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QUESTIONAMENTOS:
Dentre as estratégias nutricionais temos o “jejum intermitente” e a dieta “low carb”. Como
cada uma delas poderia ter um efeito no peso corporal e no controle glicêmico?
O jejum intermitente (JI) é uma terapia nutricional em que os períodos de consumo normal de
alimentos e bebidas são intercalados por períodos de restrição severa de energia ou por jejum,
geralmente em 1 a 3 dias por semana. O objetivo do jejum é criar uma redução do valor
energético total, criando assim um balanço energético negativo culminando em perda de peso
(Hill, Wyatt, Peters, 2012).
Além disso, aumentos na sensibilidade à insulina também têm sido demonstrados como
impactos decorrentes da terapia utilizando o jejum intermitente como estratégia. Conforme
exposto acima, a estratégia nutricional utilizando o jejum intermitente tem se mostrada
positiva, uma vez que pode contribuir para a redução do risco de agravos a saúde.
Malaisse e colaboradores (1976) encontraram uma associação entre o jejum e uma menor
quantidade e, aparentemente, maior redução de variabilidade da capacidade de fosforilação
da glicose. Os autores concluíram que o jejum provocou a adaptação das principais enzimas
glicolíticas tanto nas ilhotas pancreáticas quanto no fígado.
Segundo a descrição do termo, a expressão “Low Carb”, significa, “baixo carboidrato”. É uma
estratégia nutricional onde há uma redução do consumo de um macronutriente, o carboidrato,
sendo ele refinado, sob a forma de farinhas brancas e açúcares (monossacarídeos), alimentos
industrializados e processados, bebidas adoçadas, alimentos ricos em amido, ou seja, cereais e
leguminosas e de alto índice glicêmico (FAYAD, 2019)
De acordo com Gardner et al., (2018) vários estudos relataram que a dinâmica inicial da
insulina pode explicar o sucesso da perda de peso diferencial obtida por meio de uma dieta
Low-Fat versus uma Low-Carb. Por exemplo, indivíduos com maior resistência à insulina
podem ter mais sucesso com dietas Low-Carb devido à menor demanda de insulina para
eliminar uma quantidade menor de carboidratos da dieta administrados na circulação.
Dentre vários estudos, foi constatado que a dieta Low-Carb revelou ser benéfica e eficaz na
perda de peso e diminuição da massa gorda (composição corporal), contribui para melhora dos
níveis lipídicos, aumento significativo do HDL (colesterol de alta densidade), diminuição dos
triglicerídeos (TG) e controle glicêmico, cujo ponto está diretamente relacionado com a
ativação da insulina e consequente acúmulo de gordura, além de melhoria de alguns
parâmetros de risco cardiovascular (XAVIER, 2017; MANSOO et al., 2016; HASHIMOTO et al.,
2016).
A dieta Low Carb revelou ser eficaz na perda de peso e redução da massa gorda, contribui para
melhora do perfil lipídico, aumento significativo do HDL, diminuição dos triglicerídeos e
controle glicêmico, além de melhoria de alguns parâmetros de risco cardiovascular (XAVIER,
2017). As dietas Very Low Carb, na qual os hidratos de carbonos (HC) são extremamente
restringidos, não modificam somente a composição corporal, como também alteram o perfil
bioquímico dos indivíduos. Observa-se redução significativa de pressão arterial, glicemia de
jejum e as concentrações de lipídios séricos (BACKER, PROJETTO, & JERUMS, 2009)
Conclui-se que os indivíduos que utilizam uma dieta pobre em hidratos de carbono
apresentam um aumento do LDL, porque ao restringir carboidratos, há um aumento da
ingestão de gorduras totais, inclusive saturada. Diante desse aumento dos níveis de LDL, e
sendo este altamente aterogênico, torna-se importante esclarecer se a dieta Low Carb pode
promover a morbidade/mortalidade em longo prazo.