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Treinamento esportivo e desempenho

anaeróbico e aeróbico

Apresentação
O exercício físico é denominado treinamento físico quando realizado regularmente. Treinamento é
o conjunto de procedimentos tendentes a conduzir um ser humano ao máximo de suas
possibilidades a fim de desenvolver suas qualidades progressivamente, tanto mentais como
físicas. O treinamento esportivo está relacionado aos atletas e vem a ser a prática de determinado
conjunto de exercícios de modo progressivo, a ponto de melhorar a performance para uma
competição. Nesse sentido, liga-se ao autodesenvolvimento humano diretamente, com ganho de
novas habilidades e conhecimentos pessoais.
O treinamento físico constitui-se em importante área de atuação do fisioterapeuta. O principal
objetivo é a melhoria do desempenho físico e esportivo por meio da aplicação de um processo
organizado e sistemático composto por exercícios físicos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender os princípios do treinamento físico, diferenciar
seus respectivos tipos de acordo com suas rotas metabólicas e relacioná-lo às adaptações em
diversos sistemas do organismo.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os princípios do treinamento físico e esportivo;


• Diferenciar os principais tipos de treinamento físico e esportivo de acordo com a rota
metabólica;
• Relacionar o tipo de treinamento físico realizado de acordo com as adaptações observadas nos
sistemas neuromusculares, cardiovasculares, cardiorrespiratórias e neuroendócrinas;
Desafio
O exercício físico é fundamental a fim de alcançar boa qualidade de vida. A prática regular de tal
atividade traz bem-estar físico e mental, além de contribuir para o bom funcionamento do coração,
circulação sanguínea, respiração e até dos hormônios. Ainda, eleva o nível de alguns
neurotransmissores no cérebro, responsáveis pelo humor e, além de aumentar a produção de
endorfinas, diminui a tensão muscular e baixa o hormônio do estresse.

Carlos, 49 anos, sedentário, com obesidade grau I, colesterol alto e queixa principal de dor e
fraqueza muscular nas pernas, foi encaminhado pelo médico ao consultório de fisioterapia.

Com base na avaliação anterior, qual dos tipos de exercícios você recomendaria a Carlos e por quê?
Explique a diferença entre eles.
Infográfico
Muito se fala sobre exercícios aeróbicos e anaeróbicos. A diferença entre eles está relacionada ao
tipo de metabolismo energético utilizado preferencialmente.

Neste Infográfico, veja a definição de cada tipo de exercício e sua fonte de energia.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para
acessar.
Conteúdo do livro
Os profissionais da saúde, principalmente os fisioterapeutas e educadores físicos, devem
compreender as capacidades e as limitações de cada sistema de energia, para, assim,
planejarem seus programas de treinamento específicos e individuais voltados a cada sujeito.

Cada sessão de treino usa estímulos diferentes que, por sua vez, utilizam combustíveis distintos de
maneiras variadas, dependendo da intensidade e duração da atividade e do nível de preparo físico
dos indivíduos.

No capítulo Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico, do livro Fisiologia


aplicada à fisioterapia, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a identificar
os princípios do treinamento físico e esportivo, diferenciar os seus principais tipos de acordo com a
rota metabólica e relacioná-los às adaptações observadas nos sistemas neuromusculares,
cardiovasculares, cardiorrespiratórias e neuroendócrinas.

Boa leitura.
FISIOLOGIA
APLICADA A
FISIOTERAPIA

Isadora Rebolho Sisto


Treinamento esportivo
e desempenho
anaeróbico e aeróbico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os princípios do treinamento físico e esportivo.


„„ Diferenciar os principais tipos de treinamento físico e esportivo de
acordo com a rota metabólica.
„„ Relacionar o tipo de treinamento físico realizado de acordo com as
adaptações observadas nos sistemas neuromusculares, cardiovascu-
lares, cardiorrespiratórios e neuroendócrinos.

Introdução
A fisiologia do exercício estuda como o corpo humano, seus sistemas,
órgãos e processos reagem e se adaptam fisiologicamente ao estresse
agudo do exercício, ou seja, à atividade física, bem como ao estresse
crônico do treinamento físico. Nesse sentido, antes de prescrevermos
exercício físico, precisamos entender a fundo como o corpo funciona. Não
é possível periodizar um treinamento de corrida, visando um objetivo, se
não entendermos sobre as rotas metabólicas. Não temos como pensar
em força muscular se não conhecemos as estruturas e como ocorrem
as diferentes adaptações nos músculos. Além disso, de uma forma geral,
o corpo não mantém estruturas que não estão sendo utilizadas, e isso
é visto claramente no processo de destreino. Outro ponto importante
que você deve ter sempre em mente é que o corpo está em constante
busca por um equilíbrio, busca sempre a homeostase de seus sistemas.
2 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

Portanto, neste capítulo você vai identificar os princípios do treina-


mento físico e esportivo, diferenciar os principais tipos de treinamento
de acordo com a rota metabólica de cada um e relacionar o tipo de
treinamento físico realizado de acordo com as adaptações observadas
nos sistemas neuromusculares, cardiovasculares, cardiorrespiratórios e
neuroendócrinos.

Os princípios do treinamento físico e esportivo


Atualmente, inúmeros princípios do treinamento físico e esportivo estão
sendo utilizados, apesar de sua validade ser questionável, porque poucos
profissionais da área concordam com a maioria deles. No entanto, existem
alguns que são aceitos por todos os profissionais do treinamento de força: o
princípio da especificidade, o da sobrecarga progressiva, o da individualidade,
o da variabilidade, o da manutenção e o da reversibilidade. Independente
do objetivo do treinamento físico, existem alguns princípios que podem ser
utilizados para qualquer programa de exercício físico (HEYWARD, 2011).

Princípio da especificidade: Em uma definição mais básica, significa treinar de


forma específica para produzir efeitos específicos. As respostas do organismo
devem ser específicas para o tipo de exercício realizado. Por exemplo, para
melhorar a resistência cardiorrespiratória, devem ser realizados exercícios com
contrações contínuas e rítmicas de grandes grupos musculares; se o objetivo
imediato é aumentar a força de 1-RM, é necessário treinar com amplitude de
repetições, tempos de intervalo e frequência semanal apropriados, visando
otimizar ganhos de força. Além disso, se o objetivo é melhorar o desempenho
em algum esporte em especial, os exercícios devem imitar os movimentos exe-
cutados na modalidade, além de serem realizados em uma velocidade similar.

Princípio da sobrecarga de treinamento e progressão: Relacionado à ne-


cessidade de utilizar cargas maiores para estimular o desenvolvimento dos
componentes da aptidão física. É o aumento contínuo da intensidade da sessão
de treino conforme o músculo se acostuma com o nível de intensidade atual.
Isso pode ser feito aumentando o peso levantado, o número de repetições
realizadas ou o número total de séries ou, ainda, diminuindo o tempo de
descanso entre as séries. O aumento contínuo do estresse aplicado no músculo
permite o incremento da força muscular e evita a estagnação. Pode ocorrer
pelo aumento na frequência, intensidade, número de repetições, entre outras
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 3

formas de alcançar a sobrecarga. Ainda, é necessário aumentar gradualmente


o volume ou a sobrecarga do treinamento para estimular melhora na aptidão
física.

Princípio da individualidade: É a teoria de que qualquer programa de trei-


namento deve considerar as necessidades específicas ou os objetivos e as
habilidades do indivíduo para quem o programa foi elaborado. Refere-se
às diferenças que existem entre os indivíduos, o que interfere nas respostas
individuais do treinamento.

Princípio da variabilidade: Prediz alterações nas cargas de trabalho e no tipo


de atividade física praticada em todas as fases do treinamento. A variabilidade
deve ocorrer para que o aluno sofra constantemente quebra da homeostasia,
com consequente alternância de ativação das vias metabólicas (aeróbia e
anaeróbia), bem como das fibras dos tipos I e II. Quando não aplicamos esse
princípio, corremos o risco de promover estagnação nos processos adaptativos
e nas capacidades biomotoras treinadas naquele momento, ou seja, não importa
o quão efetivo seja um programa de treino, ele o será apenas por um curto
período. Uma vez que o indivíduo apresente adaptações específicas propor-
cionadas por dado programa de treino, um novo estímulo deve ser aplicado
nos músculos, ou o progresso contínuo ficará estagnado. Essa é a base da
periodização, sendo a razão pela qual os ciclos de treino devem ser utilizados.

Princípio da manutenção: Assim que o indivíduo alcança o seu objetivo, é


necessário menos trabalho para manter o nível de força ou massa muscular. Se a
pessoa estiver satisfeita com esse nível, a frequência de treino pode ser reduzida.
Esse é tipicamente um bom período para incorporar outros tipos de treinamento,
fazendo com que outros componentes da aptidão física possam ser aprimorados.

Princípio da reversibilidade: os efeitos atingidos com o treinamento são


gradualmente anulados com o destreinamento. Isso ocorre quando há ausência
de treinamento físico ou quando o aluno retorna de períodos de recuperação
de lesões. Por exemplo, uma vez que o programa de treinamento de força é
interrompido ou não é mantido em um nível mínimo de frequência ou inten-
sidade, as adaptações na força ou hipertrofia obtidas com o programa não
somente deixarão de progredir, mas serão revertidas de volta ao ponto inicial.

A partir do conhecimento dos efeitos do exercício físico no organismo, o


fisioterapeuta pode realizar uma reflexão, pensando sobre quais efeitos gostaria
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de proporcionar ao organismo, e, a partir dessa definição, pode estabelecer qual


exercício físico se torna mais adequado para aquele indivíduo que será tratado.

Modalidades de exercícios físicos


Conforme as necessidades funcionais observadas pelo fisioterapeuta em seu
paciente, existem diferentes modalidades de exercícios que podem ser utilizadas
para suprir essas necessidades.

Exercícios aeróbios

Os exercícios aeróbios contribuem para melhorar a resistência cardiorrespira-


tória por produzir aumentos significativos no consumo máximo de oxigênio
(VO2 máx). Uma das modalidades de treinamento é o treinamento contínuo,
que prioriza o exercício aeróbio em intensidade baixa a moderada, porém
sem intervalos (repouso). Uma vantagem é a manutenção da intensidade do
exercício, sendo mais seguro, confortável e mais adequado para indivíduos que
estão iniciando um programa de exercícios aeróbios. Exemplos de treinamento
contínuo são a caminhada, a corrida, o ciclismo e a subida de escadas.
O treinamento descontínuo envolve a realização de vários blocos intermi-
tentes de exercício aeróbio com intensidade de baixa a alta intercalada com
períodos de descanso. Por ser intermitente, o treinamento descontínuo permite
uma maior intensidade de exercício, assim como uma maior quantidade total de
trabalho. Essa versatilidade do treinamento descontínuo torna-o muito utilizado
por indivíduos com aptidão cardiorrespiratória baixa. Alguns exemplos desse
treinamento são o treino intervalado e o treinamento de força em circuito.
A comparação das duas modalidades de treinamento, contínua ou descon-
tínua, indica que o VO2 máximo melhora com maior intensidade no treino
descontínuo quando o volume de exercício é controlado; no entanto, as duas
opções de treino possuem vantagens e desvantagens. A escolha da melhor
modalidade deve ir ao encontro do objetivo inicial do treinamento.

Exercícios resistidos

O exercício resistido tem como principal objetivo otimizar o funcionamento


do desempenho muscular, restaurando, melhorando ou mantendo a força, a
potência e a resistência à fadiga. Em consequência, é observado um aumento
na força dos tecidos conjuntivos (tendões, ligamentos, tecido conjuntivo intra-
muscular), maior densidade mineral óssea e menor enfraquecimento ósseo pela
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desmineralização óssea. Além disso, ocorre uma diminuição da sobrecarga


nas articulações durante a execução de atividades físicas e funcionais, redução
no risco de lesões e aumento na sensação de bem-estar e qualidade de vida.
Essa modalidade de exercício interfere diretamente no desempenho mus-
cular por atuar na força, na potência e na resistência à fadiga conforme a
intensidade, a frequência e a duração do exercício. O treinamento de força, por
exemplo, é formado por exercícios de fortalecimento, nos quais a musculatura
esquelética controla cargas pesadas (resistência) durante um número baixo de
repetições ou por um curto período de tempo. A consequência é o aumento
na capacidade do músculo de produzir forma máxima.
O treinamento da potência muscular é embasado no treinamento de força
muscular, pois esse é o elemento básico para o desenvolvimento de potência. Para
implementar essa variável é necessário aumentar o trabalho do músculo ou reduzir
o tempo necessário para produzir determinada força. Dessa forma, quanto maior
a intensidade do exercício e menor o tempo necessário para gerar força, maior a
potência muscular. Um exemplo desse treinamento é o treino pliométrico, que
consiste de um alongamento rapidamente seguido de um encurtamento muscular.
O treinamento de resistência à fadiga está relacionado à ação da musculatura
esquelética em gerar movimento de uma carga leve por várias repetições ou, ainda,
manter uma contração muscular por um longo período. Diferentemente do treino
de força, as cargas utilizadas são leves no treinamento de resistência. A adaptação
ocorre pelo aumento da capacidade oxidativa e metabólica do músculo, permitindo
uma melhor distribuição e uso de oxigênio. Uma vantagem desse treinamento é
gerar baixos níveis de sobrecarga sobre as articulações e tecidos moles.

Diferenças entre os principais tipos de


treinamento físico e esportivo
O exercício físico é uma condição onde ocorre um aumento da demanda ener-
gética do organismo visando a manutenção da atividade muscular. A energia
derivada dos nutrientes ingeridos na alimentação tem fundamental importância
para o fornecimento de energia química, contribuindo com a manutenção do
trabalho muscular a partir da geração de adenosina trifosfato (ATP). Dentre
os vários sistemas envolvidos no fornecimento energético para ressíntese de
ATP, podemos destacar o papel das reservas de substratos energéticos, que,
por diferentes vias de fornecimento de energia, contribuem para a constante
homeostase energética (SILVERTHORN, 2017).
6 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

As reservas de substratos energéticos dos diferentes tecidos têm fundamental


papel na manutenção da homeostase orgânica, uma vez que a impossibilidade
de armazenamento de grandes quantidades de ATP nas células gera a contínua
necessidade de sua ressíntese. As vias geradoras de energia pela utilização das
reservas de substratos teciduais podem depender ou não da presença de oxigê-
nio para a ocorrência de suas reações, sendo que a predominância dessas vias
metabólicas tem íntima relação com a duração e a intensidade da atividade. O
sistema de fornecimento de energia dependente de oxigênio (aeróbio) produz
ATP continuamente, porém sua velocidade de produção é baixa. Nos momentos
iniciais, devido ao aumento abrupto da necessidade energética, a ativação da
via anaeróbia tem grande participação no fornecimento energético, em função
do déficit inicial de oxigênio. Nessa fase inicial de transição, o composto de
alta energia creatina-fosfato (CP) é o principal responsável pelo desempenho
do trabalho muscular durante o exercício, principalmente nos segundos iniciais.
Para iniciar um exercício, é necessário ter energia para que ocorra contração da
musculatura esquelética, e essa energia é obtida por vias metabólicas. Inicialmente
a energia é proveniente da quebra de moléculas de adenosina trifosfato (ATP)
existentes nas fibras musculares. No entanto, pouco ATP existe nas fibras mus-
culares, por isso a adenosina difosfato (ADP) proveniente da quebra do ATP passa
a ser novamente convertida em ATP por ação do fosfato de creatina (FCr). Esse
processo é denominado via anaeróbia alática e é sustentado por poucos segundos
(em média 15 segundos) devido à pequena quantidade de FCr na fibra muscular.
A continuidade do exercício exige que novas vias sejam ativadas para
obtenção do ATP a partir de substratos provenientes de nutrientes. Parte
desses substratos está localizada nas fibras musculares, enquanto a outra parte
é direcionada pela corrente sanguínea de outras estruturas do corpo, como o
fígado e o tecido adiposo, até a musculatura esquelética.
Conforme a disponibilidade de oxigênio, pode ocorrer ou não a fosforilação
oxidativa para fornecimento de ATP para a contração muscular. Em caso de
existência de oxigênio, substratos como a glicose ou ácidos graxos podem ser
metabolizados pela via aeróbia (via da glicólise-ciclo do ácido cítrico ou via
oxidativa), e o piruvato, produto final, é convertido em acetil CoA para que
participe do ciclo do ácido-cítrico. No caso de ser limitada a quantidade de
oxigênio, o ATP passa a ser fornecido por vias anaeróbias a partir do subs-
trato glicose, e o piruvato, proveniente da glicólise, é convertido em lactato
(via anaeróbica lática). A produção do ATP é 2,5 vezes mais rápida pela via
anaeróbica lática, porém apenas são produzidas 2 moléculas de ATP para cada
molécula de glicose. Por outro lado, a via aeróbia é mais lenta, porém produz
entre 30 e 32 moléculas de ATP para cada molécula de glicose.
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 7

Exercícios que necessitam de força, como o levantamento de peso ou


corridas de curta distância e altíssima velocidade são muito dependentes
do metabolismo anaeróbico. Nesse caso, existe uma predominância de ação
das fibras musculares do tipo II, que possuem a capacidade de contração
rápida e obtêm energia por meio da via da glicólise anaeróbia. Os exercícios
de resistência e os aeróbios, como corridas de longa distância, necessitam
principalmente do metabolismo aeróbio. As fibras musculares mais atuantes
nessa situação são as fibras do tipo I, denominadas fibras lentas oxidativas,
por serem altamente vascularizadas e com grande quantidade de mitocôndrias
e mioglobina, produzindo energia pela quebra de ATP por oxidação aeróbica.

Utilização de substrato energético durante o exercício


Estudos recentes têm investigado a participação das diferentes vias metabólicas
para o fornecimento de energia em várias condições experimentais. Ridell et al.
(2001) avaliaram a utilização de substrato energético durante a realização do
exercício (90 minutos de exercício em cicloergômetro a 55% do VO2máx) em
meninos com idade entre 10 e 14 anos, discriminando a participação das gorduras e
carboidratos no fornecimento de energia (Figura 1). Concordando com os achados
clássicos, os resultados do estudo indicaram que a participação do metabolismo
glicídico é reduzida com a passar do exercício, enquanto a contribuição por meio
da oxidação das gorduras aumenta de maneira inversa (RIDELL et al., 2001).

100%

80%
% da energia total

gordura
60%

40%

20% carboidrato

0%
10 30 50 70 90
Tempo

Figura 1. Porcentagem de contribuição energética proveniente


de gordura e carboidrato.
Fonte: Adaptada de Riddell et al. (2001).
8 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

Vídeo sobre sistema energético nos diferentes tipos de


exercício físico: aeróbico e anaeróbico.

https://goo.gl/BcTPB8

Treinamento físico realizado de acordo com


as adaptações observadas nos sistemas
neuromusculares, cardiovasculares,
cardiorrespiratórios e neuroendócrinos

Adaptações neuromusculares
O exercício físico é capaz de promover uma série de respostas no organismo
humano; contudo, a magnitude dessas respostas dependerá das características
pessoais apresentadas pelos indivíduos e do exercício realizado. No âmbito do
treinamento físico, podem-se destacar as atividades de caráter aeróbio, que
promovem o aperfeiçoamento funcional das fibras de contração lenta (TIPO IA)
por meio do aprimoramento da capacidade respiratória das mitocôndrias,
viabilizado pelo aumento do número e tamanho destas .
O exercício anaeróbio, que tem os incrementos de força, potência e a ocor-
rência da hipertrofia muscular como suas principais respostas representantes,
e o treinamento concorrente, que, ao integrar os dois citados treinos em um
mesmo plano regular de exercício físico, promove respostas adaptativas de me-
nor amplitude quando comparadas às possibilitadas pelos referidos realizados
isoladamente. Estímulos de tensão muscular, advindos fundamentalmente do
treinamento de força, concretizam-se como o principal fator de ativação das
células satélites (entre outros), pois esses estímulos (tensão) induzem a liberação
dos fatores de crescimento hepatócitos dependes de óxido nítrico, que, por sua
vez, interagem com as mencionadas células e iniciam uma cascata de eventos
que sinalizam o estabelecimento da síntese do DNA e do consequente tecido
musculo-esquelético, conforme demonstrado no Quadro 1.
Quadro 1. Adaptações neuromusculares frente ao exercício anaeróbio

Tipo de adaptação Referência de Estudo Resposta adaptativa

Neurofisiológica Folland e Williams (2007) ↑ Força e potência


Ross et al. (2001) ↑ Força e potência

Campos et al. (2002); Fry et al. ↑ Conversão entre os subtipos de fibra


(2003); Dawson et al. (1998); muscular: do tipo IIB para IIA
Blazevich et al. (2003)

Ross e Leveritt (2001); ↑ Retículo sarcoplasmático ↑ Liberação


Ortenblad et al. (2000) e remoção do cálcio intramuscular

Folland e Williams (2007);


Morfológica
Anderson e Pilipowicz (2002), ↑ Massa muscular
Tatsumi et al. (2002), Wozniak ↑Ativação das células satélites
et al. (2003)
↑ Reserva energética: ATP, ATP-CP,
Burgomaster et al. (2006; 2008) glicogênio muscular

Macdougal et al. (1984); Kubo et al.


↑ Densidade do tecido conjuntivo
(2002); Reeves et al. (2003)
↑ Metabolismo glicolítico e fosfogênico
Metabólica Ross e Leveritt (2001)
↑ Aprimoramento da ação da insulina

Fonte: Adaptado de Medeiros e Souza (2009).


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10 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

Os exercícios de resistência provocam adaptações musculares que controlam


o fornecimento de energia. As adaptações que ocorrem com o treinamento
promovem alterações no metabolismo muscular, adaptando-o para aumentar
a velocidade das trocas entre os capilares e as células e consequentemente
uma melhoria no desempenho físico (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2002).

Adaptações cardiovasculares
As respostas da pressão arterial (PAS e PAD) aos exercícios de resistência com
alto componente isométrico, tais como o levantamento de peso, são diferentes
das observadas durante exercícios dinâmicos, como corridas e caminhadas.
Durante os exercícios isométricos de alta intensidade, a PA pode exceder em
muito os valores referenciais de 120 e 80mmHg, respectivamente (AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2002).
Uma das razões para tal refere-se ao fato de que, nesses tipos de exercícios,
é muito comum a utilização da manobra de Valsalva. Isso provoca um aumento
exagerado na pressão intratoráxica, fazendo com que grande parte do aumento
da PA ocorra na tentativa do organismo de suportar a elevada pressão interna
causada por essa manobra. Diante disso, se o exercício realizado apresentar
características isométricas, a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo também
pode aumentar a resistência vascular periférica. Esse mecanismo causará o
aumento na PAS, principalmente pelo maior acúmulo de metabólitos que, ao
acionarem os quimiorreceptores musculares, estimularão o sistema nervoso
simpático, liberando catecolaminas.
Por outro lado, nos exercícios dinâmicos, observa-se aumento da atividade
nervosa simpática, que é desencadeado pela ativação do comando central, de
mecanorreceptores musculares e, dependendo da intensidade do exercício, de
metaborreceptores musculares. Contudo, sabe-se atualmente que uma única
sessão de treinamento aeróbio ou de força é capaz de reduzir a resistência vas-
cular periférica, causando assim um efeito hipotensor transitório. No exercício
físico crônico, por sua vez, ocorre a reversão completa da rarefação capilar e
da hipertensão arterial. Os mecanismos pelos quais o exercício físico reduz
a PA ainda não foram completamente elucidados. No entanto, sabe-se que
diferentes componentes têm grande participação na manutenção da homeostase
pressórica (UNESCO, 2013; HOEHN; MARIEB, 2008; LANDOWNE, 2011):
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 11

a) redução da hiper-reatividade simpática;


b) redução dos depósitos de gordura visceral;
c) redução do estado inflamatório crônico;
d) aumento da circulação de substâncias vasodilatadoras (adenosina,
dióxido de carbono, etc.);
e) redução da hiperinsulinemia;
f) melhoria da função renal.

Adaptações neuroendócrinas
A regulação hormonal do metabolismo energético depende da intensidade e da
duração do exercício. Cada secreção hormonal responde de uma forma, mais
especificamente, aumenta de forma exponencial de acordo com o aumento da
intensidade (MEDEIROS; SOUZA, 2009).
O aumento dos hormônios catecolaminas, que possuem efeitos positivos,
estimula a lipólise dentro dos músculos esqueléticos e do tecido adiposo,
aumentando assim a atividade da fosforilase, que catalisa a degradação do
glicogênio (glicogenólise), verificando-se o mesmo efeito de aumento nas
concentrações de adrenalina, noradrenalina, glucagon, cortisol e GH. Esse
aumento exponencial ocorre devido à modificação nas concentrações da glicose
sanguínea e à estimulação do sistema nervoso simpático. A concentração de
insulina durante o exercício progressivo tem padrão definido, com tendência
a ficar inalterada ou reduzida (MEDEIROS; SOUZA, 2009).
Mesmo exercícios de intensidade moderada tendem a causar diminuição
nos níveis sanguíneos de insulina. Essa diminuição parece estar associada à
maior liberação do hormônio adrenalina, o qual diminui a secreção pancreática
de insulina. Com o aumento progressivo da frequência ou intensidade do
exercício, induz-se ao aumento da intensidade do percentual do VO2max em
função do aumento do consumo de glicose nos/pelos músculos, aumentando
a sensibilidade à insulina, bem como aumentando as concentrações de lactato
sanguíneo e da acidose, que, por sua vez, inibem a liberação de insulina
(UNESCO, 2013; HOEHN; MARIEB, 2008; LANDOWNE, 2011).
Em exercícios intensos, representados pelas provas de velocidade no atle-
tismo ou natação e até mesmo pelos estímulos de corrida de curta distância e
de alta intensidade no futebol, o aumento das concentrações de catecolaminas
no sangue é mais intenso, influenciando com isso o metabolismo celular nos
músculos esqueléticos, nos músculos lisos, no músculo cardíaco, no tecido
adiposo e no fígado (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
12 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

Esses efeitos ocorrem em função das concentrações aumentadas de ca-


tecolaminas e produzem uma dependência quase total do catabolismo de
carboidratos nos músculos, aumentando com isso o consumo de glicose pelo
aumento da glicogenólise hepática induzido pela ação da adrenalina. No
exercício prolongado, ocorrem reduções nos estoques do glicogênio hepático
e muscular. Com as concentrações de glicogênio muscular reduzidas, ocorre
o aumento ou aceleração do metabolismo da glicose, provocando reduções
do açúcar sanguíneo e causando hipoglicemia. Essa reação ocorre com o
exercício, que estimula a liberação de glucagon, sendo que esse hormônio
atua de forma antagônica à insulina, que tem sua liberação diminuída quando
ocorre trabalho muscular, principalmente como forma de tornar a glicose mais
disponível para essa atividade (UNESCO, 2013).
Outro ponto a ser salientado é que o processo de envelhecimento é acom-
panhado por alterações dos sistemas neuromuscular e endócrino, tendo como
consequência redução de força e massa muscular. O treinamento resistido
tem sido apontado como eficaz em retardar o aparecimento de disfunções
observadas em idosos. O treinamento resistido é uma atividade voltada para
o desenvolvimento das funções musculares através da aplicação de sobrecar-
gas, capaz de promover aumentos de força e massa muscular em idosos. Os
exercícios resistidos induzem respostas fisiológicas agudas importantes para
ganhos de força e hipertrofia muscular; alterações hormonais que promovam
um ambiente anabólico apresentam papel importante nas adaptações crônicas
induzidas pelo treinamento (HEYWARD, 2011).
Tem sido demonstrado que os exercícios resistidos aumentam agudamente
a concentração de testosterona total em homens e mulheres jovens. O cortisol,
principal glicocorticoide secretado pela ativação do eixo hipotálamo-hipófise-
-adrenal, apresenta função catabólica e parece sofrer elevação transitória após
uma sessão de exercícios resistidos (BERNE et al., 2004).

Além de todas as alterações supracitadas, os efeitos psicológicos e sociais também


são de extrema importância: melhora a capacidade de trabalho; melhora a imagem
de si próprio; redução da ansiedade e depressão; melhora sensação de bem-estar;
melhora apetite e o ritmo de sono.
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 13

1. Os diferentes exercícios físicos b) O trabalho global de um


estimulam diferentes vias exercício físico é a melhor
metabólicas que exigem atuações alternativa para implementar
diferenciadas do organismo. respostas específicas.
Sobre os efeitos do exercício c) Quanto maior a aptidão física
físico sobre as vias metabólicas, do indivíduo ao iniciar um
marque a alternativa correta. treinamento, maiores os ganhos.
a) A presença de oxigênio no d) O ritmo da melhora na aptidão
organismo possibilita o início física aumenta conforme
da via anaeróbia alática. aproxima-se do limite
b) Muita energia é produzida genético de cada indivíduo.
pela via anaeróbia lática, assim e) Os benefícios do exercício
como é uma via rápida. físico são reversíveis depois
c) As fibras musculares do tipo de interrompido o período
I são as principais fibras que de treinamento.
atuam durante corridas de curta 3. Tanto os exercícios aeróbios quanto
distância e máxima velocidade. os exercícios resistidos possuem
d) As fibras musculares do tipo I modalidades que desempenham
possuem metabolismo oxidativo efeitos adversos no organismo.
por apresentarem grande A respeito desses exercícios,
quantidade de mitocôndrias. marque a alternativa correta.
e) As fibras musculares do tipo a) Os exercícios aeróbios
II possuem a capacidade de realizados de forma contínua
contração rápida pela obtenção têm como vantagem manter
de energia pela via aeróbica. a intensidade do exercício,
2. O conhecimento científico sobre alternando com pausas.
a prática esportiva aponta para b) O treinamento aeróbio
princípios que regem todo tipo de descontínuo é interessante para
treinamento e que os tornam mais indivíduos que possuem pouca
eficientes e seguros. A prescrição condição cardiorrespiratória.
do exercício, independente da c) O treino resistido pode
modalidade, deve considerar prejudicar as articulações por
esses princípios dos exercícios causar sobrecarga nelas.
físicos. Sobre estes princípios, d) O aumento da potência
marque a alternativa correta. muscular está relacionado
a) O desenvolvimento da aptidão ao treino de resistência.
física é dependente apenas e) O treinamento de resistência à
do aumento de intensidade fadiga exige que o movimento
ao longo do período de seja realizado com cargas leves.
realização de exercício.
14 Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico

4. Toda atividade necessita de regras individualidade, variabilidade,


para sua organização, e, na atividade manutenção e irreversibilidade.
física, não é diferente, ainda mais d) Princípio global, sobrecarga
quando trabalhamos de forma progressiva, individualidade,
direcionada e com metas pré- variabilidade, manutenção
estabelecidas. Para tanto, temos e irreversibilidade.
os princípios do treinamento, que e) Princípio da especificidade,
norteiam qualquer programa ou sobrecarga progressiva,
atividade física, desde uma simples coletividade, variabilidade,
caminhada ou corrida até um treino manutenção e reversibilidade.
de futebol, por exemplo. Seguir 5. O exercício físico desencadeia
esses princípios é uma condição respostas fisiológicas resultantes
indispensável para que a atividade de adaptações autonômicas e
se torne proveitosa e saudável. hemodinâmicas que influenciam
Marque a resposta correta. o sistema cardiovascular. Dentre as
a) Princípio global, sobrecarga adaptações cardiovasculares agudas
progressiva, individualidade, do exercício físico, marque a correta.​​​​​​​
variabilidade, manutenção a) Diminuição da pressão arterial.
e reversibilidade. b) Diminuição da
b) Princípio da especificidade, frequência cardíaca.
sobrecarga progressiva, c) Aumento do tônus simpático.
individualidade, variabilidade, d) Aumento do tônus
manutenção e reversibilidade. parassimpático.
c) Princípio da especificidade, e) Diminuição da frequência
sobrecarga progressiva, respiratória.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM


para os testes de esforço e sua prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
BARRET, K. E. et al. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
(Série Lange).
BERNE, R. M. L. M. et al. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
HEYWARD, V. H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas avançadas. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2011.
HOEHN, K.; MARIEB, E. N. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LANDOWNE, D. Fisiologia celular. Porto Alegre: AMGH, 2011. (Série Lange).
Treinamento esportivo e desempenho anaeróbico e aeróbico 15

MEDEIROS, R. J. D.; SOUZA, M. S. C. Adaptações neuromusculares ao exercício físico:


síntese de uma abrangente temática. CONEXÕES: Revista da Faculdade de Educação
Física da UNICAMP, v. 7, n. 1, p. 98-120, 2009. Disponível em: <https://periodicos.sbu.uni-
camp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8637788/5479>. Acesso em: 10 jan. 2019.
RIDELL, M. C. et al. Substrate utilization during exercise with glucose and glucose
plus fructose ingestion in boys ages 10-14 yr. Journal of Applied Physiology, v. 90, n. 3,
p. 903-911, 2001.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
UNESCO. Fisiologia do exercício. Brasília, DF: Fundação Vale; Unesco, 2013. (Cadernos
de referência de esporte, 2).
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2016.

Leituras recomendadas
ABREU, P.; LEAL-CARDOSO, J. H.; CECCATTO, V. M. Adaptação do músculo esquelético ao
exercício físico: considerações moleculares e energéticas. Revista Brasileira de Medicina
do Esporte, v. 23, n. 1, p.60-65, jan./fev. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rbme/v23n1/1517-8692-rbme-23-01-00060.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.
COSTANZO, L. S. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
CURI, R.; ARAÚJO FILHO, J. P. Fisiologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2009.
LANDOWNE, D. Fisiologia celular. Porto Alegre: AMGH, 2011. (Série Lange).
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009. (Coleção Martini).
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para a
reabilitação física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas.
3. ed. Barueri, SP: Manole, 2010.
SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5. ed.
Barueri, SP: Manole, 1997.
Conteúdo:
Dica do professor
Para o bom aproveitamento nos treinos físicos, a organização e o planejamento
desses treinamentos são necessários. Entender o período e objetivo de cada fase do treinamento é
vital para alcançar novos objetivos.

Nesta Dica do Professor, veja os princípios dos exercícios físicos.

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Exercícios

1) Os diferentes exercícios físicos estimulam distintas vias metabólicas que exigem atuações
diferenciadas do organismo.

Acerca dos efeitos do exercício físico sobre as vias metabólicas, marque a alternativa
correta.

A) A presença de oxigênio no organismo possibilita o início da via anaeróbia alática.

B) A produção do ATP é 2,5 vezes mais rápida pela via aeróbica, que é rápida.

C) As fibras musculares do tipo I são as principais fibras que atuam durante corridas de curta
distância e máxima velocidade.

D) As fibras musculares do tipo I têm metabolismo oxidativo por apresentarem grande


quantidade de mitocôndrias.

E) As fibras musculares do tipo II apresentam capacidade de contração rápida pela obtenção de


energia por meio da via aeróbica.

2) O conhecimento científico sobre a prática esportiva aponta para princípios que regem todo
tipo de treinamento, tornando-o mais eficiente e seguro. A prescrição do exercício deve
considerar os seus princípios independentemente da modalidade.

Sobre tais princípios, marque a alternativa correta.

A) O desenvolvimento da aptidão física é dependente apenas do aumento de intensidade ao


longo do período de realização de exercício.

B) O trabalho global de um exercício físico é a melhor alternativa para implementar respostas


específicas.

C) Quanto maior a aptidão física do indivíduo ao iniciar um treinamento, maiores os ganhos.

D) O ritmo da melhora na aptidão física aumenta conforme se aproxima do limite genético de


cada indivíduo.

E) Os benefícios do exercício físico são reversíveis depois de interrompido o período de


treinamento.
3) Tanto os exercícios aeróbios quanto os resistidos têm modalidades que desempenham
efeitos adversos no organismo.

A respeito desses exercícios, marque a alternativa correta.

A) Os exercícios aeróbios realizados de modo contínuo têm como vantagem manter a


intensidade do exercício, alternando com pausas.

B) O treinamento aeróbio descontínuo é interessante para indivíduos que têm pouca condição
cardiorrespiratória.

C) O treino resistido pode prejudicar as articulações por causar sobrecarga a elas.

D) O aumento da potência muscular está relacionado ao treino de resistência.

E) O treinamento de resistência à fadiga exige que o movimento seja realizado com cargas leves.

4) Existem alguns princípios para a execução de qualquer atividade física. Segui-los é condição
indispensável a fim de que a participação de qualquer pessoa nas atividades seja uma
experiência proveitosa e, se possível, agradável.

Quais são os princípios universalmente aceitos?

Marque a resposta correta.

A) Princípio global, sobrecarga progressiva, individualidade, variabilidade, manutenção


e reversibilidade.

B) Princípio da especificidade, sobrecarga progressiva,


individualidade, variabilidade, manutenção e reversibilidade.

C) Princípio da especificidade, sobrecarga progressiva,


individualidade, variabilidade, manutenção e irreversibilidade.

D) Princípio global, sobrecarga progressiva, individualidade, variabilidade, manutenção


e irreversibilidade.

E) Princípio da especificidade, sobrecarga progressiva, coletividade, variabilidade, manutenção


e reversibilidade.

5) O exercício físico desencadeia respostas fisiológicas resultantes de adaptações autonômicas


e hemodinâmicas que influenciam o sistema cardiovascular. Dentre as adaptações
cardiovasculares agudas do exercício físico, marque a alternativa correta.

A) Diminuição da pressão arterial

B) Diminuição da frequência cardíaca

C) Aumento do tônus simpático

D) Aumento do tônus parassimpático

E) Diminuição da frequência respiratória


Na prática
No caso da gonartrose ou artrose no joelho, a fisioterapia é fundamental a fim de evitar a
degradação progressiva dessa articulação e diminuir a dificuldade para realizar as atividades do dia
a dia, o que afeta a saúde e o bem-estar do doente.

O objetivo principal é adiar o máximo possível a incapacidade que a osteoartrose do joelho pode
trazer, sobretudo pela dor e dificuldade em movimentar essa articulação, para que não surja a
consequente inatividade. Nesse sentido, o exercício físico é um aliado no fortalecimento do joelho.

Neste Na Prática, veja como proceder em um caso para fortalecimento de joelho.


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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Biomecânica interna e sistema musculoesquelético e nervoso


Neste livro, você vai aprofundar seus conhecimentos sobre biomecânica interna e sua relação com
os sistemas esquelético, nervoso e muscular.

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Treino e periodização
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treinamento desportivo, respeitando as particularidades dos diferentes tipos de esportes.

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Exercício anaeróbico ou aeróbico? Como age o metabolismo


pós-treino?
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no pós-treino.

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O que é limiar anaeróbio?


Qual é a diferença entre exercício aeróbio e anaeróbio?

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