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UNIDADE CURRICULAR: ANATOMIA HUMANA-II


CURSO: ENFERMAGEM
Prof. ALMEIDA CHITUNGO

Tema I-APARELHO CIRCULATÓRIO

Sumário:

 Funções do aparelho circulatório


 Sangue e hematopoese
 Pequena circulação e grande circulação
 Coração: cavidades e válvulas
 Tecido muscular cardíaco

FUNÇÕES DO APARELHO CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório, também chamado de sistema cardiovascular, é composto de sangue,


coração, artérias, capilares sanguíneos e veias. O sistema circulatório humano é
subdividido em sistema sanguíneo e sistema linfático.

O sistema circulatório desempenha importantes funções em nosso organismo:

Defesa contra agentes invasores: no sangue há anticorpos e células fagocitárias que


promovem a defesa contra agentes infecciosos;

Coagulação sanguínea: as plaquetas que circulam pelo sangue são responsáveis pela
coagulação sanguínea;

Regulação da temperatura corporal: o sangue é distribuído de forma homogênea por


todo o organismo, promovendo a manutenção de uma temperatura adequada em todas as
partes do corpo. Por meio da circulação sanguínea o corpo também consegue dissipar o
calor até a superfície corporal;

Transporte de hormônios: os hormônios são substâncias necessárias para o bom


funcionamento do organismo, e a circulação sanguínea é a responsável por transportar
esses hormônios até os órgãos e tecidos que farão uso deles;

Intercâmbio de materiais: as substâncias que são produzidas em uma parte do corpo e


utilizadas em outra, também chegam ao seu destino através da circulação sanguínea. É o
que acontece com o glicogênio armazenado no fígado, que, quando quebrado em glicose, é
levado para diversas regiões do corpo;
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Transporte de resíduos: todas as células do corpo produzem resíduos em seu


metabolismo. Esses resíduos saem das células e caem na corrente sanguínea, são levados
para o fígado e transformados em ureia. Do fígado, a ureia é encaminhada pela circulação
sanguínea até os rins, onde serão eliminadas para o meio externo;

Transporte de nutrientes: os nutrientes oriundos da nossa alimentação são absorvidos ao


longo do nosso tubo digestivo e caem na circulação sanguínea, assim os nutrientes são
levados aos tecidos do corpo, sendo aproveitados pelas células;

Transporte de gases: ao passar pelos pulmões, o sangue elimina o gás carbônico


proveniente da respiração celular enquanto absorve oxigênio.

SANGUE E HEMATOPOESE

O SANGUE

O sangue é um fluido produzido na medula óssea, composto por plaquetas, hemácias e


leucócitos que ficam dispersos no plasma. Impulsionado pelo coração, o sangue é levado a
todas as regiões do corpo no interior de artérias, veias e capilares sanguíneos.

HEMATOPOESE

Hematopoese, é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos


figurados do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular
comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiéticapluripotente, célula-tronco
ou stem-cell. As células-tronco, que no adulto encontram-se na medula óssea, são as
responsáveis por formar todas as células e derivados celulares que circulam no sangue.

Célula-tronco (CT) é uma célula indiferenciada capaz de proliferar e de originar outras


células-tronco e células com capacidade de se diferenciar em células com capacidade
funcional normal.

Toda célula-tronco tem capacidade de auto-renovação e pluripotencialidade, ou seja, tem


plasticidade. A plasticidade diminui à medida que a célula-tronco se diferencia, ou seja, se
compromete com uma linhagem celular específica.

Origem da células do sangue?

Existem três períodos hematopoéticos intra-uterinos: período embrionário, quando a


hematopoese ocorre no saco vitelino; período hepato-esplênico ou fetal, quando a
hematopoese ocorre no fígado e no baço e o período medular fetal, na medula óssea.

E a medula óssea se mantém como o principal órgão hematopoético por toda a vida.

Origem e diferenciação das células do sangue


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PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO

A passagem ininterrupta de um líquido num circuito tubular fechado exige a presença de


uma bomba em algum ponto desse circuito.
No caso da circulação do sangue, há dois circuitos diferentes: o pulmonar e o sistêmico. A
pequena circulação se estabelece entre o coração e os pulmões. A grande circulação liga
o coração às demais partes do organismo.

Para o funcionamento simultâneo dos dois circuitos são necessárias duas bombas. O
coração é uma bomba dupla: sua metade direita encarrega-se da circulação do sangue no
circuito pulmonar; a metade esquerda, na grande circulação.

Assim, o sangue venoso, isto é, que já alimentou todos os tecidos do organismo e já


lhes forneceu oxigênio, chega ao coração pelas duas veias cavas (superior e inferior). Entra
pelo átrio direito do coração e, quase imediatamente, passa para o ventrículo direito. Este
encarrega-se de encaminhá-lo aos pulmões, onde o sangue sofre uma depuração: perde o
gás carbônico resultante das queimas celulares nos vários tecidos do corpo e ganha novo
suprimento de oxigênio para redistribuir ao organismo.
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VEIAS E ARTÉRIAS

O vaso que conduz o sangue do ventrículo direito até os pulmões, para que seja oxigenado,
é a artéria pulmonar. Apesar de conduzir sangue venoso, esse vaso é denominado artéria,
ao invés de veia. Mas isso é explicável. Por definição, as artérias levam o sangue do
coração para os órgãos, isto é, têm sentido centro-periferia.

Após circular pelo pulmão e ser transformado de venoso em arterial, o sangue retorna ao
coração pelas veias pulmonares. Como no caso das artérias pulmonares, esses vasos são
denominados veias, apesar de levarem sangue arterial. A direção periferia-centro é
responsável por seu nome.

As veias pulmonares desembocam no átrio esquerdo; deste, o sangue passa para o


ventrículo esquerdo, de onde é distribuído a todo o organismo. Deve ser ressaltado que o
sangue conduzido aos pulmões pela artéria pulmonar não se destina à nutrição desses
órgãos – que é feita pelas artérias brônquicas -, mas tão-somente à oxigenação em seu
interior.

IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

Na saída do ventrículo esquerdo origina-se a aorta, artéria de maior calibre do organismo,


da qual derivam, direta ou indiretamente, todas as artérias da grande circulação. Seus
primeiros ramos – as coronárias – se destinam à nutrição dos tecidos do próprio coração.
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Em seguida, a aorta descreve uma curva semelhante a um enorme ponto de


interrogação (crossa da aorta), de onde se origina o tronco braquiocefálico -(artéria
anônima).

Este se subdivide em carótida comum direita e subclávia direita. Sucessivamente, a aorta


dá origem à carótida comum esquerda e subclávia esquerda. As subclávias irrigam
os membros superiores. As carótidas encarregam-se de praticamente toda a irrigação da
cabeça. O sangue venoso da cabeça, pescoço, membros superiores e tórax é coletado pela
veia cava superior, que desemboca no átrio direito do coração.

Após atravessar o diafragma, a aorta passa a chamar-se abdominal, lançando ramos para
todos os órgãos do abdomen e para os membros inferiores. De modo geral, estes tomam o
nome das estruturas que irrigam: artéria renal, artéria hepática, artéria ovariana, artéria
glútea, artéria retal, e assim por diante.

O sangue que retorna das pernas e da cavidade abdominal é coletado pela veia
cava inferior, que resulta da fusão das duas veias ilíacas comuns, na altura da quarta
vértebra lombar. A veia cava inferior sobe à direita da aorta abdominal, passa através do
diafragma e desemboca no átrio direito do coração.

CORAÇÃO: CAVIDADES E VÁLVULAS

Coração

O coração bate cerca de dois bilhões e meio de vezes em uma vida, bombeando cerca de
cento e cinqüenta milhões de litros de sangue.

Ele bombeia sangue continuamente através do sistema circulatório. Nenhum outro órgão
representa tão bem o espírito humano, pois sua própria existência é a pulsação da vida.

O coração é uma bomba que leva o sangue pelo corpo através de veias e artérias. O sangue
abastece cada célula de suprimentos essenciais para a vida e recolhe tudo que é descartado
pelos músculos.

O coração pode acelerar ou reduzir o ritmo de toda a circulação. Um corpo em repouso


requer menos oxigênio. O coração bate mais devagar e o sangue leva 1 minuto para fazer
uma volta completa.

Exercícios ou emoções, por exemplo, deixam as células famintas por alimentos e oxigênio.
O coração passa a bater mais rápido para manter o suprimento.

As paredes do coração são de um tipo extraordinário de fibra muscular.

Por meio de sua contração, obedecendo o ritmo de descargas elétricas, impulsiona o


sangue para o corpo.

A contração do músculo é controlada por células nervosas chamadas de marcapasso ou


nodo sino-atrial. Além disso, atende às mensagens de outras partes do corpo, acelerando ou
diminuindo o fluxo sangüíneo de acordo com o pedido.
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Através dos movimentos de contração e relaxamento, o sangue é bombeado para todo o


corpo formando a circulação sistémica e pulmonar. A fase de contração chama-se sístole e
a de relaxamento, diástole.

O coração apresenta 4 câmaras que funcionam em pares. Duas superiores, que são os átrios
direito e esquerdo; e duas inferiores, os ventrículos direito e esquerdo.

São como se fossem duas bombas independentes. Uma delas empurra o sangue sem
oxigênio para os pulmões. Enquanto a outra envia o sangue com oxigênio, que veio dos
pulmões, para todo o corpo.

As paredes das câmaras são puro músculo, que se contrai em sequência regular. Uma
parede, chamada septo, separa o lado esquerdo do direito.

Existem 4 válvulas que garantem que o sangue flua sempre num único sentido.

A cada contração do músculo, duas delas se abrem, permitindo que o sangue seja
empurrado ou para o pulmão, ou para o corpo.

No mesmo momento, as outras duas se fecham evitando o fluxo na direção errada. Quando
as duas válvulas principais se fecham numa rápida sucessão, gera-se o som duplo da batida
do coração.

O coração tem 4 válvulas que são:

• Aválvula tricúspide, localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito;

• A válvula pulmonar, entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar;

• Aválvula mitral, entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo;

• Aválvula aórtica, entre o ventrículo esquerdo e a aorta.

As válvulas tricúspide e mitral são chamadas de válvulas atrioventriculares e as válvulas


aórtica e pulmonar são chamadas de válvulas semilunares.

Cada válvula tem um conjunto de cúspides. A válvula mitral tem duas; as demais três.

O topo do coração é conectado a alguns grandes vasos sanguíneos . O maior destes é a


aorta, ou artéria principal, a qual carrega sangue rico em nutrientes para fora do coração.
Outro vaso importante é a artéria pulmonar a qual conecta o coração ao pulmão fazendo
parte do sistema de circulação pulmonar. As duas maiores veias que carregam sangue para
dentro do coração são a veia cava superior e a veia cava inferior. Elas são chamadas "veia
cava" porque elas são as "veias do coração". A superior é localizada perto do topo do
coração. A inferior fica debaixo da superior.
Veja também:

Esquema da parte interna do coração


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Parte externa do coração

Como o coração bombeia o sangue?

O coração bombeia sangue para os pulmões e para todas as partes do corpo por uma
sequência de contrações altamente organizadas de suas quatro câmaras.

Para o coração funcionar corretamente, as quatro câmaras devem bater de uma maneira
organizada. Este batimento é coordenado por impulsos elétricos. Uma câmara do coração
contrai quando um impulso elétrico ou sinal move-se através dela. Este sinal começa num
pequeno feixe de células altamente especializadas localizadas no átrio direito - o nodo
sino-atrial (nodo SA). O impulso elétrico que aí surge dirige-se aos átrios, determinando a
sua contração e também dirige-se a outro grupo de células, o nodo átrio-ventricular (nodo
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AV), onde um segundo impulso é levado aos ventrículos, por um feixe de fibras - o feixe
de Hiss -, provocando então as contrações. Reações emocionais e fatores hormonais podem
afetar a velocidade de disparo. Da mesma forma, quando corremos, o coração bombea
mais rapidamente. Quando dormimos, ele bombea mais lentamente.

SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACA

O coração de um humano é mais ou menos do tamanho de seu punho (mão fechada).


Como o corpo se desenvolve, o coração cresce na mesma proporção que o punho. Então o
coração e o punho de uma criança são quase do mesmo tamanho no nascimento. No útero,
entretanto, esta similaridade não é verdadeira. Durante as primeiras semanas depois da
concepção, o coração fetal ocupa a maior parte da seção média do feto. A relação entre o
tamanho do coração e o do corpo é nove vezes maior no feto que na infância. Durante estas
primeiras semanas, o coração fetal fica na direita do peito, e depois, ele desce para ocupar
sua posição na cavidade do peito.

Cada dia o coração bate em média 100.000 vezes e bombeia cerca de 2.000 galões de
sangue.

O coração do adulto em repouso bate cerca de setenta vezes/min, 100 mil batimentos por
dia, a vida toda. Cada batimento bombeia cerca de 70 ml de sangue.

Em 70 anos de vida, o coração humano bate em média mais do que 2.5 bilhões de vezes.

Nas artérias maiores o sangue alcança a velocidade de 1,5 Km/h. Quando atinge os vasos
menores, cai para 1 milésimo disso. Este ritmo lento permite ao sangue fazer suas entregas
nas bilhões de células do corpo.

Em média, o corpo tem aproximadamente 5 litros de sangue continuamente viajando por


ele, através do sistema circulatório.

O coração pesa cerca de 400 g.

O coração é melhor do que qualquer bomba projetada pelo homem, porque é auto-
suficiente e igualmente poderoso como um símbolo. Através dos tempos, as pessoas viram
nele o centro do ser humano.

TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO

Apresenta miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. Esse tecido ocorre apenas
no coração e apresenta contração independente da vontade do indivíduo (contração
involuntária). No músculo cardíaco essa contração é vigorosa e rítmica.
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Essas células musculares são menores e ramificadas, intimamente unidas entre si por
estruturas especializadas e típicas da musculatura cardíaca: os discos intercalares, que
fazem a conexão elétrica entre todas as células do coração. Assim, se uma célula receber
um estímulo suficientemente forte, ele é transmitido a todas as outras células e o coração
como um todo se contrai. Essa transmissão do estímulo é feita por canais de passagem de
água e íons entre as células, que facilita a difusão do sinal iônico entre uma célula e outra,
determinando a onda rítmica de contração das células. Os discos intercalares possuem
estruturas de adesão entre células que as mantêm unidas mesmo durante o vigoroso
processo de contração da musculatura cardíaca.

As células musculares cardíacas são capazes de auto-estimulação, não dependendo de um


estímulo nervoso para iniciar a contração. As contrações rítmicas do coração são geradas e
conduzidas por uma rede de células musculares cardíacas modificadas que se localizam
logo abaixo do endocárdio, tecido que reveste internamente o coração.

Existem numerosas terminações nervosas no coração, mas o sistema nervoso atua apenas
regulando o ritmo cardíaco às necessidades do organismo.

CONDUÇÃO NERVOSA CARDÍACO INTRÍNSECA

O nó sinoatrial está localizado na junção entre a veia cava superior e o átrio direito. Ele
contém miócitos que são especializados para a geração de impulsos elétricos e constituem
o marcapasso cardíaco. O feixe das vias internodais anterior continua com o feixe de
Bachman, que faz a condução do impulso do átrio direito para o esquerdo, atravessando o
septo interatrial. A condução AV é assegurada por estruturas especializadas: o nódulo AV
ou junção AV e mais distalmente o feixe AV ou feixe de Hiss, que perfura o corpo fibroso
central do coração. Este feixe se divide em dois ramos: esquerdo e direito. O ramo
esquerdo sai do tronco logo se subdividindo em seus três fascículos. O ramo direito mais
fino é uma continuação do tronco que segue pelo septo interventricular de forma
intramiocárdica até a base do músculo papilar anterior direito.
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As fibras de Purkinje penetram apenas até um terço mais interno do miocárdio, próxima a
região subendocárdica. O estímulo cardíaco começa no nodo sinoatrial, propagando-se ao
longo das fibras musculares atriais, atinge o nodo atrioventricular (AV), situado no septo
interatrial, anterior a abertura do seio coronário.

Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe AV (feixe de His),

Depois de passar pelo feixe AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdos
que cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco.

CICLO CARDÍACO

É o termo referente aos eventos relacionados ao fluxo e pressão sanguínea que ocorrem
desde o início de um batimento cardíaco até o próximo batimento. Em resumo, dividimos o
ciclo em dois períodos: o de relaxamento, chamado diástole, quando o coração se distende
ao receber o sangue, e o de contracção, denominado sístole, quando ele ejecta o sangue. O
ciclo cardíaco é iniciado pela geração espontânea de potencial de acção no nodo sinoatrial
(NSA), pelas células marcapasso.

O impulso elétrico difunde-se pelo miocárdio atrial e, posteriormente, passa para os


ventrículos através do feixe AV, que apresenta velocidade de condução mais baixa,
gerando um atraso na transmissão, garantindo que os átrios contraiam-se antes dos
ventrículos, favorecendo a função do coração como bomba.

VASOS SANGUÍNEOS: ARTÉRIAS, CAPILARES, VEIAS

Os órgãos que compõem o sistema circulatório são o coração, as artérias, as arteríolas,


os vasos capilares, as vênulas e as veias. O conjunto das artérias, veias e capilares pode
ser também chamado de vasos sanguíneos.

FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DESCRITOS ANTERIORMENTE

Coração: responsável pelo bombeamento do sangue com grande pressão para que este
chegue a todas as partes do corpo.

Artérias: responsáveis por conduzir o sangue para fora do coração, portanto quando o
coração bombeia o sangue, ele bombeia este sangue diretamente nas artérias com grande
pressão, para que as artérias possam conduzir o sangue na direção dos tecidos.

Veias: as veias são responsáveis por conduzir o sangue de volta ao coração e removem as
toxinas dos tecidos para elas sejam eliminadas. As veias têm início após os vasos capilares,
pois os capilares representam a junção entre as artérias e as veias.

Capilares: são o local de junção entre as artérias e as veias e é nos capilares que ocorrem
as trocas de substâncias entre as células e o sangue.

DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE AS ARTÉRIAS, AS VEIAS E OS CAPILARES


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Funcionalmente, as artérias conduzem o sangue para fora do coração, as veias conduzem


o sangue para dentro do coração e os capilares são os lugares onde ocorrem as trocas de
substâncias. Tanto as artérias como as veias são compostas por três camadas, a túnica
externa ou adventícia, a túnica média e a túnica íntima ou interna, já os capilares são
compostos por apenas uma camada.

Anatomicamente:

A túnica externa é composta de tecido conjuntivo dando uma maior resistência;

A túnica média de tecido muscular liso;

A túnica íntima de tecido epitelial.

As artérias têm as paredes mais grossas devido a túnica média, pois como o sangue sai com
uma maior pressão do coração elas precisam ter uma maior resistência

As veias têm as paredes mais finas já que a túnica média é menos espessa e também a
pressão das veias é menor.

Os capilares são diferentes das artérias e veias, possuem apenas uma túnica de tecido
epitelial.

Na túnica íntima que é o endotélio do vaso, nas artérias ela é completamente lisa, mas nas
veias elas possuem válvulas que têm como função evitar o refluxo sanguíneo.
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AORTA:

Começa no coração, faz uma curva (curva da aorta), desce pelo corpo na frente da coluna
vertebral.

ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA: Começa na parte ascendente da aorta e termina na


parte diafragmática do coração

ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA: O tronco braquiocefálico (ou artéria


braquiocefálica) é o primeiro ramo do arco da aorta. Seu trajeto é curto, e logo divide-se
nas artérias subclávia direita e na carótida comum direita
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Artéria Subclávia : Embaixo da clavícula

Artéria Vertebral

Artéria axilar

Descrição das principais veias do corpo Humano

Veias Pulmonares: Essas veias se encarregam de levar o sangue rico em oxigênio dos
pulmões até o átrio esquerdo do coração.

Veia Cava: As veias cavas (superior e inferior) são responsáveis por levar o sangue pobre
em oxigênio (rico em dióxido de carbono) do corpo até o átrio direito do coração.

A veia cava superior transporta o sangue da parte superior do corpo, enquanto a veia cava
inferior transporta o sangue da parte inferior do corpo.
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Artéria Subclávia : Embaixo da clavícula

Artéria Vertebral

Artéria axilar

ESTRUTURAS DAS VEIAS

Descrição das principais veias do corpo Humano

Veias Pulmonares: Essas veias se encarregam de levar o sangue rico em oxigênio dos
pulmões até o átrio esquerdo do coração.

Veia Cava: As veias cavas (superior e inferior) são responsáveis por levar o sangue pobre
em oxigênio (rico em dióxido de carbono) do corpo até o átrio direito do coração.

A veia cava superior transporta o sangue da parte superior do corpo, enquanto a veia cava
inferior transporta o sangue da parte inferior do corpo.

Veia Jugular: essa veia está localizada no pescoço e sua função é transportar o sangue
venoso (rico em dióxido de carbono e pobre em oxigênio) do crânio para as partes do
corpo.

Veia Safena: principais veias do sistema venoso, as veias safenas são responsáveis pelo
transporte de sangue de baixo para cima.
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SISTEMA PORTA HEPÁTICO

Na anatomia humana, o sistema porta hepático é o sistema de veias que compreende a veia
porta hepática e suas tributárias.

Atribui ao fato do fígado ser a maior víscera sólida do organismo, recebendo grande fluxo
sangüíneo arterial e venoso, pois todo sangue da cavidade abdominal drena para a veia
porta, passando obrigatoriamente pelo fígado antes de atingir a veia cava. Este sistema
fornece exclusividade de ligação entre a segunda porção do duodeno e o fígado que tem
como função de transporte de substâncias e nutrientes absorvidos para ser metabolizado.
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Tema II-VASOS LINFÁTICOS

Sumário:

 Vasos linfáticos
 Gânglios linfáticos
 Outros órgãos linfóides

VASOS LINFÁTICOS

Os vasos linfáticos são os canais que transportam a linfa no corpo dos animais que
possuem um sistema linfático, rede de vasos linfáticos que fazem parte do sistema
imunológico do corpo humano. Ele transporta células que lutam contra infecções, os
linfócitos, e também retira as células mortas dos tecidos. Ele fica entre os capilares. Os
vasos linfáticos possuem válvulas em forma de bolso, como as das veias, e elas asseguram
o fluxo da linfa numa só direção. Estão ausentes no sistema nervoso central (SNC), na
medula óssea, nos músculos esqueléticos (mas não no tecido conjuntivo que os reveste) e
em estruturas avasculares.

GÂNGLIOS LINFÁTICOS

Os gânglios linfáticos são pequenas glândulas pertencentes ao sistema linfático, que estão
espalhados pelo corpo e que são responsáveis por filtrar a linfa, recolhendo vírus, bactérias
e outros organismos que podem provocar doenças. Uma vez nos gânglios linfáticos, esses
microorganismos são eliminados pelos linfócitos, que são células de defesa importantes do
organismo.

Assim, os gânglios linfáticos são essenciais para o sistema imune de cada pessoa, ajudando
a evitar ou combater infecções como gripes, amigdalites, otites ou resfriados. Em casos
mais raros, a presença frequente de gânglios inflamados pode até ser sinal de câncer,
especialmente linfoma ou leucemia.

Os gânglios linfáticos podemnão ser apalpados ou sentidos, quando estão combatendo uma
infecção; aumentam de tamanho, ficam inchados e, nesses casos, podem ser sentidos perto
da região onde está ocorrendo a infecção.

Onde ficam os gânglios linfáticos

Os gânglios podem ser encontrados individualmente ou em grupo, espalhados por várias


regiões do corpo. No entanto, a maior concentração destas glândulas acontece em locais
como:

Pescoço: estão mais concentrados nas laterais do pescoço, ficando inchados quando existe
garganta inflamada ou uma infecção em um dente;

Clavícula: geralmente ficam aumentados devido a infecções nos pulmões, mamas ou


pescoço;
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Axilas: quando inflamam podem ser sinal de uma infecção na mão ou no braço ou indicar
problemas mais sérios como câncer de mama;
Virilha: surgem inflamados quando há uma infecção na perna, no pé ou nos órgãos
sexuais.

Quando algum destes grupos de gânglios está tentando combater uma infecção é comum
sentir que o local fica dolorido, quente e com pequenos inchaços debaixo da pele.

A maior parte dos gânglios linfáticos inflamados desaparece após 3 ou 4 dias, quando a
infecção fica curada, e, por isso, não são sinal de alarme. No entanto, se estiverem
aumentados por mais de 1 semana é importante consultar um clínico geral porque podem
indicar um problema mais sério, como câncer, que deve ser identificado precocemente e
tratado.

OUTROS ÓRGÃOS LINFÓIDES

a) Amídalas Palatinas

As amídalas palatinas (tonsilas palatinas) são duas pequenas estruturas arredondadas, em


forma de amêndoas, localizadas na parte de trás da boca, ao lado da garganta (é possível
vê-las quando abrimos bem a boca).

Participam do processo respiratório e da deglutição, além de serem grandes aliadas do


sistema linfático e imunológico. Por sua localização, ajudam o organismo a combater
infecções causadas por vírus e bactérias que entram pela boca ou pelo nariz.
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b) Folículos agregados à mucosa intestinal

Tecido linfoide associado à mucosa

O tecido linfóide associado à mucosa (MALT) é um sistema difuso de pequenas


concentrações de tecido linfóide encontrado em várias partes do corpo, como no trato
gastrointestinal, tireóide, seios, pulmão, glândula salivar, olho, e pele.

É composto principalmente por linfócitos T, que estão situados em regiões propícias ao


contacto com antígenos que entram na mucosa do epitélio intestinal.

Componentes

Os componentes do MALT muitas vezes são divididos nas seguintes categorias:

 GALT: tecido linfóide associado ao trato gastrointestinal. Possui as placas de Peyer


no íleo.
 BALT: tecido linfóide associado aos brônquios
 NALT: tecido linfóide associado ao nariz
 SALT: tecido linfóide associado à pele
 VALT: tecido linfóide associado aos vasos sangüíneos
 CALT: tecido linfóide associado ao olho (à conjuntiva)

Importância

O MALT tem a função de regular a imunidade nas mucosas. Ele pode ser a região de
formação de linfomas.

c) Baço

O baço é um órgão do tipo glandular localizado na região superior esquerda da cavidade


abdominal. Este órgão tem contacto com o pâncreas, o diafragma e o rim esquerdo.

Funções do baço

Este órgão não é considerado uma glândula endócrina, pois não produz secreções,
entretanto, no caso de certas doenças, este órgão libera um hormônio que afeta a produção
dos glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue na medula óssea.

No feto, a função principal deste órgão é a fabricação de hemácias e leucócitos. Após o


nascimento esta função é interrompida. Porém, esta função pode ser reiniciada
posteriormente caso apareça alguma doença que debilite esta função na medula óssea.

Este órgão age como parte integrante do sistema linfático e vascular, ocupando uma
posição única que lhe permite eliminar microorganismos patogênicos e destruir hemácias
anômalas, alteradas ou envelhecidas. Ele também retira o ferro a partir da hemoglobina dos
glóbulos vermelhos para seu posterior uso pelo organismo, assim como substâncias
residuais como os pigmentos biliares para sua excreção, na forma de bílis, através do
fígado.
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O baço fabrica anticorpos contra diversos tipos de células do sangue e microorganismos


infecciosos. Em alguns animais mamíferos (com exceção dos seres humanos), ele
armazena as hemácias e nos casos de hemorragia os libera no sistema circulatório. Nos
seres humanos, actua como reservatório de sangue e de outras células sanguíneas.

d) Timo

O timo, é uma glândula linfóide primário, responsável pelo desenvolvimento e selecção de


linfócitos T.

Na anatomiahumana, o timo é uma glândula endócrina linfática que está localizada na


porção superior do mediastino e posterior ao osso externo, fazendo parte do sistema
imunológico. Limita-se superiormente pela traqueia, a veia jugular interna e a artéria
carótida comum, lateralmente pelos pulmões e inferior e posteriormente pelo coração. Ao
longo da vida, o timo involui (diminui de tamanho) e é substituído por tecido adiposo nos
idosos, o que acarrecta na diminuição da produção de linfócitos T.

Função

Em termos fisiológicos, o timo elabora uma substância, a timosina, que mantém e promove
a maturação de linfócitos e órgãos linfoides como o baço e linfonodos.

Já na medula, a densidade é menor, facto explicado que células produtoras de anticorpos


nascem na porção medular, migrando depois para a região cortical, onde podem evoluir
para macrófagos.

Histologia

Externamente, o timo é envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo, de onde partem
septos que dividem o órgão em numerosos lóbulos. Cada lóbulo apresenta uma capa, o
córtex, que é mais escura, e uma polpa interior, a medula, que é mais clara.

Fisiologia

Em termos fisiológicos, o timo elabora várias substâncias: timosina alfa, timopoetina,


timulina e o factor tímico circulante. A timosina mantém e promove a maturação de
linfócitos e órgãos linfoides como o baço e linfonodos. Existe ainda uma outra substância,
a timulina, que exerce função na placa motora e, portanto, nos estímulos neurais e
periféricos, sendo considerada grande responsável por uma doença muscular chamada
miastenia grave.
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Órgão glandular endócrino transitório, próprio da infância, de que só restam vestígios


adiposos aos 10-12 anos de idade. Encontra-se localizado na parte inferior do pescoço e
superior do mediastino superior, formado por dois lobos alongados, compostos cada um
deles por uma série de lóbulos dispostos em volta de um eixo ou cordão central conjuntivo.

Cada lóbulo está dividido, por tabiques de tecido conjuntivo, em folículos formados por
uma substância cortical e outra medular contendo linfócitos, leucócitos e corpúsculos de
Hassal. O timo de animais foi empregue na terapêutica do bócio exoftálmico.

Tema III-SISTEMA RESPIRATÓRIO

Sumário:

 Funções do sistema respiratório


 Vias aéreas superiores: nariz, seios para-nasais, faringe, laringe
 Cordas vocais
 Vias aéreas inferiores: traqueia, brônquios, alvéolos pulmonares, pulmões
 Pleura e mecânica ventilatória

FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

 Fazer transferencia do oxigenio, que é inalado do ar para o sangue;


 Fazer a transferencia do dioxido de carbono, presente em grande quantidade no
sangue venoso para o ar;
 Ajuda a fazer a regulação da acidez presente nos fluidos do corpo humano;
 Actua na regulação do pH do sangue;
 Filtrar, aquecer e humidificar o ar que respiramos;
 Actua na produção dos sons que emitimos, pois o fluxo de ar sai dos pulmões e vai
para as pregas vocais.
21

VIAS AÉREAS SUPERIORES (VAS)


 Nariz e fossas nasais
 Seios perinasais
 Boca
 Faringe (onde se situam as amígdalas)
 Laringe (contém as cordas vocais, indispensáveis para falar)

VIAS AÉREAS INFERIORES (VAI)


 Traqueia;
 Brônquios;
 Bronquíolos;
 Pulmões;
 Alvéolos pulmonares(onde ocorrem as trocas gasosas).

Todas estas estruturas apresentam funções diferentes e desempenham papéis importantes


no controlo das infecções respiratórias.
22

CORDAS VOCAIS

As duas pregas vocais (ou cordas vocais) são um tecido musculoso, situadas no interior da
laringe. O expulsar do ar por elas as fazem vibrar produzindo o som pelo qual nos
comunicamos. As pregas são fibras elásticas que se distendem ou se relaxam pela acção
dos músculos da laringe com isso modulando e modificando o som e permitindo todos os
sons que produzimos enquanto falamos ou cantamos.

Todo o ar inspirado e expirado passa pela laringe e as pregas, estando relaxadas, não
produzem qualquer som, pois o ar passa entre elas sem vibrar. Quando falamos ou
cantamos, o cérebro envia mensagens pelos nervos até os músculos que controlam as
cordas vocais que fazem a aproximação das cordas de modo que fique apenas um espaço
estreito entre elas. Quando o diafragma e os músculos do tórax empurram o ar para fora
dos pulmões, isso produz a vibração das cordas vocais e consequentemente o som.

A frequência natural da voz humana é determinada pelo comprimento das cordas vocais.
Assim mulheres que têm as pregas mais curtas possuem voz mais aguda que os homens
com pregas mais longas. É por esse mesmo motivo que as vozes das crianças são mais
agudas do que as dos adultos. A mudança de voz costuma ocorrer na puberdade que é
provocada pela modificação das pregas que de mais finas mudam para uma espessura mais
grossa. Este facto é especialmente relevante nos indivíduos do sexo masculino.
23

PLEURA

Pleura é uma fina membrana dupla, semelhante a um saco, que envolve o pulmão. É
formada por dois folhetos:

 Pleura central da meridional , que recobre internamente a parede costal da


cavidade, está intimamente ligada com a caixa torácica, sendo subdividida em
quatro partes:

1. Pleura costal, que cobre as faces internas da parede torácica.


2. Pleura mediastinal, que cobre as faces laterais do mediastino.
3. Pleura diafragmática, que cobre a face superior do diafragma.
4. Cúpula pleural, que recobre o ápice pulmonar.

 Pleura visceral, que recobre os pulmões.

A pleura é, portanto, uma membranaenvoltóriaintra-torácica, em cujo interior há um


espaço laminar , também denominado de cavidade pleural que contém pequena quantidade
de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas,
permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração.

O estudo da Fisiologia da Respiração pode ser dividido em quatro grandes eventos


funcionais:
 Ventilação pulmonar, que é a renovação cíclica do gás alveolar pelo ar atmosférico;
 Difusão do oxigênio (O2) e do dióxido de carbono (CO2) entre os alvéolos e o
sangue;
 Transporte, no sangue e nos líquidos corporais, do O2 (dos pulmões para as
células) e do CO2 (das células para os pulmões);
 Regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração.

MECÂNICA RESPIRATÓRIA

Respiração : É a função fisiológica que regula as trocas gasosas no organismo entre o


meio externo e interno, contendo três etapas reguladas por mecanismos fisiológicos
próprios: Ventilação, Difusão e Perfusão.
Compreende as várias etapas que vão desde o condicionamento do ar, os movimentos da
caixa torácica, a contração do músculo diafragma até a acção da prensa abdominal;
Nesse processo participam ossos, músculos e pleuras;
24

MECÂNICA VENTILATÓRIA

Ventilação: é a fase mecânica de renovação e distribuição de ar intrapulmonar,


caracterizada por movimentos fásicos de entrada e saída e regulada pelo sistema nervoso.
Além disso, a ventilação depende da permeabilidade do sistema condutor e da integridade
do parênquima pulmonar.
O tórax é um arcabouço hermético, expansível, não colapsável e em forma de cone, que
armazena e protege os órgãos intratorácicos e oferece apoio às extremidades superiores.

Anatomia e biomecânica do tórax

É composta por 12 pares de costelas arranjados por múltiplas cartilagens sobre o esterno e
as vértebras torácicas, juntamente com as clavículas.

Caixa torácica
Os ossos torácicos são cobertos por três grupos musculares:
Primários – diafragma, intercostais internos e externos;
Secundários – esternocleidomastoideo, serrátil posterior e elevadores costais;
Terceiro grupo muscular – peitorais maior e menor, trapézio e grande dorsal.

Músculos inspiratórios
 Diafragma;
 Músculos intercostais;
 Escalenos.
Músculos expiratórios
Músculos abdominais:
 Reto abdominal;
 Oblíquo interno;
 Oblíquo externo;
 Transverso.
Músculos respiratórios
Diafragma
Na inspiração de repouso, o diafragma é responsável por 70% do volume inspirado;
É uma lâmina musculotendínea, larga e fina, em forma de cúpula, que compõem o
assoalho da cavidade torácica;
Origina nas costelas inferiores e na coluna lombar, inserindo-se no tendão central, sendo
inervado pelo nervo frênico formado a partir das raízes de C3 a C5.
Ao se contrair exerce alterações em duas porções distintas:

a) Abdominal
b) Torácica

Tema IV: SISTEMA DIGESTIVO


Sumário:
 Cavidade abdominal e peritoneu
 Estrutura histológica do tubo digestivo
 Boca, língua, dentes e glândulas salivares
 Mastigação e deglutição
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 Esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e apêndice íleo-cecal


 Pâncreas
 Fígado e vias biliares
 O sistema porto-cava

CAVIDADE ABDOMINAL

A cavidade abdominal é a parte do tronco compreendida entre o tórax e a parte inferior da


pélve, no seu interior, estão alojados grande parte dos órgãos do aparelho digestivo, bem
como do aparelho urinário e reprodutor que são: estômago, intestino delgado, intestino
grosso, fígado, vesícula biliar, vias biliares, pâncreas, baço, rins, glândulas supra-renais,
vias urinárias (ureteres) e a bexiga e os órgãos do aparelho reprodutor que diferem de
acordo com o sexo: na mulher (útero, ovários e as trompas, enquanto no homem uma
parte situa-se em posição externa, numerosos vasos sanguíneos e linfáticos, ligamentos e
restantes estruturas que fixam os órgãos nas suas respectivas posições.
A cavidade abdominal está limitada na sua parte superior pelo diafragma, músculo plano
que a separa da cavidade torácica, e na parte inferior pela pélve, tem como limites à frente
e de lado as paredes abdominais anterior e laterais, enquanto que atrás está protegida pela
coluna vertebral e, na parte mais alta, pelas costelas inferiores.

PERITONEU

O peritoneu é uma extensa membrana serosa, formada essencialmente por tecido


conjuntivo, que reveste o interior das paredes da cavidade abdominal e expande-se para
cobrir a maior parte dos órgãos que contém. Deste modo, considera-se que, embora a
membrana seja ininterrupta, é composta por duas camadas ou folhas - o peritoneu parietal
e o peritoneu visceral.
O peritoneu parietal é a folha que cobre totalmente por dentro as paredes anteriores e
laterais do abdómen, enquanto que na parte posterior é formado um limite por trás do
denominado espaço retroperitoneal, onde ficam situados parte do pâncreas e do duodeno,
os rins e grandes vasos como a artéria aorta e a veia cava inferior.
O peritoneu visceral é a folha que cobre completamente a superfície externa da maior parte
das vísceras contidas no abdómen, excepto as que estão situadas no já referido espaço
retroperitoneal.
Entre as duas camadas do peritoneu fica acomodado um espaço denominado espaço ou
cavidade peritoneal. Esta cavidade contém uma fina película de um líquido lubrificante
composto por água, algumas células e substâncias minerais, cuja função primordial é
permitir a deslocação das folhas sem que se produzam fricções entre ambas e,
indirectamente, entre os órgãos abdominais e a parede abdominal. Este líquido peritoneal é
constantemente segregado para o interior do espaço peritoneal e paralelamente reabsorvido
na mesma proporção, de tal modo que, em condições normais, não tem mais do que 200 ml
dentro do espaço peritoneal.

As regiões do abdómen

A superfície anterior do abdómen divide-se de maneira convencional, mediante duas linhas


verticais e duas linhas horizontais que constituem nove zonas:

•Em cima: hipocôndrio direito, epigastro e hipocôndrio esquerdo.


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• Ao centro: flanco direito, região periumbilical e flanco esquerdo. Os flancos também são
denominados de zonas lombares, enquanto que a região periumbilical, no centro da qual
encontramos o umbigo, também se denomina mesogástro.

• Em baixo: fossa ilíaca direita, hipogástrio e fossa ilíaca esquerda. As fossas ilíacas
também são conhecidas por regiões inguinais, enquanto que o hipogástrio também se
denomina de região púbica.
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HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO

Constituídopor: boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, recto e ânus.

Glândulasanexas: pâncreas, fígado e três pares de glândulas salivares.

Função do sistema digestivo: Retirar dos alimentos digeridos os metabólicos necessários


para o desenvolvimento e a manutenção do organismo.

BOCA

É um orifício presente em grande parte dos animais. É através dela que estes animais
ingerem alimento e produzem sons para se comunicar.
28

Boca Humana

No caso dos seres humanos, a boca é formada por duas partes: a cavidade bucal (situada
entre os lábios, bochechas e parte frontal dos dentes) e a cavidade oral (localizada entre a
parte interior dos dentes e da faringe). As glândulas salivares parótidas formam parte da
cavidade bucal e as demais glândulas salivares se localizam na cavidade oral. Estas
glândulas produzem, na boca, a saliva.O palato da cavidade oral é de osso, rigido na
região frontal e fibroso e mais suave na região posterior. O palato, também conhecido
como “céu da boca” termina por trás, na região da faringe, em várias dobras soltas e
membranosas.

Cavidade oral

 Lábios superfície externa


 Partevermelha
 Lábios superfície interna

LÍNGUA

É um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que


possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes
permitam comunicar-se e compreender-se.

Face dorsal parte oral (corpo): contém as papilas gustativas

Tipos de papilas: filiforme,fungiforme e valadas.

Parte faríngea (raiz): tonsila lingual, glândulas mucosas adjacentes.

Face ventral: mucosa lisa.

DENTE

Porções:
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 Coroa: porção que se projeta além da gengiva. Os dentes se articulam nos ossos em
cavidades chamadas alvéolos.
 Dentina: forma o corpo, ésemelhante ao osso, porém é mais duro.
 Esmalte: camada epitelial calcificada, estrutura mais rica em cálcio do corpo.
 Polpa: tecido conjuntivo frouxo,predominam odontoblastos de forma estrelada.
 Cimento: bainha de tecido conjuntivo calcificado,mantém o tamanho da raiz e
garante a fixação do dente,sua produção na raiz é contínua para compensar o
desgaste da coroa.

 Palato Duro
 Palato Mole
 Gengiva
 Faringe: é uma dependência da cavidade bucal comum aos aparelhos digestivo e
respiratório.

GLÂNDULAS SALIVARES

As glândulas salivares são órgãos acessórios que fazem parte do sistema digestório dos
seres humanos. Os seres humanos possuem três pares de glândulas salivares.

Tipos e localização

 Glândulas parótidas: estão localizadas adiante e abaixo das orelhas, entre o músculo
masseter e a cútis.
 Glândulas submandibulares: localizadas no soalho da boca, sob a raiz da língua.
 Glândulas sublinguais: localizada na região anterior ás glândulas submandibulares.

Função das glândulas salivares

Liberam um líquido chamado saliva. Esta saliva é formada por 99,5% de água e 0,5% de
solutos.

 A saliva possui uma importante função de atuar na dissolução dos alimentos,


possibilitando que estes possam ser deglutidos. A saliva também dá início ao
processo de digestão dos alimentos.
 Uma das enzimas presentes na saliva é a amilase salivar, que é responsável por
começar o processo de digestão dos carboidratos na boca.
 Outra enzima, também muito importante, presente na saliva é a lisozima. Esta
enzima atua no combate às bactérias presentes na boca, protegendo-a contra
30

infecções. A lisozima também é importante para evitar a formação e


desenvolvimento de cáries nos dentes.
 A saliva ainda apresenta outras funções importantes como, por exemplo,
possibilitar a humidificação dos lábios e da língua enquanto o indivíduo fala.

MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO

O acto de comer é fundamental para a manutenção da nossa vida e um dos maiores


prazeres do ser humano; qualquer distúrbio que dificulte uma boa deglutição interfere no
estado físico e emocional do indivíduo.

Mastigar e deglutir são tarefas encadeadas sendo a mastigação considerada uma fase
preparatória da deglutição.

A mastigação é uma actividade neuromuscular complexa com movimentos mandibulares


rítmicos e é influenciada pelo tipo de oclusão dentária e pela consistência e textura do
alimento. Esta função oral é extremamente importante pois interfere no desenvolvimento
mandibular e maxilar, na manutenção dos arcos osteodentários e no equilíbrio muscular e
funcional.

A deglutição representa uma sequência complexa de actividades neuromusculares que tem


a função de levar o alimento até ao estômago. Durante este processo há um cruzamento das
vias aéreas com as vias digestivas tendo o organismo desenvolvido alguns mecanismos de
protecção que evitam a aspiração do alimento (ex: Reflexo de Tosse e Reflexo de Vómito).
O processo de deglutição normal apresenta ligeiras diferenças consoante a idade da pessoa.

A mastigação está definida por 3 etapas:

o Incisão: o alimento é cortado com o auxílio dos dentes incisivos e caninos, mediante
a abertura e fechamento mandibular;
o Trituração: na zona dos dentes molares e pré-molares e, com a ajuda da língua e das
bochechas, o alimento é posicionado entre os arcos dentários de modo a que se
processe a transformação do alimento em pedaços menores;
o Pulverização: ocorre a moagem das partículas pequenas, transformando-as ainda em
partículas mais pequenas.

A deglutição é um processo composto por 3 etapas:


31

o Fase Oral: com o auxílio da saliva, é criado um bolo homogéneo que a língua
transporta para a linha média.
o Fase Faríngea: o bolo é levado até à entrada do esófago.
o Fase Esofágica: a pressão do bolo na entrada do esófago, bem como a subida e
anteriorização da laringe, faz abrir o esfíncter esofágico superior, permitindo a
passagem do bolo que segue até ao estômago pela acção dos movimentos
peristálticos da parede muscular esofágica.

Estrutura geral do tubo digestivo

Túnica Mucosa: camada epitelial de revestimento, contém os vasos sanguíneos e linfáticos,


podendo apresentar glândulas e tecido linfóides.

TúnicaSubmucosa: tecido conjuntivo moderadamente frouxo rico em vasos sanguíneos e


linfáticos contém plexo nervoso submucosa, pode apresentar glândulas e tecido linfóide.

Túnica Muscular: duas subcamadas de fibras musculares lisas, orientadas em hélice interna
e externa.

Túnica Adventícia ou Serosa: tecido conjuntivo frouxo com grande quantidade de nervos
sanguíneos e linfáticos, e células adiposas.

ESÓFAGO

Função:

 Transportar rapidamente o alimento da boca para o estomago.

De acordo com a sua localização ele pode ser classificado em esófago cervical, torácico ou
abdominal. A região cervical do esófago possui aproximadamente 4 cm, e tem contato
direto com a traqueia; a região torácica do esófago é a maior de todas as três regiões
possuindo cerca de 18 cm; e seguindo a traqueia e a coluna vertebral, atrás do brônquio
esquerdo, a ultima região - esófago abdominal - mede em média 3 cm e se encontra sobre o
diafragma e é a parte que se liga ao estômago.

Uma vez dentro do esófago o alimento será impulsionado por meio de movimentos
peristálticos, que são involuntários.

O esófago possui três camadas:

 Mucosa
 Submucosa
 Muscular
32

ESTÔMAGO

O estômago é um órgão presente no tubo digestivo, situado logo abaixo do diafragma,


mais precisamente entre o esófago e o duodeno. Nele, os alimentos são pré-digeridos e
esterilizados, a fim de seguirem para o intestino, onde são absorvidos.

Funções:

O estômago, nos humanos, é um órgão digestivo em forma de bolsa, situado entre o


esófago e o duodeno. Encontra-se situado por debaixo do diafragma, no lado esquerdo do
abdómen. Apresenta duas comunicações: uma superior chamada cárdia, que o comunica ao
esófago e outra inferior, chamada piloro, que o comunica ao intestino delgado. O estômago
tem duas classificações, uma cirúrgica e uma anatómica, em sua classificação cirúrgica ele
é subdividido em cárdia, fundo, corpo, antro, piloro, curvatura menor, curvatura maior,
face anterior e face posterior. O estômago em sua classificação anatómica é dividido em
uma porção vertical chamada trituradora, e uma porção horizontal chamada evacuadora.

É no interior do estômago que se encontram as glândulas gástricas que produzem o suco


gástrico. No estômago, o suco gástrico é envolvido nos alimentos em digestão, através dos
movimentos peristálticos, e o bolo alimentar é transformado em quimo. Inicia-se aí a
digestão das proteínas, pois esse suco contém muitas enzimas, dentre essas está a pepsina,
que é responsável pela digestão das proteínas.

O adjectivo gástrico refere-se ao estômago. Assim, a retirada cirúrgica do estômago ou


parte dele chama-se gastrectomia. A colocação de tubos no estômago através do abdómen
chama-se gastrostomia. A modificação do estômago chama-se gastroplastia.

Duas valvas de músculo liso, ou esfíncteres, mantêm os conteúdos do estômago em seu


interior. Elas são chamadas de esfíncter esofágico ou cardíaco dividindo-o acima, e o
esfíncter pilórico separando o estômago do intestino delgado.

Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 ml quando vazio. Depois de uma


refeição, ele geralmente se expande para suportar cerca de 1 litro de comida, mas ele pode
expandir até 4 litros.

Artérias: As artérias que vascularizam o estômago são ramos do tronco celíacoartéria


gástrica esquerda e artéria gástrica direita (vascularizando a curvatura menor), artéria
gastro-omental esquerda e artéria gastro-omental direita (vascularizando a curvatura maior)
e as artérias gástricas curtas (vascularizando o fundo do estômago).

A artéria gástrica esquerda se anastomosa com a artéria gástrica direita formando assim o
Arco Arterial da Curvatura Menor do Estômago. A artéria gastroepiplóica esquerda, assim
como na curvatura menor, se anastomosa com a Artéria Gastroepiplóica Direita formando
o Arco Arterial Veias: As veias que drenam o estômago são paralelas as artérias, sendo que
as veias gástricas esquerda e direita irão drenar diretamente para a veia porta hepática,
enquanto as veias gastromental esquerda e direita junto as veias gástricas curtas
drenam inicialmente para as veias esplénicas que ao unir a veia mesentérica superior
desembocará na veia porta do fígado.
33

INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é uma parte do tubo digestivo que começa no estômago e vai até o
intestino grosso.

Função

Sua principal função é absorver os nutrientes necessários para o corpo humano.

Características físicas:

Mede, aproximadamente, 6 metros de comprimento.

Ele se divide em três partes:

Duodeno: tem um formato de letra “C”. É nessa parte do intestino que o suco pancreático
e o suco biliar agem, transformando a quimo em quilo. Mede cerca de 25 cm.

Jejuno: parte do intestino onde há a absorção dos nutrientes presentes nos alimentos
ingeridos. Mede cerca de 2,5 metros.

Íleo: dá continuidade à absorção dos nutrientes que começou no jejuno. Grande parte da
absorção da vitamina B12 ocorre no íleo. Possui túnicas finas e é estreito. Mede cerca de
3,5 metros.
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INTESTINO GROSSO

Quando conclui seu trajeto pelo intestino delgado, o material alimentar ainda não
absorvido é lançado no intestino grosso, em estado líquido. A absorção de água pela
mucosa do intestino grosso é tão rápida e eficaz que esse material adquire a consistência
típica do bolo fecal em 14 horas -média aproximada - depois de percorrer o órgão em todo
o seu comprimento. Essa ‘é a principal função do intestino grosso. No processo digestivo,
ele tem participação secundária, uma vez que as principais atividades de modificação
química dos alimentos realizam-se no estômago e no intestino delgado.

Função:

Além da função absorvente, outras atividades se processam no intestino grosso, às vezes


sem sua participação directa. Embora rica em muco, a secreção alcalina do intestino grosso
não apresenta teor de enzimas importantes para a digestão. Acontece, porém, que algumas
enzimas do intestino delgado ainda mantêm sua atividade depois de lançadas no intestino
grosso, juntamente com o material alimentar. Além disso, enquanto se processa a absorção
de água, entram em ação as bactérias de putrefação, que atacam sobretudo a celulose
contida nos alimentos vegetais. Sem essas bactérias, que habitam o interior do intestino
grosso, não seria possível a digestão da celulose, pois o organismo humano não produz
enzimas capazes de digeri-la.

Estrutura

A parede do intestino grosso, como a do intestino delgado, é formada por numerosas


camadas. São elas, de dentro para fora: a mucosa, a submucosa, a túnica muscular dupla e
uma membrana serosa de revestimento externo (serosa peritoneal). A mucosa do intestino
grosso não apresenta internamente as vilosidades que caracterizam o intestino delgado.

Mesmo assim, não se trata de uma superfície lisa, devido ao grande número de depressões
microscópicas, semelhantes às do intestino delgado, porém, mais profundas. Ao longo
dessas depressões da mucosa do intestino grosso, encontram-se numerosas células, em
forma aproximada de cálices, que secretam muco lubrificante, a fim de facilitar a passagem
do bolo fecal. A submucosa, rica em vasos sanguíneos e linfáticos, é toda percorrida por
terminações nervosas.

Anatomia

O intestino grosso tem cerca de 1,70 m de comprimento e 7 cm de diâmetro médio.


Começa na parte inferior direita do abdomen, pouco acima da junção da coxa com o
tronco, e divide-se em três partes. A primeira delas é o cego segmento de maior calibre -
35

que se comunica com a porção terminal do intestino delgado. Para impedir o refluxo do
material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo
com o cego (válvula ileocecal).

Do fundo do cego projeta-se o apêndice vermiforme, pequeno tubo oco, alongado e curvo,
do tamanho aproximado de um dedo mínimo. Nódulos linfáticos existentes no apêndice
fazem o papel de uma linha fortificada que impede sua invasão pelas inúmeras bactérias
que habitam o intestino grosso.

A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que se prolonga a partir do cego
até o reto. Em seu primeiro trecho, o cólon sobe verticalmente pelo lado direito do
abdomen, até as proximidades da cintura (hipocôndrio direito), recebendo o nome de cólon
ascendente. Ao chegar ao hipocôndrio dobra-se abruptamente para dentro. Essa curva é a
flexura hepática, assim chamada por estar em contato com o fígado.

A partir desse ponto, constitui-se o chamado cólon transverso, que atravessa o abdomen,
em forma de linha arqueada, chegando até o hipocôndrio esquerdo. Aí, outra curva desvia
o cólon para baixo. Essa flexura é chamada de esplênica, devido à proximidade com o
baço.

Após essa segunda dobra, o cólon desce verticalmente pelo lado esquerdo do abdomen,
agora com a denominação de cólon descendente. Quando penetra na bacia, desvia-se em
direção ao centro da porção inferior do abdomen, constituindo o chamado cólon pélvico
(de pelve, região da bacia). Devido à sinuosidade, esse trecho é também conhecido pelo
nome de cólon sigmóide (de sigma, letra “5” em grego).

APÊNDICE ILEOCECAL

O apêndice ileocecal, apêndice vermicular, apêndice vermiforme ou simplesmente


apêndice, é um pequeno crescimento oco situado no cego. O apêndice mede em média 9
cm. É comum a inflamação do apêndice, provocando uma apendicite e precisando de uma
intervenção cirúrgica, a apendicectomia. Essa retirada não possui consequência sobre a
saúde. Este órgão está anatomicamente localizado no quadrante ilíaco direito.

Função do apêndice:

 O apêndice possui bactérias que podem funcionar como anticorpos para o nosso
organismo.
 Aumenta a extensão da superfície do muco intestinal para secreção e absorção.
 Faz parte do sistema imunológico, produzindo glóbulos brancos no período da
infância, tendo um funcionamento semelhante ao timo.
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PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão fazendo parte do


sistema digestivo e endócrino dos seres humanos que se localiza atrás do estômago e entre
o duodeno e o baço. Ele é tanto exócrino (secretandosuco pancreático, que contém
enzimasdigestivas) quanto endócrino (produzindo muitos hormônios importantes, como
insulina, glucagon e somatostatina). Divide-se em cabeça, corpo e cauda. O pâncreas é um
órgão produtor de enzimas, proteínas que aumentam a rapidez das transformações
químicas.

Anatomia

Em humanos, geralmente o pâncreas é uma glândula longa com 15–25 cm que se localiza
no abdómen. Sendo uma das glândulas retroperitoneais, ele é localizado posteriormente ao
estômago e está em associação próxima ao duodeno.

É frequentemente descrito como tendo três regiões: a cabeça, corpo e a cauda.

O ducto pancreático (também chamado de ducto de Wirsung) percorre o comprimento do


pâncreas e termina na segunda porção do duodeno, na ampola de Vater
(hepatopancreática). O ducto biliar comum geralmente se une ao ducto pancreático neste
ponto ou próximo dele. Muitas pessoas também possuem um pequeno ducto acessório, o
ducto de Santorini.

Artérias e veias

O pâncreas é suprido pelas artérias pancreaticoduodenais: A artéria mesentérica superior


que origina as artérias pancreaticoduodenais inferiores. A artéria gastroduodenal que
origina as artérias pancreaticoduodenais superiores. A artéria esplênica que origina as
artérias pancreáticas.

A drenagem venosa é feita através das veias pancreáticas que são tributárias das veias
esplênica e mesentérica superior, no entanto a maioria delas terminam na veia esplênica. A
veia porta hepática é formada pela união da veia mesentérica superior e veia esplênica
posteriormente ao colo do pâncreas. Geralmente a veia mesentérica inferior se une à veia
esplênica atrás do pâncreas (em outras pessoas ela simplesmente se une à veia mesentérica
superior).
37

1: Cabeça do pâncreas
2: Processo uncinado do pâncreas
3: Incisura pancreática
4: Corpo do pâncreas
5: Superfície anterior do pâncreas
6: Superfície inferior do pâncreas
7: Margem superior do pâncreas
8: Margem anterior do pâncreas
9: Margem inferior do pâncreas
10: Tubérculo omental
11: Cauda do pâncreas
12: Duodeno
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FÍGADO E VIAS BILIARES

É a víscera mais volumosa do corpo humano, com um peso aproximado de 1.500 gramas
no adulto. Está situado na parte superior direita da cavidade abdominal, por baixo do
diafragma e protegido pelas últimas costelas. De uma cor vermelha escura, consistência
mole e superfície lisa, está envolto por uma fina membrana fibrosa, denominada cápsula de
Glisson, e pelo peritoneu.
Embora seja um órgão compacto, podem-se distinguir no fígado diversas partes ou lóbulos.
O maior é o lóbulo direito, separado do lóbulo esquerdo por uma prega do peritoneu
denominada ligamento falciforme; na parte inferior, verificam-se outros dois mais
pequenos: o lóbulo caudado e o lóbulo quadrado.
Pela parte inferior do fígado, através de um sulco denominado hilo hepático, penetram no
órgão dois grandes vasos: a artéria hepática e a veia porta, que transporta o sangue vindo
do tubo digestivo e do baço. Estes vasos ramificam-se repetidamente no interior do fígado,
formando uma rede extremamente complexa de capilares sanguíneos, que entram em
contacto com cada uma das células hepáticas, com as quais mantêm um abundante
intercâmbio de substâncias para, finalmente, confluir e constituir as veias supra-hepáticas -
estas emergem na parte superior do órgão e trazem o sangue vindo do fígado para a veia
cava inferior.

VIAS BILIARES

As vias biliares são o conjunto de canais encarregues de transportar a bílis até à vesícula,
onde a secreção se armazena e, depois, segue até ao intestino delgado, onde a bílis exerce a
sua acção digestiva. Abrangem, portanto, uma série de canais intra-hepáticos, contidos no
interior do fígado, e outra série de canais extra-hepáticos, que se encontram fora do fígado.
A sucessiva confluência dos já mencionados canalículos e dos pequenos canais biliares dá
lugar à formação de dois canais biliares maiores que emergem da parte inferior do fígado:
o canal hepático direito e o canal hepático esquerdo. Pouco antes da sua saída do fígado,
ambos se unem e formam o canal hepático comum, com cerca de 3 cm de comprimento,
que se divide em duas ramificações: o canal cístico, que chega até à vesícula biliar, e o
colédoco, que chega até ao duodeno depois de atravessar a cabeça do pâncreas.
O colédoco termina na segunda parte do duodeno, numa dilatação da parede duodenal
conhecida como ampola de Vater ou papila maior, onde também termina o canal que drena
as secreções do pâncreas. As fibras musculares localizadas na parede duodenal que
contorna a saída do colédoco adensam-se e formam uma espécie de válvula, o esfíncter de
Oddi, cuja contracção ou relaxamento regula a passagem da bílis para o interior do
intestino.

VESÍCULA BILIAR

É um órgão oco de paredes musculosas, uma espécie de saco em forma de pêra, com cerca
de 8 cm de comprimento e 3 cm de largura, situado por baixo da parte inferior do fígado.
Tem um único orifício de entrada e saída, através do qual comunica com o canal cístico. A
sua função consiste em armazenar a bílis que chega ao seu interior através do canal cístico.
39

AS FUNÇÕES DO FÍGADO

Além da produção da bílis, o fígado desempenha outras funções importantes, entre as


quais: Metabolização dos hidratos de carbono, proteínas e lípidos absorvidos no tubo
digestivo, uma passagem indispensável para o aproveitamento orgânico dos nutrientes.

• Armazenamento dos hidratos de carbono (em forma de glicogénio), minerais


(nomeadamente o ferro) e vitaminas.

• Depuração de inúmeros elementos transportados pelo sangue, como resíduos, hormonas,


medicamentos e drogas, cuja acumulação no organismo se torna tóxica.

• Síntese de inúmeras substâncias, em especial proteínas (albumina, factores plasmáticos


da coagulação, etc.) e vitaminas (complexo vitamínico B, vitamina K).

SISTEMA PORTO CAVA

A designação de sistema porta hepático é atribuída à veia porta e suas tributárias. É o


maior sistema porta do corpo e transporta o sangue dos órgãos abdominais para o fígado. [1]

O retorno venoso do intestino é feito por duas veias, a veia mesentérica superior que drena
o intestino delgado, estômago e parte do cólon, e a mesentérica inferior que drena o
intestino grosso. A mesentérica inferior reúne-se com a veia esplénica (veia que vem do
baço) antes desta se anastomosar com a veia mesentérica superior para formar a veia porta.
Esta veia porta, por sua vez, recebe a veia gástrica e a pré-pilórica pouco antes de atingir o
hilo hepático. No fígado a veia porta ramifica-se em vénulas e posteriormente capilares que
se continuam por uma outra rede de capilares que reunindo-se vão formar vénulas e veias
para terminar dando origem à Veia Cava Inferior.

Recolhendo o retorno venoso de todo o baço, este sistema venoso permite que todas as
substâncias absorvidas no trato digestivo passem primeiro pelo fígado onde são
transformadas, antes de passarem à circulação sistémica pela veia hepática.
40

Tema V: SISTEMA ENDÓCRINO

Sumário:

 Hormonas
 Controlo hormonal
 Descriçãoanatómica das principais glândulasendócrinas: hipófise, tiróide,
paratiróide, pâncreas, supra-renal, testículos, ovários

HORMONAS
As Hormonas são os mensageiros químicos que são segregados directamente no sangue,
que os leva aos órgãos e aos tecidos do corpo para exercer suas funções. Há muitos tipos
de hormonas que actuam em aspectos diferentes de funções corporais e de processos que
são:

 Crescimento
 Metabolismo dos alimentos
 Função Sexual
 Função e humor Cognitivos
 Manutenção da temperatura corporal e da sede

As Hormonas são segregadas nas glândulas endócrina do corpo. As glândulas endócrina


principaissão:
41

 Glândula Pituitária
 Glândula pineal
 Thymus
 Tiróide
 Glândulas Adrenais
 Pâncreas
 Testículos
 Ovário

Estes órgãos segregam a hormona em quantidades microscópicas e toma somente muito


pequenas quantidades para causar mudanças importantes no corpo. Mesmo um excesso
muito ligeiro de secreção da hormona pode conduzir aos estados da doença.

CONTROLE HORMONAL

Além do sistema nervoso, a actividade do movimento dos músculos é controlada pelo


sistema hormonal. Os hormônios são produzidos nas glândulas endócrinas dos quais são
transportados através do sangue para as células alvo. A liberação de hormônios de várias
glândulas alvo é afetada pela adenohipófise. Os hormônios produzidos pela neurohipólise
incluem, por exemplo, hormônio antidiurético (ADH) que diminui a produção de urina.
Além de outras funções , o hormônio do crescimento (GH) é responsável pelo
crescimento da massa muscular. A presença de glicose no sangue referida como glicemia
é mantida pela insulina e pelo glucagon. A insulina transporta a glicose para células
(durante uma actividade de movimento especialmente nas células musculares) e, assim,
reduz o nível de glicose no sangue. Glucagon, no entanto, tem o efeito oposto; aumenta o
nível de glicose no sangue. Estes hormônios são liberados do pâncreas. Durante o
exercício, o nível de insulina diminui em proporção com a intensidade do trabalho aeróbio.
Durante uma actividade anaeróbia, a produção de insulina tende a aumentar.
Durante o exercício, a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina (noradrenalina) são
liberadas da medula adrenal no sangue. Eles transportam energia para os músculos e
aumentam a atividade do coração e outros órgãos promovendo a contração muscular.
Em conexão com a adaptação de um organismo ao treinamento em altitudes mais altas,
precisamos mencionar a eritropoietina que controla a produção de glóbulos vermelhos.
A testosterona , principal hormônio sexual masculino, tem efeitos anabolizantes e melhora
a biossíntese de proteínas. Através da estimulação protéica, reforça a produção óssea eo
crescimento do tecido muscular.

TIREOIDE?
A tireoideé uma glândula que regula a função de órgãos importantes como o coração, o
cérebro, o fígado e os rins. Ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Dessa forma, garante o equilíbrio do organismo. A glândula possui forma de borboleta
(com dois lobos) e se localiza na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão.
42

Em relação a outros órgãos do corpo humano, a tireóide é relativamente pequena, mas é


uma das maiores glândulas já que pode chegar até 25 gramas em um adulto. Ela actua
directamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na
regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no
humor e no controle emocional.
Quando a tireóide não funciona correctamente, pode liberar hormônios em quantidade
insuficiente (hipotireoidismo) ou em excesso (hipertiroidismo). Nos dois casos, o volume
da glândula aumenta, o que é conhecido como bócio. Esses problemas podem ocorrer em
qualquer etapa da vida e são de simples de se diagnosticar.

PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestivo e endócrino dos vertebrados.
O pâncreas produz o suco pancreático que age no processo digestivo, pois possui enzimas
digestivas. Esta glândula também é responsável pela produção de hormônios como, por
exemplo, insulina, somatostatina e glucagon.

Localização

Localizado no abdômen, o pâncreas possui, nos seres humanos, de 14 a 25 centímetro de


comprimento. Está localizado anexo ao duodeno.

Regiões

O pâncreas possui três regiões principais: cabeça do pâncreas, corpo e cauda.

Vascularização do pâncreas

O pâncreas é vascularizado pelas artérias pancreaticoduodenais. A drenagem venosa ocorre


através das veias pancreáticas.

Tipos de tecido do pâncreas e suas funções:


43

- Ilhéus de Langerhans (região endócrina): células do pâncreas responsáveis pela secreção


de hormônios que fazem o controle dos níveis de glicose no sangue.

- Ácino Pancreático (região exócrina): fabrica enzimas que atuam no processo de digestão
alimentar.

GLÂNDULAS PARATIREOIDES

São minúsculas glândulas endócrinas encontradas somente nos anfíbios, répteis, pássaros e
mamíferos. Essas glândulas produzem um hormónio especial – o paratormônio – com
uma única função: regular o nível de cálcio e fosfatos presente no sangue e, portanto,
em todo o organismo.

Funções

O termo paratireoides – literalmente significa “junto à tireoide” – é uma denominação


adequada, mas leva a confusões.

Do ponto de vista anatómico a denominação é absolutamente correcta, pois as


paratireoides são realmente vizinhas da tireoide.

Localização

Localizadas atrás da tireoide. O número de paratireoides é bastante variável. Cerca de 25%


dos indivíduos têm um maior número de paratireoides, pois apresentam três pares.

Em alguns casos, mais raros, o indivíduo possui apenas um par de paratireoides. Esta
última característica impõe um cuidado fundamental na cirurgia da tireoide: identificá-las
cuidadosamente, para evitar sua remoção involuntária.

A identificação exige certa prática, porque a localização, de maneira semelhante à


quantidade, também é variável. Assim, em lugar de estarem localizadas na região mediana
do pescoço, atrás da tireoide, as paratireoides podem até mesmo localizar-se em pleno
tórax, no mediastino, espaço central entre os pulmões, onde se aloja o coração.
44

Tamanho e cor das paratireoides

As paratireoides podem ser comparadas a pequenos tremoços (6 mm x 4 mm x 2 mm, em


média) de cor mais escura (castanho. amarelado); cada uma delas pesa somente 30
miligramas. (Para se poder fazer uma comparação: um comprimido de aspirina pesa 500
miligramas.)

Os dois pares paratireoideanos, portanto, têm um peso global pouco superior a um décimo
de grama. Apesar ainda não se sabe com certeza quais as células paratireoidianas que
segregam hormônio. Foram identificados três tipos celulares diferentes; e as que aparecem
em maior quantidade foram denominadas células principais.

GLÂNDULAS SUPRARRENAIS

As suprarrenais, também conhecidas como adrenais, são duas glândulas endócrinas do


corpo humano. Elas estão localizadas acima dos rins.

Principais características e hormônios produzidos:

- A glândula suprarrenal da direita possui formato triangular, enquanto a da esquerda tem


forma de meia-lua.

- Existem duas regiões nas glândulas suprarrenais. O córtex suprarrenal (externo) e a


medula suprarrenal (interna).

- Estas glândulas, no córtex suprarrenal, fabricam hormônios esteroides que regulam a


concentração de água e sais no corpo.

- São responsáveis também pela produção de hormônios que atuam na transformação de


gordura em glicose pelo fígado.

- As glândulas suprarrenais também produzem, na medula suprarrenal, dois outros


importantes hormônios: adrenalina (também conhecido como epinefrina) e noradrelalina
(também conhecido como norepinefrina). Estes dois hormônios actuam em reacções
psíquicas e físicas geradas por situações emocionais fortes (principalmente relacionadas ao
estresse emocional).
45

TESTÍCULOS

Os testículos são as glândulas sexuais masculinas. As glândulas sexuais são também


chamadas de gônadas.

Os testículos têm duas funções básicas:

A primeira é a produção de testosterona, que ocorre nas células de Leydig dos testículos. A
testosterona é o hormônio sexual masculino mais importante. Os hormônios sexuais
masculinos são chamados de androgênios, ou andrógenos.

A segunda função dos testículos é a produção de espermatozoides. No entanto, essa


produção, que ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos, só será possível se houver
testosterona suficiente na circulação sanguínea e, de maneira especial, no local onde os
espermatozoides são gerados. A fertilidade masculina, portanto, depende diretamente da
função dos testículos e da testosterona.
46

OVÁRIO

O ovário é um órgão, pertencente ao sistema reprodutor feminino, presente somente nas


fêmeas, incluindo os seres humanos. É neste órgão que são produzidas as células
reprodutivas ou óvulos.

Normalmente a mulher possui dois ovários, um de cada lado do útero, e estes, são ligados
pelas trompas de Falópio.

Anatomia do ovário
47

Com relação a sua anatomia, eles possuem uma forma oval e aplanada, semelhante à de
uma amêndoa. Cada ovário apresenta duas partes: uma interna e outra externa.

Na mulher adulta, a parte externa abriga uma grande quantidade de folículos de tamanhos
diferentes, onde se encontram os óvulos.

A cada ciclo menstrual, um folículo é desenvolvido e uma grande quantidade de estrógeno


começa a ser secretada. Neste momento o folículo passa a ser chamado de folículo de
Graaf.

Produção de hormônios

Os ovários produzem hormônios (hormônios sexuais), que, junto com a hipófise,


contribuem com o desenvolvimento das características específicas do sexo feminino, além
disso, também possui a função de regular a menstruação.

Fecundação

A fecundação ocorre através da união do espermatozóide com o óvulo, geralmente, ainda


na trompa de Falópio. Após isso, é formado o zigoto ou ovo.

Tema VI: SISTEMA URINÁRIO

Sumário:

 A circulação renal
 Estrutura microscópica do rim: o nefrónio
 Vias excretoras e urotélio.
 Bexiga e uretra
 Urodinâmica
48

CIRCULAÇÃO RENAL

Os rins são órgãos pares, em forma de caroços de feijão, situados por trás do revestimento
peritoneal da cavidade abdominal. Com cerca de 11cm de comprimento, de 5 a 7cm de
largura, e 2,5cm de espessura.

É o principal órgão do sistema excretor e osmoregulador dos vertebrados. Os rins filtram


dejectos (especialmente uréia) do sangue, e os excretam com água que é aurina. A urina sai
dos rins através dos ureteres, para a bexiga.

O rim é formado por um córtex externo e pela medula interna, o que reflete a posição e a
disposição dos túbulos renais (néfrons). Cada túbulo consiste do glomérulo, do túbulo
contorcido proximal, da alça de Henle e do túbulo contorcido distal. Os túbulos
contorcidos distais se unem, para formar ductos coletores, que drenam para a pelve renal e
para o ureter. Todos os glomérulos ficam no córtex; os néfrons corticais têm alças de Henle
curtas, que apenas mergulham na medula, enquanto os néfrons justamedulares têm longas
alças de Henle, que mergulham profundamente, na medula.Artéria e a veia renal, os
linfáticos renais e ureter entram e saem do rim por sua superfície côncava – o hilo.

Vascularização
Os rins são supridos pela artéria renal, que se origina da aorta. A artéria renal divide-se no
hilo em um ramo anterior e um ramo posterior. Estes ramos, dividem-se em várias artérias
segmentares que irão irrigar vários segmentos do rim. Essas artérias, por sua vez, dão
origem às artérias interlobares, que na junção cortico-medular dividem-se para formar as
artérias arqueadas e posteriormente as artérias interlobulares. Dessas artérias surgem as
arteríolas aferentes, as quais sofrem divisão formando os capilares dos glomérulos, que em
seguida, confluem-se para formar a arteríola eferente. A arteríola eferente dá origem aos
capilares peritubulares a às arteríolas rectas, responsáveis pelo suprimento arterial da
medula renal.

A drenagem venosa costuma seguir paralelamente o trajeto do sistema arterial. O sangue


do córtex drena para as veias arqueadas e destas para as veias interlobares, segmentares,
veia renal e finalmente veia cava inferior.

No córtex há numerosos linfáticos que drenam para a cápsula ou junção córtico-medular.


Na medula, os linfáticos correm do ápice das pirâmides para a junção córtico-medular,
onde formam linfáticos arqueados que acompanham os vasos sanguíneos até o hilo para
drenar em linfonodos para-aórticos.

Anatomia microscópica
49

Cada rim é formado por cerca de 1 milhão de pequenas estruturas chamadas néfron. Cada
néfron é capaz de eliminar resíduos do metabolismo do sangue, manter o equilíbrio
hidroeletrolítico e ácido-básico do corpo humano, controlar a quantidade de líquidos no
organismo, regular a pressão arterial e secretar hormônios, além de produzir a urina. Por
esse motivo dizemos que o néfron é a unidade funcional do rim, pois apenas um néfron é
capaz de realizar todas as funções renais.

O néfron é formado pela cápsula de Bowman, pelo glomérulo, túbulo contorcido proximal,
alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo (ducto) colector,arteríolas aferente e
eferente, capilares peritubulares,vênula, ramo da artéria renal, artéria renal, ramo da veia
cava renal, veia cava renal, etc.

RIM E NEFRÓNIO (NÉFRON)


50

O nefrónio ou néfron, é uma estrutura microscópica capaz de eliminar resíduos do


metabolismo do sangue, manter o equilíbrio hidroelectrolítico e ácido-básico do corpo
humano, controlar a quantidade de líquidos no organismo, regular a pressão arterial e
secretarhormônios, além de produzir a urina. Por esse motivo dizemos que o nefrónio é a
unidade funcional do rim, pois apenas um nefrónio é capaz de realizar todas as funções
renais.

O nefrónio é formado pela cápsula de Bowman, pelo glomérulo e pelos túbulos renais. O
glomérulo e a cápsula de Bowman formam uma estrutura denominada corpúsculo de
Malpighi.

Cada néfron é composto de um componente filtrante inicial (o "corpúsculo renal") e um


túbulo especializado para a reabsorção e secreção (o "túbulo renal"). O corpúsculo renal
filtra uma grande quantidade de solutos do sangue, deixando água e pequenos solutos para
os túbulos renais para modificação.

Corpúsculo renal ou corpúsculo de Malpighi

É composto de um glomérulo e uma cápsula de Bowman, é o início do néfron. É o


componente inicial de filtração do néfron.

O glomérulo é umcapilar que recebe seu suprimento sanguíneo de uma arteríola aferente
da circulação renal. A pressão sanguínea glomerular fornece a força para que a água e os
solutos sejam filtrados para fora do sangue em direção ao espaço criado pela cápsula de
Bowman. O restante do sangue (somente aproximadamente 1/5 de todo o sangue que passa
pelo rim é filtrado através da parede glomerular em direção à cápsula de Bowman) circula
para a arteríola eferente que é mais estreita. O sangue então circula para os vasos rectos,
que são capilares colectores interpostos com os túbulos contorcidos através do espaço
intersticial, nos quais as substâncias reabsorvidas também irão unir-se. Tudo isso acaba por
51

se combinar com vênulas eferentes de outros néfrons na veia renal, que volta a unir-se com
a circulação sanguínea principal.

A cápsula de Bowman, também chamada de cápsula glomerular, envolve o glomérulo. Ela


é composta de uma camada interna visceral formada por células especializadas chamadas
podócitos, e uma camada externa parietal composta por uma única camada de células
planas chamada de epitélio escamoso simples. Os fluidos do sangue no glomérulo são
filtrados através da camada visceral de podócitos, e o filtrado glomerular resultante é a
seguir processado ao longo do néfron para formar a urina.

Túbulo renal

O túbulo renal é a porção do néfron que contém o filtrado glomerular, formado através do
glomérulo. Após passar através do túbulo renal, o filtrado continua através do sistema de
ductos colectores, que não é uma parte do néfron.

Os túbulos renais são subdivididos em vários segmentos, sendo a padronizada a seguinte


nomenclatura:

 Túbulo proximal
 Túbulo intermediário
 Sistema de ductos colectores

VIAS EXCRETORAS DO NOSSO CORPO


Nossas células produzem muitos resíduos que devem ser eliminados (excretados) do
organismo. Esses resíduos são chamados excretas.

Os resíduos formados a partir das reacções químicas que ocorrem no interior das células
podem ser eliminados através:

 Do sistema respiratório (gás carbónico);


 Da pele (suor);
 Do sistema urinário (urina).

A pele e o sistema urinário encarregam-se de eliminar de nosso organismo os resíduos das


actividades das células e também as substâncias que estão em excesso no sangue,
expelindo-os sob forma de suor (pela pele) e de urina (pelo sistema urinário). O sistema
respiratório encarrega-se de eliminar de nosso organismo o gás carbónico.
Urotélio

Epitélio de transição da bexiga urinária.


52

Urotélio é a camada tecidual (epitélio) que recobre grande parte do trato urinário,
incluindo a pelve renal, os ureteres, a bexiga urinária e partes da uretra. O urotélio é um
epitélio pseudoestratificado e classificado como epitélio de transição uma vez que as
células que o constituem variam na sua morfologia, podendo ter desde forma de medusa ou
de guarda chuva até forma mais achatada/pavimentosa.

BEXIGA E URETRA

URODINÂMICA

Aurodinâmica é o estudo das várias fases do acto de produzir, transportar, reter e excretar
urina, gerando parâmetros como volume produzido, excretado ou retido, tempo de
produção, capacidade volumétrica das vias urinárias, pressão de fluxo no interior das vias
urinárias, etc., os quais podem ser confrontados com dados normais. Enfim, é um método
para avaliar as condições funcionais do trato urinário baixo, comprometido muitas vezes
por condições urológicas ou neurológicas disfuncionais, estudando, por exemplo, as fases
53

de enchimento e esvaziamento da bexiga, avaliadas por medidas das pressões vesical,


uretral e abdominal.

Normalmente, a bexiga armazena em seu interior a urina, graças ao fechamento da uretra,


realizado pelo esfíncter vesical, um músculo de controle voluntário, liberando-a quando
desejamos. Juntamente com esse relaxamento esfincteriano, a pressão no interior da bexiga
é aumentada graças ao músculo detrusor da bexiga e ao aumento da pressão intra-
abdominal, fazendo a urina ser expulsa em jactos.

De um modo geral, a urodinâmica está indicada: se há vários sintomas urinários


associados, como urgência urinária, incontinência urinária, nictúria, etc.

Tema VII: SISTEMA GENITAL MASCULINO

Sumário:

 Períneo e escroto
 Testículos
 Espermatogénese e funçãoendócrina testicular
 Eixo hipotálamo-hipófise-testículo
 Via espermática
 Vesícula seminal
 Próstata
 Uretra e esfíncteres uretrais
 Pénis e mecanismos da erecção
 Orgasmo e ejaculação

PERÍNEO

Na anatomia humana, o períneo, é a região do corpo humano que começa, para as


mulheres na parte de baixo da vulva e estende-se até o ânus. No homem, localiza-se entre
o saco escrotale o ânus.

O períneo compreende um conjunto de músculos e aponeuroses que encerram o estreito


inferior da escavação pélvica, sendo atravessada pelo recto, atrás, e pela uretrae órgãos
genitais adiante.

O períneo tem a forma de um losango.


54

ESCROTO

O escroto, ou saco scrotal ou ainda bolsa escrotal, é parte do sistema reprodutor masculino
que segura o testículo em posição afastada do corpo.

Entenda um pouco mais sobre o saco escrotal, suas funções e anatomia:

O saco escrotal é uma estrutura de pele que divide-se em dois compartimentos dentro dos
quais cada testículo é posicionado, ligado por seus canais que levam o esperma ao resto do
sistema reprodutivo.

Os testículos devem sempre estar a uma temperatura pouco menor que o corpo para
produzirem esperma fértil.

Função do escroto

• Sustentação dos testículos;


• Essencial no processoreprodutivo;
• Realizar o controle de contração e relaxamento;
• Desenvolve um eficiente mecanismo de controle de temperatura adequada para a
formação de espermatozóides férteis e protecção.

Frio, calor e o saco escrotal

A relação entre o escroto e a regulação de temperatura é absolutamente fundamental para o


sistema reprodutivo masculino. Embora a temperatura do corpo humano tende a ser
constante, a produção de espermatozoides férteis não ocorre neste mesmo nível.

Na prática, é necessário que os testículos sejam mantidos em temperatura pouco mais baixa
do que a do organismo humano. Por isso, tanto o frio extremo quanto o calor excessivo são
prejudiciais para este processo.

Por isso, os movimentos de contracção e relaxamento do saco escrotal são importantes. O


escroto reage directamente ao clima externo para que os testículos aproximem-se da
temperatura ideal da produção de espermatozoides saudáveis. Quando o clima está quente,
o escroto relaxa, afastando os testículos do corpo masculino, onde a temperatura é mais
alta. Assim, busca uma temperatura mais optimizada para seu funcionamento.

Quando, pelo contrário, o clima é mais frio do que o necessário, o saco escrotal é
contraído, aproximando os testículos do calor do corpo, favorecendo – novamente – a
produção em condições de fecundação.
55

TESTÍCULO

O testículo é a gônada sexual masculina dos animais sexuados produzindo as células de


fecundação chamadas de espermatozóides (os gâmetas masculinos). Nos mamíferos ocorre
aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Podem também
ficar no interior do corpo de animais (geralmente os répteis ou os marinhos). Têm função
de glândula produzindo hormônios masculinos.

Nos seres humanos, os testículos são suspensos pelos cordões espermáticos formados por
vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, músculo cremaster, epidídimo e canal deferente.

Tamanho e crescimento

Durante a puberdade, os testículos crescem para dar início à espermatogênese. O seu


tamanho depende da produção de esperma, fluido intersticial e produção de fluido das
células de Sertoli.

Após a puberdade, o volume dos testículos pode ser aumentado em até 500% se
comparado com o tamanho antes da puberdade.

A função dos testículos à semelhança dos ovários (nas mulheres) é a produção das células
responsáveis pela fecundação, os espermatozóides, além da produção de esperma os
testículos são também os principais responsáveis pela produção de hormonas masculinas,
de onde se destaca a testosterona. Estas hormonas controlam o desenvolvimento de
algumas características do homem de onde se destacam, o crescimento dos pêlos, bem
como a voz, barba, largura dos ossos ou o desenvolvimento muscular.

Posição

É mais comum que um dos testículos esteja pendurado um pouco mais abaixo que o outro.
Isto ocorre devido a diferenças na estrutura anatómica vascular nos lados esquerdo e
direito.

ESPERMATOGÉNESE

Espermatogênese, é o conjunto dos processos celulares que se realizam na luz dos túbulos
seminíferos do testículo, a partir das células germinativas masculinas ou espermatogônios,
e terminam com a formação de espermatozóides.

A espermatogènese ocorre devido a estimulação dos hormóniosgonadotropicos da hipófise


anterior durante a puberdade masculina e prolonga-se por toda vida.

Etapas da espermatogênese
56

As espermatogônias são células epiteliais germinativas que se localizam ao longo da


estrutura tubular. Elas se proliferam continuamente para manter número constante.

Na primeira etapa da espermatogênese estas espermatogônias se dividem em 4 vezes para


formar 16 células ligeiramente diferenciadas. Neste estágio, as espermatogônias migram
centralmente entre as células de Sertori. Estas células unem-se umas as outras formando
uma barreira que impede a penetração de grandes moléculas de proteínas que poderiam
interferir o desenvolvimento adicional das espermatogônias a espermatozóides. As
espermatogônias penetram através da barreira e são envolvidas pelos prolongamentos
citoplasmáticos das células de Sertori.

Meiose: após cruzar a barreira para dentro das células de Sertori, a espermatogônia se
modifica até formar um espermatócito primário. No final de 24 dias cada espermatócito
primário se divide para formar dois espermatócitos secundários, cada um com 23
cromossomas. Dentro de 2 a 3 dias, uma segunda divisão meiótica ocorre, na qual
novamente cada espermatozóide fica com 23 cromossomas.

EIXO HIPOTÁLAMO – HIPÓFISE - TESTÍCULO

A produção de testosterona nos testículos é controlada pela acção de outros hormónios


produzidos pela hipófise (pituitária) e pelo hipotálamo, ambos localizados no cérebro. No
homem, o hormóniohipofisário LH (HormónioLuteinizante) favorece o crescimento e o
desenvolvimento das gônadas (testículos). Dessa maneira, os testículos são estimulados a
produzir.

A circulação sanguínea, por sua vez, também transporta a testosterona para o hipotálamo e
a hipófise, de maneira que esses órgãos registam continuamente os níveis de produção do
hormónio no sangue. Se essa produção for grande, a actividade do hipotálamo e da hipófise
se reduz; pelo contrário, se houver pouca produção de testosterona no sangue, o
hipotálamo e a hipófise determinam o aumento da produção do LH para estimular os
testículos a iniciar nova geração de testosterona. Em resumo, todo esse eixo
hipotálamo/hipófise/testículos é regulado por um sistema de retro - alimentação, ou
feedback.

A hipófise também libera o HormónioFolículo Estimulante FSH, que controla a produção


de espermatozóides em conjunto com os androgénios.
57

GnRH-HormonioLiberador de Gonadotrofina

FSH-HormónioFolículo Estimulante

LH- HormónioLuteinizante

VIAS ESPERMÁTICAS

Compreendem, de cada lado: o ducto deferente, prolongamento da cauda do epidídimo; a


vesícula seminal; o ducto ejaculatório (este termina na uretra, que constitui uma via
terminal comum que recebe o esperma procedente dos dois ductos ejaculatórios e o lança
para o exterior).

Ducto Deferente

Estende-se da cauda do epidídimo ao colo da vesícula seminal. Trata-se de um ducto


cilíndrico e de consistência firme (resistente à pressão). Em sua terminação, é dilatado:
ampola do ducto deferente. Seu trajecto é inicialmente paralelo ao epidídimo. Separa-se
deste e passa a ter trajecto de obliquidade ínfero-superior e póstero-anterior, paralelamente
ao epidídimo; ao atingir sua parte média, dirige-se para cima, alcançando o anel superficial
do canal inguinal; percorre este canal em toda a sua extensão e forma um cotovelo sobre o
anel profundo, descendo com direcção posterior, primeiramente em situação medial e
depois posterior em relação à bexiga. Termina muito perto da linha mediana, como o ducto
deferente oposto.

Vesículas Seminais

São dois pequenos reservatórios bilaterais situados atrás da bexiga e na frente do recto cada
uma dessas vesículas tem direcção póstero-anterior, latero-medial e supero –inferior. A
vesícula seminal é alongada, piriforme e tem uma extremidade superior alargada e uma
extremidade inferior, ou colo, que se une ao ducto deferente para formar o ducto
ejaculador.

A vesícula seminal é circundada por um tecido conjuntivo que contém fibras elásticas e
algumas fibras musculares, grande número de pequenos vasos.

Ducto Ejaculador

Formado pela união, em ângulo agudo, da vesícula seminal com o ducto deferente, seu
trajecto tem obliquidade ínfero-antero-medial,na espessura da próstata. Após um trajecto
de 15 a 20mm , no adulto,desemboca na parede posterior da parte prostática da uretra por
um pequeno óstio situado na parte anterior do colículo seminal, à direita e à esquerda do
utrículo prostático; abaixo deste encontra-se o seio prostático; este é o recesso situado entre
o colículo seminal e a parede uretral na qual se abrem os ductos ejaculadores.
58

VESÍCULA SEMINAL

As vesículas seminais, são duas glândulas que produzem um líquido viscoso alcalino, o
líquido seminal, que vai se misturar à secreção prostática e aos espermatozóides vindos do
ducto deferente, para formar o sêmen. É o local onde se produz a maior quantidade (60%)
do líquido seminal. Esse líquido nutre os espermatozóides e facilita sua mobilidade.

PRÓSTATA

A próstata é uma glândula exócrina que faz parte do sistema genital masculino.

A próstata difere consideravelmente entre espécies queranatômica, química e


fisiologicamente. A função da próstata humana é produzir e armazenar um fluido incolor e
ligeiramente alcalino que constitui 10-30% do volume do fluido seminal, que juntamente
com os espermatozóides constitui o sêmen.
59

ESFÍNCTER URETRAL

Esfíncter uretral é o conjunto de estruturas musculares que actuam com a função de


continência urinária.

É composto pela musculatura localizada abaixo do colo vesical, envolvendo a uretra


naquela altura. Existem o esfíncter externodemúsculo estriadoeoesfíncter
internodemúsculo liso respectivamente, que controla a micção ou acto de urinar. Sua
deficiência leva a incontinência urinária, que é a perda involuntária de urina.

Os músculos estriados são voluntários,e servem para iniciar e interromper a micção. Os


músculos lisos são involuntários e mantém o tônus impedindo a perda urinária sem o
controle consciente.

URETRA

Uretra é a denominação dada ao canal condutor da urina, que parte da bexiga e termina na
superfície exterior do corpo, no pénis ou vulva.

Anatomia

Na mulher, a uretra está logo detrás da sínfise púbica e anteriormente à vagina e tem
apenas 4 cm. Passa no diafragma urogenital que contém músculo esquelético sob a
forma do esfíncter uretral externo (voluntário). Existem várias glândulasparauretrais,
activadas na função sexual. Estas glândulas têm uma função de lubrificação e da
ejaculação feminina. O orifício uretral externo localiza-se logo acima da vagina, e
debaixo do clítoris, protegida pelos grandes lábios da vulva.

No homem, a uretra tem três regiões:

1. A porção prostática - uretra prostática-, dentro desta glândula, é imediatamente


após a saída do colo da bexiga (colo vesical). Aqui a uretra recebe os componentes
do esperma dos canais deferentes, ductos prostáticos e vesículas seminais.
2. Na porção membranosa, a uretra é rodeada pelo diafragma urogenital, com uma
densa camada de músculo esquelético que constitui o esfíncter externo (voluntário)
uretral.
3. Na porção cavernosa, a mais longa, ela cursa pelocorpo esponjoso do pénis.
Nesta porção existem glândulas produtoras demuco, que secretam lubrificante
sexual. Também é na uretra esponjosa que se abrem os ductos dasglândulas
bulbouretrais. A uretra naglande dilata-se formando afossa navicular e termina no
meato daglandedopénis.

Histologia

Embora exista diferenças entre o sexo masculino e feminino, a uretra basicamente é a


mesma estrutura em ambos os sexos, formada por três camadas.
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 Camada mucosa: Formada por células epiteliais.


 Camada submucosa: Formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em vasos
sanguíneos.
 Camada muscular: Constituída por duas camadas de fibras musculares lisas.

Fisiologia

A uretra é um canal e sua função é eliminar a urina desde a bexiga até o exterior. O seu
esfíncter permite o controle consciente por parte do indivíduo do esvaziamento da bexiga.

No homem a uretra é também a porção terminal do trato reprodutor. Ela recebe na sua
porção média os espermatozóides dos canais seminíferos e atravessa a próstata, da qual
recebe o líquido viscoso produzido por esta glândula, que juntamente com os
espermatozóides constitui o esperma. O esperma é eliminado pelas contracções
peristálticas da camada muscular da uretra aquando da ejaculação. Na mulher a uretra
não tem funções reprodutivas.

ERECÇÃO

Fisiologia da Ereção

O homem, ao deparar-se com estímulos visuais, olfactivos, tácteis, auditivos e


imaginativos provenientes de uma “figura” feminina ou masculina sexualmente
significativa para ele, e estando receptivo a eles, desenvolve reacções fisiológicas que
podem alterar seu comportamento sexual, caso as circunstâncias o permitam.

Para compreender as reacções fisiológicas que ocorrem no homem, devemos conhecer,


então, o chamado “ciclo sexual masculino”.
61

Este ciclo sexual é composto de váriasfases.

1ª Fase flácida

Esta é a fase denormalidade para quase a totalidade dos homens. Otônus do sistema
nervoso simpático é predominante.O fluxo sanguíneo é baixo e os músculos lisos das
trabéculas estão contraídos. Assim sendo, os espaços lacunares (sinusoides) contém
somente uma pequena quantidade de sangue.

2ª Fase de enchimento e de tumescência.

É a resposta fisiológica à excitação. Respondendo à estimulação parassimpática, há um


incremento do afluxo arterial devido à dilatação das artériasnos corpos cavernosos e uma
redução da resistência dos espaços lacunares devido aorelaxamento de suas fibras
musculares lisas. A expansão dos espaços lacunares comprime o plexo venosointra
cavernoso e subtunical retendo, assim, o sangue dentro dos corpos cavernosos e permitindo
que o pénis se expanda até atingir a plena erecção.

3ª Fase da plena erecção.

A pressão dentro dos corpos cavernosos está um pouco abaixo da pressão sanguínea
sistólica e o pénis está totalmente expandido. O fluxo sanguíneo para dentro e para fora
dos corpos cavernosos é mínimo (cerca de 3-5 ml/min). Esta corresponde à erecção
normalmente vista depois de uma injecção intra cavernosa ou depois de uma estimulação
audiovisual, quando o reflexo bulbocavernoso não foi activado por estimulação genital.

4ª Fase erecção rígida.

A pressão intracavernosa pode ultrapassar muitas vezes a pressão sistólica nessa fase
devido a compressão do músculoisquiocavernoso na base do pénis e a completa queda de
ambos os fluxos arterial e venoso. A compressão do bulbo do corpo esponjoso também
incrementa a tumescência da glande do pénis.
62

Esta fase ocorre durante a masturbação ou no coito quando a estimulação peniana directa
dispara o reflexo bulbocavernoso. Se a estimulação peniana é interrompida ou ocorre
fadiga muscular, a pressão intra cavernosa cai e o pénis retorna para a fase de plena
erecção.

5ª Fase de detumescência.

O retorno do tônus dos músculos lisos depois do orgasmo ou depois da estimulação sexual
resulta em constrição arterial, reabrindo os canais venosos e causando a detumescência.

FISIOLOGIA DA EREÇÃO

Então, de que modo opénis fica erecto, rígido, para permitir uma boa penetração vaginal
ou anal, e consentir assim a cópula?

Existem dois tipos de erecção:

a) Erecção psicogênica

b) Ereçãoreflexogênica

ERECÇÃO PSICOGÊNICA

Como foi dito anteriormente, estímulos eróticos como a visão, a audição, o olfacto, o
tacto e a imaginação actuam sobre o cérebro do homem, facto este que, na maioria dos
casos, poderá desencadear uma erecção.

Os estímulos eróticos, actuam sobre o cérebro que libera alguns neurotransmissores,


especialmente, a dopamina e a oxitocina. Estes neurotransmissores enviam estes estímulos
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psicogênicos ao pénis, por activação do sistema nervoso parassimpático, através do sistema


neuro sacral e do plexo pélvico.

O cérebro também envia estímulos inibitórios ao pénis, por meio do sistema nervoso
simpático. Então, o status do pénis depende do equilíbrio entre as mensagens pró- erécteis
e anti- erécteis. Fisiologicamente, as erecções são continuamente inibidas pelo sistema
nervoso simpático, explicando o porquê do flacidez do pénis na maior parte do tempo, o
que, sem dúvida é de suma importância estética e, principalmente, social.

ERECÇÃO REFLEXOGÊNICA

A erecção reflexogênica é induzida por estimulação directa dos órgãos genitais, transmitida
por meio do nervo dorsal do pénis para o centro sacral da erecção. Os estímulos eferentes
partem da medula sacral envolvendo fibras parassimpáticas, através do plexo pélvico e dos
nervos cavernosos.

O centro sacral tem conexões com o cérebro que pode modular essas acções. Toques
eróticos podem facilitar o reflexo (é o chamado arco reflexo).

Essas erecções podem existir em pessoas com lesões da medula espinhal, quando essas
lesões são suficientemente altas.

Os mecanismos erécteis reflexogênicos e psicogênicos normalmente actuam


sinergicamente. Significa dizer que o estímulo psicogênico aumenta a resposta
produzida pelo estímulo reflexogênico e vice-versa.

Nos desenhos esquemáticos abaixo podem ser vistos os locais de actuação dos dois
importantes sistemas.
64

EVENTOS VASCULARES DURANTE A EREÇÃO

A erecção é essencialmente um evento vascular dependente do balanço entre o fluxo


arteriale o retorno venoso.

Este processo hemodinâmico tem três componentes principais.

1. Aumento do fluxo arterial pela dilatação das artérias.

2. Relaxamento dos músculos lisos dos espaços lacunares.

3. Diminuição do retorno venoso por compressão dos plexos venosos intra cavernosos e
subtunicais devido a dilatação dos espaços lacunares dentro dos corpos cavernosos.

Quando o fluxo arterial nos espaços lacunares ébaixo e está em equilíbrio com o retorno
venoso, o pénis permaneceflácido. Quando o fluxo arterial aumenta e oretorno venoso
diminui, ocorre a tumescência.

Durante a erecção, as fibras dos músculos lisos das veias e dos espaços lacunares estão
relaxadas. As artérias helicinas e os espaços lacunares estão dilatados e ingurgitados de
sangue.

Os espaços lacunares dilatados comprimem os plexos venosos subtunicais contra a


túnica albugínea resultando num retorno venoso marcadamente reduzido. O sangue está
estagnado nos corpos cavernosos, induzindo e mantendo a erecção.

Desenhos esquemáticos dos estados flácido e de erecção do pénis.


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CONTROLE CENTRAL DA ERECÇÃO

A erecção depende de um mecanismo de controle central e periférico.

É bem conhecido que o cérebro é o mais importante órgão sexual. A erecção é, portanto,
coordenada no sistema nervoso central. Os estímulos sexuais são integrados no
hipotálamo e a mensagem é transmitida para o pénis através da medula espinhal e do
centro sacral da erecção.

A sequência dos acontecimentos “sexuais” no cérebro podem ser assim descrita:

. Os estímulos eróticos se originam numa variedade de diferentes centros no cérebro.

. Os estímulossãoprocessados e integradosnohipotálamo e transformados em mensagens


pró-erécteisou antieréteis. Uma certa variedade de neurotransmissoresestá envolvida neste
processo, principalmente dopamina e oxitocina (pró-erécteis) e noradrenalina e
serotonina (antierécteis).

. As ereções são continuamente inibidas pelo simpático. As mensagens antierécteis são


mediadas por vias activadas pela noradrenalina e estimulam um fluxo simpático. As
mensagens pró-erécteis são mediadas pela dopaminaativando os neurônioscitocinínicos
(pró-erécteis), os quais descem pela medula espinal e estimulam o retorno parassimpático.

A figura abaixo mostra, de forma esquemática, as estruturas anatómicas e fisiológicas do


controle central e periférico da erecção.
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Resumindo e simplificando: há uma constante mudança de equilíbrio entre os factores


pró-erécteis e os antierécteis. A excitação sexual é o resultado do aumentoda actividade
parassimpática e da diminuição da actividade simpática. Este conceito pode ser traduzido
graficamente como o tipo de balança desenhada abaixo.

EJACULAÇÃO
A ejaculação é causada por contracções rítmicas dos músculos isquiocavernosos e
principalmente do músculobulbocavernoso que expele o sémen através da luz uretral.

A DIFERENÇA ENTRE O ORGASMO E EJACULAÇÃO

Quando se fala de prazer sexual masculino, são muitos os que pensam que alcançar o
clímax, o topo máximo do prazer, tem a ver directamente com a ejaculação. E embora
certamente na maior parte dos casos os homens têm o orgasmo em simultâneo com a
ejaculação, não tem de ser necessariamente assim, pois entre ambos os conceitos existem
diferenças.

Por orgasmo entende-se o momento culminante do prazer sexual, o que acontece após
receber a estimulação adequada. O orgasmo inclui uma contracção dos músculos genitais e
o aumento da frequência respiratória, acompanhada de uma intensa sensação de prazer
generalizada.

Normalmente, ao alcançar o orgasmo o homem também expulsa o líquido seminal, um


processo que se conhece como ejaculação e que leva à culminação do acto sexual,
relaxando a área genital, fazendo com que o sangue abandone o pénis para pôr fim à
erecção, ao mesmo tempo que se relaxa o corpo inteiro.

Como fica claro trata-se de dois processos distintos que se costumam dar em conjunto, por
isso existe uma confusão generalizada em acreditar que ao ejacular o homem alcançou o
orgasmo, mas a surpresa é que nem sempre é assim.

É possível ejacular sem sentir todo o prazer que gera um orgasmo, da mesma forma que se
pode alcançar o orgasmo sem ejacular.

Embora a ideia de ter múltiplos orgasmos é associada normalmente às mulheres, para os


homens também é possível ter vários orgasmos antes de ejacular. No entanto, isto requer
concentração e na maior parte dos casos de um grande trabalho prévio para controlar o
corpo e a mente sem sacrificar as sensações de prazer.
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Por outro lado, pode-se ejacular sem se sentir o máximo prazer que se tem com o orgasmo.

Um caso comum que serve como prova desta ideia é quando, devida à estimulação, o
homem sente desejos de ejacular, mas tenta parar a ejaculação com pensamentos que não
sejam de carácter erótico. No entanto, a ejaculação ocorre, mas dado que o homem não
estava completamente concentrado na situação e no estímulo sexual, a sensação de
orgasmo e prazer é muito menos intensa.

Tema VIII-SISTEMA GENITAL FEMININO

Sumário:

 Ovários e funçãoovárica
 Ciclo ovárico
 Trompa de Falópio
 Útero
 Vagina e vulva
 O ciclo uterino
 Mama e lactação
 Sexualidade da mulher
 Gravidez

O OVÁRIO E A FUNÇÃO HORMONAL

O ovário é a estrutura por onde se produzem os estrógenos, o principal hormônio feminino,


assim como a progesterona. Esse processo é a resposta a dois hormônios produzidos na
hipófise, o FSH e o LH, e que acontece a partir dos 9 anos de idade dando início à
puberdade: fase da vida que ocorre o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários,
assim como a menstruação.

Após as mudanças próprias da puberdade, a acção dos hormônios femininos apresenta


grande quantidade de efeitos no organismo da mulher, entre os quais se destacam:

- Apresentam um efeito anabólico que estimula o crescimento das meninas e a manutenção


da massa óssea e muscular na idade adulta, assim como estimulam a calcificação dos
ossos.

- Favorecem a produção dos hormônios tireoidianos por onde mantêm activo o


metabolismo.

- Aumentam a tolerância à glicose, uma vez que o tecido vaginal é capaz de utilizá-la para
produzir glicogênio, substância usada pela flora bacteriana vaginal para produzir ácido
lático a qual origina um pH ácido que actua como uma barreira protectora contra as
bactérias causadoras de doenças.
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- Localizam a distribuição de gordura no corpo, predominando no tecido subcutâneo, nas


mamas e no quadril.

- Mantém a inchação e aumenta a espessura da pele.

- Estimulam a função sexual e facilitam o coito ao permitir a lubrificação vaginal.

- Permitem a capacidade de reprodução ao estimular o crescimento dos folículos com o fim


de desenvolver os óvulos.

O ovário é um órgão, pretencente ao sistema reprodutor feminino, presente somente nas


fêmeas, incluindo os seres humanos. É neste órgão que são produzidas as células
reprodutivas ou óvulos.

Normalmente a mulher possui dois ovários, um de cada lado do útero, e estes, são ligados
pelas trompas de Falópio.

Anatomia do ovário

Possuem uma forma oval e aplanada, semelhante à de uma amêndoa. Cada ovário
apresenta duas partes: uma interna e outra externa.

Na mulher adulta, a parte externa abriga uma grande quantidade de folículos de tamanhos
diferentes, onde se encontram os óvulos.

A cada ciclo menstrual, um folículo é desenvolvido e uma grande quantidade de estrógeno


começa a ser secretada. Neste momento o folículo passa a ser chamado de folículo de
Graaf.

Produção de hormônios

Os ovários produzem hormônios (hormônios sexuais), que, junto com a hipófise,


contribuem com o desenvolvimento das características específicas do sexo feminino, além
disso, também possui a função de regular a menstruação.

Fecundação

A fecundação ocorre através da união do espermatozóide com o óvulo, geralmente, ainda


na trompa de Falópio. Após isso, é formado o zigoto ou ovo.

CICLO OVARIANO

O primeiro dia do ciclo é o primeiro dia da menstruação e, portanto, o dia em que começa a
fase folicular. Nesta fase, o folículo é desenvolvido a partir da fase primordial até a fase
pré-ovulatória, passando pelas fases pré-antral e antral. Os folículos primordiais são
constituídos por oócitos imaturos, que ainda devem terminar a formação do óvulo. O
hormônio folículo estimulante ou FSH aumenta ligeiramente na primeira metade desta
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fase, estimulando vários folículos primordiais. Destes folículos primordiais, um é o


destinado a ovular e o resto passará por um processo de atresia.

O folículo primordial seleccionado crescerá e evoluirá para sua fase pré-antral e depois
para o antral. Na fase folicular antral há um acúmulo de fluido dentro do folículo, que
serve para a nutrição das células e pode ser observado por ultra-som à medida que atinge
um tamanho de cerca de 20 mm. As células foliculares produzem estrogênios, basicamente
17-beta estradiol, que atingirá o pico alguns dias antes da ovulação. Após esse pico de
estrogênios, produz-se hormônioluteinizante ou LH e FSH. Estes picos hormonais
desencadeiam a ovulação e são detectados por testes de ovulação.

TROMPAS DE FALÓPIO

As tubas uterinas, também conhecidas por trompas de Falópio, são dois tubos
contrácteis, com 10 cm aproximadamente, que se estendem do ângulo súpero-lateral do
útero para os lados da pelve. As tubas uterinas transportam os óvulos que romperam a
superfície do ovário até a cavidade do útero. Por elas passam em direcção oposta os
espermatozoides e é onde, habitualmente, ocorre a fecundação.

Localização

As tubas encontram-se localizadas na margem superior do ligamento largo do útero, cerca


de 8 a 10 mm abaixo da abertura superior da pelve. Cada uma delas está suspensa por uma
prega peritonial, a mesossalpinge.

A tuba uterina encontra-se direccionada lateralmente em cada hemipelve, do ângulo


súpero-lateral do útero até a extremidade uterina do ovário, passando sobre a margem
mesovárica e curvando-se sobre a extremidade tubal do ovário e assim termina sobre a
superfície medial com a sua margem livre. Tal localização facilita que o ovócito seja
capturado quando esse é liberado pelo ovário.

Partes da Tuba Uterina

Partindo do ovário para o útero, a tuba uterina é subdividida em quatro partes: infundíbulo,
ampola, istmo e porção uterina (na parede do útero).

Infundíbulo

Porção mais lateral da tuba uterina, possui forma que assemelha à parte larga de um funil a
qual tem orientação inferior e postero-medial. É móvel e sua face lateral é envolvida pelo
peritónio. Sua base é irregular, e circundada por fímbrias, uma das quais, a fímbria ovárica,
é a mais desenvolvida e está anexada ao ligamento tubo-ovárico situado posteriormente ao
infundíbulo.

Em conexão com as fímbrias da tuba uterina, ou com as porções mais próximas do


ligamento largo, quase sempre há uma ou mais vesículas, chamadas apêndices vesiculosos.
70

No infundíbulo há uma abertura de comunicação da tuba com a cavidade peritoneal a qual


constitui o único exemplo de comunicação entre uma cavidade serosa (peritónio) e uma
cavidade mucosa (face interna do infundíbulo). Tal comunicação ocorre através da tuba, da
cavidade uterina, da vagina e da vulva.

Ampola

Situa-se entre o infundíbulo e o istmo. Localiza-se de forma interposta entre a emergência


do ligamento redondo e o ligamento próprio do ovário, porém em plano mais elevado.

É a parte mais longa, com aproximadamente 7 cm, e a mais calibrosa, curva-se sobre o
ovário, sendo ligeiramente tortuosa e com paredes delgadas. Considerada a parte mais
importante da tuba por ser a porção onde ocorre a fecundação.

Istmo

É a parte medial da tuba e que sofre um estreitamento, mede cerca de 3 a 4 cm de


comprimento, é rectilínea, de parede espessas e menos móvel. É a continuação da ampola
para o trajecto até o corpo do útero.

Parte Uterina

É a parte intramural, contida na parede do útero. Em sua porção final há comunicação da


tuba com o útero através do óstio uterino da tuba, o qual é muito pequeno com diâmetro de
1mm, aproximadamente. Em mulheres adultas jovens e não grávidas, esta parte tem
comprimento médio de 1 cm.

Estrutura

A tuba uterina é constituída de três túnicas, serosa, muscular e mucosa.

 Túnicaserosa → é externa e peritoneal


 Túnica muscular → é média e composta de camadas de fibras musculares contínuas
com a do útero, sendo uma camada externa longitudinal e outra interna circular.
 Túnica mucosa → é interna e contínua com o útero e no óstio abdominal contínua
com o peritôneo. Se projecta em pregas chamadas pregas tubais e que são mais
extensas na ampola. O epitélio de revestimento é colunar e ciliado o que também
ocorre na superfície interna das fimbrias.

Fisiologia

Um ovócito liberado pelo ovário é captado pelas fimbrias e passa através do óstio
abdominal da tuba e quando os espermatozoides alcançam a tuba, depois de algumas horas,
ocorre a fecundação,o que é geralmente na ampola.

Fecundado ou não, o movimento do óvulo até o útero é mediado por células ciliadas do
epitélio interno e por peristaltismo da túnica muscular o que requer de três a quatro dias.
Há casos em que o óvulo fixa-se na tuba ocorrendo a gravidez ectópica.
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Vasos e Nervos

A irrigação das tubas ocorre por meio de ramos das artérias ováricas e uterinas.

As primeiras originam da parte abdominal da aorta e descem na parede posterior do


abdómen, uma vez na margem pélvica, cruzam os vasos ilíacos externos e entram nos
ligamentos suspensores, aproximando das faces laterais das tubas.

Os ramos das artérias uterinas, que são ramos das artérias ilíacas internas, seguem pelas
faces laterais do útero e se aproximam medialmente as tubas.

A drenagem venosa é feita pelas veias tubáricas, que conduzem para as veias ováricas e
para o plexo venoso uterino.

Os vasos linfáticos drenam para os vasos sanguíneos ováricos até os linfonodos lombares
direitos e esquerdos.

A inervação também é derivada dos plexos ováricos e uterinos.

ÚTERO

O útero é um dos órgãos do aparelho reprodutor nas fêmeas da maioria dos mamíferos,
incluindo os humanos. Durante uma gravidez, o útero se expande e o feto se desenvolve
em seu interior. É também responsável pela expulsão do feto, através de contracções, no
momento do parto.

Uma de suas extremidades, o cérvix, se abre na vagina; a outra é conectada às duas tubas
uterinas.

Função

A principal função do útero é receber embriões que se implantam no endométrio, e


desenvolve vasos sanguíneos exclusivamente para esta função. O embrião, se desenvolve
em feto e evolui até o nascimento do bebé. Devido a barreiras anatómicas como a pelve, o
útero é empurrado parcialmente para dentro do abdómen devido a sua expansão durante a
gravidez.

Anatomia do útero humano

Situação

O útero está localizado no interior da pelve imediatamente dorsal à bexiga urinária e


ventral ao recto. Quando não está em estado de gravidez, seu tamanho em humanos é de
alguns centímetros de diâmetro.

Camadas

As camadas do útero, da mais interna para a mais externa, são as seguintes: endométrio
(camada vascularizada), miométrio (camada muscular) e perimétrio (camada serosa). É
envolvido pelo peritónio.
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Principais ligamentos

O útero é mantido em seu lugar por diversos ligamentosperitoneais, dos quais os seguintes
são os mais importantes:

 Ligamento largo do útero


 Ligamento redondo do útero
 Ligamento tranverso do colo

VAGINA

A vagina, é o canal que, em mulheres virgens, é fechado pelo hímen. É ela que faz a
ligação entre a vulva e o colo do útero e que recebe o pénis durante a relação sexual
heterossexual. A vagina, portanto, é a parte interna do órgão genital.
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ESTRUTURAS ANATÓMICAS DA VULVA

As estruturas anatômicas da vulva (genitália feminina externa” ou órgãos genitais externos


da fêmea incluem:

Os bordos da abertura vulvar - Lábios maiores e menores;

O inchamento na parte superior da abertura vulvar chamado Mons Púbis ou Monte de


Vénus;

O lugar para os términos de nervos e da estimulação sexual nas fêmeas- o clitóris;

As áreas como sacos chamados obulbo do vestíbulo e o vestíbulo da vagina;

Glândulas vestibulares maiores e menores;

O orifício vaginal.
74

FUNÇÕES DA VULVA

A vulva actua como a porta para o útero e fornece-lhe protecção abrindo e fechando os
bordos da vulva – os lábios maiores e minores.

Além disto, a vagina limpa-se com uma flora microbiana saudável que flui de dentro para
fora e a vulva ajuda expulsando os líquidos vulvovaginais e mantém geralmente a saúde
vaginal normal sem necessidade para a limpeza interna em mulheres normais.

Independentemente das funções protectoras, a vulva igualmente funciona como um órgão


sexual. Estes órgãos externos são densamente inervados e fornecem prazer quando foram
estimulados correctamente. A vulva de facto, junto com o clítoris, é o assento para o prazer
sexual da fêmea que dissipa o mito que é a vagina ou os órgãos genitais internos que têm
qualquer coisa a fazer com o prazer sexual nas mulheres.

O termo vagina é frequentemente usado de maneira errada para se referirem geralmente


aos genitais das fêmeas. A vagina é uma estrutura interna específica, enquanto que a vulva
é os genitais externos do todo.

Ciclo uterino (ciclo menstruial)


Refere-se as mudanças no endométrio uterino e é sincronizado com o ciclo ovárico, este
sincronismo é consequência da acção das hormonas ováricas no endométrio. As mudanças
nos níveis de estrogénio e progesterona durante o ciclo ovárico são assim responsáveis
pelas mudanças a nível uterino. Cada ciclo dura 28 dias e pode-se definir três fases deste
ciclo: fase menstruial, fase proliferativa e fase secretora.

A fase menstrual determina o primeiro dia deste ciclo e continua por 3-5 dias, ocorre a
destruição parcial do endométrio que se desloca da parede do útero devido a baixa
concentração de hormônios ováricos, interrompe-se o fornecimento de nutrientes
necessários levando a morte das células e a expulsão de fragmentos de tecido e sangue
através da vagina como fluxo menstrual. Enquanto isso nos ovários os folículos crescem.

A fase proliferativa estende-se desde o final da fase menstrual até cerca de 8 dias mais. O
aumento dos níveis de estrogênio dos folículos em crescimento estimula o crescimento em
espessura do endométrio e o desenvolvimento de glândulas e vasos sanguíneos. No final
desta fase nos ovários ocorre a ovulação.

A fase secretora corresponde a fase lútea do ciclo ovárico, a acção conjunta entre o
estrogénio e a progesterona produzida pelo corpo lúteo que estimula o espessamento do
endométrio e o aumento da actividade secretora das glândulas existentes. Caso não ocorra
fertilização o corpo lúteo, nos ovários, nos ovários, começa a degenerar levando à
menstruação e ao início de um novo ciclo, caso contrário, o corpo lúteo mantém-se assim
como o endométrio que abrigará o embrião durante a gestação.
75

MAMA E LACTAÇÃO

A mama é o único órgão que não se encontra totalmente desenvolvido ao nascimento. A


sua principal função é produzir leite, e quem fica responsável pela produção do leite é o
tecido glandular. É um órgão muito vascularizado, e as artérias principais que fornecem
irrigação são: artéria mamária interna e torácica lateral. Já a gordura na mama a qual é
denominada tecido adiposo, tem como principal objectivo proteger o órgão na base do
mamilo.

Cada mama é formada por 7 a 10 lóbulos. O volume da mama e seu contorno arredondado
estão directamente ligados a quantidade de gordura que circunda o tecido glandular, e não
indica sua capacidade funcional.

Normalmente, há uma assimetria de volume entre ambas. Na mulher adulta não gestante, a
mama pesa em média 200 a 400 g, durante a gestação pode atingir aproximadamente 600 g
e no período da lactação o peso varia de 600 a 800 g.

A partir do mamilo, os ductos lactíferos se dividem e subdividem, até chegar às unidades


ultraestruturais da mama, os ácinos ou alvéolos mamários, minúsculos saquinhos
formados por células secretoras e rodeados por células contrácteis mioepiteliais. Na mama
em repouso funcional quase não há ácinos, e o sistema de condutos assemelha-se a uma
árvore sem folhas.

Glândula mamária

A glândula mamária, é uma verdadeira glândula sudorípara modificada que se


especializou para secretar leite em vez de suor. A sua diferenciação estrutural e funcional
está sob controle dos hormônios da hipófise e ovarianos, sofrendo as mudanças do
nascimento até a gravidez, lactação e involução.

O corpo mamário é uma estrutura constituída pelo parênquima e estroma. O parênquima


inclui os ductos, lobos e alvéolos, enquanto o estroma inclui o tecido conjuntivo, tecido
gorduroso, nervos, vasos sanguíneos e linfáticos.

Alvéolos

Os alvéolos, responsáveis pela produção do leite, são constituidos de uma membrana basal
e uma de células cilíndricas secretoras produtoras de leite. O leite materno fica armazenado
nos alvéolos e ductos, no período entre as mamadas.
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1. Parede torácica
2. Músculos peitorais
3. Lobo mamário
4. Mamilo
5. Aréola
6. Ductos lactíferos
7. Tecido adiposo
8. Pele

OS HORMÓNIOS E OS MECANISMOS DA LACTAÇÃO

O início da lactação se dá com a produção de leite, que ocorre nos alvéolos das glândulas
mamárias. O leite sai dos alvéolos e caminha até o mamilo através dos seios lactíferos.

O estrogênio associado aos hormônios da tireóide, aos corticosteróides adrenais e a


insulina, faz com que haja o desenvolvimento das mamas. Este desenvolvimento vai ser
acentuado através da acção da progesterona, que também produz a proliferação dos ductos.

Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos e dos ductos para a
lactação. Isto ocorre devido a acção dos hormônios progesterona e estrogênio. O lactogênio
placentário e a prolactina também são muito importantes na preparação das mamas.

A prolactina começa a ser produzida ainda na puberdade, mas em pequena quantidade. O


surto deste hormônio acontece em decorrência da gravidez, e é aumentado,
gradativamente, durante a amamentação. Tal hormônio é responsável pelo crescimento e
pela atividade secretora dos alvéolos mamários. O lactogênio placentário age como a
prolactina, desenvolvendo os alvéolos.

Estes dois hormônios estão presentes durante toda a gravidez, porém suas quantidades não
são aumentadas, devido a inibição causada pelos altos níveis de progesterona e estrogênio.
Ao final do trabalho de parto, há uma queda nos níveis destes dois últimos hormônios,
ocasionando um aumento nas quantidades de prolactina e lactogênio placentário,
possibilitando, assim, o início da produção de leite.

Enquanto houver a sucção do mamilo pelo bebé, a prolactina continuará produzindo leite.
Isto acontece porque quando o bebé faz esta sucção nos mamilos, estimula o hipotálamo a
77

secretar o factor liberador da prolactina, mantendo seus níveis e, consequentemente, a


produção de leite.

A produção de leite só irá diminuir ou cessar completamente se a mãe não amamentar seu
filho, pois neste caso, não haverá mais a estimulação decorrente da sucção do mamilo.

A sucção do mamilo também estimulará a hipófise anterior que irá secretarocitocina. Este
hormônio é o responsável pela ejecção do leite. Tal mecanismo ocorre porque a ocitocina
contrai os músculos ao redor dos alvéolos, fazendo com que o leite caminhe até o mamilo.

O leite só começa a ser produzido depois do primeiro dia do nascimento. Até este período,
haverá a secreção e liberação do colostro, que é um líquido aquoso, de cor amarelada, que
contém anticorpos maternos.

SEXUALIDADE FEMININA: as fases sexuais da mulher

A sexualidade é definida como uma energia que encontra a sua expressão física,
psicológica e social no desejo de contacto, ternura e às vezes amor.

A sexualidade humana é complexa tal como o ser humano é. Constituídos de aspectos


múltiplos, pode-se considerar a síntese humana como o resultado da convergência de
natureza psíquica – bio – sócio – histórico - cultural.

Neste contexto vamos conhecer as fases psico-sexuais da mulher, embora cada vez mais,
estas fases sejam oscilantes ou até ausentes em algumas mulheres.

Dos 15 a 25 anos

É nesta fase da adolescência que a mulher apresenta mudanças significativas no corpo.


Aparecem os caracteres sexuais secundários e tornam-se mais evidentes os
comportamentos sexuais, tanto a nível biológico como a nível sócio - afectivo. É um
período de adaptação, que coincide com a fase de descoberta, em que a mulher começa a
entender como o corpo responde aos estímulos sexuais.

Dos 25 a 35 anos

É a fase em que a mulher começa a gerir vários papéis que passa a ter na sua vida,
experimenta novidade, especialmente no trabalho ou na estrutura familiar - geralmente,
quando sai de casa dos pais e passa a dividir uma casa com outroalguém e é fundamental
que aprenda a preservar um tempo para a intimidade com o parceiro. É também uma fase
em que pode começar a sentir a necessidade de viver a maternidade.

Dos 35 a 45 anos

É nesta fase que começa a queda lenta e gradual dos níveis de hormonas sexuais femininas,
que culmina com o fim do ciclo menstrual, cessando a capacidade de reprodução. As
transformações do corpo também começam a ficar mais evidentes: começam as primeiras
rugas, cabelos brancos. A mulher tem de aprender a adaptar-se e aceitar-se com estas
78

mudanças.
Dos 45 a 55 anos

O início da menopausa varia muito de mulher para mulher. Calores, alterações hormonais e
um longo período de questões se for emocional começam. Apesar de ser uma fase muito
conturbada, sobretudo devido a questões hormonais, esta pode também ser uma fase em
que a mulher vai perdendo medo e vivendo uma vida mais madura, aproveitando as suas
conquistas e liberdade.

Resposta sexual feminina

A resposta sexual feminina caracteriza-se por quatro fases:

1. Fase de Desejo
É a fase em que os instintos são estimulados e os desejos crescem. Isso acontece por
mensagens neurofisiológicas que estimulam a vontade sexual.

O desejo pode ser desencadeado por estímulos internos ou externos, por exemplo, o
simples facto de vermos alguém que nos atrai ou sentir o cheiro dessa pessoa.
Na mulher o que é mais responsável pelo aumento do desejo sexual é o olfacto e
principalmente o tacto.

O modo como pensamos e nos sentimos física e emocionalmente influenciam o desejo,


sendo este variável de pessoa para pessoa, assim como, em diferentes momentos ao longo
da vida.

2. Fase de Excitação
A fase da excitação caracteriza-se por uma reacção fisiológica ao desejo e à atracção física,
em que ocorrem uma série de alterações que preparam o nosso corpo para uma relação
sexual.
Na mulher o que determina a excitação é a produção de uma secreção que é responsável
pela lubrificação da vagina. Há duas alterações fisiológicas no organismo, a congestão
vascular que consiste no aumento da quantidade de sangue acumulada em órgãos do
aparelho genital feminino; e a miotonia, que consiste na contracção das fibras musculares.
Podemos verificar mais estímulos como o aumento e erecção dos seios. Pode ser observado
também o aumento da frequência cardíaca e respiratória.

Também ocorre contracção muscular nos órgãos próximos aos genitais, já que o aparelho
genital feminino é constituído pelo clítoris, os grandes e pequenos lábios, a vagina e o
útero. E com a excitação tanto o clítoris, quanto os pequenos e grandes lábios aumentam o
seu tamanho, ficando avermelhados e a parte mais funda da vagina "expande-se em forma
de balão” pelo que só a parte exterior se encontra em contacto directo com o pénis durante
as relações sexuais.

3. Fase de Clímax ou Orgasmo


Quando ocorre o orgasmo dá-se a libertação da tensão sexual que fora acumulada.
Caracteriza-se como o momento de maior prazer da relação sexual.
79

A mulher nem sempre pode atingir o orgasmo ou clímax. O orgasmo consiste na explosão
de contracções rítmicas e involuntárias onde há uma frequência de aproximadamente 12
vezes, a cada 0,8 segundos. A mulher pode ainda, logo em seguida, ser estimulada a ter
novos orgasmos; o que não ocorre no homem. Durante o orgasmo, na mulher, ocorrem
alterações fisiológicas como contracções das paredes vaginais e dos músculos pélvicos,
aumento do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos.

A estimulação do clítoris pode ser fundamental para algumas mulheres atingirem o


orgasmo. É importante que se reconheça que diferentes mulheres têm diferentes formas de
atingirem o orgasmo.

4. Fase de resolução
Nesta fase, a sensação de excitação no geral, pode demorar mais tempo a desaparecer,
especialmente se não atingiu o clímax.

As mulheres não têm o seu potencial orgásmico limitado por um período refractário, como
no homem, ou seja, se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, ela
poderá estar em condições físicas de ter novamente um orgasmo.

GRAVIDEZ

Gravidez é o período de cerca de nove meses de gestação nos seres humanos, contado a
partir da fecundação e implantação de um óvulo no útero até ao nascimento. Durante a
gravidez, o organismo materno passa por diversas alterações fisiológicas que sustentam o
bebé em crescimento e preparam o parto. A fecundação pode dar-se através de relações
sexuaisou sermedicamente assistida. Após a fecundação, o óvulo fecundado desloca-se ao
longo de uma das trompas de Falópio e implanta-sena parede doútero, onde forma o
embrião e a placentaque o alimentará. O desenvolvimento do embrião tem início com a
divisão do óvulo em múltiplas células e é nesta fase que se começam a formar a maior
parte dos órgãos, muitos deles funcionais. A partir das oito semanas de idade gestacional, o
embrião passa a ser designadofeto e apresenta já a forma humana que se desenvolverá
continuamenteaté ao nascimento. O parto ocorre em média cerca de 38 semanas após a
fecundação, o que corresponde a aproximadamente 40 semanas após o início do último
período menstrual. Uma gravidez múltipla é a gravidez em que existe mais do que um
embrião ou feto, como é o caso dos gémeos.

Os primeiros sinais que indicam uma possível gravidez são a ausência de menstruação,
sensibilidade nas mamas, náuseas, vómitos e aumento da frequência urinária. Uma
gravidez pode ser confirmada com um teste de gravidez disponível em farmácias. A
gravidez é convencionalmente dividida em três trimestres, de forma a simplificar a
referência às diferentes fases do desenvolvimento pré-natal. O primeiro trimestre tem
início com a fecundação e termina às doze semanas de idade gestacional, durante o qual
existe risco acrescido de aborto espontâneo (morte natural do embrião ou do feto). Durante
o segundo trimestre, o risco de aborto espontâneo diminui acentuadamente, a mãe começa
a sentir o bebé, são visíveis os primeiros sinais exteriores da gravidez e o seu
desenvolvimento é mais facilmente monitorizado. O terceiro trimestre é marcado pelo
desenvolvimento completo do feto até ao nascimento.
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Os cuidados de saúde e os exames pré-natais apresentam uma série de benefícios para a


saúde da grávida e do bebé. Entre os cuidados de saúde essenciais estão a suplementação
comácido fólico, a restrição do consumo de tabaco, álcool e drogas, a prática deexercício
físicoadequado à gravidez, a comparência às consultas de acompanhamentoea realização
dos exames médicos eecografias recomendados. Entre as complicações mais comuns estão
a hipertensão, diabetes gestacional, anemia por deficiência de ferro e náuseas e vómitos
graves. O termo da gravidez ocorre entre as 37 e as 41 semanas. Os bebés que nascem
antes das 37 semanas são considerados pré-termo e depois das 41 semanas pós-termo. Os
bebés prematuros apresentam risco acrescido de problemas de saúde. A indução de parto e
cesariana não são recomendadas antes das 39 semanas, excepto por motivos médico

Tema IX- DESENVOLVIMENTO

Sumário:

 Gametas masculino e feminino


 Genes e alelos
 Cromossomas
 Fertilização de óvulos
 Desenvolvimento do zigoto
 Mórula e blástula

 Formação da ectoderme, mesoderme e endoderme

 Desenvolvimento geral do embrião humano

 Período fetal

 Nascimento

 Infância

 Adolescência

 Adultícia

FORMAÇÃO DOS GAMETAS MASCULINOS E FEMININOS

Para compreender como ocorre a reprodução humana é preciso saber como dois
importantes integrantes desse processo são formados: o gâmeta masculino
(espermatozóide) e o gâmeta feminino (óvulo). Ambos são originados durante a
gametogênese.

Espermatogênese

A espermatogênese, é responsável pela formação dos espermatozóides. Ela ocorre na


parede dos túbulos seminíferos que compõem os testículos. Ao final do processo, os
espermatozóides são liberados por esses túbulos.

Ao redor dos túbulos seminíferos estão as células de Leydig, responsáveis pela produção
do hormônio masculino testosterona. As células que iniciam o processo são chamadas
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espermatogônias e ficam inativas no organismo masculino até o início da puberdade, entre


13 e 16 anos. A partir daí inicia-se um intenso processo de proliferação dessas células.

Depois de varias divisões por mitose algumas espermatogônias entram no período de


crescimento, que resultam nos espermatócitos primários ou espermatócitos I.

Na fase de maturação, os espermatócitos I entram no processo de meiose e formam os


espermatócitos secundários ou espermatócitos II, que são células haplóides com número de
cromossomos duplicados. Estas células entram em meiose e originam as espermátides.

Ovulogênese

A ovulogênese está relacionada a modificações hormonais no corpo da mulher e é


responsável pela formação do óvulo. Ela se divide em três períodos:

Germinativo – onde na fase embrionária as células se dividem por mitose e formam as


ovogônias.

Crescimento – nessa etapa há o crescimento das ovogônias. Cada ovogônia dá origem a um


ovócito primário ou ovócito I. No período embrionário, os ovócitos I iniciam a meiose I,
mas param na prófase permanecendo assim até a puberdade.

Maturação – durante o ciclo menstrual, em geral, um dos ovócitos I (em prófase


interrompida) finaliza a meiose I e forma o ovócito II e o corpúsculo polar. Em seguida, o
ovócito entra em meiose II, que fica interrompida na fase de metáfase II, quando é liberado
do ovário. Em caso de penetração do espermatozóide, a meiose II é finalizada, originando
o óvulo.

GENES E ALELOS

Imagine que você tem um livro. Seu livro tem informações. Todas as nossas células têm
livros com informações. Esse livro é uma molécula que possui quatro nucleotídeos
(Adenina, Guanina, Citosina e Timina), formando sequências que serão convertidas em
proteínas responsáveis por todos os processos biológicos do organismo – DNA.

O DNA tem páginas com determinadas informações, bem específicas, como por exemplo:
você terá 5 dedos em cada mão! Essa página é seu gene. Ou seja: o gene é essa sequência
de nucleotídeos que dará a informação de como seu corpo será ou como serão os processos
biológicos.

Gene é um pedaço ou segmento de DNA e que possuem a informação para a produção de


uma proteína ou um polipeptídio. Provavelmente, a informação da quantidade de dedos
está em algum gene seu.
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Agora, pegue outro livro semelhante ao primeiro. Por exemplo, você tem em mãos dois
livros do mesmo autor e com o mesmo título, porém de edições diferentes. Então, vamos
combinar que, seus livros tratam do mesmo assunto, mas têm informações ligeiramente
diferentes. Lembre-se que a página que estamos, por analogia, dizendo que a página é o
seu gene. Você abre a página 100 dos dois livros e vê que existe uma diferença entre as
duas páginas. Essas páginas que tratam da mesma informação são os alelos

Alelos são os genes que se unem para formar uma determinada característica e se
encontram no mesmo lócus (pedacinho do gene) nos cromossomos homólogos (os que
tratam da mesma informação).

DNA = livro

Gene = página

Alelo = são duas páginas de livros de edições diferentes. Tratam do mesmo assunto, mas
têm algumas diferenças ou são iguais.

Um gene pode impedir a manifestação de um ou mais de seus alelos. O gene capaz de


impedir a manifestação dos seus alelos é conhecido por gene dominante. O que tem o seu
efeito bloqueado por um alelo dominante é chamado gene recessivo.

Alelos são segmentos homólogos de DNA, formas alternativas de um mesmo gene e


afectam a mesma característica de modo diferente. O alelo recessivo é representado por
letra minúscula, enquanto aquele dominante, por letra maiúscula, sendo sempre
representados por uma mesma letra. Quando verifica-se mais de dois alelos, usualmente
adopta-se a mesma letra do dominante e recessivo com um expoente que pode ser letra
(normalmente remete ao fenótipo) ou número.
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CROMOSSOMA

Legenda do Cromossoma: (1) cromatídeo (cada um dos 2 braços idênticos dum


cromossoma). (2) centrómero (o ponto de ligação de 2 cromatídeos) onde se ligam os
microtúbulos. (3) Braço curto. (4) Braço longo.

Um cromossoma é uma longa sequência de DNA que contém vários genes outras
sequências de nucleótidos (nucleotídeos) com funções específicas nas células dos seres
vivos.

Durante a mitose os cromossomas encontram-se condensados e têm o nome de


cromossomas metafásicos e é a única ocasião em que se podem observar com um
microscópio óptico.

O primeiro investigador a observar cromossomas foi Karl Wilhelm Von Nageli em 1842 e
o seu comportamento foi descrito em detalhe por Walther Flemming em 1882. Em 1910,
Thomas Hunt Morgan provou que os cromossomas são os portadores dos genes.

Diferentes níveis de condensação do DNA. (1) cadeia de DNA em dupla hélice. (2)
Filamento de cromatina. (3) cromatina condensada em interfase com centrómeros. (4)
cromatina condensada em prófase. (existem agora duas cópias da molécula de DNA) (5)
cromossoma em metáfase.
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O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO (ZIGOTO)

O desenvolvimento do embrião humano começa com a formação do zigoto, que após


passar por muitas divisões celulares (mitoses), as clivagens, vai se fixar nas paredes do
útero (nidação).

Ali se formam novas estruturas (placenta, cordão umbilical, entre outros) e começa a
gestaçãodo feto até o seu nascimento durante o parto.

O processo desde a fecundação até a nidação dura cerca de uma semana, sendo que a
primeira divisão do zigoto ocorre nas primeiras 24 horas a seguir da fertilização. Etapas:

Etapas iniciais do desenvolvimento embrionário

 Ovulação, quando o ovário libera um óvulo;


 Fertilização, se durante o período fértil, houver contato sexual e os espermatozoides
encontrarem o óvulo, pode ser que um deles consiga fecundá-lo. Caso contrário, a mulher
irá ter sua menstruação e recomeçará o ciclo menstrual até a nova ovulação;
 Formação do Zigoto: Após a fertilização do óvulo há união do núcleos e do conteúdo
genético e a formação do zigoto, que acontece na tuba uterina;
 Clivagens do Zigoto: Em seguida, o zigoto passa por muitas divisões (mitoses) e se
encaminha para o útero;
 Nidação: Até chegar no estágio chamado blastocisto, quando irá se fixar nas paredes do
endométrio uterino, isso é chamado de nidação. Se a nidação for bem sucedida iniciará a
gestação do embrião. Se não for bem sucedida, o blastocisto será eliminado na
menstruação;
 Formação dos Anexos Embrionários: O embrião continua o seu desenvolvimento com a
formação do cório, do âmnio, do alantoide e do saco vitelínico, cujas funções são
proteger, nutrir e realizar as trocas entre o embrião e meio externo, através do corpo
materno;
 Organogênese: formam-se os folhetos embrionários, que são camadas de células que
originarão os tecidos e órgãos do embrião. O processo de formação dos órgãos recebe o
nome de organogênese.
85

Clivagens do Zigoto

Esquema mostrando em que período fetal se desenvolvem os órgãos.

MÓRULA E BLÁSTULA

Blastulação: 1- mórula; 2- blástula

Mórula, é o primeiro estágio da embriogênese de alguns tipos de zigotos (célula resultante


da união do gameta feminino e masculino), processo que ocorre logo após a fertilização, e
este sofre sucessivas clivagens até a formação da blástula, passando pelo estágio de
mórula.
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Este estágio se caracteriza por uma massa sólida com cerca de 12 a 32 blastômeros, que
mudam sua forma e se juntam uns aos outros para formar uma bola compacta de células.

O estágio de mórula ocorre 3 a 4 dias após a fecundação, coincidindo com a entrada do


embrião no útero.

Conforme ocorrem as sucessivas clivagens, há a formação de uma cavidade interna, a


blastocele, e assim o embrião passa do estágio de mórula para o estágio de blástula.

Mórula em humanos

Primeiros estágios da divisão celular em mamíferos:

a - estágio de 2 células

b - Estágio de 4 células

c - Estágio de 8 células

d e e - Estágio de mórula

Durante as divisões da clivagem, o zigoto é primeiramente subdividido em duas células,


que se dividirão, formando quatro células e assim por diante até chegar no estágio de 8 a
16 células (mórula).

Nesse momento o embrião como um todo mantém o mesmo tamanho, ou seja, as células
filhas recém formadas, são menores que a célula de origem.

No estágio de mórula o embrião se diferencia em dois grupos celulares localizados na


camada externa e interna do embrião.

A mais externa, chamada de trofoblastos, é responsável pela formação do componente fetal


da placenta e as membranas extra-embrionárias associadas.

Já a massa interna central, chamada de embrioblastos, dá origem ao embrião propriamente


dito e às membranas extra-embrionárias associadas.

O período de mórula ocorre durante a migração do zigoto pela tuba uterina em direção ao
útero.
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Esquema genérico do desenvolvimento do zigoto à mórula, mostrando as sucessivas


clivagens.

FORMAÇÃO DA ECTODERME, MESODERME E ENDODERME

Os três tipos de folhetos embrionários: ectoderma, mesoderme e endoderme, surgem


simultaneamente durante o processo de gastrulação (fase de gástrula), inicialmente
formado por duas camadas de células: externamente o ectoderme e internamente o
mesentoderme.

Essa última camada origina em seguida o mesoderme e o endoderme.

Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na formação dos tecidos e


órgão humanos, são:

Ectoderme

- Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas);

- Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula


espinhal);

- epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.

Mesoderme

- Forma a camada interna da pele (derme).

- Músculos lisos e esqueléticos;

- Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo);

- Sistema esquelético (ossos e cartilagem);

- Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas).

Endoderme

- Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com excepção da cavidade oral e


anal;

- Sistema respiratório (pulmão);

- Fígado e pâncreas.

DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO HUMANO


88

Figura ilustrando o desenvolvimento inicial até o nono mês de gestação

Na espécie humana, a fecundação do ovócito secundário (também chamado de óvulo)


ocorre no interior do corpo feminino, mais precisamente na tuba uterina.

É importante lembrar que o ovócito secundário se encontra estacionado na metáfase II da


meiose, sendo que essa meiose se completará somente se o ovócito secundário for
fecundado por um espermatozoide.

Se houver fecundação do ovócito secundário por um espermatozoide, a meiose se


completará, originando um zigoto, que é levado até o útero pelas contrações musculares da
tuba uterina.

É importante lembrar que o desenvolvimento do zigoto se inicia durante o trajecto dele até
o útero, que pode demorar de três a quatro dias.

A segmentação nos mamíferos, e consequentemente nos humanos, é holoblástica e igual,


isto é, o zigoto se divide totalmente, formando blastômeros de tamanho aproximado.

Antes de chegar ao útero, o zigoto sofre inúmeras divisões até se transformar em uma
mórula com cerca de dezasseis blastômeros.

Por volta do quinto dia após a fecundação, o embrião já está em fase de blástula, que
também pode ser chamada de blastocisto ou blastócito, e já se encontra implantado no
útero em um processo chamado de nidação.

Na fase de blástula podemos observar uma camada de células, chamada de trofoblasto, que
produz enzimas que digerem os tecidos do útero, abrindo cavidades no endométrio, a fim
de conseguir retirar nutrientes para o embrião que está implantado no útero.

Como resposta a essa acção do trofoblasto, a parede do útero promove a proliferação de


vasos sanguíneos naquela região, formando uma estrutura altamente vascularizada
chamada de decídua uterina.

Desde o momento em que ocorreu a nidação do embrião no útero, a placenta já começou a


se formar a partir da decídua uterina e das vilosidades do córion que estão mergulhadas
nela.

Cerca de três semanas após a fecundação, os principais órgãos do sistema nervoso,


digestivo e circulatório já começam a ser formados e o coração começa a bater.
89

Com cinco semanas, o embrião começa a desenvolver braços e pernas e a apresentar


contrações musculares.

Por volta da nona semana após a fecundação, o embrião mede cerca de 2,5 centímetros.

Nessa fase há o surgimento das células ósseas (osteoblastos) nas cartilagens do embrião,
iniciando o processo de ossificação.

Nesse período, o embrião já tem aparência humana e passa a ser chamado de feto.O
crescimento e o desenvolvimento do feto continuam.

No quinto mês de gestação, o feto mede cerca de 20 cm e pesa aproximadamente 500g.

Após 40 semanas depois do primeiro dia da última menstruação, ocorre o nascimento do


bebé.

PERÍODO FETAL

No período fetal o concepto se torna reconhecível como humano.

Está relacionado com o rápido crescimento do corpo e com a diferenciação e o crescimento


dos tecidos e órgãos.

Nesse período a cabeça retarda seu crescimento e toma suas devidas proporções em relação
ao corpo.

9ª Semana

As pálpebras ainda estão fundidas, as orelhas com uma implantação baixa, sinais oculares,
os membros estão curtos.

10-11ª Semanas

12ª Semana

A ossificação primária é iniciada, junto com a diferenciação da genitália externa.

O baço assume a função de hamatopoese.


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14ª Semana

A cabeça vai ficando mais erecta e os olhos adiquirem certa capacidade de moviemnto.

16ª Semana

As orelhas se destacam e devido ao início da ossificação os membros inferiores se tornam


maiores.

18ª Semana

Se forma o vérnix caseoso: formado por secreções das glândulas sebáceas.

20ª Semana

Formação das sombrancelhas e um pouco de cabelo.

Acúmulo de gordura nas regiões retroesternal, cervical e perirrenal para produção de calor.

No feto masculino os testículos começam a descer.

Essa semana é um marco para a gestação.

Uma vez que é nessa semana a transição de aborto para nascimento prematuro.

22ª Semana
91

Com o desenvolvimento da pele, ela se enruga, avermelha e translucida.

O Feto ganha peso.

24ª Semana

O feto tem condições de sobrevivência. A pele ainda é fina, gelatinosa avermelhada e sem
tecido adiposo subcutâneo. As unhas já aparecem nas mãos.

26ª Semana

Essa é a semana dos olhos: eles abrem e formam-se os cílios.

Devido ao retardo de desenvolvimento caudal, apenas nessa semana as unhas dos pés se
tornam visíveis.

28ª Semana

O feto toma um aspecto emagrecido, já que ainda não tem tecido celular subcutâneo.

O cabelo já está desenvolvido e a hematopoese agora é desempenhada pela medula óssea.

30-34ª Semanas

O feto tem reflexo pupilar à luz. As unhas alcançam as pontas dos dedos das mãos – o que
é curioso por mostrar que está chegando a hora do parto.

Desenvolve-se o tecido celular subcutâneo, conferindo ao bebé o aspecto gordo e saudável.

A pele se torna menos fina, mais rosada e lisa.

32ª Semana

O pavilhão auricular apresenta consistência cartilaginosa, junto com a pele que se torna
mais rosada.
92

Nos pés a pele forma os sulcos e as unhas chegam à ponta dos dedos.

O tecido mamário á palpável, o cordão umbilical assume posição mais central no abdómen.

E o vérnix caseoso é excasso.

36ª Semana (2900g)

Nos meninos, apenas aqui os testículos terminam de descer, pela formação da bolsa
escrotal. Nas meninas, se formam os grandes lábios. Corpo é relativamente roliço, uma vez
que o abdómen e a cabeça têm circunferências simulares. As mãos já têm certa firmeza
para agarrar.

Além da Quadragésima segunda Semana (pós datismo ou pós termo):

Como o período habitual de nascimento já está avançado, as unhas ultrapassaram a ponta


dos dedos, a pele descama, o líquido amniótico toma uma coloração esverdeada pela
liberação de mecôneo, a placenta inicia uma calcificação e o bebé emagrece.

NASCIMENTO

Nascimento é o momento em que um ser vivo inicia a sua vida.

Do ponto de vista legal, o nascimento é o início da vida de uma pessoa na sociedade.

INFÂNCIA

Infância é o período de crescimento que vai do nascimento à puberdade, ou seja, do zero


aos doze anos de idade.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se como criança a pessoa com


até doze anos incompletos, enquanto que entre os doze e dezoito anos encontra-se a
adolescência.

Principais Desenvolvimentos na Infância

Primeira Infância (0 - 3 anos)

Todos os sentidos funcionam ao nascimento;


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Rápido crescimento físico e desenvolvimento das habilidades motoras;

Capacidade de aprender e lembrar, mesmo nas primeiras semanas de vida;

Rápido desenvolvimento da compreensão e da fala;

Desenvolvimento da autoconsciência no segundo ano de vida;

Formação do apego aos pais e a outras pessoas no final do primeiro ano;

Aumento de interesse por outras crianças.

Segunda Infância (3 - 6 anos)

Aumento da força e das habilidades motoras simples e complexas;

Predominância do comportamento egocêntrico, porém com aumento da compreensão da


perspectiva dos outros;

Ideias ilógicas em relação ao mundo devido à imaturidade cognitiva;

As brincadeiras, a criatividade e a imaginação tornam-se mais elaboradas;

Aumento da independência, do autocontrole e do cuidado próprio;

As outras crianças começam a se tornar importantes, mas a família ainda é o núcleo da


vida.

Terceira Infância (6 - 12 anos)

Diminuição do crescimento físico;

Aperfeiçoamento da força e habilidade física;

Diminuição do egocentrismo;

Começa a pensar com lógica, embora predominantemente de forma concreta;

Aumento da memória e das habilidades de linguagem;

Melhora da capacidade de tirar proveito da educação formal através dos ganhos cognitivos;

Desenvolvimento da auto-imagem, que afecta a auto-estima;

Amigos passam a ter importância fundamental.

ADOLESCÊNCIA

Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Caracteriza-
se por alterações em diversos níveis - físico, mental e social - e representa para o indivíduo
um processo de distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da
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infância e de aquisição de características e competências que o capacitem a assumir os


deveres e papeis sociais do adulto.

Os termos "adolescência" e “juventude" são por vezes usados como sinónimos e por vezes
como duas fases distintas mas que se sobrepõem: para Steinberg a adolescência se estende
aproximadamente dos 15 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude como a
fase entre 15 e 24 anos de idade - sendo que deixa aberta a possibilidade de diferentes
nações definirem o termo de outra maneira; a OMS define adolescente como o indivíduo
que se encontra entre os 10 e 19 anos de idade e no Brasil se estabelece dos 12 anos
completos aos 18 anos.

O Estatuto da Juventude, no Brasil, diz que a juventude vai dos 15 anos até aos 29 anos - o
que diverge da Assembleia Geral das Nações Unidas, que afirma que a juventude vai até os
24 anos.

O início e o fim da adolescência variam culturalmente de nação para nação, e entre cultura
e legislação.

O termo é geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de


desenvolvimento bio-psico-social; o fim da adolescência não é marcado por mudanças de
ordem fisiológica, mas sobretudo de ordem sociocultural.

Do ponto de vista da psicologia do desenvolvimento, o início da adolescência é claramente


marcado pelo início do amadurecimento sexual (puberdade), o seu fim não se define
apenas pelo desenvolvimento corporal, mas sobretudo pela maturidade social - que inclui,
entre outras coisas, a entrada no mercado de trabalho e o assumir do papel social de adulto.

A adolescência é uma fase dinâmica que, para o seu estudo, exige uma maior
diferenciação. Steinberg propõe uma divisão em três fases: (1) Adolescência inicial, dos 11
aos 14 anos; (2) adolescência média, dos 15 aos 17 anos e (3) adolescência final, dos 18
aos 21 anos.

Essa última fase sobrepõe-se à "juventude" em sentido estrito, que marca o início da idade
adulta, definida por Oerter e Montada como a fase entre os 18 e os 29 anos de idade.

Até a idade de 11 anos, meninos e meninas tem aproximadamente a mesma força


muscular.

O crescimento muscular dos rapazes é, no entanto, maior, o que explica a maior força
física média dos homens na idade adulta.

Mudanças corporais

Apesar das muitas diferenças individuais no crescimento e no desenvolvimento sexual, o


processo de amadurecimento sexual apresenta uma certa sequência, comum tanto aos
rapazes como às raparigas.
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Para as moças, no entanto, esse processo tem início, em média, dois anos mais cedo do que
nos rapazes.

Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nas mulheres

10-11 anos: início da formação dos quadris com a acumulação de gordura, 1º crescimento
dos seios e dos mamilos;

11-14 anos: surgem os pêlos pubianos, a voz torna-se mais grave, rápido crescimento dos
ovários, da vagina, do útero e dos lábios da genitália, os seios começam a tomar forma,
amadurecimento dos óvulos (menarca-primeira menstruação).

14-16 anos: crescimento dos pelos axilares, os seios adquirem a forma adulta.

Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nos homens

12-13 anos: surgem os pelos pubianos; início do crescimento dos testículos, escroto e do
pênis, mudanças temporárias no peito; formação de esperma.

13-16 anos: início da mudança de voz, crescimento acelerado do pênis, dos testículos, do
escroto, da próstata e da vesícula seminal, primeira ejaculação, crescimento dos pelos
axilares.

ADULTÍCIA

A adultícia é marcada pelo processo de transição da adolescência para a vida adulta.

Este processo varia de cultura para cultura e é influenciado por diferentes aspetos da vida
do indivíduo.

Características inerentes à adultícia

Responsabilidade pelas próprias escolhas;

Decisões independentes;

Consideração por terceiros;

Independência económica;

Maior complexidade no que concerne ao campo emocional.

A adultícia acarreta um conjunto de mudanças na vida do indivíduo que são fruto das suas
vivências anteriores e adaptação a várias novidades, tais como a entrada no mercado de
trabalho, a saída da casa dos pais e a constituição de família própria.

Todas estas alterações passam por um processo de adaptação.


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Elaborou: A.Chitungo

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