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FACULDADE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA
CASOS CLÍNICOS

PROF: Ms. Roberta S. Pagno Paim DATA: 12/ 06 / 2023

Alunos (As): Kimberly Lima e Luísa Almeida

Instruções:
 Estes “Casos Clínicos” referem-se às aulas sobre Farmacologia do Sistema Nervoso Central
(Antidepressivos, Hipnóticos/Sedativos, Ansiolíticos e Antipsicóticos).

 Este trabalho tem peso 2,0 e a nota será inserida na nota do Segundo Bimestre. Cada questão tem
peso 0,25.

 Deverá ser postado no Portal até o dia 12/06.


 Leia atentamente às questões.
 As questões poderão ser respondidas em até 3 alunos.
 Nas questões dissertativas cuidar com o plágio (respostas copiadas do "Google" ou cópia de
algum colega). Caso ocorra alguma situação similar, as questões serão zeradas. Responder as
perguntas com as suas palavras.

 Boa leitura e Bom estudo!!!

CASO CLÍNICO 1
Identificação: C.A.P., 25 anos, masculino, branco, solteiro, sem profissão, procedente de Guaíba. História
clínica: O paciente foi trazido ao hospital por estar agressivo, quebrar objetos em casa e tentar bater em
seu pai. Durante a entrevista, teve que ser contido devido à franca agressividade. O médico decidiu por
imediata sedação, utilizando diazepam, sem, no entanto, obter efeito. Substituiu o medicamento por
clorpromazina injetável e solicitou a internação do paciente.

A história pregressa colhida com os familiares revelou ter sido criado por um casal de tios idosos, pois a
mãe morrera no parto. Seu relacionamento com o pai, que o visitava às vezes, era muito problemático.
Tivera um aproveitamento escolar razoável, mas sempre se mostrara estranho, pois não tinha amigos e
preferia ficar sozinho. Após terminar o curso secundário, não quisera mais estudar nem trabalhar. Seis
meses antes da baixa, começara a dizer que ouvia vozes. Numa noite, acordara aos gritos e risadas, sem
que ninguém soubesse o motivo. Nos dias anteriores à internação, tivera visões. Progressivamente, ficara
agressivo, até o episódio do momento da internação.
Evolução hospitalar: No segundo dia, o paciente apresentava a face sem qualquer expressão, com o olhar
fixo, alheio ao que o rodeava; mostrou resistência somente para a troca de suas roupas, balbuciava coisas
desconexas. Frente a esse quadro, estabeleceu-se a hipótese de esquizofrenia. Para o tratamento,
indicaram-se clorpromazina oral e psicoterapia.

Com base no histórico acima, responda:


a) Justifique a indicação de clorpromazina neste paciente. Aponte seus potenciais efeitos adversos e
explique. Paciente estava em um surto psicótico, a clorpromazina reverte as manifestações psicóticas,
bloqueando dopamina, muscarínicos, histamínicos (h1) e serotonina. Os seus efeitos adversos podem
ser ganho de peso, sonolência, sedação, hipotensão, boca seca, síndrome extrapiramidal e distonias
agudas no caso deste paciente, mantinha o olhar fixo, mas com o tempo a tendência é diminuir esse
efeito adverso, se torna reversível quando é suspenso do tratamento.

b) Aponte os antipsicóticos alternativos para o caso, comparando-os à clorpromazina quanto à


eficácia e efeitos adversos. Os antipsicóticos alternativos podem ser Risperidona, Quetiapina e
Aripiprazol. Todos são antipsicóticos de segunda geração, são antagonistas da dopamina
seletivamente, onde ocorre menos efeitos colaterais e possuem uma maior adesão ao tratamento,
tendo assim uma maior eficácia. A incidência de síndrome extrapiramidal é menor com esses tipos de
antipsicóticos.

CASO CLÍNICO 2
Bárbara é uma mulher de 65 anos que trabalhou como recepcionista nos últimos 15 anos. Seu marido,
Donald, faleceu no ano anterior em decorrência de um ataque cardíaco súbito. Bárbara ficou devastada
pela perda do marido e imediatamente buscou apoio emocional no ministro de sua igreja. Ela participou
de sessões semanais de aconselhamento de grupo, bem como sessões individuais periódicas, durante
vários meses após a morte do marido. Apesar desses esforços, seus sentimentos de tristeza e perda
continuaram a piorar. Ela notou uma dificuldade contínua de ajustar-se à vida sem Donald e, às vezes, se
sentia desesperada e sem vontade de “seguir adiante”. Dada a gravidade dos sintomas, o pastor de
Bárbara a encaminhou para um psicólogo, Phil, para terapia individual. Na consulta de admissão, Bárbara
relatou os sentimentos de perda e tristeza. Bárbara e Phil estabeleceram uma aliança terapêutica forte e
completaram nove sessões semanais. Apesar de perceber alguma melhora, ela continuava a apresentar
sentimentos de tristeza e anedonia, bem como dificuldade para dormir. Às vezes, também deixava de
tomar seus medicamentos para hipertensão e diabetes. Dada a sua sintomatologia contínua, bem como
suas comorbidades médicas, Phil a encaminhou para uma consulta com o Dr. Pritchard e os dois
discutiram o caso e os sintomas persistentes da paciente. Juntos, concordaram que a introdução de um
antidepressivo poderia ser útil, e o Dr. Pritchard sugeriu isso a Bárbara na primeira consulta. Ela concordou
com o plano e iniciou citalopram uma vez ao dia, que foi titulado para uma dose terapêutica de 40mg/dia
durante várias semanas. Após dois meses, ela relatou uma melhora significativa em seu humor, no
interesse por seu ambiente e no padrão de sono. Tornouse mais envolvida em atividades sociais,
frequentando grupos de costura semanais em sua igreja, bem como se inscrevendo em um curso de
cerâmica em um centro comunitário local. Ela completou um curso de 16 sessões de psicoterapia e
continua a fazer uso do citalopram, com um plano de acompanhamento com o Dr. Pritchard novamente
em dois meses.

Responda:

a) Qual é o mecanismo proposto para explicar a ação do citalopram em pacientes que com
diagnóstico de depressão? Por qual via o citalopram deve ser administrado? Explique. O principal
mecanismo de ação do Citalopram é a inibição da receptação de serotonina em neurônios pré-
simpaticos, onde é desprovido de efeito sedativo. Sua via de administração é a via oral.

b) Quais são os potenciais efeitos adversos do seu emprego? Náuseas, ansiedade, insônia, disfunção
sexual, sonolência.

c) Quando um paciente inicia terapia antidepressiva, por que é importante explicar que não pode
haver alívio da depressão por algumas semanas? Pois o medicamento pode demorar até 15 dias
para iniciar o seu efeito, antes disso, pode ocorrer um aumento dos sintomas e não ter alívio dos
mesmos, até que o medicamento faça realmente o efeito no organismo.

CASO CLÍNICO 3
Fabiana, 45 anos de idade, casada, 2 filhos, procura um psicólogo em razão de sintomas que a acometem
há cerca de 10 anos. No contato inicial, descreve sua situação familiar atual como de muito sofrimento,
pois ninguém a entende nem a ajuda a resolver seus problemas, inclusive seu marido, que, segundo ela,
já não lhe dá muita atenção. Recusa-se a alimentar-se normalmente “por não sentir fome” e revela que
os familiares tentam motivá-la, sem muito sucesso. Reporta a perda do pai precocemente, aos 12 anos de
idade, e da mãe, há dois anos. Sempre foi tratada com muito mimo pela família nuclear (pai, mãe e
irmãos), pois era a única filha. Culpa-se por não ter podido cuidar da mãe doente, já que também se sentia
enferma. Na juventude, era muito alegre, gostava de sair, de dançar e de beber com os amigos. Após o
nascimento do segundo filho, cuja gravidez, inicialmente, não aceitou, tendo, inclusive, fantasias de
aborto, começou a sentir tonturas, que pioraram com o tempo. Passou, então, a apresentar taquicardia,
dores no peito, respiração ofegante, tremores, transpiração excessiva e medo de morrer e de ficar louca.
Começou a ficar mais em casa e a não sair sozinha, com medo de ter alguma crise na rua. Descuidou-se
dos seus afazeres e distanciou-se das pessoas. É excessivamente apegada ao segundo filho e não admite
a hipótese de que ele, algum dia, fique longe dela.

Frente ao caso, sugere-se para o tratamento desta paciente psicanálise e, se necessário, tratamento com
um fármaco da classe dos benzodiazepínicos. Com base nisso, responda:

a) Descreva o mecanismo de ação dos benzodiazepínicos. Cite exemplos de fármacos


benzodiazepínicos. Os benzodiazepínicos dificultam a excitação e a transmissão de sinais de neurônios
que contém o receptor GABA. Exemplos de Benzodiazepínicos são: Clonazepam, Diazepam,
Bromazepam, Alprazolam e Midazolam.

b) Qual a justificativa para a prescrição desta classe de fármacos nesta paciente? Assinale os
potenciais riscos do tratamento proposto e as recomendações que devem ser feitas à paciente para
minimizá-los. Pois a paciente apresentava diversos sintomas de ansiedade, onde os benzodiazepínicos
funcionam como um “tranquilizante.” Suas reações adversas podem ser sonolência, diminuição das
habilidades motoras, amnésia, tolerância, síndrome de abstinência, devemos orientar a paciente que
enquanto fizer o tratamento com este medicamento, não deve-se fazer uso de bebidas alcoólicas, não
dirigir após o uso, não levantar da cama sem auxílio.

c) O zolpidem pertence à classe dos hipnóticos mais recentes. Qual a vantagem deste fármaco em
relação aos benzodiazepínicos? Ele tem uma menor propenção a causar insônia rebote, produz ataxia,
incoordenação motora, e prejuízos de aprendizado e memória em menor grau que os
benzodiazepínicos.

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