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Editado em Barcelona, em 1981, tinha por título ‘El Nuevo rostro de la loucura”, seu
original em francês era bastante diferente “Les dix ans qui ont changé la folie”. O livro
contava a vida do autor como psiquiatra do Saint Anne e seu testemunho das
profundas modificações que a psiquiatria sofreu a parti da entrada da Clorpromazina
no seu arsenal terapêutico
Existem diversas doenças que cursam com psicose. Dentre elas, as principais são as do
espectro da esquizofrenia (Esquizofrenia, transtorno delirante persistente, transtorno
esquizoafetivo,transtorno psicótico breve e o transtorno de personalidade esquizotipico).
Os psicóticos podem ser utilizados para outras doenças que também cursam com psicose
mas não são do espectro, da esquizofrenia como: Mania psicótica,demências,psicose
induzida por substância, depressão psicótica).
Além disso, os antipsicóticos também podem ser utilizados para outras doenças que não
cursam como psicose como ansiedade refratária,TAB sem psicose e depressão resistente
ao tratamento, agressividade no transtorno do espectro autista. Isso se deve aos múltiplos
receptores que os antipsicóticos possuem ação no organismo, podendo ter efeito
estabilizador do humor, antidepressivo e hipnótico, dependendo do tipo do antipsicótico.
Via Tuberofundibular
Os receptores de dopamina D2 na via DA tuberoinfundibular também são bloqueados
pelosantipsicóticos convencionais, o que provoca elevação das concentrações plasmáticas
de prolactina,uma condição denominada hiperprolactinemia, que está associada a
amenorreia e anovulação, estando associada a infertilidade.
TIpos de antipsicóticos
Existem dois tipos de antipsicóticos: Convencionais ou de primeira geração e os de
segunda geração ou atípicos.
Apesar de alguns antipsicóticos de primeira geração ainda serem utilizados como o haldol e
a clorpromazina, o uso dos de segunda geração é imensa maioria hoje, e o foco do resumo
será principalmente nele.
Convencionais ou de 1 geração
Os antipsicóticos de primeira geração foram os primeiros a serem desenvolvidos, sendo a
carbamazepina o pioneiro. Apesar de possuírem boa resposta no antagonismo dos
receptores D2, esses antipsicóticos fazem sintomas extrapiramidais e pró lactomia, sendo
menos utilizados hoje na prática clínica.
Além do antagonismo D2, os antipsicóticos de primeira geração podem possuir efeito
antagonista de H1, anticolinérgico e alfa 1 dependendo do tipo de antipsicótico.
Os fármacos de primeira geração que possuem mais ação anticolinérgica são os que
possuem menos ação extra-piramidal e vice-versa. Nesses fármacos que não possuem
ação anticolinérgica forte, pode-se associar um anticolinérgico para reduzir os sintomas
extrapiramidais.
Sedativos,baixa potência em D2
São os fármacos com ação anticolinérgica,h1 e anti alfa 1 que contribuem com os efeitos
sedativos.
Os fármacos de alta potência de primeira geração não possuem grande afinidade pelos
receptores sedativos(alfa 1,h1 e M1).
O principal fármaco dessa classe ainda utilizado é o Haloperidol ( haldol) que pode ser
administrado injetável(1x mês) ou comprimido(diário).
As evidências apontam para fármacos com ação potente antagonista principalmente nos
receptores D2/5TH2A e ação agonistas parcial nos receptores 5HT1A. Além disso, não
devem bloquear os receptores muscarínicos,histamínicos e adrenérgicos para evitar
sintomas colaterais como sedação,constipação,distúrbios metabólicos como obesidade e
dislipidemia,hipotensão ortostática.Porém, hoje em dia, os fármacos(clozapina,olanzapina)
com melhor ação nesses receptores(D2/5HT2A e ação agonista em 5HT1A possuem
também alta afinidade pelos receptores muscarínicos, histamínicos e adrenérgico
Apesar de todo antipsicótico ter em comum a ação antagonista nos receptores D2, Cada
antipsicótico seja atípico ou de 1 geração, tem a sua particularidade.
Veremos cada um desses receptores separadamente junto aos fármacos que mais atuam
neles.
Receptores serotoninérgico
Possuem ação inibidora da liberação de dopamina no estriado. Por isso, ao inibir o 5HT2 os
antipsicóticos atípicos aumentam a liberação de dopamina no estriado, diminuindo os
sintomas extrapiramidais
O resultado dessa liberação de dopamina é que ela compete com antagonistas dos
receptores D2 no estriado, nos quais reduz a ligação aos receptores D2 para menos de
80% a mais de, provavelmente, 60%, uma diminuição suficiente para eliminar os sintomas
extrapiramidais (Figura 5.18B). Esta é a hipótese mais frequentemente apresentada para
explicar o mecanismo das propriedades clínicas mais importantes dos antipsicóticos
atípicos, isto é, redução dos sintomas extrapiramidais (SEP) com ações antipsicóticas
comparáveis.
Ação antidepressiva
Ação ansiolítica importante( visto que a fluoxetina que tem ação agonista tem ação
ansiogênica nesses mesmos receptores 5HT2C).
Ação antidepressiva
Ação metabólica
Pode fazer ganho de peso, e com efeito pode levar a síndrome metabólica, causando
diabetes,aumento de pressão e dislipidemia.
5HT6
Ação antidepressiva
É também possível, porém ainda não comprovado, que o antagonismo de 5HT7 contribua
para as ações antidepressivas conhecidas do aripiprazol, particularmente em combinação
com ISRS/ISRN e em associação a seu agonismo parcial de 5HT1A. Isso leva a especular
que a lurasidona, a azenapina, o brexpiprazol e outros antipsicóticos atípicos possam ter
um potencial antidepressivo no transtorno depressivo maior unipolar, particularmente em
combinação com ISRS/IRSN.
Vários Antipsicóticos “pina” e “dona” são potentes antagonistas dos receptores 5HT7, em
comparação com sua ligação aos receptores D2 (à esquerda de D2 para a clozapina, a
quetiapina e a asenapina na risperidona, a paliperidona e a lurasidona.
Outros antipsicóticos “pina”, “dona” e os dois antipsicóticos “pip” e o “rip” também
apresentam afinidades moderadas (à direita na Figura 5.30A, B, C), que são potencialmente
relevantes do ponto de vista clínico.
É plausível, porém ainda sem comprovação, que o antagonismo de 5HT7 contribua para as
ações antidepressivas conhecidas da quetiapina, particularmente em combinação com os
ISRS/IRSN, e em associação a seus outros mecanismos antidepressivos potenciais
discutidos anteriormente para a quetiapina, como inibição do NAT, antagonismo de 5HT2C
e agonismo parcial de 5HT1A.
Os Outros antipsicóticos tem efeito moderado. Apenas a lurasidona que não tem
efeito nesse receptor.
Deve-se atentar e monitorar quatro fatores nos antipsicóticos atípicos, todos relacionados
com a síndrome metabólica
● Peso
● Dislipidemia
● Glicemia de jejum
● PA
A clozapina hoje é a última opção ,ou padrão ouro,no tratamento com antipsicóticos por ser
a mais efetiva e com mais efeitos colaterais das drogas atípicas. Além disso, destaca-se
para conter a violência e agressão mais que outra droga e é o único antipsicótico com
comprovação de redução dos índices de suicidio.
Foi a primeira droga considerada atípica, pois não apresentava sintomas extrapiramidais e
nem elevação da prolactina.
A olanzapina possui potência nos receptores D2 maior que a clozapina. Apesar de possuir
afinidade com os receptores sedativos(M1,HI,ALFA1), sua ação é bem menor que a
clozapina.Assim como a clozapina,Não causa SEP em doses moderadas nem altas.
Está indicada não apenas para a esquizofrenia, mas também para melhorar o humor no
paciente bipolar e para depressão refratária quando associada à fluoxetina.
Possui alto risco cardiovascular também e deve ser segunda linha em pacientes com
síndrome metabólica.Já para pacientes que não ganham peso e que não tem complicações
metabólicas pode ser usado como primeira linha. Além disso,para pacientes
institucionalizados é de grande valia, pois pode-se monitorar mais de perto seus riscos.
Dose vai de 10 a 40mg/dia , podendo passar em pacientes institucionalizados.
Quetiapina - > Psicose,depressão e bipolaridade
A quetiapina como antipsicótico é o Papai Urso de 800 mg, idealmente na formulação LP. A
quetiapina como antidepressivo é a Mamãe Ursa de 300 mg, também idealmente na
formulação LP. A quetiapina como sedativo-hipnótico é o Bebê Urso de 50 mg, idealmente
na formulação LI.
A formulação LP é utilizada como antipsicótico pois tem maior duração dos efeitos
antipsicóticos além de possuir menos sedação. Essa formulação pode ser utilizada como
antipsicótico em doses menores (800mg/dia), que é a dose mínima para 60% dos
receptores D2 ficarem bloqueados(limite para efeitos antipsicóticos) por até 24 horas em
que entra com uma nova dose.
Não provoca SEP nem elevação da prolactina, mas possui moderado alto risco
cardiometabólico(risco alto de dislipidemia e resistência à insulina) nas doses antipsicóticas.
A risperidona pode ser tomada de três formas: injetável(a cada 2 semanas), comprimido e
líquida.
Paliperidona
sso sugere que a asenapina seria um antipsicótico com ações antidepressivas, porém
apenas suas ações antipsicóticas/antimaníacas foram comprovadas
Existem pesquisas ainda tentando comprovar sua eficacia para os sintomas negativos da
esquizofrenia
Aripiprazol
Agonista parcial de D2
agonista parcial de 5HT1A
nao tem ação 5ht2a diferente dos pina e dona
Não faz sedação e tem baixo risco cardiovascular(nao faz ganho de peso,
dislipidemia,resistencia a insulina
Indicado para : mania e esquizofrenia. pode ser usado em adolescentes, irritabilidade no
TEP(6 a 17 anos), depressão resistente ao tratamento em associação com
ISRS/IRSR(venlafaxina).
Limitação no uso de psicose grave- pouco efeito
Transição de um antipsicótico para o outro
1. Antes de decidir pela troca do antipsicótico, deve-se ter em mente que quanto maior
o tempo utilizando o antipsicótico maior é a sua eficácia, atingindo o pico geralmente
após 33 semanas.