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Psicológicos de
Treinamento e
Competência de Alto
Rendimento
As fases contínuas do treino
Esportivo
atlético e suas chaves mentais
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O treino atlético vai além do desenvolvimento de habilidades atléticas. Ele
não apenas determina as capacidades dos atletas, mas também é a razão
para a existência de um agente responsável por tomar decisões
relacionadas ao conteúdo desse treino: o treinador. O treino gera a
necessidade de um treinador e determina, por sua vez, as capacidades do
atleta.
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ao longo do processo de treino, para atingir o objetivo de quebrar um
recorde ou derrotar um determinado adversário.
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Figura 1: Tarefas básicas do treino atlético
Planejamento do treino.
Adesão às sessões de treino e outros métodos complementares.
Aprendizado de habilidades e comportamentos relevantes.
Prática repetitiva de habilidades e comportamentos relevantes.
Prática e exposição a condições competitivas.
Preparação específica para a competição.
Avaliação do treino.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Buceta, 1998, pág. 49.
Planejamento do treino.
Adesão às sessões de treino e outros métodos complementares.
Avaliação do treino.
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Figura 2: Árvore de decisão para definir tarefas no treino atlético
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1.1 Planejamento e adesão.
Características e
particularidades
Começaremos focando no desenvolvimento das tarefas do treino atlético
contínuo, aqueles aspectos que precisam estar presentes o tempo todo, ao
londo do processo de formação comportamental.
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momento do ano, é preciso planejar e, em seguida, adaptar esse plano ao
longo de todo o ano, no treino e na competição.
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Algumas ideias centrais surgem dessa sugestão de fases ou passos de
planeamento esportivo, que desenvolveremos ao longo deste módulo. Elas
são as seguintes:
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Os planos esportivos que apresentam erros de conteúdo, devido ao
excesso ou ao déficit deste, são inconsistentes, carecem de formas e
métodos eficazes e são, simplesmente, coleções de fórmulas ou
esperanças e sonhos do treinador.
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eficaz permite que os atletas incorporem ou consolidem habilidades
necessárias que se traduzem em alcançar metas para a equipe esportiva
inteira.
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É aí que a tarefa do treinador esportivo se torna de fato arriscada, exigindo
grande flexibilidade e talento para fazer o melhor uso do tempo disponível.
Eles precisam obter resultados e desenvolver ou consolidar
comportamentos entre os seus atletas, mas não dispõem de todo tempo
que gostariam para respeitar o progresso e ajustar todos os detalhes
necessários. Diante dessa situação, propomos duas sugestões: definir
prioridades e adaptar o plano.
Planejamento inflexível.
Improvisação.
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plano (os resultados visados, o desempenho de cada atleta, o calendário da
competição, o tempo disponível, as obrigações comerciais etc.) e quando o
planejamento não é adaptado e, consequentemente, não é realizado da
forma como foi concebido. Quando mudam as situações que determinam
um plano e o tornam útil, o plano deve mudar também. Portanto, no
esporte, é muito mais importante aprender o conceito em si do que
aprender a repetir as fórmulas de outro treinador.
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A improvisação, ao contrário, gera somente incerteza, desorientação e
preocupação, tanto dentre os atletas quanto no contexto geral. Os
treinadores que optam pela improvisação também estão cometendo um
erro de concepção em relação ao planejamento. Eles encaram isso como
uma tarefa inútil, sem graça, sem efeitos positivos no desempenho ou nos
resultados da equipe. Assim eles percebem o planejamento como um
desperdício de tempo e atribuem a si mesmos capacidades mentais
especiais que são ainda desconhecidas para a ciência do esporte.
Planejamento inflexível
Planejamento adaptado
Improvisação
+ -
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1.1.2 Participação quantitativa e qualitativa no treino
atlético
Essa tarefa de treino, que também é contínua, é uma atividade que deve
ser desenvolvida continuamente. O treinador e seus assistentes devem
desenvolver estratégias para promover um aumento na aderência dos
atletas o tempo inteiro. Um treinador pode desenvolver um plano eficaz,
mas se não for capaz de persuadir e convencer seus atletas a investir 100 %
de seu esforço e atenção em cada dia de treino, o planejamento não será
eficaz, o desempenho não aumentará e os objetivos não serão alcançados.
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atletas acreditem nos efeitos positivos desses programas complementares
e, assim, aderir a eles, é uma façanha. Estudos médicos complementares,
sessões de psicologia esportiva, nutrição adequada, preparação física
preventiva, bom descanso e muito mais são ações que preparam os atletas
para enfrentar desafios cada vez mais exigentes. Por exemplo, a
colaboração entre médico, treinador e psicólogo é fundamental para
tornar a recuperação da lesão o mais completa possível (Diego & Sagredo,
1992, pág. 256).
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Buceta, 1998, pág. 111.
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Há duas perguntas muito comuns entre os treinadores, e ambas revelam as
duas tarefas básicas do treino atlético abordadas até agora. Essas
perguntas são:
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1.1.3 Definição comportamental para os indicadores de
adesão. Observação e registros
Uma tarefa muito importante para melhorar a gestão da adesão entre os
atletas ao treino e às sessões complementares reside em fazer uma
definição completa dos comportamentos concretos que constituem a
adesão. É necessário que esses comportamentos sejam compreendidos e
compartilhados por todos os membros da equipe, que sejam observáveis e
que possam ser gerenciados pelos dois lados, tanto pelo treinador quanto
pelos atletas. Se esses comportamentos não são definidos com precisão e
não são adequadamente comunicados, abre-se margem para que cada
membro da equipe interprete a adesão de uma forma diferente. Essa
abertura subjetiva é muito arriscada e ameaça tanto a produtividade
quanto o clima da equipe.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Buceta, 1998, pág. 93.
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específica do escopo do indicador. Este esclarecimento poderia acabar
sendo redundante, mas a experiência profissional nos mostra que dissipar
quaisquer ambiguidades é fundamental para a melhora do desempenho e
para o alcance de grandes resultados. Por exemplo, concordar com a
definição de utilizar o foco de atenção adequado ou comparecer ao treino
em seu tempo e forma é fundamental, pois essa descrição
comportamental revela dados válidos que nos permitem direcionar o
treino corretamente.
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com calma e respeitar o papel do treinador e os processos de
amadurecimento dos atletas.
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Figura 8: Objetivos fundamentais da intervenção psicológica para reduzir o risco
de não adesão ao treino
Desenvolvimento de motivação básica
Aumento do interesse na atividade atlética.
Alcance do envolvimento e do empenho pessoal de cada atleta.
Resolução de conflitos de interesses que possam afetar a motivação.
Fortalece a autoconfiança
Fomenta a percepção de controle sobre as situações apresentadas durante o treino.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Buceta, 1998, pág. 97.
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atletas. Muitas circunstâncias afetam a vida diária dos atletas e o treinador
deve ter a habilidade de detectar e dissipar os fatores que interfiram com o
treino, a fim de gerar um ambiente interessante e agradável. A monotonia
e a repetição são situações que destroem a motivação diária. Ao mesmo
tempo, a inovação e a criatividade são habilidades necessárias a um
treinador para desempenhar plenamente o seu papel.
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produzem grandes quantidades de estresse e deveriam ser apresentados
de forma adequada. O estresse é uma parte da competição, e o treinador
precisa habituar os atletas a ele. Por isso é necessário que o estresse se
manifeste, mas isso deve acontecer respeitando certos critérios.
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projeção do treino. Se os atletas estão sempre trabalhando em ações novas
e muito complicadas, será difícil elevar a sensação de autoeficácia e
autoconfiança. Portanto, o treino que apresenta fraquezas mais do que
melhoria dos pontos fortes sempre perderá a adesão.
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1.2 Avaliação esportiva:
Características e
particularidades
Vamos avaliar a terceira tarefa contínua básica do treino atlético com uma
atividade que deve ser realizada de forma contínua e influencia
diretamente o treino. Aprofundaremos a avaliação do treino atlético.
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Mas deixaremos um exame mais aprofundado das novas tecnologias, das
novas gerações e da prática esportiva para tópicos posteriores deste
programa de certificação. Agora tentaremos conceituar, delinear e
determinar os componentes principais da avaliação do treino atlético.
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Figura 10: Aspectos de treino atlético a serem avaliados
O conteúdo do treino.
O volume e a intensidade do treino.
Desempenho dos atletas em tarefas do treino.
Os efeitos do treino no progresso dos atletas.
Os efeitos do treino no desempenho e nos resultados da competição.
Os aspectos psicológicos do treino atlético.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Buceta, 1998, pág. 387-388.
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que nos permite fazer planos mais precisos e sessões de treino melhor
adaptadas à realidade das demandas da competição.
Aderência ao treino.
Domínio percebido das habilidades.
Percepção de cansaço e fadiga.
Nível de autoeficácia.
Nível de prazer.
Carga de estresse do treino.
Carga de estresse pós-competição.
Nível de coesão da equipe.
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1.2.2 Autoavaliação e avaliação externa Medidas
comparativas
Não só evoluíram as consequências associadas às avaliações esportivas, a
sua frequência e a gestão dos seus resultados, como também o papel do
atleta avaliado na própria avaliação sofreu alterações fundamentais.
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Esses espaços para interação entre treinador e atleta, a fim de dialogarem
sobre o desempenho, o treino e outros tópicos de interesse com dados
concretos, fornecidos pelos dois lados, são um exercício que exige tempo e
dedicação e, a curto prazo, esse investimento de energia pode custar
muito, mas se traduz em muita coordenação do direcionamento e da
sustentabilidade para o processo de treino. O papel ativo do atleta e a
posição do treinador como facilitador favorecem a qualidade desses
encontros "comparativos" que são decisivos para o futuro do treino e da
competição da equipe.
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O que fazemos com os comportamentos que o atleta domina, embora de
forma intermitente, durante situações estressantes? Esses
comportamentos estão incluídos na seção a ser consolidado. Esses
comportamentos foram aprendidos pelo atleta, mas seu controle total
durante as situações estressantes ainda é variável.
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alcançados, e eles esquecem ou não sabem da importância de utilizar essas
ferramentas para gerenciar o desempenho.
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Referências
Buceta, J. M. (1998). Psicología del entrenamiento deportivo. Madrid:
Dykinson.
De Diego, S., & Sagredo, C. (1992). Jugar con Ventaja. Madrid: Alianza.
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