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10/06/2023 19:05 Fisiologia do Exercício

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃ O À FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO E METABOLISMO

Francisco Paulino de Abreu Neto

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10/06/2023 19:05 Fisiologia do Exercício

Introdução
O exercício e a atividade física exercem um papel importantíssimo dentro da nossa rotina diária. Tornar-se
fisicamente ativo é uma questão de sobrevivência, pois precisamos nos locomover para poder explorar o mundo
e alcançar nossos objetivos. Além disso, na atualidade, o exercício se tornou também a maneira mais barata e
eficaz de garantir uma melhor qualidade de vida e prevenir uma série de doenças da modernidade. Movimentar-
se é, portanto, uma atividade inerente de nossa fisiologia, e entender como o exercício e a atividade física
alteram nossas funçõ es fisioló gicas é fundamental. É justamente este o papel da fisiologia do exercício:
compreender como nosso corpo funciona a uma série de estímulos e mudanças relacionadas ao exercício.
Assim, tendo em vista a importância desse assunto, nesta unidade, você terá acesso a uma série de conceitos de
grande valia para o profissional que quiser se destacar no mercado de trabalho e oferecer um atendimento de
qualidade aos clientes, compreendendo o que é o exercício, seu papel e como tudo se inicia por meio do estudo
da fisiologia do movimento humano. 
Você conhece a bioquímica envolvida na liberação de energia? E como metabolizamos e fornecemos energia
para o corpo se movimentar? Como as reaçõ es químicas ocorrem? Como aproveitamos os nutrientes de nossa
alimentação para o fornecimento de energia? Finalmente, como o exercício e o treinamento causam adaptaçõ es
em nossos sistemas? Todas essas perguntas você terá oportunidade de responder ao longo desta unidade, na
qual você compreenderá, ainda, como a bioenergética é importante para entendermos sobre a intensidade e
duração do exercício, sobre o gasto energético e, ainda, descobrirá como podemos medir o gasto energético.
Pronto(a) para começar? Bons estudos!

1.1 Conceitos importantes


Antes de iniciarmos nossos estudos sobre fisiologia do exercício, é importante entendermos alguns conceitos
que, no dia a dia, costumamos tratar de maneira muito simples e até mesmo como sinô nimos, mas que
possuem certas diferenças. É muito comum, assim, que conceitos como exercício, aptidão física,
condicionamento físico, saú de, entre outros, sejam compreendidos de maneira equivocada ou simplista.
Contudo, há diferenças fundamentais entre esses termos que são importantes para compreendermos como os
sistemas fisioló gicos são alterados por meio dessas práticas. Apesar de necessariamente diferentes, esses
conceitos se completam e muitas vezes agem uns sobre os outros, pois, como você verá, os sistemas
fisioló gicos não são uma gaveta com várias divisó rias, mas sim uma grande engrenagem que se movimenta de
forma interligada, na qual um pequeno movimento faz toda máquina funcionar.

1.1.1 O que é o exercício?


Existem muitas explicaçõ es a respeito do que é o exercício, desde uma sucessão de contraçõ es musculares para
um devido fim, uma resposta motora a um determinado estímulo e até mesmo uma atividade realizada para
desenvolver uma aptidão física. Porém, o certo é que o exercício físico é o ponto de partida para as respostas
fisioló gicas que irão começar a desencadear em nosso organismo as adaptaçõ es agudas e crô nicas a respeito da
atividade física (MCARDLE, 2016).

1.1.2 O que é aptidão física?


Assim como a definição de exercício, a definição de aptidão física também depende muito do contexto no qual
ela está inserida. A aptidão física está relacionada ao tipo de estresse ao qual o corpo humano é submetido, e
assim como existem diversos tipos de exercícios, existem também diversos tipos de aptidõ es físicas: podemos

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falar sobre aptidão física relacionada à força e potência muscular; resistência aeró bia e resistência muscular;
flexibilidade e composição corporal. Esta ú ltima, por mais estranho que possa parecer, é sim uma aptidão física,
pois também define uma predisposição ao exercício. Assim, ela também é classificada como aptidão física
(FLECK; KRAEMER, 2014).

1.1.3 O que é treinamento físico?


O treinamento físico pode ser descrito como uma sequência de exercícios físicos realizados de uma forma
organizada e sistêmica para o desenvolvimento de uma ou mais aptidõ es físicas. É essencial entender esse
conceito para compreender a importância da sequência de exercícios propostos em uma sessão de treinamento
físico, por exemplo. Tudo deve ter um porquê e um objetivo bem definido, pois o corpo humano só irá se
transformar, adaptar-se e provocar as mudanças necessárias para o desenvolvimento das aptidõ es se
promovermos os estímulos certos, na dose certa e no momento certo. Esses diferentes estímulos e diferentes
respostas ao exercício físico e ao treinamento são o principal objeto de estudo da fisiologia do exercício.

1.1.4 Adaptações agudas e crônicas ao exercício físico


As adaptaçõ es ao exercício e/ou ao treinamento físico ocorrem de duas maneiras. Conheça esses dois tipos de
adaptaçõ es clicando nas abas a seguir:

Inicialmente, temos as mudanças imediatas ao exercício: saímos do ponto de repouso


no qual nos encontramos e iniciamos algum movimento. Assim, o organismo precisa
Adaptaçõe
sair de seu ponto de homeostase e provocar as primeiras adaptaçõ es, como contração
s agudas
muscular, aumento da frequência cardíaca, sudorese etc. Para essas adaptaçõ es, damos
o nome de adaptações agudas. 

Com o passar do treinamento – uma semana, duas semanas, um mês, três meses –,
Adaptaçõe surgem mudanças corporais como hipertrofia, aumento do ventrículo esquerdo,
s crônicas aumento da capacidade cardiorrespirató ria etc. Chamamos essas mudanças de
adaptações crônicas (FLECK; KRAEMER, 2014). 

A seguir, conheça mais sobre uma das adaptaçõ es crô nicas ao treinamento.

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VOCÊ SABIA?
Entre as adaptações crônicas ao treinamento, podemos destacar a hipertrofia. Ela
é uma das adaptações mais estudadas pelos profissionais da á rea para entender
melhor o ganho de massa muscular. Diversas estraté gias e tipos de treinamento
físico sã o realizados para otimizar o ganho de massa magra, como o treinamento
resistido (musculaçã o) de oito semanas, por exemplo, por meio do qual ocorre o
aumento da força e/ou hipertrofia muscular em funçã o da maior ativaçã o elé trica
nas fibras musculares durante o exercício. Tal adaptaçã o se dá , assim, por meio de
diferentes mé todos de treinamento que possuem, cada qual, sé ries e repetições e
aumento de carga de maneira contínua e adaptada ao objetivo e ao indivíduo
(FLECK; KRAEMER, 2014).

A seguir, você compreenderá como ocorrem esses processos e descobrirá, ainda, qual o passo a passo para
controlar cada adaptação. Acompanhe!

1.2 O que é homeostase?


Quando estamos em repouso – como, por exemplo, agora, enquanto você está lendo este conteú do –,
encontramo-nos em um momento que chamamos de homeostase. Esse momento não indica que nada esteja
ocorrendo, apenas que os sistemas estão em equilíbrio e suas funçõ es corporais se combinam para manter a
homeostase. A homeostase é um importante conceito para entendermos que o estresse é muito importante para
a adaptação e melhora dos sistemas fisioló gicos, mas que apó s vivenciá-lo, o organismo tende sempre a voltar
ao equilíbrio. Quando mais rápido isso acontecer, mais teremos uma indicação de que o sistema está eficiente.

1.2.1 Sistemas de controle corporal


No nosso organismo, possuímos inú meros sistemas de controle corporal, desde sistemas para controlar a
respiração, o batimento cardíaco, a contração muscular, a pressão arterial, a sudorese, entre muitos outros.
Nesta unidade, veremos os principais sistemas relacionados ao exercício e as adaptaçõ es que decorrem dele. 
Os componentes do sistema de controle corporal são baseados em três pontas, as quais você conhece clicando a
seguir:

A primeira refere-se ao receptor do estímulo.

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A segunda diz respeito à unidade de controle.

A terceira é concernente ao mecanismo efetor.


Para exemplificar, podemos observar o mecanismo de controle da pressão arterial. Com o aumento da frequência
cardíaca e o aumento da circulação sanguínea relacionados ao exercício ou estado de estresse, a pressão arterial
também sofre alteração. Sendo assim, entra em ação o sistema de controle para que não ocorra a hipertensão.
Vários mecanismos sensoriais provocam alteraçõ es de vasodilatação (artérias e veias) para ocasionar um
aumento em seu calibre e para que, assim, o sangue possa circular de maneira mais eficiente, gerando uma
vasodilatação e fazendo com que a pressão arterial não atinja níveis prejudiciais. 
Outro sistema de controle interno importante que funciona durante o exercício é o controle da sudorese.
Chamamos esse sistema de termorregulação ou controle hídrico. Quando nos exercitamos, os mú sculos em
contração aumentam a produção de calor, sendo assim, para mantermos a temperatura corporal em valores
normais, esse calor deve ser direcionado para o ambiente externo. Como o corpo tem receptores ao calor na
pele, bem como, na região do cérebro, o aumento da temperatura no sangue é sentido pelo hipotálamo, temos
uma estimulação nervosa e a sudorese. Desse modo, perdemos a maior parte desse calor por meio da
evaporação do suor expelido pela nossa pele. A perda de líquido em forma de suor pode chegar a dois litros por
hora se a temperatura do ambiente estiver quente e/ou ú mida e a intensidade do exercício for alta. 

Figura 1 - Na imagem, é possível ver com detalhes os locais onde é produzido e excretado o suor.
Fonte: sciencepics, Shutterstock, 2019.

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Na sequência, verificamos outros exemplos dos principais sistemas de controle bioló gico acionados durante o
exercício. No quadro, à esquerda, você verá os efeitos de cada sistema de controle mencionado, estando
presentes apenas aqueles que possuem uma ação direta com o exercício, como o aumento do metabolismo, a
diminuição da glicose, o aumento da ventilação pulmonar, aumento da frequência cardíaca, aumento da
sudorese, diminuição da resistência vascular e o aumento da reabsorção de água pelos rins. Na coluna do meio,
é possível verificar qual será o estímulo e o seu ó rgão efetor que desencadeará a ação. Por fim, à direita, é
apresentada sua função dentro da resposta ao exercício e/ou ao treinamento.

Quadro 1 - Sistemas de controle bioló gico mais importantes durante o exercício.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Cada um desses exemplos demonstra um sistema de retroalimentação, o que significa que há uma maneira de
controlar os estímulos positiva ou negativamente. Para entender de maneira mais simples, quando uma
concentração de um determinado estímulo estiver muito alta, o organismo tende a criar situaçõ es para baixá-la;
e quando a concentração estiver muito baixa, o organismo cria situaçõ es para aumentá-la, buscando, assim,
sempre o equilíbrio homeostático.

1.3 O que é metabolismo?


O metabolismo é o termo utilizado para mensurar o gasto energético do organismo. O corpo possui uma
necessidade individual de gasto energético para suas funçõ es vitais, tais como batimento cardíaco, circulação
sanguínea, manutenção da temperatura corporal etc. Ele gasta, em média, cerca de 1200 a 2000 calorias só em
repouso. 
Nesta unidade, veremos aquilo que o exercício muda nesse processo; quanto a mais de calorias podem ser
acrescentadas nesse metabolismo; as diferenças entre intensidades de exercícios; as diferentes reaçõ es químicas
que são provocadas para o fornecimento de energia para a atividade física; e, finalmente, como os sistemas
musculares se adaptam e melhoram para produzir de forma mais eficiente essa energia.

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1.3.1 O que é energia?


O organismo não armazena energia de uma forma direta e, por isso, não consegue utilizá-la imediatamente, ou
seja, precisa-se de um estímulo para que se inicie uma série de reaçõ es químicas que irão liberar essa energia,
que chamamos de energia química. Desse modo, dizemos que a energia não pode ser criada ou destruída, mas
modificada de uma forma a outra. 
A transferência de energia será sempre processada no sentido do aumento da excitação das moléculas e, assim, a
“energia livre” será obtida. Diante disso, podemos definir a energia a qual necessitamos como aquela que se
obtém a partir das ligaçõ es químicas ou da quebra dessas ligaçõ es. 
Para entender esse processo, é importante nos lembrarmos de que quase tudo que nos circunda – como o nosso
corpo – é formado por ligaçõ es químicas. Desse modo, a energia química tem grandes possibilidades para ser
realizada, sendo uma das mais importantes para nossa sobrevivência: a alimentação que ingerimos tem energia
química que é quebrada, fornecendo-nos aquilo que precisamos para sobreviver (ANDRADE, 2016).

1.3.2 ATP: nossa moeda de energia


Segundo Robergs (2012, p. 28), a ATP

[...] é uma molécula de alta energia produzida pelo organismo, presente em todas as células, que
consiste em uma molécula de adenosina (adenina) unida a uma molécula de nucleosídeo (ribose) e
a três radicais fosfato (composto de fó sforo unidos a oxigênios), conectados em cadeia, onde a
energia é armazenada nas ligaçõ es entre os fosfatos. A quebra de uma molécula do grupo fosfato
libera uma grande quantidade de energia, aproximadamente entre 7,3 e 7,6kcal/mol, reduzindo o
ATP a uma molécula de adenosina difosfato (ADP) e uma molécula de fosfato inorgânico (Pi). A
energia livre liberada nessas reaçõ es é responsável pelos processos de contração muscular e pelos
estímulos elétricos neurais que controlam os movimentos corporais e a regulação hormonal. 

Assim, tanto no repouso ou em qualquer outra atividade produzida por meio de movimentos, tem-se uma
liberação de energia pela quebra de moléculas de ATP utilizadas para a realização dessas práticas.

1.4 Bioenergética
A ciência que estuda como a energia é convertida de uma forma a outra em seres vivos é denominada
bioenergética. Para a fisiologia do exercício, é fundamental o estudo dessa ciência para entendermos como a
energia química é processada para a disposição do organismo ao movimento. A seguir, clique e conheça as
principais leis desta ciência:

Primeira lei

A primeira lei da bioenergética diz que a energia nunca é destruída,


mas sempre transformada. Portanto, as reaçõ es químicas que são
realizadas em nosso organismo promovem diversos tipos de reaçõ es,
assim como a contração muscular que gera o movimento. A quebra da
molécula de ATP será uma das principais responsáveis por isso. 

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Segunda lei

A segunda lei da bioenergética nos ajuda a compreender o porquê ou


em qual direção ocorreu a reação química e, dessa forma, o quanto de
energia química foi liberada. Na reação química que quebra o ATP,
ocorre a liberação de energia que é utilizada pelos mú sculos para o
movimento. A molécula de ATP se transforma em ADP e, nessa
reação, são liberadas cerca de 14 kcal/mol de ATP hidrolisado em
adenosina difosfato, o que abastece os processos envolvidos no
trabalho celular, tais como a contração muscular. 

No esquema a seguir, podemos observar o modelo da molécula de ATP e suas ligaçõ es e, na sequência, o modelo
do esquema da quebra do ATP.
ATP = ADENOSINA – ENERGIA – Pi – ENERGIA – Pi – ENERGIA – Pi
Na liberação de energia, ocorre a seguinte reação:
(ATP) ADENOSINA – Pi – Pi – Pi / ação da enzima ATPase / Quebra de uma ligação de Pi
A molécula fica, então, da seguinte maneira: 
(ADP) ADENOSINA – Pi – Pi + ENERGIA – Pi
Quando há uma ingestão excessiva de alimentos, as células não aumentam os seus estoques de ATP
proporcionalmente a essa alimentação, uma vez que elas não possuem espaço suficiente para acumular ATP.
Sendo assim, o excesso de moléculas de glicose é utilizado para formar um outro substrato energético: o
glicogênio. Havendo uma quantidade ainda maior de alimento, esse excesso também pode ser direcionado para a
formação de ácidos graxos (gordura). Portanto, glicogênio e ácidos graxos são estoques de substratos ricos em
energia que o organismo forma para ter à disposição quando em situaçõ es nas quais a demanda por energia
durante o exercício aumente.

1.4.1 Metabolismo celular


Para o exercício, temos dois momentos muito importantes no processo celular: o catabolismo, momento de
quebra de energia; e o anabolismo, momento de ressíntese de energia. Muitas dessas reaçõ es ocorrem de
maneira conjunta, funcionando em um equilíbrio dinâmico: uma maior quebra de energia aumenta o
catabolismo e uma diminuição sua aumenta o anabolismo, e vice-versa. A velocidade das reaçõ es pode ocorrer
de diversas maneiras, sendo importante para nosso estudo a compreensão de como a intensidade do exercício
pode influenciar nesse processo.

1.4.2 Catabolismo e anabolismo


Para compreender mais sobre os processos de catabolismo e anabolismo, podemos nos voltar para o local onde
ocorre o movimento: o mú sculo esquelético. Apesar de que, para fins didáticos, normalmente estudamos cada
particularidade sua de forma separada, é importante entendermos que todas as especificidades do metabolismo
ocorrem simultaneamente. Tendo isso claro, tenhamos em mente que o mú sculo esquelético pode produzir ATP
necessário para promover uma contração muscular a partir de uma combinação de três vias metabó licas:
sistema fosfagênio ou ATP-CP; sistema glicolítico; e sistema aeró bio.

• Sistema fosfagênio ou ATP-CP

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Como visto anteriormente, primeiro temos a quebra da molécula de ATP disponibilizando energia por meio da
liberação de um fosfato inorgânico de sua cadeia. Porém, para manter o sistema ativo, temos também o reverso
da equação. A fosfocreatina (PC) tem uma cadeia de fosfato de alta energia, e decompõ e-se na presença da
enzima creatina fosfoquinase. A energia liberada é, então, utilizada para formar novamente uma molécula de
ATP, a partir do ADP. A importância desse sistema é que ele pode regenerar o ATP rapidamente. Durante o
exercício, devemos lembrar que a reserva de ATP intramuscular é limitada. Sendo assim, ela pode ser deletada
durante um exercício intenso como, por exemplo, o sprint de 100 metros no atletismo.

• Sistema glicolítico
A glicose oriunda do excesso de nutrientes é armazenada no mú sculo e no fígado. A esse substrato damos o
nome de glicogênio, e recorremos a ele para fornecer mais energia ao movimento.  Navegue no recurso a seguir e
conheça mais sobre o glicogêncio e o sistema glicolitico:

O glicogênio muscular é uma molécula grande constituída por unidades de glicose. Ao catabolismo
da glicose, por sua vez, damos o nome de glicogenó lise. 

A glicogenó lise anaeró bia representa também um dos principais fornecedores de ATP durante
atividades de alta e média intensidade e de curta duração como as corridas de curta distância. 

É o caso, por exemplo, de provas de 400 e 800 metros e também de provas de 50 e 100 metros na
natação, além de muitas vezes, ainda, atividades mistas como os esportes coletivos de alto nível.
Essas atividades – denominadas atividades anaeró bias – dependem maciçamente do sistema
fosfagênio e da glicó lise anaeró bia. 

Finalmente, cumpre destacar que temos dois tipos de atividades anaeró bias: as aláticas e as láticas.
A primeira ocorre como descrito no sistema fosfagênio, no ponto anterior; e as láticas são as
descritas aqui no sistema glicolítico. 

Elas são láticas porque produzem resíduos dessa reação – como o lactato –, que armazenam
energia para o processo continuar no pró ximo sistema: o aeró bio.

• Sistema aeróbio 
Ao passo em que a intensidade do exercício diminui e a duração é prolongada, diminui-se a dependência que
vem dos fosfagênios intramusculares e da glicó lise anaeró bica e a produção aeró bia de ATP, por seu turno, torna-
se cada vez mais importante. A partir da quebra incompleta da glicose, o sistema glicolítico fornece um
substrato que conhecemos como piruvato. Esse substrato adentra a mitocô ndria começando, assim, o processo
que conhecemos como Ciclo de Krebs. O sistema aeró bio é particularmente adequado para a produção de ATP
durante o exercício prolongado tipo resistência (endurance), portanto, para que tenhamos energia suficiente para

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suportar atividades muitas vezes de algumas horas, dependemos de todas as vias metabó licas funcionando
tanto no sentido da quebra das moléculas para fornecer energia quanto na ressíntese para promover a
continuação do fornecimento de energia. 

Figura 2 - Em jogo coletivo como o futebol, as fontes energéticas predominantes mudam a todo momento, e
todas trabalham de uma forma integrada para o fornecimento de energia.
Fonte: Natursports, Shutterstock, 2019.

Desse modo, durante um jogo de futebol, por exemplo, existe o predomínio de diferentes vias metabó licas. O
grande desafio é justamente em atividades mistas como essa e em outros esportes coletivos, tendo o corpo de se
adaptar criando um aporte energético necessário para que se mantenha em alto nível durante o exercício.

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VOCÊ QUER LER?


Uma das principais fontes de conteú do té cnico e científico para fisiologistas de todo o
mundo é o site do American College of Sports Medicine. Sobre o tema das vias
metabólicas, o artigo “Modelos de progressã o no treinamento de resistê ncia”, de
Kraemer et al., publicado originalmente no site, traz pontos importantes a respeito da
progressã o nos treinamentos e seus conceitos. A leitura do artigo traduzido está
disponível em: <https://www.cdof.com.br/acsm5.htm
(https://www.cdof.com.br/acsm5.htm)>. Confira!

Anteriormente, vimos que a ingestão de alimentos pode fornecer energia química. Mas quais são os nutrientes
que estão incluídos nesses alimentos e que nos fornecem energia? Vejamos na sequência!

1.4.3 Quais nutrientes alimentam o fornecimento de energia?


Os principais nutrientes utilizados pelo organismo no metabolismo energético são os carboidratos (glicose), a
gordura (ácidos graxos) e as proteínas (aminoácidos). A seguir, clique nas abas para conhecer cada um deles.

Glicose

A glicose é o carboidrato predileto do metabolismo no mú sculo. O glicogênio é constituído por


uma proteína interna a qual as moléculas de glicose são anexadas. 

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Lipídeos

Os principais lipídeos, por sua vez, são aqueles que chamamos de glicerol. 

Aminoácidos

Os aminoácidos possuem átomos de nitrogênio que serão importantíssimos na fase de ressíntese,


no anabolismo.

Esses principais nutrientes são responsáveis por diversas funçõ es tanto no catabolismo quanto no anabolismo.
Eles também são utilizados de forma diferente dependendo da intensidade do exercício: em atividades mais
intensas, irá ocorrer uma utilização mais rápida e disponível da glicose fornecida mais rapidamente pelos
carboidratos; em uma atividade física prolongada, será necessária a reserva energética oferecida pelas gorduras
na forma de glicerol; as proteínas, finalmente, serão melhor aproveitadas na ressíntese proteica com a utilização
dos aminoácidos para reconstrução dos mú sculos.

1.4.4 Gasto energético e ergometria


Durante o exercício, utilizamos energia química para a contração muscular. Além disso, ao longo do dia,
utilizamos energia para nossas funçõ es vitais, gastamos energia para a manutenção da temperatura e, ainda, para
muitas outras funçõ es do nosso sistema fisioló gico. Assim, produzimos trabalho e potência. Para podermos
medir esse trabalho, cientistas desenvolveram métodos que podem quantificá-lo. Testes são aplicados de

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maneira que o indivíduo, ao realizar um exercício de forma controlada, possa mensurar seu nível de esforço.
Quando se controla a intensidade do exercício, as respostas metabó licas podem ser comparadas entre
indivíduos diferentes ou, ainda, pode-se comparar as respostas de um mesmo indivíduo em circunstancias
diferentes. 
Esses testes são importantes para sabermos qual o balanço calórico total, ou seja, a quantidade de calorias
gastas durante uma atividade física e durante nosso dia como um todo. Para descobrirmos tal balanço,
primeiramente dividimos o gasto energético em dois momentos: no primeiro, calculamos a taxa metabólica
basal (TMB), isto é, a quantidade de calorias gastas para o corpo se manter vivo, apenas a contar suas funçõ es
vitais. Sendo assim, devemos usar, de forma indireta e bem prática, uma equação muito utilizada na literatura.
Trata-se de uma equação padrão criada pelo pesquisador Harris Benedict, em 1918, que segmenta os gêneros
masculino e feminino em função da diferença de composição corporal entre massa magra e gordura corporal.
Dessa maneira, temos as seguintes equaçõ es:
• masculino: TMB = 66,5 + (13,75 x peso em kg) + (5,003 x altura em
cm) - (6,755 x idade em anos);
• feminino: TMB = 655,1 + (9,563 x peso em kg) + (1,850 x altura em
cm) - (4,676 x idade em anos).
Para exemplificar, consideremos um homem de 80 quilogramas, com 1,75 metros de altura e 30 anos de idade.
Diante desses dados, teríamos:
TMB = 66,5 + (13,75 x 80) + (5,003 x 175) - (6,755 x 30)
TMB = 66,5 + (1100) + (875,525) - (202,65)
TMB = 66,5 + (1975,525) - (202,65)
TMB = 2042,025 - 202,65
TMB = 1839,375 calorias
Esse valor é a taxa metabó lica basal desse indivíduo, que representa, portanto, a quantidade de calorias que ele
gasta para manter suas funçõ es vitais durante o dia. Para um exemplo feminino, precisaríamos escolher a outra
equação. Essas equaçõ es são diferentes devido ao fator bioló gico: as mulheres possuem, geneticamente, uma
diferença entre porcentagem de massa magra em relação aos homens, em virtude de fatores hormonais. A
equação das mulheres leva a considerar que o gasto energético em situaçõ es equivalentes é menor. 

VOCÊ SABIA?
O gasto energé tico utilizado durante a atividade física pode variar bastante de
pessoa para pessoa e de atividade para atividade. Isso ocorre porque o gasto
depende de fatores como a intensidade do exercício proposto, o tempo de
realizaçã o da atividade e a composiçã o corporal do indivíduo. É evidente, contudo,
que quanto maior a porcentagem de massa magra, maior o gasto energé tico, uma
vez que a cé lula de gordura nã o gasta energia, ela armazena.

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Observemos, agora, o quadro a seguir, no qual podemos verificar o que um homem de 80 quilogramas e uma
mulher de 60 quilogramas gastariam para cada 30 minutos de diferentes atividades físicas relacionadas ao
esporte. Nesse caso, não foi considerado o percentual de massa magra dos indivíduos.

Quadro 2 - Gasto energético por atividade física e gênero. É possível observar que o gasto energético de
mulheres é menor que o de homens.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

No dia a dia, como vimos, também executamos diversas atividades que possuem, muitas vezes, um bom gasto
energético e que, se executadas várias vezes ao dia e por um período de tempo grande, podem fazer diferença
para o balanço energético. Por isso, é importante não só praticar atividades físicas, como também ter um estilo
de vida ativo, executando atividades com gasto energético ao longo do dia.
Observe, no quadro a seguir, os gastos energéticos relacionados às atividades do dia a dia com base nas mesmas
características especificadas no quadro anterior: um homem de 80 quilogramas e uma mulher de 60
quilogramas.

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Quadro 3 - Em atividades diárias, também há gastos que fazem diferença para o balanço energético.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Agora, já temos duas informaçõ es importantes para o cálculo do gasto caló rico total de um indivíduo: já
sabemos como calcular o gasto da taxa metabó lica basal e temos uma referência de diferentes atividades físicas
e a proporção por tempo de exercício. Assim, só precisamos saber qual atividade física e por quanto tempo o
indivíduo a praticou, sendo possível, então, fazermos o cálculo do gasto energético total (GET).
Anteriormente, para o indivíduo de nosso exemplo, vimos que ele possui uma TMB de 1839,37 calorias, em
repouso. Mas caso ele praticasse corrida, como ficaria o seu gasto energético total?

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CASO
Imagine, por exemplo, um indivíduo chamado Pedro, do sexo masculino, de 80
quilogramas de massa corpórea, 1,75 de altura, 35 anos. Pedro pratica corrida
trê s vezes na semana, e a cada dia de treinamento, corre 45 minutos. Com base
nisso, podemos calcular o gasto energé tico total de um dia de treino de Pedro.
Para o cá lculo, iniciamos, como vimos, descobrindo qual a TMB de Pedro a partir
do seguinte cá lculo:
Masculino: TMB = 66,5 + (13,75 x peso em kg) + (5,003 x altura em cm) –
(6,755 x idade em anos). Logo, TMB = 66,5 + (13,75 x 80) + (5,003 x 175) -
(6,755 x 30) = 1839,37 calorias.
Agora, observemos que, em relaçã o à corrida, temos o seguinte valor de
referê ncia: 292 quilocalorias de gasto energé tico a cada 30 minutos. Contudo,
como Pedro pratica 45 minutos de corrida por dia de treinamento, e nã o 40, para
calcularmos as calorias totais de sua atividade, precisamos utilizar uma regra de
trê s. Assim, se em 30 minutos Pedro gasta 292 quilocalorias, em 45 minutos,
Pedro gasta X: 
X = 292 x 45 / 30 = 438 calorias.
Assim, obtivemos o gasto de Pedro na atividade. Para saber qual o GET, é só
somar esse valor ao cá lculo da TMB:
GET = 1839,37 + 438,00 = 2.277,37 calorias no dia que pratica o treinamento de
corrida.

Mas por que esses cálculos são importantes? 


Clique nas abas a seguir para entender:

Nutrição e composição corporal

Para prescrever uma nutrição e identificar casos em que o indivíduo tem de alterar sua composição
corporal, é imprescindível sabermos dessas taxas. Quando desejar emagrecer, por exemplo, o
indivíduo terá de consumir menos do que gasta. Já para manter o peso, precisará ter uma ingestão
equilibrada entre gasto e consumo. Finalmente, caso o sujeito necessite aumentar seu peso, terá de
ingerir mais calorias do que normalmente gasta. 

Aumento da massa magra

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Outro fator importante dentro do processo de controle da taxa metabó lica basal é o aumento da massa
magra: quanto maior for o percentual de massa magra do indivíduo, maior será o seu metabolismo
basal. A massa magra gasta mais energia para se manter do que a gordura, sendo assim, um indivíduo
que possui a mesma massa corpó rea que outro, mas com mais massa magra, possui uma maior taxa
metabó lica basal.

Ergometria

Em relação à ergometria, ela diz respeito a uma maneira de medir o trabalho realizado pela atividade
física. Primeiramente, podemos definir trabalho como a força multiplicada pela distância (trabalho =
força x distância). Além disso, normalmente costuma-se medir, também, a potência, termo utilizado
para descrever a quantidade de trabalho realizado dividido por unidade de tempo (potência = trabalho
/ tempo). 

O conceito de potência é importante para entendermos a relação do trabalho com a velocidade com que está
sendo realizado. Dependendo de cada atividade física, podemos utilizar um ergô metro, isto é, um aparelho ou
dispositivo empregado para mensurar um tipo de trabalho específico. Se precisarmos medir o gasto energético
durante uma corrida, usamos a corrida em esteira, em campo, ou podemos verificar o gasto em uma bicicleta
ergométrica ou até mesmo em tanques para natação. A especificidade é importante, mas não são em todas as
atividades que temos testes adequados para essa medição. Para isso, usamos protocolos de testes padrõ es que
podem ser aplicados na grande maioria das pessoas para poder, assim, comparar e/ou acompanhar os
resultados.

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VOCÊ QUER VER?


Testes ergomé tricos podem ser realizados de diversas maneiras, até mesmo em
academias ou em laboratórios superavançados. Atualmente, a ergometria está muito
mais acessível do que antigamente. É evidente que testes mais precisos e específicos
ainda estã o restritos aos laboratórios, mas hoje podemos conseguir informações muito
importantes para o treinamento com testes mais simples. Acompanhe uma entrevista
com o mé dico Marconi Gomes, realizada pelo jornal Bom Dia Minas, que trata da
importâ ncia dos testes ergomé tricos antes de atividades físicas:
<https://globoplay.globo.com/v/5965067/
(https://globoplay.globo.com/v/5965067/)>.

As avaliaçõ es ergométricas são importantes por vários motivos. O primeiro é para definir limites, ou seja, por
meio de testes desse tipo, podemos determinar o limiar anaeró bio e/ou aeró bio daquele indivíduo/atleta. Mas o
que significa isso? O limiar será o ponto máximo de mudança do predomínio de uma via energética sobre a
outra. As vias metabó licas de energia estão trabalhando simultaneamente a todo momento, mas dependendo da
intensidade do exercício, teremos o predomínio de uma sobre a outra. Sendo assim, cada indivíduo possui,
dependendo do seu nível de condicionamento físico, um ponto em que usará mais uma via do que outra. A esse
ponto chamamos de limiar, e encontrá-lo é de grande valia para prescrever de maneira assertiva o exercício. 

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VOCÊ O CONHECE?
Turíbio Leite de Barros, graduado em biomedicina e mestre e doutor em Ciê ncias
Biológicas pela Universidade Federal de Sã o Paulo, foi membro do American College of
Sports Medicine, professor da Universidade Federal de Sã o Paulo, coordenador do
Departamento de Fisiologia do Esporte Clube Pinheiros e consultor na á rea de
fisiologia para empresas voltadas para o segmento esportivo e suplementaçã o
nutricional para atletas. Turíbio mudou o conceito de fisiologista, fazendo o profissional
ser peça fundamental das equipes de alto nível. Tornou-se muito conhecido, ainda, em
equipes como Sã o Paulo FC, onde ficou por 25 anos e transformou muitos conceitos da
fisiologia esportiva. 

Outro ponto fundamental da ergometria é a possibilidade de comparar indivíduos diferentes em relação à


mesma atividade, criar parâmetros de excelência e testar métodos de treinamento para sempre superar os
resultados. Finalmente, os testes ergométricos são também utilizados para identificar possíveis problemas em
relação à condição física do indivíduo, por exemplo, um mal funcionamento cardiovascular pode ser
identificado por meio do teste de patologias cardíacas e/ou déficits de condicionamento que estão ocasionando
ou poderão ocasionar sérios problemas de saú de ao indivíduo/atleta.

Síntese
Nesta unidade, você pô de compreender como e de que maneira a fisiologia do exercício é importante para
conhecer as reaçõ es e funçõ es do organismo, as diferenças entre o antes, o durante e o pó s-exercício, as suas
reaçõ es e como utilizar esses conhecimentos para prescrição e acompanhamento de um programa de
treinamento. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• descobrir o que é homeostase, reconhecendo que não se trata de
ausência de atividade, mas sim do equilíbrio entre as funções do
sistema, além de compreender os sistemas de controle do
organismo;
• diferenciar respostas agudas e crônicas ao exercício e ao
treinamento;

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• entender como um sistema tenta se manter em equilíbrio por meio


dos sistemas de retroalimentações positivas e negativas; 
• compreender o que é metabolismo e como gastamos energia,
energia química que liberamos por meio das reações que ocorrem
em função das diferentes intensidades de exercício físico;
• entender como diferentes intensidades de exercício podem guiar
nossas reações químicas pelas vias metabólicas aeróbias ou
anaeróbias, fazendo com que o corpo decida qual será a
predominância do gasto energético; 
• compreender as vias de gasto de ATP-CP, via glicolítica ou
mitocondrial;
• conhecer os diferentes nutrientes que são utilizados por nosso
organismo e como, dependendo da intensidade do exercício e de
suas funções, eles podem ser utilizados; 
• diferenciar anabolismo de catabolismo, funções importantes para
que as adaptações ocorram, tornando nosso organismo mais
eficiente em função do treinamento;
• aprender a calcular o gasto energético, as diferenças entre gêneros
e os gastos com atividades físicas; 
• conhecer os ergômetros que fazem as medições por meio de
atividade específicas.

Bibliografia
ANDRADE, M. Fisiologia do exercício. 1. ed. Barueri: Manole, 2016.
CURI, P. T. Fisiologia do exercício. São Paulo: Guanabara Koogan, 2014.
FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fisiologia do exercício: teoria e prática. São Paulo: Guanabara Koogan, 2014.
FUNDAÇÃ O VALE. Fisiologia do exercício. Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013. 
HOWLEY, E. T.; POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho.
8. ed. Barueri: Manole, 2014.
IDE, B. N. Fisiologia do treinamento esportivo: treinamento de força, potência, velocidade e resistência,
periodização e habilidades psicoló gicas no treinamento esportivo. São Paulo: Phorte, 2010. 
KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Manole, 2013.

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KRAEMER, W. J. et al. Modelo de progressão no treinamento de resistência. CDOF, Belo Horizonte, 25 jan.
2013. Disponível em: <https://www.cdof.com.br/acsm5.htm (ttps://www.cdof.com.br/acsm5.htm)>. Acesso
em: 01 ago. 2019.
MCARDLE, W. D. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8. ed. São Paulo: Guanabara
Koogan, 2016.
ROBERGS, R. A. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para aptidão, desempenho e saú de. São
Paulo: Phorte Editora, 2002.
ROLAND, T. Fisiologia do exercício na criança. 1. ed. Barueri: Manole, 2015.

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