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Introdução à

Seção 1.1 ciência dos


exercícios físicos
INTRODUÇÃO
Nossos ancestrais eram nômades e dependiam da caça para a sobrevivência.
Essa prática exigia um gasto energético muito grande, por meio das atividades físicas
necessárias.
Além disso, o consumo de alimentos era, por vezes, escasso.
Transição nutricional”: industrialização, consumo de alimentos processados, ricos em
açúcares e gorduras, redução drástica na quantidade de atividade física na vida diária,
ocasionada pelos sistemas de automação no trabalho e pelas facilidades de transporte
Estilo de vida pouco saudável, com o predomínio de comportamentos sedentários, e,
simultaneamente, temos visto crescer a prevalência de doenças crônicas associadas a
esse estilo de vida moderno.
INTRODUÇÃO
Desde a década de 1950, a prática de exercícios físicos já vem sendo descrita, assim
como a alimentação, como fator de proteção para a saúde e como prevenção para
diversas doenças.
Recentemente sabe-se que os benefícios da prática regular de exercícios físicos, ao
contrário do que se pensava até alguns anos atrás, vão além da prevenção e do
tratamento de sobrepeso e de doenças cardiovasculares
Melhoras significativas em todos os aspectos: mentais, cognitivos, fisiológicos,
bioquímicos e estruturais.

Você sabe a diferença entre atividade física e exercício físico?


Atividade física é qualquer movimento produzido pela musculatura esquelética que leve a um
gasto energético maior do que o basal

O exercício físico, por sua vez, é qualquer atividade física planejada, estruturada e repetida, que
tem o objetivo de manutenção ou de melhora da aptidão física

Existe, ainda, uma definição específica para esporte: trata-se de uma prática corporal que
envolve competição regulamentada e que se fundamenta na superação de competidores ou de
resultados previamente estabelecidos
De acordo com o tipo das atividades físicas realizadas diariamente (Figura 1.1), os
indivíduos podem ser classificados como fisicamente ativos, insuficientemente
ativos ou sedentários:
• O indivíduo fisicamente ativo é aquele que inclui no seu dia a dia atividades com gasto
energético moderado a intenso e, portanto, segue as recomendações de intensidade e frequência
da prática de atividades físicas diárias, seja no lazer, em atividades domésticas, no trabalho ou na
locomoção.

• O indivíduo insuficientemente ativo pratica atividades com gasto energético de leve a


moderado, não cumprindo as diretrizes de saúde pública para os níveis diários recomendados de
atividade física.

• Já o indivíduo sedentário é caracterizado pela ausência de atividades que elevem de forma


significante o gasto energético basal, com predominância de atividades que sejam realizadas em
repouso (sentado em atividades de lazer, como assistindo a TV ou usando o computador, ou ainda
atividades em repouso no trabalho ou na escola).

Com o que você se identifica?


Para compreender as bases fisiológicas das atividades físicas, podemos utilizar uma
definição que faz uma separação em três grandes grupos de sistemas (Figura 1.2):
Todos esses sistemas fisiológicos funcionam de forma integrada, de modo que, a partir
de alterações em um deles, existe uma coordenação de respostas em busca de
reestabelecer a homeostasia, ou seja, o equilíbrio.
Os exercícios físicos, por exemplo, servem como estímulos para adaptações que levam
temporariamente à perda da homeostasia, mas que posteriormente trazem benefícios
Todo processo adaptativo precisa, portanto, de um estímulo, que pode ser natural ou
artificial e pode, ainda, ocorrer de forma espontânea ou programada.
No caso dos exercícios físicos, esse estímulo é muitas vezes conhecido como carga de
treino.
As cargas de treino são compostas por algumas variáveis como o volume, a intensidade
e a complexidade da atividade realizada e serão determinadas pelo profissional de
educação física ou cientista do esporte, de acordo com a periodização estabelecida por
ele.
Os processos adaptativos desencadeados pelo estímulo dos exercícios físicos podem, por sua vez,
acontecer de diversas formas (Figura 1.3):
•De forma genotípica ou fenotípica: em nível celular
e molecular (genótipo) ou em relação a mudanças
visíveis e mais facilmente mensuráveis (fenótipo).

• De forma aguda ou crônica: existem adaptações que


acontecem de forma rápida, apenas para que o
exercício possa ser mantido. Por exemplo: adaptações
que levam mais tempo a acontecer e que são mantidas
por longos períodos.

•Em nível sistêmico: podem beneficiar processos


comportamentais, fisiológicos, bioquímicos,
neuromotores e estruturais.
A prática de exercícios físicos regular ou o treino esportivo, no caso dos atletas, proporciona,
mediante os processos adaptativos, o desenvolvimento ou a melhora de algumas capacidades físicas
específicas (Figura 1.4).
Sem medo de errar
As adaptações que acontecem no nosso corpo, decorrentes da prática de exercícios
físicos, vão depender do tipo de estímulos que esses exercícios desencadeiam.
Todo processo adaptativo precisa de um estímulo; no caso dos exercícios físicos, é
conhecido como cargas de treino, que são compostas por variáveis como volume,
intensidade e complexidade da atividade.
O “crescimento dos músculos”, citado no caso hipotético da conversa na academia
sobre adaptações provocadas pela prática de exercícios, refere-se à hipertrofia
muscular, um processo que envolve um conjunto de adaptações genotípicas e
fenotípicas, de forma crônica, levando ao aumento do tecido muscular.
Cálculo por METs
Uma das formas de calcular as necessidades nutricionais é com base nos
equivalentes metabólicos (MET).  MET é a abreviação de metabolic equivalente
task, ou Equivalente Metabólico da Tarefa, relacionado ao consumo de
oxigênio (3,5 ml/kg/min) aplicado a cada atividade.

Baseado nisso é atribuído um MET para cada tipo de exercício físico, e ele varia
de acordo com a intensidade da prática. Assim, a corrida a 15km/h possui um
MET superior à corrida a 8km/h.
No cálculo por METs, leva-se em consideração o peso do indivíduo, o tempo de
atividade e o MET da atividade (gasto energético = MET x Peso x tempo de prática da
atividade em horas), por exemplo, um atleta do sexo masculino com peso de 75 kg que
se propõe a andar de bicicleta pelo período de 1 hora.
O MET para andar de bicicleta de forma intensa é 10,0.
MET x Peso x tempo de prática da atividade em horas
10,0 x 75 x 1 = 750 calorias gastas nesta atividade.
E esse gasto calórico deve ser adicionado ao cálculo de necessidades energéticas do
praticante de atividade física
EXEMPLO
Calculando gasto da atividade (MET)

Corredora com 55kg


Tempo de corrida = 45min
Consultando o Compêndio = 16 MET
MET x Peso x tempo de prática da atividade em horas
16 X 55 X (45/60)
16 X 55 X 0,75
MET = 660 KCAL EM 45 MINUTOS
EXERCITE
Calculando gasto da atividade (MET)

Praticante de Corrida leve com 60kg

Tempo de corrida = 1 hora

Consultando o Compêndio = 9 MET

Gasto calórico = MET x Peso x tempo de prática da atividade em horas

Gasto calórico =

9 X 60 X 1

Gasto calórico =

540 KCAL GASTAS EM 1 H


LER O ARTIGO E RESPONDER:
Apresentação de uma Versão em Português do Compêndio de Atividades Físicas:
uma contribuição aos pesquisadores e profissionais em Fisiologia do Exercício.
http://www.saudeemmovimento.com.br/revista/artigos/rbfex/v2n2a6.pdf

1 - Por que a classificação da intensidade das atividades físicas é importante para o


planejamento dietético?
2 - Descreva, sucintamente, o Compêndio de Atividades Físicas.
3 - Cite duas Limitações do Compêndio de Atividades Físicas.

https://nutritotal.com.br/pro/material/met-multiplos-de-equivalentes-metabolicos/
OBRRIGADA!

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