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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Compreender os conceitos associados ao treino desportivo.
2. Entender os mecanismos de construção da forma desportiva.
3. Conhecer os princípios que regem o processo de treino.
Parte 2:
4. FADIGA E RECUPERAÇÃO NO PROCESSO DE TREINO
4.1 Duração e heterocronismo dos processos de fadiga e recuperação
4.2 Níveis de fadiga no treino desportivo
4.3 Sobressolicitação e sobretreino como estados-limite na aplicação das cargas de
treino
Parte 3:
5. MODELOS GERAIS EXPLICATIVOS DO RENDIMENTO DESPORTIVO
5.1 Modelo unifactorial (supercompensação)
5.2 Modelo bifactorial (fadiga – desempenho)
5.3 Modelos não-lineares
Parte 4:
6. OS PRINCÍPIOS DO TREINO DESPORTIVO
6.1 Os princípios biológicos
6.2 Os princípios metodológicos
6.3 Os princípios pedagógicos
FUNDAMENTOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO
O desenvolvimento científico ocorrido até aos nossos dias (e que continua a decorrer)
aumentou de forma exponencial o conhecimento sobre os métodos e formas de treino
utilizados e o seu impacto no rendimento dos desportistas, assim como se transformaram
significativamente os meios disponibilizados e as condições em que o treino ocorre.
Independentemente dos muitos pontos comuns que se podem identificar, o treino com jovens
tem caraterísticas necessariamente distintas do treino nas idades subsequentes, do mesmo
modo que o treino regular orientado para a promoção da saúde e do bem-estar implica
estratégias diferentes do treino de alto rendimento.
O treino desportivo é, por isso, indissociável da competição e pode ser definido como “um
processo pedagógico complexo, pelo qual o treinador tem de fazer essencialmente, de um
modo apropriado e bem adaptado às capacidades e fraquezas de cada um, ensinar novas
destrezas e formas de obter sucesso na competição, desenvolvendo simultaneamente a
capacidade de trabalho e de entrega do praticante, bem como espírito de equipe e a aptidão de
cooperação, associados à vontade de superação” (Alves, 2005).
Trata de promover alterações positivas no nível de desempenho dos atletas, em função das
suas necessidades e capacidades, orientado para objetivos muito concretos, sendo sempre um
processo a longo prazo.
Desse modo, as estratégias de treino devem considerar não apenas o âmbito concreto da
atividade desportiva, mas tudo o que tem a ver com a atividade humana e que envolve o
praticante, como sejam “a tomada de consciência e a reflexão crítica sobre as condições em
que se desenvolve o sistema de treino e as relações entre este e a atividade e exigências de
outros âmbitos da vida social” (Martin et al., 2001).
Um outro conceito que importa ter presente quando abordamos os objetivos do treino
desportivo é o de treinabilidade, definida por Castelo (1996) como“o grau de adaptabilidade e
de modificação positiva do estado informacional, funcional e afetivo do praticante, como
resultado dos efeitos dos exercícios de treino”.
A treinabilidade depende de diversos fatores, com destaque para os associados à idade dos
praticantes e ao seu grau de maturidade, que determinam a existência de fases sensíveis ou
períodos particularmente favoráveis para o treino de determinadas qualidades, de que
falaremos mais adiante.
Assim, é fundamental que o processo a longo prazo seja conduzido de modo a respeitar a
individualidade do atleta, prevenindo o aparecimento de situações de especialização precoce e
maximizando a eficiência do processo de treino.
Continua a ter um papel preponderante no modo como o treino desportivo cumpre os objetivos
a que se propõe e, mais do que isso, influencia o modo como o mesmo continuará a evoluir.
Correr mais rápido, saltar mais alto ou mais longe, superar o seu adversário, são apenas o
resultado de um conjunto de ações, sequencialmente executadas.
Nos modelos de desempenho desportivo atuais, toda a sequência de ações executadas que
conduz a um determinado resultado é considerada.
A preparação ao nível físico, técnico, tático e psicológico, é encarada como um todo e permite
identificar necessidades que contribuam para uma preparação mais orientada.
Há, pois, um conjunto de indicadores de desempenho que são específicos a cada modalidade
e disciplina, permitindo uma análise comparativa do mesmo entre vários praticantes ou entre
diferentes prestações de um mesmo atleta (Hughes & Bartlett, 2010).
Numa prova de natação, por exemplo, podemos comparar o tempo de partida e o tempo de
viragem relativamente à velocidade de nado, de modo a quantificar o peso de cada um deles
no resultado final.
Quando efetuamos uma análise comparativa do nosso atleta com os melhores especialistas,
podemos identificar pontos fortes ou debilidades que nos forneçam indicações para o treino a
realizar posteriormente, de modo a melhorar o seu rendimento.
I) ritmo de prova,
II) tempo de reação,
III) tempo e velocidade de partida,
IV) tempo e velocidade de viragem,
V) tempo e velocidade de chegada,
VI) velocidade de nado,
VII) frequência gestual e
VIII) distância de ciclo.
É função do treinador determinar quais os parâmetros influenciadores do desempenho na sua
modalidade e desenvolver mecanismos de avaliação que lhe permitam uma rigorosa avaliação
do resultado final e a promoção de estratégias de treino conducentes a uma evolução baseada
na identificação dos pontos fortes e fracos de cada praticante.
Trata-se de um processo dinâmico que decorre a longo prazo e visa modificar o seu potencial
em termos técnicos, morfológicos, funcionais e psicológicos.
No decorrer deste processo, convirá fazer a distinção entre o estado de treino do atleta e o
seu estado de preparação.
Por outras palavras, falamos de estado de treino q uando abordamos a preparação geral do
atleta e o trabalho orientado para a melhoria generalizada da sua capacidade funcional,
efetuado de modo multilateral ou recorrendo a exercícios específicos da sua modalidade.
Quando nos referimos ao estado de preparação do atleta, estamos a falar de tudo o que
envolve o processo de treino e está diretamente relacionado com a competição. Ou seja,
“implica processos graduais de aproximação à situação de competição, integrando, de um
modo globalizante, os conhecimentos teóricos sobre a modalidade, a dominante cognitiva
associada aos fatores técnico e tático e a aptidão de mobilização total para os objetivos da
competição, o que põe em jogo diversas componentes de caráter psicológico, desde a
motivação até à concentração na tarefa sob condições adversas” (Alves, 2005).
Desse modo podemos dizer que a forma desportiva é a capacidade de o atleta realizar ações
de elevada qualidade (frequentemente com superação do seu melhor resultado), em momentos
perfeitamente definidos no tempo e associados às competições de maior importância.
1. FASE DE DESENVOLVIMENTO
2. FASE DE ESTABILIZAÇÃO
3. FASE DE PERDA
3. A última fase de forma desportiva acontece quando o atleta começa a diminuir a sua
capacidade de rendimento, representando, normalmente, a transição para um novo ciclo de
preparação.