Você está na página 1de 22

SUMÁRIO

Disciplina
Exames bioquímicos em obesidade e diabetes
41
Padrão dietético - 04

- Impactos no consumo - 07

Obesidade e marcadores de inflamação - 08

- Exames bioquímicos de inflamação - 10

Parâmetros glicídicos - 12

- Exames bioquímicos de glicemia - 12

Parâmetros lipídicos - 14

- Lipidograma - 15

Alterações em hormônios sexuais - 17

- Exames bioquímicos em hormônios sexuais e obesidade -18

Alterações em parâmetros hepáticos - 20

- Biomarcadores na doença hepática gordurosa não alcoólica - 20


EXAMES LABORATORIAIS
OBESIDADE E DIABETES

Nas últimas décadas, diante do contexto da globalização e


grande crescimento de empresas multinacionais, o Padrão
Ocidental (Western Diet) de alimentação, originado,
principalmente dos Estados Unidos, foi difundido ao redor do
globo terrestre. O padrão ocidental de alimentação consiste em
uma alimentação rica em açúcares, gorduras saturadas e
alimentos ultraprocessados no geral que, além de serem pobres
em micronutrientes, são adicionados de diversos produtos
químicos como conservantes, aromatizantes, adoçantes, dentre
outros. Soma-se a isso o baixo consumo de frutas e vegetais e de
alimentos integrais no geral.

PADRÃO DIETÉTICO
As multinacionais de alimentos e bebidas estão cada vez mais
voltando seus olhares para países de baixa renda,
estrategicamente usando preços acessíveis e disponibilidade para
aumentar o consumo de alimentos ultraprocessados ​em
detrimento dos alimentos tradicionais.

↑Açúcares
↑Gorduras saturadas ↑Farinhas refinadas
↑Ultraprocessados ↓Frutas e vegetais
Os alimentos que são ultraprocessados, são definidos como
"formulações industriais feitas inteiramente ou principalmente de
substâncias extraídas de alimentos (por exemplo, óleos, gorduras,
açúcar, amido e proteínas), derivadas de constituintes alimentares
(por exemplo , gorduras hidrogenadas e amido modificado), ou
sintetizados em laboratórios a partir de substratos de alimentos
ou outras fontes orgânicas (por exemplo, intensificadores de
sabor, corantes e vários aditivos alimentares usados ​para tornar o
produto altamente palatável).

QUADRO 42.1 Ensaio clínico

O trabalho de HALL ET AL., 2019 teve como objetivo investigar


se os alimentos ultraprocessados afetam a ingestão energética
em adultos com peso estável

20 INDIVÍDUOS DE IDADE MÉDIA DE 31,2 ANOS


E IMC MÉDIO DE 27 KG/M²

Randomizados para receber dois tipos de dieta por 2 semanas,


cada uma. As dietas foram pareadas para apresentar calorias,
açúcar, gordura, fibra e macronutrientes

DIETA NÃO PROCESSADA LOW CALORIE DIET


5,435 kcal 5,436 kcal
CHO: 48.6 % CHO: 47.4 %
PROT: 14 % PROT: 37 %
LIP: 37.4 % LIP: 15,6 %

Durante cada fase os indivíduos receberam até três


refeições diárias e um lanche, onde foram
instruídos a comer tanto ou tão pouco quanto
desejado.

Ao final do estudo foi analisado que a ingestão de energia foi


consistentemente maior durante a dieta ultraprocessada,
atribuída principalmente devido ao aumento da ingestão de
carboidratos e gorduras
Além disso, a ingestão de energia, durante a dieta não
processada, não mudou de forma significativamente ao longo do
tempo. A dieta consumida no café da manhã e almoço foi
significativamente maior durante a dieta ultraprocessada, quando
comparada a dieta não processada. A energia consumida no jantar
e lanche não foram significativamente diferentes entre as duas
dietas.

A dieta ultraprocessada levou ao aumento do peso corporal ao


longo do tempo, ao passo que a dieta não processada levou a
perda de peso. A massa de gordura corporal aumentou ao longo
do tempo de acompanhamento com a dieta ultraprocessada e
diminuiu com a dieta não processada. Houve ainda um aumento
na massa de gordura corporal em 0,4±0,1 kg (p=0,0015) durante a
dieta ultraprocessada e diminuiu 0,3±0,1 kg durante a dieta não
processada (p=0,05). Houveram mudanças em peso, gordura
corporal e massa magra entre as dieta.

Western diet Obesidade

Resistência à Doenças Esteatose Ansiedade e


insulina cardiovasculares hepática depressão

Dentro deste contexto, sabe-se que indivíduos que consomem


grandes quantidades desses tipos de alimentos estão mais
propensos a desenvolverem a obesidade do que pessoas que
consomem relativamente pouco, e a disponibilidade de alimentos
ultraprocessados ​está positivamente associada à prevalência do
quadro de obesidade.
É bem descrito na literatura científica que o padrão ocidental
de alimentação ocasiona impactos negativos à microbiota
intestinal e, consequentemente, à integridade da barreira
intestinal.

Sabe-se que uma alimentação rica em açúcares e gorduras


saturadas, somado à baixa ingestão de fibras, está relacionada á
redução da produção de ácidos graxos de cadeira curta, podendo
culminar em uma disbiose intestinal. Essa disbiose está
relacionada a um “afrouxamento” entre as tight junctions e
consequente aumento da permeabilidade intestinal. O LPS leva a
um quadro de endotoxemia, caracterizado por um aumento na
liberação de citocinas pró-inflamatórias.

IMPACTOS DO CONSUMO
GORDURA

ÁCIDO GRAXOS SATURADOS


- Efeito pró inflamatório
- Aumento de LDL, endotoxemia e indução do estresse celular

COLESTEROL
- Efeito pró inflamatório
- Constituinte do LDL-C, um agente causador da aterosclerose; Quando
cristalizado, ativa o inflamassoma
CARNES E PROCESSADOS

PURINAS
- Efeito pró inflamatório
- Conversão em ácido úrico

HISTIDINA DIETÉTICA
- Efeito pró inflamatório
- Conversão e propionil imidazol, redução da sensibilidade à insulina

CARNITINA DIETÉTICA
- Efeito pró inflamatório
- Conversão em TMAO, promove a aterosclerose e limita o transporte de
colesterol reverso

AÇÚCARES

- Efeito pró inflamatório


- Favorece o ganho de gordura corporal; favorece a disbiose intestinal

OBESIDADE E MARCADORES DE INFLAMAÇÃO

Condições de balanço energético positivo (ingestão calórica


maior que o gasto calórico) de forma crônica é capaz de
desencadear o maior acúmulo lipídico e consequente hipertrofia
(aumento do tamanho) das células do tecido adiposo. Este
aumento anormal do volume dos adipócitos é capaz de fazer com
que estes iniciem um estado de estresse metabólico ( o qual pode
ser evidenciado pela ativação de JNK, NF-kB, MKK e outras kinases)
e hipóxia (causada pelo aumento anormal de volume na ausência
de angiogênese para suprir as necessidades de oxigênio da célula
hipertrofiada, deixando áreas sem o aporte necessário).

Esse ambiente induz um forte estresse ao tecido adiposo,


levando a a secreção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1, TNF-alfa,
e outras), além de ativar a autofagia e apoptose celular. Além
disso, o tecido adiposo nestas condições passa a secretar
mediadores quimiotáticos, os quais estimulam a migração e
diferenciação de monócitos e sua proliferação em macrófagos.
Enquanto no tecido adiposo saudável, há maior proporção de
macrófagos M2, de característica mais anti-inflamatória, no tecido
adiposo com alto grau de hipertrofia, há maior proporção de
macrógafos M1, de característica mais pro-inflamatória, que
promovem uma secreção ainda mais mediadores inflamatórios
como IL-6 e TNF-alfa, condicionando um processo de inflamação
local, o qual futuramente progride para uma inflamação sistêmica
associada ao desenvolvimento das comorbidades relacionadas à
obesidade (em especial, a resistência à insulina).

FUNÇÃO PREJUDICADA O TECIDO ADIPOSO INFLAMADO


Secreção alterada de adipocinas Existe um limite que os adipócitos podem aumentar
Aumento de inflamação local de forma saudável, pois quando a matriz extracelular
Resistência local à insulina não acompanha adequadamente o processo de
Acumulo de gordura ectópica hipertrofia, leva à hipóxia do tecido, inflamação e
Resistência à insulina fibrose.
Resistência à leptina
Inflamação sistêmica

ANGIOGÊNESE FIBROSE

É importante destacar também que esta inflamação localizada


é uma inflamação crônica (também chamada de inflamação
subclínica ou de baixo grau), não sendo, portanto, caracterizada
pelos quesitos de inflamação aguda (edema, calor, rubor, dor e
perda de função). O aumento do fluxo de ácidos graxos leva a
uma absorção prejudicada de glicose, levando a uma tolerância
reduzida à glicose em todo o corpo. No fígado, o aumento do
fluxo de ácidos graxos livres contribui para a síntese de TAG. O
estado de sinalização periférica reduzida de insulina aumenta a
secreção pancreática do hormônio insulina.
A inflamação e o estresse oxidativo são dois fatores com
potencial efeito para desempenhar um papel importante na
morbidade associado à obesidade. A deposição de gordura é
acompanhada pelo aumento de biomarcadores de inflamação e
estresse oxidativo.

EXAMES BIOQUÍMICOS DE INFLAMAÇÃO


PROTEÍNA C REATIVA

A proteína C reativa (PCR) é uma proteína sintetizada pelo fígado,


cujo nível aumenta em resposta à inflamação

Valores (homens) Valores (mulheres)


<1.0 mg/dL <1.0 mg/dL

Se econtra aumentado em estados inflamatórios, incluindo os


Distúrbios arterioscleróticos

FIBRINOGÊNIO

É uma proteína que representa uma associação entre inflamação,


trombose e risco cardiovascular.

Valores (homens) Valores (mulheres)


150 a 400mg/dL 150 a 400mg/dL

Os valores se encontram críticos em níveis <75 mg/dL. Se encontra em valores


aumentados em estados inflamatórios (fase aguda), uso de anticoncepcionais
orais, gravidez e mulheres em pós menopausa. Se encontra diminuído em
doença hepática, coagulopatias de consumo terapias trombolítica

PAI-1

É o principal inibidor dos ativadores do plasminogênio, ativador do


plasminogênio tecidual (tPA) e ativador do plasminogênio tipo
uroquinase (uPA).

Valores (homens) Valores (mulheres)


1 – 40 ng/mL 1 – 40 ng/mL

Os valores se encontram aumentados em síndrome metabólica,


obesidade, diabetes, estados inflamatórios (fase aguda), infarto, AVC e
aterosclerose e complicações trombóticas. Se econtra diminuído em uso
de drogas que tem como alvo a insulina e a enzima conversora de
angiotensina (ECA) como metformina e captopril
NEUTRÓFILOS-LIFÓCITOS

É uma razão de parâmetro hematológico para inflamação sistêmica


e estresse, confiável e disponível da resposta imune a vários
estímulos infecciosos e não infecciosos

Valores (homens) Valores (mulheres)


Normal: entre 1 e 2 Normal: entre 1 e 2

Os Valores >3 e < 0,7 são sinais de doenças, assim como resultados entre 2,3 e 3
são tidos como valores alerta precoce de estado patológico ou processo como
câncer, aterosclerose, infecção, inflamação, distúrbios psiquiátricos e estresse

FERRITINA

É uma proteína considerada a mais importante proteína de reserva


do ferro, que é essencial para a síntese de hemoglobina

Valores (homens) Valores (mulheres)


23 a 336 ng/ml 11 a 306 ng/ml

Os valores aumentados são em Infecções e inflamação, doença hepática,


alcoolismo, hipertireoidismo, sobrecarga de ferro, anemia não ferropriva
neoplasia, carcinoma. Em valores diminuídos, as possíves causas são de
deficiência de ferro e hemodiálise.

HOMOCISTEÍNA

É um aminoácido de ocorrência natural que contém enxofre e é


produzido durante o catabolismo da metionina

Valores (homens) Valores (mulheres)


Valor igual a 15 μmol/L Valor igual a 15 μmol/L

Os valores aumentados são em comprometimento enzimático, deficiência de


B9, B12 e B6, diabetes, tabagismo, alcoolismo, hipotireoidismo, lúpus
eritematoso sistêmico. Valores reduzidos são encontrados em sindrome de
Down e hipertireoidismo

PARÂMETROS GLICÍDICOS

A glicose é um dos substratos circulantes do sangue mais


altamente regulados por mecanismos fisiológicos, sendo mantida
entre 80-100 mg/dL (4,4-5,5 mM).
Um ponto interessante e que deve ser comentado é que,
apesar de existir uma grande necessidade de glicose no sangue, a
quantidade presente no fluído extracelular é de cerca de 20g (80
kcal). Uma glicose em jejum acima de 100 mg/dL já é considerada
alta para pacientes sem diabetes, sendo este um conceito
chamado de hiperglicemia, que é a classificação médica para a
glicose acima de valores considerados normais no sangue .

A resistência à insulina periférica, assim como a deficiência


relativa na produção de insulina, dificulta a entrada da glicose nas
células. Por este motivo, as concentrações de glicose no sangue se
encontram elevadas de forma crônica

EXAMES BIOQUÍMICOS DE GLICEMIA


GLICOSE DE JEJUM

A determinação da glicemia de jejum representa


a forma mais prática de avaliar o status glicêmico

Valores (homens) Valores (mulheres)


60 – 99 mg/dL 60 – 99 mg/dL

Uma glicose em jejum pode se encontrar aumentada em situações de diabetes


mellituso, síndrome de cushing (10-15%), pacreatite crônica (30%), fármacos
(corticoesteróides,fenitoína, tiazídicos). Se encontra reduzida em doenças
relacionadas ao aumento de insulina, insuficiência adrenocortical,
hipopituarismo, doença hepática difusa e fármacos (insulina, etanol e agentes
hipoglicêmicos).

TOLERÂNCIA A GLICOSE

Determina a capacidade de um paciente de responder


adequadamente a uma carga de glicose

Jejum: < 100 mg/dL 1 hora: < 180 mg/dL 2 horas: < 140 mg/dL

Se encontra aumentado em diabetes mellitus, doença hepática grave,


hipertireoidismo, estresse (infecção), síndrome de cushing e fármacos diuréticos
(anticoncepcionais orais, glicocorticoides, ácido nicotínico e fenitoína). Se econtra
reduzido em doenças intestinais, insuficiência suprarrenal e tumores nas ilhotas
pancreáticas.
INSULINA

Mede os níveis de insulina no sangue, sejam endógenos ou exógenos

Valores (homens) Valores (mulheres)


3 – 25 mcU/mL 3 – 25 mcU/mL

Se encontra aumentado em situações de resistência a insulina (obesidade,


diabetes, glicocorticoides, acromegalia e DHGNA), tumor em células beta,
agentes hipoglicêmicos orais e insulina exógena. Se econtra reduzido em
diabetes tipo 1 e hipopituitarismo.

ÍNDICE HOMA

Utiliza as dosagens de insulina e glicemia de jejum para determinar


a resistência a insulina (HOMA IR) e a capacidade funcional das
células beta pancreáticas (HOMA BETA)

ÍNDICE QUICK

Tem como princípio a relação entre glicose e insulina de jejum,


estimando a sensibilidade ao hormônio. Contudo, não existe um
padrão de corte específico

PEPTÍDEO C

Consiste em um subproduto da próinsulina, sendo


produzido em quantidades iguais para a insulina

Valores (homens) Valores (mulheres)


0,8 a 4 ng/mL 0,8 a 4,0 ng/mL

Se encontra aumentado em situações de insuficiência renal, ingesta de


fármacos (hipoglicêmicos orais), isulinomas, transplanete de células beta. Se
econtra diminuído em DM1, hipoglicemia artificial (via administração de
insulina) e pancreatectomia
ANTICORPOS (ICAs)

Os anticorpos anticélulas da ilhotas (ICAs) estão associados ao


diabetes tipo 1 ou ao diabetes insulinodependente

Valores (homens) Valores (mulheres)


Não reagente Não reagente

Se encontra aumentado em diabetes mellitus tipo 1 e indivíduos que


apresentam risco de desenvolver essa condição

HEMOGLOBINA GLICADA

A HbA1c é útil no monitoramento do controle glicêmico,


quantificando o risco de complicações diabéticas

Valores (homens) Valores (mulheres)


4 a 5,6% 4 a 5,6%

Se encontra aumentado em diabetes mellitus tipo e esplenectomia. Se


encontra diminuído em qualquer condição de vida de hemácias

FRUTOSAMINA

É o resultado da glicação da albumina, representado um marcador


de controle glicêmico

Valores (homens) Valores (mulheres)


0,16 – 0,27 mmol/L 0,16 – 0,27 mmol/L

Se encontra aumentado e diabetes mellitus e diabetes gestacional

PARÂMETROS LIPÍDICOS

As dislipidemias são caracterizadas por alterações nos níveis


de lipídios no sangue. As causas podem ser primárias (genéticas)
ou secundárias. As causas de dislipidemias primárias são aquelas
nas quais o distúrbio lipídico é de origem genética, ao passo que
as secundárias são decorrentes de condições patológicas
associadas ou devido ao uso de medicamentos.
LIPIDOGRAMA
COLESTEROL TOTAL

A avaliação do CT é recomendada para mensurar o risco cardiovascular


juntamente com a análise das frações não HDL-c, HDL-c e LDL-c

Valores (homens) Valores (mulheres)


< 190 mg/dL < 190 mg/dL

O colesterol total se encontra aumentado em hipercolesterolemia, familiar,


hipotireoidismo, obesidade, Síndrome de Cushing, hepatopatia crônica e
fármacos (corticoesteróides, anticoncepcionais e anabolizantes). Se econtra
reduzido em desnutrição, má absorção, hipertireoidismo, queimaduras
extensas e distúrbios hepáticos graves.

LDL-c

A LDL tem um conteúdo apenas residual de TG e é composta


principalmente de colesterol e uma única apo, a ApoB100

GRAU DE RISCO
Muito alto: < 50 mg/dL
Alto: < 70 mg/dL
Intermediário: < 100 mg/dL
Baixo: < 130 mg/dL

É correto que numerosos estudos de pessoas jovens e de meia-idade


mostram que o colesterol total ou o LDL-C elevados predizem DCV futuras .
Porém, em alguns estudoscomo de RAVNSKOV ET AL., 2018 demonstrou que
a associação não é o mesmo que causa, pois existem diversos outros fatores
promotores de DCV, como fatores de coagulação, inflamação, infecções e
sensibilidade endotelial

HDL-c

As partículas de HDL são formadas no fígado, no intestino e na


circulação. A HDL transporta o colesterol até o fígado.

Valores (homens) Valores (mulheres)


> 40mg/dl > 40mg/dl

Se encontra aumentado em hepatopatia crônica, hipertireoidismo, etilismo e


medicamentos (isotretinoína e ciclosporina). Se econtra reduzido em
hepatopatias crônicas DM2, hipotireoidismo, obesidade, tabagismo, ingesta
excessiva de gordura trans, sedentarismo e medicamentos
TRIGLICÉRIDES

Níveis elevados de TG se associam frequentemente a baixos níveis de


HDL-c e a altos níveis de de LDL. A análise dos níveis de TG sem jejum
prévio fornece informações importantes sobre lipoproteínas
remanescentes associadas com risco aumentado de doença coronária.

Com jejum: Sem jejum:


< 150 mg/dL < 175 mg/dL

Aumentado em Insuficiência renal crônica, DM2, Síndrome de Cushing,


hipotireoidismo, obesidade, bulimia, e medicamentos (anticoncepcionais
beta-bloqueadores). Se encontrava diminuído em desnutrição, má absorção
Doença hepática parenquimatosa, hipertireoidismo, etanol, medicamentos
(ácido ascórbico, clofibrato e ácido nicotínico).

NÃO-HDL

O não HDL-c representa a fração do colesterol nas


lipoproteínas plasmáticas, exceto a HDL, e é estimado
subtraindo-se o valor do HDL-c do CT: não HDL-c = CTHDL-c.
Tem a finalidade de estimar a quantidade de lipoproteínas
aterogênicas circulantes no plasma, especialmente em
indivíduos com TG elevados.
GRAU DE RISCO
Muito alto: < 80 mg/dL
Alto: < 100 mg/dL
Intermediário: < 130 mg/dL
Baixo: < 160 mg/dL

LIPOPROTEÍNA A

A lipoproteína(a) é uma molécula do tipo LDL. A Lp(a) é pró-


aterogênica e pró-trombótica. Níveis altos de Lp(a) constituem um
fator de risco de doenças cardiovasculares.

Valores (homens) Valores (mulheres)


≤ 30 mg/dL ≤ 30 mg/dL

Aproximadamente 15% da população geral. Níveis de Lp(a) >30 mg/dL


são associados a um risco de evento cardiovascular 2-3 vezes maior,
independente de outros fatores de risco.
ÍNDICE COLESTEROL/HDL

A razão entre colesterol total/HDL, também chamada de índice de


Castelli, é um escore que permite identificar indivíduos com risco
aumentado para DCV

Valores (homens) Valores (mulheres)


< 5,1 < 4,4

Aumentado em Situações de elevado risco cardiovascular, como o


infarto agudo do miocárdio

ALTERAÇÕES EM HORMÔNIOS SEXUAIS

Os hormônios sexuais, sobretudo testosterona, estrogênio e


progesterona, desempenham um papel na deposição de gordura,
metabolismo e equilíbrio energético em homens e mulheres. Os
homens são mais propensos a acumular tecido adiposo ao redor
do tronco e abdômen, enquanto mulheres geralmente acumulam
ao redor de quadris e coxas.

TECIDO ADIPOSO
Subcutâneo

Abdominal Superficial
Abdominal Profundo
Gluteofemoral

Visceral

Perirrenal
Omental
Retroperitoneal
Mesentérico

Em homens, o efeito mais conhecido da obesidade na função


reprodutiva masculina é descrito como um hipogonadismo
secundário.
HORMÔNIOS SEXUAIS
FSH

O hormônio folículo-estimulante (FSH) é fundamental para a


puberdade e fertilidade masculina e feminina

Valores (mulheres)
Valores (homens) Folicular: 4 -13
1-10 mUI/mL Lútea: 2-13
Meio do ciclo: 5-22

Se encontra aumentado em insuficiência ovariana primária ou precoce,


Ooforine autoimune, Síndrome de Turner, agênese ovariana ou testicular,
tratamento de câncer gonadotóxico, pós menopausa, Síndrome de Klinefelter.
Se encontra reduzido em distúrbios hipotalâmicos, distúrbios hipofisários,
gravidez, anorexia nervosa e fármacos (corticoesteroides, anticoncepcionais
orais, reposição com hormônios sexuais).

LH

O hormônio luteinizante é o principal regulador da biossíntese de


esteróides nos ovários e testículos

Valores (mulheres)
Valores (homens) Folicular: 1-18
1-10 mUI/mL Lútea: 0,4-20
Meio do ciclo: 24-105

Se encontra aumentado em hipogonadismo primário, síndrome dos ovários


policísticos, pós menopausa, endometriose. Se encontra reduzido em
insuficiência hipofisária hipotalâmica, anorexia nervosa, bulimia, desnutrição
câncer de próstrata, estresse intenso, Síndrome de Kallman e fármacos
(digoxina, anticoncepcionais, reposição com hormônios sexuais)

TESTOSTERONA

É o principal hormônio sexual masculino, sendo produzido pelas


células de Leyding e suprarrenal

Valores (homens) Valores (mulheres)


220 a 870 ng/dL 12,4 a 53,3 ng/dL

Se encontra aumentado em precocidade sexual, hiperplasia suprarrenal,


(meninos), tumores adrenocorticais, tumores ovarianos virilizantes, cirrose
(via SHBG aumentada) e fármacos (anticonvulsivantes, barbitúricos,
estrogênio, anticoncepcionais). Se encontra reduzido em Hipogonadismo
(primário e secundário), Síndrome de Klinefelter, uremia, hemodiálise,
insuficiência hepática, consumo de álcool
SHBG

A globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) é secretada pelo


fígado no sangue, se ligando aos esteroides sexuais

Valores (homens) Valores (mulheres)


13,5 a 71,4 nmol/L 19,8 a 155,2 nmol/L

DHEA-S

O sulfato de desidroepiandrosterona é um hormônio esteróide


secretado pelas glândulas suprarrenais

Valores (homens) Valores (mulheres)


40-500 mcg/dL 20-320 mcg/dL

ANDROSTENEDIONA

É produzido em maior quantidade pelas células do ovário, sendo a


maior fonte precursora da testosterona em mulheres

Valores (homens) Valores (mulheres)


0,6 a 3,1 ng/mL 0,3 a 3,5 ng/mL

ESTRADIOL

É o principal hormônio sexual feminino, sendo produzido


primariamente pelas células granulas

Valores (homens) Valores (mulheres)


10 – 40 pg/mL 21 a 649 pg/mL

PROGESTERONA

É importante como hormônio e como precursor dos estrógenos, dos


andrógenos e dos esteroides adrenocorticais

Valores (mulheres)
Folicular média:
Valores (homens)
0,31 a 1,52 ng/mL
0,14 a 2,06 ng/mL
Fase lútea média:
5,16 a 18,56 ng/mL
ALTERAÇÕES EM PARÂMETROS HEPÁTICOS

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) afeta


cerca de 25% da população adulta global e é a doença hepática
crônica mais comum em todo mundo. A DHGNA é dividida em
esteato-hepatite não alcoólica (NASH) e fígado gorduroso não
alcoólico (NASH). A prevalência de NAFLD aumenta em paralelo
com o aumento da prevalência de obesidade, DM2 e síndrome
metabólica.

O estado de fígado gorduroso não é uma exclusividade de


indivíduos obesos, visto que nem todos os indivíduos magros. A
presença de RI e a funcionalidade do tecido adiposo são grandes
determinantes deste distúrbio. Alguns estudiosos tem
compreendido a esteatose hepática não alcoólica como um
distúrbio metabólico, envolvendo patologias como obesidade e
diabetes. A patogênese da lesão hepática é complexa e envolve
numerosos distúrbios hormonais, celulares e moleculares. Assim,
uma infinidade de potenciais biomarcadores podem refletir as vias
subjacentes da doença

BIOMARCADORES NA DHGNA
TGO

A transaminase glutâmico oxalacética (também conhecida por aspartato


aminotransferase, a AST) está envolvida no metabolismo de aminoácidos

Valores (homens) Valores (mulheres)


0-35 UI/L 0-35 UI/L

TGP

A transaminase glutâmico pirúvica (também conhecida por alanina


aminotransferase, a ALT) está envolvida no metabolismo de aminoácidos

Valores (homens) Valores (mulheres)


0-35 UI/L 0-35 UI/L
RAZÃO TGO/TGP

É utilizado na diferenciação de doença hepática alcoólica de outras


doenças hepáticas, como a doença hepática gordurosa não alcoólica

Valores (homens) Valores (mulheres)


< 1,0 < 1,0

GGT

A enzima gamaglutamil transpeptidase (GGT) representa um marcador


extremamente sensível a doença hepática, em particular a álcoolica

Valores (homens) Valores (mulheres)


9-85 UI/L 9-85 UI/L

Os principais marcadores visam analisar o grau de apoptose


hepatocelular, inflamação e estresse oxidativo, além dos níveis de
gordura hepáticos. A elevação leve a moderada dos níveis séricos
de AST, de ALT, ou ainda, de ambas constitui o achado laboratorial
mais comum da NAFLD. Na NASH, tem-se ainda os níveis de GGT
altos. Durante a progressão os níveis de transaminases séricas
diminuem gradualmente, podendo indicar o estágio final da NASH
cirrótica.

O diagnóstico de esteatose hepática não alcoólica depende da


biópsia do fígado e da avalição por meio de escores histológicos
de esteatose, atividade e fibrose. A inflamação também é uma das
características histológicas da DHGNA e, portanto, marcadores
inflamatórios podem ser avaliados, como o PCR, TNF, IL-6 e IL-8.

Você também pode gostar