O tratamento breve pode ser útil em algumas situações, mas, no caso do
paciente, pode ser necessária uma intervenção mais prolongada devido à
complexidade dos problemas relatados.

C) Família: O envolvimento da família não parece ser a abordagem mais apropriada


para lidar com os problemas sexuais do paciente.

D) Comportamental: A terapia comportamental pode ser benéfica em alguns casos,


mas, no caso do paciente, pode ser necessária uma abordagem mais profunda e
exploratória para compreender as origens de seus comportamentos sexuais. Portanto,
a psicoterapia psicanalítica expressiva é mais indicada neste contexto.
23

QUESTÃO 10

Mulher, 30 anos, jornalista, escritora - “contos de ficção”, autônoma, solteira, sem


filhos, filha biológica. Busca atendimento por encaminhamento de psicólogo devido
sensação de intensa tristeza, desorientação pessoal, dificuldade em sentir prazer em
suas atividades ou mesmo sentido em estar viva, episódios de descontrole emocional,
irritabilidade, uso abusivo de álcool aos finais de semana associado estimulantes e
episodicamente cannabis sativa. Nega uso de demais substâncias ilícitas, nega conduta
promíscua ou mesmo gastos compulsivos. Fala sobre pensamentos suicidas que
povoam seus pensamentos, porém sem planejamento estruturado, por isso necessita
compreender o que ocorre consigo. Ao iniciar o atendimento relata seu apelido, que
não o suporta, foi-lhe dado pelos tios maternos devido a história que envolve sua
gestação pois sua mãe ficou gravemente enferma durante os últimos meses de
gestação, seguindo com cuidados extremos e efetuado cesariana assim que atingiu
maturidade pulmonar. Permaneceu em incubadora até atingir peso adequado. Diz que
desde criança se percebeu diferente, pois muitos exames foram efetuados para avaliar
se algum tipo de dano lhe havia ocorrido devido questões gestacionais, porém nada foi
evidenciado. Alega já ter consultado com outros médicos psiquiatras, não tendo boa
vinculação alegando “não me sentir escutada e os que escutavam, parecia não me
compreender...”. Como pessoa, afirma ter a preferência por ficar só em silêncio,
geralmente lendo ou escrevendo, mas não é uma pessoa solitária pois possui muitos
amigos e atividades sociais. Fala que o pensamento que mais povoa sua mente é a
razão de estar viva pois devido o ocorrido, somente um “milagre” para que sua mãe
conseguisse sobreviver, quanto mais manter a gestação, “foram meses em estado de
coma”. Relata que quando se embriaga e usa estimulantes, seria esta uma forma para
avaliar se algo lhe acontece, mas o máximo que já conseguiu foi entrar em coma
alcoólico. Que sua vida não seria triste e vazia se não fosse à sensação de não haver
razão para existir, pois possui fisicamente “...mais do que necessita para viver...”.
24

Retrata-se como uma pessoa detalhista, escrupulosa, exigente, um pouco


desorganizada com objetos pessoais, defensora dos amigos, baixa tolerância em
suportar obviedades, atrasos ou quebra da palavra empenhada; onde ocorrem
algumas explosões de humor. Traz o relato da sensação da existência em seu peito de
algo que caracteriza como um “abismo que draga as emoções...” então afirma ser
altamente imaginativa e mergulhar em reflexões continuadas; necessários a um
escritor. Teve início de sua vida sexual aos 19 anos de idade com seu primeiro
namorado, já cursando a faculdade de jornalismo, onde o conheceu, sendo ele vinte
anos mais velho e casado. Afirma não sentir atração ou desejo por homens jovens ou
mesmo de sua idade. Os relacionamentos são geralmente prolongados os dois
primeiros eram casados e tinham filhos, o terceiro era noivo e o último casado, mas a
“relação aberta”, sendo a esposa bissexual. Em seus contos os personagens centrais
apresentam histórias geralmente tensas e intensas. Conteúdo cultural e poético rico,
induzindo o leitor a forte reflexão. Com a associação de carbonato de lítio associado
ao uso de venlafaxina e bupropiona a ideação suicida remitiu e passa a referir que o
abismo no interior de seu peito não está mais gerando medo permitindo maior
qualidade de vida e acesso.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) breve.

B) família.

C) psicanalítica expressiva.

D) cognitivo comportamental.

E) dessensibilização sistemática.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:


25

C) psicanalítica expressiva.

Justificação: A paciente apresenta uma série de sintomas, incluindo tristeza intensa,


desorientação pessoal, dificuldade em sentir prazer, uso abusivo de álcool e
pensamentos suicidas. Além disso, ela menciona uma história de gestação complicada
e uma sensação profunda de não entender a razão de estar viva. A psicoterapia
psicanalítica expressiva pode ser apropriada para explorar as origens desses
sentimentos, sintomas e pensamentos, permitindo que a paciente examine sua história
pessoal, relações interpessoais e emoções de maneira mais profunda. A psicanálise
expressiva é uma abordagem que enfatiza a expressão verbal e a análise dos conflitos
subjacentes, o que pode ser útil no caso da paciente.

Comentário sobre as outras opções:

A) Breve: O tratamento breve pode ser eficaz em algumas situações, mas, no caso da
paciente, a complexidade dos problemas e a necessidade de explorar questões
profundas indicam uma abordagem mais prolongada.

B) Família: O tratamento em família pode ser útil em alguns casos, mas não parece ser
a abordagem mais indicada para os problemas pessoais e emocionais da paciente.

D) Cognitivo Comportamental: Embora a terapia cognitivo-comportamental seja eficaz


para muitos transtornos, no caso da paciente, parece haver uma necessidade de
explorar questões mais profundas e emocionais, o que não é o foco principal da TCC.

E) Dessensibilização Sistemática: A dessensibilização sistemática não é apropriada para


o tratamento dos problemas emocionais, existenciais e de comportamento relatados
pela paciente. É uma técnica usada principalmente para transtornos de ansiedade e
fobias.
26

QUESTÃO 11

Sobre a psicanálise é correto afirmar que:

A) idade acima de 40 anos é atualmente uma contraindicação.

B) não é requerido que o paciente tenha capacidade de abstração.

C) ela não está indicada para pacientes com psiconeuroses.

D) a presença de transtorno de personalidade antissocial contraindica o tratamento


analítico.

E) ao longo do processo, os conflitos neuróticos não são recuperados da memória


e nem expressos verbalmente.

Sobre a psicanálise é correto afirmar que:

B) não é requerido que o paciente tenha capacidade de abstração.

Justificação: A psicanálise é uma abordagem terapêutica que envolve a exploração


profunda do inconsciente do paciente por meio da fala. Não é necessário que o
paciente tenha uma capacidade de abstração específica para participar da psicanálise,
uma vez que o processo envolve o paciente falando livremente e o analista
interpretando os conteúdos inconscientes que emergem durante a sessão. O paciente
não precisa de habilidades específicas de abstração, mas sim de disposição para
explorar seus pensamentos, sentimentos e memórias.

Comentário sobre as outras opções:


27

A) Idade acima de 40 anos é atualmente uma contraindicação: Não há uma


contraindicação específica baseada na idade para a psicanálise. A psicanálise pode ser
aplicada a pacientes de diferentes idades.

C) Ela não está indicada para pacientes com psiconeuroses: Pelo contrário, a psicanálise
é frequentemente usada no tratamento de pacientes com psiconeuroses, como
histeria e neurose obsessiva. Freud, o fundador da psicanálise, desenvolveu muitos de
seus conceitos clínicos a partir do tratamento de pacientes com psiconeuroses.

D) A presença de transtorno de personalidade antissocial contraindica o tratamento


analítico: A presença de transtorno de personalidade antissocial pode tornar o
tratamento psicanalítico mais desafiador, mas não necessariamente contraindica o
tratamento. A adequação do tratamento dependerá das circunstâncias individuais do
paciente.

E) Ao longo do processo, os conflitos neuróticos não são recuperados da memória e


nem expressos verbalmente: Na psicanálise, a recuperação e a expressão verbal de
conflitos neuróticos são partes fundamentais do processo terapêutico. O paciente é
encorajado a explorar e expressar verbalmente seus conflitos inconscientes durante as
sessões. Portanto, essa afirmação está incorreta.

QUESTÃO 12

Em uma sessão de terapia cognitiva, são elementos básicos:

A) resumo da sessão e interpretação dos sonhos.

B) análise da transferência e revisão da tarefa de casa.


28

C) estabelecimento de agenda e análise da transferência.

D) revisão da tarefa de casa e estabelecimento de agenda.

E) interpretação dos sonhos e resumo da sessão e feedback.

Em uma sessão de terapia cognitiva, os elementos básicos incluem:

D) revisão da tarefa de casa e estabelecimento de agenda.

Justificação: Na terapia cognitiva, uma sessão típica geralmente envolve a revisão das
tarefas de casa atribuídas na sessão anterior, onde o terapeuta e o paciente discutem
o progresso e as dificuldades encontradas. Além disso, a agenda para a sessão atual é
estabelecida, identificando os tópicos e objetivos a serem abordados. Esses elementos
são fundamentais para a estrutura e o progresso da terapia cognitiva.

Comentário sobre as outras opções:

A) Resumo da sessão e interpretação dos sonhos: A interpretação dos sonhos é mais


comum na psicanálise do que na terapia cognitiva. Além disso, o resumo da sessão não
é um elemento central da terapia cognitiva.

B) Análise da transferência e revisão da tarefa de casa: A análise da transferência é


mais relevante na psicanálise, enquanto a revisão da tarefa de casa é uma parte
importante da terapia cognitiva.

C) Estabelecimento de agenda e análise da transferência: A análise da transferência é


mais relevante na psicanálise, enquanto o estabelecimento de agenda é um elemento
básico da terapia cognitiva.
29

E) Interpretação dos sonhos e resumo da sessão e feedback: A interpretação dos


sonhos é mais comum na psicanálise do que na terapia cognitiva. Além disso, o resumo
da sessão e o feedback não são elementos centrais da terapia cognitiva.

QUESTÃO 13

Sobre a terapia de apoio é correto afirmar que:

A) o objetivo geral do tratamento é a melhora ou alívio de sintomas.

B) não é indicada para pacientes em estado temporário de desorganização.

C) não pode ser aplicada como tratamento primário, somente complementar.

D) medicamentos para alívio de sintomas não devem ser usados nessa modalidade.

E) não é indicada para pacientes sem motivação para abordagens profundas.

Sobre a terapia de apoio é correto afirmar que:

A) o objetivo geral do tratamento é a melhora ou alívio de sintomas.

Justificação: A terapia de apoio é uma abordagem terapêutica cujo objetivo geral é


proporcionar suporte emocional, alívio de sintomas e melhora do bem-estar do
paciente. Enquanto outras formas de terapia podem ter objetivos mais específicos,
como a psicoterapia cognitivo-comportamental para tratar sintomas específicos, a
terapia de apoio visa fornecer um ambiente de apoio onde o paciente possa expressar
seus sentimentos e preocupações e receber orientação e suporte do terapeuta.
30

Comentário sobre as outras opções:

B) Não é indicada para pacientes em estado temporário de desorganização: A terapia


de apoio pode ser indicada para pacientes em vários estados emocionais, incluindo
aqueles que estão temporariamente desorganizados. O suporte emocional pode ser
especialmente benéfico nessas situações.

C) Não pode ser aplicada como tratamento primário, somente complementar: A


terapia de apoio pode ser usada como tratamento primário, especialmente em casos
em que o foco principal é a melhoria do bem-estar emocional e do suporte emocional.

D) Medicamentos para alívio de sintomas não devem ser usados nessa modalidade: O
uso de medicamentos pode ser considerado em combinação com a terapia de apoio,
dependendo das necessidades do paciente. Medicamentos podem ser prescritos para
aliviar sintomas específicos.

E) Não é indicada para pacientes sem motivação para abordagens profundas: A terapia
de apoio pode ser indicada para pacientes que não desejam ou não estão prontos para
abordagens mais profundas. Fornecer suporte emocional pode ser benéfico,
independentemente da motivação do paciente para abordar questões profundas.

QUESTÃO 14

Sobre a relação terapêutica é correto afirmar que:

A) aliança terapêutica é o mesmo que relação real com o terapeuta.

B) a relação terapêutica é um fator que não influencia o resultado da terapia.


31

C) a aliança terapêutica é um conceito utilizado exclusivamente em psicanálise.

D) são partes ativas da aliança terapêutica as reações transferenciais regressivas e


a resistência.

E) ao longo de um tratamento, pode haver variação do predomínio de


transferência, contratransferência e do grau de aliança terapêutica.

Sobre a relação terapêutica é correto afirmar que:

E) ao longo de um tratamento, pode haver variação do predomínio de transferência,


contratransferência e do grau de aliança terapêutica.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. Na relação terapêutica, a dinâmica entre o


paciente e o terapeuta pode evoluir e variar ao longo do tratamento. Isso significa que
a transferência (os sentimentos do paciente em relação ao terapeuta) e a
contratransferência (os sentimentos do terapeuta em relação ao paciente) podem
mudar e se desenvolver à medida que a terapia avança. Além disso, o grau de aliança
terapêutica (a qualidade da parceria entre o paciente e o terapeuta) também pode
variar ao longo do tempo, influenciando o progresso terapêutico.

Comentário sobre as outras opções:

A) Aliança terapêutica é o mesmo que relação real com o terapeuta: A aliança


terapêutica e a relação real com o terapeuta são conceitos diferentes. A aliança
terapêutica refere-se à qualidade da parceria terapêutica, enquanto a relação real se
refere à interação fora do contexto terapêutico.
32

B) A relação terapêutica é um fator que não influencia o resultado da terapia: A relação


terapêutica é um fator crucial que influencia o resultado da terapia. Uma boa aliança
terapêutica é associada a melhores resultados terapêuticos.

C) A aliança terapêutica é um conceito utilizado exclusivamente em psicanálise: A


aliança terapêutica é um conceito aplicável em várias abordagens terapêuticas, não
apenas na psicanálise.

D) São partes ativas da aliança terapêutica as reações transferenciais regressivas e a


resistência: As reações transferenciais regressivas e a resistência são elementos da
dinâmica da terapia, mas não são partes ativas da aliança terapêutica em si. A aliança
terapêutica refere-se mais à qualidade da relação entre paciente e terapeuta.

QUESTÃO 15

São princípios da terapia comportamental:

A) habituação, aprendizagem social e atenção flutuante.

B) regra de abstinência, habituação e condicionamento clássico.

C) condicionamento clássico, condicionamento operante e habituação.

D) aprendizagem social, condicionamento operante e atenção flutuante.

E) condicionamento clássico, aprendizagem social e regra de abstinência.

São princípios da terapia comportamental:

C) condicionamento clássico, condicionamento operante e habituação.


33

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. Os princípios fundamentais da terapia


comportamental incluem o condicionamento clássico (associar estímulos), o
condicionamento operante (aprendizado baseado em consequências) e a habituação
(diminuição da resposta a estímulos repetidos). Esses princípios são essenciais para
entender e modificar comportamentos problemáticos na terapia comportamental.

Comentário sobre as outras opções:

A) Habituação, aprendizagem social e atenção flutuante: A aprendizagem social é um


princípio importante, mas a atenção flutuante não é um princípio central da terapia
comportamental.

B) Regra de abstinência, habituação e condicionamento clássico: A regra de abstinência


não é um princípio fundamental da terapia comportamental.

D) Aprendizagem social, condicionamento operante e atenção flutuante: A atenção


flutuante não é um princípio central da terapia comportamental.

E) Condicionamento clássico, aprendizagem social e regra de abstinência: A regra de


abstinência não é um princípio fundamental da terapia comportamental.

QUESTÃO 16

São consideradas contraindicações da terapia familiar e de casal:

A) ausência de crenças religiosas fortes.


34

B) nenhum dos cônjuges tem transtorno grave do caráter.

C) a problemática conjugal é egodistônica para o casal.

D) quando os membros família reconhecem a existência de problemas familiares.

E) situações em que um membro importante da família não poderá estar presente.

São consideradas contraindicações da terapia familiar e de casal:

E) situações em que um membro importante da família não poderá estar presente.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. Uma das contraindicações para a terapia familiar


e de casal é quando um membro importante da família não pode estar presente nas
sessões terapêuticas. A participação de todos os membros relevantes é muitas vezes
crucial para o sucesso dessas terapias.

Comentário sobre as outras opções:

A) Ausência de crenças religiosas fortes: A ausência de crenças religiosas fortes não é


necessariamente uma contraindicação para a terapia familiar e de casal.

B) Nenhum dos cônjuges tem transtorno grave do caráter: A presença ou ausência de


transtornos não é a única consideração para a indicação ou contraindicação da terapia
familiar e de casal.

C) A problemática conjugal é egodistônica para o casal: A egodistonia (quando os


problemas são percebidos como inconsistentes com os valores e objetivos pessoais)
geralmente é uma razão para buscar terapia, não uma contraindicação.
35

D) Quando os membros da família reconhecem a existência de problemas familiares:


O reconhecimento dos problemas familiares é muitas vezes um motivo para procurar
terapia, não uma contraindicação.

QUESTÃO 17

Nas psicoterapias psicodinâmicas são intervenções típicas:

A) observação, confrontação e interpretação.

B) interpretação, aconselhamento e confrontação.

C) confrontação, interpretação e aconselhamento.

D) interpretação, condicionamento aversivo e observação.

E) observação, aconselhamento e condicionamento aversivo.

Nas psicoterapias psicodinâmicas são intervenções típicas:

A) observação, confrontação e interpretação.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa A. Nas psicoterapias psicodinâmicas, intervenções


típicas incluem a observação atenta do paciente, a confrontação de padrões de
pensamento ou comportamento disfuncionais e a interpretação de processos
36

inconscientes subjacentes. Essas intervenções visam aprofundar a compreensão do


paciente sobre suas emoções e conflitos internos.

Comentário sobre as outras opções:

B) Interpretação, aconselhamento e confrontação: O aconselhamento não é uma


intervenção típica nas psicoterapias psicodinâmicas.

C) Confrontação, interpretação e aconselhamento: O aconselhamento não é uma


intervenção típica nas psicoterapias psicodinâmicas.

D) Interpretação, condicionamento aversivo e observação: O condicionamento


aversivo não é uma intervenção típica nas psicoterapias psicodinâmicas.

E) Observação, aconselhamento e condicionamento aversivo: O condicionamento


aversivo não é uma intervenção típica nas psicoterapias psicodinâmicas.

QUESTÃO 18

A psicanálise baseia-se na teoria de repressão sexual e mapeia os desejos libidinais


infantis não realizados nas memórias inconscientes do indivíduo. Entre os princípios
fundamentais da psicanálise estão:

A) atenção flutuante e associação dirigida.

B) livre associação e regra de abstinência.

C) regra de abstinência e parcialidade do analista.


37

D) racionalização das relações e atenção flutuante.

E) neutralidade do analista e racionalização das relações.

A psicanálise baseia-se na teoria de repressão sexual e mapeia os desejos libidinais


infantis não realizados nas memórias inconscientes do indivíduo. Entre os princípios
fundamentais da psicanálise estão:

B) livre associação e regra de abstinência.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa B. A psicanálise, fundada por Sigmund Freud, é


baseada na livre associação, em que os pacientes são encorajados a falar livremente
sobre seus pensamentos e sentimentos, permitindo o acesso ao conteúdo
inconsciente. A regra de abstinência é um princípio que orienta o analista a evitar a
gratificação pessoal ou interferência excessiva na vida do paciente, mantendo uma
postura neutra.

Comentário sobre as outras opções:

A) Atenção flutuante e associação dirigida: A atenção flutuante é um conceito da


psicanálise, mas a associação dirigida não é um princípio fundamental.

C) Regra de abstinência e parcialidade do analista: A parcialidade do analista não é um


princípio fundamental da psicanálise.

D) Racionalização das relações e atenção flutuante: A racionalização das relações não


é um princípio fundamental da psicanálise.

E) Neutralidade do analista e racionalização das relações: A neutralidade do analista é


um princípio da psicanálise, mas a racionalização das relações não é.
38

QUESTÃO 19

São fatores terapêuticos significativos, que explicam a mudança pela psicoterapia de


grupo:

A) identificação, contágio e isolamento.

B) isolamento, particularização e contenção.

C) transferência, identificação e individualismo.

D) identificação, teste de realidade e isolamento.

E) identificação, teste de realidade e validação consensual.

São fatores terapêuticos significativos, que explicam a mudança pela psicoterapia de


grupo:

E) identificação, teste de realidade e validação consensual.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. Os fatores terapêuticos significativos na


psicoterapia de grupo incluem identificação (os pacientes se identificam com os outros
membros do grupo), teste de realidade (a terapia de grupo proporciona um ambiente
seguro para testar pensamentos, sentimentos e comportamentos) e validação
consensual (a experiência compartilhada com outros membros do grupo valida as
experiências individuais).

Comentário sobre as outras opções:


39

A) Identificação, contágio e isolamento: O contágio não é um fator terapêutico


significativo na psicoterapia de grupo.

B) Isolamento, particularização e contenção: A particularização e a contenção não são


fatores terapêuticos significativos na psicoterapia de grupo.

C) Transferência, identificação e individualismo: A individualização não é um fator


terapêutico significativo na psicoterapia de grupo.

D) Identificação, teste de realidade e isolamento: O isolamento não é um fator


terapêutico significativo na psicoterapia de grupo.

QUESTÃO 20

Sobre a transferência e a contratransferência, no contexto das psicoterapias, é correto


afirmar que a:

A) transferência não envolve objetos internos do paciente.

B) transferência é um fenômeno exclusivo da relação terapêutica.

C) contratransferência não é parte legítima da relação terapêutica.

D) contratransferência pode vir a se tornar um obstáculo ao trabalho terapêutico.

E) contratransferência e transferência não guardam analogia entre si enquanto


conceito.
40

Sobre a transferência e a contratransferência, no contexto das psicoterapias, é correto


afirmar que:

D) A contratransferência pode vir a se tornar um obstáculo ao trabalho terapêutico.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa D. A contratransferência refere-se aos sentimentos


e reações do terapeuta em relação ao paciente. Esses sentimentos podem ser úteis,
mas também podem se tornar um obstáculo ao trabalho terapêutico se não forem
reconhecidos e gerenciados adequadamente pelo terapeuta.

Comentário sobre as outras opções:

A) A transferência não envolve objetos internos do paciente: Esta afirmação é


incorreta, pois a transferência envolve os sentimentos e projeções do paciente em
relação ao terapeuta.

B) A transferência é um fenômeno exclusivo da relação terapêutica: A transferência


pode ocorrer em outras relações interpessoais, não apenas na terapia.

C) A contratransferência não é parte legítima da relação terapêutica: A


contratransferência é reconhecida como uma parte legítima da relação terapêutica e
é importante ser compreendida e trabalhada pelo terapeuta.

E) A contratransferência e transferência não guardam analogia entre si enquanto


conceito: A contratransferência e a transferência estão intimamente relacionadas e são
conceitos complementares na psicoterapia.
41

QUESTÃO 21

Em relação à Psicoterapia de Apoio, assinale a alternativa correta.

A) A transferência é um objetivo a ser interpretado no tratamento.

B) É comum realizar interpretação de sonhos como objetivo principal do


tratamento.

C) Pode ocorrer contatos periódicos após a alta com frequência reduzida, podendo
ser uma vez a cada 3 meses.

D) Existe a busca por reduzir as defesas contra fenômenos contratransferenciais..

E) Faz parte do tratamento o paciente não ser gratificado.

Em relação à Psicoterapia de Apoio, assinale a alternativa correta.

C) Pode ocorrer contatos periódicos após a alta com frequência reduzida, podendo ser
uma vez a cada 3 meses.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. Na Psicoterapia de Apoio, é comum que ocorram


contatos periódicos após a alta do tratamento, mas com frequência reduzida, como
uma vez a cada 3 meses. Isso permite uma monitorização do progresso do paciente e
a manutenção do suporte terapêutico, se necessário.

Comentário sobre as outras opções:


42

A) A transferência é um objetivo a ser interpretado no tratamento: Na Psicoterapia de


Apoio, a transferência não é o principal foco de interpretação.

B) É comum realizar interpretação de sonhos como objetivo principal do tratamento:


A interpretação de sonhos não é comum na Psicoterapia de Apoio.

D) Existe a busca por reduzir as defesas contra fenômenos contra-transferenciais: Na


Psicoterapia de Apoio, o foco não está na redução das defesas contra fenômenos
contra-transferenciais.

E) Faz parte do tratamento o paciente não ser gratificado: Na Psicoterapia de Apoio, o


paciente é gratificado pelo suporte e ajuda oferecidos pelo terapeuta, ao contrário da
Psicanálise clássica, onde a gratificação é evitada.

QUESTÃO 22

Em relação à Aliança Terapêutica, é correto afirmar que:

A) Independe da maturidade do ego do paciente.

B) É importante apenas nos tratamentos analíticos.

C) É a capacidade do paciente de estabelecer uma relação de trabalho com o


terapeuta.

D) Não é objetivo da terapia unir o paciente ao terapeuta durante o trabalho


interpretativo.
43

E) Não existe divisão do ego do paciente para em parte aliar-se ao trabalho de


interpretação do terapeuta.

Em relação à Aliança Terapêutica, é correto afirmar que:

C) É a capacidade do paciente de estabelecer uma relação de trabalho com o terapeuta.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. A aliança terapêutica refere-se à capacidade do


paciente de estabelecer uma relação de trabalho colaborativa e de confiança com o
terapeuta. É um fator importante para o sucesso da terapia.

Comentário sobre as outras opções:

A) Independente da maturidade do ego do paciente: A aliança terapêutica pode ser


influenciada pela maturidade do ego do paciente, mas não é independente dela.

B) É importante apenas nos tratamentos analíticos: A aliança terapêutica é importante


em diferentes abordagens terapêuticas, não apenas nos tratamentos analíticos.

D) Não é objetivo da terapia unir o paciente ao terapeuta durante o trabalho


interpretativo: A aliança terapêutica visa estabelecer uma relação de trabalho, não
necessariamente unir o paciente ao terapeuta.

E) Não existe divisão do ego do paciente para em parte aliar-se ao trabalho de


interpretação do terapeuta: A divisão do ego do paciente é um conceito diferente da
aliança terapêutica e não está relacionada a ela.
44

QUESTÃO 23

A respeito dos critérios de organização do caráter de Kernberg, é correto afirmar que


classifica em:

A) 2 níveis: Histriônica e Psicótica.

B) 2 níveis: Borderline e Psicoafetivo.

C) 3 níveis: Neurótica, Borderline e Psicótica.

D) 3 níveis: Neurótica, Histriônica e Psicótica.

E) 3 níveis: Histriônica, Borderline e Psicoafetivo.

A respeito dos critérios de organização do caráter de Kernberg, é correto afirmar que


classifica em:

C) 3 níveis: Neurótica, Borderline e Psicótica.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. Otto Kernberg classifica os critérios de organização


do caráter em três níveis: organização neurótica, organização borderline e organização
psicótica.

Comentário sobre as outras opções:

A) 2 níveis: Histriônica e Psicótica: A classificação de Kernberg envolve três níveis, não


dois.
45

B) 2 níveis: Borderline e Psico-afetivo: A classificação de Kernberg envolve três níveis,


não dois.

D) 3 níveis: Neurótica, Histriônica e Psicótica: A classificação de Kernberg não inclui a


organização histriônica como um dos níveis.

E) 3 níveis: Histriônica, Borderline e Psico-afetivo: A classificação de Kernberg não inclui


a organização histriônica como um dos níveis.

QUESTÃO 24

A condição pessoal para o paciente poder submeter-se à Psicanálise, é ter:

A) ego estruturado e incapacidade de insight.

B) pensar psicológico e incapacidade de insight.

C) ego estruturado e indisponibilidade de tempo.

D) ego não estruturado e incapacidade de insight.

E) ego estruturado e disponibilidade de tempo e dinheiro.

A condição pessoal para o paciente poder submeter-se à Psicanálise é ter:

B) pensar psicológico e incapacidade de insight.

Justificação:
46

A resposta correta é a alternativa B. A condição pessoal para um paciente se submeter


à Psicanálise é ter a capacidade de pensar de forma psicológica, ou seja, ser capaz de
refletir sobre seus pensamentos, sentimentos e comportamentos de uma maneira que
permita a exploração das dinâmicas inconscientes. Além disso, a Psicanálise muitas
vezes é buscada por pacientes que têm insight, ou seja, que conseguem compreender
e refletir sobre suas próprias questões psicológicas.

Comentário sobre as outras opções:

A) Ego estruturado e incapacidade de insight: Ter um ego estruturado é importante


para a Psicanálise, mas a incapacidade de insight não seria uma condição pessoal
desejada.

C) Ego estruturado e indisponibilidade de tempo: A indisponibilidade de tempo não é


uma condição desejada para a Psicanálise.

D) Ego não estruturado e incapacidade de insight: Um ego não estruturado pode ser
um desafio na Psicanálise, mas a incapacidade de insight não seria uma condição
pessoal desejada.

E) Ego estruturado e disponibilidade de tempo e dinheiro: Ter um ego estruturado e


recursos financeiros é importante para a Psicanálise, mas não é a única condição
pessoal relevante.

QUESTÃO 25

Considerando as alternativas a seguir, assinale a correta.


47

A) A Psicoterapia Breve Dinâmica é indicada em Depressões leves.

B) Pacientes com tendências suicidas podem fazer Psicoterapia Breve Dinâmica.

C) É indicação de Psicanálise pacientes com dependência química e crises agudas.

D) Pacientes com debilidade do ego não devem fazer Psicoterapia Breve de Apoio.

E) Pacientes com transtornos graves de personalidade não devem fazer


Psicoterapia de Apoio de longa duração.

Considerando as alternativas a seguir, assinale a correta.

B) Pacientes com tendências suicidas podem fazer Psicoterapia Breve Dinâmica.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa B. Pacientes com tendências suicidas podem se


beneficiar da Psicoterapia Breve Dinâmica, desde que haja uma avaliação cuidadosa do
risco e que o terapeuta esteja preparado para lidar com essa questão de forma
adequada durante o tratamento.

Comentário sobre as outras opções:

A) A Psicoterapia Breve Dinâmica é indicada em Depressões leves: A Psicoterapia Breve


Dinâmica pode ser indicada em casos de depressão leve a moderada.

C) É indicação de Psicanálise pacientes com dependência química e crises agudas: A


Psicanálise não é a abordagem de escolha para pacientes com dependência química e
crises agudas, pois demanda um tratamento mais longo e intensivo.
48

D) Pacientes com debilidade do ego não devem fazer Psicoterapia Breve de Apoio:
Pacientes com debilidade do ego podem se beneficiar da Psicoterapia Breve de Apoio,
que visa fornecer suporte e estabilização.

E) Pacientes com transtornos graves de personalidade não devem fazer Psicoterapia


de Apoio de longa duração: A Psicoterapia de Apoio de longa duração pode ser indicada
para pacientes com transtornos graves de personalidade, desde que haja uma
avaliação cuidadosa e um plano de tratamento adequado.

QUESTÃO 26

Considerando as alternativas a seguir, assinale a correta.

A) Retardo mental é indicação para Terapia Interpessoal.

B) Paciente com transtorno de personalidade grave podem fazer Terapia de Casal.

C) Pacientes com depressão leve não têm indicação de fazer Terapia Cognitiva.

D) A motivação não é condição pessoal para realizar Terapia de Grupo.

E) Pacientes com dificuldade nas relações interpessoais têm indicação de fazer

Considerando as alternativas a seguir, assinale a correta.

E) Pacientes com dificuldade nas relações interpessoais têm indicação de fazer Terapia
de Grupo.
49

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. Pacientes com dificuldade nas relações


interpessoais podem se beneficiar da Terapia de Grupo, pois essa modalidade
terapêutica oferece a oportunidade de praticar e melhorar as habilidades de interação
social e promover insights sobre padrões de relacionamento.

Comentário sobre as outras opções:

A) Retardo mental é indicação para Terapia Interpessoal: A Terapia Interpessoal pode


ser adaptada para pacientes com retardo mental, mas não é a abordagem de escolha
para esse público.

B) Paciente com transtorno de personalidade grave podem fazer Terapia de Casal:


Pacientes com transtorno de personalidade grave podem enfrentar desafios na Terapia
de Casal, mas a viabilidade dependerá da avaliação e da abordagem terapêutica.

C) Pacientes com depressão leve não têm indicação de fazer Terapia Cognitiva: A
Terapia Cognitiva pode ser indicada para pacientes com depressão leve, especialmente
se houver um foco nas distorções cognitivas.

D) A motivação não é condição pessoal para realizar Terapia de Grupo: A motivação é


importante em qualquer tipo de terapia, incluindo a Terapia de Grupo.

QUESTÃO 27

Conforme cita Luborsky, é importante para a construção da Aliança Terapêutica que o


terapeuta comportamental:
50

A) Demonstre não entender o paciente.

B) Não reconheça quando o paciente faz progressos.

C) Considere o trabalho terapêutico como tarefa exclusiva do paciente.

D) Seja capaz de ressaltar as experiências positivas da dupla (paciente e terapeuta).

E) Responsabilize o paciente e jamais use a palavra "nós" para as tarefas em


conjunto.

Conforme cita Luborsky, é importante para a construção da Aliança Terapêutica que o


terapeuta comportamental:

D) Seja capaz de ressaltar as experiências positivas da dupla (paciente e terapeuta).

Justificação:

A resposta correta é a alternativa D. Segundo Luborsky, na construção da Aliança


Terapêutica, o terapeuta comportamental deve ser capaz de ressaltar as experiências
positivas da relação terapêutica, reconhecendo e valorizando os momentos em que o
paciente e o terapeuta trabalham bem juntos. Isso contribui para fortalecer a aliança
terapêutica.

Comentário sobre as outras opções:

A) Demonstre não entender o paciente: Demonstrar não entender o paciente pode


prejudicar a aliança terapêutica, não é uma abordagem recomendada.

B) Não reconheça quando o paciente faz progressos: Reconhecer o progresso do


paciente é importante para a motivação e a colaboração no tratamento.
51

C) Considere o trabalho terapêutico como tarefa exclusiva do paciente: O trabalho


terapêutico envolve a colaboração entre paciente e terapeuta, não deve ser visto como
uma tarefa exclusiva do paciente.

E) Responsabilize o paciente e jamais use a palavra "nós" para as tarefas em conjunto:


A responsabilização excessiva do paciente e a falta de colaboração não contribuem
para a aliança terapêutica.

QUESTÃO 28

Os critérios para indicação de Psicoterapia Psicanalítica são:

A) Curiosidade psíquica e busca espontânea.

B) Sofrimento psíquico e expectativas irrealistas.

C) Pensar psicológico e intolerância à frustração.

D) Intolerância à frustração e aliança terapêutica.

E) Falta de controle de impulsos e sofrimento psíquico.

Os critérios para indicação de Psicoterapia Psicanalítica são:

C) Pensar psicológico e intolerância à frustração.

Justificação:
52

A resposta correta é a alternativa C. Os critérios para a indicação de Psicoterapia


Psicanalítica incluem a capacidade de pensar de forma psicológica, ou seja, a
capacidade de refletir sobre pensamentos, sentimentos e comportamentos, bem como
a presença de uma certa intolerância à frustração, o que pode tornar o paciente mais
propenso a explorar aspectos inconscientes em terapia.

Comentário sobre as outras opções:

A) Curiosidade psíquica e busca espontânea: Esses não são critérios específicos para a
Psicoterapia Psicanalítica.

B) Sofrimento psíquico e expectativas irrealistas: O sofrimento psíquico pode ser um


critério, mas expectativas irrealistas não são necessariamente um critério de indicação
para a Psicoterapia Psicanalítica.

D) Intolerância à frustração e aliança terapêutica: A intolerância à frustração é um


critério importante, mas a aliança terapêutica não é mencionada como um critério
específico.

E) Falta de controle de impulsos e sofrimento psíquico: A falta de controle de impulsos


pode ser um critério, mas não é o único critério de indicação para a Psicoterapia
Psicanalítica.

QUESTÃO 29

Sobre a Experiência Emocional Corretiva (EEC), é correto afirmar que:


53

A) diminui a eficiência das conexões já existentes.

B) o efeito carambola faz parte da Experiência Emocional Corretiva.

C) não estabelece novas conexões sinápticas este tipo de abordagem.

D) não permite o paciente experimentar situações traumáticas do passado.

E) não estabelece novos circuitos neuronais por meio de experiência de


aprendizagem.

Sobre a Experiência Emocional Corretiva (EEC), é correto afirmar que:

E) Não estabelece novos circuitos neuronais por meio de experiência de aprendizagem.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. A Experiência Emocional Corretiva (EEC) é uma


abordagem terapêutica que visa estabelecer novos circuitos neuronais por meio de
experiências de aprendizagem emocional que corrigem crenças disfuncionais e
promovem mudanças positivas na resposta emocional do paciente. Portanto, a
afirmação de que a EEC não estabelece novos circuitos neuronais por meio de
experiência de aprendizagem é incorreta.

Comentário sobre as outras opções:

A) Diminui a eficiência das conexões já existentes: A EEC não tem como objetivo
diminuir a eficiência das conexões existentes, mas sim promover mudanças positivas.

B) O efeito carambola faz parte da Experiência Emocional Corretiva: O "efeito


carambola" não é uma parte essencial da EEC.
54

C) Não estabelece novas conexões sinápticas neste tipo de abordagem: A EEC visa
estabelecer novas conexões sinápticas por meio de experiências emocionais corretivas.

D) Não permite o paciente experimentar situações traumáticas do passado: A EEC pode


permitir que o paciente reexamine e processe situações traumáticas do passado de
uma maneira terapêutica.

QUESTÃO 30

A respeito da Terapia de Casal, assinale a alternativa correta.

A) Pacientes com traços fortes paranoides podem realizar Terapia de Casal.

B) Quando um dos cônjuges se mostra com ego frágil e começa a descompensar, a


Terapia de Casal deve continuar.

C) Conflitos mal resolvidos dos pais que se reflete na criação dos filhos é
contraindicação para Terapia de Casal.

D) Quando se há algum segredo ou dificuldade que não se pode compartilhar, a


Terapia de Casal está contraindicada.

E) Pacientes com incapacidade para controlar a agressividade gerada pelos


conflitos do casal têm indicação de fazer Terapia de Casal.

A respeito da Terapia de Casal, assinale a alternativa correta.


55

D) Quando se há algum segredo ou dificuldade que não se pode compartilhar, a Terapia


de Casal está contraindicada.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa D. Quando há algum segredo ou dificuldade que não


pode ser compartilhado entre os cônjuges, a Terapia de Casal pode estar
contraindicada, pois a falta de transparência e a presença de segredos podem
prejudicar o processo terapêutico e a confiança entre os parceiros.

Comentário sobre as outras opções:

A) Pacientes com traços fortes paranoides podem realizar Terapia de Casal: Isso pode
depender da gravidade dos traços paranoides e da capacidade de colaboração dos
pacientes.

B) Quando um dos cônjuges se mostra com ego frágil e começa a descompensar, a


Terapia de Casal deve continuar: A continuação da terapia dependerá da avaliação do
terapeuta em relação à situação específica.

C) Conflitos mal resolvidos dos pais que se reflete na criação dos filhos é
contraindicação para Terapia de Casal: Essa não é necessariamente uma
contraindicação, mas pode ser um aspecto a ser abordado na terapia.

E) Pacientes com incapacidade para controlar a agressividade gerada pelos conflitos do


casal têm indicação de fazer Terapia de Casal: Essa indicação pode variar dependendo
da situação e da capacidade de trabalho terapêutico com a agressividade.
56

QUESTÃO 31

Em relação aos objetivos da Psicoterapia no transtorno do pânico, é correto afirmar


que ela:

A) evita o tratamento medicamentoso.

B) decifra as determinantes etiológicas do transtorno.

C) possibilita aprender a controlar as crises, assim que elas aparecerem.

D) ajuda a desativar os gatilhos que desenvolvem as crises de pânico.

E) possibilita estudar soluções para os sintomas esquizomorfos do transtorno e


aprender a lidar com eles.

Em relação aos objetivos da Psicoterapia no transtorno do pânico, é correto afirmar


que ela:

D) Ajuda a desativar os gatilhos que desenvolvem as crises de pânico.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa D. Na psicoterapia para o transtorno do pânico, um


dos objetivos é ajudar o paciente a identificar e desativar os gatilhos que desencadeiam
as crises de pânico. Isso envolve trabalhar com os fatores desencadeantes das crises e
desenvolver estratégias para lidar com esses gatilhos de forma mais saudável.

Comentário sobre as outras opções:


57

A) Evita o tratamento medicamentoso: A psicoterapia não substitui necessariamente o


tratamento medicamentoso, mas pode ser complementar.

B) Decifra as determinantes etiológicas do transtorno: Embora a compreensão das


determinantes etiológicas seja importante, a psicoterapia visa principalmente
desenvolver estratégias de enfrentamento.

C) Possibilita aprender a controlar as crises, assim que elas aparecerem: Controlar as


crises é um objetivo importante, mas não é o único.

E) Possibilita estudar soluções para os sintomas esquizomorfos do transtorno e


aprender a lidar com eles: Essa afirmação não se aplica ao transtorno do pânico, mas
sim a outros transtornos, como a esquizofrenia. Portanto, está fora de contexto nesta
questão.

QUESTÃO 32

Os pacientes esquizofrênicos têm peculiaridades que devem ser observadas no


tratamento psicoterapêutico. Nesse contexto pode-se afirmar que:

A) não se deve se aproximar do universo e da linguagem dos pacientes.

B) a psicoterapia em esquizofrênicos requer um clima de compreensão, respeito e


empatia.

C) o terapeuta não deve ser ativo nem monitorar a expressão do doente no


encontro terapêutico.
58

D) não se deve sugerir temas, nem estimular a participação, evitando coordenar


ativamente a sessão.

E) os pacientes esquizofrênicos geralmente têm condições de suportar altos níveis


de tensão, o que facilita a terapia.

Os pacientes esquizofrênicos têm peculiaridades que devem ser observadas no


tratamento psicoterapêutico. Nesse contexto, pode-se afirmar que:

B) A psicoterapia em esquizofrênicos requer um clima de compreensão, respeito e


empatia.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa B. Na psicoterapia com pacientes esquizofrênicos, é


essencial criar um ambiente terapêutico que seja caracterizado por compreensão,
respeito e empatia. Isso se deve ao fato de que esses pacientes muitas vezes enfrentam
sintomas graves e perturbadores, e a abordagem terapêutica deve ser sensível às suas
necessidades.

Comentário sobre as outras opções:

A) Não se deve se aproximar do universo e da linguagem dos pacientes: A aproximação


e a compreensão do universo e da linguagem dos pacientes são importantes na
psicoterapia com esquizofrênicos.

C) O terapeuta não deve ser ativo nem monitorar a expressão do doente no encontro
terapêutico: A ativação do terapeuta e o monitoramento da expressão do paciente
podem ser importantes na psicoterapia com esquizofrênicos.
59

D) Não se deve sugerir temas, nem estimular a participação, evitando coordenar


ativamente a sessão: A sugestão de temas e o estímulo à participação podem ser
importantes na psicoterapia com esquizofrênicos, dependendo da abordagem
terapêutica.

E) Os pacientes esquizofrênicos geralmente têm condições de suportar altos níveis de


tensão, o que facilita a terapia: Os pacientes esquizofrênicos podem ter dificuldades
em lidar com altos níveis de tensão, e a terapia deve ser adaptada às suas necessidades
e capacidades individuais.

QUESTÃO 33

A Terapia Cognitivo-comportamental para o portador de Transtorno Bipolar contém


algumas particularidades, entre elas tem-se:

A) não se estimula o paciente a perguntar sobre seu transtorno, causas e


tratamento.

B) o TAB é transtorno crônico e o elemento educacional é pouco importante para


a cooperação do doente ser mais fácil.

C) os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos e são ensinadas


técnicas para que sejam melhor manejados.

D) o modelo cognitivo veda ao terapeuta ensinar a pessoa a identificar e a analisar


as mudanças cognitivas que ocorrem nas fases depressivas e maníacas.
60

E) para criar a aliança terapêutica e a participação do cliente no tratamento o


terapeuta deve se abster de compartilhar a filosofia ou base racional que está na base
do tratamento instituído.

A Terapia Cognitivo-comportamental para o portador de Transtorno Bipolar contém


algumas particularidades, entre elas tem-se:

C) Os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos e são ensinadas técnicas


para que sejam melhor manejados.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para


o Transtorno Bipolar, os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos, e
técnicas são ensinadas para que esses problemas sejam melhor manejados. A TCC
busca abordar não apenas os aspectos cognitivos, mas também os comportamentais e
as questões sociais relacionadas ao transtorno bipolar.

Comentário sobre as outras opções:

A) Não se estimula o paciente a perguntar sobre seu transtorno, causas e tratamento:


Isso não é uma característica da TCC, pois a educação e o esclarecimento sobre o
transtorno são importantes para o tratamento.

B) O TAB é transtorno crônico e o elemento educacional é pouco importante para a


cooperação do doente ser mais fácil: Pelo contrário, o elemento educacional é
importante para que o paciente compreenda seu transtorno e participe ativamente do
tratamento.

D) O modelo cognitivo veda ao terapeuta ensinar a pessoa a identificar e a analisar as


mudanças cognitivas que ocorrem nas fases depressivas e maníacas: A TCC visa a
61

ajudar o paciente a identificar e analisar as mudanças cognitivas que ocorrem durante


as fases depressivas e maníacas, para melhor compreensão e manejo.

E) Para criar a aliança terapêutica e a participação do cliente no tratamento, o


terapeuta deve se abster de compartilhar a filosofia ou base racional que está na base
do tratamento instituído: A aliança terapêutica é construída com base na compreensão
mútua, e é importante que o terapeuta explique a base racional do tratamento ao
paciente.

QUESTÃO 34

Considerando as características fundamentais que constituem uma psicoterapia de


grupo, assinale a alternativa correta.

A) jamais fomenta a expectativa de cura dos membros do grupo.

B) o fator esperança tem influência mais importante que a técnica no processo de


mudança.

C) a compreensão de si mesmo na terapia grupal possibilita a realização de maiores


níveis de insights sobre a gênese dos problemas e as motivações inconscientes que são
subjacentes ao comportamento de cada um.

D) o reconhecimento de experiências partilhadas e a expressão afetiva entre os


membros do grupo pode acirrar num sujeito que o compõe o sentimento de
isolamento.
62

E) membros do grupo, inconscientemente, identificam o terapeuta e outros


participantes do grupo com seus próprios pais e irmãos e isto deve ser evitado para a
TCC o paciente.

Considerando as características fundamentais que constituem uma psicoterapia de


grupo, assinale a alternativa correta.

B) O fator esperança tem influência mais importante que a técnica no processo de


mudança.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa B. Em uma psicoterapia de grupo, o fator esperança


e o apoio social entre os membros do grupo podem ter uma influência
significativamente importante no processo de mudança e recuperação. A conexão e o
suporte entre os participantes do grupo desempenham um papel fundamental no
processo terapêutico.

Comentário sobre as outras opções:

A) Jamais fomenta a expectativa de cura dos membros do grupo: Isso não é verdade,
pois a psicoterapia de grupo pode promover expectativas de melhora e recuperação.

C) A compreensão de si mesmo na terapia grupal possibilita a realização de maiores


níveis de insights sobre a gênese dos problemas e as motivações inconscientes que são
subjacentes ao comportamento de cada um: Essa afirmação é geralmente verdadeira
em relação à psicoterapia de grupo.

D) O reconhecimento de experiências compartilhadas e a expressão afetiva entre os


membros do grupo pode acirrar num sujeito que o compõe o sentimento de
isolamento: O reconhecimento de experiências compartilhadas e a expressão afetiva
63

geralmente promovem uma sensação de pertencimento e reduzem o sentimento de


isolamento.

E) Membros do grupo, inconscientemente, identificam o terapeuta e outros


participantes do grupo com seus próprios pais e irmãos e isto deve ser evitado para a
TCC o paciente: A identificação de membros do grupo com o terapeuta e outros
participantes é uma dinâmica comum em grupos terapêuticos e não precisa ser
evitada, mas pode ser explorada terapeuticamente.

QUESTÃO 35

No que diz respeito à psicoterapia breve pode-se afirmar que:

A) Freud sempre foi um ferrenho opositor desta modalidade de psicoterapia.

B) ela tem amplitude suficiente para permitir a retificação subjetiva do indivíduo.

C) ao longo do processo terapêutico observam-se resultados positivos nos


psicótico.

D) é ela uma psicoterapia do Id porque este é seu "locus" de trabalho e de


intervenção terapêutica.

E) ela tem objetivos limitados e propõe-se a modificar os sintomas apresentados


pelos pacientes no sentido de aliviá-los ou até mesmo suprimi-los.

No que diz respeito à psicoterapia breve pode-se afirmar que:


64

E) Ela tem objetivos limitados e propõe-se a modificar os sintomas apresentados pelos


pacientes no sentido de aliviá-los ou até mesmo suprimi-los.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa E. A psicoterapia breve tem objetivos limitados em


comparação com terapias mais longas, e seu foco está principalmente na modificação
dos sintomas apresentados pelos pacientes no sentido de aliviá-los ou suprimi-los de
forma mais rápida. É uma abordagem terapêutica que se concentra em questões
específicas e de curto prazo.

Comentário sobre as outras opções:

A) Freud sempre foi um ferrenho opositor desta modalidade de psicoterapia: Isso não
é verdade, pois Freud fez contribuições importantes para o desenvolvimento da
psicoterapia breve.

B) Ela tem amplitude suficiente para permitir a retificação subjetiva do indivíduo: A


psicoterapia breve geralmente não se concentra na retificação subjetiva profunda, mas
sim em questões mais limitadas e específicas.

C) Ao longo do processo terapêutico observam-se resultados positivos nos psicóticos:


A psicoterapia breve geralmente não é indicada para pacientes psicóticos, e os
resultados podem ser limitados nesses casos.

D) É ela uma psicoterapia do Id porque este é seu "locus" de trabalho e de intervenção


terapêutica: Isso não é uma característica que define a psicoterapia breve. Ela se
concentra em questões conscientes e específicas.
65

QUESTÃO 36

Em relação à psicoterapia interpessoal é correto afirmar que:

A) ela tem como fundamento rigoroso a teoria psicanalítica.

B) ela é empregada frequentemente no tratamento da esquizofrenia e da


depressão bipolar.

C) suas bases de referência são as teorias do apego, comunicação, social e


interpessoal.

D) o modelo clássico da terapia interpessoal é estruturado para ser realizado em


pelo menos vinte sessões.

E) nela, como regra geral, duas das quatro áreas-problemas são escolhidas pelo
paciente para o terapeuta operacionalizar o tratamento.

Em relação à psicoterapia interpessoal é correto afirmar que:

C) Suas bases de referência são as teorias do apego, comunicação, social e interpessoal.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa C. A psicoterapia interpessoal (TIP) é uma abordagem


que se baseia em teorias relacionadas ao apego, comunicação, relações sociais e
interpessoais. Essa terapia concentra-se nas questões e problemas interpessoais do
paciente.

Comentário sobre as outras opções:


66

A) Ela tem como fundamento rigoroso a teoria psicanalítica: A TIP não é estritamente
baseada na teoria psicanalítica; ela tem suas próprias bases teóricas.

B) Ela é empregada frequentemente no tratamento da esquizofrenia e da depressão


bipolar: A TIP não é uma abordagem típica para o tratamento dessas condições; outras
terapias, como a terapia cognitivo-comportamental e a terapia psicodinâmica, são
mais comuns.

D) O modelo clássico da terapia interpessoal é estruturado para ser realizado em pelo


menos vinte sessões: A duração da TIP pode variar, mas não há uma estrutura fixa que
exija pelo menos vinte sessões.

E) Nela, como regra geral, duas das quatro áreas-problemas são escolhidas pelo
paciente para o terapeuta operacionalizar o tratamento: Essa afirmação não reflete a
estrutura típica da TIP, que envolve a identificação de áreas-problemas específicas a
serem abordadas.

QUESTÃO 37

Assinale a alternativa que contém uma sequência correta de três modalidades


psicoterapêuticas preconizadas para o tratamento do transtorno bipolar.

A) Psicoeducação, terapia de casal / família, psicodrama.

B) Psicoeducação, psicoterapia transpessoal, terapia psicodinâmica.

C) Terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, psicodrama.

D) terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, terapia interpessoal.


67

E) psicoterapia interpessoal, psicoterapia transpessoal, psicoterapia de Casal /


Familia.

A sequência correta de três modalidades psicoterapêuticas preconizadas para o


tratamento do transtorno bipolar.

D) terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, terapia interpessoal.

Justificação:

A resposta correta é a alternativa D. O tratamento do transtorno bipolar pode envolver


várias modalidades de psicoterapia, e uma abordagem comum inclui a terapia
cognitivo-comportamental, a terapia psicodinâmica e a terapia interpessoal.

Comentário sobre as outras opções:

A) Psicoeducação, terapia de casal / família, psicodrama: Embora a psicoeducação seja


importante no tratamento do transtorno bipolar, as outras duas modalidades não são
tipicamente parte do tratamento principal.

B) Psicoeducação, psicoterapia transpessoal, terapia psicodinâmica: A psicoterapia


transpessoal não é uma abordagem típica para o tratamento do transtorno bipolar.

C) Terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, psicodrama: O


psicodrama não é uma abordagem típica para o tratamento do transtorno bipolar.

E) Psicoterapia interpessoal, psicoterapia transpessoal, psicoterapia de Casal / Família:


A psicoterapia transpessoal não é uma abordagem típica para o tratamento do
transtorno bipolar, e o termo "psicoterapia de Casal / Família" é um tanto amplo e não
especifica uma abordagem terapêutica específica.
68

QUESTÃO 38

Servidora pública aposentada, 56 anos, superior em direito, solteira, sem filhos busca
atendimento devido direcionamento de seu endocrinologista, o qual tem lhe
acompanhado em tratamento para quadro de obesidade mórbida, IMC 45,31. Durante
coleta de dados iniciais, fala sobre sua história, alegando que família italiana sempre
possui mesa farta, desta forma buscando justificar sua compulsividade alimentar.
Relata: “sempre que sinto desconforto, busco algo para mastigar”, nisto afirma que o
mastigar algo lhe reduz a sensação de ansiedade, a qual caracteriza como “sensação
de aperto e ausência de preenchimento no peito”. Informa também nunca ter sido
amamentada e que a alimentação ocorreu por mamadeira até cerca dos seis anos de
idade, quando iniciou atividade escolar; sendo geralmente o pai quem a preparava e a
fornecia. Mãe do lar e formada em música pela escola de belas artes. Seu pai servidor
público federal formado em direito. Diz que seu maior trauma de vida foi o falecimento
de seu pai enquanto a paciente ainda cursava a faculdade de direito. Nunca teve
namorado, tendo sua primeira relação sexual aos 40 anos de idade e que para isto
sentiu antes a necessidade de pedir permissão a seu pai. Primogênita de prole de cinco
filhos, que por ser a mais velha dos irmãos, auxiliava nos cuidados para com os menores
e afirma ter sido a única que nunca foi amamentada por sua mãe. Diz perceber que
necessita fazer algo por si.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

A) grupo.

B) Família.

C) psicanalítico.

D) comportamental dialética.
69

E) cognitivo-comportamental.

Com base nos dados apresentados o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

E) cognitivo-comportamental.

Justificação:

Com base nas informações fornecidas, o tratamento psicoterapêutico mais indicado


para a paciente é a terapia cognitivo-comportamental (TCC). A TCC é uma abordagem
eficaz no tratamento da compulsão alimentar e do transtorno alimentar relacionado à
obesidade. Ela se concentra em identificar e modificar padrões de pensamento
disfuncionais e comportamentos associados ao consumo excessivo de alimentos. Além
disso, a paciente relata questões emocionais, como ansiedade e sensação de aperto no
peito, que podem ser abordadas por meio da TCC.

Comentário sobre as outras opções:

A) Grupo: Embora a terapia em grupo possa ser benéfica em alguns casos, a TCC
individual é mais apropriada para abordar questões específicas relacionadas à
compulsão alimentar e à obesidade.

B) Família: Não parece haver indicação de terapia familiar com base nas informações
fornecidas sobre a paciente.

C) Psicanalítico: A abordagem psicanalítica não é a mais indicada para o tratamento da


compulsão alimentar e da obesidade, pois se concentra em questões mais profundas
e inconscientes.
70

D) Comportamental dialética: Essa abordagem é mais frequentemente associada ao


tratamento de transtorno de personalidade borderline e não é a mais indicada para os
problemas específicos da paciente relacionados à compulsão alimentar e à obesidade.

QUESTÃO 39

Paciente, 17 anos de idade, padrão social médio, inicia atendimento após


direcionamento judicial visto a mesma ter em seu histórico vários registros policiais
devido pequenos furtos a estabelecimentos comerciais. Após avaliação clínica não fora
identificado alterações funcionais ou estruturais encefálicas, laboratoriais, metabólitos
de substâncias de abuso, retardo mental ou outra condição de base orgânica que
justificasse a alteração de conduta. Durante a coleta de histórico clínico, tem-se o
relato pelos pais de bom rendimento escolar e ausência de histórico familiar de
contravenção. Sua mãe, professora universitária relata que foi pouco presente durante
as fases de infância e adolescência, dedicando-se a carreira profissional; tendo-se
relato semelhante de seu pai gerente administrativo de conceituado estabelecimento
comercial. Na sequência do atendimento torna-se nítido a progressiva redução do
comprometimento dos genitores no histórico da paciente após conflitiva conjugal,
tendo como base acusações bilaterais de infidelidade; na época a paciente estaria com
sete anos de idade. A contenda permaneceu por vários anos, tendo como ápice o
divórcio dos pais após complicado trama judicial que se desenvolveu por cerca de cinco
anos. Desde a crise conjugal a paciente passou a coabitar incialmente com ambos os
pais, os quais relegaram gradativamente aos avós maternos a maioria dos cuidados
educacionais e afetivos.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:


71

A) grupo.

B) família.

C) psicodrama.

D) biofeedback.

E) cognitivo-comportamental.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais indicado é:

B) Família.

Justificação:

No caso descrito, a paciente está envolvida em um contexto familiar complicado, com


histórico de conflitos conjugais dos pais, separação e consequente reorganização da
estrutura familiar, incluindo a participação dos avós maternos na criação da paciente.
Esses fatores familiares podem ter contribuído para o desenvolvimento dos
comportamentos delinquentes da paciente.

A terapia familiar é uma abordagem adequada para lidar com questões familiares e
pode ajudar a paciente e sua família a entender e resolver os problemas subjacentes
que podem estar contribuindo para os comportamentos de delinquência. Além disso,
a terapia familiar pode promover uma comunicação mais saudável e melhorar o
funcionamento geral da família.

Comentário sobre as outras opções:

A) Grupo: Não parece haver indicação para terapia em grupo com base nas
informações fornecidas.
72

C) Psicodrama: O psicodrama pode ser uma abordagem útil, mas a terapia familiar
parece ser mais indicada, dada a ênfase nos problemas familiares.

D) Biofeedback: O biofeedback não é a abordagem mais indicada para lidar com os


problemas descritos no caso.

E) Cognitivo-comportamental: Embora a terapia cognitivo-comportamental possa ser


útil em alguns casos, a terapia familiar parece ser mais apropriada para este caso
devido à ênfase nos fatores familiares.

QUESTÃO 40

Jovem de 25 anos, masculino, auxiliar administrativo, estudante no quinto semestre da


faculdade de administração. Busca atendimento clínico devido a queixas de intenso
mal estar caracterizado por sensação de paralisia dos MMII, batimentos cardíacos
acelerados, ideias supervalorizadas catastróficas envolvendo ambientes confinados,
principalmente elevadores, quando também tem a sensação de forte temor inominado
que invade seus pensamentos, sudorese profusa e vertigens. Após detalhada
investigação clínica, onde os achados laboratoriais, cardiológicos e de imagem se
encontram dentro dos limites da normalidade, é direcionado para atendimento por
psiquiatra. Durante a fase inicial de investigação, evidencia-se vivência traumática aos
seus sete anos de idade onde em visita periódica ao dentista, ficou confinado no
ambiente do elevador em total escuridão por cerca de três horas devido à pane
elétrica. No evento estava na companhia de sua tia materna de vinte anos de idade,
que, segundo seu relato, também passou mal. Foi indicado uso de escitalopram na
dose de 5 (cinco) mg ao dia e acrescido até o total de 20 (vinte) mg associado à
possibilidade de uso de alprazolam 1(um) mg em momentos de ansiedade intensa e
73

súbita. A resposta ao tratamento farmacológico foi favorável para a redução da


intensidade sintomática e melhoria da qualidade de vida, porém ainda persistiam os
pensamentos catastróficos supervalorizados, sensação de paralisia e pavor,
impedindo-o de efetuar uso de elevadores quando desacompanhado. Desta forma foi-
lhe indicado acompanhamento psicoterapêutico associado ao farmacológico.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais adequado a


ser indicado é:

A) apoio

B) família.

C) aversão.

D) psicanalítico.

E) cognitivo-comportamental.

Com base nos dados apresentados, o tratamento psicoterapêutico mais adequado a


ser indicado é:

E) Cognitivo-comportamental.

Justificação:

O paciente apresenta sintomas consistentes com transtorno de ansiedade,


especificamente o transtorno de pânico com agorafobia, desencadeado por eventos
traumáticos relacionados a ambientes confinados, como elevadores. A terapia
cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para o tratamento do
transtorno de pânico.
74

A TCC pode ajudar o paciente a identificar e modificar os pensamentos catastróficos


associados aos sintomas de ansiedade, bem como a desenvolver estratégias para
enfrentar gradualmente a situação temida (nesse caso, o uso de elevadores). Além
disso, a combinação de TCC com o tratamento farmacológico pode ser especialmente
eficaz no tratamento desse transtorno.

Comentário sobre as outras opções:

A) Apoio: O apoio é importante, mas uma abordagem mais específica, como a TCC, é
necessária para tratar o transtorno de pânico.

B) Família: Não parece haver indicação para terapia familiar com base nas informações
fornecidas.

C) Aversão: A terapia de aversão não é apropriada para tratar o transtorno de pânico


com agorafobia.

D) Psicanalítico: A abordagem psicanalítica não é a mais indicada para tratar


transtornos de ansiedade, como o transtorno de pânico. A TCC é a abordagem de
escolha para esse tipo de problema.
75

Prova teórico – pratica

QUESTÃO 01

Conceitue aliança terapêutica no processo psicoterapêutico psicanalítico.

Resposta: A aliança terapêutica no processo psicoterapêutico psicanalítico refere-se à


qualidade e natureza da relação estabelecida entre o paciente e o terapeuta. É uma
colaboração entre ambos que visa criar um ambiente seguro e confiável para explorar
questões emocionais e conflitos internos do paciente. A aliança terapêutica envolve
empatia, compreensão, confiança e respeito mútuo. Ela desempenha um papel crucial
na criação de um espaço onde o paciente pode expressar livremente seus
pensamentos, sentimentos e memórias, permitindo assim a exploração dos aspectos
mais profundos do inconsciente.

QUESTÃO 02

Conceitue transferência e contratransferência no processo psicoterapêutico


psicanalítico.

Resposta: A transferência e a contratransferência são conceitos fundamentais no


processo psicoterapêutico psicanalítico:
76

Transferência: Refere-se à transferência, para o terapeuta, de emoções, sentimentos e


padrões de relacionamento que originalmente pertencem a figuras significativas do
passado do paciente, como pais ou figuras de autoridade. Isso ocorre porque o
terapeuta frequentemente se torna um "objeto de transferência" que evoca esses
sentimentos do paciente. A transferência pode ser positiva (amorosa, idealizadora) ou
negativa (hostil, crítica), e é usada como uma ferramenta para explorar os padrões
emocionais do paciente.

Contratransferência: Refere-se aos sentimentos e reações emocionais do terapeuta em


relação ao paciente. Essas reações podem ser influenciadas por experiências pessoais
não resolvidas do terapeuta e podem afetar a maneira como ele se relaciona com o
paciente. A contratransferência deve ser monitorada e entendida para evitar que ela
interfira na relação terapêutica e no tratamento do paciente.

QUESTÃO 03

Cite cinco contraindicações para o estabelecimento do tratamento


psicoterapêutico psicanalítico

Resposta: Cinco contraindicações para o estabelecimento do tratamento


psicoterapêutico psicanalítico incluem:

Psicose ativa: Pacientes que estão em um estado de psicose intensa podem ter
dificuldade em estabelecer uma relação de trabalho colaborativa e exploratória
77

necessária na psicoterapia psicanalítica, dificultando o engajamento de maneira


produtiva em uma terapia que depende da comunicação e da colaboração

Baixo funcionamento egóico: Pacientes com um ego gravemente comprometido


podem ter dificuldade em lidar com as complexidades das interpretações e insights do
processo psicanalítico.

Falta de motivação ou resistência intensa: A terapia psicanalítica é um processo que


exige comprometimento e consistência ao longo do tempo. Pacientes que não estão
dispostos a se envolver no processo ou que apresentam resistência excessiva podem
não se beneficiar adequadamente da abordagem psicanalítica.

Transtornos de personalidade antissocial ou narcisista grave: Pessoas com esses


transtornos podem ter dificuldade em estabelecer uma relação terapêutica genuína e
em se engajar em autoexploração. Pacientes com traços de personalidade antissocial
podem ter dificuldade em estabelecer a colaboração necessária e podem manipular ou
enganar o terapeuta.

Problemas orgânicos graves: Condições médicas graves que afetam o funcionamento


mental podem limitar a capacidade do paciente de se envolver efetivamente na
psicoterapia psicanalítica, prejudicando sua capacidade de engajar-se em sessões
regulares de terapia, podendo não ser candidatos ideais para a psicanálise.

Outras situações citadas para efeito de estudo:


78

Idade muito jovem: Crianças muito novas podem ter dificuldade em compreender os
conceitos complexos da terapia psicanalítica, especialmente em comparação com
abordagens terapêuticas mais adequadas para a idade, como a terapia de jogo.

Baixo nível de introspecção: Indivíduos que têm dificuldade em refletir sobre seus
próprios pensamentos, sentimentos e motivações podem ter dificuldade em se
beneficiar da abordagem exploratória da psicanálise.

Instabilidade emocional aguda: Indivíduos que estão passando por intensas oscilações
de humor ou crises emocionais podem não estar em uma posição adequada para o
processo de terapia psicanalítica.

Necessidade de intervenção imediata: Situações de risco de vida imediato, como


ideação suicida aguda, podem exigir intervenção mais direta e imediata do que a
abordagem exploratória da psicanálise.

Deficiência cognitiva grave: Pessoas com deficiências cognitivas significativas podem


ter dificuldade em entender e se envolver de maneira significativa nas dinâmicas
psicanalíticas.

Fobia terapêutica: Pacientes com fobia extrema de terapeutas, consultórios ou


tratamento psicológico em geral podem ter dificuldade em estabelecer uma relação de
trabalho eficaz na terapia psicanalítica.
79

Resistência intensa: Pacientes que apresentam uma resistência muito forte ao


processo terapêutico podem não conseguir se beneficiar adequadamente da
exploração profunda e das interpretações da psicanálise.

Limitações de tempo e recursos financeiros: A psicanálise requer um compromisso


significativo de tempo e recursos financeiros, o que pode ser uma barreira para
algumas pessoas.

Pacientes que buscam soluções rápidas: Indivíduos que têm expectativas de


resultados rápidos e práticos podem se frustrar com a abordagem mais exploratória e
de longo prazo da psicanálise.

Desconfiança extrema: Pacientes que têm uma desconfiança extrema em relação aos
terapeutas ou à terapia em geral podem ter dificuldade em estabelecer a relação
necessária para a psicanálise.

Questões de confidencialidade: Pacientes que têm preocupações extremas com a


confidencialidade ou que precisam compartilhar informações sensíveis que não podem
ser mantidas em sigilo podem não encontrar na psicanálise o ambiente terapêutico
mais apropriado.

Pacientes que preferem intervenções diretas: Algumas pessoas podem preferir


abordagens terapêuticas mais orientadas para a resolução de problemas do que a
exploração profunda da psicanálise.
80

Falta de suporte externo: Pacientes que não têm um sistema de suporte externo ou
que não têm a capacidade de discutir suas experiências terapêuticas podem ter
dificuldade em lidar com as emoções que emergem durante a terapia psicanalítica.

História de abuso ou trauma recente: Pessoas que estão lidando com trauma recente
ou abuso podem precisar de intervenções mais focadas e diretas antes de poderem se
envolver efetivamente em uma terapia psicanalítica.

Falta de habilidades de comunicação verbal: Indivíduos que têm dificuldade em se


expressar verbalmente podem não conseguir se beneficiar plenamente da natureza
verbal da terapia psicanalítica.

Culturas ou valores que não se alinham com a abordagem: Pacientes de culturas ou


valores que não valorizam a exploração profunda dos sentimentos e desejos pessoais
podem não se sentir confortáveis com a psicanálise.

História de múltiplos fracassos terapêuticos: Pessoas que já tentaram e não se


beneficiaram de várias outras abordagens terapêuticas podem não encontrar sucesso
na psicanálise.

Necessidade de intervenções mais focadas: Algumas questões podem requerer


intervenções terapêuticas mais diretas e focadas, em vez da exploração profunda da
psicanálise.
81

Falta de interesse na exploração interna: Pacientes que não têm interesse em explorar
seus sentimentos, pensamentos inconscientes e motivações internas podem não se
beneficiar da abordagem psicanalítica, que se baseia na autoexploração profunda.

Falta de disposição para enfrentar desconforto emocional: A psicanálise pode


envolver a ressurgência de emoções dolorosas ou desconfortáveis. Pacientes que não
estão dispostos a enfrentar e lidar com esses sentimentos podem não ser adequados
para essa abordagem.

Expectativas irreais sobre a terapia: Pacientes que têm expectativas muito rígidas ou
irrealistas sobre a terapia psicanalítica, como acreditar que ela fornecerá soluções
rápidas e simples, podem ficar insatisfeitos com o processo.

Dificuldade de reflexão ou introspecção: Indivíduos que têm dificuldade em refletir


sobre seus próprios pensamentos e emoções, ou que resistem à autoanálise, podem
não se engajar efetivamente na terapia psicanalítica.

Problemas de adesão ao tratamento: Pacientes que têm dificuldade em seguir um


cronograma regular de sessões ou que tendem a perder muitas sessões podem não se
beneficiar da abordagem intensiva da psicanálise.

Necessidade imediata de intervenção: Se um paciente está passando por uma crise


aguda ou precisa de intervenção imediata para lidar com problemas de vida imediatos,
a psicanálise pode não ser a abordagem mais apropriada, uma vez que é um processo
mais longo e introspectivo.
82

Lembre-se de que cada caso é único, e as contraindicações podem variar dependendo


da situação e das necessidades individuais do paciente. Sempre é aconselhável fazer
uma avaliação completa antes de determinar a abordagem terapêutica mais adequada.

QUESTÃO 04

Com base na psicoterapia cognitivo- comportamental, conceitue:

a) Crenças centrais ou nucleares.

Resposta: Crenças centrais ou nucleares: São crenças profundamente arraigadas e


duradouras que uma pessoa mantém sobre si mesma, os outros e o mundo. Elas são
formadas ao longo do tempo a partir de experiências de vida e podem influenciar a
percepção, emoções e comportamentos. Exemplo: "Eu sou incompetente e não sou
bom o suficiente para nada."

b) Crenças intermediárias ou pressupostos.

Resposta: Crenças intermediárias ou pressupostos: São crenças que conectam as


crenças centrais às situações específicas. Elas atuam como lentes pelas quais o
indivíduo interpreta eventos. Exemplo: "Se eu não tiver sucesso em tudo o que faço,
as pessoas vão me rejeitar."
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c) Pensamentos automáticos.

Resposta: Pensamentos automáticos: São pensamentos rápidos, involuntários e


frequentemente negativos que surgem em resposta a situações ou eventos. Eles são
influenciados pelas crenças centrais e intermediárias e podem desencadear emoções
intensas. Exemplo: "Eu falhei nisso novamente. Sou um fracasso total."

A terapia cognitivo-comportamental trabalha para identificar e desafiar essas crenças


e pensamentos disfuncionais, buscando substituí-los por padrões mais realistas e
saudáveis de pensamento.

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