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Tema: Fisiologia do exercício físico

Carga Horária: 25 horas

Objetivos:

 Explicitar as especificidades das adaptações fisiológicas ao esforço.


 Identificar os mecanismos básicos e os limites biológicos da
adaptabilidade e capacidade de treino do ser humano em situações de
esforço.
 Descrever os processos metabólicos aeróbios e anaeróbios em diferentes
tipos de actividade física.
 Identificar as principais adaptações ventilatórias, cardiorrespiratórias,
hemodinâmicas, neuromusculares e neuro-hormonais em diferentes
situações de actividade física.
 Descrever os fundamentos e procedimentos de avaliação ergo-
espirométrica.
 Controlar e avaliar as características gerais dos exercícios, através do
consumo de oxigénio, frequência cardíaca, pressão arterial e escala de
perceção subjetiva de esforço.
 Interpretar as variáveis fisiológicas.

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Conteúdos programáticos

1. Conceito de estímulo e adaptação

1.1. Controle e análise dos processos adaptativos

1.2. Noção de adaptação, homeostasia e heterostasia

1.3. Noção de estímulo como carga funcional e suas características

1.4. Relação estímulo e adaptação

1.5. Síndrome geral de adaptação ao stress


2. Fadiga

2.1. Definição conceptual

2.2. Tipos de fadiga

2.3. Prevenção e diagnóstico precoce

2.4. Sobretreino, sobre-uso e lesão

3. Ergometria

3.1. Delimitação conceptual

3.2. Determinação do consumo máximo de oxigénio: provas laboratoriais e de


terreno; provas diretas e indiretas 


4. Noções gerais de bioenergética

4.1. Calorimetria direta e indireta

4.2. Metabolismo energético a nível músculoesquelético

4.3. Metabolitos energéticos

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4.4. Processo aeróbio, anaeróbio lático, e anaeróbio alático

4.5. Adaptações metabólicas: aumento das reservas e da enzimática

4.6. Custo, dispêndio energético e parâmetros de quantificação

5. Adaptações pulmonares ao exercício físico

5.1. Função ventilatória

5.2. Volumes e capacidades pulmonares

5.3. Relação ventilação/perfusão

5.4. Noção de VO2máx e consumo VO2peak

5.5. Limiar anaeróbio (ventilatório, lactatémia)

5.6. Quocientes respiratórios

5.7. Equivalentes respiratórios

6. Adaptações cardiovasculares ao exercício físico

6.1. Função muscular cardíaca

6.2. Noção de débito cardíaco, frequência cardíaca, volume sistólico e


diastólico, fração de ejeção, resistência vascular periférica

6.3. Pressão arterial sistólica, diastólica, média e diferencial

7. Adaptações musculares: fatores nervosos, musculares e mecânicos

7.1. Tipos de manifestação de força (máxima, rápida, resistência)

7.2. Ciclo muscular alongamento-encurtamento

7.3. Especificidade e sobrecarga (formas de adaptação neuromusculares) –


melhoria dos processos coordenativos, remodelação muscular e

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hipertrofia

7.4. Reservas de energia para o trabalho muscular (fonte glicolítica e lipídica) –


papel das proteínas, catabolismo e anabolismo proteico na adaptação
hipertrófica

8. Adaptações endócrinas, termorregulação, equilíbrio hídrico e eletrolítico


durante a física

8.1. Funções de regulação endócrina em situações de esforço

8.2. Termorregulação na prática física - mecanismos de troca de calor com o


envolvimento; volémia e conteúdo de água nos tecidos e fluidos
corporais

8.3. Desidratação e hidratação em esforço

9. Adaptações e alterações fisiológicas nas fases especiais da vida

9.1. Principais diferenças fisiológicas entre a criança e o adulto face ao esforço

9.2. Adaptações respiratórias, cardiovasculares, neuromusculares e neuro-


hormonais na criança e no jovem

9.3. Adaptações respiratórias, cardiovasculares, neuromusculares e neuro-


hormonais no idoso

9.4. Grávidez

10. Bibliografia

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1. Conceitos de estímulo e adaptação

1.1. Conceito de Fisiologia

É a ciência que estuda as funções dos seres orgânicos. O termo deriva do latim
physiologia (conhecimento da natureza).

Os processos adaptativos são em primeira instância analisados pelos 5 sentidos


(tacto, olfato, paladar, audição, visão). Após um estímulo o nosso organismo irá ter
respostas adaptativas controladas a vários níveis pelo organismo (sinalização
hormonal, quorum sensing, comunicação bioquímica, comunicação bioelétrica, etc...)

1.2. Noção de adaptação, homeostasia e heterostasia

Adaptação:
Capacidade do organismo/sistema/órgão/tecido/célula de subsistir perante um
estímulo ou sobrecarga adicional através da alteração de uma função e/ou
aumento/diminuição da mesma.

Homeostasia:
Estado de equilíbrio dinâmico entre processos degenerativos e de síntese nos vários
sistemas e/ou órgãos.

Heterostasia:
Estado sem equilíbrio dinâmico entre processos degenerativos e de síntese,
pendendo ou para a degeneração ou para a síntese.

1.3. Noção de estímulo como carga funcional e suas características

Estímulo:
Qualquer alteração interna ou externa, que provoque uma resposta fisiológica ou
comportamental no organismo. Um fator externo pode causar como resposta
adaptativa a produção de um estímulo interno já o inverso não se verifica.

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Estímulo interno:
Qualquer alteração que advenha de um fator intrínseco ao organismo e que
provoque uma resposta fisiológica ou comportamental (ex: alterações hormonais)

Estímulo externo:
Qualquer alteração que advenha de um fator externo ao organismo e que provoque
uma resposta fisiológica ou comportamental (ex: clima)

1.4. Relação estímulo e adaptação

Um estímulo em exercício físico tem 6 características conhecidas como FITTVP:


• Frequência (número de vezes que se realiza atividade física)
• Intensidade (medida pela cadência dos movimentos e tempo de descanso)
• Tempo (duração total do treino ou estímulo)
• Tipo (tipo de estímulo aplicado)
• Volume ou periodicidade (número de vezes que se repete o estímulo no
tempo)
• Progressão (aumento do estimulo variando qualquer uma das variáveis
anteriores)

Sendo que para criar uma adaptação é necessário sempre criar um estímulo variando
uma ou mais destas varíaveis. Estas adaptações podem ser:

Adaptação aguda:
Adaptação realizada rapidamente pelo organismo e que não é duradoura ou
permanente, como por exemplo sudação, aumento frequência cardíaca, etc...

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Adaptação crónica:
Adaptação que gradualmente o corpo vai obtendo para se preparar para o estímulo
que tem vindo cronicamente a sofrer, como por exemplo aumento da capacidade
cardiorrespiratória com o treino cardiovascular. Esta adaptação é reversivel também
mas tem uma regressão mais lenta e é dependente da existência de estímulo crónico
ou não.

1.5. Síndrome geral de adaptação ao stress

O síndrome geral de adaptação ao stress diz que períodos de treino de alta


intensidade seguidos por períodos de treino com baixa intensidade ou períodos de
descanso são necessários. Portanto o corpo irá ficar exausto se não tiver descanso
atingindo o chamado overtraining. Este é um erro muito comum em atletas
recreativos e uma das principais razões pela qual muita gente não atinge os
resultados desejados.

Fig 1. Sindrome geral de adaptação ao stress

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2. Fadiga

2.1. Definição conceptual tipos de fadiga

A fadiga advém de uma incapacidade do organismo de manter a homeostasia


perante um stress físico ou psicológico. Tanto a fadiga física como a psicológica
podem aumentar o risco de lesões, alterações humorais ou em casos mais graves
facilitar doenças, como infeções.
No geral os sinais de fadiga são nada mais que mecanismos de proteção do
organismo para evitar problemas físicos ou psíquicos.
Existem 2 grandes tipos de fadiga:

Fadiga fisiológica:
Que se revela sobre a forma aguda derivado a um trabalho específico cuja pessoa
não tem a capacidade física ou psicológica para manter a homeostasia, esta fadiga no
entanto desaparece com descanso.

Fadiga Patológica:
Está muitas vezes associada a patologias físicas ou psicológicas, sendo que mais uma
vez o corpo não consegue responder ao esforço mas desta vez não consegue
recuperar com descanso.

2.2. Prevenção e diagnóstico precoce

Existem várias maneiras de diagnosticar a fadiga, é crucial para qualquer atleta ou


treinador ser capaz de o fazer de maneira a evitar todos os problemas que daí advêm.
Alguns dos métodos mais comuns são:
• Utilização de um cardiofrequencímetro (ver a resposta cardíaca em tempo
real)
• Talk Test (perceber se existem dificuldades respiratórias)

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• Escala subjetiva de esforço (avaliada normalmente de 0 a 10, a intensidade
que o próprio atleta sente, sendo que de 8 para cima é indício de que o atleta
vai entrar em falha de execução do exercício).

Prevenir a fadiga é importante, especialmente a patológica, sendo que a aguda é


extremamente comum e fácil de recuperar. Alguns métodos para prevenirmos são:
• Avaliar as capacidades do atleta (calcular a frequência cardíaca de reserva,
VO2máx, força máxima, etc...)
• Otimizar e avaliar a qualidade do descanso
• Alimentação compatível com o nível de atividade física
• Avaliar o estado psicológico do atleta
• Estudar o historial familiar para tentar prevenir complicações patológicas (por
exemplo defeitos congénitos)

2.3. Sobretreino, “sobre-uso” e lesão

Quando se passa o limiar da fadiga, o organismo tem uma descompensação tão


grande que pode gerar uma lesão, ou seja uma modificação anormal num tecido.
Estas lesões podem ser agudas (causadas por um evento específico como um
acidente) ou crónicas (causadas por uma disfunção crónica), sendo que lesões
crónicas normalmente são factores que aumentam o risco de lesões agudas.
Dentro das lesões músculo-esqueléticas comuns temos:

Distensão Muscular: Quando as fibras musculares são estiradas além da sua


capacidade natural podendo fazer com que o músculo (na sua origem ou inserção)
não regresse à sua forma original.

Estiramento: Quando as fibras são estirados além da sua capacidade natural


podendo fazer com que o ventre muscular não regresse à sua forma original.

Contratura: Quando algumas das fibras do musculo por excesso de estiramento ou


contração ficam contraidas e não descomprimem, resultando normalmente num

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pequeno nódulo rigido no musculo que vulgamente doi quando aplicada pressão.
Pode se considerar quase como “micro câimbrias” só que em vez de ser o musculo
todo é apenas em algumas fibras.

Ruptura muscular/ligamentar: Quando as fibras musculares ou ligamentares são


estirados além da sua capacidade natural mas de tal forma que exista rompimento de
fibras.

Luxação: Deslocamento de um osso da sua articulação.

Fratura: Fissura, quebra ou esmagamento do osso.

Outra questão extremamente importante em desporto é o “overtraining” que cada


vez mais é comum mesmo em atletas recreativos. Seguindo o conceito errado mas
extremamente comum do “mais é melhor” muitos atletas treinam mais do que aquilo
que o seu corpo consiga recuperar, seja pela alimentação, descanso físico ou
psicológico. O resultado é uma gradual deterioração das capacidades físicas do
atleta e uma tendência para a fadiga patológica.

3. Ergometria

3.1. Delimitação conceptual

É o estudo do desempenho do esforço humano durante a utilização de


equipamentos, máquinas ou dispositivos.

3.2. Determinação do consumo máximo de oxigénio: provas laboratoriais e


de terreno; provas diretas e indiretas

Existem duas maneiras de calcular o consumo máximo de oxigénio (VO2máx), através


de métodos indiretos ou diretos, sendo que os métodos indiretos são aplicados no
terreno e os diretos em ambiente laboratorial.

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Diretos:
Medicação direta do VO2máx através de ergoespirometria que é normalmente uma
passadeira com uma máscara, elétrodos e manga medidora de pressão que mede o
consumo de ar, frequência cardíaca e pressão arterial de maneira a fazer o cálculo
diretamente

Indiretos:
São realizados por provas de esforço em que se podem utilizar vários factores como
distância por tempo, frequência cardíaca inicial vs final, taxa de recuperação
cardíaca, etc…
Um dos testes mais utilizados por se poder aplicar em pessoas não treinadas(não
adequado para atletas) é o Rockport test cujo protocolo é o seguinte:
Realizar um aquecimento leve, o atleta caminha o mais rápido possível sem correr por
1609 metros ou uma milha com um cardiofrequencímetro. No final da prova, anota-se
o tempo de realização da prova e a frequência cardíaca.
Por último, aplicar os dados na fórmula:
V02max= 132,853 – (0,1692 X peso) – (0,3877 X idade) + (6,3150 X sexo) – (3,2649 X
tempo) – (0,1565 X FC)

Em que:
VO2max= Consumo máximo de oxigénio em ml/kg/min
Peso – Kg
Idade – Anos
Sexo – 0 para feminino e 1 para masculino
Tempo – Em minutos e centésimos de minuto
FC – Frequência cardiaca em batimentos por minuto ao final do teste

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4. Noções gerais de Bioenergética

4.1. Calorimetria direta e indireta

Calorimetria direta:
Método para calcular a taxa metabólica (consumo de calorias ao longo do tempo
para manter o metabolismo basal) direto que consiste na medição do calor corporal
emanado. Este método apesar da eficácia de 99,9% não é muito utilizado
clinicamente, pois requer ter o paciente numa sala especial para o efeito durante 24
horas, com equipamento altamente dispendioso.

Calorimetria indireta:
Mede indiretamente o consumo calórico através de uma estimativa utilizando uma
fórmula matemática (formula de Weir) fazendo a medição do VO2 e VCO2 na
respiração. Pode-se também medir para resistência elétrica por bioimpedância
eletrica. Consegue-se assim uma aproximação bastante fiável do metabolismo basal
do indivíduo sem equipamentos altamente dispendiosos ou processos lentos e
penosos para o paciente.

4.2. Metabolismo energético a nível músculoesquelético

O músculo-esquelético constitui aproximadamente 45% do peso corporal e é o maior


sistema orgânico do ser humano, sendo dos principais tecidos a manter a
homeostasia tanto em repouso como em movimento. As suas células são alongadas e
possuem uma enorme quantidade de mitocôndrias sendo por isso o principal local de
produção e armazenamento de energia (sobre a forma de ATP ou de outros
compostos redutíveis). Devido à sua forma alongada um conjunto de células músculo
esqueléticas são normalmente denominadas de fibras musculares e possuem
propriedades especiais como o facto de serem contráteis e parcialmente condutoras
o que faz com que funcionem como alavancas para toda a estrutura óssea e
promovam o movimento através da sua contração ou distensão. Todas estas

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alterações estruturais são controladas ao nível do sistema nervoso (tanto primário
como secundário) através de estímulos bioquímicos ou elétricos.

4.3 Metabolitos energéticos

ATP

O ATP (ácido adenosina trifosfórico) é uma combinação de adenosina, ribose e 3


radicais fosfato. O último radical de fosfato está ligado ao resto da molécula através
de ligações de alta energia e é da quebra dessa ligação de que liberta ATP. Uma
mole de ATP disponibiliza 7300 Kcal 1 ao organismo.

Figura 2. Composição da molécula de ATP.

Hidrólise do ATP

A energia utilizada pelo músculo esquelético provém da hidrólise do ATP, energia


essa que é utilizada sobretudo no processo de contracção muscular.
A hidrólise do ATP é catalisada por uma enzima denominada Miosina ATPase, e
permite a passagem de ATP para ADP (ácido adenosina difosfórico).

1
A energia é medida em kilocalorias. 1Kcal = quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de 1kg de água em 10C (de 14,50 C para 15,50C).

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ATP ADP + Pi2 + Energia (7 300 Kcal)
(Miosina ATPase)
Figura 2. Hidrólise do ATP.

O ATP, ao sofrer a remoção de um fosfato, liberta energia, a qual é directamente


utilizável para a contracção muscular.

Quando existe energia disponível, proveniente dos nutrientes, volta a haver


fosforilação do ADP, dai resulta na ressíntese de ATP.

ADP+ Pi + Energia (7 300 Kcal) ATP


Figura 3. Fosforilação do ADP

A síntese de 1 mole de ATP requer o fornecimento de 7 300 Kcal.

Sempre que a fibra muscular disponha de ATP pode contrair-se. Todavia, a


quantidade de ATP armazenada na fibra muscular é muito reduzida e, uma vez
iniciado o processo de contracção muscular, esgota-se rapidamente (as pequenas
quantidades armazenadas fornecem energia suficiente para apenas 1 a 2 segs de
contracção máxima).

Significa, então, que durante a actividade muscular, há necessidade de ressintetizar


continuamente ATP.

2
Pi significa fosfato inorgânico, ou seja, radical fosfato livre.

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Fosfocreatina

A Creatina fosfato ou fosfocreatina (PC) é um composto energético armazenado no


interior da célula muscular que se encontra numa concentração várias vezes superior.

Além disso, as suas ligações de alta energia libertam cerca de 9 600 kcal por mole no
músculo activo, sendo a sua função principal a de regenerar o ATP e permitir a
continuidade da contracção muscular.

PC Pi + C + 9 600 Kcal
(Creatina quinase)
Logo,
ADP + PC ATP + Pi +C
(Creatina quinase)

Figura 4. Degradação da fosfocreatina e sua função na ressíntese de ATP

A enzima que catalisa esta reacção é a Creatina quinase (CK).

O processo é reversível, pelo que, quando quantidades extras de ATP estão


disponíveis na célula, muita da sua energia é utilizada para sintetizar PC, formando,
dessa maneira, um reservatório de energia (ATP+ Pi + C ADP + PC).
Deste modo, quando o ATP começa a ser gasto na contracção muscular, a energia da
PC é transferida rapidamente de volta (ressíntese do ATP).

Porém, a fosfocreatina existe em escassas quantidades no músculo, pelo que a sua


utilização só permite 6 a 7 segs de esforço máximo. Se a esses segundos se juntar os 1
a 2 segs do ATP pré formado, ter-se-á então um processo de produção energética
muito potente que poderá ser utilizado durante 7 a 8 segs.

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Neste contexto, quando um determinado exercício é caracterizado por uma
intensidade máxima (98% a 100% do VO2 Máx) e de curta duração (não superior a 10
segs em atletas treinados), é este o sistema energético que é preferencialmente
utilizado.

Figura 5: Redução e ressíntese de fosfocreatina

4.4 Processos aeróbio, anaeróbio láctico e anaeróbio aláctico

Aeróbio:
Principal processo e mais eficiente de produção de energia, a produção de ATP
advém da quebra total de moléculas com ligações covalentes de carbono através da
oxidação feita no ciclo de Krebs (ciclo metabólico realizado nas mitocôndrias) que
tem como subprodutos finais hidrogénio e dióxido de carbono. Podem ser utilizados
como substratos gorduras, hidratos de carbono ou proteínas. Está limitado
principalmente pela disponibilidade de nutrientes armazenados/circulantes e pela
capacidade de trocas gasosas dos pulmões de cada pessoa.

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Figura 6: Ciclo de Krebs simplifcado

Anaeróbio lático:
Também conhecido por fermentação. Este processo vai se iniciando com a atividade
fisica e vai produzir mais energia para o sistema mas de uma maneira muito pouco
eficiente. Inicia-se então a glicólise de hidratos de carbono que são parcialmente
reduzidos e têm como subproduto o lactato. O lactato acumula-se no tecido
muscular e é a principal causa das famosas “dores musculares” pós treino. O lactato
inibe várias funções enzimáticas nas células musculares além de dificultar a contração
muscular, sendo por isso impossivel manter esta via metabólica continuamente,
normalmente associada a esforços entre 30 segundos e os 2 minutos.

Anaeróbio aláctico:
É dos primeiros processos a entrar em funcionamento quando realizamos algum
esforço de características instantâneas ou explosivas. Consiste em hidrolisar
moléculas de fosfocreatina acumuladas no músculo diretamente em vez de utilizar

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ATP comum para produzir energia. Este processo é extremamente rápido mas tem
uma duração de até 10 segundos apenas, já que rapidamente se esgotam as reservas
de fosfocreatina.

INTENSIDADE DURAÇÃO SIST. ENERGÉTICO

Muito intenso
0 – 6 segs Fosfagénio
Fosfagénio
Intenso 6 – 30 segs
Glicólise anaeróbia
Pouco intenso
30 segs – 2 min Glicólise anaeróbia
Glicólise anaeróbia
moderado 2 – 3 min
Sistema oxidativo
leve
> 3 min Sistema oxidativo
Adaptado de Conley, M. (2000)
Quadro 1: Utilização dos diferentes sistemas energéticos mediante a duração e a
intensidade do esforço.

Figura 7: Velocidade da acumulação de lactato no sangue

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Figura 8: Sistemas energéticos

4.5 Adaptações metabólicas: maior reserva e actividade enzimática

Os músculos possuem, portanto, 3 processos de produção de energia e existem


adaptações que vão influenciar direta ou indiretamente esses processos levando a
uma adaptação ao esforço/treino, sendo isto variável consoante o estímulo dado.

Podemos falar de uma infinidade de adaptações sendo as principais aumento do


VO2max, da capacidade de transporte de O2 e CO2 por parte das hemácias e aumento
de ligações neuromusculares. Mas estas são apenas exemplos de adaptações que
vão indiretamente influenciar a produção de energia pelo músculo. Diretamente
influenciando temos:

Aeróbio:
Aumento da quantidade de mitocôndrias e enzimas para o ciclo de Krebs.
Anaeróbio lático:
Aumento de enzimas para realizar a fermentação.

Anaeróbio alático:
Aumento das reservas de fosfocreatina.

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4.6 Custo, dispêndio energético e parâmetros de quantificação

A unidade quantificadora do consumo energético é a caloria. Em média um ser


humano adulto sem nenhuma actividade desportiva especifica e com apenas um dia a
dia de trabalho sentado consome 2500 Kcal que é normalmente o recomendado pela
organização mundial de saúde para consumo diário. No entanto este valor varia
imenso com a idade, sexo, genética, constituição, actividade física diária. A
necessidade total calórica diária de um indivíduo pode ser calculada através da
calorimetria mas sempre tendo em conta estes factores:

Idade:
Uma criança ou um idoso têm uma necessidade calórica muito mais baixa, a criança
porque apesar do metabolismo rápido ainda apresenta uma pequena constituição, o
idoso simplesmente porque tem um metabolismo reduzido.

Sexo:
No geral os homens possuem mais massa muscular na sua composição corporal e
sendo um tecido com requerimentos energéticos de manutenção elevados os
homens costumam ter necessidades de aporte calórico superiores às mulheres.

Genética:
Pessoas com um metabolismo acelerado precisam de um aporte superior de calorias
para manter a composição corporal, enquanto pessoas com um metabolismo mais
lento têm requisitos muito mais baixos.

Constituição:
A mesma pessoa pode, em diferentes fases da idade adulta, ter requerimentos
diferentes, se a pessoa estiver com excesso de massa gorda vai ter necessidades
calóricas baixas, já que o tecido adiposo é metabolicamente quase inerte, enquanto
se a pessoa estiver com um elevado grau de hipertrofia muscular vai ter necessidade
de um grande aporte calórico para manter a musculatura que tem.

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Atividades física diária:
Como seria de esperar, uma pessoa sedentária e uma pessoa que tenha uma
actividade física têm necessidades calóricas diferentes. Alguém que tenha 4 horas de
actividade física extenuante precisa em média até ao dobro do consumo calórico de
alguém do mesmo sexo, constituição, genética, sexo e idade. Atletas de alta
competição reportam dietas calóricas de até 12000 Kcal diárias quase 5 vezes mais
do que o recomendado.

Metabolismo basal e actividade física

Metabolismo basal:
Metabolismo basal é a quantidade de energia necessária para manter as funções
básicas do organismo. Este metabolismo varia mas normalmente é um valor base que
é possível de medir através da calorimetria.

Dispêndio em atividade física:


Toda e qualquer actividade física de baixa, média ou alta intensidade tem um gasto
extra calórico que tem de se somar sempre ao gasto calórico do metabolismo basal
para saber a real necessidade calórica do indivíduo, para aquela fase ou para aquele
mesmo dia (por exemplo, se estamos a planear subir uma montanha em vez de ficar
em casa no sofá vamos ter de ter um maior aporte calórico nesse dia).

EPOC Excessive Post-Training Oxygen Consumption:

Após um esforço, o organismo tem necessidade de voltar ao seu estado pré-


exercício através de:
 Ressíntese de ATP e Pcr;
 Metabolização do lactato;
 Reconstituição das reservas de O2 (mio e hemoglobina);
 Remoção do CO2 acumulado.

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O EPOC representa a quantidade de oxigénio (extra) para que tal aconteça.

Para além da referida reposição das reservas de oxigénio, este consumo acrescido serve
para fazer face às exigências de processos como a remoção de ácido láctico, a reposição de
reservas energéticas (ATP, CP e Glicogénio), e a resíntese proteica, ou seja:
o consumo energético decorrente do exercício não ocorre apenas enquanto este dura mas
também durante o período pós treino em que o consumo acrescido de oxigénio perdura.

Figura 9. Definição conceptual do débito de O2 pós exercício (EPOC).

Após o exercício intenso, o EPOC tem duas fases: Rápida e Lenta.


A duração da fase rápida geralmente é de 2 a 3 minutos (mas pode estender-se para mais 30
a 60 minutos) e envolve principalmente:
 Remoção e reconversão (oxidação) de lactato
 Restaurar a frequência cardíaca e a demanda ventilatória para os valores
basais
 Restaurar os níveis de fosfocreatina
 Da termoregulação

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A fase lenta pode durar 24 horas ou mais, dependendo da magnitude da necessidade de
reparação (e adaptação) dos tecidos solicitados durante o treino.
Nesta 2ª fase consegue-se uma estabilização:
 Ressíntese de glicogénio muscular
 Remoção do CO2 acumulado dentro dos tecidos corporais
 Ressíntese de enzimas
 Fase de adaptação anabólica das fibras musculares
A fase lenta permite a elevação da taxa de metabolismo basal ( e como tal uma
metabolização lipídica aumentada).

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5. Adaptações pulmonares ao exercício físico

5.1. Função ventilatória

Como organismos aeróbios (apesar de algumas células apresentarem exceções como


já vimos) os pulmões têm um papel principal na produção de energia através da
captura de ar de maneira a que haja recolha de oxigénio por parte das hemácias que
o levam às células. Quando inspiramos o ar passa pelas narinas ou boca para a
faringe, depois laringe e daí para os brônquios (já situados nos pulmões) onde vai ter
ao seu alvo final: os alvéolos pulmonares, que são como que sacos de ar altamente
irrigados por sangue. Daí vão existir trocas gasosas por gradiente de concentração
onde as hemácias carregadas de CO2 vão libertar esse CO2 e receber em troca O2,
gradualmente. Hemácias já carregando O2 são então levadas através do sistema
cardiovascular até às várias células onde são necessárias.
Apesar da base de funcionamento ser igual para toda a gente, existem pessoas com
uma melhor capacidade respiratória que outras, factores a influenciar são:

Factores genéticos:
Algumas pessoas nascem com mais ou melhores hemácias, com mais ou melhores
enzimas, com vias respiratórias mais dilatadas ou capacidade pulmonar geral.

Hábitos:
O consumo de certas substâncias como o tabaco pode prejudicar gravemente a
função ventilatória, no geral qualquer produto que consumimos que dificulte a
circulação do ar ou a troca gasosa vai diminuir esta capacidade

Ambiental:
Um clima muito húmido irá dificultar a respiração, uma vez que dificulta as trocas
gasosas e que um dos métodos facilitadores da absorção de oxigénio é os pulmões
serem mais húmidos que o ambiente de forma a permitir a dissolução do oxigénio.

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Elevadas altitudes estão associadas a ambientes com menor concentração de
oxigénio o que torna a captação do mesmo muito menos eficiente. A poluição é um
fator crítico da atualidade, em várias cidades muito poluídas as pessoas têm
problemas respiratórios e fraca capacidade pulmonar, pois além da baixa
concentração de oxigénio existem partículas sólidas irão causar lesões e irritações
nos alvéolos, impedindo-os de realizarem a sua função.

Atividade física:
Um indivíduo que trabalhe a sua capacidade cardiorrespiratória com exercício físico
irá ter uma muito melhor função ventilatória. Para começar, os alvéolos abrem
aumentando o aporte gasoso dos pulmões, sendo necessário menos insuflações para
o mesmo volume de ar. A eficiência da troca gasosa entre os alvéolos e hemácias
também é melhor já que existem mais hemácias com enzimas mais eficientes. Por
ultimo, a própria distribuição de oxigénio pelo sistema cardiovascular é muito mais
eficiente.

5.2. Volumes e capacidades pulmonares

A capacidade pulmonar máxima num adulto corresponde em média a 6 litros de ar,


durante uma respiração em repouso a troca desse ar é feita em média 0,5 litros por
ciclo respiratório (1 inalação e uma exalação). Na realidade só cerca de 70% desse
volume total chega aos alvéolos, ficando o resto noutras zonas do aparelho
respiratório, onde esse ar nunca irá ser utilizado nos processos metabólicos. Uma
insuflação máxima e desinsuflação do pulmão mesmo que forçada pela pessoa
(utilizando assim o chamado volume de reserva expiratório e inspiratório) não excede
os cerca de 5 litros - esse volume chama-se volume corrente, sobrando sempre cerca
de 1 a 1,5 litros de ar nos pulmões, chamado volume residual.

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5.3. Relação ventilação/perfusão

É a razão entre a quantidade de oxigénio que chega aos pulmões e a quantidade de


oxigénio que chega ao sangue variando entre 0,8 e < 1. Esta razão mede a
funcionalidade do sistema respiratório, avaliando a razão V/P podemos perceber se
o fator limitante está na falta de volume de ar ou na falta de aporte por parte do
sistema circulatório.

5.4. Noção de VO2máx e de VO2peak

VO2máx:
Capacidade máxima de uptake de oxigénio por parte do organismo numa unidade de
tempo.
VO2peak:
Capacidade máxima de consumo de oxigénio por parte do organismo em esforço,
podendo ser limitado por vários factores como falta de gesto técnico ou falta de
resistência muscular(o musculo não consegue usar mais oxigénio mesmo que o tenha
disponível).

5.5. Limiar anaeróbio ventilatório

O chamado limiar anaeróbio ventilatório dá-se quando existe uma mudança da via
metabólica predominante, quando a quantidade de O2 consumida é equivalente à
produção de CO2. A partir daí entra em compensação pela via anaeróbia.

5.6. Limiar anaeróbio por lactatémia

Este limiar é atingido quando os níveis de lactato no sangue são superiores à


capacidade de filtração do fígado, elevando o pH corporal e causando dor aguda no
abdómen por debaixo da última costela esquerda conhecida por “dor de burro” e dor
muscular.

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5.7. Quociente respiratório

É uma maneira de quantificar a utilização de substratos (proteínas, lipidos e hidratos


de carbono) pelo organismo. É medido por calorimetria directa supondo que o O2
consumido é totalmente utilizado na oxidação de substratos e que todo o CO2
provém dessa oxidação e é totalmente expelido, fazendo-se então o rácio dos dois.

5.8. Equivalentes respiratórios

Relação entre quantos litros de ar por minuto são necessários para o organismo
captar 100mL de O2 sendo valores normais entre 2,3 a 2,8L/min.

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6. Adaptações cardiovasculares ao exercício físico

6.1. Função muscular cardíaca

O músculo cardíaco é um músculo do tipo estriado e de controlo involuntário,


obrigando o coração a bater inconscientemente do organismo. Quando existe
alguma necessidade adaptativa que exiga mais nutrição/oxigenação das células ele
aumenta o seu estímulo, contraindo mais rapidamente de maneira a bombear mais
nutrientes e gases para/das células de maneira a compensar o esforço.

6.2. Débito cardíaco, frequência cardíaca, volume sistólico e diastólico,


volume sistólico e diastólico final, fração de ejeção

Débito cardíaco

É o volume de sangue bombeado pelo ventrículo durante um minuto, isto calcula-se


multiplicando a frequência cardíaca pelo volume sistólico.

Frequência cardíaca

Número de batimentos ao longo do tempo, normalmente por minutos e então


expresso em batimentos por minuto (BPM).

Volume sistólico

É o volume de sangue bombeado pelo ventrículo por batimento.

Volume diastólico

É o volume total de sangue retido no coração durante uma diástole.

Volume sistólico e diastólico final

É o volume de sangue que se encontra em cada ventrículo após o final de uma sístole
e diástole respetivamente.

Fração de ejeção

Percentagem de volume sistólico final que foi ejetado

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6.3. Pressão arterial sistólica e diastólica

Pressão arterial

É a força exercida pelo sangue arterial por unidade de área da parede arterial
(mmHg).

Pressão arterial diastólica

É a pressão mais baixa detetada no sistema arterial sistêmico, normalmente durante a


diástole.

Pressão arterial sistólica

É a pressão mais alta detetada no sistema arterial sistêmico, normalmente durante a


sístole.

6.4. Resistência vascular periférica

Representa a oposição dos vasos sanguíneos, que podem estar mais ou menos
contraídos ou dilatados, à circulação do sangue. Este fator pode variar imenso de
indivíduo para indivíduo dependendo de vários factores como genética, actividade
física, sexo, factores ambientais, alimentação, etc...

7. Adaptações musculares, fatores nervosos, musculares e mecânicos

7.1. Tipos de manifestação da força (máxima, rápida de resistência)

Força é uma grandeza que tem a capacidade de vencer uma inércia de um corpo
modificando-lhe a velocidade (medida em Newtons=N), neste caso estamos a falar
diretamente da capacidade dos músculos de exercerem tensão.

Força máxima

É o máximo de força que o músculo consegue produzir normalmente durante tempo


limitado.

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Força rápida

Também conhecida como força potente, é a produção máxima de força na menor


velocidade possível.

Força de resistência

Tipo de força que consegue manter a resistência mecânica por médios a longos
períodos de tempo.

7.2. Ciclo muscular de alongamento-encurtamento

A função muscular é naturalmente um ciclo de alongamento-encurtamento: durante a


fase excêntrica existe uma produção de trabalho negativa, no qual parte da energia
mecânica é absorvida e armazenada sob a forma de energia potencial elástica.
Quando ocorre a fase concêntrica os músculos podem usar parte dessa energia
diminuindo o stress metabólico e melhorando a eficiência muscular. Um modelo que
estuda isto é o modelo de Hill (1938), que considerou que o músculo-esquelético
pode ser visto como 2 componentes, consistindo num elemento firme puramente
elástico em série com um elemento contrátil. Mais tarde adicionou-se a este modelo
mais 1 componente o de elementos elásticos em paralelo.
O composto contrátil é formado pelo complexo actina-miosina, sendo esse a fonte de
força activa. Os elementos em série elásticos seriam as cabeças de miosina nos
tendões. E os elementos elásticos em paralelo seriam os tecidos conectivos que
fazem a manutenção da estrutura muscular. Com isto conseguimos explicar porquê
do pico de força de um musculo não ser nem no máximo alongamento(poucas pontes
cruzadas), nem no máximo encurtamento (todas as pontes cruzadas ocupadas) mas
sim num estado intermédio das ligações de pontes cruzadas actina-miosina.

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Fig 10. Modelo de Hill

Fig 11. Ciclo de alongamento e encurtamento

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7.3. Especificidade e sobrecarga

Princípio da sobrecarga diz que aplicando stress no sistema fisiológico este irá
aumentar a sua força ou função.
Princípio da especificidade diz que o treino deve ser exclusivo para o sistema que
está a receber a carga e que os mesmos sistemas têm respostas diferentes
consoante o estímulo.
Em relação ao treino especificamente, se quisermos criar uma adaptação temos de
sobrecarregar apenas a função que queremos desenvolver e não fazer combinações
de várias sobrecargas na mesma sessão (com exceções especificas ou criando uma
ordem logica de sobrecarga).

7.4. Formas de adaptação neuromusculares: melhoria dos processos


coordenativos, remodelação muscular e hipertrofia

O músculo-esquelético humano é um tecido orgânico com uma enorme capacidade


de adaptação neurofisiológica, metabólica e morfológica. Estas adaptações
dependem do estímulo físico dado, sendo que as principais adaptações aos
diferentes tipos de treino são:

Treino aeróbio

Desenvolvimento das fibras tipo I (fibras lentas), que produzem mais mitocôndrias e
mais funcionais para suster grandes períodos de esforço.

Treino anaeróbio

Desenvolvimento das fibras tipo II (fibras rápidas), estas fibras acumulam muito mais
fosfocreatina,conseguem realizar uma fermentação mais eficiênte, toleram maiores
níveis de lactato, aumentam o seu citoplasma aumentando de tamanho (hipertrofia)
aumentando a sua capacidade elástica, existe também adaptações neuromusculares
de aumento de resposta neurológica, recrutando mais fibras mais rapidamente

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Treino integrado (ou funcional)

Muscularmente este treino varia muito consoante se tem uma vertente mais aeróbia
ou anaeróbia, pode-se dizer que é um estilo que procura o máximo funcionalidade
geral e não um objetivo concreto. O grande objetivo é melhorias neuromusculares
através de diminuição do tempo de resposta do estímulo, maior precisão do mesmo,
maior ativação de fibras, maior eficiência na tarefa a realizar.

7.5. Reservas de energia no músculo, fonte glucídica e lipídica.

Fonte glucídica

Moléculas biorgânicas constituídas maioritariamente por hidrogénio, oxigénio e


carbono. Cada um grama de glúcidos hidrolisado produz 4 Kcal. Este composto está
normalmente circulante na linfa e no interior das células e é dos primeiros a ser
consumido no trabalho muscular, devido à sua fácil metabolização e toxicidade em
grandes quantidades.

Fonte lipídica

Moléculas biorgânicas constituídas maioritariamente por hidrogénio, azoto e


carbono. Cada 1 grama de lípidos hidrolisado produz 9 Kcal.

Apesar de altamente energéticos os lípidos são principalmente uma fonte de reserva,


pois são muito mais estáveis quimicamente e de fácil armazenamento que os
glúcidos, logo durante o trabalho muscular a sua utilização inicia-se com o início da
depleção dos glúcidos.

7.6. Papel das proteínas, catabolismo e anabolismo proteico na adaptação


hipertrófica

As proteínas tem um papel fundamental no funcionamento, recuperação e


desenvolvimento do músculo sendo o seu principal constituinte.

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Energética:
Quando não existem grandes reservas de lípidos e já foram esgotadas as reservas de
hidratos de carbono circulantes o músculo pode processar proteínas para obter
energia a um rácio de 1 grama hidrolisada produzir 4 Kcal, podendo portanto em caso
de necessidade o músculo utilizar o seu constituinte principal como substrato,
entrando em catabolismo.

Estrutural:
Sendo um dos principais constituintes do músculo é essencial para a sua manutenção
e hipertrofia. Estudos indicam que a ingestão de proteínas associadas a hidratos de
carbono até 2 horas após um treino de hipertrofia potência a sua integração no
músculo estimulando o anabolismo, principalmente por ativação da insulina que tem
um efeito anabólico.

Reparador:
Estudos indicam também que se deve ingerir proteína antes de dormir pois potência
a regeneração muscular e a hipertrofia durante o repouso. Falando do caso mais
concreto de 3 aminoácidos especiais nesta categoria, os chamados BCAA (leucina,
valina, isoleucina), estes aminoácidos têm características especificas de atenuar a
perda de massa magra durante perda de massa corporal, favorecem a cicatrização do
corpo, melhoram o balanço proteico no organismo (especialmente em idosos), e têm
efeitos benéficos no tratamento de patologias hepáticas e renais. Por estes motivos
esta suplementação é aconselhada em diversas fases do treino e vida, também tanto
para adultos como para idosos devido aos seus efeitos protetores e reparadores
sobre o organismo, nunca esquecendo que como qualquer suplementação tem de
ser adaptada ao indivíduo, idade, sexo e actividade física.

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8. Adaptações endócrinas, termorregulação, equilíbrio hídrico e eletrolítico
durante a actividade física

O sistema endócrino especificamente tem um papel crucial na regulação da


homeostasia. Ele é composto pelas gandulas endócrinas que segregam sinalizadores
químicos chamados hormonas, interagindo com o sistema nervoso e todos os órgãos
do corpo para as mais diversas funções. Estas hormonas produzidas muitas vezes têm
efeitos autorreguladores e as suas quantidades ditam se é produzido mais, menos ou
nada. Por exemplo durante o exercício físico um dos estímulos é o consumo de
açúcar por parte dos músculos, que por sua vez, faz com que a insulina circulante não
seja tão necessária e portanto vai estimular a diminuição da produção de insulina.

8.1. Funções de regulação endócrina em situações de esforço

Durante a actividade física existem 3 tipos de controlo


Neural:
Sistema nervoso central e periférico, particularmente sistema simpático e
parassimpático do sistema nervoso autónomo.

Fig. 12 Neurónio

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Humoral:
Dependente de segregação de substâncias por glândulas específicas no organismo.

Fig. 13 Sistema Humoral simplificado(Em Português do Brasil)

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Neurohumoral:
Quando envolve ambos os processos simultâneos em interação direta

Fig. 14 Sistema Neuro-Humoral

8.2. Termorregulação na prática física: mecanismos de troca de calor com


o envolvimento; volémia e conteúdo de água nos tecidos e fluidos corporais

O principal centro de termorregulação é o hipotálamo, e é dividido em 3 níveis:


perceção térmica aferente, regulação central e resposta eferente. A informação é
obtida por células termosensíveis normalmente a nível da pele e é transmitido o sinal
ao hipotálamo. Estes sinais advêm de todo o corpo e funcionam por um sistema
quase de “média” se o valor “médio” medido for abaixo do ideal ele desencadeia uma
resposta térmica de conservação de calor se o valor “médio” for acima do ideal ele
desencadeia uma resposta térmica de perda de calor.

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No caso da actividade física existe portante um aumento metabólico considerável
(apenas 30% da energia produzida é utilizada e 70% é libertada sobre a forma de
calor), e com tanta utilização e produção energética dá-se produção de calor como
subproduto das reações, como tal em exercício físico a termorregulação em
situações normais é sempre no sentido de diminuir a temperatura corporal.
Os estímulos e adaptações são várias:

Vaso dilatação:
Com a aproximação dos vasos sanguíneos do exterior existe maior libertação de
calor para o meio externo que está normalmente a uma temperatura inferior que o
interior.

Sudação:
O suor aumenta a libertação de calor por parte do corpo refrigerando-o quando
evapora, sendo que o suor contem vários outros compostos sendo os principais
cloreto de sódio e ureia. Eliminando cloreto de sódio e ureia em simultâneo com água
faz com que se mantenha mais facilmente a homeostasia hídrica, pois se apenas se
libertasse sais ou água não se iria manter a homeostasia hídrica. A perda destes sais
obriga também à retenção de água, inibindo a produção de urina, saliva ou secreções
que não o suor, tentando manter a volémia (volume de água no sangue).

Desmaio:
Quando a termorregulação falha (exaustão térmica) o sistema de “emergência” é
“desligar” e portanto a pessoa perde a consciência e cessa a actividade para não
produzir mais calor, de outra forma a temperatura corporal iria subir tanto que iria
desnaturar irreversivelmente várias proteínas essenciais do corpo resultando na
morte da pessoa.

8.3. Desidratação e hidratação em esforço

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Sendo que o corpo humano é constituído por cerca de 40 a 70% água é natural que a
hidratação seja um ponto fulcral a ter em conta na actividade física.
É considerado desidratação quando existe uma perda superior a 3% do peso
corporal durante a actividade física (em água), peso esse perdido maioritariamente
pelo sudorese e respiração (aumento de trocas gasosas aumenta a taxa de perda de
água sobre a forma de vapor nas vias aéreas).
Como tal as recomendações da ACSM sobre hidratação para a actividade física são
as seguintes:
• Dieta equilibrada e com muitos líquidos 24 horas antes da actividade física
• Ingerir cerca de 500 ml duas horas antes da actividade física (de modo a
haver tempo suficiente para excreção da água em excesso).
• Começar a beber mal se inicie a desidratação e em intervalos regulares, a uma
taxa suficiente para repor toda a água perdida.
• Ingerir líquidos a uma temperatura menor que a ambiente (entre 15º e 22ºC) e
com sabor atraente.
• Exercício intenso por mais de 1 hora recomenda-se a reposição de alguns
hidratos carbonos a uma taxa de 30 a 60 gramas por horas.
• Novamente se o exercício se prolongar por mais de 1 hora recomenda-se a
adição de cloreto de sódio (0,5 a 0,7g por litro) na solução, mas sempre tendo
em conta que para atividades com duração inferior a 1 hora não é preciso
repor eletrólitos.

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9. Adaptações e alterações fisiológicas nas fases especiais da vida

9.1. Principais diferenças fisiológicas entre a criança e o adulto face ao


esforço

As diferenças fisiológicas entre uma criança e um adulto transpõem muito mais que o
peso e altura. Grande parte dos sistemas da criança estão subdesenvolvidos e vão
ter portanto respostas adaptativas diferentes de um adulto. As principais diferenças
fisiológicas no que toca à física são:
• Frequência cardíaca de repouso e máxima mais elevada, pois o coração ainda
é reduzido e com uma fraca capacidade de contração compensado por maior
frequência cardíaca;
• Menor capacidade respiratória, devido a menor volume pulmonar e, portanto,
necessitam de mais ciclos respiratórias para manter a funcionalidade;
• Capacidade reduzida de anaerobiose, não gerando níveis altos de lactato no
sangue durante o esforço anaeróbio;
• Menor capacidade de acumulação de glicogénio muscular (cerca de 50 a 60%
menos);
• Fibras musculares indiferenciadas;
• Menor recrutamento de unidades motoras;
• Baixos níveis de testosterona;
• Menor mielinização de fibras nervosas, o que faz com que a velocidade de
transmissão de estímulos seja mais reduzida;
• Menor densidade óssea;
• Maior mobilidade articular;
• Menos capacidade de sudorese por apresentarem menos glândulas
sudoríporas.

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9.2. Adaptações respiratórias, cardiovasculares e neuromusculares ao esforço
na criança e no jovem

Para compensar todas estas limitações o organismo da criança/jovem tem


adaptações específicas:

Adaptações respiratórias:
Aumento do consumo de oxigénio de 10 a 30% para compensar a falta de volume
pulmonar à custa de menor eficiência e portante mais stress para o mesmo nível de
esforço. Também por não existir diferenciação das fibras musculares conseguem
compensar a falta de eficiência.

Adaptações cardiovasculares:
Para compensar o baixo volume cardíaco o organismo da criança aumenta a extração
do oxigénio por parte dos tecidos (com efeitos secundários como o aumento da
temperatura corporal, dai uma das principais razões da baixa tolerância ao aumento
de temperatura).
Adaptações neuromusculares:
Como não conseguem grande eficiência cardiorrespiratória possuem uma maior
vascularização e uma baixa capacidade de anaerobiose por falta de produção de
enzimas específicas e diferenciação de fibras. Para compensar tal facto possuem
maior quantidade de mitocôndrias e enzimas oxidativas, mesmo que muito menos
eficientes, conseguem colmatar a sua eficiência parcialmente com quantidade.

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9.3. Alterações respiratórias, cardiovasculares, neuromusculares e
neurohumorais no idoso

Com o passar do tempo o organismo humano perde imenso a sua capacidade de


resposta, adaptação e existem diversas alterações estruturais:

Alterações respiratórias:
• Perda da capacidade contrátil do tecido pulmonar
• Diminuição da eficiência enzimática,
• Diminuição da capacidade de transporte e captação de oxigénio
• Perda de mobilidade torácica dificultando a expansão pulmonar

Alterações cardiovasculares:
• Menor capacidade contrátil do coração, devido à acumulação de gordura no
miocardio
• Vasos sanguíneos perdem parte da sua capacidade contrátil
• Aumento de tensão arterial, devido à acumulação de placas de arterosclerose
• Menor capacidade de volume dos ventrículos

Alterações neuromusculares:
• Perda de massa muscular gradual, especialmente de fibras tipo II
• Menor acumulação de fosfocreatina
• Perda de densidade óssea gradual
• Resposta neuromotora mais lenta, devido à desmielinização dos axónios
• Compressão da estrutura óssea e alterações posturais que causam alterações
na coordenação e equilíbrio
• Diminuição do líquido sinovial nas articulações
• Degeneração articular

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Alterações neurológicas:
• Diminuição da capacidade de aprendizagem
• Diminuição da memória
• Diminuição do tempo de reação
• Diminuição de capacidade de raciocínio analítico ou intuitivo
• Possibilidade de tremores
• Possibilidade de alterações no discurso (má construção frásica ou frases sem
sentido)

Nota: Devido a alterações endócrinas e neurológicas, o idoso vai sofrer alterações


psicológicas à sua personalidade, havendo muitas vezes, sintomas como medo,
depressão, sensação de inutilidade, carência emocional, isolamento, falta de
autoestima e perda de sentido de “senso comum”.

9.4. Gravidez

Na gravidez o corpo da mulher sofre diversas alterações morfológicas, hormonais e


fisiologicas, sendo por isso uma população com várias directrizes especificas para o
treino.

Alterações respiratórias:
• Aumento da necessidade de captação de oxigénio
• Em fases mais avançadas da gravidez vai existir uma compressão do diafragma
dificultando a respiração
• Volume reserva expiratório diminui (devido à compressão do diafragma)
• Tendência a hiperventilarem

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Alterações cardiovasculares:
• Aumento da frequência cardíaca
• Aumento do volume de sangue
• Aumento do volume sistólico
Alterações fisiologicas:
• Aumento da massa gorda
• Aumento da retenção de liquidos
• Diminuição da glicémia em jejum (devido ao consumo adicional do feto)
Alterações musculo-esqueléticas:
• Aumento da flexibilidade (devido a uma hormona chamada relaxina)
• Centro de gravidade move-se para a frente
• A parede abdominal torna-se mais fina e acentua-se a lordose lombar
(normalmente causando desconforto)
• Alteração na coordenação devido a alterações na estrutura muito rápidas
• Ombros tendem a uma rotação anterior causando um excesso de sifose dorsal
• Separação do recto abdominal nas fases finais da gradivez

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10. Bibliografia

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