A distribuição de matéria nas plantas é feita através de sistemas de
transporte constituídos por redes de vasos condutores -estruturas biológicas tubulares onde circulam fluídos- organizados em tecidos vasculares ou tecidos condutores. As plantas que possuem estes tipos de vasos condutores denominam-se vasculares e as que não têm designam- se de plantas avasculares. Numa planta vascular existem 2 tipos de fluídos que circulam em tecidos específicos (seiva): Existe a seiva xilémica ou bruta sendo constituída por cerca de 99% de água e sais minerais. Este tipo de seiva circula num tecido condutor denominado de xilema ou lenho. Existe também outro tipo de seiva denominado de seiva floémica ou seiva elaborada, sendo constituída por glicose e outros compostos orgânicos. A sua circulação faz-se nos vasos de um tecido condutor chamado floema ou líber. A movimentação da seiva floémica no interior da planta é denominada de translocação. Os tecidos vasculares (xilema e floema) apresentam vários tipos de células: células especializadas no transporte de substâncias, fibras que são células geralmente mortas e com paredes que oferecem sustentação e resistência e finalmente as células parenquimatosas que são células vivas e pouco diferenciadas. Falando mais especificamente do floema e do seu método de transporte de compostos orgânicos existem 2 tipos de células diretamente envolvidas ativamente no transporte de seiva floémica (glicose e outros compostos orgânicos), sendo elas as células dos tubos crivosos e as células de companhia. Estas células apresentam-se vivas sendo que a seiva floémica circula nos tubos crivosos, que são constituídos por células longas e estreitas que se justapõem pelas paredes transversais, formando então vasos. Estas paredes transversais têm aspeto semelhante a um crivo por apresentarem um grande número de poros e por isso designam-se de placas crivosas. São estas placas crivosas que permite a passagem de seiva floémica de célula a célula.
As células de companhia estão ligadas às células do tubo crivoso e
desempenham um papel fundamental no transporte de açúcares e de outras moléculas para os tubos crivosos. Através da fotossíntese que as plantas são capazes de sintetizar glicose e outros produtos orgânicos indispensáveis à sua sobrevivência e desenvolvimento. Para explicar o movimento da seiva floémica os cientistas criaram uma teoria chamada de Modelo do Fluxo de Massa Sob Pressão que explica todos os processos associados á translocação. De acordo com este modelo, o transporte da seiva floémica ocorre das fontes para os sumidouros. As fontes são órgãos de produção de compostos orgânicos enquanto que os sumidouros são os órgãos da planta com crescimento ativo ou órgãos de reserva em desenvolvimento.
O transporte da seiva floémica ocorre em 4 fases distintas segundo o
modelo do fluxo de massa sob pressão: 1- Carga do Floema O transporte da seiva floémica começa com os açúcares produzidos pela fotossíntese como a glicose a serem sintetizados em sacarose, um outro tipo de açúcar. A sacarose passa para o tubo crivoso por via simplástica (célula a célula través de plasmodesmos) mas passando antes da fonte para as células de companhia por transporte ativo, ou seja, contra o gradiente de concentração de soluto gastando então energia. A entrada de sacarose nos tubos crivosos aumenta a pressão osmótica (pressão que é necessária fazer para impedir a passagem de água por osmose para outras células) criando um meio hipertónico saturado de soluto fazendo com que a água passe do xilema para o floema através de osmose (passagem de água de meios hipotónicos -com pouco soluto, para meios hipotónicos -com muito soluto). 2- Fluxo de Massa Junto à fonte, aumenta a pressão de turgescência (pressão que é exercida na parede celular pela água que entra na célula vegetal) forçando a deslocação da seiva para outros locais com menor pressão osmótica e com menor concentração de soluto criando então um “fluxo de massa”.
3- Descarga do Floema
Ocorre a saída ou descarga de sacarose do tubo crivoso para as
células de companhia mais uma vez por via simplástica e a sacarose passa então das células de companhia para o sumidouro por transporte ativo também mais uma vez.
4-Saída da água de volta para o Xilema
Com a saída da sacarose saturada de soluto dos tubos crivosos, o
meio irá ficar então hipotónico, resultando na diminuição da pressão osmótica e na consequente saída da água de volta para os vasos xilémicos paralelos aos tubos crivosos.
Em suma, o transporte de compostos orgânicos nas plantas é feito através
da circulação de um fluído chamado floema que contém açúcares e que os transporta desde o local de produção até ao local de consumo ou reserva na planta, conseguindo fazer isto usando como recurso um sistema especializado no transporte de floema constituído por células de companhias e tubos crivosos. Sem este sistema de transporte as células da planta não conseguiriam ter um acesso rápido e eficaz ao seu alimento, a glicose, causando assim problemas de desenvolvimento na planta ou até mesmo a morte sendo assim imprescindível para as plantas. Bibliografia: https://ensina.rtp.pt/explicador/movimento-da-seiva-xilemica-nas- plantas-vasculares/ https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$hipotese-do-fluxo-de-massa https://colegiovascodagama.pt/ciencias3c/decimo/unidade20.html Manual de Biologia do 10º Ano BioGeo