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MOTORA
PERSONALIZADA
Douglas dos Santos Taborda.
Taborda, Douglas dos Santos
SST Atividade motora personalizada em
academia / Douglas dos Santos
Taborda
Local: Delinea, 2023
nº de p. : 57 dimensões 14,8 x 21cm.
2
Atividade Motora
Personalizada em
Academia
UNIDADE 1
Douglas dos Santos Taborda
Treinamento aeróbio na
atividade motora
Introdução à disciplina
Exploraremos as bases teóricas e práticas que
embasam a prescrição de exercícios adequados às
características e necessidades de cada indivíduo. Com
a crescente demanda por programas de exercícios
personalizados, buscamos aprofundar conceitos sobre
avaliação funcional, fatores fisiológicos e metabólicos,
além de métodos e protocolos para a prescrição de
atividades físicas eficazes e seguras.
3
Introdução à unidade
Este material tratará três pontos fundamentais: I)
fundamentos biológicos e fisiológicos do treinamento
aeróbio, abordando os processos biológicos, a fisiologia
do exercício aeróbio e a conexão com a capacidade
cardiorrespiratória; II) metodologias do treinamento
aeróbio, contemplando a avaliação cardiorrespiratória
e a prescrição individualizada; e III) prescrição do treino
aeróbio, discutindo a determinação de intensidade,
duração e frequência dos treinos aeróbios, com ênfase
na monitorização para otimizar resultados.
Objetivos de aprendizagem
• Compreender os princípios biológicos e fisioló-
gicos, tais como as adaptações cardiovascula-
res e respiratórias e os processos metabólicos
decorrentes do exercício aeróbio.
• Analisar os métodos e protocolos de avalia-
ção cardiorrespiratória e a relevância destes na
personalização do treino.
• Considerar variáveis como intensidade, dura-
ção e frequência, adaptadas às características
individuais do praticante para uma prescrição
eficaz.
4
• Reconhecer a escolha das unidades metabó-
licas para prescrição, como MET e VO2máx, e a
relação entre frequência cardíaca e zona alvo
são essenciais.
• Desenvolver a habilidade de monitorar e ajus-
tar o treino com base na frequência cardíaca,
visando otimizar o desempenho físico e a ca-
pacidade cardiorrespiratória.
5
Atividade aeróbica em esteira na academia
Fonte: © Jonathan Borba, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um homem correndo em
uma esteira na academia.
Atenção
6
Observe os benefícios no exercício físico na saúde
cardiovascular na figura a seguir.
7
Corrida de rua em grupo
Fonte: © Kampus Production, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um personal trainer condu-
zindo um treino de corrida de rua com três alunos.
8
Adaptações crônicas geradas pelo
exercício ao longo do tempo
9
O exercício aeróbio, envolvendo uso extenso
de grupos musculares de forma rítmica e contínua,
demanda alto consumo energético suprido pela
adenosina trifosfato (ATP). Esta, durante a atividade
aeróbia, é produzida majoritariamente pelo
catabolismo oxidativo de carboidratos e ácidos graxos,
ocasionalmente utilizando aminoácidos (ACSM, 2021;
HALL, 2020).
Adaptações fisiológicas
10
Alterações nas mitocôndrias
11
Ainda sobre as mitocôndrias, é importante saber que:
Saúde mitocondrial
12
a adaptações celulares, como ampliação mitocondrial
(SILVERTHORN, 2017).
Biossíntese mitocondrial
13
Caso contrário...
14
Essas fibras, ricas em mitocôndrias e dotadas de grande
capacidade oxidativa, possuem uma vascularização
mais eficaz e uma maior capacidade de produzir ATP
em comparação com as fibras do tipo II, ou fibras de
contração rápida (HOFFMAN, 2015; ACMS, 2015).
Exercícios aeróbios
Adaptação bioquímica
15
Importância do treino aeróbio no emagrecimento
Fonte: © Andres Ayrton, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma mulher correndo no
parque em um dia nublado.
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1. Aperfeiçoamento do fluxo sanguíneo muscular: O exercício
aeróbico, ao incrementar o débito cardíaco, estimula a angiogênese e
o recrutamento de elementos imunológicos. A expressão do Fator de
Crescimento Endotelial Vascular (FCEV), potencializada nesse contexto,
impulsiona a proliferação celular endotelial. A contração e relaxamento
muscular, gerando estresse mecânico (shear stress) vascular, estão
ligados à produção do vasodilatador óxido nítrico (NO), relevante para a
reperfusão vascular (VANTHIENEN et al., 2006; WU et al., 2021).
2. Aumento no número de enzimas para a mobilização e o metabolismo de
gorduras: A atividade mitocondrial e enzimática influencia a capacidade
oxidativa do músculo esquelético, com predileção por ácidos graxos
durante exercícios moderados e longos, e maior oxidação de glicose em
atividades intensas (ROMIJN et al., 1993). O balanço redox intracelular,
afetado pelas Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) durante o exercício,
regula o metabolismo de lipídios e carboidratos (POWERS; RADAK; JI,
2016). A atividade muscular pode reduzir a atividade do ciclo de Krebs e
aumentar a atividade da proteína desacopladora mitocondrial (ANDERSEN,
2003; SILVEIRA et al., 2011), evidenciando a complexa relação entre
intensidade do exercício e fontes de energia preferenciais (MANSOUR;
FAGUNDES, 2019; HALL, 2020). Esse incremento se correlaciona com a
elevação do VO2, a oxidação de lipídios, a diminuição da glicogenólise e o
aumento da produção energética oxidativa (ACSM, 2021).
3. Melhora da capacidade respiratória das mitocôndrias das células
musculares: o exercício aeróbio promove o aumento do número e
do tamanho das mitocôndrias presentes nas células musculares,
melhorando consequentemente a função energética observada na
forma da cadeia respiratória (ou cadeia transportadora de elétrons), cujo
produto final é a síntese de ATP (CALDEIRA, 2018; PIEDADE et al., 2019).
4. Menor liberação de catecolaminas para a mesma potência absoluta:
O exercício físico, quando praticado regularmente, está associado à
diminuição dos hormônios adrenalina e noradrenalina. Esses hormônios
estão intimamente relacionados à regulação da resposta do organismo
ao estresse, além da atividade motora, no controle da função cardíaca,
na liberação de insulina e lipólise (LIRA et al., 2009).
Metabolismo de gorduras
Fonte: elaborado pelo autor (2023).
#pratodosverem: quadro explicativo da oxidação dos
ácidos graxos (gordura) como fonte energética dos exer-
cícios aeróbios.
17
Adaptações cardiovasculares
Para melhor explanar esse assunto, optamos por
organizar as adaptações no quadro a seguir, para
facilitar a compreensão e a associação desses
conceitos.
18
O exercício aeróbico induz adaptações positivas
na função cardiovascular, aumentando o débito
cardíaco – produto da frequência cardíaca e
Débito do volume sistólico – em situações de esforço
cardíaco máximo. Essa melhoria na eficiência cardíaca
também favorece uma rápida recuperação do
débito cardíaco em indivíduos treinados (GUO et
al., 2023).
O exercício aeróbico tem papel regulador na
pressão arterial, sendo relevante na terapia de
patologias como hipertensão. Esse mecanismo se
dá através da diminuição da atividade do sistema
Pressão nervoso simpático e normalização vascular,
arterial resultando em um fluxo sanguíneo periférico
otimizado e decréscimo da pressão sanguínea.
Há também associação com mudanças na
função renal que contribuem para essa redução
pressórica (ACSM, 2021).
Adaptações cardiovasculares ao exercício aeróbio
Fonte: elaborado pelo autor (2023).
#pratodosverem: quadro explicando as adaptações do
sistema cardiovascular produzidas pelo exercício aeróbio
e as consequências metabólicas.
19
Imagem de raio x na avaliação cardiopulmonar
Fonte: © Anna Shvets, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia com a representação da análi-
se do exame cardiorrespiratório realizada em laboratório
clínico.
20
Alterações na Composição Corporal
— Enfrentamos uma epidemia mun-
dial de obesidade e sobrepeso que
demanda ações urgentes.
21
Alterações musculoesqueléticas —
O exercício aeróbico potencializa o
aspecto aeróbico de todas as fibras
musculares, não alterando o perfil
metabólico (HALL, 2020).
22
al., 2022; GUO et al., 2023). Comumente, essa resposta
se manifesta como uma elevação dos leucócitos
circulantes após atividades físicas intensas, devido à
inflamação resultante do dano muscular e à migração
celular pela quimiotaxia (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2017; SILVERTHORN, 2017).
23
Bases metodológicas do
treinamento aeróbio
O exercício aeróbico, dividido em capacidade e potência,
possui benefícios adicionais. A primeira está ligada à
resistência a esforços físicos prolongados e à geração
de energia majoritariamente aeróbica, minimizando a
participação do metabolismo anaeróbico (ACSM, 2021).
24
Prova de 400 metros de natação nado crawl e potência aeróbica
Fonte: © Kindel Media, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de atletas nadando em com-
petição oficial, exigindo ao máximo da potência aeróbica
na prova.
25
Árvore de decisão na avaliação do condicionamento cardiorres-
piratório
Fonte: adaptado de Powers e Howley (2017, p. 334).
#pratodosverem: esquema com aspectos e critérios cien-
tificamente validados para a tomada de decisão de como
proceder na avaliação aeróbica.
26
potência aeróbia. Técnicas como o teste incremental e
ergoespirométrico podem oferecer uma avaliação mais
precisa e completa do condicionamento físico aeróbico
(SAAVEDRA et al., 2023).
27
Teste espirométrico
Limiares ventilatórios
Linear (rampa)
28
Degrau
29
Inicia-se a 9,0 km/h, incrementando 0,6 km/h e 1 metro
a cada etapa (SANTOS et al., 2015).
TCAR
Importante!
30
O TCAR é uma ferramenta útil para prescrever
exercícios e monitorar programas de treinamento,
contribuindo para a compreensão e avaliação da
aptidão cardiorrespiratória (MANSOUR; FAGUNDES,
2019). Quando combinado com outros testes, auxilia
na prescrição de exercícios personalizados e no
rastreio do condicionamento físico, fornecendo dados
valiosos para a melhoria do desempenho e da saúde
cardiovascular (CARMINATTI, 2006; SANTOS et al.,
2015).
31
Saiba mais
Formas de prescrição do
treinamento aeróbio
Antes de iniciar programas de exercício, é crucial uma
avaliação de saúde para identificar doenças e fatores
de risco (RASO; GREVE; POLITO, 2013; ACMS, 2015).
Avaliação
32
Objetivos e atividades
Saiba mais
33
A B
Avaliação ergoespirométrica em laboratório (A) e teste indireto na
pista de atletismo (B)
Fonte: © Los Muertos Crew; © Sarah Chai, Pexels (2023).
#pratodosverem: à esquerda, fotografia de um paciente
realizando teste em esteira sob a supervisão de dois
profissionais de saúde; à direita, duas pessoas praticando
corrida ao ar livre em pista.
34
o organismo é capaz de captar e transportar para os
músculos durante o exercício físico, sendo expresso
em litros por minuto (HALL, 2020). A representação do
VO2máx deverá ser expressa em duas formas:
1. l.min-1
2. ml (Kg.min)-1
35
É possível transformar os valores entre o VO2máx em
l.min-1 e VO2máxrelativo em ml (Kg.min)-1 sendo apenas
necessário saber o peso corporal e o resultado do
VO2máxobtido por uma dessas representações.
Peso: 80 Kg
VO2máx obtido = 35 ml (Kg.min)-1
Qual seria o VO2máx em l.min-1?
Resolução:
VO2máx l.min-1 = Peso Kg x VO2máx obtido ml (Kg.min)-1
_______________________
1000
VO2máx l.min-1 = 2,8 l.min-1 (VO2máx em unidades absolutas)
36
Saiba mais
Sobre o MET
O conceito de equivalentes metabólicos (MET) é um
parâmetro de extrema relevância na avaliação funcional
do organismo durante repouso e exercício físico.
37
Ao nos movimentarmos e praticarmos
atividades físicas, ocorre um aumento
nos METs
Saiba mais
38
Quantos METs representam um VO2máxrelativo 31,5 ml (Kg.min)-1?
39
Gasto energético
40
Sobre a prescrição a partir da
frequência cardíaca
A prescrição adequada do exercício requer um
conhecimento aprofundado do público-alvo para o
qual a intervenção será direcionada. Nesse sentido, o
ACSM (2018) indica a utilização de diferentes fórmulas,
levando em consideração o perfil individual do aluno ou
sujeito. A tabela 1 apresenta algumas das fórmulas de
mensurar a FCmáx.
41
Cálculo da frequência cardíaca
de reserva e da frequência
de treino (FCT) – Zonas de
treinamento
A frequência cardíaca de treinamento (FCT) é
determinada pelo cálculo da frequência cardíaca
de reserva (FCR), obtida subtraindo-se a frequência
cardíaca máxima (FCmáx) da frequência cardíaca de
repouso (FCrep). A fórmula que permite quantificar a
FCreserva para que se possam estabelecer as zonas alvo
de treino. FCR = FCmáx – FCrep.
FCreposuso
Leva em conta
42
Exemplo. Compreensão da correlação entre o cálculo
da FCmáx como base para cálculo da FCreserva.
43
Por exemplo
44
Bicicleta ergométrica
Fonte: © Element5 Digital, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia com destaque para as pernas
de uma pessoa em uma bicicleta ergométrica.
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Intensidade %VO2máx %FCmáx %FCReserva PSE
Muito leve < 37 < 57 < 30 <9
Leve 37- 45 57 - 63 30 - 39 9 - 11
Moderado 46 - 63 64 - 76 40 - 59 12 - 13
Vigoroso 64 - 90 77 - 95 60 - 89 14 - 17
Próximo da
≥ 91 ≥ 96 ≥ 90 ≥ 18
máxima
46
Encerramento
Este material proporcionou um estudo profundo das
bases biológicas, fisiológicas e metodológicas do
treinamento aeróbio, além das várias maneiras de
prescrição. Abordamos o VO2máx, a frequência cardíaca,
bem como diferentes metodologias de avaliação e
prescrição, desde métodos laboratoriais até testes de
campo. Buscamos, assim, instrumentalizá-los com
ferramentas teórico-práticas para futuras intervenções
profissionais, objetivando excelência na prescrição
individualizada e segura de exercícios aeróbios para
aprimorar a saúde e a performance física dos clientes.
47
Conteúdo Complementar
Saiba mais
48
Referências
ACSM — American College of Sports Medicine. Diretrizes
do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição.
10. ed. [S. l.]: Guanabara Koogan, 2018.
49
com/10.1034/j.1600-0838.2003.00299.x. Acesso em:
25 jul. 2023.
50
2021. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-
4601/18/22/11905. Acesso em: 25 jul. 2023.
51
DOMINGUES FILHO, L. A. et al. Personal Trainer:
formação e a atuação do profissional no Brasil. RBPFEX,
v. 14, n. 90, p. 206-13, 2021. Disponível em: http://www.
rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1940.
Acesso em: 24 jul. 2023.
52
com.br/index.php/revistafisiologia/article/view/4398.
Acesso em: 24 jul. 2023.
53
GUO, Z. et al. Effect of High-Intensity Interval Training
vs. Moderate-Intensity Continuous Training on Fat
Loss and Cardiorespiratory Fitness in the Young and
Middle-Aged a Systematic Review and Meta-Analysis.
International Journal of Environmental Research and
Public Health, v. 20, n. 6, 2023. Disponível em: https://
doi.org/10.3390/ijerph20064741. Acesso em: 25 jul.
2023.
54
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J.; DESCHENES, M. R.
Fisiologia do exercício: teoria e prática. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
55
Disponível em: https://www.nature.com/articles/
s42255-020-0262-1. Acesso em: 26 jul. 2023.
56
RASO, V.; GREVE, J. M. D.; POLITO, M. D. Pollock:
fisiologia clínica do exercício. Barueri: Manole, 2013.
57
exercício físico. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia
& Metabologia, v. 55, n. 5, p. 303-13, 2011. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0004-27302011000500002&lng=pt&tlng
=pt. Acesso em: 25 jul. 2023.
58
youtube.com/watch?v=d-tb9EQaZ0s. Acesso em: 31
jul. 2023.
59
Atividade Motora
Personalizada em
Academia
UNIDADE 2
Douglas dos Santos Taborda
Treinamento aeróbio na
atividade motora
Introdução à unidade
Esclareceremos os aspectos biológicos, fisiológicos
e práticos do treinamento anaeróbio contextualizado
à atividade motora personalizada em academia.
Iniciaremos com as bases biológicas e fisiológicas do
treinamento anaeróbio, esclarecendo os mecanismos
subjacentes ao treinamento anaeróbio, visando otimizar
o desempenho e reduzir o risco de lesões. Seguiremos
para as bases metodológicas do treinamento anaeróbio,
abordando estratégias, técnicas e a manipulação de
variáveis de treinamento. Por fim, acerca de prescrição
do treinamento anaeróbio, abordaremos os principais
fatores a serem levados em conta na prescrição do
treinamento anaeróbio, como duração, intensidade,
frequência e melhores práticas na elaboração de
programas de treinamento.
3
Objetivos de aprendizagem
• Compreender a biologia e fisiologia do treina-
mento anaeróbio para otimização dos resulta-
dos e prevenção de lesões.
• Reconhecer e entender as principais estraté-
gias e métodos do treinamento anaeróbio.
• Desenvolver a habilidade em ajustar variáveis
de treinamento (volume, intensidade, frequên-
cia) para personalização de programas.
• Entender as variáveis fisiológicas no treina-
mento anaeróbio e as implicações para a me-
lhoria dos resultados.
• Desenvolver a capacidade de prescrever pro-
gramas de treinamento anaeróbio consideran-
do as individualidades do sujeito e as técnicas
adequadas.
4
Saiba mais
5
Com o esgotamento de CP, a transição para o sistema
anaeróbio lático ocorre, predominando em atividades de
alta intensidade até cerca de 2 minutos, ao fragmentar
glicose ou glicogênio para gerar ATP e formar ácido
lático, que pode ser parcialmente reutilizado ou causar
fadiga muscular. A apreensão desses processos
metabólicos é fundamental para planejar corretamente
o treinamento, levando em conta a duração e intensidade
dos exercícios (ACSM, 2021).
Saiba mais
Sistema
anaeróbio
Sistema Sistema
alático lático
Combustão parcial da
Quebra da creatina fosfato glicose ou glicogênio,
e as moléculas de APT já gerando ácido lático, com a
estão dentro do músculo sua imediata conversão
para o lactato.
7
Prova de 50 metros livres na natação
Fonte: © Jim De Ramos, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de atletas de natação em uma prova.
8
Exercício anaeróbio de transporte de pneu
Fonte: © Sukh Winder, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um homem fazendo exercício com um pneu.
Saiba mais
9
Na imagem a seguir podemos ver um exemplo de
tolerância ao lactato em exercício de alta intensidade.
10
Modalidade olímpica do skate
Fonte: © CameronCasey, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma pessoa andando de skate em uma pista.
11
Adaptações fisiológicas geradas por programas anaeró-
bios:
12
Saiba mais
13
Com relação à potência anaeróbia
e os esportes de alta velocidade ou
exercícios mais explosivos
14
Diferenças da demanda anaeróbia entre esportes
Fonte: © Pixabay, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia em preto e branco de atletas correndo em
uma pista de atletismo.
15
As fibras musculares, tipo I (contração lenta e resistente
à fadiga) e tipo II (contração rápida, elevada força,
porém com fadiga precoce), assumem papel crítico em
esportes de alta potência.
Atleta de basquete
Fonte: © Pixabay, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um atleta jogando basquete em quadra.
16
Jogadores de vôlei
Fonte: © Jim De Ramos, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de atletas jogando vôlei de praia.
17
Alteração no tipo de fibra muscular por exercício físico
Fonte: © Ketut Subiyanto, (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma mulher realizando exercício sob a
supervisão de um profissional.
18
Princípio da continuidade nos treina-
mentos e manutenção da saúde
Adaptações metabólicas
Sistema de fosfagênio
Sistema glicolítico
19
Sistema oxidativo
20
Sistema energético do fosfagênio
21
Para um melhor entendimento do assunto, é necessário
diferenciar o uso da creatina na suplementação e
a relação com o tipo de tarefa, ou exercício que se
pretende realizar, como também as interações com os
sistemas energéticos do organismo.
Sistema glicolítico
22
tais como fosfofrutoquinase, fosforilase e lactato
desidrogenase, favorecendo a otimização da eficiência
desse sistema energético (CAO et al., 2021).
23
alternativa inovadora, que rompe com a monotonia dos
treinamentos contínuos e maximiza a eficiência dos
sistemas energéticos, sendo largamente adotada no
meio fitness a partir de 2018 (ACSM, 2018).
24
High-Intensity Moderate-inten-
Sprint Intensity
Interval Training sity Continuous
Training (SIT)
(HIIT) Training (MICT)
Propõe esforços
Incorpora períodos
supramáximos
de alta intensidade Treinamento
de curta duração,
intercalados aeróbico contínuo
seguidos de
por breves sem variação na
períodos de
recuperações. intensidade.
recuperação mais
longos.
Quadro 3 - Variações de métodos de treinamento intervalado
Fonte: adaptado de Gibala et al. (2012).
#pratodosverem: quadro apresentando as particularidades das três
formas de treinamento intervalado: HIIT, SIT e MICT.
25
Variáveis Fundamentais no Treinamento HIIT
26
escolhida, mas sim à intensidade empregada nos
períodos de esforço.
27
Parâmetro Nível de
Característica
Fisiológico Intensidade
Frequência cardíaca 80% a 95% Submáxima
máxima 100% Máxima
Frequência cardíaca
85% Submáxima
de reserva
Percepção Subjetiva 17-19 Submáxima
de Esforço (6-20) 20 Máxima
Percepção de esforço 8-9 Submáxima
(0-10) 10 Máxima
Intensidade 85-90% Submáxima
associada ao 100% Máxima
VO2máx (iVO2máx) >100% Supramáxima
Consumo máximo de 75-90% Submáxima
oxigênio (VO2máx) 100% Máxima
Máxima
capacidade de
Supra máxima
All out execução de
(não parametrizado)
determinada
atividade
Tabela 1 - Parâmetros fisiológicos utilizados na prescrição do
HIIT
Fonte: adaptada de Laursen e Buchheit (2019).
#pratodosverem: tabela indicando os parâmetros fisiológicos mais
utilizados nas prescrições de exercícios do HIIT.
Enzimas oxidativas
28
Trote recuperativo pós-treino de atleta de futebol
Fonte: © RDNE Stock project, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um atleta correndo em um gramado.
29
Realizar exercícios aeróbios combi-
nados com o anaeróbios melhora a
recuperação do aluno/atleta
Capacidade de armazenamento
30
Adaptação primordial do condicio-
namento anaeróbico
Potencialização da capacidade de
armazenamento, facilitando ao músculo resistir
às altas concentrações do ácido acumulado.
Fatores intramusculares compensatórios, como
o bicarbonato e fosfatos, ajudam a equilibrar o
pH no músculo em atividade (YOSTEN, 2020).
Bases metodológicas do
treinamento anaeróbio
A avaliação precisa da aptidão anaeróbia é uma tarefa
que demanda uma reflexão profunda do propósito, dos
métodos a serem empregados e da justificativa para a
realização.
31
Avaliação anaeróbica alática
32
Planejamento e estruturação da avaliação anaeróbia
Fonte: © Ardit Mbrati, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia em preto e branco de um atleta sentado
no chão, ao lado de uma mulher que está segurando um caderno e
mostrando informações a ele.
33
Atleta paralímpico realizando teste de sprints repetidos em pista
Fonte: © KoolShooters, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um atleta correndo um uma pista de
atletismo.
34
Critérios de cautela, coerência e es-
pecificidade nas avaliações são de
extrema importância
Por exemplo
35
Atleta realizando teste de sprint na natação
Fonte: © mali maeder, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um atleta nadando a céu aberto, com
touca e óculos de proteção.
36
Salto
Saiba mais
37
teste é usada para avaliar a resistência anaeróbia,
representando a capacidade máxima de produção de
ATP por meio da combinação do sistema ATP-CP e da
glicólise. (POWERS; HOWLEY, 2017).
38
Potencial do teste de Wingate
39
Entendimento da estrutura fisiológica
como base da avaliação e prescri-
ção de exercícios
Formas de prescrição do
treinamento anaeróbio
Desenvolvimento de programas de
condicionamento anaeróbio
40
Entender a diversidade de movimen-
tos é crucial pois as demandas fisio-
lógicas instigam a adequação dos
exercícios
41
Atleta e treinador discutindo as variáveis do treino
Fonte: © Antoni Shkraba, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de dois homens parados diante de um
quadro com anotações. Um deles tem o braço estendido em direção
ao quadro, mostrando uma informação.
42
Toda prescrição de exercício deve
ser embasada em evidências científi-
cas sólidas e práticas de excelência
43
são apropriadas para uma vasta gama de esportes que
demandam expressivos componentes anaeróbicos,
incluindo, mas não se limitando a futebol americano,
basquete, futebol, futsal, handebol, bem como para
nadadores que competem em provas de velocidade
(KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2022).
Sprints alternados
44
A duração do exercício e dos pe-
ríodos de recuperação são flexíveis,
condicionados ao desempenho e à
capacidade física do aluno/atleta
45
Organização padrão de corrida para sprints alternados
Fonte: Hoffman (2015, p. 150).
#pratodosverem: ilustração de um esquema explicativo da organiza-
ção padrão de corrida para sprints alternados.
Treinamento de fartlek
Repetição de sprints
46
Nos exercícios de repetição de sprints, atletas
realizam corridas de alta intensidade em distâncias
predeterminadas, curtas (20 m a 40 m) ou longas
(100 m a 400 m), seguidas por períodos de repouso.
A quantidade de repetições e a razão entre trabalho e
repouso são adaptadas ao condicionamento do atleta
(KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2022).
Revezamento repetitivo
47
sequência ininterrupta de trocas de posições. Esse
treino pode ter caráter competitivo com várias equipes
em disputa. A quantidade de sprints é proporcionada
pela capacidade física dos atletas, e a razão entre
períodos de alta atividade e repouso é definida pelo
número de integrantes do grupo. Exemplificando,
em um conjunto de cinco atletas com velocidades
correspondentes, a relação trabalho-repouso seria de
1:4 (SPENCER et al., 2005).
48
Sprints em fila com troca de posições
49
Organização padrão de corrida para sprints em fila com troca de
posições.
Fonte: Hoffman (2015, p. 151).
#pratodosverem: ilustração de esquema explicativo da organização
padrão de corrida para sprints em fila com troca de posições.
50
Nos desportos coletivos, como futebol e
basquete, os atletas realizam ciclos de
Bompa e Haff alta intensidade com intervalos breves
(2019) de descanso. Assim, a preparação para
as demandas específicas do esporte se
configura como o cerne do condicionamento.
Corredores, diferentemente, concentram-
se em manter a velocidade na competição,
evitando a fadiga nos estágios finais. O
ACSM (2021) treino de corredores foca a qualidade de cada
corrida, enquanto em modalidades coletivas,
o destaque é a manutenção de atividades de
alta intensidade.
Exercícios anaeróbios alternam esforço
intenso e repouso, com intervalos ajustados
ACSM (2018)
ao condicionamento do atleta e à proporção
trabalho-repouso de cada esporte.
Quadro 5 - Considerações pontuais sobre o treinamento anaeróbio
Fonte: elaborado pelo autor (2023).
#pratodosverem: quadro contendo considerações pertinentes ao
treinamento anaeróbio, que devem ser observadas pelo profissional no
momento do planejamento e da prescrição de exercícios.
51
Encerramento
Exploramos de maneira ampla o treinamento anaeróbio
no contexto da atividade motora personalizada em
academia, abordando aspectos biológicos, fisiológicos,
metodológicos e práticos. Elucidamos os mecanismos
que fundamentam o treinamento anaeróbio, o impacto
na performance e a prevenção de lesões. Desvendamos
estratégias eficazes de treinamento, incluindo seleção
de exercícios, manipulação de variáveis e periodização.
Discutimos os parâmetros de prescrição do treinamento
e as melhores práticas na elaboração de programas
anaeróbios. Essa unidade propicia um entendimento
aprofundado sobre treinamento anaeróbio, com vistas
a aprimorar as práticas em academias.
52
Conteúdo Complementar
Saiba mais
53
Referências
ABREU, P.; LEAL-CARDOSO, J. H.; CECCATTO, V. M.
Adaptação do músculo esqueletico ao exercício
físico: considerações moleculares e energéticas.
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scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86922017000100060&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 2
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54
BOFF, S. R. A fibra muscular e fatores que interferem
no seu fenótipo. Acta Fisiátrica, v. 15, n. 2, p. 111-6,
2008. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/
actafisiatrica/article/view/102923. Acesso em: 2 ago.
2023.
55
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Environmental Research and Public Health, v. 18, n. 22,
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4601/18/22/11905. Acesso em: 25 jul. 2023.
56
FRANCHINI, E. Teste anaeróbio de Wingate: conceitos
e aplicação. Revista Mackenzie de Educação Física
e Esporte, v. 1, n. 1, 2002. Disponível em: https://
editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/
view/1365. Acesso em: 4 ago. 2023.
57
GUO, Z. et al. Effect of High-Intensity Interval Training
vs. Moderate-Intensity Continuous Training on Fat
Loss and Cardiorespiratory Fitness in the Young and
Middle-Aged a Systematic Review and Meta-Analysis.
International Journal of Environmental Research and
Public Health, v. 20, n. 6, 2023. Disponível em: https://
doi.org/10.3390/ijerph20064741. Acesso em: 3 ago.
2023.
58
meta-analysis. Revista Brasileira de Medicina do
Esporte, v. 29, 2023. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86922023000100501&tlng=en. Acesso em: 3 ago.
2023.
59
MCARDLE, William D; KATCH, Frank I; KATCH, Victor L.
Fisiologia do exercício: nutrição, energia, e desempenho
humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2016.
60
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício:
teoria e aplicação ao condicionamento e ao
desempenho. 9. ed. Barueri: Manole, 2017.
61
https://journals.lww.com/00124278-201205000-
00030. Acesso em: 2 ago. 2023.
62
Integrative and Comparative Physiology, v. 319, n. 1,
2020. Disponível em: https://journals.physiology.org/
doi/10.1152/ajpregu.00104.2020. Acesso em: 2 ago.
2023.
63
Atividade Motora
Personalizada em
Academia
UNIDADE 3
Douglas dos Santos Taborda
Treinamento de força na
atividade motora
Introdução à unidade
Enfatizaremos a relevância do treinamento de força.
Abordaremos, primeiramente, as fundamentações
biológicas e fisiológicas do treinamento de força,
elucidando os mecanismos intrínsecos responsáveis
pelo desenvolvimento da força muscular.
Posteriormente, introduziremos metodologias e
técnicas pertinentes para uma abordagem pedagógica
eficaz. Culminaremos com estratégias e diretrizes para
a prescrição de treinamentos eficazes, integrando teoria
e prática. O intuito é fornecer uma robustez acadêmica
e científica para a elaboração e implementação de
regimes de treinamento.
3
Objetivos da aprendizagem
• Elucidar os mecanismos que norteiam o de-
senvolvimento da força e as adaptações no or-
ganismo.
• Aplicar estratégias pedagógicas efetivas para
o treinamento de força, respeitando a especifi-
cidade biológica.
• Integrar teoria e prática na criação de progra-
mas de treinamento de força personalizados.
• Vincular conceitos teóricos a situações práti-
cas, demonstrando profundo entendimento do
tema.
• Cultivar uma perspectiva crítica e investigativa,
reconhecendo a essência da atualização cien-
tífica na prática profissional.
4
Bases biológicas e fisiológicas do
treinamento de força
O estudo do treinamento de força ganha relevância
não apenas por influenciar a performance atlética, mas
também pela saúde e bem-estar (FLECK; KRAEMER,
2017).
5
Campos de estudo e aplicação do
treinamento de força.
6
Tecido conjuntivo no músculo esquelético
Fonte: adaptada de Kraemer, Fleck e Deschenes (2016, p. 119).
#pratodosverem: ilustração da anatomia, das subdivisões do músculo
esquelético e das fibras musculares.
Saiba mais
7
significativas implicações para a saúde (BOMPA; HAFF,
2019).
8
Fisiologia do exercício e treinamento
de força.
9
Saiba mais
10
O músculo, para assegurar a constância de ATP em
exercício, utiliza três sistemas bioquímicos: fosfagênio,
glicolítico e oxidativo.
Sistema de fosgênio
Sistema glicolítico
11
O treinamento de força está intrinsecamente associado
a modificações fisiológicas, com ênfase nas respostas
hormonais anabólicas que potencializam a síntese
proteica e, consequentemente, a hipertrofia muscular
(KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2022).
12
particularmente em relação ao exercício resistido
(CADORE et al., 2008; MACEDO et al., 2020). Notavelmente,
a testosterona, um hormônio androgênico central, tem a
elevação pós-exercício associada à promoção e reparo
muscular (CARVALHO et al., 2021)a partir de estudos
científicos publicados, o efeito crônico do treinamento
resistido sobre a pressão arterial. Foi realizada uma
revisão sistemática de ensaios clínicos controlados
randomizados. A busca dos artigos foi realizada nas
bases de dados SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual
da Saúde. Foram selecionados artigos publicados a
partir de 2015, com avaliação da pressão arterial antes
e após um período de treinamento resistido e com um
grupo controle. Nos 18 estudos selecionados, 551
participantes foram identificados, incluindo idosos,
obesos, hipertensos, diabéticos, indivíduos com
síndrome metabólica e indivíduos saudáveis, com
idade média variando entre 15,4 e 87,7 anos. A maioria
dos estudos selecionados realizou uma intervenção
de treinamento resistido com exercícios dinâmicos
tradicionais para membros inferiores e superiores, com
duração de 12 semanas e frequência de 3 vezes por
semana. O volume de treinamento apresentado nos
estudos variou entre 1 e 5 séries de 3 a 20 repetições por
exercício. A intensidade foi apresentada em percentual
de uma repetição máxima, percentual de 10 repetições
máximas, repetições máximas e percepção subjetiva
de esforço. O intervalo de descanso entre os exercícios
13
variou entre 30 e 180 segundos. A metanálise indicou
que o treinamento resistido reduziu significativamente
a pressão arterial sistólica em -3,38 mmHg ([IC 95% =
-5,82; -0,95] p < 0,01; I² = 76%.
Saiba mais
14
Exercício ao ar livre e saúde
Fonte: © Andrea Piacquadio, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um homem fazendo flexões de braço em
uma academia ao ar livre.
Exercícios moderados
Exercícios intensos
15
Exercício e produção de células imu-
nes
16
implicações práticas distintas para o planejamento
(VERKHOSHANSKY; SIFF, 2009). A especificidade do
teste, alinhada à modalidade praticada, garante a
validade dele (STONE; STONE; SANDS, 2007).
Tipos de avaliação
A mensuração da força muscular é um pilar central
na área da Educação Física, na qual a pesquisa e o
ensino buscam metodologias rigorosas e atualizadas.
A força muscular, além de ter implicações diretas no
desempenho esportivo, é um indicador vital de saúde
e bem-estar geral (WESTCOTT, 2012; WANG, 2023;
ZHANG; WANG, 2023).
17
Treino na musculação
Fonte: © Jonathan Borba, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia em preto e branco de um homem fazendo
exercício de braço com uma barra, sendo auxiliado por uma instrutora na
sala de musculação.
Metodologias de avaliação
1. Tensiometria com cabo: o tensiômetro, em-
pregado na avaliação isométrica da força, tem
competência de registrar tensões em diferen-
tes ângulos articulares (JONES; RUTHERFORD,
1987; CRONIN; MCNAIR; MARSHALL, 2003).
Essa flexibilidade, associada à portabilidade,
torna-o uma escolha relevante em diferentes
contextos clínicos e esportivos.
2. Dinamometria: embora a origem remonte a
aplicações em engenharia, o dinamômetro ga-
nhou destaque na medição da força muscu-
lar. A precisão e capacidade de adaptabilidade
18
desse instrumento é ressaltada em diversos
estudos na literatura (BROWN; WEIR, 2001).
3. Teste de 1 repetição máxima (1 RM): esse mé-
todo dinâmico é frequentemente utilizado para
determinar a capacidade máxima de levantar
carga em tentativa única. O uso no contexto
esportivo é amplamente validado e recomen-
dado (FRÖHLICH, 2014; BAECHLE; EARLE; WA-
THEN, 2016).
4. Avaliação isocinética: com foco em movi-
mentos de velocidade constante, a avaliação
isocinética é uma metodologia de ponta, fre-
quentemente assistida por equipamentos es-
pecializados e tecnologia de ponta (DVIR, 2004;
AMARAL et al., 2014).
19
Representação de três métodos de avaliação da força
Fonte: adaptada de Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 753).
#pratodosverem: ilustração contendo instrumentos de mensuração da
força estática: (A) um tensiômetro com cabo; (B) um dinamômetro para
preensão manual; e (C) um dinamômetro para tração lombar.
20
Teste adaptado de agachamento com apoio
Fonte: © Bruna Gabrielle Félix, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma mulher idosa fazendo agachamento
com a orientação de um instrutor em teste da academia.
21
Adequação do protocolo de teste ao perfil da aluna
Fonte: © Ketut Subiyanto, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma jovem fazendo exercício com barra e
recebendo orientação do instrutor em teste da academia.
22
Consequências da escolha do teste
de 1 RM
23
entre cargas submáximas e a força máxima pode variar
significativamente com base na condição física do
avaliado.
24
desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais
eficientes.
Saiba mais
Não treinados
Treinados
25
A constante evolução tecnológica e científica
transformou consideravelmente o domínio da Educação
Física, particularmente no que tange à biomecânica.
Assim, torna-se premente abordar a integração
dessas duas esferas no contexto da avaliação da força
muscular (BELMONT et al., 2021).
26
Dinamômetros isocinéticos
27
Dinamômetro isocinético
Fonte: adaptada de Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 756).
#pratodosverem: fotografia de uma mulher sentada em um dinamômetro
isocinético realizando o teste de força.
28
Vantagem da aplicação do teste de
1 RM
29
Comparativo do teste de 1 RM e do teste isocinético
Fonte: adaptada de Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 757).
#pratodosverem: gráficos ilustrando a diferença significativa da medida
obtida nos dois testes.
30
Considerações acerca dos testes de força
Existem sete considerações importantes para os testes de força muscular
que independem do método de mensuração:
1. Padronizar as instruções antes da realização do teste.
2. Garantir a uniformidade na duração e na intensidade do aquecimento.
3. Proporcionar uma prática suficiente antes do teste para minimizar o
“aprendizado” que poderia comprometer os resultados iniciais.
4. Certificar-se da consistência entre os indivíduos no ângulo de mensuração
do membro ou na posição corporal sobre o dispositivo do teste.
5. Determinar previamente um número mínimo de ensaios (repetições)
para estabelecer um escore padrão da força. Por exemplo, se forem
administradas cinco repetições de um teste, que escore representa o
escore da força do indivíduo? Será que o escore mais alto é melhor, ou
seria preferível usar uma média? Na maioria dos casos, uma média de
vários ensaios proporciona um escore da força ou da potência mais
representativo (confiável) que uma única medida.
6. Escolher as medidas dos testes com uma alta reprodutibilidade dos
escores dos testes. Esse aspecto crucial do teste, mas que costuma ser
omitido com bastante frequência, avalia a variabilidade das respostas
do indivíduo em esforços repetidos. A falta de consistência nos
escores do teste (falta de fidedignidade) pode mascarar o desempenho
representativo do
indivíduo evidenciado pela mensuração ou mudança no desempenho ao
avaliar os aprimoramentos da força.
7. Reconhecer as diferenças individuais no tamanho e na composição
corporais ao avaliar os escores de força entre indivíduos e grupos.
31
lombar e no desempenho esportivo (WILLARDSON,
2007).
32
Origem do teste de força abdominal
33
Execução do teste abdominal
Fonte: © Jonathan Borba, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma mulher realizando exercício de abdo-
minal na academia.
34
Adequação do teste ao perfil do avaliado
Atualização de protocolos
35
A avaliação da força muscular abdominal é crucial para
determinar o nível de aptidão física, especialmente em
atletas e indivíduos que se submetem a treinamentos
específicos (ZATSIORSKY; KRAEMER, 2006).
Teste abdominal
Fonte: adaptada de Nieman (2011, p. 177).
#pratodosverem: fotografia em preto e branco de um homem realizando
teste de força abdominal sob a supervisão de um instrutor, que o auxilia
segurando ambos os pés no chão.
36
1. Preparação do ambiente: priorize um ambiente
seguro e estável, utilizando fitas antiderrapan-
tes para maximizar a segurança.
2. Posição inicial: a seleção adequada do calça-
do é crucial, podendo influenciar em até 10% a
performance em determinados movimentos.
3. Ritmo da atividade: adote metrônomos com
velocidades ajustáveis para uma avaliação
personalizada.
4. Critérios de parada: estabeleça critérios objeti-
vos para conclusão, monitorados por profissio-
nais capacitados, visando à segurança e aos
resultados confiáveis.
37
Teste de flexão e extensão dos braços no solo
38
Aplicabilidade do teste de flexão/ex-
tensão de braços
39
Posicionamento: o avaliado deve ficar no solo em
postura de flexão, com corpo alinhado, dedos dos
pés flexionados e mãos afastadas à largura dos
ombros, diretamente sob eles.
Execução: um assistente posiciona o punho sob
o peitoral do avaliado. Este deve abaixar até tocar
o punho com o peito, mantendo a coluna reta, e
Homens depois retornar à posição inicial.
Erros comuns: o desalinhamento da coluna
durante a execução é frequentemente observado
e deve ser evitado.
Descanso: apenas permitido quando o avaliado
estiver na posição elevada.
Resultado: o escore se baseia no total de
repetições executadas até a exaustão.
Execução: assim como na versão masculina,
porém realizado com os joelhos flexionados. No
movimento ascendente, as mãos devem estar
ligeiramente à frente dos ombros, realinhando-se
Mulheres abaixo destes na descida.
Erro comum: falha em manter a coluna alinhada e
rígida durante o teste.
Resultado: baseia-se no número total de
repetições até a exaustão.
40
Teste de flexão de braços
Fonte: adaptada de Nieman (2011, p. 180).
#pratodosverem: fotografia em preto e branco de um homem e uma mu-
lher realizando o teste de flexão e extensão de braços.
Formas de prescrição do
treinamento de força
Historicamente, o treinamento de força foi associado
à melhoria do desempenho atlético. Entretanto,
recentemente, evidências apontam benefícios dessa
modalidade para saúde, mobilidade e qualidade de vida
(FLECK; KRAEMER, 2017).
41
Saiba mais
42
Treinamento resistido e sistema endócrino
43
prática em musculação e atleta amadora em mountain
bike e natação.
44
corresponde à tensão no encurtamento (MATVEEV,
1997; RODRIGUES, 2001). No intuito de intensificar o
treinamento, o método no primeiro mesociclo sugere
prolongar a fase excêntrica para 10-15 segundos, mais
do que os 3-5 segundos habituais (DVIR, 2004; STONE;
STONE; SANDS, 2007). Essa modificação exige ajustes,
como redução nas repetições ou no peso, para manter
a eficácia (UCHIDA et al., 2013; FAHEY, 2014).
45
Treino: A
10 minutos de corrida leve na esteira, polichinelo no jump,
Aquecimento:
corrida no elíptico
Séries Carga Interv.
Ordem Foco Exercício Repetições Vel. do Mov.
(X) (%) (Seg.)
Agachamento
1 2 a 3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Livre
2 Hack 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Leg
3 Pernas 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Press 90°
Leg
4 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Press 45°
5 Adutora 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Abdo- Infra -
6 3 12 -------- 60 a 120 Moderada
minal na bola
46
Observe a representação do treino C da musculação:
Treino: C
10 minutos de corda naval, burpees no banco, saltos barreiras,
Aquecimento:
sled de velocidade
Séries Carga
Ordem Foco Exercício Repetições Intervalo Vel. do Mov.
(X) (%)
1 Flexora 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
2 Stiff 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
3 Pernas Afundo 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
4 Leg matrix 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
5 Abdutora 2a3 15 a 20 60 a 70 60 a 120 Moderada
Lombar na
6 Costas 3 12 -------- 60 a 120 Moderada
bola suíça
47
Método de treinamento da tensão lenta e
contínua
48
técnicos específicos das modalidades, separados em
treinos D – E e F, para que seja mais fácil a compreensão
dos exercícios escolhidos (FAHEY, 2014; FLECK;
KRAEMER, 2014; BAECHLE; EARLE; WATHEN, 2016).
Treino: D
Aquecimento: Hitt – 10 minutos (6 tiros de 1’, descanso 30” entre tiros)
Séries Carga Interv. Vel. Do
Ordem Foco Exercício Repetições
(X) (%) (Seg.) Mov.
Agachamento
1 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
livre
2 Hack 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
Pernas Leg
3 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
press 45°
4 Extensora 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
5 Adutora 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
Elevação
6 Abdominal de pernas – 3 12 -------- 45 a 90 Lento
Máquina
49
Treino: E
Hitt – 10 minutos (6 sequências de saltos/barreiras de 1’,
Aquecimento:
descanso 30” entre séries)
Séries Carga Vel. Do
Ordem Foco Exercício Repetições Intervalo
(X) (%) Mov.
Supino
1 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
Peito convergente
2 Voador 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
Rosca
2 Bíceps 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
alternada
Remada
3 3 8 a 12 65 a 85 45 a 90 Lento
cavalinho
Costas
Puxada alta
4 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
– Frente
4 Tríceps Tríceps 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
Elevação
5 Ombro 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
lateral
Panturrilha
5 Pernas 3 8 a 12 65 a 85 Alternado Lento
em pé
6 Abdominal Infra na bola 3 100 -------- 45 a 90 Lento
50
Treino: F
Hitt – 10 minutos (6 séries de corda individual de 1’,
Aquecimento:
descanso 30” entre séries)
Vel.
Séries Carga
Ordem Foco Exercício Repetições Intervalo Do
(X) (%)
Mov.
Levanta- 65 a
1 3 8 a 12 45 a 90 Lento
mento terra 85
65 a
2 Stiff 3 8 a 12 45 a 90 Lento
85
65 a
3 Pernas Gráviton 3 8 a 12 45 a 90 Lento
85
65 a
4 Flexora 3 8 a 12 45 a 90 Lento
85
65 a
5 Abdutora 3 8 a 12 45 a 90 Lento
85
Lombar – -----
6 Costas 3 12 45 a 90 Lento
Máquina ---
51
atenda às demandas da modalidade, assim como às
necessidades de cada atleta (ACSM, 2021; KENNEY;
WILMORE; COSTILL, 2022).
52
Encerramento
Foi possível compreender os mecanismos que
orientam o desenvolvimento da força, identificando
as principais adaptações fisiológicas, metabólicas e
neuro motoras induzidas pelo treinamento de força
no organismo. Estudamos as principais metodologias
de avaliação e prescrição voltados ao treinamento de
força, bem como reconhecemos modelos de planos
de trabalho elaborados com embasamento científico,
visando fornecer instrumentos adequados ao estudo e
à proficiência do trabalho de qualidade no que tange o
condicionamento físico personalizado.
53
Conteúdo Complementar
Saiba mais
54
Referências
ABREU,P.;LEAL-CARDOSO,J.H.;CECCATTO,V.M.Adaptação
do músculo esquelético ao exercício físico: considerações
moleculares e energéticas. Revista Brasileira de Medicina
do Esporte, v. 23, n. 1, p. 60-5, fev. 2017. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
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nscaonline/?request=get-abstract&doi=10.1519%2
FR-20255.1. Acesso em: 9 ago. 2023.
68
Atividade Motora
Personalizada em
Academia
UNIDADE 4
Douglas dos Santos Taborda
Personalização: montagem e
elaboração de programas para
grupos específicos
Introdução à unidade
Focaremos três grupos específicos: pré-adolescentes
e adolescentes, gestantes e idosos. Serão exploradas
as transformações fisiológicas e psicológicas na
adolescência e o impacto delas no treinamento,
bem como os desafios e as especificidades do
planejamento de exercícios para gestantes e a
importância do treinamento físico na promoção da
saúde e da autonomia de idosos. Este conteúdo visa
enriquecer a compreensão da elaboração de programas
personalizados, incentivando uma abordagem reflexiva
na prática profissional.
3
Objetivos da aprendizagem
• Entender a relevância da individualização em
programas de treinamento, adaptando-os con-
forme as especificidades de cada grupo.
• Reconhecer as principais transformações fi-
siológicas e psicológicas que ocorrem na ado-
lescência e a influência na elaboração e na
execução de programas de treinamento.
• Analisar os desafios e particularidades do pla-
nejamento de exercícios voltados para gestan-
tes, levando em consideração as mudanças
hormonais, biomecânicas e metabólicas.
• Identificar os benefícios e particularidades do
treinamento físico para idosos, priorizando a
preservação da autonomia e a promoção de
saúde e bem-estar.
• Desenvolver uma postura crítica e reflexiva na
elaboração de programas personalizados, ga-
rantindo uma prática profissional atualizada e
alinhada às necessidades de cada grupo.
4
Elaboração de programas para
pré-adolescentes e adolescentes
Pesquisas indicam que as respostas ao treinamento
físico variam significativamente entre pré-
adolescentes, adolescentes e adultos, devido a
processos maturacionais e biológicos específicos
(MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009).
5
Decréscimo dos níveis de atividade
física
6
Aspectos psicossociais e atividade
física
7
Crianças correndo na pista
Fonte: © Jimmy Chan, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de quatro crianças realizando teste de VO2máx
na pista.
8
A puberdade introduz diferenças sig-
nificativas na composição muscular
entre os gêneros
9
Diferenças na estrutura óssea entre gêneros
Fonte: © Thirdman, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de cinco crianças iniciando uma corrida.
10
Maior índice de gordura corporal em
meninas
11
Exercício masculino de ginástica artística
Fonte: © Andrea Piacquadio, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um jovem ginasta treinando nas argolas.
12
Crescimento muscular x gordura cor-
poral
13
Meninas brincando de garupa
Fonte: © Mary Taylor, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma menina nas costas da outra, como se
estivessem brincando de transporte humano.
14
Atenção
15
Durante o crescimento, há significativa evolução
da coordenação motora, associada ao aumento de
ramificações neuronais, densificação sináptica e
intensa mielinização (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR,
2009). Esses fatores neurobiológicos potencializam o
aprendizado e a transmissão de comandos motores,
tornando os adolescentes mais eficientes e rápidos
nas respostas motoras do que os pré-adolescentes
(ACHOUR JR; GOMES, 2015).
Tenista adolescente
Fonte: © RDNE Stock project, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma tenista demonstrando controle corporal
durante uma jogada.
16
Adolescentes melhora da técnica
17
Pré-adolescentes e acompanhamento
18
Pré-adolescentes e adolescentes sedentários,
particularmente aqueles com excesso de peso,
enfrentam desafios em atingir a meta padrão de 60
minutos diários de atividade física (FLECK; KRAEMER, 2014).
19
Exercício para adolescentes sedentá-
rios
20
Recomendações de exercícios para crianças e adolescentes
Fonte: adaptada de OMS (2020, p. 3).
#pratodosverem: imagem com orientações da importância da rotina de
práticas físicas para crianças e adolescentes.
21
Treino com pesos
Fonte: © cottonbro studio, Pexels (2023)
#pratodosverem: fotografia de uma jovem realizando exercício de prancha
com pesos.
22
Treino com pesos para adolescentes
Recomenda-se o acompanhamento de 2 a 3
vezes na semana com cargas moderadas para
evitar o risco de lesões.
23
metabólico e na composição corporal de jovens com
excesso de peso (FLECK; KRAEMER, 2017; WHO, 2018).
Exercício combinado
Fonte: © Andrea Piacquadio, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um grupo de jovens realizando exercícios
aeróbicos com pesos nas mãos.
24
Elaboração de programas para
gestantes
A prática regular e moderada de atividades aeróbicas
e exercícios resistidos durante a gestação é validada
como segura para a mãe e o feto (ACOG, 2002).
25
Gestantes e exercício físico
Saiba mais
26
Na ausência de contraindicações médicas —
classificadas como absolutas (doenças cardíacas
severas) ou relativas (hipertensão leve, anemia) — é
recomendado que as gestantes mantenham um nível
de atividade física (RUIZ-RODRÍGUEZ et al., 2019).
27
Gestante e exercícios de transporte
de peso
28
Gestante em exercício no reformer classic do pilates
Fonte: © Jessica Monte, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma grávida realizando exercício sentada
em um aparelho de pilates.
29
Intervalo de recuperação na aula
Fonte: © Gustavo Fring, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de três grávidas descansando sentadas em
bolas de pilates.
30
Exercícios de alongamento para gestante
Fonte: © Pavel Danilyuk, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografa de uma professora conduzindo exercícios de
alongamento com uma gestante, que está deitada.
31
como esportes de contato, devem ser evitadas durante
toda a gestação (CAMPOS et al., 2021).
32
Exercícios para idosos
33
Treino de força com idoso
Fonte: © Kampus Production, Pexels (2023).
#pratodosverem: fotografia de um homem praticando exercícios físicos
com pesos nas mãos sendo orientado por uma professora.
34
Exercícios aeróbicos para idosos
35
Critérios da prescrição de exercícios aeróbicos para idosos
a) a escolha da atividade;
b) a duração do esforço;
c) a frequência do treinamento;
d) a intensidade do esforço.
Atenção
36
Quanto à duração do exercício, orienta-se um mínimo
de 30 minutos para efeitos significativos (KAMINSKY,
2015), com início sugerido de 10 a 15 minutos para
idosos mal condicionados, progredindo gradualmente
até 30 minutos (NIEMAN, 2011). Para os mais
condicionados, as sessões podem atingir 50 a 60
minutos (HEYWARD, 2013).
37
Atenção
38
Diretrizes para o treinamento aeróbico em idosos: uma abordagem
didática
1. Seleção da modalidade de exercício
- Optar por atividades de baixo risco ortopédico para iniciantes, como
caminhada e ciclismo. Para idosos mais condicionados, corrida pode
ser uma opção. Considerar também atividades aquáticas e em grupo,
como a dança.
2. Determinação da intensidade do esforço
- Variar entre 40 e 80-85% da FCR ou VO2R. Recomenda-se realizar
teste de exercício máximo para precisão, incluindo medida direta do
consumo de oxigênio.
3. Estabelecimento da duração do esforço
- Sugerir trabalhos de 20 a 30 minutos para iniciantes, podendo
chegar a 50-60 minutos para idosos mais condicionados, conforme
padrões para adultos jovens.
4. Frequência semanal do treinamento
- Indicar um mínimo de 2 a 3 vezes por semana, podendo chegar a 5 a
6 dias para idosos mais condicionados.
5. Personalização e progressão do treinamento
- Adaptar conforme a capacidade funcional e saúde do idoso,
priorizando inicialmente o volume e, posteriormente, a intensidade.
6. Estratégia de mesclagem de treinamentos
- Integrar treinamentos contínuos e intervalados na mesma sessão,
aumentando progressivamente a proporção de trabalho intervalado
conforme a evolução do idoso.
7. Fases de aquecimento e recuperação
- Promover aquecimento gradual para evitar fadiga precoce e planejar
uma recuperação adequada para minimizar riscos cardiovasculares.
8. Prevenção de lesões ortopédicas
- Exercer cautela em atividades de alto impacto, especialmente
quando têm intensidades, durações e frequências elevadas.
9. Hidratação adequada
- Enfatizar a importância da hidratação para evitar fadiga precoce e
problemas hemodinâmicos e cardiovasculares.
10. Promoção de trabalhos em grupo
- Encorajar atividades coletivas, como dança e hidroginástica, para
favorecer a adesão ao programa e estimular o convívio social.
39
Com o intuito de promover ganhos contínuos de
força, programas de treinamento de maior duração
precisam ser capazes de estimular alterações nas
estruturas musculoesqueléticas, uma vez que a
probabilidade de ajustes coordenativos tende a
diminuir (CANTIERI et al., 2022).
Atenção
40
A prescrição engloba 8 a 10 exercícios, com 3 a 5
séries de 8 a 12 repetições máximas, sendo ajustável
conforme os objetivos (ACSM, 2021). Recomenda-se
uma frequência semanal de treinamento de 3 a 5 vezes,
considerando as capacidades do praticante (RHEA et
al., 2003).
41
Diretrizes gerais para elaboração de programas de exercícios com pesos
1. Domínio técnico: é fundamental que o praticante tenha proficiência na
técnica dos exercícios, visando à segurança e eficácia do treinamento.
2. Integridade e segurança: na elaboração dos programas, deve-se
considerar a integridade osteomioarticular e a segurança cardiovascular do
praticante.
3. Sobrecarga cardiovascular: séries alternadas podem contribuir para
uma menor sobrecarga cardiovascular, mantendo-se o mesmo número de
repetições.
4. Quantidade de exercícios: geralmente varia entre 8 e 12, mas deve ser
personalizada de acordo com os objetivos, necessidades do praticante e
periodização adotada.
5. Intensidade de carga: a resistência aplicada pode oscilar entre 50 e 80-
90% de 1RM. É benéfico alternar as cargas e evitar a manobra de Valsalva
para otimizar a resposta cardiovascular.
6. Progressão de séries: iniciantes devem começar com uma série por
exercício, evoluindo para múltiplas séries conforme a capacidade de
recuperação. Os intervalos de recuperação devem ser adaptáveis, conforme
a percepção do praticante.
7. Repetições e execução: para iniciantes, sugere-se de 8 a 12 repetições,
ajustáveis conforme os objetivos. A velocidade de execução deve ser
confortável, priorizando a qualidade técnica.
8. Frequência semanal: deve ser estabelecida conforme o nível de aptidão
do praticante, sendo mais flexível para iniciantes e mais restritiva para
avançados que utilizam cargas elevadas.
9. Variação de rotina: a modificação do treinamento é essencial para
potencializar a adesão do praticante, sendo uma estratégia válida em
treinamentos para idosos.
10. Duração do treinamento: o tempo total de treinamento deve ser
monitorado, evitando ultrapassar 1h30min para garantir a eficácia e
segurança do programa.
42
observado significativamente após os 65 anos e tem
implicações diretas na autonomia funcional do idoso,
afetando tarefas cotidianas e aumentando o risco de
quedas (ACSM, 2018).
43
Recomendações para o treinamento de flexibilidade
1. Instruções claras: fornecer direções concisas e demonstrar os
exercícios, minimizando ruídos e distrações, e concedendo tempo para
processamento das informações pelo idoso.
2. Exercícios em duplas: promover treinos em pares, garantindo que
o idoso mantenha o controle dos movimentos, sem risco de lesões.
Considerar música suave como recurso.
3. Transições de posições: evitar transições rápidas de decúbito para em
pé, recomendando um período sentado antes de o idoso se levantar.
4. Aquecimento e amplitude de movimento: enfatizar o aquecimento,
exceto em sessões de relaxamento, nas quais se deve conduzir os
movimentos até um leve desconforto, sem exigir amplitudes máximas.
5. Métodos de treinamento: iniciar com o método passivo para novatos.
Para avançados, a combinação de métodos passivo e de facilitação
neuromuscular proprioceptiva é apropriada. Evitar o método balístico,
salvo se for parte da rotina do indivíduo.
6. Adaptações progressivas: priorizar a duração em detrimento da
intensidade, evitando a dor e utilizando o ponto de desconforto como
referência. Sugerir manutenção da posição entre 10 e 30 segundos.
7. Alerta de dor muscular tardia: informar o idoso do risco de dor após
24 a 48 horas quando há início ou intensificação dos exercícios de
flexibilidade.
8. Foco em grupamentos articulares principais: enfatizar movimentos de
ombro, tronco, quadril e tornozelo, visando à mobilidade e independência
funcional. O número de exercícios deve ser definido conforme os
objetivos e necessidades dos praticantes.
9. Repetições e frequência: limitar cada exercício de 3 a 5 repetições
para evitar predisposição a lesões, e ajustar a frequência semanal (3
a 5 vezes) conforme o condicionamento do idoso e os objetivos do
treinamento.
10. Integração de alongamentos: incluir alongamentos em todas as
fases do treinamento, evitando amplitudes máximas na etapa final (volta
à calma).
44
A massa muscular, crucial para a autonomia funcional
e prevenção de osteoporose, tende a decair após os 45
anos, com maior atrofia nas fibras musculares tipo II
(KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016; SILVERTHORN,
2017).
45
fisiológicas do treinamento físico, garantindo a
elaboração de planos adaptados e seguros para os
idosos (MANSOUR; FAGUNDES, 2019).
46
Encerramento
Reiteramos a importância vital da personalização
de programas de treinamento para populações
direcionadas em um cenário que valoriza abordagens
individualizadas. Dedicamos atenção a três grupos
específicos: pré-adolescentes e adolescentes,
gestantes e idosos. Exploramos as transformações
fisiológicas e psicológicas que ocorrem durante a
adolescência e como estas influenciam o planejamento
do treinamento. Discutimos detalhadamente
os desafios e especificidades na elaboração de
programas de exercícios para gestantes, considerando
as mudanças corporais e as necessidades únicas
desse grupo. Ademais, enfatizamos a importância do
treinamento físico na promoção da saúde e autonomia
dos idosos, destacando estratégias eficazes e seguras
para essa população.
47
Conteúdo Complementar
Saiba mais
48
Referências
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jovens atletas. Londrina: Sport Training, 2015.
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