Você está na página 1de 51

GRUPOS DE RISCO:

OBESIDADE E DIABETES

SONAIRA FORTUNATO PEREIRA


Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 4

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA OBESIDADE���� 5

GASTO CALÓRICO EM 24 HORAS:


EQUAÇÕES��������������������������������������������������� 12
Perda de peso��������������������������������������������������������������������� 13
Manutenção de peso���������������������������������������������������������� 15
Ganho de peso�������������������������������������������������������������������� 15
Principais cálculos�������������������������������������������������������������� 16

ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DE


EXERCÍCIO FÍSICO PARA PESSOAS
COM OBESIDADE����������������������������������������� 19

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA DIABETES���� 29


Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1)������������������������������������������ 32
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2)������������������������������������������ 33
Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)������������������������������� 37
Diabetes causadas por condições específicas���������������� 38

DIABETES: PRINCIPAIS
MEDICAMENTOS ORAIS E TIPOS DE
INSULINA����������������������������������������������������� 39

ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DE


EXERCÍCIO FÍSICO PARA PESSOAS
COM DIABETES�������������������������������������������� 43
Recomendações de exercícios aeróbicos������������������������ 43
Recomendações de exercícios resistidos������������������������� 45
Recomendações de exercícios de flexibilidade���������������� 46

2
CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 49

3
INTRODUÇÃO
A obesidade é o excesso de gordura corporal e é
considerado um dos fatores centrais na fisiopatolo-
gia do diabetes, resistência à insulina, dislipidemia,
hipertensão e aterosclerose, em grande parte devido
à secreção excessiva de adipocinas. A obesidade
é um dos principais contribuintes para a disfunção
metabólica envolvendo lipídios e glicose, mas em
uma escala mais ampla, ela influencia a disfunção
orgânica envolvendo funções cardíacas, hepáticas,
intestinais, pulmonares, endócrinas e reprodutivas.
Já a diabetes é uma doença crônica que ocorre
quando o pâncreas não é mais capaz de produzir
insulina, ou quando o corpo não consegue fazer
bom uso da insulina que produz.

Neste e-book iremos discorrer sobre os aspectos


relacionados a anatomia e fisiologia da obesidade
e da diabetes, equações de gasto calórico, tipos
de insulina e os principais medicamentos para
tratamento da diabetes e os principais critérios e
cuidados para a prescrição de exercício físico para
pessoas com obesidade e/ou diabetes.

A compreensão dos fatores supracitados embasa-


rá o profissional de educação física para práticas
efetivamente assertivas.

4
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DA OBESIDADE
Muito se aprendeu na última década sobre a pre-
venção da obesidade no que se refere à regulação
molecular do apetite, que afeta a homeostase
energética, particularmente porque o balanço
energético positivo perturba o metabolismo de
lipídios e glicose. Além disso, a obesidade parece
desempenhar um papel central na desregulação do
metabolismo celular responsável pela resistência
à insulina na diabetes mellitus tipo 2. O excesso de
adipócitos secreta inúmeras citocinas que contri-
buem para a disfunção vascular na hipertensão e
dislipidemia, manifestada por hipercolesterolemia
e trigliceridemia. Essas condições contribuem para
aterosclerose significativa e, quando associadas à
obesidade e/ou diabetes e resistência à insulina,
constituem a síndrome metabólica. A seguir abor-
daremos os aspectos referentes a fisiopatologia
da obesidade ou excesso de adiposidade e suas
comorbidades.

FIQUE ATENTO

Adipócitos são células que armazenam gordura e for-


mam tecido adiposo, que se forma com base em células
mesenquimais indiferenciadas (tecido embrionário).

5
A obesidade é um dos principais contribuintes
para a disfunção metabólica envolvendo lipídios
e glicose, mas em uma escala mais ampla, ela
influencia a disfunção orgânica dos indivíduos, en-
volvendo funções cardíacas, hepáticas, intestinais,
pulmonares, endócrinas e reprodutivas.

Adipocinas inflamatórias, resistentes à insulina,


hipertensivas e promotoras de trombose, que são
aterogênicas, são contrabalanceadas por hormônios
adipócitos anti-inflamatórios e antiestrogênicos,
como adiponectina, visfatina e proteína estimulan-
te da acilação, enquanto certas ações da leptina
e resistina são pró-aterogênico. A adiponectina é
protetora contra a fibrose hepática devido ao seu
efeito anti-inflamatório, enquanto as citocinas in-
flamatórias, como o fator de necrose tumoral, são
prejudiciais tanto para o fígado gorduroso quanto
para a liberação de insulina pancreática.

6
Figura 1: Metabolismo e citocinas

Citocinas envolvidas na regulação


do metabolismo e da ingestão alimentar

Inflamação Obesidade

Citocinas pró-inflamatórias

Fonte: Elaboração própria.

A obesidade contribui para a disfunção imunoló-


gica dos efeitos de sua secreção inflamatória de
adipocinas e é um importante fator de risco para
muitos cânceres, incluindo hepatocelular, esofági-
co e de cólon. Por causa dos efeitos aceleradores
que a obesidade tem no agravamento da síndrome
metabólica e do câncer, ela tem o potencial de ser
profundamente prejudicial para a espécie huma-
na, principalmente se os principais métodos de
prevenção e/ou tratamento não forem realizados.

Portanto, é de fundamental importância a instituição


de esforços educativos que visem a promoção de
melhores hábitos alimentares e exercícios físicos.

7
A obesidade é uma interação entre o genoma, o
ambiente e o epigenoma: o ambiente empurra o
epigenoma para um nível de expressão, ou seja,
faz com que as alterações epigenéticas façam
o genoma ser expresso, alterando tanto o trans-
criptoma quanto proteoma, alterando, no final, o
fenótipo. Essa tríade inter-relacional da obesidade
está representada na figura 2:

Figura 2: Tríade inter-relacional da obesidade


EPIGENOMA

TRANSCRIPTOMA

FENÓTIPO

PROTEOMA

AMBIENTE GENOMA

Fonte: Elaboração própria.

Uma alta ingestão energética somente levará um


indivíduo à obesidade se não for compensada com
um alto gasto energético, bem como um baixo gasto
energético somente levará à obesidade se houver,
ao mesmo tempo, uma ingestão energética baixa.

8
Figura 3: Predisposição genética

Gasto
Energético

PREDISPOSIÇÃO
GENÉTICA
Ingestão
Energética

AUMENTO
DE PESO

Fonte: Elaboração própria.

Esta balança normalmente é alterada pela predis-


posição genética e as pressões ambientais, que
vão empurrando nosso metabolismo para que
tenhamos um excesso energético ou calórico e
haja um aumento de peso. E isso acontece porque
a obesidade é uma doença resultante do conflito
genes e a vida moderna.

O genótipo é o molde genético sobre o qual a fle-


xibilidade fenotípica será expressa, desta forma
ele restringe o padrão de expressão do fenótipo.

9
Tabela 1: Genótipo e fenótipo
GENÓTIPOS “Adipogênicos” CARACTERÍSTICAS
FENOTÍPICAS
Econômico Taxa metabólica baixa e ter-
mogênese insuficiente.
Hiperfágico Baixa regulação do apetite e
saciedade.
Sedentário Predisposição ao
sedentarismo.
Baixa Oxidação Lipídica Predisposição à baixa taxa de
oxidação.
Adipogênico Alta expansão complementar
adipocitária e alta capacidade
de estocar energia.

Fonte: Elaboração própria.

A tabela 1 apresentada explica as predisposições


e o padrão epidêmico da obesidade e suas asso-
ciações comórbidas. Já na figura 4 a seguir será
possível analisar as principais causas da obesidade.

10
Figura 4: Acúmulo de gordura corporal
AUMENTO DA INGESTÃO DIMINUIÇÃO DO GASTO
ALIMENTAR ENERGÉTICO
• Alimentos hipercalóricos • Baixo GER
• Grandes porções • Pouca massa magra
• Pouca saciedade/saciação • Estilo de vida sedentário
• Aumento da fome • Perda ponderal
• Lesões no hipotálamo/SNC • Deficiências hormonais
• Dieta rica em gordura • Redução da atividade
• Privação de sono involuntária
• Alimentação em fast-foods
• Alimentação hedônica
• Fatores Psicológicos
ACÚMULO
DE GORDURA
CORPORAL

OXIDAÇÃO DEFICIENTE
MAIOR CAPACIDADE DE DAS GORDURAS
ESTOCAR GORDURA • Hipersensibilidade à insulina
• Aumento no número de • Menor lipólise (menor
adipócitos atividade da LHS)
• Lipogênese aumentada • Maior atividade da LPL
• Maior atividade da LPL • Dieta com excesso de
•Efeitos hormonais carboidratos
• Produção elevada de glicose
(endogênese)

Fonte: Elaboração própria.

SAIBA MAIS

Lipólise se difere da oxidação pois apenas nos garante


que há ácidos graxos livres vindos dos lipídeos do te-
cido adiposo. Já a taxa e capacidade de oxidação é o
que realmente define se haverá emagrecimento. Uma
vez que ocorreu a lipólise e há ácidos graxos livres na
corrente sanguínea, ainda há um caminho envolvendo
outras moléculas até a oxidação de ácidos graxos.

Assista o vídeo abaixo e compreenda lipólise (me-


tabolismo de gordura) https://www.youtube.com/
watch?v=74u3wY5TFyc.

11
GASTO CALÓRICO EM 24
HORAS: EQUAÇÕES
Todas as pessoas queimam calorias diariamente ao
se movimentar, se exercitar e realizar suas tarefas
diárias. A maioria das pessoas adultas do sexo
feminino precisa de 1.600 a 2.200 calorias por dia,
enquanto os homens adultos precisam de 2.200
a 3.000 calorias por dia. No entanto, a quantidade
de calorias que você precisa a cada dia é exclusiva
do seu corpo e dos níveis de atividades.

As calorias são importantes para funções corporais


básicas, como respiração, circulação sanguínea e
processos celulares.

As pessoas também queimam calorias adicionais


ao realizar movimentos diários, bem como exer-
cícios, que podem variar consideravelmente de
pessoa para pessoa.

SAIBA MAIS

Você já se perguntou quantas calorias você queima


por dia?

A fórmula Mifflin-St Jeor pode ajudá-lo a descobrir


isso. Essa fórmula calcula sua Taxa Metabólica Basal
(TMB), também conhecida como seu gasto de energia
em repouso, que é o número de calorias que seu cor-

12
po precisa para funcionar em repouso. Com mais um
cálculo, que considera seus níveis de atividade, você
pode descobrir quantas calorias você precisa por dia
para manter seu peso atual. Consumir menos calorias
do que isso provavelmente resultará em perda de peso,
enquanto comer mais calorias do que isso provavelmente
levará ao ganho de peso.

MULHERES

(10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm)


– (5 x idade em anos) – 161

HOMENS

(10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm)


– (5 x idade em anos) + 5

A quantidade de calorias que uma pessoa deve


queimar em um dia dependerá, em grande parte, de
suas metas pessoais de saúde e condicionamento
físico, bem como de outros fatores, como idade,
sexo, altura, peso e níveis de atividade.

PERDA DE PESO
Para perder peso, a pessoa deve estar em déficit
calórico. Isso significa que o consumo de calorias
deve ser menor do que o corpo precisa, queimando
calorias adicionais. Para que haja uma perda de
peso sustentável, um déficit calórico ideal será de
cerca de 10 a 20% menor do que o gasto energético
diário total.

13
Exercícios diários, realizados habitualmente, afe-
tam na quantidade de queima de calorias diárias
em repouso. Embora a atividade aeróbica possa
queimar mais calorias durante a sessão de treina-
mento, o exercício de resistência aumenta a taxa
metabólica basal por até 14 horas após o exercício.

Digamos que seu corpo precise de 2.200 calorias


por dia. Um déficit calórico de 10 a 20% seria de
1.760 a 1980 calorias diárias.
2.200 − (2.200 𝑥𝑥 0,1) = 1.980

Ou
2.200 − (2.200 𝑥𝑥 0,2) = 1.760

Embora um indivíduo possa perder peso mais


rapidamente com déficit calórico maior, pode ser
difícil de sustentar isso a longo prazo, pois pro-
vavelmente apresentará vontade de se alimentar
significativamente. Nesta situação, o corpo pode
acionar mecanismos de defesa, evitando a perda
de peso, lentidão ou taxa metabólica reduzida.

Além disso, um déficit calórico muito elevado


pode acarretar perda de massa muscular magra.
Por isso um déficit calórico leve, combinado com
treinamento de resistência, pode ajudar a preser-
var a massa muscular magra e, ao mesmo tempo,
promover a perda de gordura.

14
FIQUE ATENTO

A perda de peso pode ser influenciada por uma variedade


de fatores, como idade, genética, hormônios, condições
médicas e medicamentos.

MANUTENÇÃO DE PESO
Para manter o peso, deve-se garantir que a ingestão
de calorias corresponda ao gasto calórico diário.
Para descobrir isso, o indivíduo precisará calcular
seu gasto energético diário total, ou seja, o número
de calorias que seu corpo precisa para sustentar
o peso atual.

Caso haja aumento de peso, isso provavelmente é


um sinal de que está havendo um consumo maior
de calorias ou diminuição do gasto de calorias. Se
houver perda de peso, significa que o consumo de
calorias está inferior à necessidade corporal ou
ampliação do gasto de calorias.

GANHO DE PESO
Se o objetivo do indivíduo for o ganho de peso, é
necessário aumentar a ingestão de calorias diá-
rias, gastar menos calorias ou uma combinação
de ambos. O procedimento deve ser o mesmo do
caso de déficit calórico, acompanhando também
um processo lento para garantir um resultado de

15
maneira sustentável. A ampliação calórica ideal
deve ser entre 10 e 20%, permitindo um ganho de
peso lento e gradual.

Se suas necessidades calóricas forem de 2.200


calorias diárias, por exemplo, um excedente calórico
de 10 a 20% seria de 2.420 a 2.460 calorias por dia.
2.200 + (2.200 𝑥𝑥 0,1) = 2.420

Ou
2.200 + (2.200 𝑥𝑥 0,2) = 2.460

Embora possa parecer óbvio ingerir uma quanti-


dade muito grande de gordura e limitar a atividade
física, essa estratégia não é a ideal, pois provavel-
mente haverá um acúmulo excessivo de gordura
e o indivíduo não será beneficiado pelos variados
fatores que o exercício proporcionará para sua
saúde. Idealmente, seria necessária ingestão de
alimentos ricos em nutrientes, que sejam mais
calóricos, para proporcionar o ganho de massa
de maneira gradual.

PRINCIPAIS CÁLCULOS
Taxa metabólica basal (TMB)
A TMB é o número de calorias que o corpo precisa
para funcionar, excluindo atividade física e outros
movimentos.

16
Por exemplo, um homem de 40 anos, pesando 81,6
kg e que tem 183 cm de altura, tem uma TMB de
1.767. Isso significa que, em repouso, ele queimará
aproximadamente 1.767 calorias diárias.
(𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒙𝒙 𝟖𝟖𝟖𝟖, 𝟔𝟔) + (𝟔𝟔, 𝟐𝟐𝟐𝟐 𝒙𝒙 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏) − (𝟓𝟓 𝒙𝒙 𝟒𝟒𝟒𝟒) + 𝟓𝟓 = 𝟏𝟏. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕

Cálculo do nível de atividade diária


Neste momento, iremos estabelecer o nível de
atividade diária do indivíduo de acordo com as
referências de uma tabela preestabelecida, cujos
níveis de atividade que a equação utiliza são:
y 1,2: sedentário (pouco ou nenhum exercício);
y 1,375: levemente ativo (exercício leve 1 a 3
vezes na semana);
y 1,55: moderadamente ativo (exercício moderado
3 a 5 dias por semana);
y 1,725: muito ativo (exercício intenso de 6 a 7
dias por semana);
y 1,9: extra ativo (exercício muito intenso, trei-
namento ou trabalho físico).

Por exemplo, um carteiro que caminha todos os


dias em função de seu trabalho, dependendo da
extensão e dificuldade do percurso, teria um nível
de atividade de 1,725.

Uma funcionária de escritório que caminha de 3 a


5 vezes na semana com o intuito de se exercitar,
teria um nível de atividade de 1,55.

17
Equação completa
𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻 𝒙𝒙 𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝒐𝒐 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑

Por exemplo, uma mulher de 68 kg que é extra ativa


precisará de 2.611 calorias para manter seu peso.
𝟏𝟏. 𝟑𝟑𝟑𝟑𝟑𝟑 (𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻) 𝒙𝒙 𝟏𝟏, 𝟗𝟗 (𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂) = 𝟐𝟐. 𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔 𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄

Já um homem de 81,6 kg, moderadamente ativo,


precisará de 2.742 calorias para manter seu peso.
𝟏𝟏. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕 (𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻𝑻) 𝒙𝒙 𝟏𝟏, 𝟓𝟓𝟓𝟓 (𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂) = 𝟐𝟐. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕 𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄

A quantidade de calorias que o corpo precisa dia-


riamente é exclusiva de cada indivíduo e dependerá
de hábitos de vida e objetivos de saúde. Embora
o homem e a mulher em média necessitem de
aproximadamente 2.200 a 3.000 e 1.600 a 2.200
calorias diárias respectivamente, suas necessida-
des podem diferir, dependendo da altura, peso e
nível de atividade.

Aprender a calcular as necessidades calóricas


individuais é uma maneira assertiva para estabele-
cer sessões de treinamentos eficientes, atingindo
metas de saúde e condicionamento físico, como
perder, manter ou ganhar peso.

18
ORIENTAÇÕES PARA
PRESCRIÇÃO DE
EXERCÍCIO FÍSICO PARA
PESSOAS COM OBESIDADE
Adultos com sobrepeso ou obesidade devem ser
incentivados a aumentar seus níveis de atividade
física, mesmo que não haja perca de peso como
finalidade, pois os benefícios da atividade física
para a saúde são muitos, como a redução do risco
de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Esses indivíduos devem ser encorajados a reali-
zar no mínimo 30 minutos de atividade física de
intensidade moderada em 5 (cinco) ou mais dias
por semana.

A atividade pode ser realizada em uma sessão


ou em várias com duração de 10 (dez) minutos
ou mais. Para aqueles indivíduos que já atingiram
esse nível de atividade, ampliar a quantidade de
atividade física será uma estratégia eficiente para
perda de peso – caso esse seja o objetivo.

O processo para prescrição de exercícios para


pessoas com obesidade deve começar com uma
avaliação criteriosa, desta maneira as comorbidades
da obesidade, como osteoartrite e doenças meta-
bólicas e cardiovasculares, devem ser abordadas
nas recomendações dos exercícios.

19
O Questionário de Prontidão para Atividade Física
(PAR-Q) é uma ferramenta tradicional de 7 (sete)
perguntas, utilizado para identificar se os indivíduos
podem precisar de uma avaliação médica mais
aprofundada antes do início da atividade física, caso
a resposta seja sim em uma ou mais perguntas.

Tabela 2: Questionário de prontidão para atividade física


PAR-Q Physical Activity Readness Questionnaire
1) Algum médico já disse que você possui algum problema de
coração e que só deveria realizar atividade física supervisiona-
do por profissionais de saúde?
( ) SIM ( ) NÃO
2) Você sente dores no peito quando pratica atividade física?
( ) SIM ( ) NÃO
3) No último mês, você sentiu dores no peito quando praticou
atividade física?
( ) SIM ( ) NÃO
4) Você apresenta desequilíbrio devido à tontura e/ou à perda
de consciência?
( ) SIM ( ) NÃO
5) Você possui algum problema ósseo ou articular que poderia
ser piorado pela atividade física?
( ) SIM ( ) NÃO
6) Você toma atualmente algum medicamento para pressão
arterial e/ou problema de coração?
( ) SIM ( ) NÃO
7) Você sabe de alguma outra razão por que você não deve
praticar atividades esportivas?
( ) SIM ( ) NÃO

Fonte: Elaboração própria.

20
FIQUE ATENTO

Os fatores de risco para doença arterial coronariana


incluem histórico familiar, tabagismo, hipertensão, disli-
pidemia, diabetes, obesidade e sedentarismo. Um fator
de risco negativo é o colesterol sérico de lipoproteína
de densidade elevada. Os sinais e sintomas de doenças
cardiovasculares, pulmonar ou metabólica incluem dor
toráxica ou equivalente anginoso, dispneia ao repouso
ou esforço, sincope ou tontura, ortopneia ou dispneia
paroxística noturna, edema, palpitações ou taquicar-
dia, claudicação, sopro cardíaco e fadiga incomum ao
realizar atividades.

Recomenda-se um aprofundamento nos protocolos


de avaliações, pois através deles pode-se atribuir
categorias de estratificação de risco, como algu-
mas apresentadas a seguir:
y Baixo risco: homens assintomáticos com
menos de 45 anos e mulheres com menos de 55
anos, com não mais que um fator de risco.
y Risco moderado: homens com 45 anos ou
mais e mulheres com 55 anos ou mais com dois
ou mais fatores de risco.
y Alto risco: indivíduos com sinais e sintomas
mencionados anteriormente ou aqueles com do-
ença cardiovascular conhecida.

21
A seguinte descrição geral das diretrizes de con-
dicionamento físico e prescrição de exercícios
serve como estrutura para uma discussão mais
detalhada das recomendações de exercícios para
pessoas com obesidade. A aptidão física relacio-
nada à saúde inclui três componentes: aptidão
cardiorrespiratória; composição corporal; aptidão
muscular.

As diretrizes do ACSM (American College of Sport


Medicine) e dos Centros de Controle e Prevenção
de Doenças sugerem “30 minutos ou mais de ati-
vidade física moderada na maioria das vezes e,
de preferência, em todos os dias da semana”. O
treinamento físico segue os princípios fisiológicos
fundamentais de sobrecarga e especificidade, em
que a adaptação fisiológica requer um aumento
progressivo dos estímulos de exercício específicos
dos músculos envolvidos e do tipo de exercício.

Uma prescrição de exercício define o modo, in-


tensidade, duração e frequência das atividades
de exercício, sendo que um amplo programa de
condicionamento físico que usa a maioria dos
principais grupos musculares transfere o efeito
do treinamento para atividades vocacionais e
recreativas.

Os componentes de uma determinada sessão de


treinamento incluem o aquecimento, a fase de

22
condicionamento e o desaquecimento. O aque-
cimento de 5 a 20 minutos prepara os músculos
para exercícios mais vigorosos e pode reduzir
lesões. Já o alongamento é recomendado após o
aquecimento e reduz a lesão muscular. Por fim, a
fase de condicionamento envolve uma sessão de
treinamento cardiorrespiratório ou de resistência
com duração de 20 a 60 minutos, que é seguida
por um desaquecimento, que pode atenuar a hi-
potensão pós-exercício, permitindo uma melhor
dissipação do calor corporal, a remoção do ácido
lático, mitigar o aumento de catecolaminas poten-
cialmente arritmogênicas e possivelmente reduz
o risco de eventos cardíacos durante o período de
recuperação.

O condicionamento cardiorrespiratório utiliza


grandes grupos musculares na atividade dinâmica
rítmica, como corrida, jogging, ciclismo, natação
e caminhada.

A aptidão cardiorrespiratória é definida pela ca-


pacidade aeróbica ou pelo VO2 máximo, que é o
volume de oxigênio consumido durante a realização
de uma atividade física aeróbica. A intensidade
do treinamento é estimada com base em cálcu-
los usando porcentagens que dependem do nível
geral de condicionamento físico e do estágio de
progressão de um programa de exercícios. Vários
métodos de determinação do VO2 máximo e es-

23
timativa das zonas de treinamento são baseados
em medidas diretas ou estimativas da frequência
cardíaca, pois a frequência cardíaca e o consumo
de oxigênio por unidade de tempo (VO2) estão
relacionados linearmente.

A medição direta de VO2 máximo requer equi-


pamentos e conhecimentos especiais. Portanto,
as estimativas de frequência cardíaca, embora
propensas a imprecisões, são mais práticas para
uso rotineiro. As faixas de treinamento recomen-
dadas variam de 40% ou 50% a 85% da reserva de
consumo de oxigênio (VO2 reserva) ou reserva de
frequência cardíaca, ou de 64% ou 70% a 94% da
frequência cardíaca máxima. A reserva de VO2
é a diferença entre o VO2 máximo e o VO2 em
repouso, e a reserva de frequência cardíaca é a
diferença entre a frequência cardíaca máxima e a
frequência cardíaca em repouso. A extremidade
inferior dessas escalas representa valores de limiar
para estimulação fisiológica, e as taxas mais altas
representam zonas de treinamento adaptadas para
indivíduos acostumados. A intensidade do exercício
acima do limite superior torna-se anaeróbica, não
oferecendo benefício adicional e podendo induzir
lesão ou retrocesso no desempenho.

24
FIQUE ATENTO

O teste de Cooper é um dos testes mais simples e con-


fiáveis para estimar nosso VO2 máximo. É um teste que
consiste em o sujeito tentar percorrer a distância máxima
possível durante 12 minutos – sendo que o terreno para
o teste deve ser plano e não deve ter obstáculos para
que os resultados não sejam falsificados por essas con-
dições. Uma vez realizado o teste e obtida a distância
em metros, a seguinte equação deve ser realizada para
encontrar o nosso VO2 máximo:
𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = 𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 𝒙𝒙 𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫𝑫 (𝒎𝒎) − 𝟏𝟏𝟏𝟏, 𝟑𝟑

Por exemplo, se o resultado do teste for 2500 m, nosso


VO2 máximo seria o seguinte:
𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = (𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 𝒙𝒙 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐) − 𝟏𝟏𝟏𝟏, 𝟑𝟑 = 𝟓𝟓𝟓𝟓, 𝟕𝟕 𝒎𝒎𝒎𝒎/𝒌𝒌𝒌𝒌 /𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎

A duração das sessões de exercício deve ser de 20


a 60 minutos – apesar de existir um debate sobre
o valor de realizar exercícios em sessões cumu-
lativas mais curtas ao longo do dia. A frequência
das sessões de exercícios cardiorrespiratórios deve
ser de 3 a 5 dias por semana, e não se recomenda
o aumento dessas sessões porque o benefício
adicional obtido pelo treinamento além de 6 dias
por semana é mínimo e pode acarretar taxas mais
altas de lesões.

25
A progressão é um conceito que descreve a
adaptação de um participante ao longo do tempo,
necessitando de um estímulo de volume de exer-
cício aumentado, cujo volume é uma função da
intensidade, frequência e duração. A progressão
consiste nos estágios iniciais, de melhoria e de
manutenção, e destaca-se que a intensidade e
a duração são menores no estágio inicial, pois a
pessoa precisa se acostumar com o exercício e
desenvolver a tolerância ortopédica.

A fase inicial ocorre durante as primeiras seis se-


manas ou mais de um novo programa, enquanto o
estágio de melhora segue pelos próximos quatro
a oito meses e inclui um aumento gradual no es-
tímulo geral do exercício, sendo que os aumentos
na duração ou frequência devem preceder os au-
mentos na intensidade. Finalmente, um estágio
de manutenção de longo prazo se concentra na
participação contínua em exercícios agradáveis
e variados.

O treinamento de resistência é recomendado como


parte de um programa geral de condicionamento
físico, pois esse treinamento sozinho faz pouco para
aumentar o VO2 máximo, gasta apenas quantidades
moderadas de calorias e afeta marginalmente a
taxa metabólica de repouso. Os benefícios do trei-
namento resistido incluem melhora da densidade
óssea e melhora no desempenho das atividades

26
da vida diária, e destacamos que as séries de oito
a doze repetições, sendo que a última série resulte
em fadiga volitiva, aumentam a força e resistência
muscular.

Uma prescrição típica de exercícios de treinamen-


to de resistência inclui de oito a dez exercícios
separados que envolvem os principais grupos
musculares dos quadris, coxas, pernas, costas,
peito, ombros, braços e abdômen. Uma série de
cada exercício é considerada adequada quando
realizada em dois ou três dias não consecutivos por
semana, e o treinamento de resistência segue uma
progressão em fases semelhantes ao treinamento
de condicionamento cardiovascular, mas a maior
diferença entre os dois é o aumento da resistência.

Programas de intervenção eficazes devem se


concentrar na modificação da dieta e no gasto
energético. Os objetivos de uma prescrição de
exercícios para tratar a obesidade, em ordem de-
crescente de prioridade, são a prevenção do ganho
de peso adicional, a redução do peso corporal e a
manutenção a longo prazo do peso corporal redu-
zido. A normalização do peso corporal é um alvo
muito agressivo, e ganhos lentos e constantes ao
longo do tempo são mais apropriados, por isso o
ideal é que os programas devem visar a redução
de peso a longo prazo de 5% a 10%.

27
O exercício aeróbico e a atividade física durante
as partes do dia sem exercício também podem au-
mentar o gasto total de energia, e até mesmo níveis
limitados de perda de peso podem ter influências
positivas significativas na melhoria da saúde e no
gerenciamento de fatores de risco na presença de
doenças hipocinéticas. A manutenção do exercício
é um preditor do controle de peso a longo prazo e
da prevenção da recuperação, mas é importante
ter em mente que o treinamento físico é mais
eficaz na redução do peso corporal na obesidade
moderada do que na obesidade mórbida.

28
ANATOMIA E FISIOLOGIA
DA DIABETES
A diabetes mellitus (DM), também conhecida
simplesmente como diabetes, é um distúrbio me-
tabólico complexo caracterizado por hiperglicemia,
uma condição fisiologicamente anormal represen-
tada por níveis elevados e contínuos de glicose
no sangue. A hiperglicemia resulta de anomalias
na secreção ou na ação da insulina, ou na junção
desses fatores, e se manifesta de forma crônica
e heterogênea como disfunções metabólicas de
carboidratos, gorduras e proteínas. A diabetes
segue um padrão progressivo com patogênese
complexa e apresentação variada.
A hiperglicemia e suas disfunções metabólicas
associadas a carboidratos, gorduras e proteínas
afetam vários órgãos do corpo e interrompem seu
funcionamento normal. Essas rupturas progridem
gradualmente e surgem principalmente devido aos
efeitos adversos da hiperglicemia e suas anomalias
metabólicas associadas à estrutura normal e ao
funcionamento da micro e macrovasculatura, que
estão no centro da estrutura do órgão e funcionam
em todo o corpo.

Danos nos órgãos, disfunção e, em última análise,


falência dos órgãos caracterizam essas complica-

29
ções, que podem afetar outros órgãos do corpo,
que incluem, em particular, olhos, rins, coração e
nervos:
y Complicações relacionadas aos olhos resultam
em retinopatia com progressão para cegueira;
y Complicações associadas ao rim levam à ne-
fropatia e potencial insuficiência renal;
y As complicações relacionadas ao coração
incluem hipertensão e doença cardíaca coronária;
y As complicações associadas ao nervo levam à
neuropatia, que pode ser autonômica, periférica ou
de ambas as naturezas. Disfunções cardiovascu-
lares, gastrointestinais e geniturinárias (incluindo
sexuais) são manifestações características de
neuropatia autonômica, enquanto infecções nos
pés, incluindo úlceras que requerem amputações,
e articulação de Charcot (osteoartropatia) são fre-
quentemente associadas à neuropatia periférica
de longo prazo.

A doença cerebrovascular, doença arterial perifé-


rica e doença cardíaca coronária, denominadas
em conjunto como doença cardiovascular ateros-
clerótica, são de ocorrência comum na diabetes
e constituem uma das principais causas de mor-
bidade e mortalidade associadas a essa doença.

A diabetes, com sua prevalência global cada vez


maior, emergiu como um dos mais importantes

30
e desafiadores problemas de saúde enfrentados
pela população humana do mundo atual, pois o
aumento na prevalência de diabetes na maioria
das regiões do mundo tem sido paralelo ao rápido
desenvolvimento econômico, levando à urbanização
e à adoção de hábitos de vida modernos.

No ano de 2019, o número de pessoas adultas de


20 a 79 anos com diabetes foi estimado em cerca
de 463 milhões, o que representa 9,3% do total
da população adulta mundial. A IDF (International
Diabetes Federation – Federação Internacional de
Diabetes) projeta que no ano de 2030 esse número
aumente para 643 milhões, representando 10,2%
do total da população adulta mundial e aumente
ainda mais, para 783 milhões, até o ano de 2045,
o que representa 10,9% do total da população
adulta mundial.

A Diabete Mellitus é caracterizada por patogênese


complexa e apresentação variada, qualquer clas-
sificação desse transtorno, portanto, é arbitrária,
mas ainda assim útil, e muitas vezes é influenciada
pelas condições fisiológicas presentes no momento
da avaliação e diagnóstico.

A classificação atualmente utilizada é baseada


na etiologia e na patogênese da doença e é útil
na avaliação clínica da doença e na decisão da
terapia necessária. De acordo com essa classifica-

31
ção, a diabetes pode ser dividida em quatro tipos
ou categorias principais: Diabetes Mellitus tipo 1
(DM1), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), Diabetes
Mellitus Gestacional (DMG) e Diabetes causada por
condições específicas, patologias e/ou distúrbios.

DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1)


A DM1, também conhecida como DM tipo 1 A,
diabetes mellitus insulinodependente (IDDM), de
acordo com a nomenclatura anterior, ou diabetes
de início juvenil, constitui entre 5 e 10% de todos os
casos de diabetes, sendo um distúrbio autoimune
caracterizado pela destruição mediada por célu-
las T das células beta pancreáticas, que resulta
em deficiência de insulina e, consequentemente,
hiperglicemia.

A patogênese dessa autoimunidade, embora ain-


da não totalmente compreendida, é influenciada
por fatores genéticos e ambientais. A taxa de de-
senvolvimento desta autoimunidade pancreática
específica para células beta e do distúrbio em si é
rápida na maioria dos casos, como em lactentes e
crianças (início juvenil) ou pode ser gradual como
em adultos (início tardio).

A variabilidade na taxa em que ocorre a destruição


imunomediada das células beta pancreáticas geral-
mente define a eventual progressão desta doença.
Em alguns casos, em crianças e adolescentes, a

32
destruição das células beta e posterior falência
ocorre repentinamente, podendo levar à cetoacidose
diabética, muitas vezes descrita como a primeira
manifestação da doença. Apesar dessa circunstân-
cia, a progressão da doença pode ser muito lenta
com um leve aumento da glicemia de jejum, que
assume uma forma hiperglicêmica grave com ou
sem cetoacidose, apenas na presença de condições
de estresse fisiológico, como infecções graves ou
aparecimento de outros distúrbios. Em alguns outros
casos, que incluem adultos, as células beta podem
reter algum grau de função para secretar apenas
a quantidade de insulina suficiente apenas para
prevenir a cetoacidose por muitos anos. No entanto,
devido à deficiência progressiva de insulina, esses
indivíduos se tornam insulinodependentes com o
surgimento de hiperglicemia grave e subsequente
cetoacidose. Apesar da progressão variável deste
tipo de diabetes, os indivíduos afetados no início,
no meio ou mesmo nas fases posteriores de sua
vida tornam-se severa ou absolutamente deficien-
tes em insulina e dependentes do tratamento com
insulina para sua sobrevivência.

DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2)


A DM2, também conhecida como diabetes mellitus
não insulinodependente, ou diabetes do adulto,
de acordo com a nomenclatura anterior, constitui
entre 90 e 95% de todos os casos de diabetes,

33
sendo caracterizado por duas principais anoma-
lias relacionadas à insulina: resistência à insulina
e disfunção das células beta.

A resistência à insulina resulta da interrupção de


várias vias celulares, que levam a uma resposta
diminuída ou sensibilidade das células nos tecidos
periféricos, em particular no músculo, fígado e te-
cido adiposo em relação à insulina. Nos estágios
iniciais da doença, a diminuição da sensibilidade
à insulina desencadeia a hiperfunção das células
beta para alcançar um aumento compensatório na
secreção de insulina para manter a normoglicemia.
Os níveis mais elevados de insulina circulante
(hiperinsulinemia), portanto, previnem a hipergli-
cemia. No entanto, gradualmente, o aumento da
secreção de insulina pelas células beta não é ca-
paz de compensar suficientemente a diminuição
da sensibilidade à insulina, além disso, a função
das células beta começa a fazer menos efeito e a
disfunção delas eventualmente leva à deficiência
de insulina. Como resultado, a normoglicemia
não pode mais ser mantida e a hiperglicemia se
desenvolve.

A DM2 progride muito lentamente e de forma assin-


tomática, com hiperglicemia leve se desenvolvendo
ao longo dos anos e, como tal, permanece em
grande parte não diagnosticada até o aparecimento
de sintomas clássicos associados à hiperglicemia

34
grave, como perda de peso, déficit de crescimento,
visão turva, poliúria e polidipsia nos estágios avan-
çados da doença. A patogênese e etiologia dessa
forma de diabetes é complexa e envolve múltiplos
fatores conhecidos e desconhecidos, que de forma
conclusiva podem ser descritos como uma combi-
nação de predisposições genéticas (poligênicas)
e fortes influências ambientais.

A obesidade desempenha um papel importante


na regulação homeostática da glicose sistêmica
devido à sua influência no desenvolvimento da
resistência à insulina por meio de seu efeito na
sensibilidade dos tecidos à insulina e, como tal, a
maioria, mas nem todos os pacientes com DM2,
apresenta sobrepeso ou obesidade. O aumento do
teor de gordura corporal, característica da obesida-
de, é um fator de risco tão importante para o DM2
que não apenas a quantidade total, mas também
a própria distribuição da gordura corporal define
o desenvolvimento de resistência à insulina e,
posteriormente, hiperglicemia.

O aumento da gordura abdominal ou obesidade


visceral tem sido frequentemente associado a esse
tipo de diabetes em comparação ao aumento da
gordura glútea e subcutânea ou obesidade perifé-
rica. Devido à sua forte associação ao aumento do
teor de gordura corporal ou obesidade, os pacien-
tes com DM2 frequentemente apresentam vários

35
fatores de risco cardiovascular, como hipertensão
e anormalidades metabólicas das lipoproteínas
caracterizadas por triglicerídeos elevados e baixos
níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDLs).
Devido à sua duração ao longo da vida e aos diversos
distúrbios metabólicos associados característicos
da hiperglicemia, na figura 5 é listado alguns dos
principais fatores de risco da DM2.

Figura 5: Fatores de risco DM2

Obesidade

Resistência Idade
à insulina

FATORES
DE RISCO
(DM2)

Sindrome
do ovário Histórico
policistico Familiar

Sedentarismo

Fonte: Elaboração própria.

36
DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
(DMG)
A DMG é definida como qualquer grau de intolerân-
cia à glicose ou diabetes diagnosticada no início
ou durante a gravidez, geralmente no segundo ou
terceiro trimestre.

A DMG é diferente de qualquer diabetes preexistente


em mulheres durante a gravidez e geralmente se
resolve logo após o parto ou interrupção da gravidez.

Durante o início da gravidez, tanto a glicemia de


jejum quanto a pós-prandial é geralmente inferior
ao normal, mas os níveis de glicose no sangue au-
mentam durante o terceiro trimestre de gravidez e,
nos casos em que esse nível de glicose no sangue
atinge os níveis diabéticos, a condição é descrita
como DMG. Mais de 90% de todos os casos de
diabetes e suas complicações que ocorrem durante
a gravidez podem ser atribuídos ao DMG.

A incidência de DMG varia de 1% a 14% de todas as


gestações e sua prevalência é muito influenciada
pelas populações estudadas: o risco de DMG au-
menta com a idade, obesidade, gravidez anterior
com bebês grandes e qualquer história anterior de
intolerância à glicose ou DMG. A triagem regular e
vitalícia para qualquer tipo de alteração glicêmica
é, portanto, altamente recomendada para garantir
o diagnóstico precoce de DM2 nesses indivíduos.

37
DIABETES CAUSADAS POR
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
Além de DM1, DM2 e DMG, a diabetes pode se
apresentar em várias outras formas, como a por
condições específicas, embora em percentuais
menores em relação ao cenário geral de incidência
diabética, está associado a algumas condições
específicas, incluindo várias patologias ou distúr-
bios. Entre esses tipos de diabetes, destacam-se
a diabetes resultante de defeitos monogênicos na
função das células beta e aquelas decorrentes de
anormalidades genéticas na ação da insulina, en-
docrinopatias, patologias pancreáticas exócrinas
e várias outras condições específicas.

38
DIABETES: PRINCIPAIS
MEDICAMENTOS ORAIS E
TIPOS DE INSULINA
Já a mencionamos algumas vezes durante esse
e-book, mas o que são as células beta? São as
células que produzem o hormônio insulina e es-
tão presentes no pâncreas. Já a importância da
insulina é que é esse hormônio que ajuda o corpo
a usar a glicose no sangue (um tipo de açúcar)
para obter energia. Quando comemos e absorve-
mos alimentos, os níveis de glicose aumentam e
a insulina é liberada.

A medicação de insulina é sempre necessária para


os indivíduos que possuem diabetes tipo 1, haja
vista que o corpo não possui uma fonte interna de
insulina, e pessoas com diabetes tipo 2 também
podem precisar de medicamentos orais ou de
insulina para controlar a diabetes.

Medicamentos orais para diabetes, ou seja, to-


mados por via oral, ajudam a controlar os níveis
de açúcar no sangue (glicose) em pessoas cujos
corpos ainda produzem certa quantidade de insu-
lina, como algumas pessoas com diabetes tipo 2.
Além desse medicamento, são prescritos a esse
grupo exercícios regulares e mudanças na dieta.
Muitos medicamentos orais para diabetes podem

39
ser usados em combinação ou com insulina para
obter o melhor controle da glicose no sangue. Na
tabela 3 a seguir são apresentados alguns tipos
e descritivos.

Tabela 3: Tipos e descritivos de medicamentos para


diabetes
Sulfonilureias Reduzem a glicose no sangue, fazendo
com que o pâncreas libere mais insulina.
Biguanidas Reduzem a quantidade de glicose que o
fígado produz e melhoram a forma como
a insulina funciona no corpo, retardando a
conversão de carboidratos em açúcar.
Tiazolidinedionas Melhoram a maneira como a insulina
funciona no corpo, permitindo que mais
glicose entre nos músculos, na gordura e
no fígado.
Inibidores da Reduzem a glicose no sangue, atrasando
alfa-glicosidase a quebra de carboidratos e reduzindo a
absorção de glicose no intestino delgado.
Também bloqueiam certas enzimas para
retardar a digestão de alguns amidos.
Meglitinida Reduzem a glicose no sangue, fazendo
com que o pâncreas libere mais insulina.
Inibidores de Ajudam o pâncreas a liberar mais insulina
DPP-4 após as refeições. Também diminuem a
quantidade de glicose liberada pelo fígado.
Inibidores de Funcionam nos rins para remover o açúcar
SGLT2 extra do corpo.
Sequestrante de Reduz os níveis de colesterol e açúcar no
ácidos biliares sangue em pacientes com diabetes.
Agonista de Reduz a quantidade de glicose liberada
dopamina pelo fígado.

Fonte: Elaboração própria.

40
Muitas pessoas com diabetes podem usar diferen-
tes tipos de insulinas para obter o efeito ideal em
seus níveis de açúcar no sangue. A partir disso,
apresentaremos aqui cinco tipos de insulina para
diabetes:
y As insulinas de ação rápida começam a funcionar
em menos de 15 minutos, atingem o pico em uma
hora e seu efeito dura entre duas e quatro horas.
y A insulina regular, também conhecida como
insulina de ação curta, leva cerca de 30 minutos
para chegar à corrente sanguínea. Seu efeito má-
ximo é em cerca de duas a três horas, e seu efeito
permanece por entre três e seis horas.
y A insulina de ação intermediária atinge a
corrente sanguínea entre duas e quatro horas,
atingindo o pico entre quatro e 12 horas e funciona
por até 18 horas.
y A insulina de ação prolongada leva de seis a
dez horas para começar a funcionar, mas dura de
20 a 24 horas.
y As insulinas pré-misturadas são insulinas que
possuem composição de distribuição variadas (50
por 50%, ou 25 por 75% de tipos diferentes de in-
sulinas), normalmente usadas antes das refeições
e até duas vezes ao dia.

Os principais efeitos colaterais da insulina têm a ver


com o uso deficitário ou, inversamente, abundante

41
do medicamento, podendo, primeiramente, resultar
em açúcar elevado no sangue ou hiperglicemia.

Uma pessoa com diabetes que tem hiperglicemia


com frequência ou por longos períodos pode sofrer
danos nos vasos sanguíneos, nervos e órgãos. No
pior cenário, a hiperglicemia pode levar à cetoa-
cidose diabética, uma condição potencialmente
fatal, que tem como primeiros sintomas a perda
de apetite, sede, rubor, sonolência e odor frutado
no hálito.

O baixo nível de açúcar no sangue, ou hipoglicemia,


pode resultar da ingestão excessiva de insulina,
embora a falta de refeições e o exercício exces-
sivo também possam causar isso, e é condição
que também pode ser fatal. Os sinais iniciais de
hipoglicemia incluem tontura, sudorese, tremor,
confusão e fome – sendo importante intervir antes
que os sintomas progridam.

Já altas doses de insulina podem diminuir os níveis


de potássio, que se ficar muito baixo (hipocalemia)
pode causar dores musculares ou fraqueza, ritmos
cardíacos anormais e até a morte.

Outros efeitos colaterais da insulina incluem a


quebra de gordura no local da injeção (o local da
injeção pode estar deprimido ou aumentado) e re-
ações alérgicas, que podem ser locais ou envolver
todo o corpo – esse segundo caso pode ser fatal.

42
ORIENTAÇÕES PARA
PRESCRIÇÃO DE
EXERCÍCIO FÍSICO PARA
PESSOAS COM DIABETES
A prática de exercícios físicos é uma forma eficaz
de prevenção de complicações da diabetes, pois
eles são benéficos ao estimular a produção de
insulina e facilitar o seu transporte para as células.

RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
AERÓBICOS
As diretrizes publicadas da Sociedade Brasileira
de Diabetes 2019-2020 recomendam o acúmulo
de exercícios físicos de um mínimo semanal de
150 min de exercício aeróbico de intensidade
moderada, ou seja, atividades que possam ser
realizadas mantendo uma conversa ininterrupta
(quatro a seis pontos em uma escala de percepção
de esforço de zero a dez pontos, 12 a 13 pontos em
uma escala de percepção de esforço de seis a 20
pontos, 40 a 59% da reserva de frequência cardíaca
ou 64 a 76% da frequência cardíaca máxima), 21
a 23 distribuídos por um mínimo de três dias por
semana com não mais de dois dias consecutivos
sem exercício.

43
Alternativamente, e se não houver contraindica-
ções cardiovasculares ou musculoesqueléticas,
recomenda-se que os indivíduos acumulem um
mínimo semanal de 90 minutos de exercício ae-
róbico de intensidade vigorosa, atividade em que
uma conversa geralmente não pode ser mantida
ininterruptamente (entre sete e oito pontos em
uma escala de percepção de esforço de zero a
dez pontos, 14 a 17 pontos em uma escala de
percepção de esforço de seis a 20 pontos, 60 a
89% da reserva de frequência cardíaca ou 77 a
95% da frequência cardíaca máxima).

O exercício aeróbico pode ser praticado ao longo


do dia em sessões de pelo menos dez minutos de
duração, e combinações de exercícios moderados
e vigorosos podem ser realizados para atingir o vo-
lume total de exercícios aeróbicos recomendados.
Para a maioria dos indivíduos com diabetes tipo
2, a caminhada rápida é um exercício aeróbico de
intensidade moderada e a corrida é um exercício
aeróbico de intensidade vigorosa.

Mais benefícios podem ser obtidos praticando


volumes de exercícios aeróbicos superiores às
quantidades recomendadas, o que pode ser muito
importante em casos de obesidade.

44
RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
RESISTIDOS
O exercício resistido para fortalecimento muscular
também é recomendado além dos exercícios ae-
róbicos, inclusive para as diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes 2019-2020. A recomendação
é a frequência mínima semanal de exercícios –
pelo menos duas vezes por semana, em dias não
consecutivos. Recomenda-se de uma a quatro
séries de cinco a dez exercícios multiarticulares
envolvendo os principais grupos musculares por
sessão de exercício.

É aconselhável uma progressão lenta do número


de séries e da carga utilizada. Inicialmente, deve-
-se realizar apenas uma série de cada exercício,
com carga que permita a realização de 10 a 15
repetições (50 a 69% de uma repetição máxima
– intensidade moderada). Após alguns meses de
treinamento, deve-se selecionar uma carga que não
permita a realização de mais de 8 a 10 repetições
e que resulte em fadiga muscular local (70 a 84%
de uma repetição máxima – intensidade vigorosa).
Exercícios aeróbicos e de resistência combinados na
mesma sessão de exercício têm um impacto mais
favorável no controle glicêmico do que exercícios
aeróbicos ou de resistência sozinhos.

45
RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS
DE FLEXIBILIDADE
Exercícios de flexibilidade também são reco-
mendados. Eles complementam outros tipos de
exercícios e são particularmente úteis para idosos
com diabetes tipo 2.

Os indivíduos podem se beneficiar de uma avaliação


pré-exercício, de um planejamento adequado das
sessões de exercício (como a progressão lenta
da carga de exercício, períodos de aquecimento
e desaquecimento e pausas para hidratação) e
exercícios supervisionados para que haja um moni-
toramento sistemático da intensidade do exercício,
observação dos pés e monitoramento regular da
glicemia e dos níveis de pressão arterial, antes e
após o exercício. Esses são aspectos importantes
para garantir a segurança dos indivíduos e prevenir
lesões e eventos adversos relacionados ao exercício.

A figura 6 a seguir apresenta um esquema com o


resumo do que acabamos de tratar sobre ativida-
des físicas:

46
Figura 6: Recomendações de tipos e frequências de
exercícios
Recomendações sobre tipo
e frequência para pessoas
com diabetes aptas
a se exercitarem

Crianças
Adultos Idosos
e adolescentes

Menos de 60 minutos Combinar exercícios


Idosos
por dia de atividades aeróbios e resistidos e
moderadas ou diminuir o tempo gasto em
intensidade vigorosa atividades sedentárias
diárias, interrompendo a
cada 30 minutos, sendo:
aproximadamente 150
minutos de exercícios por
semana de exercícios
aeróbicos e duas ou três
sessões de exercícios
resisitidos por semana

Jovens bem condicionados


podem diminuir pela metade o
tempo de exercício aeróbico.

Fonte: American Diabetes Association apud Diretrizes SBD,


2019, p. 148.

47
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordamos ao longo do texto a relação complexa
entre a ingestão e o gasto de energia que resulta
em uma homeostase resistente a mudanças,
acarretando implicações negativas para a saúde.
Além disso, caracterizamos a fisiopatologia da
obesidade e da diabetes e a importância da prática
de exercícios regulares para os indivíduos, além
dos aspectos relacionados às comorbidades e
suas implicações com os medicamentos.

Somente após este conhecimento e compreensão


do indivíduo será possível realizar uma avaliação
completa, a partir da identificação de características
individuais, recursos, disponibilidade e objetivos,
para a realização de programas de exercícios
físicos adequados e efetivos, considerando a indi-
vidualidade biológica, adaptabilidade, sobrecarga
progressiva, especificidade e reversibilidade.

48
Referências Bibliográficas
& Consultadas
FORTI, A. C et al (Orgs.). Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo:
Editora Clannad. 2019.

GREGUOL, M.; COSTA, R. F. Atividade física


adaptada: qualidade de vida para pessoas com
necessidades especiais. 4. ed. Barueri: Manole,
2019. [Minha Biblioteca].

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. Home


Page. IDF Diabetes Atlas. 2022. Disponível em:
https://diabetesatlas.org/#. Acesso em: 10 de
outubro de 2022.

JAKICIC, C. et al. Posição do American College


of Sports Medicine: estratégias de intervenção
apropriadas para perda de peso e prevenção de
reganho de peso para adultos. Med Sci Sports
Exerc. v. 41, n. 2. p. 459-471, 2009. Disponível
em: https://journals.lww.com/acsm-msse/
Fulltext/2009/02000/Appropriate_Physical_
Activity_Intervention.26.aspx. Acesso em: 10 de
outubro de 2022.

LEHNEN, A. M.; FAGUNDES, D. S.; OLIVEIRA


JUNIOR, L. L.; ROMÃO, M. F. Exercício físico
para populações especiais. 1. ed. Porto Alegre:
SAGAH, 2019. [Minha biblioteca].

MAZINI FILHO, M. L.; SAVOIA, R. P.; NOVAES,


G. S.; VENTURINI, G. R. O. Grupos especiais:
prescrição de exercício físico: uma abordagem
prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018.
[Minha Biblioteca].

MORIYA, J. Critical roles of inflammation in


atherosclerosis. Journal of Cardiology v. 73,
n. 1, p. 22-27, 2019. Disponível em: https://
www.journal-of-cardiology.com/article/S0914-
5087(18)30145-X/fulltext. Acesso em: 10 de
outubro de 2022.

LANCHA JUNIOR, A. H.; LANCHA, L. O.


P. Emagrecimento: Uma abordagem
multidisciplinar. 1. ed. São Paulo: Editora dos
Editores Eireli, 2021. [Biblioteca Virtual].

NEGRÃO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. Cardiologia


do Exercício: do atleta ao cardiopata. 1. ed.
Barueri: Manole, 2010. [Minha Biblioteca].

SOUSA, C. A. Exercício físico para pessoas com


doenças pulmonares. 1. ed. São Paulo: Phorte,
2011. [Biblioteca Virtual].

VAISBERG, M.; MELLO, M. T. Exercício na saúde


e na doença. 1. ed. São Paulo: Manole, 2010.
[Minha Biblioteca].

Você também pode gostar