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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
1 - MODELAÇÃO COMPETITIVA ..................................................................... 5
2 - ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TREINAMENTO ............................. 11
3 - AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DAS CARGAS DE
TREINAMENTO ............................................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 38
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39

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INTRODUÇÃO

A ciência entre os séculos XVI e XVII sofre grandes mudanças, tendo a


visão cartesiana influenciado nos direcionamentos dos estudiosos da época,
pois buscava o entendimento mais profundo de partes distintas do corpo
humano, a fim de que posteriormente ao compreender as partes seria possível
“somar” tais conhecimentos para se compreender o todo.
Tal paradigma persiste até hoje, porém vimos algumas teorias surgirem
se contrapondo a esta visão de máquina e suas partes. Morin (1999) apresenta
a complexidade para substituir a simplificação, justificando que os fenômenos
ocorrem simultaneamente. A complexidade redirecionou a forma de pensar,
procurando a partir do todo compreender as partes envolvidas no processo.
Haywood e Getchell (2004) com uma perspectiva ecológica destacam a
importância de analisar o indivíduo e as inter-relações, tanto entre os sistemas
internos quanto externos a fim de verificar o desenvolvimento do mesmo.
Ao analisar este indivíduo biopsicossocial no contexto do esporte, onde
a busca pela sua superação caminha no sentido da melhora de seu
desempenho e, verificando todas as facetas envolvidas neste caminho, pode-
se destacar a adaptação como aspecto fundamental nesta busca pela melhora
de rendimento.
Neste contexto, atualmente no âmbito do treinamento esportivo, tem-se
observado elevado número de estudos que apontam para diferentes
abordagens, desde o diagnóstico e a seleção na formação esportiva até
aspectos metodológicos voltados aos meios e métodos referentes à sessão de
treinamento.
Ao referir-se sobre modalidades esportivas, o pensamento é sempre
relacionado ao rendimento máximo, superação de limites e excelência
esportiva. O sucesso ou o fracasso da equipe e de seus atletas depende de
uma combinação de fatores que integram o processo do esporte e que devem
ser enfatizados por meio das capacidades físicas, técnicas, táticas e
psicológicas.

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A organização e estruturação do treinamento esportivo são
fundamentais neste contexto, pois o entendimento sobre a planificação no
processo de formação do jovem atleta. Neste sentido, Gomes (2009) alerta que
o planejamento consiste na tarefa de reunir os elementos resultantes da
atividade organizada que se destacam, facilitando o controle das diferentes
variáveis e o resultado final que se busca atingir.
O início do processo é constituído da verificação da situação ocorrida no
ano ou período anterior, abrangendo desde a análise de rendimento do grupo e
dos atletas nos diferentes componentes do treinamento (físico, tático, técnico e
psicológico) até as questões administrativas. Tais situações ocorrem devido ao
processo de treinamento esportivo estar em constante transformação.
Segundo Borin e Gonçalves (2004), são escassos os estudos que
relacionam o rendimento esportivo com os aspectos organizacionais do
treinamento, tornando possível supor que as indagações de ordem estrutural,
financeira e administrativa ainda não estão totalmente esclarecidas.
A relação entre a condição do atleta e a carga de treinamento constitui o
problema central da teoria e o planejamento do treinamento. Trata-se de um
assunto que requer a atenção dos especialistas e uma investigação científica
contínua e permanente (Gomes, 2009).
Com isso, e considerando o treinamento esportivo como um processo
objetivo, sistêmico e de longo prazo, as decisões tomadas em campo pelos
treinadores ou preparadores físicos devem também ser fundamentadas em
informações objetivas, pois cada uma delas poderá potencialmente afetar todo
o processo. Tais informações constituem um aspecto fundamental e primordial
do esporte moderno a avaliação e o controle - que nos permite conhecer o
estado atual dos atletas, fazer prognósticos de rendimento, corrigir programas
de treinamento, entre outros.
Nesse sentido, o entendimento do que se pode chamar de modelação
competitiva (Matveev, 2001) é o primeiro passo a ser executado, a seguir,
conhecer a estruturação e organização do treinamento e, por fim, entender o
processo de avaliação, monitoramento e controle da carga do treinamento.

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1 - MODELAÇÃO COMPETITIVA

Segundo Matveev (1996), uma das condições essenciais para que um


atleta tenha êxito na sua preparação para uma competição é o estabelecimento
de parâmetros prognósticos (modelo) da competição esportiva. Neste sentido,
entende-se por modelo, um padrão de forma geral de um esquema teórico com
o objetivo de facilitar a compreensão, o estudo e a organização do sistema
analisado (PLATONOV, 2008).
A elaboração de modelos tem sido apontada como fator importante no
esporte competitivo, uma vez que por meio destes, os treinadores podem
determinar objetivos, constatar evolução e observar possíveis problemas no
processo de preparação esportiva em relação a um modelo de referência
(HUGHES e FRANKS, 2004).
Segundo Platonov (2008) a produção de um modelo no esporte
competitivo tem funções diferenciadas quanto à teoria e a prática esportiva,
permitindo por meio dos mesmos:
1) fazer novas descobertas ao que concerne a um modelo previamente
estabelecido;
2) generalizar os conhecimentos empíricos e elaborar leis sobre a
relação entre os diversos processos e manifestações no campo do esporte e;
3) aplicar de forma direta o conhecimento obtido por meio dos trabalhos
científico-experimentais de forma prática, sugerido nos diversos estudos em
diferentes modalidades esportivas.
Bomba (2002) aponta que o conceito de treinamento modelo é
relativamente recente e denota da Europa Oriental na década de 1960, porém
sua aplicação prática teve início na década de 1970. Salienta-se que
inicialmente os modelos denotavam de bases matemáticas aplicadas ao
esporte, em que a modelagem se dá por intermédio de uma entrada, ou seja,
dados coletados por diferentes meios, analisados segundo leis matemáticas e
determinados parâmetros produzindo-se uma resposta que serve de modelo
para elaboração do treinamento.
Com a evolução dos estudos tornou-se necessário buscar métodos e
instrumentos para a análise dos esportes. Nesta direção, recursos para os
registros passaram a ser desenvolvidos. Um primeiro passo foi dado neste
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sentido quando a coleta de dados em diferentes disputas esportivas passou e
ser efetuada por treinadores experientes ou especialistas na observação das
partidas que procuravam registrar ações técnicas e táticas que poderiam estar
relacionadas ao resultado do jogo (SILVA, 2006). Este método era baseado na
anotação de um conjunto de ações positivas ou negativas selecionadas por
treinadores conceituados.
Esta forma de analisar o esporte, por meio de anotações, embora
apresente algumas desvantagens como o lento processamento dos dados é de
baixo custo e consegue ser preciso se for bem definido e usado corretamente,
fornecendo registros fiéis. É fato que houve uma rápida evolução no que tange
as formas de análise do esporte, dentre estes a utilização de análise de vídeos
e uso de microcomputadores. Por meio destes ocorreram avanços, uma vez
que tornou o processo mais rápido e influenciou o recolhimento, análise e
transmissão dos dados.
Este processo mais ágil quanto a coleta, análise e transmissão dos
dados permite uma organização mais adequada da preparação esportiva, uma
vez que os modelos obtidos apontam pontos chaves e padrões encontrados
nas modalidades que podem nortear as ações desenvolvidas pelos treinadores,
no sentido de adequar os meios, métodos e conteúdos do treinamento
(HUGHES e FRANKS, 2004).
Vale destacar que na atividade esportiva podem ocorrer diversos tipos
de modelo. Neste sentido, Platonov (2004) divide estes em dois grupos, sendo
o primeiro composto por:
i) modelos que caracterizam a estrutura da atividade competitiva;
ii) modelos que caracterizam os vários aspectos do preparo do
esportista;
iii) modelos morfofuncionais, que refletem as particularidades
morfológicas do organismo e a capacidade dos sistemas funcionais
que direcionam para a obtenção do alto rendimento.
O segundo grupo inclui:
i) modelos que refletem a duração e a dinâmica na formação do alto
rendimento e do preparo em longo prazo, anual ou correspondente
ao macrociclo de treinamento;

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ii) modelos de formações estruturais importantes do processo de
treinamento (etapas da preparação plurianual, macrociclos,
períodos);
iii) modelos das etapas do treinamento, dos mesociclos, dos
microciclos;
iv) modelos das tarefas do treinamento e de suas partes;
v) modelos dos exercícios e dos conjuntos de exercícios do
treinamento.
Quanto aos modelos que se referem ao entendimento da atividade
competitiva, Platonov (2008) divide a modelação competitiva em três blocos:
Modelos Gerais: refletem a característica do objeto ou processo de
acordo com os dados de pesquisas de um grupo relativamente grande de
esportistas que possuem características semelhantes, como sexo, idade, nível
competitivo e especialização esportiva; possuem um caráter de orientação
geral e refletem princípios mais gerais do treinamento e da atividade
competitiva da modalidade praticada;
Modelos de Grupo: são construídos com base no estudo de um conjunto
concreto de desportistas (ou equipes) caracterizados por sinais específicos
dentro dos limites de determinada modalidade. Esportistas que atingem
resultados de destaque podem ser classificados em grupos relativamente
independentes (modelos de grupo), em cada um dos quais, são reunidos
atletas com estrutura semelhante quanto a atividade competitiva e preparação.
Modelos Individuais: baseiam-se nos dados de pesquisas prolongadas,
elaborados separadamente para cada esportista, que estabelecem
prognósticos individuais sobre a estrutura da atividade competitiva ou da
preparação.
Cabe destacar que se encontram estudos que contemplam mais de um
dos três blocos propostos por Platonov (2008) no que se refere a modelação
competitiva, nos quais os autores procuram comparar as características gerais
da modalidade com um grupo ou um atleta que se destaca em detrimento ao
modelo geral.
Observa-se esta particularidade no estudo de Penatti et al., (2009) que
observou diferenças técnicas entre os tenistas finalistas de uma competição
grand slam em detrimento dos demais participantes. Semelhança é observada
no estudo de Franchini et al., (2008) com judocas, em que é apontado maior
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variação técnica/tática em atletas considerados de super-elite (atletas que
medalharam mais que uma vez nas mesmas competições) em detrimento dos
atletas considerados de elite (medalhistas uma única vez em campeonatos
mundiais ou olimpíadas).
Embora os apontamentos encontrados nos modelos produzidos nos
diferentes níveis (Geral, Grupo e Individual) forneçam informações importantes
para a organização da preparação esportiva, a utilização dos mesmos deve ser
vista com cautela. A utilização de modelos gerais garante a orientação geral da
preparação esportiva e a participação nas competições, criam condições para a
ampla administração do treinamento e da atividade competitiva. No entanto, foi
determinado que a eficácia da utilização de modelos gerais e de grupo para
orientação e correção do processo de treinamento é bastante alta durante a
preparação de jovens ou desportistas adultos que ainda não atingiram o alto
rendimento (FILIN, 1996). Porém estes modelos são ineficazes quando se trata
de atletas de nível internacional, uma vez, que a característica individual destes
faz com que os mesmos se diferenciam dos modelos gerais (MATVEEV, 1996).
Particularmente durante a atividade competitiva que auxilia na
caracterização dos modelos, o registro das ações que caracterizam os gestos
específicos das modalidades, conhecido como Scoult, tem crescido muito nos
últimos anos. Com isso, tem se tornado uma ferramenta importante de coleta
de dados estatísticos e no controle e na avaliação da partida a fim de verificar
se os objetivos foram atingidos. Porém, existem poucos estudos que
direcionam de maneira efetiva o entendimento do jogo, englobando os
diferentes componentes do treinamento.
Cabe aqui ressaltar que vários trabalhos são realizados sobre
parâmetros fisiológicos (VO2 máximo, concentração de lactato, frequência
cardíaca máxima) ou parâmetros antropométricos (% de gordura, massa
corporal, estatura, índice de massa corporal). Porém, a maior parte deles
aponta para informações de como o atleta se encontra no início da temporada.
A grande limitação observada é a ausência de dados sobre os demais
períodos, principalmente no competitivo e, mais ainda, ao longo da vida
esportiva do jogador.
Alguns ensaios isolados em nosso meio (Borin et al., 1999; Borin et al.,
2007; Olivio Junior et al., 2009; Braz e Borin, 2009; Braz et al., 2010) têm
procurado caracterizar a ocorrência de ações, os aspectos metabólicos e
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outras informações importantes no âmbito do treinamento esportivo em
diferentes modalidades.
No basquetebol, por exemplo, Borin et al. (1999), procurando
caracterizar o metabolismo predominante por meio das zonas de intensidade
do esforço, utilizando modelo proposto por Zakharov e Gomes (2003), indicam
que a modalidade situa-se na zona mista, ou seja, aeróbio-anaeróbio.
Outro estudo relevante (Borin et al., 2007) objetivou a determinação dos
níveis de concentração de lactato em partidas oficiais do Campeonato
Nacional, na categoria adulta, em fase semi-final. Os principais resultados
apontam para valores de lactato próximos no início das partidas, em ambas as
posições: 2,23±0,17mM para armadores e 2,30±0,40mM para laterais, porém
com diferença significante ao final, com armadores apresentando valores
superiores, 4,47±0,21mM, em relação aos laterais, 3,70±20 mM. Tais dados
situam-se como indicadores importantes para preparadores físicos e demais
membros das comissões técnicas, tanto na elaboração, como na prescrição e
controle do treinamento.
Ainda no basquetebol, buscando analisar e comparar saltos verticais de
atletas em diferentes quartos de jogo e posições, Borin et al. (2011) apontam
para a proximidade quanto aos dados iniciais durante todos os quartos de jogo,
nas duas partidas avaliadas. Em relação às posições do jogo e o tempo de
participação, os armadores se destacam com diferenças significativas
avaliadas ao final do segundo e terceiro quarto. A conclusão é que os
resultados assemelham-se a achados de outros autores (Abdelkrim et al.,
2009; Cortis et al., 2011), levando a crer que a fadiga de membros inferiores no
salto não ocorre devido à relação com ações fisiológicas e da quantidade de
saltos durante as partidas.
No voleibol, Duarte Filho (2012), procurando quantificar e classificar as
ações técnicas dos atletas ponteiros do voleibol masculino de alto nível nos
dois jogos das finais do Campeonato Paulista de 2011, aponta para dados
relevantes no total de cada jogo, como média de 74±3,4 saques; 55±4,5
movimentos de manchete para realizar recepção do saque; 83±3,0 movimentos
de ataque e 80±4,4 bloqueios.
Na mesma modalidade, porém no feminino, Cugini (2011) realizou a
quantificação e a análise de vários tipos de saltos que aconteceram durante as
partidas finais de voleibol, em cada posição específica, em jogos da superliga
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feminina de voleibol 2009-2010 e 2010-211. Os principais resultados mostram
que as levantadoras executaram 155 saltos verticais para realizar
levantamentos, as atletas que atuam na posição de ponta executaram 111
saltos com deslocamento para realizar o ataque enquanto as opostas, 71
saltos. Por fim, as jogadoras que atuam no meio de rede, o maior valor obtido
de salto foi o do tipo sem deslocamento para execução de bloqueio, com 166
ações.
Diante do exposto, existe a necessidade da produção de mais trabalhos
no sentido de apontar para a diferenciação de valores nas diversas categorias.
Isso porque a maioria dos estudos mostra valores no âmbito adulto. Para
outras categorias, o mais comum é a simples transposição de tais escores para
as categorias menores (mirim, infantil e juvenil ou em algumas modalidades
sub-13, sub-15 e sub-17). De fato, ao observar os valores de movimentos
ofensivos no basquetebol feminino entre a categoria adulta e juvenil
apresentados por Borin et al. (2004), é importante notar a diferença significativa
entre ambas, mostrando que os valores devem ser adequados a cada faixa
etária.
Verifica-se assim que informações específicas devem estar presentes
nas planilhas da comissão técnica das diferentes modalidades para se adequar
às cargas de trabalho de acordo com as necessidades das diferentes faixas
etárias, dos períodos de treinamento ou competições.

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2 - ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TREINAMENTO

O termo treinamento é utilizado por diferentes áreas e contextos, tendo o


significado de “exercício” que visa o aperfeiçoamento em determinada área,
uma busca por um desenvolvimento gradual. Ao referir treinamento esportivo, é
destacado que duas vertentes podem ser analisadas, a primeira direciona-se
aos exercícios que buscam a melhora do condicionamento físico visando à
saúde, diferentemente da segunda, na qual o foco objetiva o alto rendimento
individual em um processo prolongado, entretanto ambas possuem uma
característica em comum, visam de forma planejada a melhoria do rendimento
(WEINECK, 2003).
Barbanti (1996) acrescenta que o treinamento visa tornar o indivíduo
apto, capaz para uma determinada tarefa ou atividade sendo sistemática, de
longa duração, progressiva, persistente na qual visa modelar funções
fisiológicas e psicológicas.
Buscando um melhor entendimento Zakharov e Gomes (2003) ressaltam
que além do treinamento esportivo ser um processo pedagogicamente
organizado, sua base é formada por exercícios físicos buscando o
aperfeiçoamento máximo das potencialidades do organismo do esportista, de
acordo com as exigências da modalidade esportiva desenvolvida, destacando
ainda que sua estrutura é constituída pela preparação física, técnica, tática e
psicológica.
Ao refletir a respeito deste processo de treinamento, torna-se
fundamental distinguirmos treinamento desportivo e preparação desportiva,
onde segundo Matveev (1997) estes conceitos são parecidos porém, não
equivalentes. A preparação esportiva ou do esportista possui um caráter mais
amplo, é um processo que gradativamente o praticante obtendo os benefícios
do treinamento para auxiliar a obtenção e elevação do desempenho visando
alcançar resultados esportivos. O treinamento esportivo está relacionado com a
própria execução de exercícios físicos envolvendo de forma mais complexa a
preparação física, técnica, tática, moral e volitiva do esportista.
A partir destas colocações, constata-se que a preparação esportiva
possui um caráter amplo no qual envolve diversas variáveis, dentre elas o
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treinamento esportivo, este composto principalmente pela questão física,
técnica, tática e psicológica. Neste sentido Bompa (2002) destaca que
atualmente diferentes áreas de conhecimento têm realizado estudos e
pesquisas científicas auxiliando na preparação esportiva, constituindo assim as
Ciências do Treinamento. Estudiosos da nutrição, biomecânica, pedagogia,
psicologia, anatomia, estatística, medicina esportiva entre outras tem utilizado o
atleta como foco principal de seus estudos e pesquisas.
Pode-se verificar que a preparação esportiva tem conquistado a atenção
de diversos estudiosos de diferentes áreas (LESS, 1999; CLANCY et al, 2005;
EKBLOM et al 2006), dando indicativos que este processo é complexo, onde
diferentes variáveis possuem grande importância no auxílio da obtenção dos
melhores resultados e, por este motivo, não podendo negá-las ou ignorá-las.
Para a área do treinamento esportivo, nota-se também estudos, buscando
servir de auxílio na busca do melhor resultado.
Estes estudos tais como outros, confirmam com as reflexões de Barbanti
(1996), onde destaca que o relacionamento estreito entre a teoria e a prática
tem auxiliado no desenvolvimento das disciplinas científicas, aumentando sua
utilidade na aplicação do treinamento. Salienta ainda que nenhuma teoria
possa comprovar sua validade ou exatidão se não for confirmada a partir de
uma aplicação prática, desta forma com o crescimento das pesquisas
científicas aplicadas ao esporte, à metodologia do treinamento tem ganhado
novos auxílios para se desenvolver ainda mais.
Antes de se apresentar novos estudos e tendências relacionadas às
metodologias do treinamento, torna-se fundamental primeiramente
compreender a teoria que fundamenta esta área de conhecimento, permitindo
uma discussão mais rica e embasada.
Granell e Cervera (2003) apontam que cada modalidade necessita de
uma metodologia de treinamento diferenciada, entretanto, no que está
relacionado com a aprendizagem da técnica e a melhora da capacidade física
específica, ou mesmo à otimização dos recursos táticos e estratégicos, os
princípios que deverão reger tal processo geral do condicionamento físico
constitui normas em comum.
O treinamento é o processo de trabalho ou exercícios progressivos e
repetitivos que melhoram o potencial do indivíduo, para que ele alcance o
desempenho ótimo. Em atletas, representa programas de treinamento em
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longo prazo, que o condicionam para as especificidades da competição e
resultam em excelência de desempenho (BOMPA, 2002).
Cada etapa de preparação nesse sentido está relacionada à solução de
determinadas tarefas, sem limites nítidos e duração fixa, sendo que início e fim
podem variar, dependendo dos fatores que exercem influência sobre os ritmos
individuais de formação do alto rendimento desportivo (GOMES, 2002).
A ciência, o método científico e a atitude científica têm apresentado
importância fundamental em todo o mundo, descobrindo, organizando e
humanizando a verdade, além de solucionar diversos problemas da
humanidade. Atualmente, o grau de desenvolvimento da ciência esportiva é tão
elevado que, facilmente, encontram-se na literatura mundial estudos
bioquímicos, moleculares e até genéticos aplicados aos diferentes tipos de
treinamento.
A preparação esportiva em longo prazo pode ser dividida em etapas,
como a sugerido por Matveev (1996, 2001), que a divide em três grandes
estágios: i) preparação básica; ii) máxima realização das possibilidades de
ganho esportivo e iii) longevidade esportiva. Já Zakharov (2003) e Gomes
(2002) utilizam cinco divisões, como: i) preparação preliminar; ii) especialização
inicial; iii) especialização profunda; iv) resultados superiores e v) manutenção
dos resultados. Apesar da variação de nomenclatura, a maioria dos autores é
unânime em estabelecer um modelo piramidal para permitir que uma pessoa
alcance o seu nível máximo de desempenho, sem prejudicar a sua formação
integral.
Um planejamento racionalmente estruturado pressupõe uma seqüência
rigorosa na solução de determinadas tarefas de preparação do desportista,
condicionada pelas particularidades biológicas de desenvolvimento do
organismo humano, pelas leis naturais de formação do alto nível numa
modalidade esportiva, pela eficiência dos meios de treinamento, entre outros
(GOMES, 2002, SMITH, 2003).
A organização do treinamento esportivo atualmente é fundamental em
qualquer modalidade, bem como nos diferentes momentos da vida do
esportista, desde a formação até o alto desempenho, pois representa
contribuição fundamental no sucesso do programa.
As formas de sistematização do conteúdo do treinamento são
compreendidas pela estrutura de preparação do atleta, que, para atingir o
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rendimento desportivo, deve atentar para seus fins específicos, já que quanto
mais alto o nível, mais significativo será o objetivo e menor a generalização das
tarefas (GOMES, 2002).
Importa destacar que, no processo de preparação do atleta, um dos
problemas mais complicados a serem resolvidos pelos técnicos volta-se à
ausência de controle adequado nos diversos aspectos da preparação, não
sendo possível encaminhar efetivamente esse processo, sem o apoio em
idéias claras e a contemplação de todos os níveis (MATVEEV, 1996).
A maior parte dos trabalhos executados atualmente nas diferentes
modalidades segue as bases da organização e periodização do treinamento
que, durante vários anos, foram utilizadas no leste europeu, por meio de
unidades estruturais básicas, como: sessão de treinamento, dias de
treinamento, microciclo, mesociclo, macrociclo, ciclo olímpico ou quadrienal e,
por fim, o multianual ou plurianual.

Entende-se por dia de treinamento uma ou mais sessões inter-


relacionadas; microciclo é o número de sessões de treinamentos que formam
uma unidade decorrente em um período de vários dias; mesociclo consiste em
um número de microciclos que servem de unidade recorrente ao longo de um
período de várias semanas ou meses. Já o macrociclo, que consiste em uma
única temporada competitiva, compreende um número de mesociclos que
cobrem um período de muitos meses e, por último, o programa multianual ou
plurianual, que abrange um período superior ao ciclo olímpico.

Cabe destacar que os conteúdos e características de cada ciclo são


determinados de acordo com os resultados ou fins específicos que se quer
alcançar ao final do ciclo. Atualmente, a maioria dos treinadores de
basquetebol parece seguir um modelo de periodização para melhorar o
desempenho de seus atletas.

Com o passar dos anos, devido à evolução e transformações ocorridas


nas diferentes modalidades, como também às necessidades do calendário
mundial, o modelo tradicional proposto por Matveev (1997), fundamentado na
teoria geral do esporte, deixou de ser único e verdadeiro na estruturação do
conteúdo a ser proposto no esporto moderno.
Manso, Valdivielso, Caballero (1997) apontam que, metodologicamente,
pode-se distinguir três momentos que caracterizam a história dos modelos de
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planejamento esportivo. O primeiro, desde sua origem, na antiga Grécia, até
1950, em que se acreditava na possibilidade de converter um indivíduo comum
em perfeito esportista, utilizando-se treinamento sistematizado, dividia o
processo de treinamento em planos de quatro dias; no segundo, de 1950 até
1970, se inicia a indagação sobre os modelos clássicos de planejamento,
idealizados e divulgados no mundo todo pelo cientista russo Lev Pavlovtchi
Matveev, considerado o pai da periodização tradicional do treinamento
esportivo, fundamentando suas explicações na teoria da Síndrome Geral de
Adaptação, na busca da forma esportiva por meio do treinamento. O terceiro,
de 1970 até a atualidade, é marcado por grande evolução dos conhecimentos,
com propostas específicas para cada modalidade, demonstrando que o
raciocínio científico da periodização do treinamento esportivo deve respeitar os
esportes em suas dimensões específicas, no que se refere ao sistema de
competição.
Particularmente, uma proposta a destacar foi a apresentada por
Verkhoshansky (2002), que não utiliza o termo planejamento e planificação e
exclui a palavra período, substituindo-a por etapa. Caracterizada como carga
concentrada, defende a idéia de que o processo de treinamento deve
estruturar-se em um sistema de três pilares:
i) programação, compreendida por uma primeira determinação da
estratégia, do conteúdo e da forma de estruturar o processo de
treinamento;
ii) organização, tratando da realização prática do programa, em que
se consideram as condições reais e as possibilidades concretas
do praticante e, por fim,
iii) o controle, cujos critérios são estabelecidos previamente, com o
objetivo de informar periodicamente o nível de adaptação
apresentado pelo praticante.
Em outra direção Gomes (2002), apresenta proposta denominada de
cargas seletivas, com o objetivo de atender ao calendário das modalidades
coletivas (em especial o futebol), em que determinadas orientações de cargas
devem se adequar a cada instante da preparação, tendo um valor maior a cada
etapa, sendo que, ao longo da preparação, cabem modificações em todas as
orientações.

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Para a formação de jovens atletas, em que a prioridade é o
desenvolvimento multilateral, o modelo de Matveev tem demonstrado bons
resultados (BENELI et al., 2006), pela sua base pedagógico-metodológica, que
proporciona grande segurança na administração do treinamento.
Com a determinação dos objetivos e escolha do modelo de treinamento
adequado, torna-se importante os princípios e regras que regem o processo de
preparação esportivo e, a seguir, conhecer as capacidades físicas utilizadas na
modalidade, para melhor adequar as cargas ao longo do macrociclo de
treinamento.
De fato, o treinamento esportivo moderno atua como um processo
pedagógico que ocorre na orientação dos conhecidos princípios científicos.
Tanto na teoria como na prática do treinamento esportivo, como em outras
áreas de atuação, que lidam com problemas relacionados com ensino e
educação, uma atenção especial é direcionada aos princípios teórico-
metodológicos, que devem refletir tanto as normas e as leis, como também a
organização e o planejamento da atividade a ser praticada. Porém, nesta linha,
a teoria do treinamento desportivo defende que o conhecimento dos princípios
científicos, comumente chamados de leis e regras pode, na prática, orientar o
caminho do sucesso (Gomes, Souza, 2009).
Vale aqui destacar que as regras representam por si mesmas a fonte
primária com objetivos bem definidos em suas relações na esfera da atividade
esportiva, e os princípios (aqui considerados como secundários às regras) são
adequados somente quando revelam objetivamente as regras e não são
aleatoriamente deduzidos, pois deve haver interação entre regras e princípios
(Gomes, 1999).
O princípio é sempre uma busca contínua e não estática, ou seja, está
relacionada com o processo, pois não deve se encerrar em si mesmo. Seguir
princípios exige certos sacrifícios, não esperando resultados imediatos e sim,
satisfação a longo prazo. Nos momentos de estresse e pressão, os princípios
são colocados à prova, afinal muitas vezes, são exigidas soluções de curto
prazo.
De fato, os princípios são adequados somente quando revelam
adequadamente as regras existentes objetivamente e não são deduzidos
arbitrariamente. Por exemplo, ao expor os princípios significativos para a
orientação exata da atividade do técnico na preparação do atleta, inicialmente
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os princípios pedagógicos gerais devem ser seguidos de acordo com os
conhecimentos aplicados das regras do ensino e educação.
Além disso, devem ser entendidos por regras de preparação do
desportista, que representam o que objetivamente une tanto os fatores da
preparação que exercem influencia na orientação determinada, como a
atividade do técnico e dos atletas, os meios e métodos do treinamento, e
também o dinamismo da reação dos diferentes sistemas do organismo do
atleta com o resultado do treinamento aplicado e o grau de preparação em
geral.
No âmbito do treinamento esportivo, como a estrutura lógica é a
organização para a aplicação dos métodos científicos de treinamento, que
visam por meio de mecanismos pedagógicos, atingirem o mais alto rendimento
humano, em diferentes aspectos e características tanto do indivíduo como de
uma equipe, estudos (Matveev, 1996, 1997) tem avançado com sucesso
aproximando o conhecimento da teoria com as aplicações do esporte em geral,
considerando principalmente as problemáticas das interações regulares entre a
atividade preparatória e competitiva do esportista.
A literatura especializada tem formulado uma série de princípios, como
os didáticos que são usualmente utilizados no ensino, os metodológicos
considerados clássicos na Educação Física e alguns outros como os gerais e
especiais, que diferem de autor para autor. Ao compreender que a teoria e
metodologia do treinamento desportivo é uma área nova e possui
particularidades e especificidades próprias de cada modalidade, verificam-se
problemas complexos na elaboração científica dos princípios.
Martin et. al. (2008) apontam no âmbito do treinamento esportivo, que a
organização dos princípios científicos ao longo do tempo, busca orientar e
fundamentar as diferentes concepções de treinamento. Entretanto, até o
momento, não foi possível elaborar um conceito e uma classificação
abrangentes, aceitos no meio especializado, principalmente pelas diferentes
opiniões sobre a importância do treinamento esportivo no interior da sociedade.
Assim, os autores acima citados sugerem que a classificação seja dividida em
três blocos:
i) Princípios pedagógicos gerais: condicionamento social das decisões
sobre ações, da preferência do desenvolvimento global da
personalidade, consciência da ação do treinamento, manutenção e
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garantia da saúde, orientação das ações do treinamento nas
necessidades e interesses dos atletas, conformidade do
desenvolvimento das ações.
ii) Princípios sobre a estrutura e organização do treinamento: sintonia
das decisões sobre treinamento; orientação na eficiência das ações
do treinamento; divisão de processos de treinamento em longo prazo
em etapas intermediárias; orientação em objetivos de treinamento;
desenvolvimento de desempenho geral e especifico; especialização
a tempo e crescente; individualização crescente; condução e
regulação permanentes do treinamento.
iii) Princípios da Estruturação Metódica de conteúdo do treinamento:
condicionalismo mútuo de precondições de desempenho de
condicionamento, coordenativo e técnico motor, bem como da tática
desportiva; complexidade de efeitos do treinamento; especificidade
de adaptação do treinamento e da competição; criação de
fundamentos ótimos de orientação para realização de ações de
acordo com o treinamento; ativação psicofísica ótima; qualidade
ótima de execução dos exercícios de treinamento; crescente
solicitação no treinamento; treinamento contínuo; periodização das
ações do treinamento.
Seguindo outra direção, Matveev (1997) apresenta uma saída razoável
para expor os princípios para orientação exata aos diferentes membros da
comissão técnica de qualquer equipe desportiva, dividindo em dois grupos
fundamentais:
i) os gerais ou também denominados como pedagógicos, que
representam os princípios pedagógicos gerais, que configuram na esfera da
pedagogia (didáticos) e contemplam os conhecimentos aplicados às regras
universais do ensino e da educação;
ii) os específicos ou biológicos, abordam a especificidade de preparação
do atleta e a orientação predominante das influências sobre o aperfeiçoamento
das capacidades biomotoras do organismo, o que determina o significado
dominante da metodologia de influência prática, apresentados
preferencialmente pela complexidade dos exercícios físicos.
Ainda neste segundo grupo destacam-se os princípios elaborados na
teoria e na metodologia da Educação Física, que asseguram o caráter
18
permanente do processo de formação do indivíduo, considerando os objetivos
a serem atingidos nos diferentes períodos de desenvolvimento físico e motor, a
alternância de cargas de trabalho e intervalos de descanso e a construção
cíclica do sistema de treinamento ao longo do tempo.
Ao refletir sobre tais classificações, nota-se que as regras especiais da
Educação Física e, de forma geral, no âmbito do treinamento esportivo, todo
treinador deve fundamentar inicialmente seu trabalho nos princípios gerais do
ensino e da educação (pedagógicos), apesar destes não se identificarem com
as particularidades específicas do treinamento desportivo e, portanto, não
constituírem a totalidade das regras e leis que guiam a atividade do treinador.
Nesta direção, o segundo bloco (os específicos ou biológicos) dos
princípios formulados pela teoria e metodologia da Educação Física
apresentam um significado especial, pois se relacionam diretamente com as
regras da Educação Física e do treinamento esportivo, criando assim uma
ligação direta entre os princípios gerais da pedagogia e os específicos da teoria
da Educação Física e dos esportes.
Ao referir-se sobre Princípios Científicos do treinamento esportivo a idéia
que se tem em primeiro plano é buscar seguir as orientações para o
desenvolvimento e manutenção do aspecto biológico do atleta para alcançar o
seu máximo rendimento.
É fundamental que treinadores e preparadores físicos entendam que o
alcance do maior nível em qualquer desporto só é viável por meio do
desenvolvimento geral das possibilidades funcionais do organismo e o
progresso múltiplo dos aspectos físicos e psicológicos. Importa aqui destacar
que as diretrizes não somente sejam orientadas no sentido do aperfeiçoamento
desportivo, mas também quanto às leis gerais do sistema de Educação e da
Educação Física.
Nesse sentido, destacam-se diferentes princípios como o da
conscientização, saúde e motivação, que devem ser considerados e
respeitados no processo da preparação esportiva.
Em outra direção, a orientação para a realização dos mais variados
exercícios em diferentes etapas da preparação, principalmente no
aperfeiçoamento e manutenção de resultados direciona-se no sentido de que
para treinar bem e corretamente é necessário ter conhecimento em diferentes
áreas principalmente as Biológicas e Humanidades.
19
Nesse sentido, destacam-se os princípios da Individualidade biológica,
Adaptação, Inter-relação entre Preparação Geral e Específica, Continuidade,
entre outros.

20
3 - AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DAS CARGAS DE
TREINAMENTO

Atualmente a organização do treinamento esportivo é fundamental em


qualquer modalidade, bem como nos diferentes momentos da vida do
esportista, desde os períodos iniciais de sua formação até alcançar o alto nível
de desempenho na modalidade escolhida, pois representa contribuição
fundamental no sucesso do programa.
Ao se refletir sobre as questões da importância de se avaliar o atleta
em termos das suas capacidades físicas, torna-se importante compreender a
palavra avaliar. Conceitualmente entendida como realizar um julgamento de
valor sobre determinada medida, interpretando-a de acordo com o objetivo que
direcionou a realização da mesma, destaca-se que avaliar o indivíduo deve
ocorrer ao longo do processo do treinamento.
Os principais objetivos das avaliações são diagnosticar, classificar os
indivíduos e determinar sua evolução ou não. Podem-se destacar três formas
distintas de avaliação cujos objetivos se diferenciam. A primeira seria a
avaliação diagnóstica, realizada no primeiro contato com o indivíduo a fim de
conhecer suas características e permitir um direcionamento para o trabalho a
ser realizado. A segunda é a avaliação somativa, na qual após um determinado
período realiza-se a reavaliação a fim de verificar sua evolução após o
treinamento realizado. A terceira seria a avaliação formativa, realizada ao longo
deste período entre as duas avaliações apresentadas. Possui como objetivo
principal controlar o treinamento realizado e fornecer dados que possibilitem
um redirecionamento do trabalho mais rápido e eficaz evitando assim que
apenas após a avaliação somativa se detecte falhas do processo, maximizando
o tempo e buscando o melhor rendimento de forma mais apropriada.
Diante destas formas de avaliação a diagnóstica e somativa visam
conhecer o indivíduo em um determinado momento, onde por meio de testes
mais complexos buscam verificar diferentes características físicas no atleta,
enquanto a avaliação formativa busca, por meio de testes mais simples e
específicos, verificar capacidades fundamentais para a atividade ou
modalidade do praticante, controlando seu comportamento já que diferentes
variáveis poderão influenciar ao longo deste complexo processo.
21
Exatamente sabendo que o treinamento esportivo é um processo
complexo principalmente quando focado o alto desempenho, observa-se que
diferentes áreas de conhecimento tem buscado contribuir a fim de auxiliar
neste processo principalmente no entendimento dos efeitos que os estímulos
aplicados geram no organismo a fim de melhorar o rendimento atlético.
Neste contexto a carga é fator fundamental nos processos
adaptativos, entendida como a medida quantitativa do trabalho realizado
podendo ser interna, externa e psicológica. A primeira refere-se a quantidade
de trabalho desenvolvido, a segunda o efeito que a carga proporciona no
organismo do atleta e a terceira como o mesmo percebe tal carga.
Devido a este caráter complexo, onde diversas variáveis podem
influenciar positiva ou negativamente, torna-se necessário a utilização de meios
e métodos de controle para auxiliar no direcionamento do treinamento. O
controle visa exatamente otimizar o caminho para se atingir os melhores níveis
do esportista, sendo fundamentado em avaliações objetivas e específicas a fim
acompanhar os sistemas funcionais do organismo para auxiliar nas tomadas de
decisões melhorando a qualidade do trabalho (PLATONOV, 2004).
Ressalta-se que somente pelo controle constante do processo de
treinamento será possível comparar o estado atual com os desejados,
corrigindo erros ou falhas do treinamento e otimizando o trabalho.
Cabe destacar que ao refletir sobre os diferentes protocolos e
metodologias de avaliações, quanto maior a sua complexidade maior será a
fidedignidade e menor sua acessibilidade, da mesma forma o inverso, quanto
mais fácil à realização do teste menor será sua fidedignidade.
Neste sentido verificam-se estudos que buscam controlar o
treinamento tanto aplicando testes com alto grau de fidedignidade e
complexidade quanto aos testes mais simples e acessíveis a fim de viabilizar
sua aplicação freqüentemente. Para isso observam-se três vertentes distintas
no direcionamento destes estudos, a primeira e mais abordada por
pesquisadores são marcadores fisiológicos, ressaltando que existem diferentes
indicadores para se controlar, sendo a freqüência cardíaca um dos assuntos
investigados ao longo do tempo para determinar e controlar a intensidade ótima
do treinamento, graças a sua fácil aplicação e exatidão na coleta dos dados
sendo possível transferi-los para banco computacional e realizar análises mais
detalhadas.
22
As formas de sistematização do conteúdo do treinamento são
compreendidas pela estrutura de preparação do atleta, que, para atingir o
rendimento desportivo, deve atentar para seus fins específicos, já que quanto
mais alto o nível, mais significativo será o objetivo e menor a generalização das
tarefas.
De fato, no âmbito da preparação esportiva ao iniciar qualquer programa
de treinamento, o primeiro passo consiste no delineamento dos períodos a
serem cumpridos, que estão diretamente relacionados com o tempo disponível
e o objetivo a ser atingido. A seguir, busca-se propiciar cargas de treinamento
que promovam respostas adaptativas adequadas ao incremento do nível de
desempenho bem como o controle de diferentes variáveis.
Devido ao caráter complexo do treinamento esportivo, necessária se faz
a utilização de meios e métodos de monitoramento que favorecerão sua
condução, fundamentando-se em avaliações objetivas e específicas, para
acompanhar os sistemas funcionais do organismo e promover a tomada de
decisões e, consequentemente, melhorar a qualidade do trabalho (PLATONOV,
2004). Apenas com sua aplicação constante será possível comparar o estado
atual com os desejados, corrigindo erros ou falhas ao longo do tempo.
Durante o processo de preparação as respostas adaptativas que os
atletas apresentam, possuem relação direta com a carga de treinamento, ou
seja, frente aos estímulos empregados durante os treinamentos e que podem
ser identificadas de diferentes formas.
Na prática esportiva, a carga de trabalho é determinada pelos estímulos
de treinamento utilizados pelos atletas e pode ser condicionada de acordo com
o caráter, a magnitude e sua orientação.
De acordo com o caráter, a carga de treinamento pode ser subdividida
em:
i) carga de treinamento e de competição;
ii) geral e específica;
iii) locais, regionais e globais.

Já a magnitude divide a carga de acordo com sua grandeza, podendo


ser classificada em alta, baixa ou média. A orientação da carga diz respeito ao
desenvolvimento das capacidades físicas como força, velocidade, resistência,
flexibilidade, coordenação, em suas diferentes manifestações.
23
A relação entre a condição do atleta e a carga de treinamento constitui o
problema central da teoria e da técnica de planejamento do treinamento. Trata-
se de um assunto que requer a atenção dos especialistas e uma investigação
científica contínua e permanente (GOMES, 2002).
No processo da utilização sistemática de cada exercício preparatório
alternam-se consecutivamente duas fases mutuamente conjugadas: a de carga
amparada por ações reproduzidas, e a de descanso, que assegura o
restabelecimento da capacidade de trabalho operativo e/ou das partes isoladas
do estado funcional e morfofuncional do praticante do exercício, havendo
modificações decorrentes da carga. A carga representa aqui a magnitude da
atividade funcional ampliada, em comparação com o estado de repouso,
aportada pela execução do exercício. Os parâmetros do volume (duração da
influência) e da intensidade (força momentânea da influência) destacam-se na
sessão de treinamento.
De acordo com a classificação dos exercícios físicos, convém distinguir
a carga de treinamento, condicionada pela influência sobre o organismo dos
diversos tipos de exercícios preparatórios, e a competitiva, condicionada pela
execução do próprio exercício competitivo. Deve-se, conjuntamente, levar em
consideração que a carga é determinada também por toda uma série de fatores
concomitantes à execução dos exercícios, como por exemplo, aspectos
psicológicos e condições ambientais (ZAKHAROV, 2003).
O processo de treinamento frequentemente é descrito pela carga
prescrita pelo técnico e o estímulo vindo do treinamento que induz a adaptação
é relativo ao estresse fisiológico imposto ao atleta. A variação da carga
aplicada durante as sessões de treinamento contribuem para o aumento do
desempenho, principalmente quando se alternam treinamentos intensos com
leves. Neste contexto, índices como o volume e a intensidade dos exercícios
são os mais calculados na prática esportiva, mas ainda existe certa dificuldade
para se padronizar uma técnica de quantificação da carga de treinamento.
A influência da carga sobre o organismo não se restringe ao tempo de
execução do exercício de treinamento, mas abrange também o período de
descanso após o trabalho. O efeito de treinamento, obtido como resultado da
aplicação da carga, não permanece constante pelos seus parâmetros, mas se
altera em função da continuidade do descanso, entre as influências e o
acúmulo de efeito de novas cargas (GOMES, 2002).
24
No entanto, destacam-se os seguintes tipos de efeitos do treinamento:
i) efeito imediato de treinamento, que se caracteriza pelas
alterações ocorridas no organismo do atleta no período da
execução do exercício ou na sua conclusão;
ii) posterior, caracterizado pelas alterações no estado do organismo
do atleta, no período de tempo até a próxima influência;
iii) somatório, que é a soma dos efeitos de treinamento de várias
cargas e, por fim,
iv) o acumulativo (em longo prazo), que é o resultado da junção dos
efeitos de alguns ciclos de influências, e se caracteriza pelas
consideráveis reestruturações de adaptação em longo prazo
dos sistemas funcionais.
No treinamento esportivo o volume e a intensidade são determinantes no
entendimento da carga de treinamento. Os estímulos externos com carga
externa de trabalho muscular prescrito pelos treinadores, sendo expressos em
unidade de tempo, de acordo com a duração da sessão de treinamento. A
carga interna entendida como a adaptação relacionada ao estresse imposto
aos atletas. A magnitude da carga interna de treinamento está subordinada à
interação entre a carga externa e as características individuais dos atletas, pois
as características individuais bem como a capacidade do indivíduo em lidar
com o estresse possuem grande influência na carga de treinamento.
Nos últimos anos, a carga de treinamento tornou-se objeto de
investigação de pesquisadores e a importância do seu controle reside no fato
de que as adaptações ocorridas no organismo dos atletas estão atreladas ao
conteúdo de treinamento e, consequentemente, à sua intensidade e magnitude,
na busca de garantir o aumento do desempenho respeitando o princípio da
adaptação/supercompensação.
Destaca-se aqui que é imprescindível que a carga de treinamento seja
combinada com recuperação suficiente a fim de garantir a melhora do
desempenho, pois quando a carga do treinamento é aumentada
substancialmente e ocorre fadiga aguda e decréscimos no desempenho, este
estado é conhecido como overreaching. Quando após período de descanso
adequado e, por vezes, é revertido em poucos dias ou semanas, Meeusen et al
(2006), apresentam uma definição das várias etapas e estados de treinamentos
de atletas e indicam ainda, diferenças conceituais quanto ao overreaching:
25
i) funcional, quando ocorre o processo de intensificação do
treinamento gerando sensações de fadiga aguda entre outros
estados, porém pode ser revertido após período de recuperação
(alguns dias) e a condição do atleta retorna a ser favorável ao
desempenho e,
ii) não funcional, quando o período de descanso (recuperação) não
for suficiente para a restituição do estado anterior.
Por outro lado, os mesmos autores destacam que quando as alterações
são severas e prolongadas, persistindo por meses e anos, devido ao aumento
da carga do treinamento de maneira contínua, associado a outras fontes de
estresse, não possibilitando a recuperação suficiente do atleta, pode levar a
instalação de um processo de fadiga crônica, acarretando consequências
negativas no desempenho (adaptação negativa), em variáveis fisiológicas,
psicológicas, bioquímicas e imunológicas, este processo é conhecido como
síndrome do overtraining.
Importa ressaltar que, no processo de preparação do atleta, um dos
problemas atuais a serem resolvidos pelos membros da comissão técnica
volta-se à ausência de controle adequado nas diferentes variáveis da
preparação - fisiológicas, psicológicas, bioquímicas, imunológicas e de
desempenho, não sendo possível encaminhar efetivamente esse processo,
sem o apoio em ideias claras e a contemplação de todos os níveis (MATVEEV,
1996).
Sendo o treinamento esportivo um processo objetivo, sistêmico e de
longo prazo, as decisões tomadas em campo pelos treinadores ou
preparadores físicos devem também se fundamentar em informações objetivas,
pois cada uma delas poderá potencialmente afetar todo o processo.
Tais informações constituem o bloco fundamental e primordial do
esporte moderno, denominado de controle, que permite conhecer o estado
atual dos atletas, fazer prognósticos de rendimento e corrigir programas de
treinamento.
Weineck (1999) distingue duas formas: imediata e não imediata. A
primeira examina os efeitos imediatos após cada sessão de treinamento e a
outra estuda o conjunto de sessões de treinamento, de período de treinamento
e seus efeitos globais. Ambas permitem esclarecer questões no interior do
treinamento, como: se os objetivos da sessão ou bloco de sessões foram
26
atingidos, se os objetivos correspondem à potencialidade para desempenho do
grupo referido, se as condições locais foram utilizadas adequadamente, se os
métodos empregados correspondem ao objetivo preestabelecido, bem como a
adequada avaliação da relação entre estímulo e recuperação, entre outras.
O controle da carga de treinamento destaca-se por ser utilizado no
processo de preparação esportiva. Considerado em longo prazo, este controle
possui características sistêmicas e auto-organizadas apresentando períodos,
etapas e fases, mutuamente dependentes, que se sucedem de maneira
estruturada (Tschiene, 1988).
A seleção da carga de treinamento tem importância fundamental em
todo o processo. A partir do conhecimento do estado atual do atleta, das
características de sua especialidade e dos objetivos individualmente
estabelecidos, prescreve-se determinada carga.
Após algum tempo, determina-se o efeito de tal carga sobre o organismo
do atleta e faz-se as alterações necessárias. Mas como mensurar de maneira
fidedigna a carga de treinamento? Essa questão é muito mais complexa do que
pode parecer à primeira vista. Já há muito tempo a quantificação da carga de
treinamento é questionada e procurada.
Normalmente, quantificam-se sem grandes problemas algumas
grandezas externas, mas são poucos os instrumentos fidedignos para
estimativa do impacto que essas cargas efetivamente têm sobre o organismo
dos atletas (cargas internas).
Uma das tentativas de resolver esse problema foi apresentada por
Foster (1998) e envolve o uso da escala de percepção subjetiva do esforço CR-
10 (Borg, 1998), aliada ao tempo da sessão de treinamento. Com essas
informações, o autor procura estimar a carga interna de cada dia e da semana
(em unidades arbitrárias, representando o produto da duração da sessão pela
graduação da dificuldade segundo a escala), a monotonia (média das cargas
dividida pelo desvio-padrão) e a demanda dessa carga sobre o organismo do
atleta (produto da carga semanal pela monotonia). Cada um desses aspectos
auxilia na explicação de episódios de doenças infecciosas em patinadores, que
podem estar associados a uma queda na atividade do sistema imunológico
provocada por uma carga interna acima dos valores desejáveis.
Considerando que a demanda da carga, chamada de strain, parece ser
o melhor preditor de overtraining, é sugerido que uma mesma carga total
27
semanal, quando melhor distribuída, resulta em um strain diminuído, e
consequentemente, em um menor risco de experimentar essa situação
indesejável.
No voleibol, Dias et al. (2011) utilizando tal ferramenta no controle da
carga e buscando analisar modulações do sistema imunológico durante 28
semanas, apontam que houve um aumento estatisticamente significativo na
contagem de leucócitos totais, neutrófilos, monócitos, uma diminuição de
linfócitos, e um aumento na parte superior dos sintomas de infecção do tracto
respiratório, sem alteração na IL-2, IL-6 e TNF-α. Correlações positivas
também foram observadas entre os níveis subjetivos de cansaço, contagem
total de leucócitos e neutrófilos com sintomas de infecção do trato respiratório
superior.
No basquetebol, Brunelli et al. (2012) analisaram antes (M1) e após oito
semanas (M2), respostas imunológicas e a associação entre a variação na
carga de exercício e o auto-relato de ocorrência de sintomas de doenças
respiratórias superiores em jovens atletas. Os principais resultados apontam
que houve uma diminuição significativa nos monócitos em M2 com relação ao
M1, porém não houve alterações significativas na contagem total de leucócitos,
neutrófilos ou linfócitos, bem como nas concentrações plasmáticas de TNF-α
ou de IL-6.
Na mesma modalidade, Leite et al. (2012) procurando avaliar, comparar
e relacionar a carga e o cansaço de treino em oito atletas de basquetebol
durante 19 semanas, divididos em três períodos: preparatório, competitivo I e
competitivo II, avaliaram diariamente a percepção subjetiva de cansaço e carga
de treinamento e monitoraram a potência do membro superior, quantificando a
sua capacidade de lançar uma bola de medicine-ball.
Os atletas relataram menor fadiga no período preparatório (13,71±1,30)
em comparação com os períodos competitivo I (14,68±1,51) e competitivo II
(14,63±1,22). Sua habilidade de lançar a bola de medicine-ball diminuiu no
período competitivo II (3,59±0,30m) em comparação aos períodos preparatório
(3,80±0,36m) e competitivo I (3,86±0,26m). Sua monotonia diminuiu no período
competitivo II (1,18±0,43) em comparação com o preparatório (2,50±2,01) e
competitivo I (2,10±1,61). Os resultados revelaram a efetividade na
monitoração da carga e no cansaço dos atletas por meio do método proposto
para auxiliar na organização do treinamento durante um macrociclo.
28
Tais dados indicam a importância do monitoramento da carga de
trabalho por parte de todos os membros da comissão técnica e atenção
especial para distribuição da carga ao longo das semanas de treinamento ou
competição, principalmente pela escolha do modelo de organização.
Cabe aqui destacar que Verkhoshansky (1990) afirma que a ausência ou
a carência de conhecimentos científicos e a tradicional atuação dos treinadores
baseada apenas na intuição pessoal não pode, em muitas circunstâncias,
resolver com eficácia os complexos problemas do treinamento. Além disso,
salienta que as elevadas cargas do treinamento atual podem colocar em risco a
saúde do atleta.
Por outro lado, existem vários parâmetros fisiológicos que podem ser
utilizados para determinação do índice de esforço realizado. Os mais utilizados
referem-se a: ventilação pulmonar, unidade metabólica (METs), consumo
máximo de oxigênio (VO2 máx), depleção de substratos, frequência cardíaca,
índice de esforço percebido e limiar anaeróbio (Wilmore e Costill, 2011). Além
destes, é evidente a importância do controle da dinâmica da alteração de
diferentes capacidades biomotoras, através de testes específicos: força (força
de salto vertical, força de lançamento e potência); velocidade (velocidade de
deslocamento máximo e lateral); resistência (membros superiores e inferiores)
e, finalmente, testes de habilidade técnica (arremesso, passe e recepção) e
psicológica. A velocidade de execução do exercício específico de competição é
o principal critério para avaliação da eficiência do processo de treinamento
(Verkhoshansky, 1999).
Quanto à análise da técnica esportiva, nota-se a busca para determinar
um modelo ou sistema que permita estabelecer questões básicas, como a
distância existente entre a execução do desportista (modelo individual) e as
características do modelo ideal ou a evolução de cada um dos padrões de
eficácia no modelo individual (Granell e Cervera, 2003).
Neste contexto, nota-se que a metodologia observacional é a mais
utilizada. Nesta, a experiência prática do treinador baseia-se em critérios
subjetivos, como observar a execução e identificar possíveis erros; estabelecer
uma ordem de prioridades nos erros e, até mesmo, ministrar instruções ao
executante.
Neste processo, torna-se interessante estabelecer modelos de análise
baseados na relação causa-efeito, ou seja, relacionar os principais fatores que
29
favorecem a obtenção de rendimento e associar com o grau de causalidade e
com a individualidade biológica. Por exemplo: o salto em altura depende da
altura de saída, da decolagem, do vôo, da altura acima da barra, sendo que
estes, por sua vez, possuem diversos fatores interdependentes.
Em relação aos aspectos quantitativos da técnica, a análise biomecânica
tem contribuído de forma positiva para o entendimento destas diferentes
variáveis, pois técnicas de registro de dados traduzem passo a passo o
desempenho dos atletas. Metodologias como filmagem em 2D ou 3D, células
fotoelétricas, plataformas de contato, acelerômetros, dinamômetros e
eletromiografia tem sido muito utilizadas. Porém, estes métodos são quase que
exclusivos a atletas de alto rendimento, devido ao custo elevado e
complexidade (Chimera et al, 2004).
Neste sentido, a avaliação sistemática e organizada das capacidades
biomotoras deve considerar os momentos da manifestação ótima dos
resultados a serem coletados após um período de treinamento, atentando para
os efeitos posteriores duradouros de uma fase de aplicação de estímulos
específicos.
Particularmente no futebol, Borin et al. (2011) com o objetivo de avaliar
os efeitos do treinamento no período preparatório, controlaram 17 atletas
profissionais, que disputaram a terceira divisão do campeonato paulista. O
programa de treinamento e os conteúdos foram classificados em funcional e
neuromuscular, segundo modelo proposto por Gomes e Souza (2008). Os
atletas foram avaliados antes do início do programa de treinamento e após sete
semanas e os resultados mostram predomínio do tipo neuromuscular e por
meio dos testes de sentar e alcançar, salto sêxtuplo, salto vertical e velocidade
de deslocamento em 30m, os principais resultados evidenciam melhora da
flexibilidade, força explosiva e rápida e sensível diminuição na velocidade de
deslocamento em 30 metros.
Tais informações apontam para importância da organização racional das
cargas de trabalho para futebolistas, tendo como objetivo durante a sequência
da temporada, a manutenção e desenvolvimento das capacidades
neuromusculares, consideradas determinantes para o desempenho na
modalidade. O trabalho neuromuscular deve ser prioritário dentro do plano
organizacional para o desenvolvimento da preparação física especial do

30
futebolista, seguido da estimulação metabólica específica e aprimoramento da
velocidade.
Na mesma modalidade e utilizando a mesma classificação de conteúdo,
Oliveira et al. (2012) buscaram avaliar e discutir o efeito de sete semanas de
treinamento em 15 atletas profissionais em diferentes capacidades biomotoras.
Todos os atletas foram submetidos a dois testes: Yo-Yo Endurance Test Nível
1 e salto horizontal em dois, momentos distintos (M1): início do programa de
treinamento e (M2) após o término do período preparatório. Os resultados
apontam que o conteúdo funcional (1.890 minutos) foi predominante sobre o
neuromuscular (1.595 minutos) e nos testes houve melhora na distância
percorrida no Yo-Yo Endurance Test Nível 1 de M1 (2376,0±202,4m) para M2
(2581,3±173,1m) e melhora no salto horizontal de M1 (2,44±0,1m) para M2
(2,48±0,1m).
Sendo assim, a estrutura do treinamento esportivo caracteriza-se
particularmente pelos seguintes aspectos: conveniente ordenação dos
conteúdos da preparação no processo de treinamento (exercícios de
preparação física geral e especial, técnica e tática); relações entre os
parâmetros da carga do treinamento (características quantitativas e qualitativas
do treinamento e competição); sucessão das diferentes ligações do processo
(sessões isoladas e suas partes, microetapas, etapas, macro ciclos). A
estruturação de todos estes aspectos possibilita o desenvolvimento de
momento ótimo de forma desportiva, observada dentro de uma perspectiva
temporal (Oliveira, 1998).
Contudo, parece razoável que o entendimento global do processo de
avaliação da aquisição esportiva depende de todos os fatores apresentados
acima. Por isso, o esclarecimento e o registro destes em todas as etapas do
processo é fundamental tanto para avaliar as reais causas como conhecer os
melhores resultados obtidos por meio de testes e observações.
Platonov e Bulatova (2003) preconizam que o controle do treinamento
pode ser efetuado de três formas: por etapa (que caracteriza as modificações
do estado físico do atleta decorrentes da influência da preparação ao longo do
tempo), corrente (se baseia na avaliação dos estados físicos dominantes nas
cargas de distintos microciclos e regimes de treinamento) e operacional (serve
para revelar as reações imediatas do organismo do atleta durante a realização
dos exercícios), através das avaliações diagnósticas, somativas e formativas,
31
que representam a avaliação inicial, ao longo e durante o treinamento
(MARINS e GIANNICHI, 2003). Simões et al. (2004) procuraram controlar a
carga de treinamento pela razão testosterona/cortisol (T/C) durante um período
de 16 semanas, mostrando que a razão T/C sofre maior influência do volume
do treinamento do que da sua intensidade.
Especialmente nos modalidades esportivas coletivas, em que as ações
durante os jogos e treinamentos são diversificadas (BANGSBO, 1994; REILLY,
2005), algumas pesquisas têm direcionado quais marcadores fisiológico-
bioquímicos auxiliariam no controle e monitoramento, pois acompanhariam as
adaptações geradas pelo treinamento: i) maior concentração de testosterona
em jogadores jovens de elite quando comparados aos não de elite; ii)
capacidade de tamponamento do H+ que está diretamente ligada ao
desempenho em “sprints” repetidos; iii) tempo de remoção do lactato após
atividades intensas; iv) aumento do limiar anaeróbio, entre outros, e, quando
negativas: a) aumento do nível de cortisol/cortisona; b) aumento da creatina
quinase; c) alterações na subpopulação de leucócitos que pode indicar
imunossupressão; e d) aumento da uréia plasmática, entre outros (FRY,
MORTON e KEAST, 1992; HANSEN et al., 1999; BISHOP et al., 2004;
BALDARI et al., 2004; MALM et al., 2004; HOFFMAN et al., 2005; McMILLAN,
2005; KLAPCINSKA et al., 2005; ROUVEIX et al., 2006).
A alteração dos marcadores fisiológico-bioquímicos é modulada pela
carga de treinamentos e jogos (HOFFMAN et al., 2005; PRESTES et al., 2005);
por isso, deve-se atentar para os fatores que a compõem, como o volume,
intensidade (SIMÕES et al., 2004) e a freqüência de solicitação (SMITH, 2003),
já que uma sucessão inadequada da relação estímulo-pausa ao longo do
processo de treinamento pode levar o atleta a ultrapassar seu limite de
adaptação e ocasionar perda de desempenho ou mesmo o overtraining
(FOSTER, 1998). Períodos de recuperação adequados parecem auxiliar na
resposta adaptativa positiva do treinamento (SIMÕES et al., 2004),
demonstrando a importância da correta sucessão de aplicação da carga.
Dentro do treinamento, o acompanhamento da forma desportiva torna-se
importante para o delineamento das cargas, mas o controle da carga aplicada e
a comparação com a programada tornam-se importante já que muitas vezes
existe certa diferença entre as duas (FOSTER et al., 1996). O monitoramento
do programa de treinamento de atletas de elite deve fazer parte do processo
32
anual, referenciado pelo controle do volume (quantitativo) e da intensidade
(qualitativo) do treinamento e a pausa ou recuperação.
O controle do volume de treinamento é algo de características simples,
já que representa a duração da influência – tempo gasto, número de
repetições, entre outros, diferentemente da intensidade que representa a força
momentânea da influência (MATVEEV, 1996). A discussão acerca do controle
dos componentes da carga, mais precisamente da intensidade de treinamento,
torna-se importante na medida em que se tente estabelecer um método que
demonstre as alterações na intensidade de diferentes treinamentos e
praticidade para utilização no dia-a-dia dos desportos coletivos.
Treinamentos que envolvam exercícios de alta intensidade são difíceis
de controlar, principalmente em atividades acíclicas como o basquetebol, que
concentram diversos tipos de ações, como acelerações curtas e mudanças
rápidas de direção, o que levaria à utilização de métodos menos práticos, como
a análise de filmagens de treinos e jogos para um possível controle da carga
(FOSTER et al., 2001, KOKUBUN e DANIEL, 1992; KOKUBUN et al., 1996). A
avaliação envolvendo a monitoração do programa de treinamento tem sido
pouco utilizada nos estudos com atletas, principalmente quando comparada às
outras formas existentes.
A intensidade do treinamento tem sido controlada por diversos índices,
generalizados (ritmo de movimentos, entre outros); particulares (relação do
número de ações mais ativas, entre outras) e funcionais (freqüência cardíaca,
lactato sanguíneo e consumo de oxigênio entre outros) (MATVEEV, 1996).
A freqüência cardíaca é um dos indicadores mais utilizados para
monitorar a intensidade de esforço, destacadamente pela sua praticidade na
aferição e estreita relação com o consumo de oxigênio e lactato sanguíneo em
exercícios de carga constante (LAURSEN et al., 2005).
Uma alternativa aos diversos índices utilizados tem sido a percepção
subjetiva de esforço (PSE) que, durante um trabalho físico, é utilizado para
demonstrar informações gerais de trabalho muscular, cardiovascular, função
respiratória e sistema nervoso central (BORG, 1982). A PSE tem sido
empregada em atletas e adultos saudáveis quando avaliados durante o
treinamento e competições (FOSTER, 1998; FOSTER et al. 2001).
Inicialmente proposta por Borg (1982), a escala de percepção de esforço
foi construída através de um teste em ciclo ergômetro com aumento linear da
33
intensidade, sendo determinados o consumo de oxigênio e a freqüência
cardíaca, estabelecendo-se 15 níveis de esforço, que vão de 6 (extremamente
fácil) até 20 (que se encontra acima de extremamente pesado – 19), sendo
estes valores usados pela relação com a freqüência cardíaca (60 a 200
batimentos.min-1).
Posteriormente à construção da primeira escala de percepção de
esforço, o próprio Borg (1982, 2000) estabeleceu nova escala (CR-10), agora
com 12 níveis de esforço, de melhor empregabilidade e entendimento dos
indivíduos avaliados.
Esta nova escala também estava relacionada ao esforço durante o
exercício e, por sua relação com a anterior, não era linear (13 níveis com os
valores entre 0 e 10), o que poderia dificultar a objetividade na coleta dos
dados referentes à intensidade do exercício (FOSTER et al., 1996).
Nesse sentido, Foster et al. (1996; 1998) adaptaram tal escala para uso
linear, deixando-a com 11 níveis (entre 0 e 10), relativos à intensidade de
esforço.
Após propor nova escala de percepção, agora para intensidade do
treinamento, Foster (1998) apresenta uma metodologia interessante para o
controle da carga psicológica aplicada ao atleta, aliando a duração da atividade
em minutos à intensidade da sessão de treinamento, obtida através do escore
da escala de percepção subjetiva de esforço (CR-10) adaptada.
Ao longo de um microciclo, procura estimar a carga total da semana
(CT), entendida como a somatória das diárias, expressas em unidades
arbitrárias, sua variação, que é o produto da divisão da carga média pelo seu
desvio padrão (Monotonia); e um equivalente de esforço semanal sobre o
organismo do atleta (Strain), que é uma relação entre CT multiplicado pela
Monotonia.
Tal autor aponta que cada um desses aspectos parece guardar certa
independência dos demais, ajudando a explicar episódios de doenças do trato
respiratório superior (FOSTER, 1998), que podem estar associadas a uma
queda na atividade do sistema imunológico, provocada por um “esforço
semanal” acima dos valores suportáveis.
Posteriormente às primeiras publicações de tal método, diversas foram
as pesquisas que validaram o método com variáveis fisiológicas, como a que
utilizou freqüência cardíaca, lactato sanguíneo; consumo de oxigênio entre
34
outros indicadores (FOSTER et al., 2001; IMPELLIZZERI et al., 2004;
DELATTRE et al., 2006).
Além disso, diversas modalidades individuais e coletivas como no
futebol, ciclismo, esquiadores de cross-country, rugby, triathlon, corrida e
basquetebol tem sido monitoradas com o referido método buscando quantificar
a carga de treinamento e entender a organização do treinamento (FOSTER et
al., 2001; IMPELLIZZERI et al., 2004; JURADO et al., 2005; DELATTRE et al.,
2006).
Por se tratar de um método subjetivo, alguns autores buscaram
verificar sua relação com indicadores mais precisos, como Herman et al (2003)
constataram que o controle da intensidade do exercício por meio tanto da
freqüência cardíaca quanto da PSE são fidedignos e podem ser utilizados
como bons indicadores na prescrição e monitoramento do treinamento, para
intensidades acima do limiar de lactato (altas intensidades) tais como limiar
anaeróbio, concentrações de lactato e a freqüência cardíaca, para verificar sua
validade e fidedignidade no monitoramento do esforço.
Na mesma direção, Seiler e Kjerland (2006) realizaram estudo com
atletas de resistência de elite, buscando métodos para monitoramento do
treinamento e distribuições ótimas de intensidade do exercício, e propuseram
monitorar três variáveis distintas, a freqüência cardíaca, a PSE e o lactato
sangüíneo. Ao final do estudo constataram que as intensidades desenvolvidas
nas atividades, não apresentaram diferenças significativas quando
quantificadas pelas três formas de monitoramento, indicando que todas são
meios válidos para tal aplicação.
Particularmente em nosso meio o presente método tem sido utilizado
em atletas da elite do basquetebol que participam de eventos nacionais e
internacionais. Para as disputas, por exemplo, do Campeonato Paulista de
Basquetebol Masculino Adulto, uma equipe do interior paulista, no período
preparatório, teve cinco semanas para se preparar (13 de Julho a 16 de
Agosto) com atividades em um período e 28 sessões de trabalho, com duração
média de 120 minutos. As figuras 1 e 2, apontam para a média das cargas
diárias de treinamento relatadas pelos atletas segundo as semanas de
treinamento.
Na figura 1 verificam-se algumas particularidades como: a
distribuição ondulatória das cargas ao longo das semanas de treinamento,
35
alternância entre estímulo e recuperação e caráter cíclico do processo de
treinamento, entre outros.

Figura 1: Distribuição das cargas ao longo das semanas de treinamento.

36
Figura 2: Distribuição das cargas no período preparatório de treinamento

Verifica-se assim a importância da avaliação, controle e o


monitoramento do treinamento com metodologias específicas e voltadas a
modalidade praticada, que apresentarão informações importantes para auxiliar
no direcionamento e entendimento do treinamento aplicado.

37
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto nota-se que para o desempenho ótimo dos


atletas, em diferentes modalidades, a importância da interação entre os
componentes do treinamento (físico, técnico e tático). Com isso, programas de
treinamento devem considerar os princípios expostos, utilizando estratégias de
desenvolvimento para cada atleta, objetivando o rendimento máximo e
completo dos atletas.

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