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OBESIDADE E DIABETES
DIABETES: PRINCIPAIS
MEDICAMENTOS ORAIS E TIPOS DE
INSULINA����������������������������������������������������� 39
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CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 48
3
INTRODUÇÃO
A obesidade é o excesso de gordura corporal e é
considerado um dos fatores centrais na fisiopatolo-
gia do diabetes, resistência à insulina, dislipidemia,
hipertensão e aterosclerose, em grande parte devido
à secreção excessiva de adipocinas. A obesidade
é um dos principais contribuintes para a disfunção
metabólica envolvendo lipídios e glicose, mas em
uma escala mais ampla, ela influencia a disfunção
orgânica envolvendo funções cardíacas, hepáticas,
intestinais, pulmonares, endócrinas e reprodutivas.
Já a diabetes é uma doença crônica que ocorre
quando o pâncreas não é mais capaz de produzir
insulina, ou quando o corpo não consegue fazer
bom uso da insulina que produz.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA
DA OBESIDADE
Muito se aprendeu na última década sobre a pre-
venção da obesidade no que se refere à regulação
molecular do apetite, que afeta a homeostase
energética, particularmente porque o balanço
energético positivo perturba o metabolismo de
lipídios e glicose. Além disso, a obesidade parece
desempenhar um papel central na desregulação do
metabolismo celular responsável pela resistência
à insulina na diabetes mellitus tipo 2. O excesso de
adipócitos secreta inúmeras citocinas que contri-
buem para a disfunção vascular na hipertensão e
dislipidemia, manifestada por hipercolesterolemia
e trigliceridemia. Essas condições contribuem para
aterosclerose significativa e, quando associadas à
obesidade e/ou diabetes e resistência à insulina,
constituem a síndrome metabólica. A seguir abor-
daremos os aspectos referentes a fisiopatologia
da obesidade ou excesso de adiposidade e suas
comorbidades.
FIQUE ATENTO
5
A obesidade é um dos principais contribuintes
para a disfunção metabólica envolvendo lipídios
e glicose, mas em uma escala mais ampla, ela
influencia a disfunção orgânica dos indivíduos, en-
volvendo funções cardíacas, hepáticas, intestinais,
pulmonares, endócrinas e reprodutivas.
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Figura 1: Metabolismo e citocinas
Inflamação Obesidade
Citocinas pró-inflamatórias
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A obesidade é uma interação entre o genoma, o
ambiente e o epigenoma: o ambiente empurra o
epigenoma para um nível de expressão, ou seja,
faz com que as alterações epigenéticas façam
o genoma ser expresso, alterando tanto o trans-
criptoma quanto proteoma, alterando, no final, o
fenótipo. Essa tríade inter-relacional da obesidade
está representada na figura 2:
TRANSCRIPTOMA
FENÓTIPO
PROTEOMA
AMBIENTE GENOMA
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Figura 3: Predisposição genética
Gasto
Energético
PREDISPOSIÇÃO
GENÉTICA
Ingestão
Energética
AUMENTO
DE PESO
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Tabela 1: Genótipo e fenótipo
GENÓTIPOS “Adipogênicos” CARACTERÍSTICAS
FENOTÍPICAS
Econômico Taxa metabólica baixa e ter-
mogênese insuficiente.
Hiperfágico Baixa regulação do apetite e
saciedade.
Sedentário Predisposição ao
sedentarismo.
Baixa Oxidação Lipídica Predisposição à baixa taxa de
oxidação.
Adipogênico Alta expansão complementar
adipocitária e alta capacidade
de estocar energia.
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Figura 4: Acúmulo de gordura corporal
AUMENTO DA INGESTÃO DIMINUIÇÃO DO GASTO
ALIMENTAR ENERGÉTICO
• Alimentos hipercalóricos • Baixo GER
• Grandes porções • Pouca massa magra
• Pouca saciedade/saciação • Estilo de vida sedentário
• Aumento da fome • Perda ponderal
• Lesões no hipotálamo/SNC • Deficiências hormonais
• Dieta rica em gordura • Redução da atividade
• Privação de sono involuntária
• Alimentação em fast-foods
• Alimentação hedônica
• Fatores Psicológicos
ACÚMULO
DE GORDURA
CORPORAL
OXIDAÇÃO DEFICIENTE
MAIOR CAPACIDADE DE DAS GORDURAS
ESTOCAR GORDURA • Hipersensibilidade à insulina
• Aumento no número de • Menor lipólise (menor
adipócitos atividade da LHS)
• Lipogênese aumentada • Maior atividade da LPL
• Maior atividade da LPL • Dieta com excesso de
•Efeitos hormonais carboidratos
• Produção elevada de glicose
(endogênese)
SAIBA MAIS
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GASTO CALÓRICO EM 24
HORAS: EQUAÇÕES
Todas as pessoas queimam calorias diariamente ao
se movimentar, se exercitar e realizar suas tarefas
diárias. A maioria das pessoas adultas do sexo
feminino precisa de 1.600 a 2.200 calorias por dia,
enquanto os homens adultos precisam de 2.200
a 3.000 calorias por dia. No entanto, a quantidade
de calorias que você precisa a cada dia é exclusiva
do seu corpo e dos níveis de atividades.
SAIBA MAIS
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po precisa para funcionar em repouso. Com mais um
cálculo, que considera seus níveis de atividade, você
pode descobrir quantas calorias você precisa por dia
para manter seu peso atual. Consumir menos calorias
do que isso provavelmente resultará em perda de peso,
enquanto comer mais calorias do que isso provavelmente
levará ao ganho de peso.
MULHERES
HOMENS
PERDA DE PESO
Para perder peso, a pessoa deve estar em déficit
calórico. Isso significa que o consumo de calorias
deve ser menor do que o corpo precisa, queimando
calorias adicionais. Para que haja uma perda de
peso sustentável, um déficit calórico ideal será de
cerca de 10 a 20% menor do que o gasto energético
diário total.
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Exercícios diários, realizados habitualmente, afe-
tam na quantidade de queima de calorias diárias
em repouso. Embora a atividade aeróbica possa
queimar mais calorias durante a sessão de treina-
mento, o exercício de resistência aumenta a taxa
metabólica basal por até 14 horas após o exercício.
Ou
2.200 − (2.200 𝑥𝑥 0,2) = 1.760
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FIQUE ATENTO
MANUTENÇÃO DE PESO
Para manter o peso, deve-se garantir que a ingestão
de calorias corresponda ao gasto calórico diário.
Para descobrir isso, o indivíduo precisará calcular
seu gasto energético diário total, ou seja, o número
de calorias que seu corpo precisa para sustentar
o peso atual.
GANHO DE PESO
Se o objetivo do indivíduo for o ganho de peso, é
necessário aumentar a ingestão de calorias diá-
rias, gastar menos calorias ou uma combinação
de ambos. O procedimento deve ser o mesmo do
caso de déficit calórico, acompanhando também
um processo lento para garantir um resultado de
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maneira sustentável. A ampliação calórica ideal
deve ser entre 10 e 20%, permitindo um ganho de
peso lento e gradual.
Ou
2.200 + (2.200 𝑥𝑥 0,2) = 2.460
PRINCIPAIS CÁLCULOS
Taxa metabólica basal (TMB)
A TMB é o número de calorias que o corpo precisa
para funcionar, excluindo atividade física e outros
movimentos.
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Por exemplo, um homem de 40 anos, pesando 81,6
kg e que tem 183 cm de altura, tem uma TMB de
1.767. Isso significa que, em repouso, ele queimará
aproximadamente 1.767 calorias diárias.
(𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒙𝒙 𝟖𝟖𝟖𝟖, 𝟔𝟔) + (𝟔𝟔, 𝟐𝟐𝟐𝟐 𝒙𝒙 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏) − (𝟓𝟓 𝒙𝒙 𝟒𝟒𝟒𝟒) + 𝟓𝟓 = 𝟏𝟏. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕
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Equação completa
𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻 𝒙𝒙 𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝒐𝒐 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑
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ORIENTAÇÕES PARA
PRESCRIÇÃO DE
EXERCÍCIO FÍSICO PARA
PESSOAS COM OBESIDADE
Adultos com sobrepeso ou obesidade devem ser
incentivados a aumentar seus níveis de atividade
física, mesmo que não haja perca de peso como
finalidade, pois os benefícios da atividade física
para a saúde são muitos, como a redução do risco
de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Esses indivíduos devem ser encorajados a reali-
zar no mínimo 30 minutos de atividade física de
intensidade moderada em 5 (cinco) ou mais dias
por semana.
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O Questionário de Prontidão para Atividade Física
(PAR-Q) é uma ferramenta tradicional de 7 (sete)
perguntas, utilizado para identificar se os indivíduos
podem precisar de uma avaliação médica mais
aprofundada antes do início da atividade física, caso
a resposta seja sim em uma ou mais perguntas.
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FIQUE ATENTO
21
A seguinte descrição geral das diretrizes de con-
dicionamento físico e prescrição de exercícios
serve como estrutura para uma discussão mais
detalhada das recomendações de exercícios para
pessoas com obesidade. A aptidão física relacio-
nada à saúde inclui três componentes: aptidão
cardiorrespiratória; composição corporal; aptidão
muscular.
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condicionamento e o desaquecimento. O aque-
cimento de 5 a 20 minutos prepara os músculos
para exercícios mais vigorosos e pode reduzir
lesões. Já o alongamento é recomendado após o
aquecimento e reduz a lesão muscular. Por fim, a
fase de condicionamento envolve uma sessão de
treinamento cardiorrespiratório ou de resistência
com duração de 20 a 60 minutos, que é seguida
por um desaquecimento, que pode atenuar a hi-
potensão pós-exercício, permitindo uma melhor
dissipação do calor corporal, a remoção do ácido
lático, mitigar o aumento de catecolaminas poten-
cialmente arritmogênicas e possivelmente reduz
o risco de eventos cardíacos durante o período de
recuperação.
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timativa das zonas de treinamento são baseados
em medidas diretas ou estimativas da frequência
cardíaca, pois a frequência cardíaca e o consumo
de oxigênio por unidade de tempo (VO2) estão
relacionados linearmente.
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FIQUE ATENTO
25
A progressão é um conceito que descreve a
adaptação de um participante ao longo do tempo,
necessitando de um estímulo de volume de exer-
cício aumentado, cujo volume é uma função da
intensidade, frequência e duração. A progressão
consiste nos estágios iniciais, de melhoria e de
manutenção, e destaca-se que a intensidade e
a duração são menores no estágio inicial, pois a
pessoa precisa se acostumar com o exercício e
desenvolver a tolerância ortopédica.
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da vida diária, e destacamos que as séries de oito
a doze repetições, sendo que a última série resulte
em fadiga volitiva, aumentam a força e resistência
muscular.
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O exercício aeróbico e a atividade física durante
as partes do dia sem exercício também podem au-
mentar o gasto total de energia, e até mesmo níveis
limitados de perda de peso podem ter influências
positivas significativas na melhoria da saúde e no
gerenciamento de fatores de risco na presença de
doenças hipocinéticas. A manutenção do exercício
é um preditor do controle de peso a longo prazo e
da prevenção da recuperação, mas é importante
ter em mente que o treinamento físico é mais
eficaz na redução do peso corporal na obesidade
moderada do que na obesidade mórbida.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA
DA DIABETES
A diabetes mellitus (DM), também conhecida
simplesmente como diabetes, é um distúrbio me-
tabólico complexo caracterizado por hiperglicemia,
uma condição fisiologicamente anormal represen-
tada por níveis elevados e contínuos de glicose
no sangue. A hiperglicemia resulta de anomalias
na secreção ou na ação da insulina, ou na junção
desses fatores, e se manifesta de forma crônica
e heterogênea como disfunções metabólicas de
carboidratos, gorduras e proteínas. A diabetes
segue um padrão progressivo com patogênese
complexa e apresentação variada.
A hiperglicemia e suas disfunções metabólicas
associadas a carboidratos, gorduras e proteínas
afetam vários órgãos do corpo e interrompem seu
funcionamento normal. Essas rupturas progridem
gradualmente e surgem principalmente devido aos
efeitos adversos da hiperglicemia e suas anomalias
metabólicas associadas à estrutura normal e ao
funcionamento da micro e macrovasculatura, que
estão no centro da estrutura do órgão e funcionam
em todo o corpo.
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ções, que podem afetar outros órgãos do corpo,
que incluem, em particular, olhos, rins, coração e
nervos:
y Complicações relacionadas aos olhos resultam
em retinopatia com progressão para cegueira;
y Complicações associadas ao rim levam à ne-
fropatia e potencial insuficiência renal;
y As complicações relacionadas ao coração
incluem hipertensão e doença cardíaca coronária;
y As complicações associadas ao nervo levam à
neuropatia, que pode ser autonômica, periférica ou
de ambas as naturezas. Disfunções cardiovascu-
lares, gastrointestinais e geniturinárias (incluindo
sexuais) são manifestações características de
neuropatia autonômica, enquanto infecções nos
pés, incluindo úlceras que requerem amputações,
e articulação de Charcot (osteoartropatia) são fre-
quentemente associadas à neuropatia periférica
de longo prazo.
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e desafiadores problemas de saúde enfrentados
pela população humana do mundo atual, pois o
aumento na prevalência de diabetes na maioria
das regiões do mundo tem sido paralelo ao rápido
desenvolvimento econômico, levando à urbanização
e à adoção de hábitos de vida modernos.
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ção, a diabetes pode ser dividida em quatro tipos
ou categorias principais: Diabetes Mellitus tipo 1
(DM1), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), Diabetes
Mellitus Gestacional (DMG) e Diabetes causada por
condições específicas, patologias e/ou distúrbios.
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destruição das células beta e posterior falência
ocorre repentinamente, podendo levar à cetoacidose
diabética, muitas vezes descrita como a primeira
manifestação da doença. Apesar dessa circunstân-
cia, a progressão da doença pode ser muito lenta
com um leve aumento da glicemia de jejum, que
assume uma forma hiperglicêmica grave com ou
sem cetoacidose, apenas na presença de condições
de estresse fisiológico, como infecções graves ou
aparecimento de outros distúrbios. Em alguns outros
casos, que incluem adultos, as células beta podem
reter algum grau de função para secretar apenas
a quantidade de insulina suficiente apenas para
prevenir a cetoacidose por muitos anos. No entanto,
devido à deficiência progressiva de insulina, esses
indivíduos se tornam insulinodependentes com o
surgimento de hiperglicemia grave e subsequente
cetoacidose. Apesar da progressão variável deste
tipo de diabetes, os indivíduos afetados no início,
no meio ou mesmo nas fases posteriores de sua
vida tornam-se severa ou absolutamente deficien-
tes em insulina e dependentes do tratamento com
insulina para sua sobrevivência.
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sendo caracterizado por duas principais anoma-
lias relacionadas à insulina: resistência à insulina
e disfunção das células beta.
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grave, como perda de peso, déficit de crescimento,
visão turva, poliúria e polidipsia nos estágios avan-
çados da doença. A patogênese e etiologia dessa
forma de diabetes é complexa e envolve múltiplos
fatores conhecidos e desconhecidos, que de forma
conclusiva podem ser descritos como uma combi-
nação de predisposições genéticas (poligênicas)
e fortes influências ambientais.
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fatores de risco cardiovascular, como hipertensão
e anormalidades metabólicas das lipoproteínas
caracterizadas por triglicerídeos elevados e baixos
níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDLs).
Devido à sua duração ao longo da vida e aos diversos
distúrbios metabólicos associados característicos
da hiperglicemia, na figura 5 é listado alguns dos
principais fatores de risco da DM2.
Obesidade
Resistência Idade
à insulina
FATORES
DE RISCO
(DM2)
Sindrome
do ovário Histórico
policistico Familiar
Sedentarismo
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DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
(DMG)
A DMG é definida como qualquer grau de intolerân-
cia à glicose ou diabetes diagnosticada no início
ou durante a gravidez, geralmente no segundo ou
terceiro trimestre.
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DIABETES CAUSADAS POR
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
Além de DM1, DM2 e DMG, a diabetes pode se
apresentar em várias outras formas, como a por
condições específicas, embora em percentuais
menores em relação ao cenário geral de incidência
diabética, está associado a algumas condições
específicas, incluindo várias patologias ou distúr-
bios. Entre esses tipos de diabetes, destacam-se
a diabetes resultante de defeitos monogênicos na
função das células beta e aquelas decorrentes de
anormalidades genéticas na ação da insulina, en-
docrinopatias, patologias pancreáticas exócrinas
e várias outras condições específicas.
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DIABETES: PRINCIPAIS
MEDICAMENTOS ORAIS E
TIPOS DE INSULINA
Já a mencionamos algumas vezes durante esse
e-book, mas o que são as células beta? São as
células que produzem o hormônio insulina e es-
tão presentes no pâncreas. Já a importância da
insulina é que é esse hormônio que ajuda o corpo
a usar a glicose no sangue (um tipo de açúcar)
para obter energia. Quando comemos e absorve-
mos alimentos, os níveis de glicose aumentam e
a insulina é liberada.
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ser usados em combinação ou com insulina para
obter o melhor controle da glicose no sangue. Na
tabela 3 a seguir são apresentados alguns tipos
e descritivos.
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Muitas pessoas com diabetes podem usar diferen-
tes tipos de insulinas para obter o efeito ideal em
seus níveis de açúcar no sangue. A partir disso,
apresentaremos aqui cinco tipos de insulina para
diabetes:
y As insulinas de ação rápida começam a funcionar
em menos de 15 minutos, atingem o pico em uma
hora e seu efeito dura entre duas e quatro horas.
y A insulina regular, também conhecida como
insulina de ação curta, leva cerca de 30 minutos
para chegar à corrente sanguínea. Seu efeito má-
ximo é em cerca de duas a três horas, e seu efeito
permanece por entre três e seis horas.
y A insulina de ação intermediária atinge a
corrente sanguínea entre duas e quatro horas,
atingindo o pico entre quatro e 12 horas e funciona
por até 18 horas.
y A insulina de ação prolongada leva de seis a
dez horas para começar a funcionar, mas dura de
20 a 24 horas.
y As insulinas pré-misturadas são insulinas que
possuem composição de distribuição variadas (50
por 50%, ou 25 por 75% de tipos diferentes de in-
sulinas), normalmente usadas antes das refeições
e até duas vezes ao dia.
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do medicamento, podendo, primeiramente, resultar
em açúcar elevado no sangue ou hiperglicemia.
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ORIENTAÇÕES PARA
PRESCRIÇÃO DE
EXERCÍCIO FÍSICO PARA
PESSOAS COM DIABETES
A prática de exercícios físicos é uma forma eficaz
de prevenção de complicações da diabetes, pois
eles são benéficos ao estimular a produção de
insulina e facilitar o seu transporte para as células.
RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
AERÓBICOS
As diretrizes publicadas da Sociedade Brasileira
de Diabetes 2019-2020 recomendam o acúmulo
de exercícios físicos de um mínimo semanal de
150 min de exercício aeróbico de intensidade
moderada, ou seja, atividades que possam ser
realizadas mantendo uma conversa ininterrupta
(quatro a seis pontos em uma escala de percepção
de esforço de zero a dez pontos, 12 a 13 pontos em
uma escala de percepção de esforço de seis a 20
pontos, 40 a 59% da reserva de frequência cardíaca
ou 64 a 76% da frequência cardíaca máxima), 21
a 23 distribuídos por um mínimo de três dias por
semana com não mais de dois dias consecutivos
sem exercício.
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Alternativamente, e se não houver contraindica-
ções cardiovasculares ou musculoesqueléticas,
recomenda-se que os indivíduos acumulem um
mínimo semanal de 90 minutos de exercício ae-
róbico de intensidade vigorosa, atividade em que
uma conversa geralmente não pode ser mantida
ininterruptamente (entre sete e oito pontos em
uma escala de percepção de esforço de zero a
dez pontos, 14 a 17 pontos em uma escala de
percepção de esforço de seis a 20 pontos, 60 a
89% da reserva de frequência cardíaca ou 77 a
95% da frequência cardíaca máxima).
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RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
RESISTIDOS
O exercício resistido para fortalecimento muscular
também é recomendado além dos exercícios ae-
róbicos, inclusive para as diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes 2019-2020. A recomendação
é a frequência mínima semanal de exercícios –
pelo menos duas vezes por semana, em dias não
consecutivos. Recomenda-se de uma a quatro
séries de cinco a dez exercícios multiarticulares
envolvendo os principais grupos musculares por
sessão de exercício.
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RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
DE FLEXIBILIDADE
Exercícios de flexibilidade também são reco-
mendados. Eles complementam outros tipos de
exercícios e são particularmente úteis para idosos
com diabetes tipo 2.
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Figura 6: Recomendações de tipos e frequências de
exercícios
Recomendações sobre tipo
e frequência para pessoas
com diabetes aptas
a se exercitarem
Crianças
Adultos Idosos
e adolescentes
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordamos ao longo do texto a relação complexa
entre a ingestão e o gasto de energia que resulta
em uma homeostase resistente a mudanças,
acarretando implicações negativas para a saúde.
Além disso, caracterizamos a fisiopatologia da
obesidade e da diabetes e a importância da prática
de exercícios regulares para os indivíduos, além
dos aspectos relacionados às comorbidades e
suas implicações com os medicamentos.
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Referências Bibliográficas
& Consultadas
FORTI, A. C et al (Orgs.). Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo:
Editora Clannad. 2019.