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UNINASSAU

ALUNA: TAINARA DOS SANTOS MOREIRA


MATRÍCULA: 01448241
CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA
POLO: PITUBA
PROFESSOR: MARIO DUARTE

PERIODIZAÇÃO NO TREINAMENTO DO FUTEBOL


Os treinamentos são estruturados em dois ciclos de quatro anos. No primeiro ciclo
os objetivos e conteúdos são direcionados para jogadores com idade cronológica
entre 12 e 15 anos. O segundo ciclo para jogadores com idade cronológica entre
16 e 19 anos. O jogo de futebol não pode ser inteiramente planejado. Mas o
treinamento pode, e deve. A planificação dos treinamentos para a formação do
jogador de futebol a médio e longo prazo exige seleção, previsão, organização,
decisão  e sistematização de conteúdos.  O propósito geral é levar o jogador de
futebol a chegar a um alto nível de rendimento, com o alcance gradual de
objetivos específicos, diferenciados para cada etapa do processo de treinamento.

O período de pré-temporada, também conhecido como fase de treinamentos de


base, corresponde ao período mais curto do planejamento anual no futebol
brasileiro. Compreende quatro ciclos semanais no mês de janeiro. Neles
predominam os treinamentos de formação geral.
No início do primeiro ciclo semanal são realizadas as avaliações fisiológicas e
físicas. Uma vez concluídas, as comissões técnicas com o suporte do setor de
fisiologia, analisam os resultados das avaliações e definem os objetivos basilares
para a elaboração e a organização dos treinamentos.
As avaliações fisiológicas e físicas são dividas em quatro grupos:
Saúde: ECG de esforço, ecocardiograma, exame ortopédico (com avaliação por
imagem), exame bioquímico completo: exame de sangue, perfil lipídico, provas
hepáticas, provas renais, perfil hormonal, tireóide, eletrólitos, glicemia, hepatite e
sífilis.
Funcional: composição corporal, percentual de gordura, percentual de massa
muscular, avaliação metabólica (em esteira), VAM – velocidade aeróbia máxima,
FC máxima.
Testes de Campo: flexibilidade, agilidade, velocidade, potência membros
superiores e inferiores, resistência anaeróbia, potência aeróbia, índice de fadiga.
Controles de treinamentos durante a temporada: durante os treinos e jogos, os
jogadores são monitorados individualmente por meio do GPS para controlar a
distância percorrida, zonas de velocidade, pico de velocidade, número de
acelerações e a extensão total dos sprints; após os jogos (entre 36 e 48 horas)
são realizados os controles de CK e ureia; os exames bioquímicos completos são
realizados de 3 em 3 meses; o percentual de gordura e massa muscular
mensalmente; antes e após os treinos é aferido o peso e a percepção subjetiva do
estado físico; dor e esforço pós treino.
Os especialistas em treinamento esportivo destacam a importância da
especificidade das avaliações em relação à demanda fisiológica, tanto nas
questões metabólicas quanto nas questões mecânicas. Frequentemente são
utilizados aparelhos tecnológicos, como foto-células, analisador de gases, sistema
por telemetria para o controle de diferentes variáveis. Para determinar o perfil
fisiológico do jogador são utilizados os resultados dos testes, validados
cientificamente e armazenados em um banco de dados, em escalas percentílicas.
Uma vez realizadas as avaliações e os dados analisados, os ciclos dos
treinamentos de base passam a abranger prioritariamente a integração de duas
categorias de treinamentos: de caráter quantitativo e de caráter qualitativo. A
categoria de treinamentos quantitativos abarca os conteúdos estruturais,
funcionais e adaptativos específicos. Enquanto as de caráter qualitativo,
predominam os conteúdos técnicos e táticos. Essas categorias não existem em
estado fragmentado e isolado.
O jogador de futebol depende da base de desenvolvimento de todas elas – de
forma individual e combinada – para alcançar, nas outras etapas dos
treinamentos, um desempenho que possa ser considerado ideal. Essa
dependência está relacionada a uma composição bastante complexa, uma vez
que demasiados conteúdos têm influência na especificidade das ações do jogo.
Nesta fase, ocorrem treinamentos físicos, técnicos e táticos. Os treinamentos
físicos de base atendem às exigências estruturais indispensáveis para a
continuidade das cargas de treinos e de jogos ao longo da temporada. Enquanto,
os treinamentos técnicos e táticos possibilitam, ao time e aos jogadores, iniciar as
adaptações interativas para a construção de um modelo de jogo.
Estes ciclos representam o marco inicial de um procedimento cumulativo de
cargas, que se estende durante a temporada. Nos dois primeiros ciclos semanais,
os turnos dedicados ao incremento dos parâmetros físicos, têm como objetivo a
tolerância de cargas. As intensidades são médias e os volumes aumentados.
O componente físico que produz um desempenho diferenciado nas ações
individuais do jogador de futebol é a potência – que não constitui uma qualidade
independente, mas é resultado da influência mútua dos fatores genéticos e de
outras qualidades básicas. Para atingir a potência, é necessário desenvolver a
força combinada com a aceleração, e transferi-las para chutes, arranques, giros,
antecipações, saltos e mudanças de direção.
Consideremos que a aceleração e a força representam um diferencial físico nas
ações técnicas do jogador de futebol: para atingir um nível elevado e manter a
continuidade desse domínio nos jogos e nos treinamentos, é necessária, nesta
fase, a mobilização de energia anaeróbia (fibras rápidas, tipo II a) e de resistência
muscular. Os treinamentos de força e resistência estrutural passam a oferecer
sustentáculo para a realização e a continuidade dos esforços de curta duração,
elevada velocidade, baixa concentração de lactato e inúmeras repetições.  Estes
treinamentos são fundamentais para tolerar um número expressivo de esforços
explosivos e para acelerar os processos de recuperação. Os treinamentos de
base são mais volumosos e menos intensos, orientados para adequar as
adaptações biológicas às exigências das competições.
O período de competição, que inicia após a pré-temporada, é constituído por duas
etapas, estruturado de formas distintas. A primeira compreende os treinamentos
acumulativos: em 6 a 8 semanas, são realizados entre 10 e 14 jogos competitivos.
Compreende as fases classificatórias dos campeonatos estaduais, a fase seletiva
da Copa do Brasil ou Copa Libertadores da América. Os treinadores reforçam,
neste período, o processo de construção do modelo de jogo idealizado para o
time, e exercita entre os jogadores as competências perceptivas, motoras e
decisionais, com a mesma intensidade de carga estabelecida nos jogos
competitivos. O período de acumulação apresenta como característica principal a
implantação do treinamento continuado e integrado dos componentes técnicos,
táticos, estratégicos, relacionais, físicos e mentais.
2.3. Fase de treinamentos específicos – Competição 
Por sua vez, o período de competição com treinamentos específicos abrange de
36 a 38 semanas, em que são realizados de 48 a 60 jogos competitivos.
Compreende as fases finais dos campeonatos estaduais, os Jogos da Copa do
Brasil, o Campeonato Brasileiro, a Copa Libertadores da América e o Campeonato
Sul Americano. Esse período é marcado por acumulação de jogos, aumento da
intensidade dos esforços específicos, variações da densidade em relação à
alternância do volume. Não existe a progressão linear de cargas e, os
treinamentos são realizados com velocidade e intensidade com variabilidade dos
normativos de carga ao longo do ano.
Após os jogos, as demandas fisiológicas são acentuadas e diferenciadas devido à
maximização integrada de esforços específicos (aumento do volume e da
intensidade dos esforços), ao ambiente e à pressão emocional. Os controles
fisiológicos passam a ser essenciais para regular as cargas dos treinamentos,
minimizar o aumento excessivo dos índices de fadiga, e impedir a síndrome do
super-treinamento. Nos dias pós-jogos, as cargas são reduzidas e a sessão de
treinamento passa a ter um caráter regenerativo.
Por definição, o treinamento regenerativo é um processo que engloba atividades
de baixo volume e baixa intensidade. Combinado a alternativas nutricionais, esse
método promove a reparação tecidual, aumenta a reposição das reservas
energéticas e equilibra o organismo para os treinamentos subseqüentes.
Referencias:

OLIVEIRA, Raul. A planificação, programação, e periodização do treino em


futebol. Um olhar sobre a especificidade do jogo de futebol. Lecturas:
Educación física y deportes, n. 89, p. 19, 2005.

PIVETTI, Bruno MF. Periodização tática: o futebol-arte alicerçado em


critérios. Phorte Editora, 2020.

SANTOS, Pedro; CASTELO, Jorge; SILVA, Pedro Miguel. O processo de


planejamento e periodização do treino em futebol nos clubes da principal liga
portuguesa profissional de futebol na época 2004/2005. Revista brasileira de
educação física e esporte, v. 25, p. 455-472, 2011.

JUNIOR, Nelson Kautzner Marques et al. Periodização tática: o treinamento de


iniciadas do futebol de salão feminino de 2006. Movimento e Percepção, v. 8,
n. 11, 2007.

AROSO, João. Periodização do Treino no Futebol. Comunicação pessoal no


colóquio" A Gestão de Mestrias para a Obtenção do Sucesso". Arcos de
Valdevez, 2010.

PACOBAHYBA, Nelson et al. Força muscular, níveis séricos de testosterona e


de ureia em jogadores de futebol submetidos à periodização
ondulatória. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 18, p. 130-133,
2012.

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2012.

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