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Transporte nos Animais

A especialização dos sistemas de transporte dos animais está diretamente relacionada com a com o grau
de complexidade do animal. Desta forma, os animais mais simples, como hidras, planárias ou esponjas do
mar, não têm sistema de transporte especializado (razão área/voluma elevada). Nestes, todas as células se
encontram próximas do meio externo, ocorrendo as trocas por difusão simples, na qual se gasta pouca
energia. Por outro lado, os animais mais complexos têm sistema de transporte especializado que é
constituído por um fluido circulante (sangue, linfa ou hemolinfa), um conjunto de vasos ou lacunas nos
quais o fluido se movimenta, e um órgão propulsor – o coração.
Sistema aberto – o sangue banha diretamente as células, abandonando os vasos e ocupando lacunas.
Nestes casos não há distinção entre o sangue e o fluido intersticial, designando-se por isso hemolinfa. É
característico de insetos. Existe um vaso dorsal com um coração tubular ao longo do dorso do inseto, que
possui válvulas internas e pequenos orifícios – ostíolos – e de onde partem ligações a artérias tubulares. A
hemolinfa entra para o coração tubular através dos ostíolos; estes fecham, o coração contrai e a hemolinfa
passa, através das válvulas internas, para as artérias dorsais, fluindo destas para as lacunas. O tubo dorsal
relaxa, os ostíolos abrem e a hemolinfa, proveniente das lacunas, entra novamente para o coração tubular.
Sistema fechado – todo o percurso do sangue é feito dentro de vasos. É vantajoso uma vez que há uma
maior rapidez e eficácia nas trocas e permite uma maior produção de energia e uma taxa de metabólica
mais elevada. Por outro lado, existe um maior gasto de energia para bombear o sangue.
Os sistemas de transporte nos vertebrados podem ser:
 circulação simples (ex: peixes)
 circulação dupla incompleta (ex: anfíbios)
 circulação dupla completa (ex: mamíferos)

Circulação simples
O coração é constituído apenas por duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, nos quais passa
somente sangue venoso e apenas uma vez no decorrer de cada circulação.
O sangue venoso, vindo dos diferentes órgãos, entra na aurícula. Esta contrai-se e impele o sangue para o
ventrículo. A contração do ventrículo faz o sangue progredir até ao cone arterial e daqui até às brânquias,
onde é oxigenado (passa a sangue arterial), e daqui segue para a aorta dorsal que se ramifica para todo o
corpo, onde após realizadas as trocas de substâncias, regressa ao coração. Nota: Ao passar nos capilares
branquiais, a pressão sanguínea diminui, o que faz com que o sangue flua mais lentamente para os outros
órgãos (sob baixa pressão).

Circulação dupla incompleta


O coração apresenta três cavidades, duas aurículas e um ventrículo. O sangue passa duas vezes no
coração: uma para iniciar a circulação sistémica (sangue arterial) e outra para iniciar a circulação pulmonar
(sangue venoso), podendo ocorrer mistura parcial dos dois tipos de sangue ao nível do ventrículo.
O sangue venoso, proveniente das várias partes do corpo, entra na aurícula direita. Esta, por contração,
impele o sangue para o único ventrículo. Por contração do ventrículo, o sangue segue para a artéria
pulmonar que se divide em dois ramos, um para aos pulmões outro para a pele, onde é oxigenado.
Regressa ao coração pelas veias pulmonares entrando na aurícula esquerda. Esta contrai enviando o
sangue para o ventrículo que, por sua vez, também vai contrair e bombear o sangue para a artéria aorta,
que se ramifica, fazendo chegar o sangue a todas as zonas do corpo. O sangue regressa ao coração pela
aurícula direita.
Circulação dupla completa
O coração apresenta quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos, não existindo, em condições
normais, possibilidade de mistura de sangue arterial e sangue venoso. O sangue venoso, proveniente de
todas as partes do corpo, entra pelas veias cavas na aurícula direita. Esta contrai-se impulsionando o
sangue para o ventrículo direito, que vai também contrair impelindo o sangue para a artéria pulmonar. O
sangue segue até aos pulmões onde é arterializado. Regressa ao coração, através das veias pulmonares,
entrando na aurícula esquerda. Esta vai contrair e obrigar o sangue a seguir para o ventrículo esquerdo.
Daqui, por contração do ventrículo, o sangue é impulsionado para a artéria aorta, que se ramifica e faz
chegar o sangue arterial a todas as partes do organismo. Após as trocas necessárias que ocorrem a nível
dos capilares, o sangue regressa ao coração, reiniciando-se o ciclo. (sístole = contração e diástole =
relaxamento)
Particularidades da circulação dupla completa:
 A oxigenação celular é mais eficiente o que permite uma maior capacidade energética;
 O coração, como órgão propulsor muscular, gera pressão que permite criar fluxo sanguíneo. Para além
disso, possui válvulas auriculoventriculares e arteriais (à entrada das artérias aorta e pulmonar), que
determinam o sentido do fluxo e evitam o retrocesso do sangue no sistema circulatório.
 A pressão sanguínea é máxima nas artérias, diminui ao longo das arteríolas e dos capilares, sendo
mínima nas veias cavas.
 Uma vez que a pressão nas veias é mínima, o movimento do sangue nestes vasos é possível graças a
mecanismos que permitem o regresso do sangue ao coração, nomeadamente – válvulas interiores que
impedem o retrocesso da corrente sanguínea; músculos esqueléticos que rodeiam as veias e que ao
contraírem exercem compressão sobre estas, movimentando o sangue que nelas circula; movimentos
respiratórios; diminuição da pressão nas aurículas durante a diástole (exerce uma ação de sucção sobre
as veias).
Fluidos circulantes
Sangue – constituído por uma fração líquida, o plasma, constituído por água e no qual se encontram em
suspensão, proteínas e outras substâncias transportadas, assim como a fração sólida ou elementos
celulares (hemácias/eritrócitos/glóbulos vermelhos – transporte de dióxido de carbono e oxigénio;
leucócitos/glóbulos brancos – defesa do organismo; plaquetas – coagulação).
Linfa Intersticial – o sangue circula dentro dos vasos sanguíneos, por esse motivo, não é o sangue que está
em contacto direto com as células, no corpo humano, mas sim, a linfa intersticial. Esta é um fluido claro e
transparente, constituído por substâncias provenientes do sangue, uma vez que ao nível dos capilares, a
pressão sanguínea força o plasma e pequenas moléculas dissolvidas a passarem através da parede para os
tecidos, assim como os leucócitos que abandonam os capilares sanguíneos, por diapedese e também se
juntam à linfa intersticial. A linfa intersticial difere do plasma sanguíneo pelo facto de não possuir hemácias
e ter poucas proteínas (são macromoléculas que não conseguem atravessar a parede dos capilares).
Linfa Circulante – parte da linfa intersticial regressa ao capilar sanguíneo outra parte é recolhida por outros
vasos, os capilares linfáticos, passando a designar-se linfa circulante. Estes vasos fazem parte de um
sistema que constitui o sistema linfático. A linfa é de extrema importância, pois é neste fluido que as
células lançam os produtos tóxicos do seu metabolismo, e apresenta também importantes funções de
defesa, uma vez que os leucócitos são dos seus principais constituintes.

Vasos sanguíneos
 Artérias – são os vasos que levam o sangue do coração, mais propriamente dos ventrículos, para todos
os órgãos; ramificam-se em vasos cada vez mais estreitos, as arteríolas, que terminam em vasos de
menor diâmetro, os capilares.
 Capilares – são os vasos de menor calibre, e neles ocorrem as trocas de diferentes substâncias
(nutrientes, gases e produtos de excreção) entre o sangue e as células dos tecidos ou os alvéolos
pulmonares.
 Veias – trazem o sangue de volta ao coração – às aurículas. No regresso do sangue ao coração, os
capilares reúnem-se em vasos de calibre sucessivamente maior, as vénulas, que confluem nas veias.

Obtenção de Energia
Metabolismo celular define-se como o conjunto de reações químicas, essenciais à vida, que ocorrem a
nível celular e que envolvem transferência de energia. Pode ser dividido em:
 Anabolismo – conjunto de reações químicas endoenergéticas (implicam consumo de energia) que
levam à formação de novos produtos, ou seja, à síntese de substâncias mais complexas a partir de
substâncias mais simples. Fotossíntese e síntese de proteínas.
 Catabolismo – conjunto de reações químicas exoenergéticas (há libertação de energia) que consistem
na degradação de substâncias complexas em moléculas mais simples. Respiração aeróbia e
fermentação.
As vias catabólicas libertam energia por oxidação de compostos orgânicos e levam à formação de ATP
(este depois é utilizado em vários processos celulares, como o transporte ativo e as reações anabólicas)
 Respiração aeróbia – o oxigénio, que é uma molécula inorgânica, é o aceitador final dos eletrões.
 Respiração anaeróbia – os aceitadores finais de eletrões, são outras moléculas inorgânicas (sem ser o
oxigénio).
 Fermentação – O aceitador final de eletrões é o piruvato (ou ácido pirúvico), uma molécula orgânica.
Respiração Aeróbia
1) Glicólise – citoplasma
A glicólise consiste na metabolização de moléculas de
glicose, uma hexose (C6), em dois piruvatos (C3) e
ocorre no citosol de eucariontes e procariontes. A
glicólise realiza-se na presença ou na ausência de
oxigénio. Corresponde a uma sequência de dez
reações, que podem ser divididas em três fases:
 Fase de ativação – é fornecida energia da hidrólise
de duas moléculas de ATP à glicose, para que se torne quimicamente ativa e se dê início à sua
degradação.
 Fase de separação – há a separação em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (G3P), uma triose
(C3).
 Fase de rendimento – as trioses sofrem fosforilação (ligação a um grupo fosfato) e oxidação (perdem
eletrões para o NAD+, que passa a NADH). Algumas destas reações são exoenergéticas, permitindo
formar quatro moléculas de ATP por cada molécula de glicose inicial. O produto final são duas
moléculas de piruvato (C3).
2) Oxidação do piruvato e formação de acetil-CoA – matriz mitocondrial
Na presença de oxigénio, o piruvato formado no final da glicólise é
transportado do citosol para a matriz mitocondrial, onde sofre uma
descarboxilação, é oxidado e ligado à coenzima A (CoA), formando-se acetil-coenzima A (acetil-CoA).
3) Ciclo de Krebs – matriz mitocondrial
Cada molécula de acetil-CoA (C,) entra num ciclo de
reações químicas, ligando-se a um composto inicial que é
regenerado no final do ciclo. Uma vez que cada molécula
de glicose origina duas moléculas de acetil-CoA, para que
uma molécula de glicose seja totalmente oxidada, as
reações do ciclo de Krebs têm de ocorrer duas vezes.
Nestas duas etapas que decorrem na matriz da
mitocôndria, através de descarboxilações sucessivas, a
glicose é oxidada até dióxido de carbono, uma molécula
pobre em energia. No entanto, os eletrões transferidos
para as moléculas de NADH e FADH, são muito ricos em
energia, que será aproveitada na etapa seguinte da respiração aeróbia.
pH baixo, ácido
4) Fosforilação oxidativa – cristas mitocondriais
Esta etapa compreende três processos:
 O NADH e o FADH2 são oxidados, libertando eletrões para
proteínas específicas da cadeia respiratória. Os eletrões, numa
série de reações de oxidação-redução, passam sucessivamente
para transportadores com uma afinidade eletrónica cada vez
maior, até ao oxigénio – o aceitador final de eletrões. A redução do oxigénio leva à formação de água.
 Ao fluírem pela cadeia respiratória, os eletrões vão perdendo energia, que é utilizada por alguns
transportadores para bombearem ativamente protões para o espaço intermembranar da mitocôndria,
criando um gradiente de concentração de protões, também designado potencial quimiosmótico.
 O gradiente criado impulsiona a difusão dos protões de regresso à matriz mitocondrial, através da ATP
sintase. Como essa difusão de protões reduz o gradiente de concentração, é libertada energia que é
usada para a fosforilação de ADP, pela ATP sintase, gerando ATP, num processo designado
quimiosmose.

Glicólise Form. Acetil-CoA Ciclo de Krebs Total = ATP


NADH+H+ 2 2 6 10 25
ATP 2 - 2 4 4
FADH2 - - 2 2 3
CO2 - 2 4 6 Total de 32 ATP

Fermentação
1) Glicólise – citoplasma
Igual à que ocorre na respiração aeróbia!
2) Redução do piruvato – citoplasma
Fermentação alcoólica – as duas moléculas de ácido pirúvico, formadas no final da
glicólise, sofrem uma descarboxilação libertando duas moléculas de CO2 e
formando duas moléculas, cada uma com dois carbonos. Os dois NADH, formados
durante a glicólise, cedem dois átomos de Hidrogénio a cada uma destas novas
moléculas, ficando oxidados, formando-se, como produtos finais, etanol e CO2. Em termos de rendimento
energético, a fermentação alcoólica origina 2 moléculas de ATP por cada molécula de glicose degradada. A
fermentação alcoólica ocorre, por exemplo, nas leveduras (Saccharomyces cerevisiae).
Fermentação láctica – as duas moléculas de ácido pirúvico, formadas no final da
glicólise, recebem, cada uma delas, um átomo de Hidrogénio proveniente das duas
moléculas de NADH também formadas previamente. O NADH fica então oxidado. O
ácido pirúvico, reduzido pelo NADH, dá origem a ácido láctico, que é o produto final
desta fermentação. O rendimento energético da fermentação lática, tal como da
fermentação alcoólica, é de duas moléculas de ATP sintetizadas durante a glicólise.
Este tipo de fermentação é realizado, por exemplo, pelas células musculares.
Notas: oxidação (perda de eletrões); redução (ganho de eletrões); desidrogenação (perder hidrogénio);
desfosforilação (perder um grupo Pi); fosforilação (ganhar um grupo Pi); descarboxilação (liberta CO2).

Trocas Gasosas nos Animais


Todos os animais apresentam superfícies especializadas nas trocas gasosas entre o meio externo e o meio
interno – são as superfícies respiratórias. No entanto, os sistemas respiratórios variam de acordo com o
tipo de animal, podendo as trocas gasosas realizar-se através de:
Difusão direta – ocorre quando existe uma troca direta de gases respiratórios entre a superfície
respiratória e as células. Ex. Insetos e planária.
Difusão indireta – ocorre quando as trocas gasosas são intermediadas por um fluido circulante –
normalmente o sangue, no qual os gases se dissolvem. Ou seja, os gases respiratórios passam da superfície
respiratória para o fluido circulante e deste para as células, realizando hematose. Ex. Minhocas e
vertebrados.
Apesar das características, que as superfícies respiratórias apresentam, variarem de acordo com o tipo de
animal, há particularidades comuns a todas elas, que lhes permitem uma difusão eficiente,
nomeadamente:
 são estruturas com espessura reduzida, em muitos casos constituídas por uma única camada de células
epiteliais;
 estão sempre húmidas, para permitir a difusão dos gases através das membranas;
 apresentam uma grande área de contacto entre os meios interno e externo;
 são muito vascularizadas (em seres vivos com sistemas circulatórios fechados).
Tegumento (superfície corporal)
Hidra e planária – o oxigénio e o dióxido de carbono difundem-se diretamente entre o meio externo e as
células, atravessando o tegumento. Nestes animais, as trocas gasosas realizam-se por difusão direta.
Anfíbios e anelídeos (hematose cutânea) – as trocas gasosas através do tegumento são efetuadas
utilizando um fluido circulante, difusão indireta. O oxigénio atravessa o tegumento, passa para o fluido
circulante, que se movimenta num sistema circulatório fechado, difundindo-se posteriormente para as
células. O dióxido de carbono efetua o percurso inverso. Tanto a minhoca como a rã apresentam glândulas
mucosas que mantêm a pele húmida e apresentam muitos vasos sanguíneos perto da superfície corporal.
Traqueias
Muitos insetos e outros artrópodes terrestres (ex: aranhas e escorpiões) possuem uma rede de túbulos, as
traqueias, através das quais o ar circula no interior do corpo. A sua entrada ocorre através de pequenos
orifícios localizados na superfície corporal, os espiráculos. No interior do organismo, as traqueias
ramificam-se em canais cada vez mais estreitos, as traquíolas, que contactam diretamente com os tecidos.
Nos insetos mais pequenos, a difusão direta de gases através das traqueias é suficiente, sem necessidade
de uma ventilação ativa, mas nos insetos voadores, o consumo de oxigénio é maior e por isso são
necessários sacos aéreos que facilitam a ventilação.
Brânquias (hematose branquial)
Brânquias externas – estruturas ramificadas que se projetam na superfície do corpo. A livre circulação da
água em seu redor torna desnecessário um sistema de bombeamento, o que poupa energia. (ex: girino e
axolote)
Brânquias internas em peixes cartilagíneos – a água entra pela boca e/ou por orifícios laterais
(espiráculos), percorre as brânquias e sai pelas fendas branquiais, circulando num só sentido. (ex: tubarões
e raias)
Brânquias internas em peixes ósseos – as brânquias são formadas por muitos filamentos com numerosas
lamelas branquiais, suportadas por estruturas ósseas chamadas arcos branquiais. A água entra pela boca e
percorre os filamentos branquiais, saindo por uma abertura junto às brânquias, a fenda opercular. A placa
óssea que protege as brânquias é o opérculo. Os peixes têm ainda um mecanismo de contracorrente.
Através deste mecanismo, o sangue que irriga a superfície respiratória, circula em sentido contrário ao do
fluxo da água que percorre as brânquias. À medida que o sangue avança pela superfície das brânquias
capta cada vez mais oxigénio, pois encontra sempre água com maior teor neste gás. Simultaneamente, o
sangue vai empobrecendo em dióxido de
carbono, que se difunde para a água.
Pulmões (hematose pulmonar)
Anfíbios – por a superfície pulmonar ser insuficiente e a circulação sanguínea incompleta, leva a taxas
metabólicas baixas e uma necessidade de realizar respiração através do tegumento.
Aves – o ar inspirado desloca-se para os sacos aéreos posteriores, segue para os pulmões e destes para os
sacos aéreos anteriores, de onde vai para o exterior, assim, mesmo quando a ave expira, está a passar ar
oxigenado pelos pulmões, e o ar que entra numa inspiração só é expelido numa segunda expiração. Os
sacos aéreos reservam ar, tornam as aves menos densas e dissipam calor em excesso.
Mamíferos – o ar entra pelas vias respiratórias superiores, passa para a traqueia e segue pala ramificação
dos brônquios até aos alvéolos pulmonares (finos, muitos e aumentam a área de contacto, mais eficiente).
Nota: Durante o processo evolutivo, houve três adaptações – aumento da superfície respiratória (por
compartimentação, ramificação e pregueamento no interior do pulmão), ventilação mais eficiente
(envolvendo cada vez mais músculos e outras estruturas) e circulação sanguínea mais eficaz (aumento da
vascularização).

Ácidos Nucleicos
 Cromossoma – porção de DNA associado a proteínas, altamente
condensadas (homólogos – mesmas características)
 Nucleossoma – unidade fundamental de cromatina, o material que
constitui os cromossomas das células eucariontes
 Telómeros – estruturas constituídas por fileiras repetitivas de DNA que
formam as extremidades dos cromossomas
 Centrómero – é a região mais condensada do cromossomo,
normalmente localizada no meio dessa estrutura, onde as cromatídeos-irmãos entram em contato
 Cariótipo – conjunto de cromossomas dentro de um núcleo de uma célula
 Cromatídeo – cada um dos dois filamentos de DNA formados pela duplicação de um cromossoma
 Cromatina – complexo de DNA, RNA e proteínas que está presente no núcleo em forma de um longo
filamento
 Genoma – toda a informação hereditária de um organismo que está codificada no seu DNA
 Nucléolo – região que apenas contém RNA e proteínas
 Nucleótido – possui uma pentose, uma base nitrogenada e um grupo fosfato

Pirimidina – (pontes de hidrogénio) – Purina Os nucleótidos ligam-se entre si por ligações


Timina/uracilo Adenina fosfodiéster entre o grupo fosfato de um nucleótido
e o carbono 3' da pentose do nucleótido seguinte.
Citosina Guanina
Uma cadeia polinucleotídica tem duas extremidades:
a extremidade 5' e a extremidade 3'. A polimerização de uma cadeia ocorre no sentido 5'-3'. RNA é,
geralmente, formada por uma cadeia polinucleotídica simples, mas, em alguns casos, pode dobrar-se sobre
si mesma por complementaridade de bases e adquirir formas variáveis. No RNA, a adenina (A) emparelha
com o uracilo (U) em vez de timina (T). Tipos de RNA: RNA de transferência (tRNA); RNA mensageiro
(mRNA); RNA ribossómico (rRNA).
Nota: o DNA é uma cadeia dupla hélice e antiparalela; as bases azotadas encontram-se voltadas para
dentro, devido ao seu caráter hidrofóbico, enquanto o grupo fosfato e a pentose se encontram voltados
para o exterior, pois são hidrofílicas.

Replicação do DNA
Na replicação intervêm vários tipos de enzimas, destacando-se a helicase, que desenrola e abre a dupla
hélice, e a DNA polimerase, que leva à formação de cadeias complementares do DNA molde, por adição de
nucleótidos e seguindo a regra A – T e G – C.
1) Desenrolamento do DNA – Helicase (enzima): ocorre a quebra das pontes de hidrogénio, para a
separação das duas cadeias da molécula original de DNA formando uma bolha de replicação.
2) Atuação da Primase (enzima): introduz nucleótidos de RNA – o primer – fornecendo uma extremidade
3’OH livre para a DNA polimerase.
3) Atuação da DNA polimerase (enzima) e DNA ligase:
 formação de ligações por pontes de hidrogénio de novos nucleótidos de DNA, com as bases
complementares das cadeias molde da molécula original;
 ligação do grupo fosfato (ligado ao carbono 5’ da pentose) de um nucleótido à pentose do
nucleótido anterior (através do carbono 3’OH) – ligação fosfodiéster (covalente);
 continuação da incorporação de nucleótidos do meio, por complementaridade, com formação de
duas novas cadeias, polimerizadas de 5’ – 3’, antiparalelas em relação às cadeias moldes de DNA;
 correção de erros, no caso das células eucarióticas.
Como as cadeias do DNA são antiparalelas e as DNA polimerases apenas constroem novas cadeias de DNA
no sentido 5'-3', uma das novas cadeias é sintetizada
continuamente (cadeia leading) e a outra
descontinuamente por meio de segmentos denominados
fragmentos de Okazaki, que se formam à medida que o
garfo da replicação avança (cadeia lagging).
Nota: estão tambem envolvidas neste processo single
strand binding proteins (estabilização das cadeias simples
para não se voltarem a juntar) e topoisomerases (impede a
acumulação de superenrolamentos).
Sendo assim, a replicação é:
 Bidirecional – ocorre para ambos os lados da Origem de replicação; as cadeias complementares são
sintetizadas com orientação antiparalela à da cadeia molde, no sentido 5'-3';
 Semidescontínua – uma cadeia cresce de modo contínuo, a outra cresce de modo descontínuo, sendo
os fragmentos unidos entre si por ligases;
 Semiconservativa – cada cadeia de DNA parental serve de molde à formação de uma nova cadeia,
resultando duas cadeias duplas, cada uma constituída por uma cadeia parental e uma cadeia nova.
Experiência de Meselson e Stahl
Cultivaram, durante várias gerações, bactérias num meio contendo precursores de nucleótidos marcados
com o isótopo pesado do nitrogénio (15N). Numa segunda etapa, transferiram aquelas bactérias para um
meio contendo apenas o isótopo leve do nitrogénio (14N). Foram retiradas três amostras bacterianas do
meio 14N: a primeira amostra imediatamente a seguir à transferência (G0 – pesadas), a segunda amostra
após o primeiro ciclo de replicação do DNA (G1 – híbridas) e a terceira após o segundo ciclo de replicação
(G2 – híbridas e leves). As moléculas de DNA bacteriano das três amostras foram extraídas e centrifugadas,
para que se separassem de acordo com as respetivas densidades.
Replicação semiconservativa – cada uma das moléculas originadas contém uma cadeia completa da

molécula original e uma cadeia nova.


Replicação conservativa – preserva a molécula original e gera uma molécula inteiramente nova. ❌

Replicação dispersiva – produz duas moléculas com DNA original e novo, intercalados ao longo das

cadeias. ❌

Resultados:
 As bactérias que tinham sido cultivadas num meio com 15 N (G0 – geração
parental) possuem um DNA denso, que se deposita no fundo do tubo.
 Depois de transferidas para um meio com 14 N, na geração G1 – 1a
geração –, cada molécula de DNA tem uma cadeia com 15N e outra com
14N (100% – híbridas) isto é, apresenta uma densidade intermédia entre o
DNA só com 15N e o DNA só com 14N.
 Na 2ageração, G2 obtêm-se 50% de moléculas de DNA com 15N14N e a
mesma percentagem de moléculas só com 14N.

Experiência de Kornberg

Experiência de Griffth Experiência de Avery

Laboratório
 Macerar – desagregar e separar as células / romper as paredes celulares
 Detergente – destruir as membranas celulares que são constituídas maioritariamente por lípidos
 Sal – os iões Na+ ajudam a diminuir as repulsões para que o DNA fique mais junto para a sua extração
 Álcool etílico – precipitar o DNA
 Estufa – o choque térmico causa uma libertação de gases que ajudam na ascensão do precipitado
 Sumo de ananás – as protéases contidas nele destroem as histonas para o DNA ser mais puro

Síntese Proteica
A síntese proteica é, assim, um processo vital para as células e é determinada por genes. A sequência de
aminoácidos de uma proteína é determinada pela sequência de nucleótidos do gene que a codifica. Para
que uma célula procariótica aceda à informação genética de que necessita para sintetizar uma
determinada proteína, têm de ocorrer duas etapas: a transcrição do DNA em mRNA e a tradução do mRNA
numa sequência de aminoácidos. Nos eucariontes ocorre também a migração ou processamento do
mRNA.
 Nos procariontes, a transcrição e a tradução ocorrem no citoplasma.
 Nos eucariontes, a transcrição e o processamento do mRNA ocorrem no núcleo, e a tradução ocorre no
citoplasma.
A síntese proteica é um processo anabólico, em que é necessária uma molécula de RNA codificante – RNA
mensageiro (mRNA) – e moléculas de RNA não codificante – RNA de transferência (tRNA) e RNA ribossomal
(rRNA) – além de enzimas, aminoácidos e energia (ATP).

Transcrição da informação genética


 Durante a transcrição, o gene determina a sequência de bases
nitrogenadas dos nucleótidos ao longo da cadeia da molécula
de mRNA.
 Para cada gene, apenas uma das cadeias é transcrita – a cadeia
molde –, que fornece o padrão (o molde) para a sequência de
nucleótidos do mRNA.
 A molécula de mRNA é complementar à cadeia molde de DNA. Os
ribonucleótidos são adicionados por complementaridade entre bases nitrogenadas (C, G, A, T do DNA
emparelham com G, C, U, A do mRNA, respetivamente).
 A molécula de mRNA é sintetizada no sentido 5' – 3' e é antiparalela à cadeia molde de DNA.
 Cada sequência de três ribonucleótidos, um tripleto, designa-se codão, que é complementar de um
tripleto do DNA da cadeia mole.
A enzima RNA polimerase sintetiza o mRNA separando as duas cadeias de DNA, unindo os ribonucleótidos
complementares à cadeia molde de DNA e alongando o polinucleótido de RNA.
A enzima lê a cadeia molde sempre no sentido 3'-5', incorporando ribonucleótidos por complementaridade
de bases. A molécula de mRNA alonga-se, assim, no sentido 5'-3' e é antiparalela à cadeia molde de DNA.
Nota: Nos eucariontes, a molécula de mRNA resultante da transcrição designa-se pré-mRNA pois ainda
sofrerá um processamento antes de se tornar mRNA e só depois é exportada do núcleo para o citoplasma.

Processamento e exportação do mRNA


 Nas células eucarióticas, a transcrição dos genes que codificam proteínas origina um pré-mRNA, que
contém sequências codificantes, os exões, e sequências não-codificantes, os intrões.
 Nas células eucarióticas, os intrões são removidos – processamento do pré-mRNA e o mRNA é
exportado para o citoplasma apenas com as sequências codificantes das proteínas, os exões.
 O processamento alternativo do pré-mRNA permite, a partir do mesmo gene, produzir diferentes
proteínas.
Nas células procarióticas, o mRNA não contém intrões, pelo que não
ocorre processamento do mRNA.

Tradução da informação genética


A tradução consiste na conversão da informação contida no DNA para proteína. A
sequência de nucleótidos do DNA contém informação na forma de um código – código genético – que faz
corresponder aos quatro nucleótidos dos ácidos nucleicos os vinte aminoácidos que constituem as
proteínas. Apresenta as seguintes características:
 Universalidade – salvo raras exceções, é utilizado por todos os seres vivos, o que é uma evidência a
favor de uma evolução em comum.
 Não ambiguidade – a um codão corresponde apenas um aminoácido.
 Redundância ou degenerescência – um aminoácido pode ser codificado por vários codões.
 O codão AUG codifica o aminoácido metionina e é responsável pelo início da tradução (codão de
iniciação).
 Os codões UAA, UAG e UGA não codificam qualquer aminoácido, pois são codões de finalização
(codões STOP), marcando o fim da tradução e a libertação da proteína sintetizada.
 O terceiro nucleótido de cada codão é menos específico do que os dois primeiros.
Cada tripleto de DNA codifica um codão de mRNA, e cada codão codifica um
aminoácido da proteína sintetizada.
Na extremidade 3' de um RNA de transferência (tRNA) liga-se um aminoácido
específico, na região aminoacil, por ligação covalente. No tRNA existe também uma
sequência de três nucleótidos, o anticodão, que é complementar ao codão do mRNA e
permite reconhecê-lo e emparelhar com ele.
Nos ribossomas, a subunidade menor promove o
emparelhamento dos tRNA com os codões de mRNA. A
subunidade maior promove as ligações peptídicas que
unem os aminoácidos entre si, formando a cadeia polipeptídica.
A tradução do mRNA compreende três etapas: iniciação,
alongamento e finalização. O mRNA é traduzido no sentido 5' – 3'.
Iniciação
 O mRNA liga-se à subunidade ribossomal menor.
 É feito o reconhecimento do codão iniciador AUG pelo tRNA que transporta o
aminoácido metionina e que possui o anticodão UAC complementar.
 A subunidade ribossomal maior liga-se à menor e o tRNA iniciador fica ligado ao
local P.
Alongamento
 A metionina e o aminoácido transportado pelo segundo tRNA estabelecem
entre si uma ligação peptídica. O ribossoma avança três ribonucleótidos
no mRNA, no sentido 5'-3.
 No local P, fica o tRNA que transporta o segundo aminoácido. Ao local A liga-se
um novo tRNA. Estabelece-se outra ligação peptídica entre os aminoácidos e o
ribossoma volta a avançar na molécula de mRNA. Ocorre, assim, o sucessivo alongamento da cadeia
polipeptídica.
Finalização
 A síntese do polipeptídeo termina quando o ribossoma chega a um dos codões STOP do mRNA (UGA,
UAG, UAA), uma vez que não há tRNA correspondentes a esses codões.
 Atingido o codão STOP ou codão de finalização, no local A liga-se uma proteína que promove a
dissociação do ribossoma, do polipeptídeo e do mRNA.
Após isto o polipeptídeo liberta-se, o mRNA quebra-se nos seus ribonucleótidos, que serão utilizados na
transcrição de novas moléculas de mRNA, e as subunidades ribossómicas ficam livres para a síntese de um
novo polipeptídeo.
Nota: Nos eucariontes, caso a tradução se realize no retículo endoplasmático rugoso (RER), a proteína
formada será encaminhada para o complexo de Golgi para adquirir estrutura e funcionalidade.
Nas células procarióticas e nas eucarióticas, o mesmo gene pode ser consecutivamente transcrito e cada
molécula de mRNA pode ser traduzida em simultâneo por mais do que um ribossoma, o que confere
maior rapidez à síntese proteica, havendo a formação de várias proteínas iguais, ou seja, a síntese é
amplificada. A associação de ribossomas que traduzem a mesma molécula de mRNA designa-se
polirribossoma.

Mutações
A sequência de DNA de um gene pode ser alterada de diferentes formas (causando alterações na estrutura
primária da proteína e consequentemente a perda da sua função) cada uma correspondendo a um tipo
definido de mutação. Diferentes mutações terão diferentes efeitos no fenótipo dos indivíduos que as
possuem, dependendo:
 do local onde ocorrem;
 de alterarem ou não a função essencial das proteínas;
 de afetarem ou não o normal processo de transcrição e tradução.
Durante a replicação do DNA, as DNA polimerases fazem um trabalho de alta precisão, dado que possuem,
além da ação de síntese no sentido 5'-3', uma ação corretiva exonucleotídica 3'-5', através da qual
removem qualquer nucleótido que tenha sido incorporado erradamente.
Nota: a possibilidade de ocorrerem mutações genéticas é maior em seres procariontes e nas células
mitocondriais.
Fontes naturais de radiação como raios cósmicos, luz solar – radiação U.V. e minerais radioativos da crosta
terrestre e químicos como raio X e ácido nítrico aumentam a probabilidade de ocorrência de mutações.
Classificação das mutações genéticas
Mutação silenciosa – Substituição de uma base do DNA por outra, mas que resulta num codão que codifica
o mesmo a.a.
Mutação com perda de sentido – Substituição de uma base do DNA por outra, que tem como
consequência a substituição de um a.a. por outro na proteína codificada.
Mutação sem sentido – Substituição de uma base do DNA de tal modo que, no mRNA, um codão que
especifica um a.a. é alterado para um codão STOP, ou o contrário. Altera o tamanho da proteína.
Deleção – Remoção de uma ou mais bases do DNA. A remoção de um número de bases que não seja
múltiplo de três altera completamente a mensagem do gene.
Inserção – Adição de uma ou mais bases ao DNA. A adição de um número que não seja múltiplo de três
altera completamente a mensagem do gene.
As mutações podem ocorrer em células da linha germinativa (que originam os gâmetas), em que o gene
mutado, que é transmitido aos descendentes ou em células somáticas com possíveis efeitos na vida do
indivíduo, mas não afetando a descendência pois não é transmitida sexualmente.

Ciclo Celular
Sendo a célula a unidade básica da estrutura e da função de qualquer ser vivo, é de esperar que esta se
divida e origine células com características semelhantes a si. A divisão celular dos seres procariontes é mais
simples e mais rápida. Apenas acontece a replicação do cromossoma bacteriano e a divisão do citoplasma.
Já no caso dos seres eucariontes, a célula terá de passar por 5 fases: G1, S, G2, mitose e citocinese.

Interfase
A interfase, correspondente a 90% do tempo de duração de um ciclo completo, divide se em: G1, S, G2.
G1 – A célula prepara-se durante bastante tempo até atingir o tamanho adequado e as condições propícias
à divisão. Nesta fase, a célula sintetiza enzimas e outras moléculas necessárias para assegurar o seu
funcionamento.
S – Nesta fase ocorre a replicação semiconservativa do DNA presente no núcleo, assim como a síntese
proteica a eles associada. Aqui os cromossomas ficam duplicados no final deste processo e, nas células
animais, os centríolos são duplicados.
G2 – O principal papel desta fase é confirmar
que a replicação dos cromossomas está
completa e que os eventuais "estragos"
provocados na molécula de DNA estão
reparados. A síntese proteica é intensa neste
período. No final da interfase, as células que
possuem centríolos apresentam-nos agora
duplicados.

Mitose ou Cariocinese
Após a fase G2, a célula está apta para dar início à divisão definitiva do seu material nuclear. A mitose
ocorre em quatro passos: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Prófase – Nesta etapa, os cromossomas condensam e tornam-se visíveis. A membrana nuclear e os
nucléolos desaparecem e pares de centríolos/áster (dos centríolos irradiam vários microtúbulos em
diversas direções aos quais se dá o nome de ásters; no caso de células vegetais estas não apresentam
centríolos, em vez disso apresentam centros organizadores de microtúbulos permitindo a produção do
fuso mitótico) deslocam-se para os polos opostos e forma-se o fuso mitótico entre eles. Aqui cada
cromossoma possuí 2 cromatídeos.
Metáfase – Aqui existe a condensação máxima dos cromossomas e estes deslocam-se para a zona mais
central ou mediana da célula, formando a placa equatorial, e forma-se assim o fuso acromático (entre a
prófase e a metáfase formam-se dois cinetócoros que ligam a zona terminal dos microtúbulos aos
cromossomas e proteínas como a coesina e condensina mantêm os cromatídeos irmãos unidos e
condensam os cromossomas).
Anáfase – É a fase mais curta da mitose, que garante a separação dos cromatídeos. Inicia-se a cisão
simultânea de todos os cromatídeos irmão através do centrómero. Estes são puxados pelos microtúbulos
do fuso acromático efetuando a ascensão polar, ao mesmo tempo que a célula se alonga ligeiramente.
Telófase – Quando os dois conjuntos de cromossomas atingem os polos opostos da célula estes
descondensam, descompactando do DNA, o invólucro nuclear volta a aparecer. Assim que os núcleos estão
formados termina a telófase.

Citocinese
A citocinese é divisão do citoplasma.
 Nas células animais, a citocinese é por estrangulamento através de um anel contrátil que vai puxando a
membrana para dentro, centrípeta – ocorre da periferia para o centro.
 Nas células vegetais, forma-se, a partir da zona mediana da célula, centrífuga – do centro para a
periferia, através da fusão das vesículas golgianas forma-se nova membrana e deposita-se celulose
para formar a parede celular.
Nota: A fase mitótica ocorre na generalidade dos tecidos dos animais, no entanto, no caso das plantas,
ocorre nos meristemas – regiões com células indiferenciadas, que se multiplicam rapidamente, levando ao
crescimento de órgãos ou à renovação de zonas lesadas.
Variação da quantidade de DNA ao longo do ciclo celular
 Em S a quantidade de DNA duplicou porque ocorreu a replicação
semiconservativa do DNA.
 Na Anáfase a quantidade de DNA reduz para metade porque ocorreu a
separação e ascensão polar dos cromatídeos filhos/irmãos.
 A fase S e a anáfase são processos complementares e compensatórios.
Nota: na mitose formam-se, por cada célula, 2 células-filhas com o mesmo
número de cromossomas e com a mesma informação genética.

Controlo do ciclo celular


Ponto de controlo G1 – São verificadas as condições da célula para avançar para a etapa S, onde ocorre a
replicação do DNA, em algumas situações a célula não avança para a etapa seguinte (células de divisão
lenta que só iniciam mais tarde a fase S, células que não irão sofrer mais divisões esperam pela sua morte e
nunca realizam a replicação do DNA como os neurónios ou então células que não apresentam condições
para realizar a divisão celular aguardam que a situação se modifique e as condições ideais sejam
restabelecidas) ficando assim em G0, o que pode ser definitivo ou temporário.
Ponto de Controlo G2 – Verifica-se a integridade do DNA depois de passar pela etapa S, onde ocorre a
replicação semiconservativa do mesmo. Os erros da célula podem ser reparados ou ela entra em apoptose
celular (diferente da necrose celular que tem haver com condições externas).
Ponto de controlo M – Ocorre entre a metáfase e a anáfase da mitose. Caso os centrômeros não estejam
bem alinhados no plano equatorial e corretamente ligados aos microtúbulos, a mitose não continua.
E se a célula não tiver os centrómeros corretamente ligados aos microtúbulos, mas passa-se neste ponto
de controlo? Esta célula não realizou corretamente o porto de controlo de metáfase. Assim, um dos seus
cromossomas, constituído por dois cromatídeos, ficou ligado no fuso acromático apenas a um dos polos da
célula, ou seja, apenas se originou, junto ao centrómero, um único cinetócoro. Este cromossoma foi
puxado pelas fibríolas do fuso mitótico com os seus dois cromatídios unidos para um dos polos da célula.
Após a citocinese uma célula filha apresentará um cromossoma o mais e a outra um cromossoma o menos,
ou seja, apresentam uma mutação cromossómica numérica. Esta mutação, podia inviabilizar a
sobrevivência das células ou originar linhagens de células
mutantes. Esta falha no controlo do ciclo celular originando células
mutantes poderia levar à divisão descontrolada das células que
acumulam ainda mais mutações, e não realizam apoptose celular,
ou seja, são células cancerígenas ou cancerosas.

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