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10/06/2023 19:48 Fisiologia do Exercício

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
UNIDADE 3 - RESPOSTAS FISIOLÓ GICAS AO
DESEMPENHO E MUDANÇAS DA COMPOSIÇÃ O
CORPORAL

Carlos Henrique Prevital Fileni / Francisco Paulino de Abreu Neto

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Introdução
Podemos definir a fisiologia do exercício como a área dedicada aos estudos do corpo humano de forma
complexa e sistematizada, que busca compreender o movimento humano, a liberação de hormô nios, o sistema
neuromotor, psicoló gico e os mecanismos funcionais durante a atividade física. Além disso, essa área está
interessada na análise das diversas reaçõ es elétricas e químicas que acontecem no corpo humano durante os
exercícios esportivos e a atividade física, e busca entender, finalmente, os mecanismos básicos do organismo
para manter seu funcionamento, abrangendo informaçõ es sobre o sistema endó crino, respirató rio,
cardiovascular, fisioló gico e muscular, que agem de forma conjunta. 
O avanço tecnoló gico e científico em torno dos esportes tem auxiliado os profissionais em seus métodos de
trabalho para obter uma melhora na performance e rendimento esportivo final do indivíduo. Para isso, é
necessário que diversas áreas – como o treinamento desportivo, a fisiologia humana, a biomecânica do
movimento, a psicologia do esporte, entre outras – dialoguem entre si, trabalhando de forma multidisciplinar e
compreendendo o corpo humano de modo integrado. 
Tendo isso em mente, enquanto profissional dessa área, embasado nos conhecimentos anteriormente descritos,
como prescrever, então, os treinamentos mais adequados para um determinado indivíduo? Quais critérios
devem ser levados em consideração? Qual a importância dos nutrientes ingeridos para os treinamentos? Essas e
outras perguntas você poderá responder ao longo desta unidade, na qual você conhecerá, ainda, as respostas
fisioló gicas ao desempenho esportivo e mudanças na composição corporal; a importância do planejamento do
treinamento; os efeitos a curto, médio e longo prazo; a atuação positiva do treinamento para a saú de; a
longevidade esportiva; bem como poderá compreender os princípios do treinamento esportivo e sobre a
nutrição no esporte.
Preparado(a)? Bons estudos!

3.1 Treinamento físico para diferentes objetivos e


especificidades
O treinamento pode ser empregado nas áreas científicas e profissionais de forma sistematizada, composto por
exercícios que visam ao aprimoramento do desempenho esportivo. Dessa forma, podemos entender o
treinamento físico como um método sistematizado que busca o rendimento físico, em seus aspectos funcionais
e morfoló gicos, atuando diretamente no sistema neuromotor a fim de produzir movimentos mecânicos
esportivos ou não. 
Os trabalhos multidisciplinares são fundamentais para o desempenho físico humano, envolvendo, assim, as
ciências do esporte, que podem ser utilizadas como uma referência para guiar a prática e o desempenho
humano. As ciências do esporte têm contribuído para uma melhora significativa na qualidade do treinamento,
uma vez que buscam os melhores métodos de acordo com a característica física de cada atleta e grupo.  
Assim, os estudos pertinentes ao treinamento físico esportivo podem ser divididos em quatro grandes áreas.
Clique a seguir para conhecê-las:

Avaliaçã o do treinamento.

Controle do treinamento.

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Modelos de organizaçã o da carga de treinamento.

Desenvolvimento das capacidades motoras.


Compreender os fundamentos e conceitos dessas áreas é de suma importância para o rendimento esportivo,
pois os esportes de alto rendimento possuem exigências diferentes em relação ao organismo e,
consequentemente, exigem também um tratamento diferenciado do profissional que prescreve o treinamento.
Assim, é preciso organizar e planejar de maneira correta o treinamento, respeitando as demandas físicas e
energéticas dos indivíduos para evitar lesõ es e contribuir para sua performance física.

3.1.1 Avaliação do treinamento


Ao longo de uma temporada, as avaliaçõ es do treinamento são fundamentais para a eficácia do desempenho
físico. Assim, é necessária a investigação de aspectos relacionados a uma determinada modalidade. Em relação a
esse tema, é consenso na literatura a importância de se trabalhar sobre as diversas capacidades motoras a fim de
contribuir para o desenvolvimento multilateral dos atletas, o que será determinante para um elevado
rendimento esportivo. Quanto maior for a composição da atividade esportiva (por exemplo, tênis versus futsal),
mais importante será a influência entre as capacidades motoras. Por isso, deve haver um diagnó stico sobre
todas as capacidades envolvidas na modalidade esportiva alvo e, se possível, em condiçõ es que estejam
relacionadas à prática da atividade (especificidade da tarefa).

3.1.2 Controle do treinamento


O controle do treinamento pode ser resumido em uma relação entre dose e resposta. Nessa perspectiva, o
estresse fisioló gico atribuído ao corpo do atleta por uma determinada carga repercutirá em uma alteração de
parâmetros fisioló gicos e na mudança do desempenho, o que chamamos de carga interna de treinamento.
Conheça mais sobre o controle do treinamento clicando a seguir:

Parâmetros fisiológicos

Os preparadores físicos, técnicos e cientistas buscam parâmetros


para determinar a carga de treinamento ao atleta. Um dos parâmetros
fisioló gicos utilizados é o consumo máximo de oxigênio (VO2máx),
que pode ser mensurado em laborató rios ou por meio de métodos
indiretos (por exemplo, campo).

Frequência cardíaca

Podemos destacar também a frequência cardíaca (FC) como


parâmetro para mensurar a carga interna ao se propor uma relação
entre trabalho (exercício) e FC. A FC de reserva pode ser considerada

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para prescrever a intensidade do treinamento (FCreserva = FCmáx -


FCrepouso), variando de acordo com a idade. Para atividades
intermitentes, não podemos considerar a FC como um bom indicador,
já que o estresse fisioló gico imposto pelo exercício pode afetar no
resultado.

Definir o controle do treinamento para o atleta é extremamente importante, devendo-se considerar que ele pode
treinar duas vezes ao dia, vários dias na semana e ao longo de muitas sessõ es durante o mês. 

3.1.3 Modelos de organização da carga de treinamento


Existem alguns modelos básicos de organização das cargas de treinamento, como os modelos não periodizados,
os periodizados lineares e os periodizados não lineares. Nos modelos não periodizados, em relação à
intensidade relativa e ao volume, não há variaçõ es durante os exercícios. Já nos modelos periodizados lineares,
ao longo do período de treinamento, há um aumento da intensidade e diminuição do volume. Finalmente, nos
modelos periodizados não lineares, as cargas de treinamento são variadas diariamente e semanalmente. 

3.1.4 Desenvolvimento das capacidades motoras


O desenvolvimento das capacidades motoras é dado pelos diferentes métodos que estão sendo investigados a
fim de identificar e maximizar o desempenho esportivo nas diferentes capacidades motoras. No entanto, este é
um tema bastante amplo e contraditó rio, já que os estímulos aplicados a um determinado atleta dependem de
fatores como a modalidade esportiva praticada, tempo de treinamento e métodos utilizados. 
O treinamento da flexibilidade pode ser dividido em três tipos: dinâmico, estático e combinados. Para o
treinamento de força, podemos destacar alguns métodos utilizados, como o isométrico funcional, caracterizado
pela força estática; o método isocinético, qualificado por uma velocidade constante; e o dinâmico, com o uso de
forças de movimento concêntrico, excêntrico e/ou combinado. 
Os profissionais do esporte procuram realizar a prescrição de maneira correta, considerando, para isso,
variáveis como volume de treino, intervalo de descanso, modalidade específica, exercícios adequados, entre
outras.  

3.2 Princípios do treinamento esportivo


Os princípios do treinamento esportivo podem ser programados e planejados de maneira prática. O profissional
deve ter conhecimento sobre esses princípios a fim de realizar uma prescrição segura e eficaz para a preparação
dos atletas. 
Entre os diferentes princípios do treinamento esportivo, podemos destacar o princípio da sobrecarga, o
princípio da reversibilidade, o princípio da especificidade e o princípio da individualidade bioló gica. Conheça
cada um desses princípios a seguir. 

3.2.1 Princípio da sobrecarga 


Esse princípio consiste na variação do treinamento no volume, na frequência e na duração, sobrecarregando o
organismo do atleta de maneira adequada. A sobrecarga deve ser específica para cada atleta e aplicada de forma
progressiva. 
Na figura a seguir, podemos observar os estímulos ao exercício. 

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Figura 1 - Decorrências da carga de treinamento de acordo com a magnitude do estímulo.


Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

A recuperação apó s uma carga de treinamento é fundamental para que o corpo estabeleça um equilíbrio. Essas
adaptaçõ es bioló gicas proporcionarão uma melhor condição do desempenho, o que chamamos de
supercompensação, como pode ser observado na figura a seguir. O princípio da sobrecarga pode ser
compreendido como a relação entre intensidade e volume de treinamento, os quais podem ser mudados pelo
emprego de vários métodos.

Figura 2 - Conforme observado na figura, a depender do estímulo aplicado, a resposta será diferente.
Fonte: FUNDAÇÃ O VALE, 2013, p. 11.

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A adequação no fornecimento de oxigênio, de energia, força e resistência muscular ocorrem por meio de açõ es
empregadas entre o coração, hormô nio, musculatura esquelética, sangue, pulmõ es, sistema imunoló gico,
glândulas e cérebro. É importante que as cargas de treinamento não sejam aplicadas de formas espaçadas, para
que assim o atleta não volte ao início em sua aptidão física. As medidas práticas a serem adotadas em relação ao
aumento ou alteração da carga de treinamento podem ser observadas a seguir. Navegue no recurso abaixo abaixo
para acompanhar.

Aumento do nú mero de repetiçõ es.

Aumento da velocidade das repetiçõ es.

Recuperação curta.

Aumento de cargas.

Essas medidas dão origem aos componentes da carga.

3.2.2 Princípio da reversibilidade


Em relação ao princípio da reversibilidade, este atenta para o fato de que as alteraçõ es corporais obtidas com o
treinamento físico são de caráter passageiro, de tal modo que as capacidades físicas e morfoló gicas adquiridas
com o treinamento voltarão aos níveis iniciais apó s sua suspensão, como observado na figura a seguir. Esse
retrocesso acontece na mesma velocidade da conquista, ou seja, aquilo que se ganhou lentamente é mantido
com mais facilidade, desaparecendo também lentamente. Já aquilo que se ganhou rápido, é perdido no mesmo
tempo. 

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Figura 3 - O princípio da reversibilidade indica que aquilo que não se usa, perde-se.
Fonte: FUNDAÇÃ O VALE, 2013, p. 12.

Os atletas devem se adaptar aos estímulos de treinamento a fim de saírem do estado de homeostase, podendo
melhorar seu desempenho por meio de adaptaçõ es positivas. O não acontecimento desses estímulos resultará
em uma estagnação do atleta. 
Nesse sentido, podemos considerar o princípio da sobrecarga progressiva para um desenvolvimento cognitivo e
motor, como evidenciado na figura a seguir.

Figura 4 - Relação estímulo-fadiga-recuperação-supercompensação.


Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

O princípio da reversibilidade, portanto, evidencia que, com a ausência de estímulos, é possível retornar a um
estado inicial. 

3.2.3 Princípio da especificidade 

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O princípio da especificidade é aquele que considera essencial que o treinamento seja montado de acordo com a
modalidade praticada, respeitando os sistemas de organismo predominantes e também utilizando a qualidade
física a fim de adquirir os requisitos específicos da performance desportiva. Na prática, por exemplo, o jogador
de futebol conseguirá melhores resultados se o seu ambiente específico for o campo. Da mesma forma, se
estivermos diante de um atleta de basquetebol, seu ambiente principal deve ser a quadra. 

3.2.4 Princípio da individualidade biológica 


A individualidade bioló gica é compreendida como a aplicação de estímulos para diferentes elementos da mesma
espécie, considerando que cada ser humano reage a essas adaptaçõ es fisioló gicas de maneiras distintas, fazendo
com que não existam indivíduos iguais. Isso nos explica por que duas crianças da mesma idade e gênero podem
ter respostas diferentes frente ao mesmo tipo de treinamento. 

VOCÊ QUER LER?


No campo da literatura, podemos destacar vá rios estudos relacionados à s ciê ncias do
movimento humano. Considerando que o conhecimento científico é fundamental para
o treinador, pois o auxilia no entendimento sobre o treinamento de alto rendimento,
confira mais sobre o tema “Estrutura e planificaçã o do treinamento desportivo” no
artigo de Emerson Ramirez Farto (2002), disponível em: 
<https://www.efdeportes.com/efd48/trein.htm
(https://www.efdeportes.com/efd48/trein.htm)>.

Todo indivíduo é exclusivo e, por isso, traz para o esporte as suas pró prias capacidades, aptidõ es e respostas
aos estímulos do treino. Nesse sentido, destaca-se que não existe um treino ideal, mas, sim, uma melhor
compreensão do professor para saber dosar e aprimorar as cargas de treinamentos, tendo em mente que cada
indivíduo poderá ter respostas diferentes. 

3.3 Zona alvo, variáveis do treinamento e composição


corporal
Além de considerar os princípios do treinamento, o profissional incumbido de prescrever um treinamento para
um indivíduo deve considerar, também, diferentes intensidades no interior de um planejamento anual de treinos.
Além disso, é preciso estar atento às variáveis-chave para uma correta prescrição dos exercícios, tendo em

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mente os mais diversos aspectos relacionados ao que se deseja alcançar com o planejamento. Finalmente, um
bom profissional deve conhecer aspectos relacionados à composição corporal dos indivíduos e estar atento à
importância de uma correta nutrição.
Como vimos, os estudos relacionados à performance e ao rendimento esportivo são multidisciplinares. Assim, é
preciso um olhar atento às contribuiçõ es das diferentes áreas envolvidas nesses estudos, uma vez que a prática
do exercício envolve mú ltiplos aspectos.

3.3.1 Zona alvo


Planos de treinamento eficientes devem incluir intensidades variadas nas diversas fases do plano anual de
treinamento, especificamente ao nível do microciclo. Tais intensidades podem ser chamadas de zonas alvo. 
São várias as formas para quantificar e estabelecer a intensidade do treinamento. Em relação aos exercícios que
são executados contra resistência ou em altas velocidades, a intensidade pode ser quantificada como uma
porcentagem do melhor desempenho, representando uma intensidade máxima. 

VOCÊ QUER LER?


A prescriçã o do exercício e respectivas zonas alvo de treino deve considerar valores de
FCmá x e VO2má x. Assim, é necessá ria a identificaçã o desses valores para um correto
planejamento. No artigo “Zonas alvo de treino em diferentes ergômetros”, de Chaves,
Garganta e Roig (2007), você poderá descobrir mais sobre o assunto. Confira o artigo
em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v3n2/v3n2a03.pdf
(http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v3n2/v3n2a03.pdf )>.

Dessa forma, de acordo com as diferentes zonas de intensidade estabelecidas a partir de uma referência, pode-se
trabalhar diferentes zonas alvo de acordo com cada objetivo.

3.3.2 Variáveis do treinamento


Para que haja eficiência em um programa de treinamento físico, faz-se necessária a manipulação de variáveis-
chave no treinamento, podendo ser manipuladas de acordo com os requisitos funcionais, fisioló gicos e
psicoló gicos do objetivo do treinamento ou da competição. Tais manipulaçõ es podem ser realizadas, ainda, na
variável de volume (duração, distância, repetiçõ es ou volume de carga), intensidade (carga, velocidade ou
potência de saída) e densidade (frequência).

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• Volume
Componente primário do treinamento, o volume de treinamento é um pré-requisito primário para o alto nível e
êxito técnico, tático e físico. O volume de treinamento incorpora as partes essenciais que você conhece clicando
a seguir:

A constância

A constância do treinamento ou do tempo.

A distância coberta ou o volume de carga

As séries x repetiçõ es x resistência em kg no treinamento resistido.

As repetições

O nú mero de repetiçõ es de um exercício ou o elemento técnico que um atleta executa em um dado


tempo.

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A quantificação e o monitoramento do volume total de treinamento são muito importantes, porém, é preciso
estar atento para o fato de que a precisão na avaliação do volume do treinamento depende do esporte ou da
atividade. Assim, em esportes de treinamento aeró bio como corrida, ciclismo, canoagem etc., a unidade
apropriada para determinar o volume de treinamento é a distância percorrida, enquanto que em levantamento de
peso ou treinamento resistido, o volume de carga, expresso em quilogramas, é o método mais adequado para
avaliar volume. Repetiçõ es poderão ser usadas, enfim, para calcular o volume em atividades pliométricas.
Ao longo da carreira de um atleta, o volume de treinamento aumenta, e conforme o atleta se torna mais treinado,
volumes maiores de treinamento serão necessários para estimular as adaptaçõ es fisioló gicas, aumentando o seu
desempenho, consequentemente. Para aumentar esse volume de treinamento, diversos métodos podem ser
utilizados, destacando, principalmente:
• o aumento da densidade (frequência) do treinamento;
• o aumento do volume dentro da sessão de treinamento; e
• ambas as opções anteriores.
Contudo, é importante entender que o aumento do volume é importante desde que não induza ao treinamento
excessivo.

• Intensidade
A intensidade pode ser marcante como um componente qualitativo de trabalho, sendo outra variável de grande
importância ao treinamento. Ela é definida como o gasto de energia ou trabalho por unidade de tempo, sendo
uma função da ativação neuromuscular. Tal ativação poderá ser ditada pela carga externa, velocidade de
desempenho, quantidade de fadiga desenvolvida e o tipo de exercício realizado. Pode-se considerar também
como um fator adicional a pressão psicoló gica de um exercício, podendo este aspecto, mesmo na presença de
uma baixa tensão física, ter um alto nível de intensidade que se manifesta como resultado da concentração e do
estresse psicoló gico.
A avaliação da intensidade é específica do exercício e do esporte, podendo ser expressa em metros por segundo,
taxa por minuto ou potência de saída (watts) em atividades que envolvam velocidade. Em esportes que
envolvam resistência, a intensidade é normalmente quantificada em quilogramas ou potência de saída (watts),
enquanto que em esportes aeró bios ou em equipes, utiliza-se a frequência cardíaca média, a frequência cardíaca
em relação ao limiar anaeró bio ou a porcentagem da frequência cardíaca máxima.

• Densidade
A densidade pode ser definida como a frequência ou distribuição das sessõ es de treinamento ou, ainda, a
frequência na qual o esportista realiza uma série de reproduçõ es de estímulos por determinado tempo. Ela é
expressa em unidade de tempo entre as fases de estímulos e a recuperação do treinamento.

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VOCÊ O CONHECE?
As investigações de Michael Pollock trouxeram as bases sobre os aspectos quantitativos
da prescriçã o de exercícios, sendo estabelecidos na dé cada de 1970 e tendo sido
pouco alterados até os dias atuais. Assim, definições como intensidade, frequê ncia,
duraçã o e ideais do exercício para se conseguir os objetivos do condicionamento e da
saú de estã o diretamente relacionadas aos estudos de Pollock, tendo este, portanto,
contribuído imensamente para os estudos da fisiologia do exercício. 

É muito difícil calcular a quantidade ideal de tempo necessária entre mú ltiplas sessõ es de treinamento, pois
muitos fatores podem contribuir para a taxa de recuperação do atleta. Quanto maior a carga de trabalho da
sessão de treinamento, maior será o tempo necessário para recuperar-se para o pró ximo estímulo de
treinamento.

3.3.3 Composição corporal


A composição corporal pode ser compreendida como a quantidade dos componentes do peso corporal, na qual
se acumulam nutrientes e substratos retidos pelo corpo, ou seja, ela é composta por massa livre de gordura
(MLG) e massa gorda (MG). 
Como exemplo, considere a figura a seguir, que faz referência a um adulto saudável e representa sua composição
corporal aproximada. Os lipídios solú veis em solventes são encontrados no tecido adiposo e em outros tecidos,
dando origem à MG. Os demais componentes – ossos, mú sculos, água e outros tecidos desprovidos de lipídio –
podem ser considerados MLG. Diante disso, pode-se concluir que a massa magra é todo o peso de uma pessoa
descontando somente a parte de gordura, ou seja, a massa magra é a pró pria MLG.

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Figura 5 - Composição corporal de um adulto saudável, com massa livre de gordura e massa gorda.
Fonte: MARTINS, 2008, p. 211.

Aproximadamente, 60% a 70% do corpo de um adulto saudável pode ser considerado água. Em uma pessoa com
peso de 80 kg, o volume total do plasma é de aproximadamente três litros e meio. 

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VOCÊ QUER VER?


Composiçã o corporal é uma forma de compreender como nosso corpo é constituído,
fornecendo informações importantes para a saú de. No vídeo a seguir, de Pierre
Maestri, você poderá compreender mais sobre o assunto:
<https://www.youtube.com/watch?v=R9AiXwceV4c
(https://www.youtube.com/watch?v=R9AiXwceV4c)>.

A composição corporal é, muitas vezes, definida pela porcentagem da massa gorda (%MG). Além disso, é
preciso destacar que existem fatores que podem afetar na composição corporal, como a idade, o
condicionamento físico, estado de hidratação e porcentagem de mú sculos no corpo. Finalmente, cumpre
lembrar que, entre os métodos para descobrir qual a composição corporal de um indivíduo, temos a
antropometria e a avaliação da densidade corporal. 

3.3.4 Nutrição e exercício


Uma dieta ó tima (ideal) supre os nutrientes necessários em quantidades suficientes para a manutenção, o reparo
e o crescimento dos tecidos sem uma ingestão energética excessiva. Ingestõ es de líquidos, nutrientes e energia
aquém das ideais afetam profundamente a função termorreguladora, a disponibilidade de substratos, a
capacidade de realizar exercícios, a recuperação apó s um exercício e a responsividade ao treinamento. 
As recomendaçõ es dietéticas para indivíduos fisicamente ativos devem levar em conta as necessidades
energéticas de uma determinada atividade ou esporte e suas demandas de treinamento, incluindo as preferências
dietéticas individuais. Não existe “um ú nico” alimento ou dieta capaz de proporcionar saú de e desempenho
ó timos nos exercícios: o projeto e a estimativa da ingestão alimentar devem obedecer a diretrizes nutricionais
apropriadas. Em essência, aqueles que se exercitam regularmente para se manterem aptos não necessitam de
nutrientes adicionais além daqueles existentes em uma ingestão regular de uma dieta nutricionalmente bem
balanceada.

• Ingestão recomendada de nutrientes


Quando um homem exerce uma tarefa leve, ele consome até três vezes mais oxigênio do que quando está em
repouso. Esse nú mero sobe para seis a oito vezes mais durante uma atividade considerada pesada. Já no
trabalho elevado, temos qualquer tarefa que leve o metabolismo a trabalhar nove vezes ou mais em relação ao
nível de repouso.
Para que tenhamos energia para realizar as atividades que desejamos, é preciso ter uma ingestão correta de
nutrientes. Assim, na figura a seguir, podemos ver as ingestõ es aconselhadas para carboidrato, proteína e lipídio,
tendo como uma demanda diária energética em repouso de 1.200 kCal, aproximadamente; uma demanda

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energética diária total de 3.000 kCal para homens e de 2.000 kCal para mulheres. 

Figura 6 - Recomendaçõ es gerais em relação à ingestão de nutrientes, considerando proteína, lipídio e


carboidrato.
Fonte: MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 203.

Na figura, as estimativas dentro das barras representam o percentual da ajuda desse grupo para a ingestão de
macronutrientes específicos.

3.4 Testes e medidas


Por que o teste é importante? É realmente necessário dominar tantos conceitos estatísticos? Que decisõ es estão
envolvidas no processo de medida? O desempenho humano durante o treinamento dependente da forma com
que o profissional encara essas perguntas. 

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VOCÊ SABIA?
Os profissionais da á rea, em suas atuações, necessitam realizar decisões sobre
prescriçã o e orientaçã o correta da prá tica de atividade física. Nesse sentido,
avaliar exige conhecimentos e habilidades que devem ser alcançados e
aprimorados constantemente.

Sabemos que a perda e o controle do peso são umas das principais preocupaçõ es em saú de, de modo que é
necessário ao profissional incumbido de prescrever um treinamento mensurar o dispêndio energético para
estimar o equilíbrio caló rico. Considerando a importância desse tema, a seguir, você verá alguns conceitos e
métodos relacionados às medidas e avaliaçõ es.

3.4.1 Caráter de medida e de avaliação 


A medida pode ser definida como o ato de avaliar, e a avaliação, por sua vez, é um estabelecimento de qualidade
e valores referentes a medidas de variáveis. Diante disso, determinando condiçõ es de treinamento de um
indivíduo, podemos analisar e comparar, por exemplo, níveis de sedentarismo, condicionamento físico e saú de. 
É possível predizer o VO2máx de uma pessoa de várias formas. Uma pessoa pode realizar uma caminhada em
esteira rolante ou em um cicloergô metro enquanto são coletados os gases expirados, por exemplo. Os valores
coletados de VO2máx serão válidos a partir do momento em que forem comparados com valores de referência.
Considerando que um indivíduo tenha conhecimento do significado de VO2máx e queira ter, assim, a perspectiva
de sua aptidão física, será preciso fornecer-lhe, ainda, um relató rio de avaliação a fim de relatar e orientar sobre
o estado físico em que o indivíduo se encontra, tendo como base os dados coletados. Nesse sentido, por
exemplo, o VO2máx de uma pessoa de 20 anos é completamente diferente daquele de uma pessoa de 50 anos,
porém, nada impede que essa mesma pessoa de 50 anos seja mais condicionada que a de 20 anos. 
Na figura a seguir, vemos a relação entre teste, medida e avaliação.

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Figura 7 - Relação entre avaliaçõ es, medidas e testes. Como vemos, elas estão intimamente ligadas.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

Como profissional da área de desempenho humano, você terá de tomar uma série de decisõ es sobre os métodos
de coleta e interpretação dos dados no processo de medida. Uma ampla variedade de instrumentos (testes) é
utilizada para estimar habilidades nos domínios cognitivo, psicomotor e afetivo. Você terá que determinar os
domínios em que deseja ter objetivos e então desenvolver objetivos específicos e selecionar, ainda, testes que
produzam medidas objetivas, fidedignas, relevantes e válidas dos seus objetivos. O critério-padrão de referência
é empregado para comparar o desempenho do indivíduo com um padrão predeterminado relacionado a um
comportamento ou a uma característica específicos. As avaliaçõ es podem ser formativas (durante o programa
ou em intervalos do programa) ou somativas (no final do programa).

3.4.2 Interpretação dos testes máximos e submáximos


A potência aeró bia pode ser estimada utilizando-se métodos indiretos e diretos. Nos métodos indiretos,
podemos utilizar modelos matemáticos para mensurar os dados de uma determinada população; já nos métodos
diretos, destacamos as análises de gases em testes realizados em laborató rios. 
Os métodos diretos são de grande confiabilidade, uma vez que o indivíduo realiza o teste em um ambiente
clínico no ciclo ergô metro, na esteira, ergô metro de braço ou na piscina. Ao se executar um teste máximo até a
exaustão, são coletados os gases expirados, que são monitorados por um sistema computadorizado de análise

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de gases. 
Existem também os testes submáximos, nos quais o indivíduo não vai até sua exaustão, interrompendo, assim, o
teste devido a alguns indicadores predeterminados, como frequência cardíaca (FC), pressão arterial, entre
outros. 
Inú meros estudos vêm investigando e comparando a mensuração do VO2máx de forma indireta (máxima e
submáxima) e de maneira direta. Confira, clicando no recurso a seguir, alguns protocolos utilizados para testes
máximos e submáximos:

Testes Ergô metro de bicicleta – Astrand (1965), Fox (1973);


máximos Esteira rolante – Bruce, Ellestad.

Ergô metro de bicicleta – Astrand, Ryhming (1954);


Testes
Ergô metro de esteira – Balke (1959), Bruce (1973) e Ebbeling, Ward, Puleo et al.
submáxim
(1991);
os
Testes de campo, como Matsudo, Balke, Cooper e Weltman.

Os testes de campo são os mais utilizados em virtude de seu baixo custo, sendo uma maneira de predição do
VO2máx mais prática e que despende um menor tempo para cada avaliado, facilitando, assim, a aplicação em
grupos. 

3.4.3 Interpretação do teste clínico de esforço


Qualquer sinal ou indício de problema observado pelo examinador ou contado pelo paciente deve ser prescrito
no laudo do exame. Diante disso, um dos principais sintomas relatados pelo paciente é o cansaço, que não deve
ser desprezado. Como o cansaço é algo subjetivo, o examinador utiliza como parâmetro a escala de Borg –
apresentada no quadro a seguir – a fim de quantificar ao máximo esse sintoma. 

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Quadro 1 - Escala de percepção de esforço de Borg.


Fonte: YAZBEK JR. et al., 1998, p. 720.

Quando o paciente se encontra com dor, deve-se analisar sua localização, intensidade, frequência cardíaca,
característica e pressão arterial. Vejamos cada um desses elementos na sequência.

• Pressão arterial
Durante o exercício, é natural que a pressão arterial sistó lica suba de acordo com o aumento do esforço,
enquanto que a pressão arterial diastó lica conserva-se estável ou diminui. Se a pressão arterial sistó lica subir
menos que 35mmHg, pode significar doença isquêmica e problema do miocárdio em contrair durante o esforço.
Assim, a diminuição da pressão sistó lica no decorrer do exercício é sinal de preocupação, pois pode estar
relacionada à doença cardíaca grave. 
Posteriormente ao exercício, é natural que a pressão arterial retorne a níveis inferiores que os níveis basais. Caso
aconteça de a pressão arterial manter-se alta ou aumentar durante a fase de recuperação, isso também pode estar
relacionado a alguma doença, como a doença isquêmica do coração.

• Frequência cardíaca
Com o aumento do exercício ou estímulo, é normal que a frequência cardíaca aumente. Diante disso, o teste
ergométrico é um teste satisfató rio para quando o paciente atingir mais que 85% da frequência cardíaca
prognosticada. A fó rmula frequente e mais rápida para fazer uma previsão da frequência cardíaca é FCmáx = 220
- idade (desvio padrão = 11 bpm). O aumento da FC desproporcional é habitualmente encontrado em pacientes
com ansiedade, nas alteraçõ es metabó licas, em sedentários, em pacientes com hipertireoidismo e em outras
situaçõ es. 

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O uso de drogas como betabloqueadores, o hipotireoidismo, a doença de Chagas e o cronotropismo negativo


podem levar a uma queda do acréscimo da frequência cardíaca durante o esforço. A frequência cardíaca
diminuída por uso de drogas cronotró picas negativas pode ser retificada pelo índice cronotró pico:

Igualmente, a pressão arterial sistó lica, quando a frequência cardíaca diminui durante o exercício, pode indicar
doenças cardíacas graves. Na recuperação em relação ao pico de esforço, a queda menor que 12 bpm no
primeiro minuto representa baixa atividade vagal e está relacionada à maior mortalidade.

• Adulterações eletrocardiográficas
As arritmias desencadeadas no exercício podem ser detectadas por meio do teste ergométrico. No prognó stico
de isquemia miocárdica, avaliam-se as modificaçõ es do segmento ST e da onda U. As adulteraçõ es do segmento
ST contêm supradesnivelamentos e infradesnivelamentos medidos em relação à linha de base. São condiçõ es
anormais e sugestivas de isquemia alterada pelo esforço as seguintes alteraçõ es do segmento ST:

• infradesnivelamento com morfologia descendente ou horizontal;


• infradesnivelamento com morfologia ascendente > 1,5 mm, em
indivíduos de risco moderado ou alto de doença coronária; > 2 mm
em indivíduos de baixo risco de doença coronária; aferido no ponto
Y, ou seja, a 80 ms do ponto J.
Os supradesnivelamentos do segmento ST são incomuns, podendo explicar a ocorrência de grave isquemia
miocárdica, discinesia ventricular ou espasmo coronário. Analisam-se como anormais, ou inespecíficos para o
diagnó stico de isquemia miocárdica, a ocorrência de arritmias cardíacas complicadas, dor torácica, hipotensão
e incapacidade cronotró pica.

• Consumo de O2 e MET
Um MET representa 3,5 ml/kg/min de consumo de oxigênio por unidade de tempo e quilo de peso de um ser
humano em repouso. O consumo de O2 ou VO2 é equivalente à quantidade de METs predita no teste
ergométrico. A mortalidade está relacionada com valores baixos ou ruins de VO2, assim como níveis altos
podem indicar uma maior sobrevida. O VO2, estando muito baixo, pode ter uma ligação com a doença isquêmica
e pode ser definidor de procedimentos, até mesmo em avaliaçõ es pré-cirú rgicas.

3.4.4 Capacidade anaeróbia


O sistema anaeró bio lático, glicolítico ou ATP-CP pode ser considerado um sistema de transferência de energia
rápida. Ele é utilizado predominantemente em esportes ou exercícios de curta duração, que exigem uma
demanda energética rápida (por exemplo, corrida de 100 metros). A implicação do treinamento anaeró bio pode
ser decorrente de alteraçõ es psicoló gicas, morfoló gicas e fisioló gicas.
Esses ajustes metabó licos que seguem o treinamento produzem alteraçõ es na passagem de energia. Em
consequência do treinamento anaeró bico, os mú sculos esqueléticos apresentam maiores capacidades do
sistema ATP-CP e da glicose em gerar ATP, bem como o treinamento pode ocasionar o aumento das fibras

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musculares de contração rápida, resultando em um aumento da força muscular. 

Figura 8 - Relação entre o sistema energético e o tempo da atividade física.


Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

A constância aconselhada da preparação física com alvo na capacidade anaeró bica é de três a quatro dias por
semana, com exclusivamente uma sessão de treinamento por dia. O aprimoramento da capacidade anaeró bica
geralmente é desenvolvido em um período de oito a dez semanas, obtendo mudanças fisioló gicas significativas.
A constância do treinamento deverá estar relacionada com a duração e intensidade dos exercícios. 

Síntese
Nesta unidade, você pô de compreender como ocorrem as respostas fisioló gicas ao exercício e a mudança na
composição corporal, o desenvolvimento das capacidades físicas, a importância dos princípios do treinamento
desportivo, variáveis do treinamento, composição corporal, nutrição e exercício, e as interpretaçõ es de testes
físicos a fim de orientar e prescrever o treinamento de forma adequada. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• refletir sobre o treinamento físico para diferentes grupos e


especificidades, voltando suas atenções para a avaliação do
treinamento, modelos de organização da carga de treino e o
desenvolvimento das capacidades físicas;
• conhecer os princípios do treinamento esportivo, suas
características e aplicabilidade no planejamento de uma sessão de
treinamento ou um programa de treinamento a longo prazo,

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respeitando a individualidade biológica e as adaptações necessárias


para especificidade do treinamento;
• entender a composição corporal, na perspectiva de massa livre de
gordura e massa gorda, e abranger os métodos por antropometria e
a densidade corporal;
• compreender a nutrição e exercício, suas necessidades energéticas,
a ingestão de nutrientes recomendada diariamente, voltada para a
saúde, e dieta do atleta em sua preparação pré-competição e pós-
sessão de treinamento;
• descobrir quais os testes, medidas e avaliações existentes, bem
como sua importância, contribuindo para uma análise clínica
específica e formativa;
• aprofundar os conhecimentos sobre interpretações de testes
clínicos, a fim de contribuir com feedbacks informativos e realizar
uma prescrição correta dos exercícios. 

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