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TREINAMENTO

ESPORTIVO
Luciano Pereira Marotto

e-Book 2
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3

PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO ESPORTIVO4

INTER-RELAÇÃO VOLUME,
INTENSIDADE E RECUPERAÇÃO����������������� 19

PREPARANDO O TREINAMENTO����������������� 24

TREINAMENTO E AVALIAÇÃO��������������������� 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 38
INTRODUÇÃO
O treinamento esportivo evoluiu de maneira gradual
e apresentou ao mundo dos esportes conceitos
e metodologias que, ao decorrer do tempo, se
mostraram eficazes por intermédio dos resulta-
dos alcançados pelos atletas que se submetiam
a experimentos que eram revistos e aprimorados
após o término das competições.
Muito do que vemos hoje, sendo aplicado com efi-
cácia comprovada, está relacionado com evidências
empíricas diagnosticadas mediante sensibilidade,
intuição e prática de treinadores e atletas.
Entretanto, inquestionavelmente, as investigações
científicas nas diferentes áreas que circundam o
esporte se consolidam e fornecem, cada vez mais,
base sólida e extremamente necessária para que
se alcance o sucesso.
As teorias e metodologias desenvolvidas ao longo
do tempo indicam regras e diretrizes que norteiam
a sistematização do treinamento esportivo por
meio de princípios específicos que construíram
conceitos maiores, mas que precisam ser vistos
isoladamente na planificação e organização do
calendário de uma temporada de treinamento,
com competições determinadas, que balizam a
preparação física, técnica, psicológica e fisiológica
do atleta. (BOMPA, 2002)

3
PRINCÍPIOS DO
TREINAMENTO ESPORTIVO
Princípios do treinamento esportivo são conceitos
relacionados ao desenvolvimento das capacida-
des gerais dos atletas, entre elas as capacidades
físicas, fisiológicas, nutricionais e psicológicas,
que ajudam treinadores na potencialização e
aperfeiçoamento das escolhas de metodologias,
planificação e organização do treinamento, que
serão consideradas para propiciar melhores re-
sultados esportivos em função do equilíbrio das
capacidades no desenvolvimento e treinamento
dos atletas.

Dessa maneira, os princípios do treinamento aqui


estudados, basicamente, referem-se a todas as
modalidades esportivas, uma vez que são aplicados
no desenvolvimento das capacidades individuais
dos atletas que irão desempenhar individualmente
a partir da condição atlética adquirida durante as
sessões de treino.

As modalidades esportivas coletivas dependem do


desempenho coletivo da equipe, entretanto, cada
atleta da equipe contribui com seu desempenho
atlético individual que foi norteado pelos princí-
pios do treinamento. Sendo assim, treinadores
das modalidades coletivas, para obterem êxito

4
nas competições, necessitam unir a capacidade
individual de cada atleta em prol do desempenho
coletivo, considerando aspectos técnicos e táticos.

Individualidade biológica
A individualidade biológica, tendo em mente o atleta
com características únicas, pode ser considerada
o principal ponto a ser observado na montagem,
organização e planificação do treinamento esportivo.

Olhar para esse princípio e, principalmente, buscar


entender como a individualidade biológica pode
fornecer aos treinadores informações objetivas
para manter ou, se necessário, corrigir aspectos
importantes do planejamento, organização e
montagem de uma temporada de treinamento, é
fundamental para manter o direcionamento nos
objetivos traçados no início da temporada.

A partir de avaliações que quantificam e/ou qua-


lificam as respostas físicas e fisiológicas dos es-
tímulos a que os atletas são submetidos durante
as sessões de treinamento, os treinadores podem,
junto à observação de algumas regras básicas,
potencializar os efeitos do treinamento. (BOMPA,
2002)

Sendo assim, os treinadores devem planejar as


sessões de treinamento privilegiando a capacida-

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de de esforço individual dos atletas observando
alguns fatores:

a) Idade biológica e cronológica: ao conduzir


uma sessão de treino, considerar intensidade e
volume adequado à idade biológica para evitar
sobrecarga em estruturas anatômicas como ossos,
ligamentos, tendões e músculos;

b) Idade de iniciação esportiva: considerar a


experiência que o atleta traz da modalidade es-
portiva, procurando intensificar, pouco a pouco,
a vivência dos movimentos técnicos específicos
da modalidade;

c) Capacidade individual de trabalho: atletas


apresentam fatores biológicos e psicológicos de-
terminantes para a capacidade de trabalho;

d) Estado de saúde do atleta: considerar, sempre,


que o estado de saúde geral determina o limite da
capacidade do atleta suportar a intensidade e o
volume do treinamento;

e) Tempo de recuperação entre as sessões


de treino: considerar fatores externos como, vida
social, qualidade do sono, alimentação, tempo de
deslocamento para o local de treinamento, ajudam
a entender o tempo necessário para recuperação
física e fisiológica entre as sessões de treino;

6
f) Diferenças sexuais: considerar aspectos
específicos relacionados ao gênero do atleta que
determinam maneiras diferenciadas no desenvol-
vimento e treinamento das capacidades físicas e
fisiológicas.

O princípio da individualidade biológica também


disponibiliza aos treinadores informações impor-
tantes relacionadas a mecanismos estruturais e
neurais fortemente correlacionados com o de-
senvolvimento e treinamento de valências físicas
e fisiológicas.

Os mecanismos estruturais estão associados a


fatores anátomo-morfológicos e funcionais que
constituem e interligam os principais sistemas
orgânicos diretamente envolvidos no treinamento
das capacidades biomotoras, potência, força, ve-
locidade, flexibilidade e também nas capacidades
fisiológicas resistência aeróbia e anaeróbia.

Tabela 1: Mecanismos estruturais - Características das


fibras musculares associadas ao sistema nervoso
CARACTERÍSTICAS MUSCULARES EM FUNÇÃO DO SISTEMA
NERVOSO
Fibra Fibra Fibra
Propriedade
Muscular Muscular Muscular
muscular
Tipo I Tipo IIa Tipo IIb
Velocidade de
Lenta Rápida Rápida
contração
Capacidade
Baixa Moderada Alta
Glicolítica

7
Capacidade
Alta Moderada Baixa
Oxidativa
Estoque de Moderado Moderado Moderado
glicogênio alto alto alto
Estoque de
Alto Moderado Baixo
triglicérides
Capilaridade Boa Moderada Pobre

Fonte: (Elaborado pelo autor)

SAIBA MAIS
Sobre Mecanismos Estruturais: Compreender a
estrutura e a fisiologia do sistema muscular ajudará
bastante a compreender sua relação com o treinamento
esportivo e as limitações relacionadas aos mecanismos
estruturais. Busque mais em: MAUGHAN, R.; GLEESON,
M.; GREENHAFF, P. L. Bioquímica do exercício e trei-
namento. São Paulo: Manole, 2000.

Os mecanismos neurais estão diretamente asso-


ciados ao controle dos movimentos, relacionados
ao recrutamento das unidades motoras, frequência
de ativação e coordenação intermuscular, todos
em função da intensidade do estímulo.

Independentemente da modalidade esportiva em


que o movimento está presente, o treinamento é,
em última análise, orientado ao sistema muscular,
responsável pela produção do gesto técnico exigido

8
no desempenho do atleta e apoiado no sistema
cardiorrespiratório e endócrino.

Nesse sentido, o sistema nervoso identifica o


estímulo e se comunica com o sistema muscular
por meio do envio de sinais elétricos (frequência
de ativação), uma vez ativado o sistema muscular
identifica os sinais que chegam e passa a recrutar
as unidades motoras necessárias para executar
a tarefa (recrutamento das unidades motoras).
Como última tarefa a ser realizada em função de
um estímulo recebido, o sistema nervoso necessita
modular e coordenar o envio de sinais a diferentes
partes do corpo (grupos musculares) que partici-
param da execução do movimento (coordenação
intermuscular).

SAIBA MAIS
Sobre Mecanismos Neurais: Compreender como fun-
ciona a comunicação do sistema nervoso e as estruturas
musculares é fundamental para assimilar o princípio
da individualidade. Busque mais em: KRAEMER, W. J.;
HÄKKINEN, K. Treinamento de força para o esporte.
Porto Alegre: Artmed, 2004.

9
Adaptação biológica
O princípio da adaptação biológica está direta-
mente relacionado ao princípio da individualidade
biológica e relaciona-se de forma inversamente
proporcional ao tempo de experiência e prática a
que o atleta está submetido em programas con-
trolados de treinamento.

A capacidade de adaptação biológica é considerada


limitante quando o treinamento é prescrito para
um atleta muito experiente e ou para um atleta ini-
ciante. Para um atleta iniciante, com pouco tempo
de exposição a treinamentos direcionados e espe-
cíficos, a janela de adaptação é bastante grande
o que provoca ganhos rápidos nas capacidades
físicas e/ou fisiológicas expostas ao treinamento.

Entretanto, à medida que o atleta participa de


temporadas sucessivas de treinamento e suas
capacidades treináveis caminham em direção
a seu potencial genético, a janela de adaptação
vai se fechando e, cada vez mais, os ganhos são
obtidos com mais dificuldades.

Nesse sentido, o princípio da adaptação biológica


evidencia a necessidade de treinos cada vez mais
específicos, inovadores e variados para que os
atletas mais experientes continuem a se beneficiar
das sessões de treinamento programadas durante
uma temporada competitiva.

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É no momento em que a janela de adaptação está
reduzida, bem próxima ao potencial genético do
atleta, que o treinador precisa ter conhecimento
aprofundado de um número grande de conceitos
que balizam o treinamento esportivo e, principal-
mente, experiência prática suficiente para organizar
e aplicar os conceitos de maneira que propicie ao
atleta utilizar seu potencial genético e desempenhar
de maneira a alcançar os objetivos traçados para
o período competitivo.

Figura 1: Janela de adaptação – Representação


esquemática
Potencial de melhora Atleta iniciante

Janela de adaptação

Potencial de melhora Atleta experiente

Fonte: (Elaborado pelo autor)

Especificidade
A especificidade requerida em uma sessão de
treinamento é bastante pronunciada nos períodos
da temporada em que se aproximam as competi-
ções. Esse princípio do treinamento esportivo não
deve ser negligenciado em nenhum momento da
preparação de um atleta a partir do ponto que a
modalidade esportiva em que o atleta competirá
esteja definida.

11
Sendo assim, a quantidade de exercícios com
estímulos que promovam modificações morfo-
funcionais específicas da modalidade esportiva
e reproduzam os padrões dos movimentos e as
ações executadas durante as provas competitivas,
é diretamente proporcional ao tempo de experiência
do atleta na modalidade.

Esse princípio se interliga com o princípio da


adaptação biológica e contribui diretamente para
o potencial de melhora das capacidades físicas e
fisiológicas no momento em que o atleta atinge
um estágio de experiência avançado e a janela
de adaptação se aproxima do potencial genético.

Variabilidade
O princípio da variabilidade trata de aspectos
ligados ao que treinadores e atletas relatam ser
um dos pontos mais difíceis de serem vencidos,
a acomodação do desempenho, ou seja, o atleta
atinge um estágio em que não se observa melho-
ra alguma, independentemente da quantidade de
treino a que o atleta é submetido.

O estágio no qual a evolução do atleta permanece


estagnada é relatado na literatura como sendo a
barreira do desempenho, e é neutralizado com a
utilização de exercícios que alternem as intensida-
des, os volumes, os estímulos, visuais ou auditivos,
que provocam a reação para que o atleta deixe

12
o estado de prontidão e execute o padrão motor
solicitado. Dessa maneira, os treinadores encon-
tram, durante as sessões de treino, uma maneira
de estimular o sistema nervoso central a partir de
estímulos variados, o que resulta em tomadas de
decisões variadas para solucionar desafios que,
na grande maioria das vezes, elevam o nível de
desempenho durante as competições.

Progressão da carga de trabalho


O princípio da progressão da carga de trabalho
pressupõe que a melhora das variáveis que medem
as capacidades físicas e fisiológicas, durante uma
temporada de treinamento, está diretamente rela-
cionada com a manipulação adequada da carga
de trabalho durante as sessões de treino.

Bompa (2002), Weineck (1999) e Kraemer & Häkki-


nen (2004) sugerem que o organismo dos atletas
reage por meio de adaptações do sistema nervoso
central, que identifica o aumento da carga de tra-
balho e sinaliza para que o organismo reverbere a
necessidade de adaptações anatômicas, fisiológicas
e psicológicas propiciando aos atletas condições
ideais para o aumento da carga de trabalho.

A carga de trabalho representa a quantidade de


exercícios, quantidade de horas e também está
relacionada com a intensidade exigida na execução
de uma atividade. Nesse sentido, Bompa (2002)

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descreve três modelos no emprego da carga de
trabalho em que cada uma das propostas apre-
senta respostas específicas no desempenho do
atleta: i) carga padrão de trabalho, ii) sobrecarga
de trabalho e iii) carga progressiva de trabalho.

A carga padrão de trabalho, se observada uma


temporada completa de treinamento, apresenta
resultados pouco satisfatórios. Nesse modelo, os
atletas mantêm a mesma carga de trabalho durante
toda a temporada, o que ocasiona melhora nos
marcadores do desempenho apenas no período
inicial do treinamento, e isso em função da adap-
tação geral do organismo a determinada carga,
o que resulta na estagnação dos resultados que
estão diretamente relacionados à capacidade do
atleta desempenhar na capacidade máxima das
valências físicas e fisiológicas determinada pela
carga padrão utilizada.

Figura 2: Carga padrão – Representação esquemática do


desempenho

Ponto de adaptação à carga padrão - estagnação do desempenho


ho
pen
es em
d ed
ão
luç
Ev o

Temporada de treinamento

Fonte: (Elaborado pelo autor)

14
O modelo de sobrecarga de trabalho preconiza que
o atleta trabalhe na sua capacidade com aumento
da carga de trabalho a cada ponto de adaptação
à carga. Esse modelo de trabalho condiciona ao
atleta evolução contínua no desempenho, entretanto,
pode levar o atleta ao supertreinamento, condição
em que o atleta é levado a níveis extremamente
altos de stress físico, fisiológico e psicológico o
que pode acarretar queda no desempenho caso o
treinamento se arraste por períodos muito longos
e o atleta não possua o lastro físico e fisiológico
adquirido no início da carreira esportiva.

Figura 3: Sobrecarga – Representação esquemática do


desempenho
4
ga
car
b re
So
3
ga
car
b re ho
So
pen
em
a rg
a2
o des
obr
ec
ã od
S luç
1 Ev o
ca rg a
b re
So

Temporada de treinamento

Fonte: (Elaborado pelo autor)

O arrazoado teórico do modelo da carga progres-


siva se apoia nos conceitos definidos pelos estu-
dos fisiológicos e psicológicos que sugerem uma
fase de recuperação entre os períodos em que se
expressa a elevação de carga.

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Nesse sentido, o planejamento com cargas progres-
sivas demanda um período de aplicação de carga
na mesma dinâmica do modelo da sobrecarga,
contudo, o modelo da carga progressiva considera
um aumento gradual de carga durante algumas
sessões de treinos e em seguida a manutenção ou
um pequeno decréscimo da carga. É nesse período
de manutenção da carga que o organismo promo-
ve os ajustes neurológicos, físicos e fisiológicos,
denominado como período de recuperação em que
ocorre a regeneração adaptativa à carga utilizada.

Nas sessões posteriores ao período de recupe-


ração, é necessário outro período com algumas
sessões de treino em que ocorra novamente o
aumento gradual da carga de trabalho, tendo como
base a carga final utilizada no período anterior à
recuperação.

Figura 4: Carga progressiva – Representação esquemáti-


ca do desempenho

nho
mpe
do dese
ção do
3
Evolu río
Pe Recup� 3
2
do
río
Pe Recup� 2
1
do
río Recup� 1
Pe

Temporada de treinamento

Fonte: (Elaborado pelo autor

16
SAIBA MAIS
Sobre Progressão da carga de trabalho: Entender
profundamente os conceitos de aplicação de carga de
trabalho e ter segurança como manipular adequada-
mente esse princípio do treinamento é fundamental a
todo treinador esportivo. Busque mais em: BOMPA, T. O.
Periodização: teoria e metodologia do treinamento.
4. ed. São Paulo: Phorte, 2002.

Supercompensação
Entender o princípio da supercompensação ca-
pacita os treinadores a manipularem de maneira
bem assertiva as variáveis volume-intensidade-
-recuperação, fatores determinantes do sucesso
do desempenho dos atletas durante o período
competitivo de uma temporada de treinamentos.

Basicamente o princípio está alicerçado em três


principais conceitos que se sucedem ciclicamente
no processo de melhora das valências físicas e
fisiológicas treináveis.

O tripé rotativo do princípio da supercompensação


é formado pela fase da fadiga caracterizada pelo
estímulo, fase da compensação caracterizada pela
recuperação pós-estímulo e pela fase da supercom-
pensação caracterizada pela recuperação pouco
acima do ponto em que foi aplicado o estímulo.

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Analogamente, o princípio da supercompensação
pode ser exemplificado com o processo de hiper-
trofia muscular. Imagine que a secção de corte
transversal do fuso muscular tenha uma determi-
nada medida X e que para manter essa medida
necessita de uma certa quantidade de substratos
e moléculas bioquímicas.

A partir de certo momento, se inicia um período


de treinamento para o aumento da medida X para
X5. Inicialmente é aplicado um estímulo que utiliza
o estoque de substratos e moléculas bioquímicas
provocando e caracterizando a fase de fadiga.
Durante a fase da compensação, segunda fase,
caracterizada pelo descanso, é providenciada a
reposição dos níveis de substratos e moléculas
bioquímicas na mesma quantidade correspon-
dente à medida X. Posteriormente, se inicia a fase
da supercompensação, caracterizada pela fase
final de descanso onde é depositado mais uma
pequena quantidade de substratos e moléculas
bioquímicas, modificando a medida da secção do
corte transversal do fuso muscular para X1.

O processo cíclico de hipertrofia descrito acima,


compreendendo as fases 1 a 3, se repete cinco
vezes até que a medida da secção de corte trans-
versal do fuso muscular seja X5 e, dessa maneira,
satisfaça o objetivo determinado.

18
INTER-RELAÇÃO
VOLUME, INTENSIDADE E
RECUPERAÇÃO
A montagem de uma temporada de treinamento é
totalmente voltada ao aprimoramento das condi-
ções físicas, fisiológicas e psicológicas por meio
da aplicação de exercícios específicos, alocados
nos períodos, ciclos e sessões de treinamento.

A efetividade do planejamento, a partir das es-


tratégias pensadas para cada uma das valências
treinadas durante a temporada de treinamento,
é dependente da monitoração, do controle e dos
ajustes no volume de treinamento, retratado na
duração, na distância e na repetição das atividades
propostas em cada sessão do treinamento, e na
intensidade caracterizada pela carga de trabalho
e pela velocidade de execução das atividades.

Bompa (2002), sugere que esportes que expres-


sam como principal característica a velocidade
e a potência, como as provas de corridas curtas,
lançamentos e arremessos no atletismo, as com-
petições relacionadas as lutas, e as provas de
curtas distâncias na natação, os treinamentos
sejam balizados, prioritariamente, na intensidade;
e esportes com características voltadas para a re-
sistência, os treinamentos se apoiem na aplicação

19
de atividades conceitualmente mais volumosas e
menos intensas.

Ao se considerar volume e intensidade do treina-


mento como fatores decisivos para a eficiência
e sucesso de uma temporada de treinamento, os
treinadores precisam monitorar cuidadosamente
o feedback orgânico e psicológico dos atletas e
assim, ter total domínio e controle sobre a manipu-
lação do volume e da intensidade de treinamento
em todas as fases da temporada de treinamento
e, principalmente, ao longo do desenvolvimento
da carreira do atleta.

Considerando apenas uma sessão de treino, rela-


cione o volume com a quantidade total de trabalho
realizado na sessão, mas não deixe de pensar no
volume como a soma do trabalho realizado nas
várias sessões de treino que compreendem uma
temporada anual de treinamento ou até mesmo
considerar o volume somado em mais de uma
temporada para atletas iniciantes no esporte.

O volume é a variável quantitativa do programa


de treinamento e o treinador precisa considerar a
trajetória do atleta até o momento em que pensa
a temporada e, também, o que pretende atingir na
temporada presente e nas futuras. Ponderando
esses aspectos, respeitando e equilibrando todos
os princípios do treinamento envolvidos na prepa-

20
ração de um atleta, os treinadores têm condições
de elevar o desempenho a patamares próximos do
máximo, temporada após temporada.

A intensidade é a outra variável do treinamento


que se relaciona de forma inversamente propor-
cional à aplicação do volume de treino. Se trata
de uma variável qualitativa presente para todas
as modalidades esportivas, com diferentes graus
de importância no momento de se pensar uma
temporada de treinamento.

Esportes cíclicos de longa duração são menos


dependentes da intensidade, entretanto, essa vari-
ável não pode ser negligenciada por ser a variável
responsável pela eficácia do desempenho do atleta.

Sendo assim, os treinadores precisam buscar o


equilíbrio ideal entre volume e intensidade nas
sessões de treinos durante todo o período do
programa de treinamento, propiciando ao atleta
monitorar e controlar a intensidade que irá aplicar
no momento da competição.

Fisiologicamente falando e exemplificando com


base nos esportes cíclicos de longa duração, a
intensidade da carga de trabalho é determinada
pelos limiares a serem treinados e que determinam
a transição dos sistemas energéticos que susten-
tam a manutenção das atividades físicas. Quanto
maior o tempo que o atleta conseguir manter a

21
atividade próxima ao limiar de alta intensidade,
mais eficaz será o desempenho nas competições.

Figura 5: Comparativo do resultado do desempenho em


função da intensidade

Alta Limiar de max�


Intensidade desempenho

Desempenho

Baixa Limiar de
Intensidade repouso

Tempo total em atividade Tempo total em atividade

Fonte: (Elaborado pelo autor)

Para finalizar a equalização da relação volume-in-


tensidade em todas as sessões de treinamento,
durante toda a temporada de treinamento, é neces-
sário considerar o tempo de recuperação suficiente
para que o organismo do atleta tenha condições
de se beneficiar dos estímulos promovidos e as
pequenas melhoras promovidas em cada sessão
de treino.

O tempo de recuperação pode ser completo entre


as sessões de treino, fornecendo ao organismo
tempo suficiente para se beneficiar dos processos
adaptativos, ou então a soma de um determinado
número de tempos de recuperação incompletos
entre as sessões de treino, sendo que utilização
de tempos incompletos, em algum momento
programado entre uma sessão e outra, o tempo

22
necessário para aquisição definitiva das adapta-
ções terá que ser considerado.

Os dois métodos de aplicação do tempo de recupera-


ção trazem resultados positivos para o desempenho.
Para atletas iniciantes o mais indicado é aplicar
o tempo completo de recuperação, respeitando o
processo de desenvolvimento físico, fisiológico e
psicológico a que o atleta é submetido ao iniciar
sua trajetória esportiva.

Já os atletas mais experientes são capazes de


suportar a aplicação de estímulos consecutivos
com a recuperação incompleta por terem o lastro
físico, fisiológico e psicológico acentuado pelo
fato de terem participado de temporadas de trei-
namentos anteriores.

Acertar na equalização das variáveis volume-in-


tensidade-recuperação propicia que o atleta se
beneficie amplamente dos processos adaptativos
que promovem melhora nas capacidades físicas,
fisiológicas e psicológicas que determinam o su-
cesso durante as competições.

23
PREPARANDO O
TREINAMENTO
Bompa (2002), propõe que a preparação da tempora-
da de treinamentos está apoiada em fatores que se
inter-relacionam, entretanto, o desenvolvimento de
cada um desses fatores é pensado separadamente
até o momento em que, naturalmente, os fatores
passam a se fundir e contribuem efetivamente para
o desempenho desejado pelos atletas.

Figura 6: Pirâmide dos fatores do treinamento – Repre-


sentação esquemática

Treinamento mental Treinamento mental

Treinamento tático Treinamento tático

Treinamento técnico Treinamento técnico

Treinamento físico Treinamento físico

Fonte: (Elaborado pelo autor)

O treinamento físico, base do planejamento espor-


tivo no leste europeu, é o fator determinante para
o desenvolvimento posterior dos treinamentos
técnico, tático e mental na plenitude de aproveita-
mento. O foco principal do treinamento físico está
no aperfeiçoamento das capacidades fisiológicas e

24
físicas, e pode ser estruturado em três fases: i) fase
do treinamento físico geral; ii) fase do treinamento
físico específico e iii) fase de aperfeiçoamento das
habilidades motoras; de maneira geral, preparadas
e desenvolvidas com objetivos de preparar o atleta
para as fases e fatores subsequentes, planejados
a partir da visão global da temporada, que se in-
terligarão naturalmente no decorrer das sessões
de treinamento. (WEINECK, 1999; BOMPA, 2002)

Independentemente da modalidade esportiva, o


treinamento físico geral é pensado para melho-
rar a capacidade de trabalho do atleta que, uma
vez aumentada, facilita as adaptações orgânicas
pretendidas em função das elevações contínuas
das exigências físicas, fisiológicas e psicológicas
durante a temporada de treinamento.

Na fase do treinamento físico geral os treinadores,


no momento de planejar e modular o tempo que
será utilizado para o treinamento geral, precisam
considerar o tempo total de envolvimento do atleta
com a modalidade esportiva.

Uma vez identificados os principais aspectos físicos


e/ou fisiológicos que sustentam o desempenho
atlético, os treinadores direcionam o treinamento
físico geral com atividades e exercícios que for-
neçam, hierarquicamente, lastro para as valências
físicas e fisiológicas que servirão de bases sólidas

25
no desenvolvimento das fases do treinamento que
estão mais próximas do período das competições.

A fase do treinamento físico específico para atletas


de modalidades esportivas cíclicas, entre elas, as
corridas de fundo e meio fundo, será desenvolvida
sobre a base sólida do desenvolvimento da resis-
tência fisiológica geral trabalhada na fase anterior.
Nesta fase, os treinadores privilegiarão atividades
e exercícios que fortaleçam a resistência fisioló-
gica, aeróbia ou anaeróbia lática ou alática, mais
pronunciada na modalidade em que o atleta irá
desempenhar.

Por outro lado, as modalidades esportivas conside-


radas acíclicas em que o desempenho é apoiado
em mais de um aspecto físico e/ou fisiológico, os
treinadores precisam, igualmente às modalidades
cíclicas, identificar qual a base que o treinamento
físico geral precisa fortalecer. Como exemplo
podemos utilizar as provas de lançamento e arre-
messos no atletismo, modalidades apoiadas na
força e potência muscular.

Sendo assim, a fase de treinamento físico geral


precisa ser orientada com exercícios que preparem,
principalmente, o sistema muscular para o traba-
lho da manifestação da força rápida, da força de
resistência e da força máxima; a partir de então,
ao entrar na fase do treinamento físico específico,

26
o atleta treinará com mais ênfase a manifestação
de força que sustenta seu desempenho.

Passadas as fases do treinamento físico, o atleta


entra na fase do treinamento técnico, momento em
que são aplicados exercícios para aprimoramento
da estrutura motora presente nos movimentos que
compreendem as ações que sustentam o desem-
penho nas diferentes modalidades esportivas.

Durante todo o processo de crescimento e desen-


volvimento, os indivíduos desenvolvem padrões
motores para os movimentos básicos como andar,
pular, arremessar, rebater, puxar, empurrar, entre
outros que são base para todos os gestos técnicos
específicos das modalidades esportivas.

A partir do momento que o individuo passa a participar


efetivamente de um programa de treinamento, os
movimentos básicos passam a sofrer adaptações
no sentido de tornar a biomecânica do movimento
mais próxima possível do gesto motor ideal, com
o objetivo de otimizar o gasto de energia e atingir
alta eficiência no desempenho.

Nesse sentido, a técnica, mesmo que seja extre-


mamente ligada à eficiência mecânica do gesto
motor específica a uma modalidade, possui ca-
racterísticas intrínsecas que constituem o estilo
e a individualidade do atleta.

27
Entretanto o aprendizado técnico de uma deter-
minada modalidade esportiva significa em certas
modificações no padrão de movimento, que segundo
Ozolin apud Bompa (2002) sugere que a adaptação
do gesto técnico se desenvolve em duas fases.

A primeira fase, chamada de fase de aprendiza-


gem, caracterizada por exercícios que promovam a
aquisição do padrão motor ideal sem movimentos
ou gasto energético desnecessário. Para atletas
que estão no início da vida esportiva, essa fase
é bem prolongada, dependente de fatores como
complexidade do movimento a ser executado e
capacidade de reorganização da estrutura neural
do atleta.

O tempo que o treinamento técnico ocupa dentro


de uma temporada de treinamento é inversamen-
te proporcional ao tempo que o atleta pratica a
modalidade esportiva, sendo assim, atletas mais
experientes necessitam de um tempo menor
para fazer ajustes no padrão técnico de um de-
terminado gesto motor, caracterizando a segunda
fase do aprendizado técnico denominada fase de
aperfeiçoamento.

De maneira bem parecida, o tempo necessário para


o treinamento tático incluído em uma temporada
de treinamento, também é balizado pelo tempo de
experiência do atleta com a modalidade esportiva.

28
Também é preciso considerar e diferenciar, durante
o desenvolvimento do treinamento tático, as ativi-
dades que serão propostas para as modalidades
individuais e para as modalidades coletivas.

A tática empregada em modalidades esportivas


individuais é pensada para organizar estratégias
para um único executor, em contrapartida, o pla-
nejamento e treinamento tático para modalidades
esportivas coletivas são pensados para organizar
estratégias que serão executadas por um grupo
de atletas no qual o sucesso da ação coletiva é
extremamente dependente das ações individuais
interligadas.

SAIBA MAIS
Sobre Treinamento técnico e tático: Compreender
os conceitos sobre técnica e tática é fundamental no
momento em que pensamos a temporada completa de
treinamento. Busque mais em: BOMPA, T. O. Periodiza-
ção: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed. – São
Paulo: Phorte, 2002.

O treinamento psicológico, teoricamente, está pre-


sente em toda a carreira atlética de um indivíduo.
Especificamente, pensando em uma temporada
completa, o treinamento psicológico é intensificado
no período em que as competições são realizadas.

29
Nesse período, o profissional responsável pelo
trabalho mental que o atleta desenvolve, durante
sua participação nas competições, precisa estar
atento a qualquer fator externo e interno que possa
desequilibrar o foco do atleta das ações táticas e
técnicas planejadas para que o atleta obtenha o
sucesso desejado com seu desempenho.

30
TREINAMENTO E
AVALIAÇÃO
Todo processo de planejamento e organização de
uma temporada de treinamento esportivo precisa
ser monitorado sessão a sessão para que os treina-
dores consigam ajustar o uso das ferramentas que
irão conduzir o atleta a desempenhar de maneira
satisfatória nas principais competições e, princi-
palmente, corrigir algumas rotas que se mostram
ineficazes, quando detectadas precocemente.

Os principais fatores envolvidos em um programa


de treinamento esportivo, diretamente relacionados
ao desempenho do atleta, como aspectos antro-
pométricos, psicológicos, fisiológicos, físicos e
nutricionais, entre outros, estão inseridos em um
processo a longo prazo, sendo assim, os treina-
dores e a equipe técnica incentivam, constante-
mente, os atletas a manterem atitudes positivas
e comportamentos adequados, além das sessões
de treinamento, para que todos os fatores se man-
tenham em níveis excelentes que irão refletir nos
resultados programados e executados.

Por se tratar de processos cíclicos de longo prazo,


com objetivos específicos previamente determi-
nados, uma temporada de treinamento esportivo
precisa, necessariamente, ser balizada mediante

31
realização de avaliações pautadas em medidas
pronunciadas por meio de testes que fornecem,
de maneira segura e precisa, informações sobre
valências físicas e fisiológicas, aspectos psicoló-
gicos e nutricionais, entre outros, que irão nortear
a equipe técnica que, se necessário, promoverão
ajustes nas sessões de treinamento com alto grau
de assertividade e coerência.

Medida, Teste e Avaliação


Treinadores responsáveis pela preparação geral
e específica dos atletas dispõem de ferramentas
importantes para diagnosticar, controlar e realizar
possíveis ajustes na planificação inicial das ses-
sões dos treinamentos programadas.

A medida é uma ferramenta que fornece à equipe


técnica informações quantitativas, expressas de
forma numérica, a resposta orgânica, satisfatória
ou não, das valências que determinam o desem-
penho dos atletas nas competições esportivas.

A medida testada e avaliada precisa representar


fielmente a valência de interesse, evidenciando
valores precisos e intimamente relacionados ao
objeto de investigação. Sendo assim, os treinado-
res ou os profissionais responsáveis em coletar as
medidas precisam ter em mente três perguntas a
serem respondidas, o que medir? por que medir?
e como medir?

32
As respostas precisam estar bem definidas para
que a medida represente, à luz da avaliação, con-
clusões coerentes acerca da variável e forneçam
informações essenciais para elucidar incertezas e
propiciar aos treinadores possibilidade de ajustes
precisos durante o percurso da temporada. Para
tanto, é necessário encontrar na literatura espe-
cializada testes capazes e de fácil aplicação, que
proporcionem medidas fidedignas.

O teste é mais uma ferramenta que a equipe


técnica, responsável pela organização e controle
do treinamento, tem disponível para monitorar e
promover ajustes durante o desenvolvimento das
sessões de treinamento.

O teste é o instrumento que irá produzir as in-


formações que serão utilizadas para nortear os
treinadores, portanto, ao eleger um teste para re-
alizar uma medida, os profissionais responsáveis
precisam pensar amplamente para que as medidas
sejam conduzidas com foco total nos objetivos
previamente definidos.

A avaliação, no contexto geral, é a principal ferra-


menta a ser utilizada pelos treinadores no momento
de diagnosticar, controlar ou redirecionar metas
intermediárias durante a temporada de treinamento.

De posse das representações numéricas das medidas,


obtidas por meio da realização dos testes criterio-

33
samente selecionados e corretamente aplicados,
abrem-se duas possibilidades de comparações
que irão respaldar as decisões de manutenção
ou ajustes nas metas intermediárias previamente
determinadas. Uma das possibilidades é o caminho
da norma de referência e a outra é o caminho do
critério de referência, que para exemplificarmos a
diferença entre os dois caminhos, vamos pensar
na variável estatura no processo de crescimento
e desenvolvimento.

Se considerarmos, para comparação, valores da


curva padrão para estatura (normas de referência),
construída a partir de medidas populacionais, os
treinadores terão informações importantes sobre
a estatura do atleta quando comparada com a
população da mesma idade cronológica e estágio
de maturação no processo. Essa comparação
permite avaliar quantitativamente a posição do
atleta mediante a população.

Por outro lado, se os treinadores utilizarem valores


de tabelas construídas a partir de testes realizados
em grupos que atendam a critérios específicos (cri-
tério de referência), como uma tabela de referência
para altura de atletas de determinada modalidade
esportiva, terão informações importantes sobre a
estatura do atleta quando comparada a uma popu-
lação específica. Essa comparação permite avaliar
quantitativamente a posição do atleta mediante

34
atletas que treinam e desempenham na mesma
modalidade esportiva.

Durante toda a execução do planejamento da


temporada do treinamento esportivo, os treina-
dores precisam testar e avaliar as variáveis mais
representativas para o desempenho adequado
dos atletas.

Sendo assim, o controle efetivo das variáveis e


fatores que determinam o sucesso do treinamento
durante as competições, necessita de avaliações
constantes durante a temporada de treinamento
para que possam ser mantidas as diretrizes previa-
mente determinadas, ou para que ajustes possam
ser providenciados em tempo hábil.

Diante da necessidade de os treinadores conhece-


rem, entre outros aspectos, as condições físicas,
fisiológicas, nutricionais e psicológicas dos seus
atletas, a partir do momento em que se pensa uma
temporada, e periodicamente durante todo percurso,
é preciso entender, conceitualmente, o momento
em que a avaliação é incluída no programa geral
de treinamento.

A avaliação diagnóstica está presente no início da


temporada com o propósito de identificar a condi-
ção atlética inicial que cada componente da equipe
que irá ser treinada apresenta. É importante que
a equipe de treinadores tenha bem definidos os

35
objetivos a serem alcançados e assim respondam
às perguntas fundamentais no processo de avalia-
ção, o que medir? por que medir? e como medir?

As avaliações alternativas estão presentes du-


rante todo programa de treinamento, a partir da
avaliação diagnóstica e com periodicidade deter-
minada pelos treinadores em função da evolução
das valências após cada sessão de treinamento,
assim, a retroalimentação das informações permite
constantes ajustes de volume e intensidade nas
sessões de treino.

36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os treinadores responsáveis pela preparação e
desenvolvimento das capacidades físicas e fisioló-
gicas dos atletas devem entender as bases em que
os princípios do treinamento foram desenvolvidos
e dispor como ferramentas para serem utilizadas
na melhoria das valências físicas e fisiológicas, do
início ao final da carreira de um atleta.
Ao entender esses conceitos, os treinadores estão
aptos a pensar, planejar e organizar as temporadas
de treinamentos, direcionadas às necessidades
específicas ao momento do atleta.
Ter a competência e a capacidade de utilizar os
princípios do treinamento esportivo, de modo a
contribuir efetivamente no desenvolvimento e
aprimoramento das variáveis que levam os atletas
a desempenhar satisfatoriamente e alcançar os
resultados planejados, significa, antes de qualquer
coisa, conhecer profundamente as reais neces-
sidades e, principalmente, as reais condições do
atleta que será treinado.
Para tanto, é fundamental a realização de testes
para obtenção de medidas precisas que posterior-
mente são avaliadas pelos treinadores que terão,
a partir de então, informações suficientemente
confiáveis que balizarão a montagem da temporada
considerando aspectos técnicos, táticos, físicos
e fisiológicos e controle das cargas de trabalho
aplicadas nas sessões de treinamento.

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