Você está na página 1de 25

D i s c i p l i n a : Fa r m a co l o g i a & Tox i co l o g i a

D o c e nte re s p o n s áve l : R a i a ny A l m e i d a
UNIDADE 3 – Toxicologia Social, de Medicamentos e
Ocupacional
UNIDADE 3 – Toxicologia Social, de Medicamentos e
Ocupacional
TÓPICO 1
Toxicologia Social
Toxicologia Social
Área da toxicologia que avalia os efeitos relacionados ao uso não
medicamentoso e nem terapêutico de fármacos ou drogas capazes de
ocasionar prejuízos não somente ao indivíduo, como também à sociedade.

Drogas
“as substâncias ou produtos capazes de causar dependência,
assim especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União”
(Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006).

Lícitas Ilícitas

Depressoras do sistemas nervoso central


Estimulantes do sistema nervoso central
Perturbadoras do sistema nervoso central (alucinógenas)
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3319241/mod_resource/content/1/Farmacologia%20da%20dependencia%20e%20abuso%20%20de%20drogas.pdf
Sistemas de Recompensa Cerebral

• O termo reforço, bastante usado na área de Neurobiologia, refere-se


a um estímulo que fará com que um determinado comportamento
ou resposta se repita normalmente devido ao prazer que causa
(reforço positivo) ou ao desprazer e desconforto que é aliviado por
meio desse comportamento (reforço negativo).

• Quando você come uma comida deliciosa como um bombom de chocolate,


mesmo sem estar com fome, o alimento é um reforço positivo;
• Quando você come uma comida de que não gosta, somente porque está
com muita fome e aquela é a única comida disponível, a comida é um
reforço negativo, porque alivia uma sensação ruim, de desconforto – a fome.
Sistemas de Recompensa Cerebral
Opioides
Classe: Depressores do SNC.
Exemplos: Morfina, Heroína e Codeína.
Mecanismo de ação: Interação com receptores opioides (µ, κ e/ou σ).
Abuso: Alterações de humor, confusão mental, diminuição da
motilidade intestinal, diminuição de tosse e sonolência. Podem
causar severas depressões respiratórias, cardíacas, coma e morte.
Cocaína/Crack
Classe: Estimulante do SNC.
Exemplos: Cocaína, crack e merla.
Mecanismo de ação: Inibição da recaptação da dopamina, serotonina
e noradrenalina.
Abuso: Aneurismas, infarto, epistaxe, perfuração do septo nasal.
Anfetaminas
Classe: Estimulante do SNC (MDMA pode ser alucinógena).
Exemplos: MDMA, Anorexígenos, Metanfetamina.
Mecanismo de ação: liberação direta dos neurotransmissores
monoaminérgicos (DA, 5-HT e NA) na fenda sináptica, além de
promover a inibição da recaptação destes.
Abuso: hipertermia, hiperreflexia, disritmias cardíacas. Distúrbios
psíquicos (Psicose anfetamínica): paranoia, delírio de perseguição,
alucinações visuais, auditivas e olfativas.
LSD
Classe: Perturbador do SNC.
Exemplos: LSD.
Mecanismo de ação: alteração da neurotransmissão serotoninérgica
no SNC.
Abuso: Risco relacionado ao comportamento psicótico do usuário.
Cannabis
Classe: Perturbador do SNC.
Exemplos: Diferentes espécies (sativa, indica, ruderalis) e formas
(haxixe, inflorescência, óleo, etc.)
Mecanismo de ação: Interação com sistema canabinóide.
Abuso: taquicardia, xerostomia, hipotermia, tontura, retardo
psicomotor, alteração da acuidade auditiva, aumento da acuidade
visual, broncodilatação e aumento do apetite.
TÓPICO 2
Toxicologia de Medicamentos
Barbitúricos & Benzodiazepínicos
Assim como as drogas lícitas, determinados medicamentos estão “mais perto” da gente, alguns
não sujeitos ao controle de receita pela farmácia e farmacêutico, ou seja, são de venda livre e
outros que mesmo sujeitos ao controle de receita e prescrição médica podem ser “mais fáceis de
serem obtidos”.

Lembre-se da frase de Paracelso “A diferença entre o remédio e o veneno está na dose”.

Principais classes de medicamentos relacionados a intoxicação:

Depressores do SNC:
• Barbitúricos
• Benzodiazepínicos

Utilizados para diversas finalidades clinicas:


• Ansiolíticos;
• Anticonvulsivos;
• Hipnóticos;
• Pré-anestésicos.
Barbitúricos
• São eficazes, porém, apresentam margem terapêutica estreita.
• Comum estarem envolvidos em processos de intoxicação e/ou suicídio.
• Por este motivo, geralmente são substituídos por benzodiazepínicos.
• Possuem tempo de ação desde ultracurto até longa, baseada em suas características
farmacocinéticas.

Mecanismo de ação: ativação do receptor GABAA, que causa aumento de influxo de íons de Cl
promovendo a hiperpolarização neuronal e consequente depressão do sistema nervoso central.

Intoxicação: causa a morte por exacerbada depressão


cardiorrespiratória. Não apresenta antídoto específico - a
conduta é suporte
Benzodiazepínicos
• Amplamente utilizado ao redor do mundo;
• Utilizados com atividade ansiolítica, anticonvulsivante, relaxante muscular e com ação indutora de
sono (hipnótica);
• Substituíram os barbitúricos em função de serem considerados mais seguros e eficazes;
• Apresentam alto índice terapêutico.

Mecanismo de ação: ativação do receptor GABAA, que causa aumento de influxo de íons de Cl
promovendo a hiperpolarização neuronal e consequente depressão do sistema nervoso central. • Clonazepam (Rivotril);
• Diazepam (Valium);
• Estazolam (Noctal);
Intoxicação: causa a morte por exacerbada depressão • Flunitrazepam (Rohypnol);
• Flurazepam (Dalmadorm);
cardiorrespiratória. Antídoto – Flumazenil, antagonista GABAA • Bromazepam (Lexotan);
• Midazolam (Dormonid);
• Alprazolam (Frontal);
• Nitrazepam (Sonebon)

“o que diferencia BDZ de Barbitúricos e confere maior segurança aos benzodiazepínicos Triazolam (Halcion).

(margem terapêutica) é que, enquanto os barbitúricos agem promovendo o aumento do


TEMPO de abertura do canal GABA, os BDZs agem promovendo o aumento da FREQUÊNCIA
de abertura deste canal e, por este motivo, são mais seguros.”
TÓPICO 3
Toxicologia Ocupacional
Exposição a substância químicas
Uma das funções do toxicologista ocupacional é a prevenção de efeitos adversos à saúde dos
trabalhadores em decorrência de sua exposição ao seu ambiente de trabalho.
Exposição a substância químicas
Em virtude desta complexidade, é importante determinar os efeitos tóxicos existentes no ambiente
de trabalho e estes podem ser classificados em três classes:
• Efeitos determinísticos;
• Efeitos probabilísticos;
• Efeitos imunoalérgicos.

O principal foco da toxicologia ocupacional está na identificação de efeitos determinísticos, ou seja,


uma relação direta dose-resposta e manifestação dos efeitos.

Limites de Exposição Ocupacional


Empresas devem obedecer a determinados limites de exposição a agentes tóxicos:
• LEOs – Limites de Exposição Ocupacional
• Determinados por agencias regulatórias
• Respondem a critérios subjetivos, obedecendo relações político-sociais
• Podem ser modificados devido a uma série de fatores inerentes ao trabalhador, tais como
gênero, sexo, idade, jornada de trabalho, turnos e duração da jornada
Doenças Ocupacionais
Qualquer alteração biológica ou funcional (física ou mental) que ocorre em uma pessoa em
decorrência do trabalho.

Vias de exposição:
Dependem da ocupação do profissional;
Exemplo: profissionais da saúde estão mais propensos a doenças causadas por agentes biológicos.

Doenças e sistemas:
• tumores hepáticos;
• tumores no trato gastrointestinal;
• tumores no sistema imune;
• tumores no sistema hematopoiético;
• doenças cardiovasculares;
• doenças que afetam o sistema reprodutor;
• danos ao SNC.
Toxicologia Experimental
A realização de testes toxicológicos experimentais em animais é de extrema importância para a
estimativa do nível de exposição em que se pode determinar o risco como aceitável.

https://www.oecd-ilibrary.org/environment/oecd-guidelines-for-the-testing-of-chemicals_72d77764-en?_ga=2.223460958.457754205.1627646559-464377449.1627646559
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33836/2492465/Guia+para+a+Condu
%C3%A7%C3%A3o+de+Estudos+N%C3%A3o+Cl
%C3%ADnicos+de+Toxicologia+e+Seguran%C3%A7a+Farmacol%C3%B3gica+Necess
%C3%A1rios+ao+Desenvolvimento+de+Medicamentos+-+Vers%C3%A3o+2/
Toxicologia Experimental
A realização de testes toxicológicos experimentais em animais é de extrema importância para a
estimativa do nível de exposição em que se pode determinar o risco como aceitável.
“ Obrigado!

marcus.nascimento@uniasselvi.com.br

Você também pode gostar