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Toxicodinâmica

Aula 03 –
TOXICODINÂMICA
(Fase III da intoxicação)

Prof. Ana Carolina


Costa

Ananindeua – PA
2023
Roteiro da Aula

1 Fases da Intoxicação 3 Mecanismos da Ação Tóxica

Conceitos aplicados a Toxico


2 dinamica
4 Exercicios
Caso 3
Diferentemente de tudo isso é o caso de solventes, como o tolueno utilizado nas colas da indústria de calçados
e sapatarias em geral

Nesse caso, o tolueno por ser uma molécula pequena e altamente lipofílica. Que além de penetrar na pele ou
no sistema respiratório, vai ser absorvido, iniciando a fase toxicocinética e consequentemente à
toxicodinâmica, tendo como seu principal alvo o cérebro, ocasionando neurotoxicidade

• Pertubadores da
atividade do SNC:
modificam
atividade do cérebro
(distorcida)

• Alucinógenos e despersonalizantes;
Toxicodinâmica
O agente tóxico pode agir de uma forma geral sobre o organismo todo, em um
determinado tecido, sobre um órgão específico, ou isoladamente em uma célula ou uma
molécula.

Seu estudo também é importante por fornecer uma base racional para a interpretação toxicológica
(sinais e sintomas no organismo). E, obviamente, para estimar a possibilidade de um agente
químico causar um efeito nocivo.
Fases da Ação
Toxica 3
Toxicodinamica
Toxicodinâmica
Especificidade amplificacação

Como é Produzida
adaptação resposta integração

Transdução do
Sinal
CI F C
I I DAD
PE E
ES

COMUNICAÇÃO

AFIN IDADE: DEVIDO A


DISPOSICAO ESPACIALDOS
GRUPOS QUIM ICOS

FARM ACO X RECEPTOR


Toxicodinâmica

Afinidade:
Capacidade da
substancia se ligar no
sitio

Efeito: Atividade

Intrinseca
Agonista
Afinidade

Eficácia

Potencia

Atividade Intrinseca
Agonista
ü PROPRIEDADES DOS FÁRMACOS
Antagonista
Agonista
üPROPRIEDADES DOS FÁRMACOS
Antagonista

üAGONISTA: ligam-se aos receptores ativando-os. São aquelas que possuem


atividade intrínseca, produzindo os efeitos dos compostos endógenos ao interagir com
o receptor.

üANTAGONISTA: ligam-se aos receptores sem ativa-los. Agem por impedir que um
agonista se ligue ao receptor, ativando-o. Não possuem atividade intrínseca, mas
anulam ou reduzem o efeito de um agonista.
Agonista
üPROPRIEDADES DOS FÁRMACOS
Antagonista
Toxicodinâmica
DOSE LETAL 50 (DL50) Dose, obtida estatisticamente, em mg/kg, de uma determinada substância,
necessária para matar 50% de uma população de animais. Percebeu a unidade? Esta em mg/kg. O
que seria isto? Seria a massa da substancia (mg) para cada kg do animal ou ser vivo.

EX: etanol tem uma baixa CASO 1: Uma pessoa de 80kgà


toxicidade relativaà 10.000 mg/kg
para matar metade dos 10g-1kgà SE FOSSE UMA PESSOA
animais.à10g/kg 80KG?

precisaria de 800g de etanol puro


para ter a chance de bater as botas.

CASO 2: Para a nicotina a dose para


um indivÌduo de 80kg à

Nicotina 1mg/kgà80mg

80/1000=0,08g nicotina
1MG-------1 KG CAUSA EFEITO TOXICO
X------------------------ ------------ 80KG

X=80MG DE NICOTINA

80/1000=0,08g nicotina
• DOSE LETAL 50 (DL50) Dose, obtida
estatisticamente, em mg/kg, de uma
determinada substância, necessária
para matar 50% de uma população
de animais.

• Percebeu a unidade? Esta em


mg/kg. O que seria isto? Seria a
massa da substancia (mg) para cada
kg do animal ou ser vivo.
Toxicodinâmica
Toxicodinâmica

Quais os efeitos gerados após a


ligação?
Ansiolíticos e hipnóticos
BENZODIAZEPÍNICOS (BDZs)

• RECEPTORES GABAA
- BDZ1 (ou ômega 1) – existentes no SNC em áreas
responsáveis pela manutenção do ciclo sono-vigília e
sedação;

- BDZ 2 (ou ômega 2) – mais concentrados em


áreas do SNC responsáveis por cognição,
memória e funções psicomotoras;

- BDZ 3 – localizado fora do SNC,


relacionado principalmente ao relaxamento muscular.
Ansiolíticos e hipnóticos
BENZODIAZEPÍNICOS (BDZs)
• RECEPTORES GABAA
- BDZ1 (ou ômega 1) – existentes no SNC em áreas
responsáveis pela manutenção do ciclo sono-vigília e
sedação;
Ansiolíticos e hipnóticos

• Determinam graus variados de depressão do SNC:


- Sedação: sonolência, ↓ da ansiedade.
- Hipnose: semelhante ao sono fisiológico
-Anestesia geral: inconsciência e diminuição da sensibilidade à dor,
ausência da percepção aos estímulos externos.
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS FÁRMACOS HIPNÓTICOS

Reduzem a ansiedade Induzem o sono e graus variados de depressão


do SNC
Ansiolíticos e hipnóticos

BENZODIAZEPÍNICOS (BDZs)
• PRINCIPAIS FÁRMACOS
- Diazepam (Valium®)
- Lorazepam (Lorax®) ANSIOLÍTICOS
- Bromazepam (Lexotan®)
- Alprazolam (Frontal®)
- Flurazepam (Dalmadorm®)
- Nitrazepam (Sonebom® e Morgadon®) SEDATIVOS-HIPNÓTICOS
- Flunitrazepam* (Rohypnol®)
- Midazolam (Dormonid®) PRÉ-ANESTÉSICO e SEDAÇÃO
- Clonazepam (Rivotril®) ANTICONVULSIONANTE
- Triazolam (Halcion®)
- Cloxazolam (Olcadil®) OUTROS
Ansiolíticos e hipnóticos

• EFEITOS ADVERSOS
- Xerostomia;
- Sonolência, confusão mental e incoordenação motora;
- Amnésia anterógrada
- Acumulação
- Irregularidades menstruais

- Teratogenia – evitar em gestantes até 4º mês


-SUPERDOSAGEM ou interação com outro depressor do SNC: depressão cardiorrespiratória
seguida de hipotensão severa.

-Tolerância/ Dependência: alguns pacientes podem desenvolver aumento de doses e abuso


- Ansiedade e insônia rebotes: com a suspensão dos BDZs ocorre um retorno temporário dos
sintomas originais numa intensidade maior!!
S I N TR A CEL
RE
O

UL
PT

AR
SÃO RECEPTORES QUEREGULAM A
RECE

ES
TRAN SCRIÇÃO DEGEN ES.

São os receptores
que ligam as
substâncias e
fármacos
lipossolúveis

MEMORIA
FARM ACOLOGICA:
Quando trabalhamos com pacientes com doenças crônicas, principalmente dor
crônica ou neoplasias, ficamos acostumados a utilizar os opioides para o controle
dos sintomas, principalmente os analgésicos, ou ainda para edema agudo, tosse
ou diarreia. Em pacientes oncológicos, esse tipo de medicação é usada não
somente para o controle da dor, mas também para alívio de desconforto
respiratório. Porém, frequentemente ficamos de frente a situações de intoxicação
por essa medicação; e por vários motivos: superdosagem, insuficiência renal, etc.
Para entender os efeitos da intoxicação e como revertê-los, é importante
conhecer seu mecanismo de ação – os receptores opioides (mu, delta e kappa)
são estimulados por substâncias endógenas como a endorfina, o que propicia a
sensação de bem estar e analgesia; esses receptores são encontrados
praticamente por todo o corpo e possuem ações diferentes, por exemplo,
modulando resposta respiratória (receptores no tronco cerebral, com ação
associada de neurônios dopaminérgicos), contração pupilar, redução da
motilidade gastrintestinal, entre outros. Os receptores mu são os responsáveis
pela maioria dos efeitos clínicos conhecidos dos opioides.
Toxicodinâmica
Toxicodinâmica
Aumentam o efeito da
Acetilcolina (Ach), pois
inibem a enzima
responsável pela
degradação
acetilcolinesterase
A acetilcolinesterase (AChE)
é uma enzima cuja ação é
crucial na propagação do
impulso nervoso.

A AChE inativa a ação do


neurotransmissor acetilcolina
hidrolisando-o em acetato e
colina.

Caso haja uma droga que iniba a


acetilcolinesterase (AChE) , há aumento das
ações da Ach, provocando seu efeito tóxico.
Toxicodinâmica

A AChE é bloqueadaà
Aumento aos efeitos
colinergicos
Carbamatos e Organofosforados, inseticidas neuromusculares
pertencentes ao Grupo 1 (inibidores da acetilcolinesterase).

A maioria dos inseticidas mais eficientes atua no sistema nervoso dos insetos, sua
unidade central de controle; ou nos músculos, que traduzem os impulsos nervosos em
comportamento físico

A inibição da acetilcolinesterase por carbamatos e organofosforados impede a degradação das


moléculas de acetilcolina após a transmissão do sinal nervoso.

Como conseqüência, os neurônios pós-sinápticos permanecem estimulados, e o inseto é


levado à morte por hiper-excitação nervosa.
carbamatos e organofosforados, inseticidas neuromusculares
pertencentes ao Grupo 1 (inibidores da acetilcolinesterase).
Toxicodinâmica

A reação tipo
“dissulfiram” caracteriza-
se por desconforto
abdominal, rubor,
vômitos e cefaléia e
ocorre quando o paciente
ingere bebidas alcoólicas
durante o tratamento
com metronidazol;
embora seja incomum, o
paciente deve ser
orientado sobre este
efeito
Toxicodinâmica

O dissulfiram (DSF) é um inibidor irreversível e inespecífico da enzima


acetaldeído desidrogenase, que decompõe o álcool no estágio de
acetaldeído.

o que causa acúmulo de um derivado tóxico chamado acetaldeído. Essa


substância causa fortes náuseas, vômitos, e até convulsões. Ou seja, uma
tremenda intimidação para as pessoas que tentam ingerir álcool
A metemoglobinemia Se origina de uma hemoglobina não
funcional, que foi oxidada, mudando
sua configuração de ferro heme do
estado ferroso (Fe2+) para o férrico
(Fe3+).
Essa condição reduz o suprimento
de O2 para os tecidos, uma vez que os
hemes férricos da metemoglobina
não se ligam a esse composto,
resultando em cianose.
A metemoglobinemia
A metemoglobinemia
Azul de metileno antidoto

O principal responsável pela redução


endógena da MetHb, correspondendo a
99% da atividade redutora, é a NADH
metemoglobina redutase (NADH-MR) , um
sistema com duas enzimas, que são o
citocromo B5 e citocromo B5-redutase
(CB5R).

A NADH-MR transfere um elétron do


NADH para a MetHb, transformando-a em
hemoglobina reduzida (HHb)
•Cosméticos com retinóides e alfa hidroxiácidos
•Loções, soro, esfoliação com ácido salicílico
•Unguento à base de zinco
•Óleos essenciais de eucalipto e lavanda
•Analgésicos (ibuprofeno, aspirina, naproxeno, piroxicam, diclofenaco)
•Antibióticos do grupo das tetraciclinas, quinolonas, fluoroquinolona
•Medicamentos anti-histamínicos com base em prometazina, cetirizina, difenidramina
ou se a fotossensibilidade é mencionada na lista de efeitos secundários
•Muitos medicamentos à base de furosemida e hidroclorotiazida
•Medicamentos para aliviar a hipertensão à base de hidroclorotiazida ou diltiazem
•Medicamentos e suplementos dietéticos à base de hipéricos ou vitamina B3
•Alguns anticoncepcionais orais e recursos à base de estrógenos
•Fármacos para curar doenças cardíacas: amiodarona, nifedipina, quinidina, diltiazem
•Recursos antidiabéticos: derivados de sulfonilureas e glibenclamida
•Tratamentos para o cuidado da pele: isotretinoína, acitretina
•Medicamentos psicotrópicos: fenotiazina, antidepressivos tricíclicos e imipramina
EXERCÍCIO DE REVISÃO
1) Dentre as fases da intoxicação de agentes tóxicos qual (ais) a (s) fase (s) em
que os antídotos podem agir para inibir com efeito dos AT?

2) Descreva com suas palavras o que é a LD50 de uma substância?

3) Explique qual a diferença entre transporte de agentes tóxicos por difusão


simples, difusão facilitada e transporte ativo.

4) No processo de absorção de agentes tóxicos pela via alveolar, qual os fatores


que influenciam na absorção desses agentes?

5) Dado um periciando chegado a um centro de perícias científicas morto por


intoxicação por CO qual fator clínico primordial que está relacionado com a
toxicodinâmica do agente tóxico para fechamento desse caso.

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