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BEM VINDO A PLATAFORMA ONLINE DO MÓDULO 2 SOBRE O

TREINAMENTO FUNCIONAL E PREVENÇÃO DE LESÕES NO FUTEBOL

O QUE É O TREINAMENTO FUNCIONAL?


Existem diversos conceitos que buscam externar na essência o que é o treinamento funcional, para os
profissionais da Ciência do Futebol, acredita-se que o treinamento funcional é um método que visa otimizar o
proposito final do operacionalizar desse processo (professor). O método do treinamento funcional é treinar com
propósito, fazendo ter sentido os estímulos dentro da função pretendida, trazendo uma consciência corporal ao
praticante em todos os planos e eixos do movimento, dentro da especificidade e padrões de movimentos básicos
de puxar e empurrar na vertical e horizontal. Treinar com proposito, é exatamente treinar aquilo que funciona, tanto
para fins objetivados na prevenção de lesões (Sargentim, 2013) como no aumento da performance, sempre visando
a qualidade dos padrões de movimento.
Entender os princípios básicos de aplicação e eficiência desse programa de treinamento de caráter dinâmico, é um
dos primeiros passos para obtenção de sucesso, uma vez que, esse sucesso só se materializara mediante a conscientização
da devida funcionalidade do método funcional. O treinamento funcional tem por sua essência viabilizar uma melhora no
rendimento esportivo do atleta, como também, minimizar os riscos de lesões musculares, ligamentares e possivelmente as
traumáticas. Havendo, portanto, o surgimento da terminologia funcional, ou seja, a característica primaria dos princípios
do método é produzir elevados níveis de eficiência motora relacionada ao rendimento e, concomitantemente, sendo
extremamente valioso para propiciar o distanciamento do atleta do departamento médico.
O princípio objetivado do treinamento funcional é produzir no atleta uma maior estabilidade corporal sem perder a
qualidade do movimento (Boyle, 2015). É evidente que, para haver uma absorção de toda essa promoção advinda do
método, será de fundamental importância que o profissional possua grandes conhecimentos sobre os princípios que
alicerçam essa metodologia, bem como, gerar mecanismos que produzirão um sistema de controle postural especifico

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ao futebol e aumentar os índices de rendimento do atleta durante o treino e principalmente competição. Sobre
controle postural Rothwell (1994) define basicamente como a o suporte do corpo, a estabilização e o equilíbrio do corpo
sobre a base de sustentação. Nos esportes de oposição, é necessário que o atleta consiga se manter equilibrado em
detrimento as diversas demandas propiciadoras do jogo, como aqueles relacionados ao gesto específico do futebol
(passe, chute, cabeceio etc) e o inevitável contato físico (Sargentim, 2013). Portanto, essa orientação postural é um dos
pilares mais importantes que o treinamento funcional deve proporcionar ao futebolista, sabendo que, essa capacidade
de se manter estável e/ou equilibrado em diferentes circunstâncias dos estímulos perturbadores externos é de grande
valia para o aumento do desempenho esportivo.

Em outras palavras, podemos definir que o objetivo final do treinamento funcional está alicerçado no pilar de
fazer o praticante se exercitar com no mais elevado nível da técnica possível, adquirindo consciência corporal
através de movimentos inteligentes que utilize a sua própria massa em diferentes planos, eixos e, dependendo do
caso, superfícies. O princípio de nunca perder a qualidade de movimento é uma temática defendida a risca em
todo o método de treinamento da Ciência do Futebol, não se importamos em saber se o esportista está realizando
o movimento com mais peso, o que realmente faz sentido dentro de nossa metodologia é saber se o atleta não
perdeu a qualidade funcional/anatômica do movimento. Existe uma teoria defendida por Charles Poliquin (Boyle,
2015) que salienta sobre a falha técnica, onde defende a teoria de nunca contar uma repetição apôs o praticante
realizar o colapso da técnica, e é exatamente isso que corroboramos com o autor, a técnica sempre será o
conceito defendido na prática de qualquer movimento dentro do método sistemático de treinamento da Ciência
do Futebol.
CONCEITOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL
Ao analisar o futebol dentro de sua esfera sistêmica e global, é possível perceber que a modernização do cenário
futebolístico é provinda de alterações consideráveis na estruturação e aplicabilidade dos volumes e cargas de
treinamento. Sendo o futebol considerado uma modalidade com elevado risco de lesão, cada vez mais, os
preparadores físicos têm preocupações para com a incidência, causas e severidade das lesões no futebol moderno
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(Brito 2009). Dentre essas lesões, a mais grave de todas pode ser considerada a do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
em futebolistas (Rocha 2007). No entanto, futebol moderno prioriza as prescrições de treinamento dentro da
especificidade, com fins objetivados no aumento da performance e menor incidência de lesões em futebolistas
(Sargentim, 2010) sendo considerado como treinamento funcional.

O treinamento funcional para a FUNCIONAL TRAINING FOR SPORTS é o treinamento que proporciona aos atletas
a eficiência mecânica em movimentos com o próprio peso corporal, em diferentes planos e eixos anatômicos. Para
Michael Boyle, o conceito que define o treinamento funcional é treinar com propósito, fazendo ter sentido os estímulos
dentro da função pretendida, trazendo uma consciência corporal ao praticante em todos os planos e eixos do
movimento, dentro da especificidade e padrões de movimentos básicos de puxar e empurrar na vertical e horizontal.
Treinar com proposito, é exatamente treinar aquilo que funciona, tanto para fins objetivados na prevenção de lesões
como no aumento da performance, sempre visando a qualidade dos padrões de movimento. O proposito como
prescrição de treinamento leva a uma finalidade perspectivada, com base na funcionalidade motora frente o
esporte praticado (Boyle, 2018).

Com isso, compactuamos com todos os exercícios que se assemelham com as características mecânicas da
modalidade, entendendo que a formação de um corpo inteligente e saudável acontece mediante uma série de
movimentos oriundos das complexidades sistêmicas do futebol, ou seja, o treinamento funcional deve estimular o
futebolista para estar mais preparado e seguro para resolver os problemas oriundos do jogo propriamente dito
(Sargentim e Passos 2012).

Dentro da literatura especializada e com os avanços dos estudos sobre o treinamento funcional, foi possível
identificar diversas evidências que abordam as lesões de LCA em futebolistas, em especial, em atletas considerados
de alto rendimento esportivo. Com isso, o treinamento funcional aplicado ao futebol é congruente com a premissa
da especificidade, aumentando sua eficiência mecânica e, consequentemente, sua performance esportiva e
minimizando a incidência de lesões (Sargentin e Passos 2012; D’Elia, 2017; Boyle; 2018; Monteiro, 2015). Em suma,
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acredita-se que o treinamento funcional também seja importante na redução da incidência de lesões de LCA em
futebolistas, pesquisas apontam que o elevado grau de incidência de lesões não atinge somente os mais jovens das
categorias de base, o alto grau de incidência também se encontra no profissional (Checchi., 2013), cabendo uma
alerta ainda mais convincente da importância do trabalho funcional/preventivo em todas as fases de treinamento.

Em outras palavras, é de vital importância a operacionalização do treinamento funcional alicerçado em


prescrições de estímulos que estejam congruentes com a especificidade do futebol. Portanto, é importante que o
profissional que milita dentro do contexto futebolístico saiba sobre os malefícios da lesão do LCA e sobre possíveis
intervenções práticas que podem ser estimuladas para minimizarem as possibilidades de lesão da mesma. Uma vez
que diversos estudos apontam que a lesão de LCA em futebolistas é considerada uma das lesões mais graves quando
comparada a outras lesões mais tradicionais (PEREIRA, 2017, p.9).

O princípio objetivado do treinamento funcional é produzir no atleta uma maior estabilidade corporal sem perder
a qualidade do movimento. É evidente que, para haver uma absorção de toda essa promoção advinda do método,
será de fundamental importância que o profissional possua grandes conhecimentos sobre os princípios que
alicerçam essa metodologia, bem como, gerar mecanismos que produzirão um sistema de controle postural
especifico ao futebol e aumentar os índices de rendimento do atleta durante o treino e principalmente na
competição. Sobre controle postural Rothwell (1994) define basicamente como o suporte do corpo, a estabilização
e o equilíbrio do corpo sobre a base de sustentação.

De forma semelhante, para Gambeta e Gray (2002) (apud. Boyle, 2018) “Os programas de treinamento funcional
precisam introduzir quantidades controladas de instabilidade para que o atleta deva reagir de modo a readquirir sua
própria estabilidade”. Sendo assim, a premissa do treinamento funcional é oferecer estímulos que sejam compatíveis
com a necessidade específica da modalidade, através de movimentos dinâmicos, com diferentes intensidades e,
especialmente, que envolva várias articulações.

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Já para os autores Virtuso Junior e Tribess (2005), eles preconizam o treinamento funcional com fins objetivados na
capacidade funcional do indivíduo, em decorrência de exercícios que estimulem os receptores proprioceptivos
presentes no corpo, os quais proporcionam melhora no desenvolvimento da consciência cenestésica e do controle
corporal.

O pilar máximo do treinamento funcional é fazer o praticante se exercitar com o mais elevado nível de técnica
possível, adquirindo consciência corporal através de movimentos inteligentes que utilize a sua própria massa em
diferentes planos, eixos e, dependendo do caso, superfícies. O princípio de nunca perder a qualidade de movimento
é uma temática defendida à risca em todo o método de treinamento funcional, onde não é prioritário saber se o
esportista está realizando o movimento com mais peso, o que realmente faz sentido dentro do treinamento funcional
é saber se o atleta não perdeu a qualidade funcional/anatômica do movimento. Existe uma teoria defendida por
Charles Poliquin (Boyle, 2015) que salienta sobre a falha técnica, onde defende a teoria de nunca contar uma
repetição apôs o praticante realizar o colapso da técnica.
CONCEITOS DO TREINAMENTO FUUNCIONAL EM JOGOS DE OPOSIÇÃO

Nos esportes de oposição, é necessário que o atleta consiga se manter equilibrado em detrimento as diversas
demandas propiciadoras do jogo, como aqueles relacionados ao gesto específico do futebol (passe, chute,
cabeceio etc.) e o inevitável contato físico. Portanto, essa orientação postural é um dos pilares mais importantes que
o treinamento funcional deve proporcionar ao futebolista, sabendo que, essa capacidade de se manter estável e/ou
equilibrado em diferentes circunstâncias dos estímulos perturbadores externos é de grande valia para o aumento do
desempenho esportivo (Sargentim e Passos 2012). Para os autores citados, a efetividade do treinamento funcional
dentro do futebol deve estar alicerçada sobre essas três vertentes: (1) Força; (2) core e (3) Propriocepção. Por fim, os
mesmos autores salientam que o as operacionalizações do treinamento funcional no futebol devem possuir dois
objetivos claros e interdependentes: 1 – “Melhora do movimento específico do futebolista durantes as fases intensas
e decisivas do jogo; 2 – Maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso as chances de dores e lesões
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inerentes ao futebolista” (Sargentim e Passos 2012, p.72). Corroborando com tais pressupostos, Neuman (2002) afirma
sobre a importância de o indivíduo ser detentor de um core bem equilibrado e fortalecido, para p futebolista realizar
as ações musculares com maior segurança, produzindo mais força nas extremidades e menor gasto energético –
minimizando os índices de fadiga - durante os movimentos.

Ao decorrer da evolução da preparação física do futebol moderno, os profissionais que militam nesse cenário foi
percebendo a importância de questionar o método tradicional utilizado para aquisição de performance desses
atletas. Na preparação física atual, muito tem sido discutido sobre a funcionalidade motora aplicada a preparação
dos futebolistas ao invés de pensarem exclusivamente na performance. Com isso, o treinamento funcional aplicado
ao futebol é congruente com essa premissa, onde possibilita que o atleta realize os movimentos mais específicos do
futebol, aumentando sua mecânica e, consequentemente, sua performance esportiva (Sangertim e Passos 2012).

Com os avanços de estudos com caráter no treinamento funcional para futebolistas, um dos fundamentos mais
evidenciados na literatura é a proporcionalidade especifica global que o referido método evidência, o que torna o
treinamento mais dinâmico e atraente. Portanto, a grande valia do treinamento funcional no futebol é poder trabalhar
com os atletas buscando resultados de diferentes proporções, podendo ser relacionados ao aumento de
desempenho ou aqueles relacionados a diminuição dos riscos de lesões (D’Elia 2017). Sendo assim, novo
conhecimento apurado pelos pesquisadores dessa área de treinamento, vem desencadeando conceitos que
alicerçam a confiabilidade de aplicação do método.
O CONCEITO DO CORE E SUA IMPORTÂNCIA NO FUTEBOL

Conceitualmente o core pode ser definido como o núcleo, o centro do corpo, sendo responsável por gerar
controle e movimento do tronco sobre a pelve, permitindo a produção, transferência e controle de força (KIBLER et
al., 2006). De acordo com Handzel (2003) o core possui diversas funções preponderantes para o esporte e vida diária,
uma vez que julga classificar o core como responsável por produzir a manutenção do equilíbrio, estabilidade, força
e melhora na coordenação durante o movimento.
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Corroborando com tais pressupostos apresentados pelos autores anteriores, Para Santos e Freitas (2010) o centro
do corpo tem por objetivo primário proporcionar ao indivíduo força, potência e controle neuromuscular. Esses autores
ainda complementam ao afirmar que, é no centro de gravidade do corpo que inicia todos os movimentos, bem
como aceleração, desaceleração e, principalmente a estabilização dinâmica durante os movimentos funcionais
(SANTOS e FREITAS 2010) considerados específicos para o futebol. Em termos anatômicos, a musculatura do core é
composta por 29 músculos que auxiliam na estabilização da coluna vertebral, a pelve e a cadeia cinética durante
os movimentos funcionais (FREDERICSON, 2005).

Uma metodologia pautada no treinamento do core deve ter como objetivo criar bases de sustentações para
aplicação de outras valências físicas, ou seja, a estabilização e posteriormente o fortalecimento da região do core,
irá garantir de maneira mais assegurada e sustentada, a aquisição de outras capacidades físicas do atleta. O que
torna necessária a aplicação desse método nos diferentes escalões de formação (Sargentim e Passos 2012), inclusive
os de iniciação esportiva, respeitando as individualidades biológicas e cognitivas do jovem futebolista. A progressão
pedagógica na operacionalização dessa vertente é um assunto de extrema valia dentro deste contexto, uma vez
que, a evolução só atingira sua plenitude quando houver um desenvolvimento paulatino dessas referidas bases de
sustentação (Boyle, 2018).

Diferentemente do que o senso convencional diz, o core é uma ideia de treinamento que além de prevenir lesões
articulares e, principalmente musculares, é uma metodologia que aumenta os níveis de rendimento e performance
do futebolista (Sargentim e Passos 2012). Com todos os estudos publicados durante anos sobre treinamento
funcional e especificamente o treinamento do core, ainda há alguns paradigmas que precisam ser rompidos quando
o assunto é treinamento funcional no futebol. Muitos profissionais com teorias infundadas ainda são detentores de
métodos que, anteriormente, de fato, trouxeram muitos resultados, mas, dentro da modernização eminente da
evolução da ciência e medicina esportiva, são métodos que deveriam ser por vezes descartados e/ou inutilizáveis.

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Optar por um método de treinamento que esteja pautado na especificidade do movimento é uma das maiores
riquezas que a ciência esportiva vem aderindo ao decorrer dos anos (Boyle, 2018). O maior fundamento que o
profissional adquire ao operacionalizar o método do treinamento do core é a citada especificidade, embora alguns
movimentos não sejam semelhantes aqueles que os futebolistas realizam no campo, mas a ativação do tronco será
a mesma conforme afirma Sargentim (2010, p.96) “a força, antes de ser acionada nos membros para a execução do
movimento, inicia-se na região do core”.

O alicerce criado pela boa aplicação dessa ideia de treinamento tem por sua essência todos os ganhos
contribuintes para a formação de qualidade do futebolista, passando por todas as fases de rendimento como as
relacionadas a prevenção de lesões, sendo caracterizado com os de maiores níveis de suporte, estabilização e
conscientização corporal. Partindo do pressuposto contribuinte de rendimento, a aplicação dessa metodologia
vigente angariara no auxílio da produção de força na execução específica do futebol além de minimizar as chances
de fadiga muscular dos membros das extremidades/periférica (MONTEIRO & EVANGELISTA, 2011).Portanto, a
aplicação fidedigna do core trará resultados mais assegurados dentro de uma perspectiva de longo prazo, servindo
como base de sustentação para outras vertentes de treinamento físico como a velocidade, agilidade, resistência e
as diferentes manifestações de força fundamentais para o futebolista (Wilson, 2006).
A FUNDAMENTAÇÃO DO CORE

A grande fundamentação da aplicabilidade de treinamentos preventivos, que evidencie o fortalecimento da


região do core, tem sido uma temática bastante explorada em cunho acadêmico sobre a sua produtividade de caráter
preventivo e de performance. A objetividade característica do core é originalizar todos os movimentos funcionais de
maneira especifica da modalidade, portanto, é necessário que o método de treinamento que inclua o core seja
aplicado dentro da sua especificidade, atendendo as demandas eminentes do jogo, gerando maior estabilidade e
produção de velocidade, potencia, força e agilidade (aceleração e desaceleração), promovendo um aumento de
performance nas ações motoras do esportista.

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O ponto auge de uma metodologia pautada no treinamento do core bem desenvolvido, é a base de sustentação que
essa região irá gerar na realização de qualquer movimento tanto de caráter dinâmico como estático. Existem várias
conceituações de core dentro da literatura, o que todos partem do pressuposto da estabilização da região quadril-
lombar-pélvica, tendo como princípio objetivado de proteger de maneira eficiente a coluna vertebral de forças
externas provindas durante as atividades físicas. Portanto, resume-se core como “o produto de um controle motor e da
capacidade muscular do complexo quadril-lombar-pelve (Gamble, 2007).

Antes de aplicar qualquer método de treinamento que evidencie a musculatura do core, é necessário que haja o
entendimento da classificação anatômica desses músculos e as suas principais funcionalidades dentro da ação motora.
A musculatura do core é dividida em diferentes partes que compõem a região do tronco ou que fazem ligações á ele,
podendo ser definida por Neumann (2002) como as regiões da porção posterior do tronco (costas) com camada
profunda, intermediaria e superficiel. A camada profunda ela engloba quase todas as musculaturas eretoras da coluna
(compostos de dois músculos principais da região lombar, o dorso longo e iliocostal), os músculos transversoespinhais
(rotatores, interversais e multifidios) e segmentais curtos (interespeinhais e intervertebrais). Os músculos
transversosespinhais e degmentais curtos não possuem uma grande alavanca e tem como função principal a conexão
entre uma vertebra e algumas outras acima ou abaixo da primeira (dentre duas e oito vertebras). A natureza altamente
segmentada desses músculos também contribui para o controle fino do movimento e para o rico feedback sensorial
segmental, permitindo que a propriocepção do indivíduo seja condicionada ao treinar utilizando exercícios que
desafiem o equilíbrio e a estabilização do atleta. A camada superficial são os músculos responsáveis pelo movimento
como o trapézio, grande dorsal, romboide, elevador da escápula e serrátil anterior. A camada intermediária
responsáveis pelas ações respiratórias da caixa torácica como o serrátil anterior superior e o posterior superior.

Ainda sobre a posição anatômica, existem aqueles músculos da porção anterolateral do tronco, conhecidos
também como mobilizadores e estabilizadores, minimizando uma grande carga na região lombar. As musculaturas que
compõem a porção anterolateral é o obliquo externo, obliquo externo, reto abdominal e transverso do abdômen,
músculos que estão associados na região do tronco como complexo Iliopsoas e quadrado lombar.
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O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO EM CRIANÇAS
O treinamento funcional para crianças precisa respeitar as fases do progressivas do desenvolvimento motor,
aonde passam por constantes mudanças ao decorrer da fase infanto-juvenil. Nos primeiros anos de vida uma simples
ação motora demanda uma extrema complexidade para a manutenção de uma postura estável, aonde as funções do
controle e estabilidade postural ainda não atingiram sua plena fase madura. Para que haja a funcionalidade eficiente
de controle e estabilização postural é necessária uma constante interação entre os sistemas musculoesqueléticos,
neuromotor e sensorial, porém, sabe-se que esses sistemas se modificam significativamente ao longo da juventude,
surgindo a necessidade do respeito para o princípio das individualidades.

Embora os sistemas citados acima não atingiram seus níveis máximos de produtividade na infância/adolescência,
esse fator não pode tirar a validação do treinamento funcional supervisionado para crianças. A prescrição do
treinamento funcional será um meio viabilizador para que a criança consiga passar por suas alterações fisiológicas e
cognitivas em fases posteriores com maior conscientização corporal, ou seja, sendo mais propensas ao controle corporal
nos períodos de alterações fisiológicas (ganho de peso e estatura).

TREINAMENTO FUNCIONAL E SUA RELAÇÃO COM O SNC


Para que o atleta possua níveis ótimos de rendimento relacionados ao controle postural dinâmico ou estático durante
qualquer atividade física, será necessária uma adaptação neural, advinda de estímulos nos treinamentos propiciadores
dessa conscientização corporal em diferentes momentos do jogo. Para haver o controle postural e ajuste de movimento
eficiente, os órgãos sensoriais acionarão diversos receptores de informações sensitivas advindas de todo o corpo, onde
cada região terá as suas respectivas funcionalidades ao mandar mensagens ao sistema nervoso central (SNC), local
aonde essas informações serão processadas e haverá uma escolha produtiva da ação motora desejada em detrimento
ao dado contexto gerador de perturbações. No entanto, o profissional que busca por resultados provenientes desse

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método de treinamento, deverá oferecer estímulos de diferentes naturezas especificas do futebol aos seus respectivos
atletas, proporcionando maior conscientização e controle postural em viés de perturbações voluntarias externas.

O processo de envio das informações sensoriais ocorre através dos mecanismos receptíveis denominados como
somatosensoriais, vestibulares e visuais. Embora exista especificidade de cada receptor sensorial, todos eles atuam em
concomitância dentro da ação motora desejada, provendo maiores níveis de eficiência no controle postural do
futebolista. Se tratando do primeiro do sistema somatosensorial, entende-se que é um receptor de suma importância
para a manutenção do controle postural, obtendo mecanismos espalhados por todo o corpo, sendo conhecido
também com a denominação de proprioceptores musculares que são os fusos musculares e os órgãos tendinosos de
golgi (OTG), ambos, portanto, responsáveis por captar as informações ao SNC e auxiliarem no controle da postura. No
segundo receptor citado, atende pela denominação de sistema vestibular que fica localizado no ouvido interno,
tornando possível a retomada da postura nas bases de apoio da massa instáveis. As informações que esse receptor esta
responsável é aqueles relacionados ao tronco, com movimentos de flexão, extensão e rotação além de proporcionar
maior orientação gravitacional. Para esse receptor a cabeça se torna um fator preponderante para originalizar as
devidas informações, sendo que a posição desta é um dos indicativos para a informação sensorial que facilita a noção
espacial. Por conseguinte, o terceiro o receptor do sistema visual, sendo um componente diretamente relacionado ao
SNC aonde as informações captadas são provenientes da visão. Esse órgão é essencial para a aquisição de
aprendizagens e desenvolvimento de novas habilidades motoras, além de tornar possível a manutenção postural.

COMO DEVEMOS APLICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL NO FUTEBOL


Com os avanços de estudos com caráter no treinamento funcional para futebolistas, um dos fundamentos mais
evidenciados na literatura é a proporcionalidade específica global que o referido método evidência, o que torna o
treinamento mais dinâmico e atraente. Portanto, a grande valia do treinamento funcional no futebol é poder trabalhar
com os atletas buscando resultados de diferentes proporções, podendo ser relacionados ao aumento de desempenho
ou aqueles relacionados á diminuição dos riscos de lesões. O novo conhecimento apurado pelos pesquisadores dessa
área de treinamento, vem desencadeando conceitos que alicerçam a confiabilidade de aplicação do método.

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Com os olhares voltados a uma progressão pedagógica de aplicação, é necessário que todos os movimentos
caracterizam uma segurança maior aos atletas. Assim, o princípio objetivado devera está voltado aos exercícios de fácil
assimilação, buscando promover equilíbrio postural, fortalecimento das articulações e aumentos progressivos para
obtenção de outros resultados como relacionados ao aumento de força.

No entanto, exercícios simples, com o próprio peso corporal poderá externar resultados significativos na formação
e na busca por alto rendimento advindos de sua funcionalidade. O primeiro quesito beneficente é aqueles relacionados
ao equilíbrio postural dinâmico, além de promover equilíbrio das musculaturas, o que minimizara o índice de lesões
musculares provenientes de forças desproporcionais dos grupamentos agonista, antagonistas e cinergistas.

TREINAMENTO EM CADEIA CINÉTICA ABERTA vs FECHADA


Alguns estudos apontam o treinamento em cadeia cinética aberta (sem contato com os pés em alguma
superfície/solo) como eficientes na prevenção de lesões e aumento de performance, bem como é possível encontrar
em literaturas especializadas em estudos mais modernos, a importância do treinamento em cadeia cinética fechada
(com contato dos pés em uma superfície/solo). No entanto, o levantamento da discussão tem por finalidade buscar
externar um conceito crítico sobre o assunto em questão e tentar subjugar a aplicabilidade mais eficiente em seu
contexto de atuação profissional. Vamos imaginar - através do conceito defendido por Michael Boyle - um padrão
básico de movimento de agachamento em um futebolista de 15 anos de idade, onde nós temos a três opções de
aplicar o estimulo: (1) em um leg press deitado, (2) agachamento em pé no aparelho e (3) agachamento em pé
livre, qual dessas três opções mais correspondem com a funcionalidade especifica e anatômica desse futebolista?
Se a sua resposta se pautou na primeira ou na segunda, vamos refletir alguns conceitos básicos sobre a
especificidade e padrões de movimento. Suponhamos que a opção desejada tenha sido (1) estimular o atleta a
realizar o leg press na posição deitada, onde o mesmo terá que encostar as costas no aparelho e empurrar o peso
em uma posição diagonal, vertical e/ou horizontal (dependendo do aparelho). Se analisarmos o jogo de futebol,
dentro da complexidade sistêmica de sua natureza, o futebolista necessita constantemente vencer a força
gravitacional, tempo e espaço em uma posição em pé, mantendo a estabilidade de suas articulações com a força

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advinda do solo. Nesta opção (1) deitada no leg press, o atleta não necessita gerar estabilidade, uma vez que, toda
a estabilidade gerada na ação do movimento já é adquirida através do aparelho, além de não adotar uma posição
específica e funcional para o futebolista. Já a opção de (2) agachamento em pé no aparelho já é mais funcional
quando comparada a posição deitada no leg press, porém, toda a estabilidade do movimento ainda é conduzida
em consequência do aparelho. Por fim, acredita-se que o estímulo mais eficiente para esse perfil traçado do atleta
seja a opção de (3) agachamento em pé livre.
A opção escolhida é a mais eficiente dentro da nossa concepção de treinamento, pois acreditamos que o
agachamento em pé livre propicia uma conscientização corporal maior quando comparada as outras opções além
de ser mais específica. Nesta execução o futebolista terá que agachar gerando a estabilidade do core advinda do
solo, além de empurrar o chão em uma posição específica da sua realidade de jogo. Sendo assim, a cadeia cinética
fechada sempre é a prioridade de nossas prescrições de treinamento, sempre trazendo a conscientização corporal
como o princípio norteador de todo esse processo.

TREINAMENTO FUNCIONAL NA PRÁTICA


A grande fundamentação que se aloja neste conceito é que o profissional não devera direcionar os olhares
apenas aos músculos isolados, e sim, olhar para o movimento eficiente na prescrição de qualquer periodização, aonde
a busca incessante deverá ser a funcionalidade eficiente do movimento. O que se entende é que a correta aplicação
dos movimentos funcionais, proporcionara resultados de diferentes magnitudes para o esportista, um deles está
relacionado ao aumento dos níveis de performance atléticas nas ações motoras do futebol, e a outra está relacionada
ao distanciamento do atleta ao departamento de reabilitação.

O programa de treinamento funcional deve ser composto por exercícios provenientes de diversos segmentos
corporais e concomitantemente diferentes níveis de amplitude das articulações, objetivando significativamente o
aumento da gama no repertorio na eficiência do movimento. Assim, com a dimensão quantitativa de estímulos de
diferentes planos de movimento, e em diversas magnitudes de torques obter-se-á melhores níveis de rendimento que
atenda as demandas características da modalidade, gerando maior estabilidade, fortalecimento muscular e
consequentemente cercear os índices de lesões articulares, musculares e traumáticas dos atletas.
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O método do treinamento funcional aplicado a futebolistas de diferentes categorias (amadoras ou profissionais)
tem ganhado bastante notoriedade nos últimos anos devido a sua propensão de atender de fato, grande parte das
necessidades dos profissionais engajados neste contexto esportivo. Sendo estas necessidades, as relacionadas a
viabilização do distanciamento do atleta ao departamento de recuperação e, concomitantemente obter aquisição
dos aumentos dos níveis de rendimento e performance. Entretanto, outro ponto de grande destaque dessas
abordagens funcionais no treinamento está relacionado as diversas variabilidades de exercícios que esse método
pressupõe.

Os critérios de abordagem e técnicas de combinações varia de acordo com cada necessidade encontrada pelo
profissional, de acordo com o grupo e as demandas inerentes ao dado contexto de atuação. Contudo, é uma fórmula
de treinamento que oferece diversos subsídios para que os profissionais possam desbravar novos meios e métodos de
intervenção para se chegar ao resultado que, acredita-se, originalizar positivamente o aumento da performance dos
atletas sem desrespeita-los dentro de suas individualidades.

Dentro dessas versatilidades de oportunidades encontradas pelos profissionais, é necessário que estes estímulos
devem possuírem alguns conceitos que proporcionem uma maior eficiência nos objetivos e evidenciarem progressões
superiores ao decorrer do desenvolvimento. Sobre variáveis de progressão, é necessário que o profissional esteja
entendido sobre os níveis de experiências que cada atleta possui. Assim, quando o direcionamento do trabalho está
voltado a iniciação das técnicas do método, a intencionalidade deve ser em oferecer ao jovem uma familiarização
com os diversos exercícios, com o maior número das bases de apoio e amplitude de movimento, caracterizando em um
maior entendimento por parte do futebolista.

Com esse delineamento de caráter progressista, o próximo passo será diminuir as bases de suporte desse
esportista e pedagogicamente oferecer programas de exercícios unilaterais. Aumentar as variações dos segmentos
corporais e planos de movimentos, implementação de aparelhagens propiciadores de maiores níveis de complexidade,
promover alteração nas informações visuais (realizar exercícios de olhos fechados), braços de resistência, torques nas
articulações corporais e gradativamente aumentar os níveis de intensidade dos exercícios.

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Para se obter cada vez mais a progressão gradativa de níveis de rendimento, assim como já citado, será necessária a
aplicação de técnicas dos movimentos mais próximos a realidade da modalidade. Ou seja, o princípio objetivado nas
prescrições de treinamento, precisa estar em alicerçado com os princípios da especificidade. Idealizando exercícios que
se assemelhem com as demandas e exigências do futebol e as individualidades biológicas de cada esportista,
entendendo-os como seres únicos dentro de suas características de diversos estados de atuação como emocional,
nutricional, velocidade de progressão no desenvolvimento e aprendizagens motoras.

MOVIMENTOS EM UMA PERNA SÓ


Acreditamos que a progressão mais fidedigna para se trabalhar dentro da especificidade do futebol é através
da base unipodal – uma perna só. Essa posição atende com maior especificidade as ações reais em um jogo de
futebol, uma vez que os movimentos de locomoção, passe, chute, controle de bola etc. são ações de características
unilaterais, onde o futebolista precisa realiza-la com apenas uma perna em contato com o solo. Como visto em
textos anteriores, a realização de movimentos com base no solo são os mais específicos quando comparados a
ações realizadas em máquinas de cadeia cinética aberta, no entanto, não devemos se assentar única e
exclusivamente nessa premissa pois, a realização do movimento com uma perna só é o padrão mais específico para
o futebol.
Os músculos responsáveis por gerar o movimento com base unipodal são o glúteo médio, quadrado lombar e
adutores, musculaturas estas que não são tensionadas em movimentos bilaterais – duas pernas em contato com o
solo. Opróximo passo é educar o movimento unilateral do indivíduo em cima de uma base instável, havendo a
necessidade do mesmo em realizar o movimento sobre a complexidade de ativar os motores primários, os
estabilizadores e os neutralizadores em consonância com os mecanismos proprioceptivos oriundos da base instável
(Boyle, 2005).

A OPERACIONALIZAÇÃO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA REDUÇÃO DE LESÕES


O grande princípio norteador de todo o processo é entendermos que prevenção de lesão não é sinônimo de
redução da incidência de lesões. Não estamos acostumados a pensar na prevenção de lesões, uma vez que

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prevenir que aconteça uma lesão humanamente é inevitável, o que se acredita é que é possível pensarmos na
redução da incidência da lesão, diferente de prevenir que ela aconteça. Com essa clareza na definição,
acreditamos na aplicabilidade do método do treinamento funcional com a finalidade majoritária de prevenir lesões
e. posteriormente a isso, a melhora do desempenho (MONTEIRO & EVANGELISTA, 2011).

A lesão vem crescendo cada vez mais dentro do futebol, até mesmo em idades precoces o futebolista das
categorias de base tem sofrido com esse crescente significativo de lesões nos últimos anos (Paschoal et al., 2013). No
entanto, sabe-se que a lesão é oriunda de todos os esportes que exija certo grau de disputa e invasão, o que não
inviabiliza a necessidade de medidas preventivas para cercear esse acontecimento. Não obstante, essa
problematização não se assenta apenas nas categorias iniciais de formação, pesquisas atuais apontam que o alto
grau de incidência de lesões também está no futebol profissional (Checchi., 2013), cabendo uma alerta ainda mais
convincente de que o trabalho preventivo deve fazer parte das periodizações já nas fases iniciais de formação.

Pesquisas apontam que as lesões em futebolistas são oriundas da falta de treinamento preventivo, orientação
nutricional e fatores psicológicos. Sendo assim, vale ressaltar que o treinamento preventivo pode viabilizar a redução
da incidência de lesões nas categorias de base (Paschoal. 2013) e na fase adulta. Para Boyle (2015), a constância
dos relatos de lesões advindos dos fisioterapeutas estava diretamente relacionada as musculaturas estabilizadoras
fracas. Musculaturas estas conhecidas como oblíquo interno e transverso do abdômen para os (a) abdominais
profundos, glúteo médio, adutores, quadrado lombar e rotadores externos do quadril para os (b) estabilizadores de
quadril e, por fim, para os músculos da (c) retração da escapula o romboide e trapézio inferior.

LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA)

O ligamento cruzado anterior (LCA) é o ligamento que estabelece conexão entre fêmur e tíbia, concedendo
assim maior estabilidade para os movimentos rotacionais do joelho e prevenindo a translação anterior excessiva da
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tíbia em relação ao fêmur. (COSTA; LEANRO; GAMA; NOBRE; SANOS, 2016, p. 01). O LCA é composto por tecido
fibroso. Sua origem está na porção medial interna do côndilo femoral sendo inserido na porção central da tíbia.
(PINHEIRO; SOUZA, 2015). Segundo SANTOS (2014), na maioria dos casos as lesões de LCA ocorrem devido a entorses,
sem o contatoireto com outro atleta, no futebol, isso se dá por conta da grande quantidade de movimentos
rotacionais e mudanças de direção, podendo também ocorrer por mecanismo de estresse, assim como em
hiperextensão e traumas diretos.

MEDIDAS PREVENTIVAS DO TREINAMENTO FUNCIONAL EM LESÕES DE LCA EM FUTEBOLISTAS


PROPRIOCEOPÇÃO

No futebol são solicitadas diferentes capacidades biomotoras, como coordenação motora, velocidade,
impulsão, resistência e agilidade e em diferentes níveis de intensidades, e grande variação de ações motoras
realizadas como disputa por espaço, corridas, saltos, mudanças de direções, alterações de velocidades, e devido a
todas essas demandas, ocorrem as lesões por contato físico, sobrecarga muscular, torções e entorses durante a
temporada. (Montenegro, 2014).

A cada ano o futebol se torna mais competitivo, o volume de treino e número de jogos aumentam, fazendo com
que o atleta chegue perto do seu limite de exaustão, aumentando a preocupação com o condicionamento físico
e com a prevenção de lesões, tendo as estatísticas sobre as lesões se tornado um fator fundamental na avaliação
da sobrecarga dos treinos e dos jogos (Cohen et al. Apud Montenegro, 2014).

Por causa das ações motoras do esporte, como as rotações, maior distância percorrida em velocidades
submáximas e a especificidade do esporte, a região corporal mais comum afetada são os membros inferiores, em
potencial as articulações do joelho e do tornozelo, como exemplo a entorse de tornozelo e a de joelho, assim como
lesões nos ligamentos (Junior e Assis, 2010).

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Devido a uma maior estabilidade dinâmica, isto é, a capacidade de voltar a uma posição após uma alteração,
é indicado um programa de exercícios proprioceptivos, tanto para a manutenção do equilíbrio quanto para a
prevenção de lesões (Antes et al., 2009). Pelo aumento da propriocepção e do controle neuromuscular, melhora-se
em viés do de estabilidade e do core para aquisição de um quadril e tornozelo mais estável, além do alinhamento
do joelho nos movimentos estáticos e dinâmicos (Hauge, 2017)

O treinamento proprioceptivo é vastamente utilizado na recuperação de lesões esportivas e está constantemente


sendo reconhecido como uma ferramenta preponderante na redução da incidência de lesões (EMERY et al., 2005).
Já para o autor Herman et al. (2012), preconizam o treinamento proprioceptivo como um instrumento que se resume
na redução da incidência de lesões em consequência da melhor conscientização corporal e estabilidade articular,
maximizando os reflexos articulares protetores. Todas essas melhoras funcionais que resultam na menor incidência de
lesões estão sendo constantemente discutidos e validado na associação de adaptações do controle neuromuscular
como a propriocepção (ZECH et al., 2010).

A propriocepção é a aferência dada ao sistema nervoso central (SNC) pelos diversos tipos de receptores
proprioceptivos que estão localizados nos ossos, nos ligamentos, nos tendões, no tecido subcutâneo, nas fáscias
musculares e na porção interior dos músculos. Trata-se do input sensorial dos receptores proprioceptivos para
detectar a posição e o movimento articular, além de direção, amplitude e a velocidade, também como a relativa
tensão sobre os tendões (Martimbianco et al., 2008; Rossato et al., 2013).

Os principais proprioceptores estão localizados nas articulações e são compostos por terminações livres e pelos
corpúsculos de Ruffini e Paccini também denominados como mecanoreceptores, e o órgão tendinoso de golgi
(OTG). Nos ligamentos, eles funcionam como protetores e enviam informações da posição respectiva do membro e
a tensão ligamentar. Os receptores são estimulados através da sua deformação, realizada por meio da coaptações
articular ou tração. Outros receptores que comunicam o SNC sobre as atividades mecânicas realizadas são os fusos

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neuromusculares localizados na própria musculatura e tem a capacidade de monitorar as mudanças na tensão,
comprimento e no estado de contração das fibras musculares. (Sargentim e Passos, 2013; Rossato et al., 2013).

Os estudos sobre o uso do treinamento proprioceptivo e neuromuscular mostram eficiência para a prevenção de
lesões no futebol, devido a maior proteção articular e muscular dos membros inferiores. Mesmo que não se possa
impedir o acometimento das lesões devido aos diferentes mecanismos que propulsores, a prevenção se torna
eficiente em reduzir o número de incidências por temporada ou reduzir o tempo de afastamento do atleta (Myers
2010).

Para que o atleta possua níveis ótimos de rendimento relacionados ao controle postural dinâmico ou estático
durante qualquer atividade física, será necessária uma adaptação neural, advinda de estímulos nos treinamentos
propiciadores dessa conscientização corporal em diferentes momentos do jogo (Hauge, 2017). Para haver o controle
postural e ajuste de movimento eficiente, os órgãos sensoriais acionarão diversos receptores de informações sensitivas
advindas de todo o corpo, aonde cada região terá as suas respectivas funcionalidades ao mandar mensagens ao
sistema nervoso central (SNC), local aonde essas informações serão processadas e haverá uma escolha produtiva
da ação motora desejada em detrimento ao dado contexto gerador de perturbações (Risberg et al., 2001). No
entanto, recomenda-se que o profissional que busca por resultados provenientes desse método de treinamento,
deverá oferecer estímulos de diferentes naturezas especificas do futebol aos seus respectivos atletas,
proporcionando maior conscientização e controle postural em viés de perturbações voluntarias externas.

Os componentes do treino neuromuscular incluem o desenvolvimento da força muscular – resistência de força e


potência – podendo considerar mecanismos essenciais ao futebol (Soares 2007). Podemos considerar o treinamento
de força de caráter neuromuscular é de suma importância para qualquer programa com finalidade na redução da
incidência de lesões musculares e articulares, pois é o elemento base da velocidade, potência e controle motor
(Schiff 2004; Pfeiffer 2006). Em outras palavras, o conceito defendido do treinamento neuromuscular na redução da
incidência de lesões em futebolistas é em consequência das ações características do jogo – aceleração,
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desaceleração, arranque, saltos, mudanças de direções, arremate entre outros – exigem níveis de forças variados,
tornando fundamental o controle motor sobre essa perceptiva de neuromuscular (Soares, 2005).

O equilíbrio de força entre as musculaturas flexoras e extensoras do joelho também são fatores determinantes na
redução da incidência de lesões, em especial as lesões relacionadas ao LCA do futebolista. Ou seja, se forem
verificados desequilíbrios nos grupos musculares flexores – isquiotibiais - e extensores – quadríceps - do joelho,
aconselha-se o estabelecimento de programas personalizados de treino de força, que podem incorporar exercícios
específicos de reabilitação (Soares 2007; Soares 2005). Embora alguns estudos apontam a relatividade significativa
dos músculos isquiotibiais intervirem nas lesões do LCA, Grelsamer (2005) ainda considera uma evidência
especulativa. Porém, com base nos estudos de Pollard (2005) sugere-se que o preparador físico invista nos benefícios
do treinamento neuromuscular equilibrado entre extensores e flexores para assegurar com maior assertividade a
possibilidade da redução da incidência de lesões do LCA.

Já o processo de envio das informações sensoriais ocorre através dos mecanismos receptíveis denominados como
somatosensoriais, vestibulares e visuais. Embora exista especificidade de cada receptor sensorial, todos eles atuam
em concomitância dentro da ação motora desejada, provendo maiores níveis de eficiência no controle postural do
futebolista (Soares 2007). Se tratando do primeiro do sistema somatosensorial, entende-se que é um receptor de suma
importância para a manutenção do controle postural, obtendo mecanismos espalhados por todo o corpo, sendo
conhecido também com a denominação de proprioceptores musculares que são os fusos musculares e os órgãos
tendinosos de golgi (OTG), ambos, portanto, responsáveis por captar as informações ao SNC e auxiliarem no controle
da postura. No segundo receptor citado, atende pela denominação de sistema vestibular que fica localizado no
ouvido interno, tornando possível a retomada da postura nas bases de apoio da massa instáveis. As informações que
esse receptor esta responsável é aqueles relacionados ao tronco, com movimentos de flexão, extensão e rotação
além de proporcionar maior orientação gravitacional (Soares 2005). Para esse receptor a cabeça se torna um fator
preponderante para originalizar as devidas informações, sendo que a posição desta é um dos indicativos para a
informação sensorial que facilita a noção espacial do futebolista. Por conseguinte, o terceiro o receptor do sistema
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visual, sendo um componente diretamente relacionado ao SNC aonde as informações captadas são provenientes
da visão. Esse órgão é essencial para a aquisição de aprendizagens e desenvolvimento de novas habilidades
motoras, além de tornar possível a manutenção postural (Bernier 2003).

Para Sargentim e Passos (2012, p.54) “a ação desses receptores acontece de forma inconsciente, por meio de
atividades reflexas, e os músculos e articulações reagem automaticamente, visando executar os movimentos das
formas mais eficientes”. Sendo a resposta motora inconsciente para o estímulo em relação à estabilidade articular
dinâmica (CAMPOS; COURACCI-NETO 2004, LOUWA; GRIMMERB; VAUCHANC, 2006).

Em suma, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), lesão considerada comum dentre as mais graves em
jogadores de futebol, pode causar alterações biomecânicas, minimizando a aferência proprioceptiva com isso
afetar as funções neuromusculares da articulação do joelho. No entanto, as lesões do futebol podem diminuírem
pela metade quando aplicado uma periodização adequada de treinamentos desse caráter (Hauge, 2017).
Exercícios de equilíbrio que estimule o aumento de percepções das posições do joelho são os mais indicados na
redução da incidência de lesões nos atletas (Soligard et al., 2008; Arnason et al., 2008).

PROPRIOCEPÇÃO APLICADO NA CRIANÇA

Quanto mais nova é a criança maiores serão as necessidades do sistema visual para a manutenção do
controle corporal em uma tarefa de instabilidade, embora os sistemas sensoriais estejam em constante
amadurecimento na infância e adolescência, a partir dos 3 anos de idade já se torna possível a utilização de
alguns deles. Somente por volta da idade cronológica entre 7 e 12 anos que será possível a utilização de todas as
informações captadas pelas células receptíveis que compõem o sistema sensorial. Portanto, a partir dessa fase
cronológica as crianças possuem uma progressão gradual no comportamento postural e por volta dos 12 anos de

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idade a criança já atingiu a disponibilidade de todas as informações sensoriais para estabilização em uma ação
motora estática ou dinâmica.

De acordo com Steindl (et al., 2006) a propriocepção se desenvolve por volta dos 3 aos 4 anos de idade.
Porém, a informação do sistema visual só atingira seu estado de amadurecimento por volta dos 15 a 16 anos de
idade de acordo com a literatura encontrada de Steindl (et al., 2006), aonde o autor cronologicamente enquadra
as fases concretas dos sistemas sensoriais. A propriocepção é indicada também para crianças com problemas
inflamatórios na cartilagem epifisária de crescimento especificamente com a Osgood Schlatter.

LESÕES NO CORPO IMATURO


As lesões esportivas são inevitáveis devido as demandas provenientes de cada modalidade, no futebol
especificamente tem crescido consideravelmente o número de lesões Stewien e Camargo (2005). Quadro este que
pode ser explicado devido ascensão na proporcionalidade que o esporte vem causando no percurso de sua
existência, consequentemente gerando um alto nível de competitividade, o que por si só, não há restrições alguma
por ser uma característica cultural dos eventos esportivos. A grande problematização dessa temática é quando o
nível de competitividade desrespeita as funcionalidades físicas dos esportistas amadores, gerando diversas lesões no
corpo imaturo do jovem.
Falando em termos específicos, as lesões em esportistas imaturos que limitam no contexto esportivo também
já atingiram quadros exorbitantes. Fato este que é atribuído aos profissionais que perspectivam seus alunos/atletas
como “adultos em proporções reduzidas”, prescrevendo cargas de treinamento com volume e intensidade superior
aquelas que o jovem pode reproduzir, esquecendo de que o esportista ainda passa por momentos de maturidade
fisiológica como o crescimento gradual dos ossos, musculares, ligamentares, tendinosas, cartilaginosas e
principalmente pelo fato da cartilagem de crescimento (epífise) ainda se encontrar aberta. Em cima desses
pressupostos citados já é possível depreender que a criança se difere muito em termos fisiológicos dos adultos (SALLIS;
MASSIMINO, 1997). Aonde o estado de amadurecimento não ocorrera no período cronológico, havendo a
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necessidade de respeitar as vulnerabilidades físicas encontradas em crianças e adolescentes, possibilitando a
redução de lesões que poderão acarretar no desenvolvimento normal e progressivo do indivíduo.
É notório que os jovens entre 11 a 17 anos são mais propensos a lesão devido ao seu processo neurobiológico
está em constantes alternâncias e velocidades progressivas de amadurecimento. A alta sobrecarga é um estímulo
perturbador que certamente ocasionara em lesões nas epífises de crescimento (localizada na extremidade do osso
longo) devido a vulnerabilidade causado pelos períodos sensíveis de crescimento inevitáveis do jovem esportista.
Pesquisas mostram que 50% das lesões nos esportes são ocasionadas devido aos técnicos esportivos não
respeitarem as fases de crescimento dos jovens. O tempo de estímulo e recuperação são de extrema importância
para a manutenção saudável da pratica esportiva, levando sempre em consideração que os jovens esportistas estão
passando por delicadas fases de crescimento e que precisam ser respeitadas em todas as suas respectivas etapas,
minimizando, portanto, as lesões advindas pelo treinamento excessivo (overuse). Os esforços repetitivos que
ultrapassem os limites do sistema fisiológico ocasionam numa lesão denominada osteocondrite dissecante que
envolve o osso e a cartilagem de qualquer articulação do corpo e, especificamente no futebol, a lesão mais
susceptível desse caráter é a Osgood Schlatter. Geralmente sua incidência está relacionada ao estirão puberal,
caracterizando-se como um fenômeno específico dos jovens em fases de crescimento.

OSGOOD SCHLATTER
Existem algumas divergências quanto a nomenclatura mais adequada para caracterizar essa temática.
Levando em consideração que a terminologia osteocondrite é caracterizada como acessível a essa doença (Apley;
Dunn 1991; Salomon 1998; Azevedo e Cruz, 2001). De acordo com os autores RUDOLPH E KAMEI (1997); INSALL E
SCOOT (2001), a patologia Osgood Schlatter é mais propensa a terminologia epofisite de tração no tubérculo tibial.
O que se define em conceitos de terminologia é que a doença Osgood Schlatter constitui na etiologia da
osteocondrite, tornando-se mais familiar em termos definições.
Essa patologia inflamatória da tuberosidade da tíbia foi escrita pela primeira vez em 1903 pelo ortopedista
Robert Osgood (EUA) sendo ocasionada quando ha uma inflamação na cartilagem epifisária (epofisite), perdendo
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o suprimento de sangue (isquemia causando a nacrose óssea) que, geralmente acomete em crianças devido as
suas inevitáveis fases de estirão de crescimento puberal e cessando ao termino desse respectivo crescimento. Essa
lesão geralmente acarreta na capacidade funcional momentânea das crianças esportistas geralmente pelas fortes
dores localizada na região do joelho (TACHDJIAN, 1995), que se apresenta como um local de suma preponderância
para o esporte.

http://www.drlyndongross.com/knee/osgood-schlatter-disease-it-hurts-when-i-jump/

Com o passar do tempo essa patologia passou a ser bastante discutida em laboratórios ortopédicos devido a
demanda de procuras de pais que costumeiramente veem seus filhos se queixarem de dores localizadas no joelho.
O aprofundamento dessa patologia foi operacionalizado pelo próprio cirurgião Carl Schlatter (Alemanha), trazendo
diversos detalhamentos dos processos inflamatórios que, com o passar dos anos mesmo assim não deixou de ser
temática de estudo por profissionais da área ortopédica e fisioterapeutas esportivos. Essa dor possivelmente é
causada pelo excesso de tensão no tendão patelar (ROBBINS; GERSHWIN, 1983; HEBERT; XAVIER, 2003), durantes a
fase do crescimento puberal que ocorre por volta dos 10 a 15 anos no sexo masculino e 8 a 13 anos no sexo feminino

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e encerra-se quando houver a calcificação óssea da placa epifisária em ambos os sexos. Essa tensão excedida no
tendão patelar originaliza-se na inserção do ligamento na tuberosidade tibial (LOVELL e WINTER, 1988).
Existem algumas evidencias que caracterizam a ocorrência dessa inflamação em crianças e adolescentes,
sabendo que os estudos ainda carecem de informações mais fundáveis para sanar as hipóteses especuladas dentro
da literatura. Dentre os referenciais teóricos encontrados até os dias de hoje consideram a origem da patologia
advinda de diversos segmentos, dentre eles estão á do autor Ratliffe (2000) que idealiza a patologia como uma
causa oriunda do exercício físico que causa tensões nos tendões além de atribuir essa doença ao rápido crescimento
dos ossos longos.

PROCEDIMENTOS CONSERVATÓRIOS PARA O TRATAMENTO


Veremos a seguir alguns procedimentos fisioterapêuticos que poderão auxiliar na recuperação do esportista para
as atividades físicas segundo as orientações sugeridas por alguns autores. Entretanto, na imagem a seguir veremos
uma bandagem infrapatelar que minimiza o stress mecânico sobre o tendão da tuberosidade patelar causado pela
musculatura do quadríceps em movimentos que exijam grandes sobrecargas no joelho, principalmente movimentos
de tensos como saltos, giros, deslocamentos bruscos de direção, empurrar, agachar e girar, ou seja, exercícios
básicos gerais de qualquer modalidade esportiva. No entanto essa bandagem é apenas um coadjuvante de todas
as recomendações solicitadas abaixo pelos pesquisadores, tornando-se apenas como mais um recurso que irá
viabilizar a redução de dor na hora da atividade física.

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BANDAGEM INFRAPATELAR (FIGURA2)

Embora já seja possível encontrar diversos estudos que falam sobre a causa da patologia e suas possíveis
diretrizes para o tratamento. Essa inflamação ainda é considerada dentro da literatura como uma doença
espontânea e de causa obscura, ou seja, ainda há uma carência na área da medicina para encontrar estudos
significativos que comprovem algumas hipóteses. Dentre essas divergências quanto aos fatores que acarretam nessa
doença de diferentes terminologias e conceitos definitivos, encontra-se também aqueles relacionados aos
procedimentos pediátricos para minimizar a dor da patologia inflamatória. Existem alguns procedimentos para
doenças Osgood Schlatter, segundo Azevedo e Cruz (2001) um dos procedimentos é o uso de anti-inflamatórios não-
hormonais e repouso. Um outro procedimento encontrado na literatura é em detrimento ao reforço da musculatura
do quadríceps, restaurando o equilíbrio patelar Rudolph e Kamei, 1997 apoud Rafael Felipe Castilho), Alexandre
Sabbag da Silva2 p,25 da revista). Já Richards (2002), recomenda um procedimento mais simples de tratamento
capaz de minimizar a dor ocasionada pela inflamação, consistindo em evitar o contato da criança com exercícios
que exijam um nível elevado na articulação do joelho, dependendo do nível do processo inflamatório da criança
ela deverá ficar isenta parcialmente da atividade física com mobilização da área afetada ou reduzir o volume e

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intensidade de treinamento. Sabemos que tomar essa decisão de isentar ou reduzir o estresse inevitável causado
pelo treinamento é um tanto quanto desafiador para nós profissionais da área da saúde pois, sabe-se que, o jovem
dificilmente compreendera os procedimentos preventivos para sua lesão. Para o autor FLOWERS (et al, 1995), se esse
procedimento conservador não for operacionalizado possivelmente esse jovem sofrera com doenças degenerativas
na artrite em idade adulta. O que não é recomendado dentro das evidências cientificas encontradas é a inatividade
física do esportista por um tempo considerável pois, estaria propenso a sentir mais dores ao retornar a atividade
devido ao seu descondionamento (WALL, 1998). Uma outra diretriz segundo a ideia do autor é levar o indivíduo a
inserção da crioterapia (gelo). Recomenda-se que a criança fique durante um período analgésico
(aproximadamente 3x de 12min) com intervalos de 3min e três vezes ao dia. Para Camanho (1996), os exercícios de
alongamento da musculatura do quadríceps e ísquitibiais são importantes para aumentar a musculatura,
consequentemente servindo como um viés aquisitivo para redução das dores no tendão patelar e, esses exercícios
devem ser diariamente operacionalizados ates e após às atividades físicas. Não obstante, um outro estudo
encontrado na literatura por Behrman et al. (2002), diz que o tratamento deve ser evidenciado através do repouso
da atividade física. No entanto, sugere-se que o profissional esteja atento a essas patologias advindas dos períodos
sensíveis do crescimento ao prescrever qualquer exercício de treinamento. Evitando assim que a criança seja
submetida a estímulos que exijam grandes tensões na região da tuberosidade tibial (Hebert e Xavier, 2003).
Em suma, conforme todas as abordagens procedimentais idealizadas pelos autores mencionados
anteriormente, existem três possibilidades de tratamentos conservadores fundamentais para a aquisição positiva
nesse processo caótico na juventude, dentre essas diretrizes entendemos ás essenciais e bem acessíveis a todos
profissionais da área esportiva são aquelas citadas por Richards (2002); Behrman et al. (2002); Rudolph e Kamei (1997),
consistindo respectivamente por repouso, gelo e alongamento/reforço da musculatura do quadríceps, ísquiotibiais
e flexores do quadril. Estudos também tem mostrado que, além desses procedimentos concedidos pelos autores, a
hidroterapia (com movimentos suaves) tem se tornando um meio viabilizar para o tratamento de inflamações agudas
de Osgood Schllatter. Por fim, essa patologia em questão é um processo natural para todos as crianças que militam

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no contexto esportivo (e atividades diárias), não apresentando sequelas perpetuas e o seu tratamento é de caráter
conservador (Turek 1991).
Compilando e sintetizando tudo o que foi exposto de acordo com a literatura consultada e as diretrizes
provenientes dos autores, contextualizando para a nossa área a compreensão dessa patologia é de extrema
importância para o nosso enriquecimento profissional em relação as corriqueiras dores no joelho que acometem
crianças ativas. Esse tema nos traz reflexões significativas antes de fomentar qualquer método de treinamento para
jovens em fases de crescimento púbere. Entender essa patologia é ter a real dimensão das individualidades
eminentes das crianças e, muito além de absorver as reais características do esportista, é necessário respeita-los de
acordo com as suas vulnerabilidades momentâneas. A doença de caráter osteocondrite denominada Osgood-
Schlatter é um fenômeno que na fase de crescimento (10 aos 15 anos aproximadamente) vem afetando mais
esportistas do sexo masculino quando comparado ao sexo feminino, possivelmente devido à sua maior massa
muscular e, levando isso em consideração, exercícios demasiadamente excessivos que ativam contrações agudas
da musculatura do quadríceps contra a inserção do tendão patelar é um dos principais precursores para o
surgimento dessa inflamação patológica, independentemente do gênero que pratica a atividade.
Conforme as crianças vão crescendo durante os períodos da vida, os tecidos moles não acompanham o
crescimento ósseo, caracterizando em um encurtamento da musculatura de membro inferior, maximizando a tração
gerada na tuberosidade anterior da tíbia. Essa inflamação é proveniente de um não suprimento do sangue para a
cartilagem epifisária que, por sua vez, ainda não atingiu seu estado de amadurecimento, ou seja, encontra-se aberta
e sensível. Só por meio desse entendimento já é possível depreender que as crianças antes de serem inseridas em
contextos esportivos de caráter profissional elas possuem divergências alarmantes quando comparada ao corpo
adulto aonde, o envolvimento indevido a atividade excessiva irá acarretar em problemas maiores que poderão se
tornar em quadro cirúrgico na fase adulta. Conforme as placas epifisárias ainda não atingiram sua ossificação, essa
inflamação Osgood Schlatter poderá ocorrer bilateralateralmente, sendo normalmente comum que isso aconteça.
Em termos de tratamento a literatura recomenda que seja de caráter conservatório, aonde o tratamento
cirúrgico só é recomendado em casos extremos aonde ocorreu alguma deformidade e, mesmo assim, a criança só
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poderá ser submetida a essa cirurgia após o fechamento da cartilagem epifisária. Desvincular as crianças de
atividades físicas portadores dessa doença não é recomendado devido ao ressurgimento dessas eventuais dores
após o retorno das atividades em virtude do descondicionamento. Porém, em casos de fortes dores a solução é
retirar temporariamente o esportista das atividades que exijam grandes esforços, o que torna uma tarefa difícil para
o esportista e consequentemente um grande desafio para o técnico esportivo. Dentre as diretrizes encontradas, a
mais acessíveis e eficientes (embora todos sejam) ao tratamento é a crioterapia e exercícios de alongamento para
os quadríceps e isquiotibiais antes e após as atividades além daqueles considerados de caráter fisioterapêutico (com
aparelhagens).

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