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Modelo Virtual para Planeamento e Controlo do Processo de Treino

Article · December 2020


DOI: 10.47863/PTMG7961

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Luciano Gonzaga Galvão Rui Resende


Independent Researcher University of Maia - Portugal
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Journal of Sport Pedagogy and Research 6(3) - (2020) 96-103
https://doi.org/10.47863/PTMG7961

Modelo Virtual para Planeamento e Controlo do


Processo de Treino

Luciano Gonzaga Galvão¹; Rui Resende2

¹Prefeitura Municipal de Florianópolis, Brasil.


²Life Quality Research Centre (CIEQV Centro de Investigação em Qualidade de Vida), Instituto
Universitário da Maia (ISMAI), Portugal.

RESUMO:
Palavras-chave
A variável tempo disponível para treinar é crucial para os treinadores na condução
Formação de e planeamento do processo de treino. O presente artigo visa apresentar um modelo
treinadores; de gestão de treino informatizado para treinadores desportivos, baseado na
Estatística; “Filosofia do Treinador e sua Implementação com Eficácia” de Resende (2018).
Avaliação do Aponta elementos relevantes identificados a partir de ferramentas de controlo e
treino; acompanhamento utilizada por treinadores desportivos para a criação de um
modelo prático que permita informações consistentes para o controlo do treino.
Por meio de utilização de planilhamento com fórmulas pré-determinadas, o
treinador pode acompanhar, com maior autonomia, os quantitativos e percentuais
de treino. O treino é planeado em três grandes grupos elementares: Aspectos
Físicos, Técnicos e Táticos. De maneira simples e prática o treinador pode
reajustar os quantitativos para atingir os objetivos previstos para o treino em cada
etapa.

Keywords Virtual Model for Planning and Management of the Coaching Process
ABSTRACT:
Coach Education; The variable time available to train is crucial for coaches in driving and planning
Statistic; Training the training process. This article aims to present a computerized training
Evaluation. management model for sports coaches, based on the “Coach Philosophy and its
Effectiveness Implementation” by Resende (2018). It points out relevant elements
identified from control and monitoring tools used by sports coaches to create a
practical model that allows consistent information for the control of training.
Through the use of spreadsheets with pre-determined formulas, the coach can
monitor, with greater autonomy, the quantitative and percentage of training.
Training is planned in three major elementary groups: Physical, Technical and
Tactical aspects. In a simple and practical way, the coach can readjust the numbers
to achieve the goals set for the training in each stage.

*Correspondência: Luciano Gonzaga Galvão – luciano.galvao@prof.pmf.sc.gov.br 96


Modelo virtual de treino

Modelo Virtual para Planeamento e Gestão do treino são organizados de uma forma coerente e
Processo de Treino racional (Denison, 2010).
As sessões de treino podem ter diferentes tempos de
Atualmente as demandas de trabalho e elevação dos prática efetiva. Normalmente, dependendo do
níveis de competição desportivas vêm exigindo cada desporto e do escalão competitivo, a duração de uma
vez maior preparação, estudo e reflexão por parte dos unidade de treino varia entre uma e duas horas, pelo
treinadores. O conhecimento que o treinador tem que que o treinador tem de planear de acordo com o tempo
adquirir sobre as metodologias de treino, do conteúdo disponível de que dispõe (Robinson, 2010).
das tarefas motoras a inserir em cada unidade de A forma como é estruturado e dividido o tempo
treino e da sua intervenção pedagógica pressupõe e disponível para cada unidade de treino permite
exige uma cada vez maior sofisticação na sua identificar a importância relativa que os diferentes
formação. Consequentemente, a estruturação das conteúdos assumem na concepção do treinador
tarefas que contêm a planificação do processo de (Afonso & Graça, 2013). Ou seja, se um treinador de
treino constitui um fator fundamental que qualifica e futebol por exemplo, nas suas sessões de treino
atribui valor ao trabalho do treinador (Roy et al., dedicar todo o tempo de treino aos processos
2018; Santos et al., 2011). A materialização dos ofensivos da equipa, provavelmente estes vão
conteúdos a implementar em treino e competição decorrer melhor na competição que os defensivos
sobrevém da pedagogia através de uma didática pois o tempo que se dedica a uma tarefa é crucial para
consentânea com as necessidades do público-alvo o seu desenvolvimento e aprimoramento. O balanço
(Resende, 2016). Resende (2016), reconhece o do tempo dedicada a cada uma das componentes da
treinador como peça fundamental, não só na performance desportiva envolvida na competição
montagem dos exercícios como também na constitui um fator de decisão fundamental na
articulação do antes e do depois, tendo como estratégia de planeamento do treino por parte do
referencial a competição. Corroborando, Gomes e treinador. Cabe aos treinadores planearem o processo
Resende (2015) apontam que, ao treinador, é de treino de tal forma que se criem as condições
necessário possuir conhecimentos gerais e necessárias para que os atletas alcancem a sua melhor
específicos da modalidade em que atua, como o forma desportiva e a mantenham durante o tempo em
domínio sobre a metodologia do treino, fisiologia dos que decorre o período competitivo (Matveiev, 1990).
atletas, psicologia do desporto, questões educacionais Tendo em linha de conta esta preocupação e
e sociológicas do desporto, além de fatores estruturais respondendo a estes objetivos emergiu a periodização
e culturais inerentes a cada organização desportiva e do treino que, em sentido lato, significa estruturar o
ambiente que a rodeia. Por conseguinte, constata-se treino em diferentes fases, períodos e ciclos devendo
que a prática que envolve o processo de treino é estes ser planificados considerando o calendário
extremante complexa pois envolve múltiplas competitivo (Bompa & Buzzichelli, 2015). Contudo,
variáveis sendo que a forma como todas elas se convém relembrar que aplicar a periodização do
encaixam para produzir a máxima performance nunca treino em desportos coletivos coloca desafios únicos
são muito claras (Denison, 2010). ao treinador devido à variedade de objetivos de
A planificação do processo de treino possui uma treino, volume de treino e jogos, assim como, a
função de regulação que possibilita ao treinador extensão da época competitiva (Gamble, 2006). A
evidenciar e adequar as estratégias delineadas para a solução de problemas metodológicos relacionados
equipa. Planear, consiste em estruturar o processo de com a dinâmica das cargas a submeter aos atletas
treino em grandes e pequenos passos com o intuito de (aspetos quantitativos) por um lado e, por outro, a
alcançar a máxima performance desportiva (Bompa preparação técnica e tática (aspetos qualitativos)
& Buzzichelli, 2015) e deve ser desenhado de forma constitui um repto importante para o treinador e
a ir de encontro tanto às necessidades individuais pressupõe que domine os princípios de adaptação das
como as da equipa. De acordo com Altavilla (2018), cargas de treino que serão suportadas e aplicadas aos
o processo de treino desenvolve-se em dois aspectos: atletas (Resende, 2018). A este propósito, e sobre a
(a) um quantitativo em que se inclui os aspectos importância relativa que cada fator do treino deve ter
bioenergéticos e biomecânicos, determinantes na no processo de treino Bompa e Buzzichelli (2015),
melhoria da capacidade muscular e coordenativa do comentam que apesar da eventual pressão para o
corpo humano; (b) o outro, qualitativo e que treino conter mais aspectos técnicos e táticos o
corresponde às habilidades técnicas e táticas, assim treinador deve encontrar tempo para realizar trabalho
como, as estratégias adoptadas para a competição. físico, nomeadamente o treino de força, considerando
Neste sentido, e visando dar conta das exigências inclusive, que quanto mais prolongada é a fase
crescentes, o treinador necessita de dinâmica e competitiva mais decisivo é manter os aspectos
praticidade para planear os treinos de forma a físicos bem desenvolvidos.
acompanhar o mais adequadamente possível o As novas metodologias do treino desportivo têm sido
desempenho dos atletas em cada etapa de uma época enriquecidas ao ritmo das pesquisas científicas com a
desportiva: pré-temporada, temporada e pós- integração de novas disciplinas como a informática e,
temporada assegurando que os seus programas de graças a esta incorporação, novos componentes e

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Modelo virtual de treino

estruturas de utilidade permitem controlar e melhorar O caráter cíclico é característica de toda a estrutura do
o controlo do processo de treino tornando-o mais processo de treino. Existem ciclos anuais
eficiente (Barbanti, 2001). (macrociclos), semestrais (mesociclos) e pequenos
Este artigo propõe providenciar ao treinador ciclos de treino (microciclos) que compreendem
ferramentas que possibilitem melhorar e qualificar o determinados dias por semana (Matvéiev, 1990).
seu planeamento assim como o seu controlo a partir Resende (2018), sugere, para a realização do
de um modelo de gestão de treino proposto por planeamento anual, a utilização de uma folha de
Resende (2018). Constitui uma sugestão cálculo do Excel. Esta ficha, que deve fazer parte do
particularmente útil para treinadores que trabalham dossier do treinador, será um instrumento simples que
sem um suporte de uma equipa técnica muito se vai materializar progressivamente com maior
especializada e que pretendem possuir ferramentas pormenor ao longo do decurso da época desportiva,
que os levem a um maior domínio sobre o processo servindo igualmente para monitorizar a adequação do
de treino. planeado com a realidade do que vai acontecendo.
Salientamos também, de forma enfática, que este Por meio da utilização do Planilhamento aqui
planeamento e respetivo controlo permite uma apresentado, pretende-se propor uma forma do
melhor capacidade de reflexão e pensamento crítico treinador planear as atividades e seus quantitativos ao
por parte do treinador tendo em conta os dados mais longo de um ou mais ciclos de treino, com a utilização
objetivos sobre o que aconteceu na unidade de treino, de tecnologia digital. A utilização da Planilha virtual
no microciclo, no mesociclo e finalmente na serve como um “Coringa” para cada modalidade
globalidade de toda uma época desportiva. desportiva de acordo com os objetivos pretendidos,
Evidentemente que sublinhamos a expressão “dados preparando o treino com as variáveis desejadas pelo
mais objetivos”, pois este controlo é uma treinador que define quais as atividades a serem
aproximação do que se passa na realidade. Levando realizadas, bem como os quantitativos e intensidades
em linha de conta que são desportos coletivos, o do treino.
controlo não tem a possibilidade de ser Naturalmente os conteúdos de treino são uma
exaustivamente rigoroso. Contudo, uma aproximação prerrogativa do treinador que os terá que definir de
razoável é possível pois o tempo que se dedica às acordo com a sua modalidade desportiva e a sua
diferentes tarefas constitui uma variável fundamental intepretação do processo de treino a desenvolver
para o controlo do processo de treino. As variáveis, (para um exemplo de um microciclo de futebol ver
densidade do treino, conjugadas com as performances Resende, 2018).
desportivas obtidas na competição, possibilitam ao
treinador equacionar e redefinir prioridades nos Instruções para utilização e leitura do Modelo
tempos dedicados às diferentes tarefas da unidade de Virtual para Gestão de Treino
treino e na globalidade do microciclo. Ou seja, a
competição surge como variável moderadora que As instruções são referentes à utilização do Software
permitirá ao treinador ajustar a preparação da sua LibreOffice Writer, por ser gratuito, contudo, podem
equipa da forma que lhe pareça mais conveniente para ser seguidas também nos produtos da Microsoft
alcançar os objetivos delineados previamente. (Excel), ou do Google (Planilha do Google) com
poucas diferenças ou comandos que são facilmente
Modelo Virtual para Gestão de Treino compreendidos e substituídos.
Para que o treinador utilize o instrumento, basta
Resende (2018), sugere um modelo de gestão de possuir um Smartphone, Computador pessoal,
treino, que visa facilitar o trabalho do treinador por Notebook, Ipad, Tablet ou Similar com sistema
meio de um planeamento que contém a estrutura de operacional Windows, Linux, Android ou IOS, ou
um microciclo e o tempo dedicado a cada seja, o treinador pode utilizar qualquer dispositivo
componente por dia de treino. O objetivo é auxiliar e presente no mercado, sem necessitar sequer de
estimular o treinador a planificar a sua atividade com conexão com internet, uma vez que o formato do
coerência (considerando a dinâmica das cargas), instrumento possui extensão compatível com os
através da atribuição de tempos para a realização das Gadjets citados mesmo estando offline.
tarefas. Neste sentido, propomos um modelo virtual Para aceder ao arquivo “Multiplatform coaching
que tem como base o apresentado por Resende, support.xlsx”, presente no Link:
(2018), que esteja acessível a todos os treinadores, https://drive.google.com/file/d/1P17zqejNspw85EIQ
por meio de uma planilha em formato “.xlsx” e que Qx22bMbxSNuLhCKI/view?usp=sharing necessita
pode ser acessada em Tablets, Computadores de fazer o download do ficheiro e renomear para o
pessoais, Smartphones e Notebooks. nome do seu treino (Exemplo: “sub20 voleibol
Os objetivos desta proposta são reduzir e concentrar masculino época 2021.xlsx”);
as fontes de informação permitindo agilizar a
organização do treinador e assim, o controlo do
processo de treino.

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Modelo virtual de treino

Estrutura do Modelo Virtual para Gestão de


Treino
Existe um conjunto de planilhas interligadas em um
único arquivo com extensão “.xlsx”, compatível com
o Microsoft Excel (Software Pago), LibreOffice
Writer (Software Gratuito) e Planilhas Google
(Software Gratuito).
O arquivo “Multiplatform coaching support.xlsx” é
composto por um conjunto planilhas divididas em (a)
“Matriz”; (b) “Microciclos” e (c) “Performance
Coletiva” (Atletas e Treinador) (Tabela 1).
A Matriz possui informações pré-determinadas
contendo variáveis de diferentes modalidades
desportivas coletivas: Basquetebol, Futebol,
Handebol e Voleibol. Há também uma matriz
“coringa” onde o treinador pode adaptar a planilha
para conter as variáveis de outras modalidades
desportivas não contempladas ou ainda, para gerar
alterações em uma das modalidades pré-existentes.
Caso o treinador pretenda inserir uma nova
modalidade desportiva deve preencher as variáveis
nas respectivas células da coluna ”I”, da Planilha
“Matriz”, e, posteriormente, na célula “A7” digitar
“=I7” e clicar “enter” ou similar; Selecionar a célula
“A7” e expandir a seleção verticalmente até a célula
“A43”. Os microciclos já possuem as variáveis pré-
selecionadas para esta modalidade. É possível alterar
o nome de qualquer variável manualmente.
Selecionada a Matriz Esportiva a ser utilizada bastará
ao treinador colocar as quantidades de minutos a
serem dispendidos para cada tarefa durante a sessão
de treino presentes nas tabelas de Microciclos (Tabela
2).

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Modelo virtual de treino

Tabela 1. Matriz que contém modalidades esportivas a serem utilizada pelo treinador

Tabela 2. Planilha que contém as atividades previstas nos Microciclos

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Modelo virtual de treino

As Planilhas de Microciclos contêm dados iniciais “Estilos”, clicar na seta ao lado de “Formatação
com: número do ciclo; data; duração do treino; Condicional” e, em seguida clicar em “Gerenciar
modalidade; objetivos; número de atletas. Estas Regras”. A caixa de diálogo Gerenciador de Regras
variáveis podem ser ajustáveis de acordo com as de Formatação Condicional será exibida.
necessidades dos treinadores em cada contexto O número de Microciclos pode ser acumulado
específico. infinitamente, bastando apenas, para manter a lógica
Os microciclos propostos subdividem-se em três de percentual acumulado, que seja acrescida na
níveis de preparação: Física, Técnica e Tática que, fórmula acumulada a soma do percentual atual da
por sua vez, possuem subdivisões. Cada Microciclo própria aba.
está interligado ao subsequente, bastando preencher Na célula “P17” (da área “acumulado em
os minutos previstos para a realização de cada microciclos”) do “microciclo 4” da planilha, na
atividade desejada nas células brancas presentes na fórmula presente existe a soma dos três microciclos
área “Tipo de Atividade” da tabela microciclos. Ao anteriores ao valor presente na célula “J17”,
lado de cada variável está o respectivo percentual dividindo-se a soma total por quatro, dando a média
relacionado com o tipo de atividade. Este percentual acumulada de microciclos. Para acrescentar mais
é calculado automaticamente, na medida em que os microciclos à planilha de treino, basta adicionar
minutos do treino vão sendo distribuídos na tabela microciclos e ajustar a fórmula em cada novo
pelo treinador. microciclo, dividindo a soma pelo número total de
Compete ao treinador adequar as divisões e microciclos (incluindo-se o presente). Caso o
subdivisões dos microciclos à sua própria filosofia de treinador não tenha interesse no valor acumulado,
treino. pode apenas acrescentar novos microciclos
desconsiderando o acumulado de microciclos e
Acumulado de Microciclos ignorando esta função.
Mais à direita da tabela, em cada microciclo, consta o Por padrão da tabela, o tempo da sessão de treino está
acumulado de cada variável e também do tipo de ajustado para 90 minutos. É possível alterar para o
treino ao longo do tempo. Os percentuais são tempo real da sessão desejada. Sempre que uma
caracterizados por cores específicas, facilitando a sessão de treino somar a quantia exata colocada,
interpretação dos dados para otimizar as sessões de minuto a minuto, a última linha “tempo total do
treino e existe uma legenda na própria planilha acerca treino” terá os números ampliados e sublinhados,
desses percentuais: “Baixa”=Vermelha (0 a 19.9%); indicando que atingiu os minutos previstos como a
“Baixa/Média”=Creme (20 a 39.9%); duração do treino (célula B3).
“Média”=Amarela (40 a 59.9%);
“Média/Alta”=Verde Claro (60 a 79.9%) e; Performance Coletiva (Atletas e Treinador)
“Alta”=Verde Escuro (80 a 100%). A coloração varia Por meio de uma escala subdividida em: Medíocre
automaticamente, bastando apenas o preenchimento (Vermelho); Fraco (Creme); Suficiente (Amarelo);
dos minutos pretendidos para cada atividade durante Muito Bom (Verde Claro) e; Excelente (Verde
a sessão de treino. Escuro), é possível enquadrar o nível de
Ainda na planilha de microciclos, existe uma área desenvolvimento e participação de cada atleta e da
denominada “Amplitude das componentes desejada” equipa em geral se as atividades propostas pelo
que está relacionada com a faixa ideal treinador estão a ser favoráveis ao desenvolvimento
predeterminada pelo treinador para cada um dos três dos atletas. Na tabela três existe uma proposta de
níveis de preparação: Físico, Técnico e Tático. A conteúdos a ser avaliadas pelo treinador.
faixa ideal apresenta a cor azulada com destaque em
amarelo negrito.
No LibreOffice, a “Amplitude das componentes
desejada” em cada um dos três níveis (Físico,
Técnico e Tático) pode ser alterada na opção
“condição...” das células B9, B6 e B26 do microciclo,
criando-se uma nova condição com a faixa numérica
e características desejada). Para que a “condição...”
das células B9, B26 e B36 seja acessada, é necessário
que as três células estejam selecionadas. Todas as
células que possuem “condição...” podem ter as suas
características alteradas e personalizadas de acordo
com o interesse do treinador, bastando clicar em
“gerenciar...” no ícone de condicionamento:
Quem utiliza o software Microsoft Excel, para alterar
a “Amplitude dos componentes desejada”, deve
selecionar as mesmas células (B9, B26 e B36) do
microciclo e, na guia “Página Inicial”, no grupo

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Tabela 3. Planilha de performance coletiva subjetiva para atletas e treinadores

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Considerações Finais formação desportiva. In S. F. Molina & M. C. Alonso


(Eds.), Innovaciones y aportaciones a la formación
A grande diversidade de modalidades desportivas e as de entrenadores para el deporte en la edade escolar
suas peculiaridades originam uma gama muito (pp. 195-213). Universidade de Extremadura &
extensa de possibilidades organizacionais para a Editora da Unicamp.
sistematização do processo de treino. O desejo de
Matveiev, L. P. (1990). O Processo de treino desportivo:
desenvolver uma planilha única que satisfaça as
Cultura física (2ª ed.). Livros Horizonte.
necessidades de planeamento e controlo do processo
de treino das mais diversas modalidades desportivas Resende, R. (2016). Formação de treinadores desportivos
foi apresentada neste artigo. no séc. XXI. In I. Fortunato & A. S. Neto (Eds.),
O sucesso do treinador e da sua equipa ou atleta Reflexões sobre educação física e a formação de seus
depende de uma série de fatores que englobam desde profissionais (pp. 34-53). Edições Hipótese.
a competência do treinador manifestada na
capacidade de sistematização do processo de treino Resende, R. (2018). Filosofia do treinador e sua
visando a sua eficiência em treino e competição, implementação com eficácia. Journal of Sport
perpassando pelas capacidades físicas, técnico-táticas Pedagogy and Research, 4(3), 51-59.
e psíquico-emocionais dos atletas. Robinson, P. E. (2010). Foundations of sports coaching.
O presente artigo sugere uma forma de agilizar o Routledge.
controlo do processo de treino com recurso
tecnológico acessível. Esta proposta, para além de Roy, M., Roy, X., Chevrier, J., & Cardinal, C. (2018).
fácil adequação a distintas modalidades desportivas, Planning and monitoring of sports training: What is it
adequa-se a diferentes formas de divisão de sessões and how to teach it? LASE Journal of Sport Science,
de treino, de acordo com o perfil do treinador e as 9(1), 91-123.
necessidades específicas de determinada modalidade Santos, P., Castelo, J., & Silva, P. M. (2011). O processo
desportiva. de planejamento e periodização do treino em futebol
O link de acesso para baixar gratuitamente o Modelo nos clubes da principal liga portuguesa profissional
Virtual para Gestão de Treino está disponível em: de futebol na época 2004/2005. Revista Brasileira
https://drive.google.com/file/d/1P17zqejNspw85EIQ Educação Física e Esporte, 25(3), 455-472.
Qx22bMbxSNuLhCKI/view?usp=sharing

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Barbanti, V. J. (2001). Treinamento físico - Bases
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Gomes, A. R., & Resende, R. (2015). O que penso, o que
faço e o que avalio: Implicações para treinadores de

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