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I.

Introdução

No presente trabalho, nos foi incumbida a responsabilidade de debruçar sobre o


Sistema de Transporte nos animais, sem descorar a Evolução do sistema de transporte,
os animais sem sistema de transporte e o transporte nos artrópodes e anelídeos.

Os seres vivos precisam executar trocas de elementos químicos com o meio


ambiente. Essas trocas acontecem por meio das células. Para que os elementos possam
atravessar a parede celular eles precisam estar dissolvidos, pressupondo que as células
estejam mergulhadas em um meio aquoso, chamado de fluído intersticial.

Os animais aquáticos são os mais simples, como por exemplo, a hidra que não
apresenta um sistema de transporte capacitado. A parede corporal desses animais possui
pouca espessura, constituída somente por dois níveis de células, que ficam em contato
direto com o meio, garantindo que o oxigênio se propague de forma direta, da água para
as células e o produto recorrente do metabolismo seja da mesma forma liberado das
células para o meio. Os nutrientes disseminam-se dentro da abertura gastrovascular para
as células do meio interno.

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II. Desenvolvimento

SISTEMA DE TRANSPORTE NOS ANIMAIS E SUA EVOLUÇÃO

Os seres vivos necessitam de realizar trocas de substâncias com o meio


envolvente. Esta troca de substâncias químicas decorre a nível celular. Para as
substâncias atravessarem as membranas celulares a estratégia mais eficaz é quando as
substâncias se encontram dissolvidas, implicando que as células estejam embebidas
num meio líquido, o fluído intersticial.

Os animais mais simples são aquáticos, como a hidra e não possuem um sistema
de transporte especializado. A parede corporal é fina, formada apenas por duas camadas
de células, que estão em contacto directo com o meio, permitindo que o oxigénio se
difunda directamente da água para as células e os produtos resultantes do metabolismo
sejam igualmente libertados das células para o meio.

Os nutrientes difundem-se no interior da cavidade gastrovascular para as células


da camada interna.

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Em grupos de animais um pouco mais complexos, como os Platelmintes e os
Nematelmintes, a difusão dos nutrientes e produtos metabólicos é realizada sem que
exista um sistema de transporte especializado.

A difusão, em organismos de maiores dimensões torna-se um processo demasiado


lento e inoperante devido ao elevado número de células. À medida que o grau de
complexidade dos animais aumenta, surgem sistemas de transporte mais especializados
com órgãos também especializados, que estabelecem a ligação entre as células e os
sistemas digestivo, respiratório e excretor.

O sistema circulatório garante a chegada de nutrientes e oxigénios a todas as


células e a eliminação de substâncias tóxicas resultantes do metabolismo. Um sistema
de transporte, tipicamente inclui:

 Um fluido circulante, sangue ou outro fluido, que garante o transporte de


nutrientes, a circulação de substâncias reguladoras, e o transporte de resíduos azotados.
Este fluído pode também transportar gases respiratórios;
 Um órgão propulsor do líquido circulante, nos animais, geralmente o coração;
 Um sistema de vasos ou de espaços por onde o fluido circula entre os
diferentes órgãos e tecidos do organismo, permitindo o contacto entre o liquido
circulante e o liquido intersticial de todas as células.

Em geral, todos os vertebrados apresentam sistema circulatório fechado e


corações com aberturas, conhecido como sistema cardiovascular. Os corações com
aberturas apresentam válvulas que proíbem que o sangue volte quando o coração se
contrai, fazendo com que o sangue continue unidirecional.

Os diversos grupos de animais possuem corações com vários números de


aberturas, progredindo na direção de uma sucessiva divisão da circulação sanguínea em
dois ciclos diferentes, um sistêmico e outro pulmonar.

Dentre as circulações do classificam – se em:

Circulação simples

– Peixes: O coração dos peixes apresenta duas aberturas, uma que recebe o sangue
venoso que vem do restante do corpo, e outra que recebe o sangue arterial que irá até as

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brânquias. As trocas gasosas e de nutrientes acontece por meio dos capilares. O sangue
venoso volta pelas vênulas e veias até o coração.

Circulação dupla incompleta

– Anfíbios: O coração dos anfíbios possui três cavidades: um ventrículo e duas


aurículas. Do ventrículo sai sangue que vai para os pulmões onde é oxigenado e para
todo o resto do corpo. A aurícula direita contêm sangue venoso e a esquerda sangue
arterial que vem dos pulmões. O fato das aurículas não lançar o sangue simultaneamente
possibilita que não ocorra mistura dos dois sangues. Observa-se dessa forma que nos
anfíbios há dois circuitos: circulação sistêmica e pulmonar.

Circulação dupla completa

– Circulação sanguínea humana: Da mesma forma que os outros mamíferos, o ser


humano possui um coração com quatro aberturas, duas aurículas e dois ventrículos.

Os vasos sanguíneos ainda que tenham o mesmo aspecto possuem diferenças de


estrutura. As paredes das artérias e das veias são formadas por três níveis de tecidos
diferentes, chamadas túnicas.

– Túnica externa: tecido conjuntivo elástico que da elasticidade ao vaso


sanguíneo.

– Túnica média: constituída por um nível de tecido muscular e outro nível de


tecido conjuntivo. Está presente mais nas artérias do que nas veias, uma vez que o
sangue com maior pressão circula nas artérias.

– Túnica interna: formada por um tecido epitelial de revestimento e pela


membrana basal.

ANIMAIS SEM SISTEMAS DE TRANSPOTE

Os animais simples (que geralmente possuem pequeno porte) não possuem


sistema circulatório. O transporte de substâncias nestes casos é realizado de célula para
célula, por difusão e osmose. Isto é possível porque estes animais (como as águas-vivas,
planárias e esponjas) possuem poucas camadas de células e este método simples é
suficiente.

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Os animais pertencentes aos filo Porífera, Cnidaria, Platelmintes e Nematelmintes
não possuem sistema circulatório, e as trocas são feitas por difusão directa entre o meio
e as células. Nos Cnidaria, a difusão directa ocorre ou através da camada de células
interna que reveste a cavidade gastrovascular – a endoderme, ou através da camada
celular externa – ectoderme que contacta directamente com o exterior. Os percursos que
as substâncias têm de percorrer são suficientemente pequenos para o processo ser
eficaz.

A estrutura dos Platelmintes já é um pouco mais complexa. A cavidade


gastrovascular é extremamente ramificada estendendo-se por todo o organismo,
garantindo uma grande proximidade às células. As trocas efectuam-se via o fluido
intersticial que embebe as células, sendo facilitado por movimentos do corpo do animal.

Os platelmintos já possuem uma estrutura mais complexa. A abertura


gastrovascular é bastante ramificada percorrendo todo o organismo, assegurando uma
proximidade maior ás células. As trocas acontecem por meio do fluido intersticial que
absorve as células, sendo favorecido pelo movimento do corpo.

Já os animais que apresentam sistema circulatório, podem ser de dois tipos: aberto
ou fechado. No sistema circulatório aberto o sangue desocupa os vasos condutores e
começa a ocupar os espaços que o conduz diretamente as células. As aberturas
preenchidas de sangue que ficam em contato com a célula que compõem o hemocélio.
Nesse modelo de sistema não há diferença entre o líquido intersticial e o liquido
circulante, ganhando um único nome, hemolinfa. Em um sistema circulatório aberto a
hemolinfa movimenta-se mais devagar do que no sistema fechado e os animais
apresentam movimentação lenta e níveis metabólicos reduzidos.

No sistema circulatório fechado, o sangue apenas se movimenta dentro dos vasos,


não havendo mistura com o líquido intersticial.

SISTEMA DE TRANSPORTE NOS ARTRÓPODES E ANELIDEOS

1º. Artrópodes

O sistema de transponte dos artrópodes é do tipo aberto. O sangue circula sob


baixa pressão, lentamente, passando por cavidades denominadas hemoceles. Difere dos
vertebrados por possuírem um sangue de baixa celularidade, chamado de hemolinfa.

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Nos artrópodes onde a distribuição de gases provenientes da respiração se dá pela
circulação, o sangue contém o pigmento respiratório conhecido como hemocianina
(semelhante à hemoglobina dos vertebrados e anelídeos). Os insetos, quilópodes e
diplópodes não possuem esse pigmento, pois a chegada do oxigênio se dá por meio do
sistema de traquéias.

Sistema de transporte típico de artrópodes, como os insetos, e moluscos (exceto


cefalópodes), também designado sistema circulatório lacunar, em que o líquido
circulante - hemolinfa - não se encontra sempre dentro de vasos ou órgãos. O sistema
circulatório aberto é constituído por um vaso dorsal e por um coração tubular em
posição dorsal, com válvulas internas e orifícios laterais, os ostíolos.

A hemolinfa é bombeada pelo coração para a aorta dorsal, passando desta para um
sistema de cavidades, as lacunas, banhando diretamente as células. Com o relaxamento
do vaso dorsal, os ostíolos abrem e a hemolinfa, que se encontra nas lacunas, entra no
coração. Os ostíolos fecham e a contração do coração lança novamente a hemolinfa na
aorta dorsal.

O sistema de transporte dos insetos inclui corações acessórios, importantes para


impulsionar a hemolinfa para as antenas, as asas e para as patas. Neste sistema, o sangue

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flui mais lentamente que num sistema circulatório fechado e, portanto, é menos
eficiente.

2º. Anelideos

Sistema de transporte característico de anelídeos, em que o líquido circulante se


encontra sempre no interior de vasos ou órgãos. É composto por um ou mais corações
que bombeiam o sangue para grandes artérias, que se ramificam.

O sistema de transporte da minhoca constitui um exemplo de sistema fechado. É


composto por dois vasos, um dorsal e um ventral, que estão ligados por vasos laterais,
os quais se ramificam formando uma rede de capilares. O vaso dorsal funciona como
um coração, existindo cinco corações laterais que impulsionam o sangue do vaso dorsal
para o vaso central.

O sistema circulatório fechado pode estar organizado de forma a que a circulação


seja simples ou dupla.

Relativamente ao sistema circulatório aberto, este sistema é mais eficiente, pois o


sangue flui mais rapidamente, permitindo uma reposição e substituição mais rápida de
materiais.

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Os anelídeos se organizam dentro do filo Annelida do Reino Animal, que agrupa
os organismos segmentados e portadores de metâmeros, porções essenciais nas quais o
corpo de um indivíduo é, didaticamente, dividido. O nome do filo é, justamente,
derivado da presença desses metâmeros, que assemelham-se a anéis, ao longo do corpo
do animal.

Esses animais são invertebrados e de corpo mole, característica que os assemelha


do filo dos Moluscos. Porém, devido à segmentação presente nesses indivíduos, além de
outras diferenças, esses organismos foram agrupados em um filo à parte.

O filo Annelida conta com, aproximadamente, 15 mil espécies, que podem ser
encontradas em vários ecossistemas - tanto terrestres, geralmente em locais úmidos,
quanto aquáticos (oceanos, rios e lagos). Suas principais representantes são as minhocas
e as sanguessugas.

Por fazerem parte do Reino Animal, os anelídeos são animais pluricelulares,


possuindo várias células capazes de formar tecidos, e são eucariontes, com suas células
possuindo organelas celulares e carioteca separando o material genético do restante do
conteúdo celular.

Além disso, são organismos triblásticos, possuindo três folhetos embrionários


(endoderma, mesoderma e ectoderma), que dão origem aos demais tecidos e órgãos do
corpo. Possuem simetria bilateral, com seu corpo podendo ser dividido em duas partes
iguais e quatro regiões específicas (região posterior, inferior, ventral e dorsal) e são
celomados, possuindo a cavidade preenchida com líquido que poderá servir de depósito
para as vísceras do animal chamado de celoma.

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Neste caso, o celoma também desempenha importante função estrutural e de
sustentação, servindo como esqueleto hidrostático para esses organismos que não
possuem ossos e cartilagens.

Evolutivamente, algumas características favoreceram melhor adaptação


desses animais, entre elas podemos citar:

 A presença de dilatações no sistema circulatório (cinco pares de corações), com


capacidade contrátil, auxiliando o fluxo sangüíneo;
 Configuração de um sistema circulatório fechado, onde o sangue apenas circula
no interior de vasos e capilares;
 A presença de pigmentos respiratórios (hemoglobina), facilitando a assimilação
dos gases respiratórios e melhorando a eficiência do transporte dos mesmos;
 Respiração cutânea indireta, dependente de um meio úmido para sobreviver. Nas
minhocas, a epiderme não possui uma camada de revestimento queratinizada
(impermeabilizante), o que dificultaria as trocas gasosas. Contudo, secreta uma
substância (muco), que lubrifica e umidifica a pele.

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III. Conclusão

A pós uma grande abordagem em torno do tema a cima citado, nós chegamos a
concluir o seguinte: Todos os organismos estabelecem intercâmbio de substâncias com
o ambiente. Deste intercâmbio depende a sobrevivência das células. Estas recebem
materiais do meio que as envolve (fluido intersticial) e lançam para este meio os
produtos do seu metabolismo.

Nos animais mais simples – aquáticos – como as suas células se encontram muito
perto do meio externo, ocorre uma difusão directa entre esse meio e as células.

Nos animais mais complexos, as células, na sua maioria, estão afastadas dos
sistemas digestivo, respiratório e excretor, através dos quais se estabelecem trocas com
o meio externo. A existência de um sistema de transporte, garante a chegada rápida de
nutrientes e de oxigénio às células e a remoção eficiente das substâncias prejudiciais ou
tóxicas resultantes do metabolismo (ureia).

Contudo: Deste sistema fazem parte: fluido circulante – sangue ou outro fluido,
órgão propulsor do sangue – coração e sistema de vasos ou espaços por onde o fluido
circula.

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IV. Referências Bibliográficas

Fontes de pesquisa
 https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/
Sistemas_de_Transporte_nos_Animais
 https://www.fc.up.pt/pessoas/jfgomes/pdf/
vol_1_num_1_08_art_sistemasTransporteAnimais.pdf
 https://querobolsa.com.br/enem/biologia/anelideos
 https://www.infoescola.com/animais/sistema-circulatorio-dos-artropodes/
 https://ensina.rtp.pt/explicador/sistemas-de-transporte-nos-animais/
 https://www.resumoescolar.com.br/biologia/transporte-nos-animais/
 https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$sistema-circulatorio-fechado

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