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Tema do seminário: Jejum Intermitente

Integrantes do grupo:
Diego Henrique Prezoto Coutinho - 9523987
Fabio Okagawa – 10290254
Patrícia Pagnozzi Neves - 10375283
Vitor Henrique Contel de Farias Reche – 10438960
Henrique mitsuo oshiro mirante 9878660

1. Introdução
1.1 Diabetes mellitus tipo 2
A diabetes é uma doença que alastra todos os continentes, nos dias de hoje
existem aproximadamente 500 milhões de pessoas com Diabetes mellitus tipo 2,
em suma maioria estão na faixa de idade entre os 40 e 59 anos, o estilo de vida
pouco saudável em relação aos hábitos alimentares junto com a defasagem de
rotinas com atividades físicas tem agravado ainda mais para que esse cenário
da Diabetes amplie consideravelmente.
A Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crónica, em que o principal motivo está
relacionado com o aumento de glicose no sangue por incapacidade total ou
parcial de produção de insulina ou incapacidade funcional dessa hormona. A
pessoa com mellitus apresenta glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl
(7,0 mmol/l), ou glicemia ocasional igual ou superior a 200 mg/dl (11,1 mmol/l).
Uma maneira de controlar os valores glicêmicos no corpo é através da perda de
peso modesta, entre 5 a 10% do peso corporal, além de controlar o perfil lipídico
e a pressão arterial, fatores que são a abertura e são agravantes para doenças
como a diabetes. O monitoramento da Diabetes mellitus tipo 2 deve originar com
a terapia médica nutricional, fazendo o indivíduo ter um hábito alimentar
saudável e ter uma perda de peso adequada com os parâmetros do seu
organismo e estrutura corporal, além de identificar possíveis fatores de risco,
tudo isso junto a uma rotina de exercícios diários. Com relação ao tratamento
farmacológico temos a insulina que controla os níveis de glicose, porém a
maioria dos antidiabéticos disponíveis apenas trata a hiperglicemia, não atuando
como modificador da doença.
1.2 Jejum Intermitente
O jejum é praticado há milhares de anos e é frequentemente usado como uma
prática religiosa, consiste a visto modo a não ingestão de calorias em períodos
determinados, em animais o jejum mostrou benefícios em doenças
degenerativas, doenças cardiovasculares, câncer, obesidade e diabetes.
O Jejum intermitente é uma subclassificação do jejum e é relativamente nova no
meio, e vários estudos a cerca dele vem sendo conduzido nos últimos anos
sendo ligada a uma ferramenta para o emagrecimento cuja ferramenta é alternar
períodos de jejum com períodos de alimentação. A finalidade é fazer nosso
organismo utilize os estoques de gordura para manter o funcionamento
adequado do nosso corpo e com isso ocorrendo a perda de massa gorda. Os
períodos em que a alimentação é permitida são chamados de janelas de
alimentação, fora dessas referidas janelas o indivíduo só pode ingerir líquidos
ausentes de calorias, como água e café sem açúcar. Existem 3 formas diferentes
de ser fazer jejum intermitente: jejum em dias alternados, jejum modificado e
jejum de tempo limitado.

2. Estudos de casos

2.1- Topico 1: Jejum intermitente para diabetes tipo 2/ resistência à insulina


2.1.1- TIPOS DE JEJUM
1) jejum em dias alternados- é caracterizado pela ausênsia até ingestão de 25%
do valor calórico diário no dia do jejum alternada com uma dieta sem restrições
calóricas, observando em média uma perda de 3-7% no em um período de até 3
meses, sendo muito uma de suas melhores características, o alto nível de
adesão chegando em até a 95%;
2) jejum modificado- é caracterizado por uma alta intensidade de restrição nos
dias aplicados chegando até a 75% do valor calórico diário no determinados dias
e uma dieta sem restrições nos outros dias, sendo o mais comum a dieta 5:2,
onde se faz 2 dias de jejum com alta intensidade para 5 dias sem restrições, por
se tratar de um método mais enérgico, os resultados podem variar muito com
base na quantidade de dias adotados e o período
3) jejum de tempo limitado- é caracterizado por uma restrição de tempo em
determinado dia, como regimes de 12, 16 e até 24 hrs, sendo esse o mais difícil
de quantificar em numeros brutos de perda devido a alta flexibilidade da dieta e
pelo mesmo motivo vem ganhando muita popularidade nos meios de
comunicação focados em dietas fitness pela facilidade e flexibilidade
(SERRANO,2018)

2.1.2 RESISTENCIA A INSULINA


De forma geral, a maioria dos artigos e pesquisas abordados demonstraram
resultados positivos no perfil glicémico em diabéticos tipo 2, e na melhoria da
sensibilidade à insulina em obesos, onde dentre todos os tipos de jejum, o tempo
limitado apresentou os melhores resultados em relação a diabéticos e sua
diminuição a resistência à insulina, já em relação a perda de peso, ou seja, a
diminuição da gordura visceral, pode se observar uma melhor adaptação no
jejum em dias alterados, apresentando esse, uma boa correlação com a
resistência insulina (SERRANO,2018)
O jejum intermitente, na maioria dos artigos, demonstra resultados interessantes
tanto na melhoria do perfil glicémico em diabéticos tipo 2, como na diminuição da
resistência à insulina em obesos

2.2- Topico 2: JEJUM INTERMITENTE & IMPLICAÇÕES METABÓLICAS

2.2.1- MECANISMOS DE AÇÃO & RESPOSTAS ADAPTATIVAS


Figura 1- Papel central dos sistemas nervoso e endócrino como mediadores das
respostas adaptativas nos principais órgãos em resposta ao jejum

Fonte: Adaptado de Longo & Mattson (2014)


O jejum também é capaz de induzir diferentes respostas de neuroendócrinas,
primeiramente temos a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal devido a
diminuição da glicose cerebral, dos níveis de insulina, leptina e sensação de
fome. Com a ativação do eixo HHA temos o aumento de noradrenalina,
adrenalina, dopamina e cortisol e logo em seguida temos uma redução que
significa que o corpo tem um sistema de readaptação. Assim podemos
complementar que a longo prazo podemos ter efeitos benéficos e prejuízo
inicialmente devido o aporte calórico. (BAPTISTELLA; DOS SANTOS, 2017)
Os neurotransmissores cerebrais estão ligados também a respostas centrais e
neurobiológicas. Sistema serotoninérgico que tem a função no controle de
eventos biológicos fundamentais para o desenvolvimento adequado do sistema
nervoso, portanto ele está envolvido na regulação do consumo alimentar e serve
como um transmissor que está ligado a fatores nutricionais assim com o jejum
prolongado temos a liberação da serotonina que é capaz de controlar emoções,
influenciar habilidades motoras e de trabalhar no processo digestivo e fluxo
sanguíneo. (BAPTISTELLA; DOS SANTOS, 2017).
2.2.2- Efeitos metabólicos a saúde humana
De acordo com Patterson et al. (2015) o jejum intermitente pode influenciar
positivamente a regulação metabólica por meio de efeitos no ciclo circadiano, na
microbiota intestinal e fatores de estilo de vida.
Figura 2- Associação do jejum intermitente com microbiota intestinal, ciclo
circadiano e fatores de estilo de vida e relação com regulação metabólica e
doenças crônicas.

Fonte: Adaptado de Patterson et al. (2015)


Assim com dados clínicos e epidemiológicos o jejum tem capacidade de retardar
o processo de envelhecimento e as doenças que estão associadas. Alguns
fatores estão associados ao envelhecimento que podem ser acelerado devido
alto consumo de alimentos ou podem ser retardados pela restrição energética ,
dentre eles podemos citar dano oxidativo a proteínas, DNA e lipídios;
inflamação; acúmulos de proteínas e organelas disfuncionais; elevação da
glicose, insulina e IGF-1. (BAPTISTELLA; DOS SANTOS, 2017).
2.2.3- Corpos cetônicos
Figura 3. Esquema representativo da formação dos corpos cetônicos.

Fonte: Adaptado de Longo & Mattson (2014)

Em situações de estresse energético como jejum intermitente, o cérebro começa


a utilizar também, outro substrato energético, os corpos cetônicos
(especificamente beta hidroxibutirato e acetoacetato).
Os corpos cetônicos são produzidos majoritariamente, nos hepatócitos com o
acúmulo de acetil-coA, que é induzido pelo jejum. Nessa situação, o oxalacetato
seria desviado da primeira reação do ciclo de Krebs, com o acetil-coa, para a
formação de piruvato e glicose, no processo de gliconeogênese. Essa situação
levaria ao acúmulo de acetil-coa vindo da beta oxidação dos ácidos graxos
liberados na corrente sanguínea pelos adipócitos, ou a partir da conversão de
aminoácidos cetogênicos.
Então, os corpos cetônicos são transportados para a corrente sanguínea sendo
levados a outros órgãos, realizando função de substrato energético após serem
convertidos outra vez à acetil-coa nos tecidos.
Com a depleção do glicogênio hepático, a glicogênese pode contribuir com
80g/dia de glicose a partir de corpos cetônicos, glicerol derivado de gordura e de
aminoácidos e essa quantidade é praticamente consumida por completo pelo
cérebro (Figura 3.).
3. Conclusão

Tabela 1. Mudanças na massa gorda antes e após o jejum intermitente.

Fonte: Botelho, Morais e Oliveira.

Como pode-se observar da tabela 1 acima, o jejum intermitente auxilia no


emagrecimento e diminuição nos níveis de massa gorda dos indivíduos. Porém
essas melhoras são apenas observacionais de alguns parâmetros bioquímicos e
necessitam de dados mais detalhados da composição corporal e da alimentação do
indivíduos (BOTELHO;MORAIS;OLIVEIRA).
O jejum intermitente apresentou uma diminuição nas concentrações da glicemia e
insulinemia, triglicerídeos e colesterol séricos, e modulação de lipoproteínas (LDL e
HDL), o que pode ser um método a ser considerado para o emagrecimento e/ou
controle de doenças associadas a essas concentrações (BOTELHO;MORAIS;
OLIVEIRA).
Assim, o jejum intermitente pode ocasionar uma redução de gordura abdominal, dos
níveis de leptina e resistina, do tamanho do adipócito, da proliferação celular e dos
níveis de IGF-1, como também o aumento dos níveis de adiponectina.

4. Referências
BAPTISTELLA, Ana Beatriz; DOS SANTOS, Gustavo Barbosa. JEJUM
INTERMITENTE & IMPLICAÇÕES METABÓLICAS, [s. l.], 2017. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Gustavo_Santos20/publication/308962427_Ana
lise_Critica_das_Estrategias_Nutricionais_para_Performace_Esportiva_e_Emagreci
mento/links/592887b1a6fdcc4443552114/Analise-Critica-das-Estrategias-
Nutricionais-para-Performace-Esportiva-e-Emagrecimento.pdf. Acesso em: 30 jun.
2020.

BOTELHO, Daniel Ferreira; MORAIS, Jorge Fahel; OLIVEIRA, Elaine Cristina


Rocha. ASSOCIAÇÃO ENTRE O JEJUM INTERMITENTE, PERDA DE PESO E
MELHORA DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS. Universidade Presidente Antonio
Carlos UNIPAC, Minas Gerais. Disponível em:
https://tccnice.unipacto.com.br/tccs/1ff1de774005f8da13f42943881c655f.pdf.
Acesso em 30 jun. 2020.

SERRANO, Mariana Seoane. O jejum intermitente como dieta alternativa no


tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2. Instituto de Ciências Biomédicas Abel
Salazar, [S. l.], p. 1-18, 1 jun. 2018. Disponível em: <https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/114379/2/278863.pdf> Acesso em 01 jul. 2020.

CARNEIRO, Juliana da Silva. Efeito do jejum intermitente na diabetes mellitus


tipo 2, [s. l.], 2019. Disponível em:
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/8709/1/6835_14601.pdf. Acesso em: 2
jul. 2020.

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