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anaeróbico e aeróbico
Apresentação
O exercício físico é denominado treinamento físico quando realizado regularmente. Treinamento é
o conjunto de procedimentos tendentes a conduzir um ser humano ao máximo de suas
possibilidades a fim de desenvolver suas qualidades progressivamente, tanto mentais como
físicas. O treinamento esportivo está relacionado aos atletas e vem a ser a prática de determinado
conjunto de exercícios de modo progressivo, a ponto de melhorar a performance para uma
competição. Nesse sentido, liga-se ao autodesenvolvimento humano diretamente, com ganho de
novas habilidades e conhecimentos pessoais.
O treinamento físico constitui-se em importante área de atuação do fisioterapeuta. O principal
objetivo é a melhoria do desempenho físico e esportivo por meio da aplicação de um processo
organizado e sistemático composto por exercícios físicos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender os princípios do treinamento físico, diferenciar
seus respectivos tipos de acordo com suas rotas metabólicas e relacioná-lo às adaptações em
diversos sistemas do organismo.
Bons estudos.
Carlos, 49 anos, sedentário, com obesidade grau I, colesterol alto e queixa principal de dor e
fraqueza muscular nas pernas, foi encaminhado pelo médico ao consultório de fisioterapia.
Com base na avaliação anterior, qual dos tipos de exercícios você recomendaria a Carlos e por quê?
Explique a diferença entre eles.
Infográfico
Muito se fala sobre exercícios aeróbicos e anaeróbicos. A diferença entre eles está relacionada ao
tipo de metabolismo energético utilizado preferencialmente.
Neste Infográfico, veja a definição de cada tipo de exercício e sua fonte de energia.
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Conteúdo do livro
Os profissionais da saúde, principalmente os fisioterapeutas e educadores físicos, devem
compreender as capacidades e as limitações de cada sistema de energia, para, assim,
planejarem seus programas de treinamento específicos e individuais voltados a cada sujeito.
Cada sessão de treino usa estímulos diferentes que, por sua vez, utilizam combustíveis distintos de
maneiras variadas, dependendo da intensidade e duração da atividade e do nível de preparo físico
dos indivíduos.
Boa leitura.
FISIOLOGIA
APLICADA A
FISIOTERAPIA
Introdução
A fisiologia do exercício estuda como o corpo humano, seus sistemas,
órgãos e processos reagem e se adaptam fisiologicamente ao estresse
agudo do exercício, ou seja, à atividade física, bem como ao estresse
crônico do treinamento físico. Nesse sentido, antes de prescrevermos
exercício físico, precisamos entender a fundo como o corpo funciona. Não
é possível periodizar um treinamento de corrida, visando um objetivo, se
não entendermos sobre as rotas metabólicas. Não temos como pensar
em força muscular se não conhecemos as estruturas e como ocorrem
as diferentes adaptações nos músculos. Além disso, de uma forma geral,
o corpo não mantém estruturas que não estão sendo utilizadas, e isso
é visto claramente no processo de destreino. Outro ponto importante
que você deve ter sempre em mente é que o corpo está em constante
busca por um equilíbrio, busca sempre a homeostase de seus sistemas.
2 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico
Exercícios aeróbios
Exercícios resistidos
100%
80%
% da energia total
gordura
60%
40%
20% carboidrato
0%
10 30 50 70 90
Tempo
https://goo.gl/BcTPB8
Adaptações neuromusculares
O exercício físico é capaz de promover uma série de respostas no organismo
humano; contudo, a magnitude dessas respostas dependerá das características
pessoais apresentadas pelos indivíduos e do exercício realizado. No âmbito do
treinamento físico, podem-se destacar as atividades de caráter aeróbio, que
promovem o aperfeiçoamento funcional das fibras de contração lenta (TIPO IA)
por meio do aprimoramento da capacidade respiratória das mitocôndrias,
viabilizado pelo aumento do número e tamanho destas .
O exercício anaeróbio, que tem os incrementos de força, potência e a ocor-
rência da hipertrofia muscular como suas principais respostas representantes,
e o treinamento concorrente, que, ao integrar os dois citados treinos em um
mesmo plano regular de exercício físico, promove respostas adaptativas de me-
nor amplitude quando comparadas às possibilitadas pelos referidos realizados
isoladamente. Estímulos de tensão muscular, advindos fundamentalmente do
treinamento de força, concretizam-se como o principal fator de ativação das
células satélites (entre outros), pois esses estímulos (tensão) induzem a liberação
dos fatores de crescimento hepatócitos dependes de óxido nítrico, que, por sua
vez, interagem com as mencionadas células e iniciam uma cascata de eventos
que sinalizam o estabelecimento da síntese do DNA e do consequente tecido
musculo-esquelético, conforme demonstrado no Quadro 1.
Quadro 1. Adaptações neuromusculares frente ao exercício anaeróbio
Adaptações cardiovasculares
As respostas da pressão arterial (PAS e PAD) aos exercícios de resistência com
alto componente isométrico, tais como o levantamento de peso, são diferentes
das observadas durante exercícios dinâmicos, como corridas e caminhadas.
Durante os exercícios isométricos de alta intensidade, a PA pode exceder em
muito os valores referenciais de 120 e 80mmHg, respectivamente (AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2002).
Uma das razões para tal refere-se ao fato de que, nesses tipos de exercícios,
é muito comum a utilização da manobra de Valsalva. Isso provoca um aumento
exagerado na pressão intratoráxica, fazendo com que grande parte do aumento
da PA ocorra na tentativa do organismo de suportar a elevada pressão interna
causada por essa manobra. Diante disso, se o exercício realizado apresentar
características isométricas, a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo também
pode aumentar a resistência vascular periférica. Esse mecanismo causará o
aumento na PAS, principalmente pelo maior acúmulo de metabólitos que, ao
acionarem os quimiorreceptores musculares, estimularão o sistema nervoso
simpático, liberando catecolaminas.
Por outro lado, nos exercícios dinâmicos, observa-se aumento da atividade
nervosa simpática, que é desencadeado pela ativação do comando central, de
mecanorreceptores musculares e, dependendo da intensidade do exercício, de
metaborreceptores musculares. Contudo, sabe-se atualmente que uma única
sessão de treinamento aeróbio ou de força é capaz de reduzir a resistência vas-
cular periférica, causando assim um efeito hipotensor transitório. No exercício
físico crônico, por sua vez, ocorre a reversão completa da rarefação capilar e
da hipertensão arterial. Os mecanismos pelos quais o exercício físico reduz
a PA ainda não foram completamente elucidados. No entanto, sabe-se que
diferentes componentes têm grande participação na manutenção da homeostase
pressórica (UNESCO, 2013; HOEHN; MARIEB, 2008; LANDOWNE, 2011):
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 11
Adaptações neuroendócrinas
A regulação hormonal do metabolismo energético depende da intensidade e da
duração do exercício. Cada secreção hormonal responde de uma forma, mais
especificamente, aumenta de forma exponencial de acordo com o aumento da
intensidade (MEDEIROS; SOUZA, 2009).
O aumento dos hormônios catecolaminas, que possuem efeitos positivos,
estimula a lipólise dentro dos músculos esqueléticos e do tecido adiposo,
aumentando assim a atividade da fosforilase, que catalisa a degradação do
glicogênio (glicogenólise), verificando-se o mesmo efeito de aumento nas
concentrações de adrenalina, noradrenalina, glucagon, cortisol e GH. Esse
aumento exponencial ocorre devido à modificação nas concentrações da glicose
sanguínea e à estimulação do sistema nervoso simpático. A concentração de
insulina durante o exercício progressivo tem padrão definido, com tendência
a ficar inalterada ou reduzida (MEDEIROS; SOUZA, 2009).
Mesmo exercícios de intensidade moderada tendem a causar diminuição
nos níveis sanguíneos de insulina. Essa diminuição parece estar associada à
maior liberação do hormônio adrenalina, o qual diminui a secreção pancreática
de insulina. Com o aumento progressivo da frequência ou intensidade do
exercício, induz-se ao aumento da intensidade do percentual do VO2max em
função do aumento do consumo de glicose nos/pelos músculos, aumentando
a sensibilidade à insulina, bem como aumentando as concentrações de lactato
sanguíneo e da acidose, que, por sua vez, inibem a liberação de insulina
(UNESCO, 2013; HOEHN; MARIEB, 2008; LANDOWNE, 2011).
Em exercícios intensos, representados pelas provas de velocidade no atle-
tismo ou natação e até mesmo pelos estímulos de corrida de curta distância e
de alta intensidade no futebol, o aumento das concentrações de catecolaminas
no sangue é mais intenso, influenciando com isso o metabolismo celular nos
músculos esqueléticos, nos músculos lisos, no músculo cardíaco, no tecido
adiposo e no fígado (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
12 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico
Leituras recomendadas
ABREU, P.; LEAL-CARDOSO, J. H.; CECCATTO, V. M. Adaptação do músculo esquelético ao
exercício físico: considerações moleculares e energéticas. Revista Brasileira de Medicina
do Esporte, v. 23, n. 1, p.60-65, jan./fev. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rbme/v23n1/1517-8692-rbme-23-01-00060.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.
COSTANZO, L. S. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
CURI, R.; ARAÚJO FILHO, J. P. Fisiologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2009.
LANDOWNE, D. Fisiologia celular. Porto Alegre: AMGH, 2011. (Série Lange).
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009. (Coleção Martini).
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para a
reabilitação física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas.
3. ed. Barueri, SP: Manole, 2010.
SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5. ed.
Barueri, SP: Manole, 1997.
Conteúdo:
Dica do professor
Para o bom aproveitamento nos treinos físicos, a organização e o planejamento
desses treinamentos são necessários. Entender o período e objetivo de cada fase do treinamento é
vital para alcançar novos objetivos.
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Exercícios
1) Os diferentes exercícios físicos estimulam distintas vias metabólicas que exigem atuações
diferenciadas do organismo.
Acerca dos efeitos do exercício físico sobre as vias metabólicas, marque a alternativa
correta.
B) A produção do ATP é 2,5 vezes mais rápida pela via aeróbica, que é rápida.
C) As fibras musculares do tipo I são as principais fibras que atuam durante corridas de curta
distância e máxima velocidade.
2) O conhecimento científico sobre a prática esportiva aponta para princípios que regem todo
tipo de treinamento, tornando-o mais eficiente e seguro. A prescrição do exercício deve
considerar os seus princípios independentemente da modalidade.
B) O treinamento aeróbio descontínuo é interessante para indivíduos que têm pouca condição
cardiorrespiratória.
E) O treinamento de resistência à fadiga exige que o movimento seja realizado com cargas leves.
4) Existem alguns princípios para a execução de qualquer atividade física. Segui-los é condição
indispensável a fim de que a participação de qualquer pessoa nas atividades seja uma
experiência proveitosa e, se possível, agradável.
O objetivo principal é adiar o máximo possível a incapacidade que a osteoartrose do joelho pode
trazer, sobretudo pela dor e dificuldade em movimentar essa articulação, para que não surja a
consequente inatividade. Nesse sentido, o exercício físico é um aliado no fortalecimento do joelho.
Treino e periodização
Este livro detalha os temas mais pertinentes relacionados à estruturação e à periodização do
treinamento desportivo, respeitando as particularidades dos diferentes tipos de esportes.
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