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Psicofarmacologia

Dra. Caroline Dallalana

INTENSIVO de Psicofarmacologia
Aulas
1. Princípios da Psicofarmacologia
2. Antidepressivos
3. Antipsicóticos
4. Estabilizadores do Humor
5. Benzodiazepínicos e Drogas Z
6. Psicoestimulantes
7. Medicação para compulsão/adição

INTENSIVO de Psicofarmacologia
Objetivos
Familiarização com as classes dos fármacos e suas
indicações num contexto clínico...
Como são tratados os pacientes e porquê?
Quais os objetivos e limites do tratamento?
O que deve ser avaliado ao longo do tempo?
Como distinguir os efeitos colaterais?

Distinção dos casos graves e dos sintomas agudos


que demandam encaminhamento imediato ao
psiquiatra.

INTENSIVO de Psicofarmacologia
Sugestão de Literatura

INTENSIVO de Psicofarmacologia
Fonte:
Objetivos
Compreensão do tratamento psiquiátrico e sua
complementariedade à abordagem psicológica.
Reconhecer o que, quando e como comunicar.
A importância do psiquiatra estar ciente dos processos
e técnicas utilizadas pelo psicólogo (a exemplo da
dessensibilização).
Responsabilidade nas recomendações que
podem interferir nos efeitos das medicações: chás,
terapias hormonais, remédios "naturais".

INTENSIVO de Psicofarmacologia
Fonte:
Princípios da Psicofarmacologia
Definição: psicofarmacologia é o estudo dos psicotrópicos (substâncias
que atuam no Sistema Nervoso Central).
Alguns princípios básicos...
Avaliação Inicial: diagnóstico e exclusão de causas biológicas.
Sintomas-alvo: objetivos específicos (transdiagnóstico).
Interação com outras drogas.
Escolha do medicamento: comorbidades; custo; interações e efeitos
colaterais.
Noções de farmacocinética e farmacodinâmica.

INTENSIVO de Psicofarmacologia
A Escolha da Medicação
1. O que estou tratando? Sinais e sintomas x diagnóstico.
2. Quem é o meu paciente? Comorbidades etc.
3. Qual o meu conhecimento em relação ao fármaco?
4. Quais possíveis interações medicamentosas?
5. Medicação estudada: segura e superior ao placebo?
(Avaliar ensaios clínicos, amostra adequada, estudo bem
delineado etc.)

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Neurônios
Células eletricamente excitáveis que se
comunicam através das sinapses.
Possuem 3 regiões básicas.
1. Corpo celular: contém o núcleo e o citoplasma.
Produz os neurotransmissores, recebe e integra as
informações.
2. Axônio: fibra nervosa única, responsável por
propagar o impulso nervoso.
3. Dendritos: numerosos prolongamentos do corpo
celular por onde o neurônio recebe as
informações.

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Sinapse
Definição: é uma conexão funcional onde uma parte do neurônio
interage e se comunica com outro neurônio ou tipo celular.
Elementos da Sinapse
Neurônio Pré-Sináptico
Vesículas Sinápticas
Bombas de Recaptação
Enzimas Degradadoras

Fenda Sináptica
Neurotransmissores

Neurônio Pós-Sináptico
Receptores

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Neurotransmissão

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Neurotransmissores
Definição: substâncias químicas produzidas pelos neurônios e que
são usadas para transmitir informações entre eles. "Mensageiros
químicos"
Principais para a psicofarmacologia...
Serotonina
Noradrenalina
Dopamina

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Hipóteses de Bases Patológicas
dos Transtornos Mentais
Teoria Monoamnérgica (mais aceita).
A causa dos transtornos mentais é um desbalanço na quantidade
ou função das monoaminas (neurotransmissores):
• serotonina (5-HT),
• noradrenalina,
• dopamina.
Teoria Neurotrófica (mais recente).
Alterações relacionadas ao estresse diminuem os níveis de BDNF
(Fator Neurotrófico), corroborando para o desenvolvimento do
transtorno.
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Mecanismos de Ação
Os psicofármacos agem modulando a quantidade ou função das
monoaminas, através dos mecanismos...

Aumento de neurotransmissores na fenda sináptica (local onde


os neurotransmissores podem produzir seus efeitos).

Diminuição de neurotransmissores na fenda sináptica.

Alteração da sensibilidade dos receptores sinápticos.

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Ação Farmacológica
Farmacocinética Farmacodinâmica

Metabolismo da droga no Efeito da droga no corpo


corpo (o que o organismo (o que o fármaco faz com
faz com o fármaco). o organismo).

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Farmacocinética
Absorção
(Oral, intramuscular, intranasal, endovenosa, orodispersivel etc.)
Distribuição
(Potência - penetração nos tecidos.)
Biodisponibilidade
(Comparação com outras drogas.)
Metabolização
(Biotransformação - enzimas hepáticas.)
Excreção
Meia-vida e efeito de descontinuação
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Farmacocinética
Sítio molecular de ação
Agonistas: produzem a mesma resposta do ligante endógeno.
Antagonistas: bloqueiam o receptor e evitam o efeito ("chaves falsas").
Transportadores
Curva dose-resposta (gráfico)
Índice terapêutico = margem de segurança = janela terapêutica
(Distância entre a dose efetiva e a dose tóxica - quanto maior, mais seguro.)
Tolerância
Dependência
Abstinência
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Tratamento
Diagnóstico

Iniciar o tratamento
Psicoterapia Fisiopatologia

Avaliar resposta

Continuar Aumentar Modificar

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Condutas Indispensáveis
Explicar o porquê da introdução do medicamento.
Explicar o tempo de uso, possíveis efeitos colaterais na introdução
e efeitos esperados de resposta.
Solicitar os exames necessários.
Comunicar familiares, quando necessário .
Checar o uso atual ou prévio de outras medicações e
comorbidades clínicas.
Aliança psicólogo + psiquiatra: qual o objetivo com esse paciente?
Como avaliar a resposta ao fármaco e psicoeducação?

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Efeitos Colaterais
Quais os efeitos colaterais na introdução da medicação?

Quais são os efeitos colaterais esperados para essa medicação


(comunicar ao paciente)?

Quais os efeitos raros?

Quais efeitos colaterais graves que precisamos tomar cuidado?

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Principais Efeitos Colaterais
Disfunção sexual
Alterações no peso e apetite
Sedação
Sudorese
Náuseas
Constipação
Cefaléia

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Disfunção Sexual (3 fases)
Redução na libido.
Comprometimento da ejaculação e ereção.
Dificuldades com o orgasmo
Qual a conduta?
Substituir o fármaco?
Adicionar outro?
Investigar outras causas?

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Fonte:
Ganho de Peso
Retenção hídrica.
Redução da atividade física.
Erro alimentar.
Aumento do apetite.
Alteração do metabolismo.

Receptores histamínicos, 5HT2c e 5HT3.

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Efeitos colaterais pouco comuns,
porém graves...
Aumento do intervalo QT (alteração no eletrocardiograma).
Hiponatremia (sódio baixo).
Inibição da agregação plaquetária.
- ATENÇÃO para anti-inflamatórios sangramentos.
Agranulocitose (Clozapina) .
- Exames semanais por 24 semanas.

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Como prever interações
medicamentosas?
Psicofármacos com combinação favorável.
Ex.: antidepressivos com ações diferentes.
Psicofármacos com combinação desfavorável (um diminui o nível
sérico do outro; ação parecida).
Uso com outros fármacos (antibióticos, digitálicos).
Uso com chás, fórmulas “naturais”, hormônios, anti-inflamatório,
corticoide, anticoncepcional oral.

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Caso 1
Jim, 24 anos, sexo masculino, com história de 3 anos de
Transtorno Bipolar. Apresentava-se estável, até que interrompeu,
por conta própria, a medicação (estabilizador de humor) há 3
semanas, alegando lentificação psicomotora. Relata que está há
48 horas sem dormir e compareceu ao consultório com
aparência desleixada, pressão de fala, grandiosidade e ideação
paranoide. Quais os pontos temporais para avaliação?

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Em primeiro lugar, Jim precisa dormir, diminuir a agitação
e não representar perigo para si ou para terceiros.
Normalmente, benzodiazepínicos e antipsicóticos
indicados.
seriam Como a privação de sono, pode-se desencadear episódios de
mania; portanto, a prioridade é reverter esse quadro.

A primeira avaliação do efeito da medicação deve ser feita logo após a sua
admissão na emergência. A próxima importante reavaliação deverá
ocorrer nos dias seguintes até 1 ou 2 semanas, para assegurar a
estabilização do humor. Por último, estabilizado o paciente, deverá ser
avaliada a tolerabilidade a longo-termo do tratamento, para garantir
maiores chances de adesão ao tratamento.

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Caso 2
Sue, 42 anos, apresenta seu segundo episódio de Depressão
Maior. Ela nunca fez uso de antidepressivos, mas agora está
disposta a tentar o tratamento medicamentoso. Quando ela
deverá passar por uma reavaliação?

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A reavaliação deverá ocorrer nos primeiros dias - até 1 semana após o
início do tratamento, para controle dos efeitos colaterais. Após 3 a 4
semanas, já se espera melhora do humor. No entanto, na ausência
de melhora, pode-se considerar modificação da droga após 4 a 5
semanas. A aliança entre o psicólogo nesse caso é fundamental para
o seguimento do caso, psicoeducação em relação ao transtorno,
sobre a medicação e a avaliação de situações iminentes de risco.
Escalas para mensuração de sintomas podem ser aplicadas.

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Conclusão
Tratamento individualizado para cada
paciente, avaliando o número de episódios e
sintomas vigentes.
Protocolo transdiagnóstico.
O alvo terapêutico é sempre o retorno da
funcionalidade.
Durante o tratamento é indispensável as
reavaliações para ajustes, associações ou
substituições do psicoterápico.

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