Você está na página 1de 35

Ergometria/calorimetria

Apresentação
A medida do nível de capacidade física é hoje uma das mais importantes informações preventivas
em diversas áreas da saúde, e não apenas para a área da medicina, pois, a partir de um teste
ergométrico, o fisioterapeuta pode realizar a prescrição de exercícios. É um exame que consiste na
aplicação de um esforço físico com incremento progressivo na intensidade de exercício, em esteira
ou bicicleta. Durante o exame, são realizados acompanhamentos contínuos do comportamento do
eletrocardiograma, da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e da capacidade física. A
probabilidade de alguma complicação cardíaca grave durante o teste ergométrico é extremamente
pequena, porém não é nula. Devido a isso, o teste ergométrico deve ser realizado por um médico
qualificado e especializado nessa área.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as formas de avaliação e mensuração do


esforço físico, além de aprender sobre os diferentes tipos de ergômetros e equipamentos para
avaliação, relacionando com a prescrição e o controle das capacidades funcionais.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as formas de avaliação e mensuração, com medidas diretas e indiretas do esforço


físico, da atividade física e do exercício.
• Reconhecer os diferentes tipos de ergômetros e equipamentos para avaliação e mensuração
do esforço físico.
• Relacionar a avaliação ergométrica com a avaliação, a prescrição e o controle das capacidades
funcionais.
Desafio
A avaliação da capacidade funcional é necessária para prescrever exercícios para os pacientes de
forma adequada. Isso pode ser conseguido com a aplicação de testes de esforço não invasivo, uma
vez que estes refletem a análise de aspectos metabólicos do miocárdio e o grau de resposta
isquêmica ao esforço a que se está sendo submetido.

O exercício físico é fundamental para pacientes com insuficiência cardíaca, pois reduz a
morbimortalidade e melhora a capacidade funcional e o consumo de oxigênio (VO2 ). Entretanto, a
realização do teste de exercício cardiopulmonar (TECP) pode se tornar inviável, devido à
necessidade de médico capacitado e ao alto custo desse exame. Assim, o teste de caminhada de 6
minutos (TC6m) e o teste do degrau (TD) emergem como alternativas para a prescrição de
exercício.

Cláudio foi diagnosticado com insuficiência cardíaca classe II (NYHA), que é a dispneia a médios
esforços. Ele procurou uma clínica de fisioterapia para iniciar um programa de exercícios físicos,
devido aos sintomas de dispneia (falta de ar) e cansaço a médios esforços.

Você, como fisioterapeuta, antes de realizar a prescrição de exercícios, resolveu aplicar o TC6m.
Nos 6 minutos de teste, Cláudio caminhou 518 metros.

Veja uma ilustração do teste da caminhada:

De acordo com o exposto:


a) Explique de forma clara e objetiva o teste para o paciente Cláudio.

b) Quais conclusões você pode inferir com o TC6m que Cláudio realizou?

c) Quais orientações você poderia sugerir para Cláudio em relação à sua doença e ao
acompanhamento da equipe multidisciplinar?

e) Qual seria o exercício físico mais indicado para o paciente?


Infográfico
Para garantir um coração saudável, os profissionais da saúde recomendam um remédio milagroso:
exercitar-se! Quando as pessoas fazem exercícios regularmente, o coração trabalha com mais
eficiência e sem ter que fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e os vasos sanguíneos ficam mais
flexíveis e saudáveis. Tudo isso previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto,
colesterol alto, derrame e hipertensão.
Atividade física, exercício e esporte são termos correlatos, mas distintos. Atividade física pode ser
definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em
gasto energético. Em termos práticos, pode ser classificada em ocupacional ou laboral (incluindo
atividades domésticas), de transporte ou de lazer. A atividade física de lazer engloba aquelas
eminentemente recreativas ou desportivas (esportes), com regras, pontuações, ganhadores,
perdedores, e as atividades voltadas para o condicionamento físico e a promoção da saúde. A
esta última subdivisão da atividade física, mais estruturada e com propósito claramente definido de
melhora de desempenho e/ou de saúde, convencionou-se denominar exercício físico.

Confira no Infográfico a seguir as recomendações da Sociedade Americana do Coração em relação


ao exercício físico regular.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
VO2máx é a expressão definida como o volume máximo de oxigênio que nosso organismo capta,
transporta e utiliza para a produção de energia. Mediante sua mensuração, é possível predizer o
nível de aptidão cardiorrespiratória de cada pessoa, a capacidade metabólica oxidativa durante o
exercício, a capacidade de trabalho em atividades ocupacionais, e também prescrever exercício
físico. É uma medida fisiológica completa, por permitir a análise dos sistemas cardiovascular,
respiratório e muscular. Dessa forma, quanto mais treinado for cada sistema em conjunto, melhor o
organismo vai responder às situações de esforço.

Na obra Fisiologia aplicada à fisioterapia, leia o capítulo Ergometria/ calorimetria. Você verá as
formas de avaliação e mensuração do esforço físico e aprenderá sobre os diferentes tipos de
ergômetros e equipamentos para avaliação, relacionando com a prescrição e o controle das
capacidades funcionais.

Boa leitura.
FISIOLOGIA
APLICADA A
FISIOTERAPIA

Isadora Rebolho Sisto


Ergometria/calorimetria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar as formas de avaliação e mensuração, com medidas diretas


e indiretas, do esforço físico, da atividade física e do exercício.
„„ Apontar os diferentes tipos de ergômetros e equipamentos para
avaliação e mensuração do esforço físico.
„„ Demonstrar a relação entre a avaliação ergométrica e a avaliação, a
prescrição e o controle das capacidades funcionais.

Introdução
O consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) é um importante parâmetro
preditor do desempenho aeróbio, utilizado no controle e prescrição
de treinamento físico; é um índice muito utilizado para determinar e
classificar a capacidade funcional cardiorrespiratória. Essa medida é a
que melhor representa, tanto quantitativa como qualitativamente, a
capacidade funcional do sistema cardiorrespiratório integrado ao sis-
tema muscular durante o exercício físico e a habilidade de regulação
da demanda energética que cada intensidade exige para realização das
atividades, já que há uma perfeita congruência do organismo em captar,
transportar e utilizar o oxigênio para os processos aeróbios de produção
de energia durante o esforço físico.
Neste capítulo, você irá identificar as diferentes formas de avaliação e
mensuração da ergometria, diferenciando as medidas diretas e indiretas
de avaliação do esforço físico, apontar os diferentes tipos de ergômetros
e equipamentos para avaliação do esforço físico e demonstrar a relação
entre a avaliação ergométrica e a avaliação, a prescrição e o controle das
capacidades funcionais.
2 Ergometria/calorimetria

Formas de avaliação e mensuração da atividade


física e do exercício
Um dos componentes mais importantes da aptidão física é a resistência car-
diorrespiratória, queconsiste na capacidade de realizar exercícios dinâmicos
envolvendo grandes grupos musculares em intensidade moderada a alta por
períodos prolongados. Toda avaliação de aptidão física deve incluir uma
avaliação da função cardiorrespiratória em repouso e em exercício (SILVER-
THORN, 2017).
O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) medido diretamente é a medida
mais válida de aptidão funcional do sistema cardiorrespiratório. O VO2máx
ou taxa de consumo de oxigênio durante o exercício máximo, reflete a capa-
cidade do coração, dos pulmões e do sangue de levar oxigênio aos músculos
em exercício durante o exercício dinâmico envolvendo uma grande massa
muscular (PESERICO et al., 2011). O critério utilizado para determinar o
alcance do VO2máx real durante um teste de tolerância ao exercício máximo
é o platô no consumo de oxigênio (Figura 1).
A medida direta é considerada padrão ouro (gold standard) por ser o pro-
cedimento mais fidedigno, sendo realizada através do teste ergoespirométrico,
no qual o indivíduo é submetido a cargas crescentes de esforço, analisando-se
as frações expiradas de oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) durante o
exercício e ventilação pulmonar, avaliando assim, com precisão, a capacidade
cardiorrespiratória e metabólica. Todavia, o teste ergoespirométrico apresenta
custo elevado, os equipamentos são sofisticados e necessita-se de mão-de-obra
especializada para operá-los, maior quantidade de tempo para a avaliação de
cada indivíduo e, ainda, maior motivação, já que os testes geralmente são
efetuados em ambientes laboratoriais; por esses motivos, têm-se proposto
métodos para determinação indireta do VO2 máx (PESERICO et al., 2011).
A determinação indireta é realizada durante testes de esforços submáximos
ou máximos, nos quais são utilizadas determinadas variáveis fisiológicas
cujos valores são inseridos em equações matemáticas. Várias pessoas podem
ser avaliadas ao mesmo tempo, o custo é baixo e as condições de teste podem
ser mais próximas da especificidade da modalidade (PESERICO et al., 2011;
ZAGATTO; PAPOTI; GOBATTO, 2009).
Ergometria/calorimetria 3

O VO2 máximo e o submáximo são expressos em termos absolutos ou


relativos. O VO2 absoluto é medido em litros por minuto (L/min) ou mililitros
por minuto (mL/min). Proporciona uma medida do custo energético para ativi-
dades que não envolvam a sustentação do peso corporal, como cicloergometria
de perna ou braço. O VO2 absoluto está diretamente relacionado ao tamanho
corporal; geralmente, os homens apresentam um VO2 absoluto maior do que
as mulheres (HEYWARD, 2011).
O VO2 máximo relativo é utilizado para classificar o nível de aptidão
cardiorrespiratória de um indivíduo ou comparar os níveis de aptidão física
de indivíduos com diferentes pesos corporais. O VO2 relativo também pode
ser utilizado para estimar o custo energético de atividades que envolvem a
sustentação do peso corporal, como caminhar, correr e subir escadas (SIL-
VERTHORN, 2017).
A taxa de consumo de oxigênio pode ser expressa como VO2 bruto ou
VO2 líquido. O VO2 bruto consiste na taxa total de consumo de oxigênio
e reflete os custos calóricos de repouso e do exercício (VO2bruto = VO2
em repouso + VO2 em exercício). Entretanto, o VO2 líquido representa a
taxa de consumo de oxigênio em excesso do VO2 em repouso e serve para
descrever o custo calórico do exercício. Tanto o VO2 bruto como o líquido
podem ser expressos em termos absolutos (L/min) ou relativos (mL/kg/
min) (HEYWARD, 2011).

Teste de esforço progressivo


Para determinar objetivamente a aptidão cardiorrespiratória funcional, uti-
lizam-se os testes de esforço. O VO2 máx, determinado a partir de testes de
esforço progressivo máximo ou submáximo, é utilizado para classificar o nível
de aptidão cardiorrespiratória (Quadro 1). Os fisioterapeutas podem utilizar
os dados iniciais e subsequentes para avaliar o progresso, por exemplo, de
participantes de um programa de exercícios, para estabelecer metas. Ainda,
utilizam-se a frequência cardíaca e os dados de consumo de oxigênio obtidos
durante os testes de esforço progressivo para fazer prescrições de exercícios
acuradas (HEYWARD, 2011).
4 Ergometria/calorimetria

Quadro 1. Classificação da aptidão cardiorrespiratória

Idade
Ruim Regular Boa Excelente Superior
(anos)

MULHERES

20–29 ≤35 36–39 40–43 44–49 50+

30–39 ≤33 34–36 37–40 41–45 46+

40–49 ≤31 32–34 35–38 39–44 45+

50–59 ≤28 29–30 31–34 35–39 40+

60–69 ≤25 26–28 29–31 32–36 37+

70–79 ≤23 24–26 27–29 30–36 37+

HOMENS

20–29 ≤41 42–45 45–50 51–55 56+

30–39 ≤40 41–43 44–47 48–53 54+

40–49 ≤37 38–41 42–45 46–52 53+

50–59 ≤34 35–37 38–42 43–49 50+

60–69 ≤30 31–34 25–38 39–45 46+

70–79 ≤27 28–30 31–35 36–41 42+

Fonte: Adaptado de Heyward (2011, p. 87).

Antes de iniciar um programa de exercícios vigorosos (> 60% VO2 máx


ou > 6 METS [equivalentes metabólicos]), recomenda-se um teste de esforço
progressivo máximo para (HEYWARD, 2011; AMERICAN COLLEGE OF
SPORTS MEDICINE, 2000):

„„ Homens (>45 anos) e mulheres (>55 anos);


„„ Indivíduos de qualquer idade, com risco moderado (dois ou mais fatores
de risco de cardiopatia coronariana);
„„ Indivíduos com alto risco, com um ou mais sinais ou sintomas de doença
cardiovascular e pulmonar;
„„ Indivíduos com alto risco, com doença cardiovascular, pulmonar ou
metabólica conhecida.
Ergometria/calorimetria 5

Os testes de esforço submáximo podem ser aplicados em indivíduos com


baixo risco e com risco moderado, caso estejam iniciando um programa de
exercícios moderados (40–60% do VO2 máx ou 3–6 METS) (HEYWARD,
2011; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2002).
Pode-se aplicar um teste de esforço progressivo (TEP) máximo ou sub-
máximo para avaliar a aptidão cardiorrespiratória do indivíduo. A escolha
de um TEP depende de: idade, estratificação de risco (baixo, moderado ou
alto); razões para aplicar o teste (aptidão física ou clínico); disponibilidade de
equipamento adequado e de pessoal qualificado (HEYWARD, 2011).
Geralmente, em ambientes clínicos e de pesquisa, o VO2 máx é medido de
forma direta e requer equipamentos caros e uma equipe experiente. Embora o
VO2 máx possa ser predito com um bom grau de acurácia a partir da intensi-
dade máxima de exercício, os testes submáximos também proporcionam uma
estimativa razoável do nível de aptidão cardiorrespiratória, são mais baratos,
requerem menos tempo e representam menor risco. Entretanto, são consi-
derados menos sensíveis como ferramenta de diagnóstico de coronariopatia
(ZAGATTO; PAPOTI; GOBATTO, 2009).
Contudo, qualquer teste de esforço deve ser progressivo e de múltiplos estágios.

Protocolos de teste de esforço máximo


Muitos protocolos de teste de esforço máximo têm sido planejados para avaliar a
capacidade cardiorrespiratória. Deve-se selecionar uma modalidade de exercício e
um protocolo de testes adequado para o indivíduo, de acordo com a idade, o sexo
e o estado de saúde e de aptidão física. Comumente, as modalidades de exercício
administradas são caminhada ou corrida na esteira e bicicleta estacionária. O
teste de esforço pode ser contínuo ou descontínuo. O contínuo é realizado sem
repouso entre os incrementos de trabalho. Os testes de esforço contínuos podem
variar na duração de cada estágio de exercício e na magnitude do incremento
da intensidade do exercício entre os estágios (HEYWARD, 2011).
Segundo Heyward (2011), os testes contínuos, como o teste de rampa, são
muito utilizados porque podem ser individualizados de acordo com a tolerância
ao exercício estimada para cada paciente. Protocolos de rampa proporcionam
incrementos contínuos e frequentes na taxa de trabalho ao longo de todo o teste,
de forma que o VO2 aumenta linearmente. Para testes de esforço descontínuo,
o paciente repousa de 5 a 10 minutos entre as cargas de trabalho. A carga de
trabalho é progressivamente aumentada até que o paciente alcance a tolerância
máxima ao exercício (exaustão). Cada estágio do protocolo descontínuo dura
5 ou 6 minutos, possibilitando que o VO2 atinja um estágio estável.
6 Ergometria/calorimetria

Ergômetros e equipamentos para avaliação e


mensuração do esforço físico

Teste de esforço máximo em esteira


O teste de esforço máximo em esteira ergométrica, o exercício é realizado em
uma esteira monitorizada com velocidade e inclinação variáveis (Figura 2).
A velocidade varia até 25 mph, ou seja, 40km/h, e a inclinação é medida em
unidades de elevação por 100 unidades horizontais, sendo expressa em percen-
tual. A carga de trabalho na esteira é elevada, aumentando-se a velocidade ou a
inclinação ou ambas. A carga de trabalho normalmente é expressa em quilômetros
por hora (km/h ou km h-1) e em percentual de inclinação (HEYWARD, 2011).

Figura 1. Esteira ergométrica.


Fonte: Heyward (2011, p. 92).
Ergometria/calorimetria 7

Medir o consumo máximo de oxigênio é difícil e caro; por isso, o ACSM


desenvolveu equações para estimar o custo metabólico do exercício (VO2).
Essas equações proporcionam uma estimativa válida do VO2 somente para
exercícios em estado estável (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDI-
CINE, 2002) (Quadro 2).

Quadro 2. Equações metabólicas para estimar o VO2 bruto — American College of Sports
Medicine

Fonte: Adaptado de Heyward (2011, p. 93).

Protocolo de esteira de Balke


Para aplicar o protocolo de teste de esforço de Balke e Ware, de 1959, a ve-
locidade da esteira deve ser ajustada para 3,4 mph (91,1 m/min), e o grau de
inclinação inicial para 0% durante o primeiro minuto de exercício. Deve-se
manter a velocidade da esteira constante do início ao fim do teste. No início
do segundo minuto do exercício, aumenta-se a inclinação para 2%. Depois
disso, no início de cada minuto adicional do exercício, aumenta-se a inclinação
em apenas 1% (HEYWARD, 2011).
8 Ergometria/calorimetria

Para estimar o VO2 máx existe uma equação de predição do protocolo de


Balke (Quadro 3).

Quadro 3. Equação de caminhada do American College of Sports Medicine

Fonte: Adaptado de Heyward (2011, p. 94).

Protocolo de esteira de Bruce


O teste de esforço de Bruce, Kusumi e Hosmer, de 1973, é um protocolo de
esteira em múltiplos estágios (Figura 3). O protocolo aumenta a carga de tra-
balho mudando a velocidade e o percentual de inclinação da esteira. Durante
o primeiro estágio do teste (minutos 1–3), o indivíduo normal caminha à ca-
dência de 1,7 mph, com uma inclinação de 10%. No início do segundo estágio
(minutos 4–6), aumenta-se a inclinação em 2% e a velocidade para 2,5 mph
(67 m/min). Em cada estágio subsequente do teste, aumenta-se a inclinação
em 2% e a velocidade em 0,8 ou 0,9 (21,4 ou 24,1 m/min) até a exaustão do
indivíduo. As equações de predição para esse protocolo foram desenvolvidas
para estimar o VO2 máx de mulheres e homens ativos e sedentários, pacientes
cardíacos e idosos (HEYWARD, 2011).
Ergometria/calorimetria 9

20 20
↑ 2% a cada 2 min
Velocidade = 8,9 mph 5
18

% inclinação
4,2
% inclinação

16
10 3,4
14
2,5
12
↑ 2% a cada 3 min
1,7 Velocidade conforme
10
mostrada

2 4 6 8 10 12 14 16 3 6 9 12 15 18
Tempo (min) Tempo (min)
Costil e Fox (1969) Bruce et al. (1973)
Para: altamente treinados Para: normais e alto risco
Aquecimento: caminhada ou corrida de 10 min Carga inicial de trabalho: 1,7 mph, 10%, 3 min = normal
Carga inicial de trabalho: 8,9 mph, 0%, 2 min 1,7 mph, 0,5%, 3 min = alto risco

2
12,5 21 ↑ 3,5% a cada 2 min
Velocidade = 2 mph após 2
10 17,5 os primeiros 2 min
% inclinação

% inclinação

14 2
7,5
2
10,5
5 2
↑ 2 1/2% a cada 2 min
7
2,5 Velocidade = 7 mph
3,5 2
1 2
4 26 8 10 12 2 4 6 8 10 12 14 16
Tempo (min) Tempo (min)
Maksud e Coutts (1971) Nughton et al. (1964)
Para: altamente treinados Para: cardíacos e alto risco
Aquecimento: caminhada de 10 min a 3,5 mph, 0% Carga inicial de trabalho: 1 mph, 0%, 2 min
Carga inicial de trabalho: 7 mph, 0%, 2 min

12,5 ↑ 2,5% a cada 2 min


Velocidade constante
10 = cliente exausto em 12,5 3
Após 12 min ↑ para 5%
% inclinação

7–10 min
2,5% a cada 3 min deste ponto
10 3
% inclinação

7,5 em diante
Velocidade como mostrada
5 7,5 3

5 3
2,5
1,5 2 2,5 3
5 3
7 11 13 3 6 9 15 18 21 24
Tempo (min) Tempo (min)
Ástrand modificado (Polloc et al., 1978) Wilson et al. (1978)
Para: altamente treinados Para: cardíacos e alto risco
Aquecimento: caminhada ou jogging de 5 min Carga inicial de trabalho: 1,5 mph, 0%, 3 min
Carga inicial de trabalho: 5–8 mph, 0%, 3 min

Figura 2. Protocolos de testes de esforço em esteira.


Fonte: Heyward (2011, p. 95).

Protocolo modificado de Bruce


O protocolo modificado de Bruce é mais adequado do que o protocolo de Bruce
para indivíduos idosos e de alto risco. Contudo, com exceção dos primeiros
10 Ergometria/calorimetria

dois estágios, esse protocolo é similar ao protocolo padrão de Bruce. O estágio


1 inicia na inclinação de 0% e a uma cadência de caminhada de 1,7 mph. No
estágio 2, o percentual de inclinação é aumentado para 5%. Para estimar o
VO2 para o protocolo de Bruce modificado, existe outra equação diferente do
protocolo padrão de Bruce, que é a equação metabólica para caminhada do
American College of Sports Medicine (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2000; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2002),
disponibilizada no Quadro 3.

Protocolo de rampa em esteira


Em 1998, Kamisky e Whaley desenvolveram um protocolo de rampa padro-
nizado para avaliar a capacidade cardiorrespiratória funcional de indivíduos
sintomáticos, sedentários e aparentemente saudáveis. A velocidade da esteira
aumenta gradualmente (em incrementos de 0,1 – 0,4 mph, ou 2,68 – 10,72 m)
a cada minuto. A velocidade mínima é 5,8 mph (155 m/min). A inclinação
em esteira também aumenta gradativamente (em 0 – 5%) a cada minuto. A
inclinação mínima é 0% e a máxima 20%. A cada 3 minutos durante esse
protocolo de rampa, as taxas de trabalho (velocidade e inclinação) igualam-
-se às do protocolo tradicional de Bruce. O protocolo em rampa resulta em
aumentos uniformes das respostas hemodinâmicas e fisiológicas ao exercício
incremental e estima mais acuradamente a capacidade de exercício e o limiar
ventilatório (HEYWARD, 2011).

Teste de esforço máximo em cicloergômetro


O cicloergômetro é um instrumento bastante utilizado para avaliar a aptidão
cardiorrespiratória (figura 4). Em um cicloergômetro do tipo fricção, a resis-
tência é aplicada contra a roda utilizando-se uma cinta e pêndulos pesados.
A roda ajusta a carga de trabalho apertando ou afrouxando a correia do freio.
A carga de trabalho no cicloergômetro é elevada mediante aumentos da re-
sistência no volante. A produção de potência é normalmente expressa em
quilogramas-metro por minuto (kgm/min) ou watts (1W = 6kgm/min), sendo
medida pela equação: potência = força x distância/tempo (HEYWARD, 2011;
PRESTON; WILSON, 2014). Para calcular o gasto energético utilize a tabela
disponibilizada no Quadro 3.
Ergometria/calorimetria 11

Figura 3. Cicloergômetros (freio mecânico e freio elétrico, respectivamente).


Fonte: Heyward (2011, p. 100).

Protocolo de teste máximo em cicloergômetro de


Astrand
Para o protocolo de teste contínuo de Astrand de 1965, a produção de potência
inicial é de 300 kgm/min (50W) para mulheres e 600 kgm/min (100W) para
homens. Como a cadência de pedalada é 50 rpm, a resistência é de 1kg para
mulheres (1kg x 6m x 50 rpm = 300 kgm/min) e 2kg para homens (2kg x 6m
x 50 rpm = 600 kgm/min), ilustrado na Figura 3. Para estimar o VO2 deve-se
utilizar a ergometria de perna citada na Figura 3.

Teste de esforço máximo de step em banco


A modalidade de exercício menos desejável para teste de esforço máximo é
o step em banco. Durante esse teste, o indivíduo realiza um trabalho tanto
positivo (fase ascendente) como negativo (fase descendente). Ainda, o ajuste
da altura do banco e da cadência de passada para diferentes pesos corporais,
dificultam extremamente a padronização do trabalho (HEYWARD, 2011;
PRESTON; WILSON, 2014).
12 Ergometria/calorimetria

Fox (1973)
Ástrand (1965) Tipo: descontínuo
Tipo: contínuo Para: risco normal
Para: risco normal Carga inicial de trabalho: 750–900 kgm (125 150 W) (homens)
Carga inicial de trabalho: 600 kgm (100 W) (homens) 450–600 kgm (75 100 W) (mulheres)
300 kgm (50 W) (mulheres) ↑120 a 180 kgm a cada
1800 1200 5 min de período de trabalho
(300 W) ↑300 kgm a cada 2 Homens

Carga de trabalho (kgm)


a 3 min (homens)
(200 W) Freq. = 60 rpm
Carga de trabalho (kgm)

1500 ↑150 kgm a cada 2 1050 Homens


(250 W) a 3 min (mulheres) (175 W) Mulheres
Freq. = 50 rpm 900
1200
(200 W) (150 W)
900 Mulheres 750
(150 W) (125 W)
600 600
(100 W) (100 W)
300 450
(50 W) (75 W)

2 4 6 8 10 0–5 15–20 30–35 45–50


Tempo (min) Tempo (min)

Ástrand (1956)
Tipo: descontínuo McArdle et al. (1973)
Para: risco normal Tipo: contínuo
Carga inicial de trabalho: 720 kgm (100 W) Para: risco normal
↑180 kgm a cada 5 min de Carga inicial de trabalho: 900 kgm (150 W)
1260
Carga de trabalho (kgm)

Carga de trabalho (kgm)

período de trabalho
Intervalo de repouso = 10 min 1980
(230 W) Freq. = 60 rpm (330 W)
1080 1620
(180 W) (270 W)
900 1260
(150 W) (230 W)
720 900 ↑80 kgm a cada 2 min
(120 W) (150 W) Freq. = 60 rpm

0–5 15–20 30–35 45–50 2 4 6 8 10 12 14 16


Tempo (min) Tempo (min)

Figura 4. Protocolo de teste de esforço em cicloergômetro.


Fonte: Heyward (2011, p. 101).

A maioria dos protocolos de teste de step eleva a intensidade do trabalho


pelo aumento gradual da altura do banco ou da cadência de passada. O trabalho
(T) pode ser calculado utilizando-se a equação T=F x D, em que F é o peso
corporal em quilogramas e D é a altura do banco multiplicada pelo número
de passadas por minuto. As equações podem ser usadas para ajustar a altura
do banco e a cadência de passada para diferenças em peso corporal com o
objetivo de alcançar determinada taxa de trabalho:

Altura do banco (cm) = trabalho (kgcm/min)/


peso corporal (kg) x cadência de passada
Cadência de passada = trabalho (kgcm/min)/
peso coporal (kg) x altura do banco (cm)
(passadas/min)
Ergometria/calorimetria 13

Avaliação ergométrica e prescrição e controle


das capacidades funcionais
É importante considerar os objetivos e os propósitos de um paciente ao ingressar
em um programa de exercícios. O objetivo fundamental de se exercitar afeta
a modalidade, a intensidade, a frequência, a duração e a progressão da pres-
crição de exercícios (SILVERTHORN, 2017; HEYWARD, 2011; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).
Um programa de exercícios aeróbios deve incluir as seguintes fases: aqueci-
mento (5–10 min), condicionamento de resistência (20–60 min), volta à calma
(5–10 min) e alongamento (> ou = a 10 min). A fase de aquecimento consiste
em aumentar o fluxo sanguíneo para os músculos cardíaco e esquelético em
funcionamento, aumentar a temperatura corporal, diminuir a chance de lesões
musculares e articulares e reduzir as chances de ritmos cardíacos anormais.
O aquecimento inicia com 5 a 10 minutos de atividade aeróbia de intensidade
baixa (<40% do VO2 de reserva) a moderada (40–60% do VO2 de reserva)
(SILVERTHORN, 2017).
Na fase de condicionamento de resistência, os exercícios aeróbios são exe-
cutados de acordo com a sua prescrição, seguindo os princípios (F:frequência,
I: intensidade, T: tempo, T: tipo de modalidade). Essa fase tem uma duração
de 20 a 60 min, dependendo da intensidade dos exercícios (PRESTON; WIL-
SON, 2014).
A fase de volta a calma ou desaquecimento é após os exercícios, com o
intuito de reduzir o risco de complicações cardiovasculares causadas pela
interrupção repentina do exercício. Nessa fase o indivíduo exercita-se de forma
leve permitindo que a frequência cardíaca e a pressão arterial retornem aos
níveis basais, sem a possibilidade de tonturas e desmaios (COSTANZO, 2011).
A fase de alongamento dura em torno de 10 min e é logo após a fase de
aquecimento e desaquecimento. São exercícios de alongamento estático para as
pernas, região lombar, abdome, quadril, virilha e os ombros. Esses alongamen-
tos reduzem as chances de câimbras ou dores musculares (HEYWARD, 2011).
Nas últimas décadas, modelos e teorias comportamentais têm sido utiliza-
dos na orientação de programas de promoção de atividade física. A atividade
física deve ser incentivada e estimulada para a preservação da saúde e recu-
peração da saúde. Portanto, compreender escolhas individuais no contexto
social em que a pessoa vive como forma de conhecimento, além do nível de
atividade física e fatores associados dos motivos para o comportamento motor
dos indivíduos pode contribuir para traçar estratégias mais adequadas de
promoção da saúde. No Quadro 4 podemos observar exemplos de diferentes
14 Ergometria/calorimetria

modalidades de exercício conforme a aptidão cardiorrespiratória de cada


indivíduo (HEYWARD, 2011).

Quadro 4. Classificação de modalidades de exercício aeróbio

Fonte: Adaptado de Heyward (2011).

Modalidades de exercícios físicos


Conforme as necessidades funcionais observadas pelo fisioterapeuta em seu
paciente, existem diferentes modalidades de exercícios que podem ser utilizadas
para suprir diferentes necessidades.
Os exercícios aeróbios contribuem para melhorar a resistência cardior-
respiratória por produzir aumentos significativos no VO2 máximo. Uma das
modalidades de treinamento é o treinamento contínuo, que prioriza o exercício
aeróbio em intensidade baixa a moderada, porém sem intervalos (repouso).
Uma vantagem é a manutenção da intensidade do exercício, sendo mais seguro,
confortável e mais adequado para indivíduos que estão iniciando um programa
de exercícios aeróbios. Exemplos de treinamento contínuo são a caminhada, a
corrida, o ciclismo e a subida de escadas (HALL; BRODY, 2007; HALL, 2009).
O treinamento descontínuo envolve a realização de vários blocos intermi-
tentes de exercício aeróbio com intensidade de baixa a alta intercalada com
períodos de descanso. Por ser intermitente, o treinamento contínuo permite
uma maior intensidade de exercício, assim como uma maior quantidade total
de trabalho. Essa versatilidade do treinamento descontínuo torna-o muito uti-
Ergometria/calorimetria 15

lizado por indivíduos com aptidão cardiorrespiratória baixa. Alguns exemplos


deste treinamento é o treino intervalado e o treinamento de força em circuito
(FLOYD; THOMPSON, 2012).
A comparação das duas modalidades de treinamento, contínua ou descon-
tínua, indica que o VO2 máximo melhora com maior intensidade no treino
descontínuo, quando o volume de exercício é controlado; no entanto, as duas
opções de treino possuem vantagens e desvantagens. A escolha da melhor
modalidade deve ir ao encontro do objetivo inicial do treinamento (SILVER-
THORN, 2017).
O exercício resistido otimiza o funcionamento do desempenho muscular,
restaurando, melhorando ou mantendo a força, a potência e a resistência
à fadiga. Em consequência, é observado um aumento na força dos tecidos
conjuntivos (tendões, ligamentos, tecido conjuntivo intramuscular), maior
densidade mineral óssea e menor enfraquecimento ósseo pela desmineralização
óssea. Além disso, ocorre diminuição da sobrecarga nas articulações durante
a execução de atividades físicas e funcionais, redução no risco de lesões e
aumento na sensação de bem estar e qualidade de vida. O treinamento de
força, por exemplo, é formado por exercícios de fortalecimento, nos quais
a musculatura esquelética controla cargas pesadas (resistência) durante um
número baixo de repetições ou por um curto período de tempo. A consequência
é o aumento na capacidade do músculo de produzir forma máxima (HALL;
BRODY, 2007; HALL, 2009).
O treinamento da potência muscular é embasado no treinamento de força
muscular, pois esse é o elemento básico para o desenvolvimento de potência.
Para implementar essa variável é necessário aumentar o trabalho do músculo
ou reduzir o tempo necessário para produzir determinada força. Dessa forma,
quanto maior a intensidade do exercício e menor o tempo necessário para
gerar força, maior a potência muscular. Um exemplo desse treinamento é o
treino pliométrico, que consiste de um alongamento rapidamente seguido de
um encurtamento muscular (FLOYD; THOMPSON, 2012; RASCH, 2008).
O treinamento de resistência à fadiga está relacionado à ação da musculatura
esquelética em gerar movimento de uma carga leve por várias repetições ou,
ainda, manter uma contração muscular por um longo período. Diferentemente
do treino de força, no treinamento de resistência as cargas utilizadas são leves.
A adaptação ocorre pelo aumento da capacidade oxidativa e metabólica do
músculo, permitindo melhor distribuição e uso do oxigênio. Uma vantagem
desse treinamento é gerar baixos níveis de sobrecarga sobre as articulações e
tecidos moles (SILVERTHORN, 2017).
16 Ergometria/calorimetria

Artigo: Escalas de Borg e OMNI na prescrição de exercício em cicloergômetro, 2011.

https://goo.gl/W3jFBa

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual para teste de esforço e prescrição


de exercício. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM
para os testes de esforço e sua prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
COSTANZO, L. S. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
FLOYD, R. T.; THOMPSON, C. W. Manual de cinesiologia estrutural. 14. ed. Barueri, SP:
Manole, 2002.
HALL, C. M.; BRODY, L. T. Exercício terapêutico na busca da função. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2007.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2009.
HEYWARD, V. H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas avançadas. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2011.
PESERICO, C. S. et al. Comparação entre os métodos direto e indireto de determinação
do consumo máximo de oxigênio em mulheres corredoras. Revista Brasileira de Medicina
do Esporte, v. 17, n. 4, p.270-273, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/
v17n4/v17n4a12.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.
PRESTON, R. R.; WILSON, T. E. Fisiologia ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2014.
RASCH, P. J. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
ZAGATTO, A. M.; PAPOTI, M.; GOBATTO, C. A. Comparação entre ergômetros específico
e convencionais na determinação da capacidade aeróbia de mesatenistas. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, v. 15, n. 3, p.204-208, 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3/a08v15n3.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.
Ergometria/calorimetria 17

Leituras recomendadas
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. 6. ed.
Rio de Janeiro: Editorial Médica Panamericana, 2009.
KISNER, C; COLBY, L.A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5. ed. Barueri,
SP: Manole, 2009.
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J.; FULK, G. D. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed.
Barueri, SP: Manole, 2010.
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas.
3. ed. Barueri: Manole, 2010.
SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5. ed.
Barueri, SP: Manole, 1997.
Conteúdo:
Dica do professor
Qualquer atividade ou exercício físico necessita de orientações para sua organização, ainda mais
quando se trabalha de forma direcionada e com metas preestabelecidas. Para tanto, há os
princípios do treinamento, os quais norteiam qualquer programa ou atividade física, desde uma
simples caminhada ou corrida até um treino de futebol, por exemplo. Seguir esses princípios é
condição indispensável para que a atividade se torne proveitosa e saudável.

Na Dica do Professor a seguir, você verá orientações para prescrições de exercícios.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) O teste de esforço cardiopulmonar é importante para avaliar a aptidão cardiorrespiratória


dos indivíduos. A ventilação, o consumo de oxigênio (VO2) e a produção de gás carbônico
(VCO2) podem ser mensurados e correlacionados com as mais diversas variáveis do exame.
O pulso de oxigênio é uma importante variável de avaliação, e sobre ele é possível afirmar:

A) Trata-se de uma variável do TECP que não sofre influência de arritmias cardíacas.

B) O pulso de oxigênio depende de uma boa aferição da pressão arterial sistêmica por parte do
examinador.

C) É uma variável capaz de inferir indiretamente o débito sistólico.

D) Na miocardiopatia isquêmica, é capaz de determinar a parede ventricular acometida.

E) A curva em platô do pulso de O2 está relacionada a um bom prognóstico na insuficiência


cardíaca.

2) O treinamento físico aeróbio tem sido utilizado como coadjuvante no tratamento


farmacológico de diversas doenças cardiovasculares. Além disso, o exercício físico regular
está associado a significativa redução da morbidade e da mortalidade.

Quanto à fisiologia do exercício, assinale a opção correta.

A) No exercício físico, a redistribuição do fluxo sanguíneo aumentado, em indivíduos saudáveis,


será efetivada pela vasodilatação que ocorre na circulação coronária, associada a
vasoconstrição na musculatura esquelética.

B) Na realização do exercício físico submáximo e máximo, o indivíduo treinado apresenta maior


volume sistólico que o indivíduo sedentário.

C) O aumento da frequência cardíaca durante o teste de esforço é devido exclusivamente à


ativação do sistema simpático.

D) O treinamento físico é responsável por redução significativa da frequência cardíaca máxima


ao teste de esforço.

E) O volume sistólico aumenta progressiva e linearmente de forma semelhante à frequência


cardíaca, até atingir seu ápice no pico do esforço.
3) Para que os objetivos sejam atingidos, algumas etapas devem ser respeitadas na prática de
qualquer atividade física.

Um programa de exercícios deve incluir as seguintes fases:

A) Alongamento, aquecimento, condicionamento de resistência e relaxamento.

B) Aquecimento leve, condicionamento de resistência, relaxamento e alongamento.

C) Condicionamento de resistência e alongamento.

D) Condicionamento de resistência, alongamento e relaxamento.

E) Aquecimento, alongamento e condicionamento de resistência.

4) É importante determinar algum tipo de limitação de ordem médica, principalmente de


origem cardiovascular, que possa colocar em risco a pessoa que decide se exercitar de forma
regular, especialmente adultos com fatores de risco.

Sendo assim, deve-se realizar uma avaliação denominada pré-participação, visando a


identificar problemas muitas vezes ocultos, como hipertensão arterial (pressão alta),
arritmias cardíacas, obstrução ao fluxo nas artérias coronárias (risco de infarto) e diabetes,
entre outros. Dessa forma, o exame físico é uma das etapas mais importantes da prescrição
de exercício físico.

A respeito desse exame, assinale a alternativa correta.

A) A pressão arterial diastólica corresponde à pressão do sangue nas paredes arteriais quando o
sangue é ejetado pelo coração.

B) A frequência cardíaca é uma variável importante de ser avaliada, sendo que em sujeitos em
repouso é esperado que a frequência seja maior que 90 bpm.

C) Consiste em análise sanguínea para avaliar o perfil lipoproteico, com o intuito de detectar
doenças cardiovasculares.

D) O exame do eletrocardiograma baseia-se na captação do impulso elétrico proveniente da


contração do músculo cardíaco, sendo específico para avaliação de risco coronariano.

E) O teste de esforço progressivo (TEP) é um teste realizado antes do eletrocardiograma, por


exigir menos do indivíduo.
5) A prescrição do exercício, independente da modalidade, deve considerar os princípios do
exercício físico. Sobre esses princípios, assinale a alternativa correta.

A) O desenvolvimento da aptidão física é dependente apenas do aumento de intensidade ao


longo do período de realização de exercício.

B) O trabalho global de um exercício físico é a melhor alternativa para implementar respostas


específicas.

C) Quanto maior a aptidão física do indivíduo ao iniciar um treinamento, maiores os ganhos.

D) O ritmo da melhora da aptidão física aumenta conforme esta se aproxima do limite genético
de cada indivíduo.

E) Os benefícios do exercício físico são reversíveis após interrompido o período de treinamento.


Na prática
O treinamento físico aeróbio tem sido utilizado como coadjuvante no tratamento farmacológico de
diversas doenças cardiovasculares. Além disso, o exercício físico regular está associado a
significativa redução da morbidade e da mortalidade. No entanto, alguns cuidados devem ser
tomados na prescrição de treinamento físico para portadores de doença cardiovascular, pois
estes são mais suscetíveis a intercorrências cardiovasculares durante o esforço.

A fim de que a prescrição seja segura para esses indivíduos e os benefícios superem os riscos,
devem ser considerados inúmeros fatores, como anamnese adequada e teste de esforço com
escolha do ergômetro e do protocolo de teste mais adequados.

No anexo a seguir, confira como pode ser feita a prescrição de atividade para esse grupo de risco,
utilizando as avaliações disponíveis.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para
acessar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Teste ergométrico | O que é ergonomia?


Saiba mais sobre teste ergométrico neste vídeo.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Normatização de técnicas e equipamentos para realização de


exames em ergometria e ergoespirometria
A ergoespirometria alia à interpretação clínica e eletrocardiográfica do teste ergométrico
convencional a análise de variáveis ventilatórias, gases expirados e oximetria. Leia o artigo e saiba
mais sobre esse assunto.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Indicações e contraindicações dos testes ergométricos


Saiba mais sobre indicações e contraindicações dos testes ergométricos neste artigo.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Você também pode gostar