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ESPORTIVO
Luciano Pereira Marotto
e-Book 2
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3
INTER-RELAÇÃO VOLUME,
INTENSIDADE E RECUPERAÇÃO����������������� 19
PREPARANDO O TREINAMENTO����������������� 24
TREINAMENTO E AVALIAÇÃO��������������������� 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 37
3
PRINCÍPIOS DO
TREINAMENTO ESPORTIVO
Princípios do treinamento esportivo são conceitos
relacionados ao desenvolvimento das capacida-
des gerais dos atletas, entre elas as capacidades
físicas, fisiológicas, nutricionais e psicológicas,
que ajudam treinadores na potencialização e
aperfeiçoamento das escolhas de metodologias,
planificação e organização do treinamento, que
serão consideradas para propiciar melhores re-
sultados esportivos em função do equilíbrio das
capacidades no desenvolvimento e treinamento
dos atletas.
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nas competições, necessitam unir a capacidade
individual de cada atleta em prol do desempenho
coletivo, considerando aspectos técnicos e táticos.
Individualidade biológica
A individualidade biológica, tendo em mente o atleta
com características únicas, pode ser considerada
o principal ponto a ser observado na montagem,
organização e planificação do treinamento esportivo.
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de de esforço individual dos atletas observando
alguns fatores:
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f) Diferenças sexuais: considerar aspectos
específicos relacionados ao gênero do atleta que
determinam maneiras diferenciadas no desenvol-
vimento e treinamento das capacidades físicas e
fisiológicas.
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Capacidade
Alta Moderada Baixa
Oxidativa
Estoque de Moderado Moderado Moderado
glicogênio alto alto alto
Estoque de
Alto Moderado Baixo
triglicérides
Capilaridade Boa Moderada Pobre
SAIBA MAIS
Sobre Mecanismos Estruturais: Compreender a
estrutura e a fisiologia do sistema muscular ajudará
bastante a compreender sua relação com o treinamento
esportivo e as limitações relacionadas aos mecanismos
estruturais. Busque mais em: MAUGHAN, R.; GLEESON,
M.; GREENHAFF, P. L. Bioquímica do exercício e trei-
namento. São Paulo: Manole, 2000.
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no desempenho do atleta e apoiado no sistema
cardiorrespiratório e endócrino.
SAIBA MAIS
Sobre Mecanismos Neurais: Compreender como fun-
ciona a comunicação do sistema nervoso e as estruturas
musculares é fundamental para assimilar o princípio
da individualidade. Busque mais em: KRAEMER, W. J.;
HÄKKINEN, K. Treinamento de força para o esporte.
Porto Alegre: Artmed, 2004.
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Adaptação biológica
O princípio da adaptação biológica está direta-
mente relacionado ao princípio da individualidade
biológica e relaciona-se de forma inversamente
proporcional ao tempo de experiência e prática a
que o atleta está submetido em programas con-
trolados de treinamento.
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É no momento em que a janela de adaptação está
reduzida, bem próxima ao potencial genético do
atleta, que o treinador precisa ter conhecimento
aprofundado de um número grande de conceitos
que balizam o treinamento esportivo e, principal-
mente, experiência prática suficiente para organizar
e aplicar os conceitos de maneira que propicie ao
atleta utilizar seu potencial genético e desempenhar
de maneira a alcançar os objetivos traçados para
o período competitivo.
Janela de adaptação
Especificidade
A especificidade requerida em uma sessão de
treinamento é bastante pronunciada nos períodos
da temporada em que se aproximam as competi-
ções. Esse princípio do treinamento esportivo não
deve ser negligenciado em nenhum momento da
preparação de um atleta a partir do ponto que a
modalidade esportiva em que o atleta competirá
esteja definida.
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Sendo assim, a quantidade de exercícios com
estímulos que promovam modificações morfo-
funcionais específicas da modalidade esportiva
e reproduzam os padrões dos movimentos e as
ações executadas durante as provas competitivas,
é diretamente proporcional ao tempo de experiência
do atleta na modalidade.
Variabilidade
O princípio da variabilidade trata de aspectos
ligados ao que treinadores e atletas relatam ser
um dos pontos mais difíceis de serem vencidos,
a acomodação do desempenho, ou seja, o atleta
atinge um estágio em que não se observa melho-
ra alguma, independentemente da quantidade de
treino a que o atleta é submetido.
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o estado de prontidão e execute o padrão motor
solicitado. Dessa maneira, os treinadores encon-
tram, durante as sessões de treino, uma maneira
de estimular o sistema nervoso central a partir de
estímulos variados, o que resulta em tomadas de
decisões variadas para solucionar desafios que,
na grande maioria das vezes, elevam o nível de
desempenho durante as competições.
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descreve três modelos no emprego da carga de
trabalho em que cada uma das propostas apre-
senta respostas específicas no desempenho do
atleta: i) carga padrão de trabalho, ii) sobrecarga
de trabalho e iii) carga progressiva de trabalho.
Temporada de treinamento
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O modelo de sobrecarga de trabalho preconiza que
o atleta trabalhe na sua capacidade com aumento
da carga de trabalho a cada ponto de adaptação
à carga. Esse modelo de trabalho condiciona ao
atleta evolução contínua no desempenho, entretanto,
pode levar o atleta ao supertreinamento, condição
em que o atleta é levado a níveis extremamente
altos de stress físico, fisiológico e psicológico o
que pode acarretar queda no desempenho caso o
treinamento se arraste por períodos muito longos
e o atleta não possua o lastro físico e fisiológico
adquirido no início da carreira esportiva.
Temporada de treinamento
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Nesse sentido, o planejamento com cargas progres-
sivas demanda um período de aplicação de carga
na mesma dinâmica do modelo da sobrecarga,
contudo, o modelo da carga progressiva considera
um aumento gradual de carga durante algumas
sessões de treinos e em seguida a manutenção ou
um pequeno decréscimo da carga. É nesse período
de manutenção da carga que o organismo promo-
ve os ajustes neurológicos, físicos e fisiológicos,
denominado como período de recuperação em que
ocorre a regeneração adaptativa à carga utilizada.
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Temporada de treinamento
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SAIBA MAIS
Sobre Progressão da carga de trabalho: Entender
profundamente os conceitos de aplicação de carga de
trabalho e ter segurança como manipular adequada-
mente esse princípio do treinamento é fundamental a
todo treinador esportivo. Busque mais em: BOMPA, T. O.
Periodização: teoria e metodologia do treinamento.
4. ed. São Paulo: Phorte, 2002.
Supercompensação
Entender o princípio da supercompensação ca-
pacita os treinadores a manipularem de maneira
bem assertiva as variáveis volume-intensidade-
-recuperação, fatores determinantes do sucesso
do desempenho dos atletas durante o período
competitivo de uma temporada de treinamentos.
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Analogamente, o princípio da supercompensação
pode ser exemplificado com o processo de hiper-
trofia muscular. Imagine que a secção de corte
transversal do fuso muscular tenha uma determi-
nada medida X e que para manter essa medida
necessita de uma certa quantidade de substratos
e moléculas bioquímicas.
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INTER-RELAÇÃO
VOLUME, INTENSIDADE E
RECUPERAÇÃO
A montagem de uma temporada de treinamento é
totalmente voltada ao aprimoramento das condi-
ções físicas, fisiológicas e psicológicas por meio
da aplicação de exercícios específicos, alocados
nos períodos, ciclos e sessões de treinamento.
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de atividades conceitualmente mais volumosas e
menos intensas.
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ração de um atleta, os treinadores têm condições
de elevar o desempenho a patamares próximos do
máximo, temporada após temporada.
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atividade próxima ao limiar de alta intensidade,
mais eficaz será o desempenho nas competições.
Desempenho
Baixa Limiar de
Intensidade repouso
22
necessário para aquisição definitiva das adapta-
ções terá que ser considerado.
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PREPARANDO O
TREINAMENTO
Bompa (2002), propõe que a preparação da tempora-
da de treinamentos está apoiada em fatores que se
inter-relacionam, entretanto, o desenvolvimento de
cada um desses fatores é pensado separadamente
até o momento em que, naturalmente, os fatores
passam a se fundir e contribuem efetivamente para
o desempenho desejado pelos atletas.
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físicas, e pode ser estruturado em três fases: i) fase
do treinamento físico geral; ii) fase do treinamento
físico específico e iii) fase de aperfeiçoamento das
habilidades motoras; de maneira geral, preparadas
e desenvolvidas com objetivos de preparar o atleta
para as fases e fatores subsequentes, planejados
a partir da visão global da temporada, que se in-
terligarão naturalmente no decorrer das sessões
de treinamento. (WEINECK, 1999; BOMPA, 2002)
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no desenvolvimento das fases do treinamento que
estão mais próximas do período das competições.
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o atleta treinará com mais ênfase a manifestação
de força que sustenta seu desempenho.
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Entretanto o aprendizado técnico de uma deter-
minada modalidade esportiva significa em certas
modificações no padrão de movimento, que segundo
Ozolin apud Bompa (2002) sugere que a adaptação
do gesto técnico se desenvolve em duas fases.
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Também é preciso considerar e diferenciar, durante
o desenvolvimento do treinamento tático, as ativi-
dades que serão propostas para as modalidades
individuais e para as modalidades coletivas.
SAIBA MAIS
Sobre Treinamento técnico e tático: Compreender
os conceitos sobre técnica e tática é fundamental no
momento em que pensamos a temporada completa de
treinamento. Busque mais em: BOMPA, T. O. Periodiza-
ção: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed. – São
Paulo: Phorte, 2002.
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Nesse período, o profissional responsável pelo
trabalho mental que o atleta desenvolve, durante
sua participação nas competições, precisa estar
atento a qualquer fator externo e interno que possa
desequilibrar o foco do atleta das ações táticas e
técnicas planejadas para que o atleta obtenha o
sucesso desejado com seu desempenho.
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TREINAMENTO E
AVALIAÇÃO
Todo processo de planejamento e organização de
uma temporada de treinamento esportivo precisa
ser monitorado sessão a sessão para que os treina-
dores consigam ajustar o uso das ferramentas que
irão conduzir o atleta a desempenhar de maneira
satisfatória nas principais competições e, princi-
palmente, corrigir algumas rotas que se mostram
ineficazes, quando detectadas precocemente.
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realização de avaliações pautadas em medidas
pronunciadas por meio de testes que fornecem,
de maneira segura e precisa, informações sobre
valências físicas e fisiológicas, aspectos psicoló-
gicos e nutricionais, entre outros, que irão nortear
a equipe técnica que, se necessário, promoverão
ajustes nas sessões de treinamento com alto grau
de assertividade e coerência.
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As respostas precisam estar bem definidas para
que a medida represente, à luz da avaliação, con-
clusões coerentes acerca da variável e forneçam
informações essenciais para elucidar incertezas e
propiciar aos treinadores possibilidade de ajustes
precisos durante o percurso da temporada. Para
tanto, é necessário encontrar na literatura espe-
cializada testes capazes e de fácil aplicação, que
proporcionem medidas fidedignas.
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samente selecionados e corretamente aplicados,
abrem-se duas possibilidades de comparações
que irão respaldar as decisões de manutenção
ou ajustes nas metas intermediárias previamente
determinadas. Uma das possibilidades é o caminho
da norma de referência e a outra é o caminho do
critério de referência, que para exemplificarmos a
diferença entre os dois caminhos, vamos pensar
na variável estatura no processo de crescimento
e desenvolvimento.
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atletas que treinam e desempenham na mesma
modalidade esportiva.
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objetivos a serem alcançados e assim respondam
às perguntas fundamentais no processo de avalia-
ção, o que medir? por que medir? e como medir?
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os treinadores responsáveis pela preparação e
desenvolvimento das capacidades físicas e fisioló-
gicas dos atletas devem entender as bases em que
os princípios do treinamento foram desenvolvidos
e dispor como ferramentas para serem utilizadas
na melhoria das valências físicas e fisiológicas, do
início ao final da carreira de um atleta.
Ao entender esses conceitos, os treinadores estão
aptos a pensar, planejar e organizar as temporadas
de treinamentos, direcionadas às necessidades
específicas ao momento do atleta.
Ter a competência e a capacidade de utilizar os
princípios do treinamento esportivo, de modo a
contribuir efetivamente no desenvolvimento e
aprimoramento das variáveis que levam os atletas
a desempenhar satisfatoriamente e alcançar os
resultados planejados, significa, antes de qualquer
coisa, conhecer profundamente as reais neces-
sidades e, principalmente, as reais condições do
atleta que será treinado.
Para tanto, é fundamental a realização de testes
para obtenção de medidas precisas que posterior-
mente são avaliadas pelos treinadores que terão,
a partir de então, informações suficientemente
confiáveis que balizarão a montagem da temporada
considerando aspectos técnicos, táticos, físicos
e fisiológicos e controle das cargas de trabalho
aplicadas nas sessões de treinamento.
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Referências Bibliográficas
& Consultadas
ANDRADE, P. J. A.; ROCHA, P. S. O.; CALDAS P. R.
L. Treinamento desportivo. Brasília: MEC/DDD,
1978.