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Não consigo emagrecer, o que eu estou fazendo

de errado?
Contando calorias
Tudo bem, o déficit calórico é mesmo importante quando se busca o
emagrecimento, mas a quantidade de calorias de cada alimento diz muito
pouco sobre como ele te ajudará a perder gordura.

Se reduzir as calorias fosse mesmo a chave para emagrecer, poderíamos, por


exemplo, passar uma semana comendo apenas brigadeiro, desde que não
ultrapassássemos a quantidade calórica estabelecida para o nosso corpo, e
perderíamos gordura.

Sabemos que não é assim que acontece, não é mesmo? Isso porque cada
alimento desencadeia reações diferentes no nosso organismo. Comer uma
fruta calórica como o abacate pode ser mais interessante do que consumir um
biscoito com baixo teor calórico, mas altamente industrializado.

O abacate, por mais calórico que seja, é rico em nutrientes e gorduras de boa
qualidade que te ajudarão a ter saciedade e trarão benefícios à sua saúde. Já o
biscoito, apesar de ser baixo em calorias, pode ser rico em carboidratos
refinados, de alto índice glicêmico e sem nutrientes que ajudam no
funcionamento do seu corpo. Viu como contar calorias não adianta? O
importante é focar na qualidade nutricional dos alimentos.

Evitando gordura a todo custo


Um dos erros mais comuns de quem busca o emagrecimento é acreditar que a
gordura é a vilã da história. Gorduras de boa qualidade, além de trazer sabor e
saciedade, possuem função energética, estrutural e hormonal.

Elas são fundamentais, por exemplo, para a formação das membranas de


todas as nossas células, ajudam na absorção de algumas vitaminas que são
solúveis em gordura (vitaminas lipossolúveis), fazem parte do controle térmico
e intestinal e da produção de hormônios, não promovem o aumento de
glicemia, entre outros benefícios.

Sendo assim, não fuja da gordura de boa qualidade como azeites, oleaginosas,
frutas gordurosas, peixes e outros e busque equilibrar a ingestão dos
macronutrientes carboidratos, gorduras e proteínas, de acordo com a sua
necessidade. Apenas esteja atento ao fato de que tudo em excesso faz mal.

Evitando a musculação
Por muito tempo, acreditou-se que as pessoas que desejavam perder gordura
deveriam praticar apenas exercícios aeróbicos, como correr ou andar de
bicicleta, e que a musculação seria exclusiva para aqueles em ganho de massa
muscular.

Hoje, sabe-se que não é bem assim. Sem questionar os benefícios das
atividades cardiovasculares, não podemos pensar que, para o emagrecimento,
elas são as únicas indicadas. Pelo contrário, a musculação pode ser grande
aliada na construção de uma composição corporal melhor.

Um dos fatores que torna a musculação um exercício interessante para o


emagrecimento é o fato de ela ajudar na manutenção da massa muscular, caso
praticada de forma correta e aliada a uma boa alimentação.

Além disso, esse tipo de atividade promove o gasto calórico não apenas
durante a sua execução, mas também após o término do treino, para a
recuperação do corpo. Para o alcance de bons resultados, o treino deve ser
bem-feito, com boas amplitudes e intensidade, sempre seguindo as orientações
de um profissional.

Copiando a dieta de outra pessoa


A individualidade deve ser respeitada na hora de compor uma dieta. Por isso,
copiar a rotina alimentar do seu amigo ou amiga pode te atrapalhar, e muito, na
hora de obter os resultados que você deseja.

Quantidades são individuais e dependem somente das suas características


como peso, altura, sexo, composição corporal, intolerância a certos alimentos e
diversas outras. A dica também vale para quem anda seguindo dietas de blogs
e personalidades.

Trocar ideias com amigos é válido e seguir perfis motivacionais também é


ótimo para te ajudar a encontrar bons alimentos e receitas que te agradem. No
entanto, você nunca deve copiar quantidades e supostas fórmulas, pois o seu
corpo é diferente dos outros. Converse com um nutricionista caso queira seguir
uma

Apostando em dietas milagrosas, remédios e


resultados imediatos
São inúmeras as opções de dietas que prometem resultados milagrosos e
imediatos. A verdade, porém, é que não existe milagre quando se trata de
perder gordura — a pressa, inclusive, pode te atrapalhar bastante a chegar lá.

Se você demorou alguns anos para engordar todos os quilos que hoje pretende
eliminar, por que seria possível perdê-los em duas semanas? Não faz sentido,
não é mesmo? O emagrecimento saudável acontece de forma gradual,
melhorando nossas condições físicas e nossa saúde.

Já a perda de peso repentina costuma estar associada à perda de massa


magra, o que não é bom. Ademais, dietas que prometem resultados milagrosos
costumam ser dietas extremamente restritivas — além de causarem
desnutrição, elas não podem ser mantidas por muito tempo, o que faz com que
você desista e volte a engordar rapidamente.

Lembre-se: comer de forma saudável deve ser natural e tornar-se uma rotina.
Sobre a medicação para emagrecer, a máxima é que remédios não devem ser
tomados sem a prescrição de um médico que te acompanhe e te conheça —
afinal, as recomendações devem ser adequadas para o seu corpo e organismo.

Não tome medicamento para emagrecer sem o conhecimento de um


profissional.

Estresse e ansiedade

O estresse e a ansiedade fazem com que o corpo aumente a produção de


cortisol um hormônio que ajuda o corpo a responder a situações de estresse,
porém quando existem níveis muito altos desse hormônio pode haver aumento
do acúmulo de gordura no organismo, deixando o metabolismo mais lento,
sendo um motivo para não conseguir emagrecer.

O que fazer: tentar controlar o estresse e a ansiedade é importante para


diminuir a produção de cortisol e ajudar na perda de peso. Para isso, o ideal é
praticar atividades que ajudam a aliviar ou distrair a mente como caminhada,
alongamentos, meditação ou yoga

Atingir o efeito platô

Um dos motivos mais comuns de não conseguir emagrecer mesmo fazendo


dieta e exercícios físicos é o corpo ter se adaptado à nova rotina alimentar e de
atividades, atingindo o efeito platô, que é caracterizado por um equilíbrio entre
o consumo calórico e o gasto de energia pelo corpo.
Além disso, quando se realiza uma dieta restritiva por muito tempo ou quando
se perde rapidamente muito peso, ocorre diminuição do metabolismo,
podendo-se atingir efeito platô, dificultando a perda de peso.

O que fazer: mudar o tipo ou a intensidade dos exercícios físicos, com


orientação do educador físico, para ganhar massa muscular e aumentar a
queima de calorias, além de fazer alterações na dieta, com orientação de um
nutricionista.

Desequilíbrio hormonal

O desequilíbrio hormonal, principalmente quando os hormônios da tireoide T3 e


T4 estão diminuídos, levam ao desenvolvimento do hipotireoidismo, deixando o
metabolismo e o gasto de energia mais lentos, dificultando a perda de peso
mesmo quando a pessoa faz dieta e exercícios físicos.
O que fazer: deve-se consultar um endocrinologista para fazer uma avaliação
dos hormônios da tireoide e o tratamento mais adequado que pode ser feito
com o uso de medicamentos indicados pelo médico

Quais são os erros que detonam qualquer dieta?


Comer alimentos light e diet sem atenção
Quantas vezes você olhou para as embalagens e pensou “tudo bem, este é
light”? Pois é, os alimentos light e diet entraram na rotina de muitas pessoas,
mas podem atrapalhar o emagrecimento e ser prejudiciais a saúde. Antes de
qualquer coisa, se um alimento vem com a descrição light ou diet, isso significa
que o mesmo é industrializado.

Afinal, a natureza não nos fornece rótulos e embalagens com informações


nutricionais, não é mesmo? Os alimentos industrializados, de modo geral,
levam muitos elementos químicos em sua composição. Alto teor de sódio,
corantes, estabilizantes, flavorizantes e outros muitos que nem conseguimos
pronunciar.

Fique atento às informações nutricionais dos alimentos e, principalmente, aos


ingredientes do mesmo. Não compensa consumir um alimento apenas pelo
baixo teor de gordura se o mesmo é rico em substâncias químicas que trazem
inúmeros malefícios para a sua saúde. Veja, a seguir, algumas dicas para a
hora de ler os rótulos.

Na lista de ingredientes, aquele que aparece primeiro é o que existe em maior


quantidade — e assim por diante. Ou seja, quando você compra um pão
integral e o primeiro ingrediente que aparece é a “farinha de trigo enriquecida
com ferro e ácido fólico”, isso significa que o ingrediente em maior quantidade é
a farinha comum, branca, nada integral.

Dê sempre preferência para produtos com menos ingredientes possíveis.


Quanto mais extensa essa lista for, maiores as chances de conter ingredientes
altamente processados que fazem mal à nossa saúde. Quando estiver olhando
a quantidade de cada macronutriente, observe a porção a qual se refere.

Em um pacote de biscoito recheado, por exemplo, ao olhar a tabela nutricional,


você pode pensar que a quantidade de carboidratos não é tão alta, mas
geralmente aquele número refere-se a uma porção

Praticar uma dieta de alto Índice Glicêmico e alta Carga


Glicêmica
Antes de falarmos sobre como essas dietas podem te prejudicar, vamos
entender o conceito de índice glicêmico e carga glicêmica. O índice glicêmico
representa a velocidade com os açúcares presentes nos alimentos se
transformam em glicose no sangue.

Já a carga glicêmica é dada pelo produto do índice glicêmico pela quantidade


de carboidratos presentes nos alimentos. Consumir produtos de alto índice e
carga glicêmica faz com que o pâncreas libere insulina na tentativa de
regularizar os níveis de glicose do sangue.

Esse pico de insulina produz uma sensação de fome e vontade de comer


doces, já que a glicose sai de circulação de forma repentina. Além disso, o
excesso de insulina também está relacionado à diabetes e à resistência a esse
mesmo hormônio.

Preste atenção em alimentos como açúcar refinado, farinha de trigo, doces e


massas — eles favorecem o ganho de gordura e não promovem a sensação de
saciedade. As informações sobre o índice glicêmico e carga glicêmica não
estão contidas nos rótulos dos alimentos, mas existe uma tabela brasileira de
composição dos alimentos disponível na internet.

Consumir açúcar em excesso sem perceber


Sabemos que o açúcar está entre os principais vilões de uma alimentação
saudável e, por isso, começamos a evitar alimentos que ricos nesse
componente. No entanto, a grande indústria de alimentos não é boba e utiliza
diferentes nomes para identificá-lo.

Isso faz com que ele esteja escondido em tantos alimentos industrializados,
mesmo naqueles considerados “alimentos salgados”. Para te ajudar a achar o
açúcar, segue uma lista com alguns dos nomes que pode ter: açúcar refinado,
glucose de milho, xarope de malte, melaço, melado, xarope de milho,
maltodextrina, maltose e outros.

Não comer comida de verdade


Emagrecer comendo apenas industrializados não é saudável. Para eliminar o
excesso de gordura, aposte em comida de verdade, ou seja, nos alimentos
fornecidos pela natureza. A natureza é sábia e nos deu todos os macro e
micronutrientes necessários para a nossa saúde.

Verduras, legumes, raízes, frutas, peixes, ovos, carnes e oleaginosas, além de


gostosos, possuem valor nutricional e agregam qualidade às dietas quando
consumidos de maneira equilibrada. Preste atenção: esses alimentos não
possuem ingredientes, eles são os ingredientes e foram a base da alimentação
humana por séculos antes da industrialização.
E se você pensa que comer de forma natural é muito entediante, lamentamos,
mas você está enganado. Além de existir uma variedade de alimentos enorme
na natureza, são milhares as formas de prepará-los.

Falando em preparação, se você gosta de cozinhar, essa é a hora — cozinhar


em casa é uma maneira de garantir a qualidade da comida. Você saberá qual
óleo foi utilizado, se o tempero foi natural, conhecerá todos os ingredientes e
terá a oportunidade de

Fazer das exceções uma rotina


Alimentar-se bem 100% do tempo não é regra e você não está proibido de
comer seu doce preferido ou aquele prato típico do seu estado. Pelo contrário,
um corpo saudável necessita de uma mente saudável — comer o que amamos
nos traz alegria e sensação de bem-estar, ajudando no nosso emocional.

O ideal é adaptar o paladar para gostar das comidas saudáveis e tentar comer
da melhor maneira na maior parte do tempo, deixando os doces e outros
alimentos não tão saudáveis para ocasiões especiais e dias em que a vontade
é muito grande.

O problema é quando essas exceções começam a acontecer a todo tempo,


todo fim de semana, toda reunião de amigos, etc. Você pode até não engordar,
mas atrasará os seus resultados e correrá o risco de voltar a se alimentar mal
de forma rotineira.

Abusar do uso de frutas


Todo mundo sabe que as frutas são saudáveis e podem ser grandes aliadas da
nossa alimentação. No entanto, tenha cuidado! Não pense que, por serem
naturais, elas podem ser consumidas à vontade.

Como dito antes, nada em excesso faz bem. As frutas são ricas em frutose, um
tipo de açúcar, e, se consumidas em excesso, podem aumentar a gordura
corporal. Outra dica é evitar o suco das frutas.

Quando bebemos um copo de suco de laranja, por exemplo, estamos


consumindo todo o açúcar da laranja (na maioria das vezes de mais de uma
laranja), e jogando fora as fibras da fruta. Ou seja, estamos bebendo o açúcar
puro, o que vai causar uma maior produção de insulina — como já explicamos
aqui.

Confiar apenas na balança


Você já sabe a diferença entre emagrecer e perder peso, mas talvez não saiba
que os números da balança, sozinhos, não nos dizem muito sobre o nosso
emagrecimento. É preciso entender que cada componente corporal tem uma
densidade diferente.
No nosso caso, precisamos saber que o tecido muscular é mais denso do que
a gordura — em outras palavras, para um mesmo volume, o músculo
representaria um peso maior na balança. Ou seja, em alguns casos pode-se
perder gordura e ganhar massa magra mantendo o mesmo número na balança.

Isso não significa que você não emagreceu. Pelo contrário, significa que a sua
porcentagem de gordura, em relação à massa magra, está ficando cada vez
melhor. Então, como saber se estou perdendo gordura? Fazer uma avaliação
física com determinação do percentual de gordura. Análise de dobras
cutâneas, peso e circunferências corporais determinam sua composição
corporal e possibilitam o monitoramento da evolução do trabalho.

Uma maneira mais simples é observar as suas roupas. Se elas estão ficando
mais largas, isso pode ser um bom sinal. Sabe quando todo mundo passa a
comentar como você emagreceu? Pois é, esse é outro bom indicativo. Não
foque na balança, faça avaliações físicas que te forneçam informações mais
concretas sobre o seu corpo e confie que, quando você faz tudo certinho, os
resultados aparecem.

Agora que você já sabe muitos fatores e alimentos que podem prejudicar o seu
emagrecimento saudável, esteja focado nas boas atitudes — como comer bem,
exercitar-se, beber água para ter um corpo hidratado, dormir horas suficientes
para o bom funcionamento do corpo e manter o equilíbrio, sem deixar que a
busca pelo emagrecimento prejudique o seu emocional.

Escolha sempre os industrializados do bem, que possuem nutrientes e te


ajudarão na ingestão das quantidades necessárias de cada um deles. Vale
lembrar que, muito mais importante do que um corpo magro, é um corpo
saudável. Para obter os dois é preciso um pouquinho de dedicação e força de
vontade para adquirir novos hábitos. Invista em você mesmo!

Referências:
 CHURCH, Tim. Exercise in obesity, metabolic syndrome, and diabetes. Prog
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 CAPPUCCIO, Francesco P.; et al. Meta-Analysis of Short Sleep Duration and
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 JUNIOR, Jair R. G. Obesidade e a natureza parabólica da curva de perda de
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 MAYO CLINIC. Getting past a weight-loss plateau. Disponível em:


<https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/weight-loss/in-depth/weight-loss-
plateau/art-20044615>. Acesso em 24 Mar 2021

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