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Paciente do sexo feminino com 47 anos. Hipertensa há 10 anos, epiléptica há 1 ano por
quadro de traumatismo craniano de repetição por violência familiar, utiliza fenobarbital,
fenitoína e hidroclorotiazida. Deu entrada no dia 27/03/2010 com quadro de bradipsiquismo,
lentificação do pensamento e queda do estado geral. Após avaliação detalhada, foi
constatada tentativa de suicídio por ingestão de múltiplas medicações, incluindo
fenobarbital, fenitoina e hidroclorotiazida, em torno de 100 comprimidos segundo informou.
No PS realizou lavagem gástrica, utilizou carvão ativado e alcalinização urinária, com bom
controle clínico. Dosagem sérica de fenobarbital evidenciou nível de 97 mg/dL (valor
superior de referência 40), que progrediu até níveis normais no dia 31/03/10. Exames
laboratoriais estáveis, ureia e creatinina normais e hemograma normal. Paciente foi avaliada
pela Psiquiatria sendo constatado quadro depressivo grave, sendo recomendada internação
até reavaliação do suporte familiar à paciente. Ela foi avaliada dia 31/03/2010 pela
Psiquiatria que citou risco de recorrência de tentativa baixo/moderado e autorizou alta
hospitalar com prescrição de sertralina 50mg/dia e fenitoína e encaminhamento para Centro
de Apoio Psicossocial (CAPS) de referência da paciente.
A epilepsia é uma condição na qual a pessoa tem uma propensão a ter convulsões com
frequência devido a um processo subjacente crônico, assim uma única convulsão ou
convulsões recorrentes, mas por consequência de situações evitáveis, não configura
epilepsia, também apresenta alterações no exame de eletroencefalograma. Já a convulsão
é uma ocorrência transitória de sinais ou sintomas devido a uma atividade neuronal anormal,
excessiva ou sincrônica. De acordo com a distribuição das descargas, essa atividade
cerebral anormal pode ter várias manifestações, que variam desde uma atividade motora
dramática até fenômenos sensoriais dificilmente discerníveis por um observador (Jameson,
2019).
Fenobarbital é um medicamento barbitúrico, utilizado na prevenção de convulsões, ele
potencializa a ação do GABA: aumenta o tempo de abertura dos canais para Cl–. Os
barbitúricos alteram as fases do sono e seu uso prolongado aumenta a inquietação durante
os últimos estágios do sono, produzindo ansiedade. O Fenobarbital, em específico, tem
efeitos nocivos como sedação, agressividade, sonolência, distúrbio cognitivo,
comprometimento da memória, melancolia, entre outros.
Fenitoína também é um anticonvulsivante e diminui a velocidade de recuperação dos canais
para Na +, é utilizado na prevenção de crises tônico-clônicas generalizadas e crises parciais
complexas. Seus efeitos colaterais são confusão, falta de coordenação dos movimentos
motores (ataxia), hirsutismo (aumento da quantidade de pelos), reações de
hipersensibilidade, interações medicamentosas, entre outros (FRANCO, KRIEGER, 2016).
A sertralina é um antidepressivo que inibe ¨seletivamente¨ a recaptação de serotonina
(ISRS). Alguns efeitos colaterais desse tipo de medicamento são disfunção sexual,
ansiedade, nervosismo, insônia, cefaleia, tremor, sonolência, fadiga, tontura, erupção
cutânea, problemas gastrointestinais, entre outros.
Análise do caso:
Referências: