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ASSOCIAÇÃO ENTRE O JEJUM INTERMITENTE, PERDA DE PESO E

MELHORA DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

Daniel Ferreira Botelho*, Jorge Fahel Morais**, Elaine Cristina Rocha Oliveira***

RESUMO

O jejum intermitente (JI) tem apresentado considerável repercussão científica e popular,


sendo orientado na prática médica devido à sua relação com o controle e tratamento das
doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão arterial e dislipidemias. O
objetivo deste estudo foi descrever a prática de jejum intermitente e sua relação com a
otimização de aspectos metabólicos como a perda de peso e melhora de parâmetros
bioquímicos. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, de cunho descritivo e
abordagem qualitativa de artigos das bases Scielo e Pubmed até o ano de 2018. O tipo de JI
mais estudado é o do período do Ramadã, durando 12 h de jejum diário a 1 mês de prática de
estado não alimentado. Dados da literatura descrevem que praticantes de JI apresentam
frequentemente perda de peso corporal com redução da massa gorda e modificações no perfil
metabólico, tais como melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina, e diminuição da
frequência cardíaca. Entretanto, são necessários melhores métodos de análises de composição
corporal e controle dietético. Importantemente apresentou-se como um método alimentar
seguro em que a prática do exercício físico (tanto aeróbico contínuo quanto treino de força)
em jejum pode ser encorajada, mas não sendo superior do que sob estado alimentado. O JI,
orientado de forma individual e específica de acordo com a necessidade, pode ser uma
ferramenta eficiente no controle e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis.

Palavras chave: Jejum Intermitente, Emagrecimento, Dislipidemia

1 INTRODUÇÃO

Diante da crescente epidemia de obesidade mundial com repercussões sociais e


políticas importantes, estratégias de emagrecimento e controle de peso têm sido
exaustivamente estudadas e utilizadas na prevenção e tratamento das doenças crônicas não
transmissíveis. O excesso de peso manifesta repercussões clínicas que compreendem a
síndrome metabólica, resistência à insulina e hipertensão arterial.
O Jejum (i.e. abster-se voluntariamente da alimentação) é um estado fisiológico onde
não há a oferta de substratos energéticos da alimentação levando à utilização de depósitos
corporais de gordura e glicogênio. Considerado por Philip Paracelsus, fundador da toxicologia
no século XIV e um dos pais da medicina moderna como o melhor de todos os remédios, na

* Aluno do 8 período do Curso de Nutrição da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC de Teófilo Otoni
– MG - email: daniel.f.botelho@homail.com
** Aluno do 8 período do Curso de Nutrição da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC de Teófilo
Otoni – MG - email: jorgefahelbodybuilder@gmail.com
*** Nutricionista, mestre em Ciências Biológicas, docente da Universidade Presidente Antonio Carlos UNIPAC
de Teófilo Otoni – MG – email: elaine77oliveira@gmail.com
2

área médica o jejum pode ser utilizado como uma estratégia de correção de anormalidades
metabólicas 1.
O Jejum Intermitente (JI) é uma estratégia ou prática de redução do consumo
alimentar que pode variar entre 25% a 100% do total calórico diário ou em períodos variáveis
sem alimentação. A prática do JI foi primeiramente descrita na população muçulmana no
período do Ramadã e, há milhares de anos, vem sendo praticada e incentivada pelas diversas
culturas 2.
Sob o ponto de vista evolutivo, a capacidade do organismo de resistir ao período de
jejum foi determinante para a sobrevivência das espécies. O jejum intermitente pode
promover mudanças importantes em estados metabólicos e processos celulares como a
lipólise e a autofagia 3 e não deve ser confundido com o estado de inanição que se caracteriza
por insuficiência nutricional crônica prejudicando o funcionamento orgânico e trazendo
efeitos gravemente deletérios à saúde.
O tipo de JI mais estudado é o que ocorre no mês sagrado do Ramadã, em que milhões
de muçulmanos se abstêm da ingestão calórica e de água do nascer do sol ao pôr-do-sol, em
média tendo 12 horas de jejum e 12 horas disponíveis para alimentação 4. Outros tipos de JI,
também são estudados, em períodos mais prolongados, por exemplo, 16 horas de jejum para 8
horas de período alimentar. O período do jejum religioso pode variar de 1 a 200 dias e, neste
ínterim, pode ser encontrado tanto efeitos benéficos quanto negativos na saúde humana 5.
Em estudos com animais, o jejum é definido como ausência de ingestão alimentar por
24 horas 6,7, enquanto em humanos a limitação do consumo de alimentos pode variar entre as
24 horas de um dia a um número maior de horas em semanas, sendo, dessa forma,considerado
impreciso 4,5.
O JI ganhou considerável repercussão científica e popular, sendo orientado como
conduta de método alimentar em determinadas condições na prática clínica médica. No
entanto, modelos experimentais e revisões de literatura podem supervalorizar o JI através de
8,9
mecanismo de ação com baixo nível de evidência clínica . O objetivo deste estudo foi
descrever a prática de jejum intermitente e sua relação com a otimização de aspectos
metabólicos como a redução de peso, especialmente massa gorda, concomitantemente com a
melhora do perfil bioquímico, sendo estes os temas em destaques 10.

2 OBESIDADE E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS


3

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal


resultante de desequilíbrio prolongado da ingestão calórica. Atualmente a obesidade é
considerada o maior desafio de saúde global, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)
revelam que, em 2025, aproximadamente 3 bilhões de adultos estarão na faixa de sobrepeso e
obesidade no mundo. Atualmente, no Brasil, a obesidade e o sobrepeso estão presentes em
50% da população 11.
É uma doença multifatorial que engloba fatores comportamentais e metabólicos 11. As
repercussões clínicas associadas à obesidade englobam o grupo de doenças crônicas não
transmissíveis como diabetes, hipertensão e dislipidemias. Nesse sentido, estratégias de
restrição energética e emagrecimento como o JI, além do incentivo à prática de atividade
física regular são utilizados como forma de tratamento e controle 1.

3 O JEJUM NO RAMADÃ

O jejum praticado durante o período classificado como Ramadã é um dos exemplos de


prática de jejum religioso, sendo o mais popular e estudado. O jejum, neste caso, compreende
um dos cinco pilares do Islã – religião monoteísta orientada pelo livro Alcorão.
Surpreendentemente, cerca de 1,5 bilhões da população global é muçulmana, correspondendo
a aproximadamente 20% dos habitantes em todo o mundo 2.
O período de jejum do Ramadã tem cerca de 1 mês de duração. Nesse mês sagrado,
comida, água e quaisquer tipos de líquidos são proibidos do amanhecer ao pôr do sol; também
é proibido fumar. Todos os muçulmanos – isto é, praticantes do Islã – se submetem ao jejum
do Ramadã. São excluídos da prática, pacientes enfermos cujo jejum é impraticável, além de
mulheres sob período menstrual, lactentes e crianças 5.
Tradicionalmente, no período do Ramadã, os muçulmanos realizam duas refeições
principais, uma antes do amanhecer e outra após o pôr do sol. A refeição servida antes do
amanhecer é conhecida como suhoor, na qual os indivíduos geralmente tendem a consumir
pouca comida. Já a refeição que é servida após o pôr do sol, conhecida como iftar, é
caracterizada por ingestão abundante de alimentos durante a noite, sendo definida na língua
inglesa como gorging, que significa comer de maneira voraz 2,5.
4

4 JEJUM INTERMITENTE E REDUÇÃO DA MASSA GORDA

O efeito mais esperado dos possíveis benefícios do JI está relacionado à perda de peso
corporal, principalmente de massa gorda.
Sobre o impacto do JI na massa gorda, a tabela 1 mostra os resultados de estudos
publicados entre 2003 a 2018. Vale a pena salientar que a maioria dos estudos durou 1 mês
pois eram jejum do Ramadã.
12
Trepanowskiet al. realizaram a intervenção de maior duração, resultando em perda
de quase 5 kg de massa gorda após 6 meses de estudo. O estudo mais recente incluso na
tabela, de Nachvak et al. 2, foi o que analisou maior número de participantes. Contudo, fica
nítido que o jejum intermitente proporcionou perda de massa gorda, mas sem ser
surpreendente.
No estudo de Moro et al., 13 foram recrutados 34 homens experientes em treino de
força sem experiência com o uso de esteróides anabolizantes, com pelo menos 5 anos de
treinamento (3-5 dias/semana) contínuos. Eles foram randomizados e 1 grupo seguiu a prática
de JI e outro seguiu a divisão “tradicional” de refeições durante 8 semanas, ao passo que
neste ínterim executaram treino de força com supervisão13. Inerente aos resultados na
composição corporal, análises por DEXA (Densitômetria por dupla emissão de raios x) não
mostraram diferenças da massa muscular entre os grupos após o decorrer das 8 semanas. No
grupo jejum intermitente houve redução de aproximadamente 1,6 kg de massa gorda após as 8
semanas, ao passo que o outro perdeu aproximadamente 300g 13. Por outro lado, intervenções
em pacientes sobrepesos ou obesos mostraram que o JI hipocalórico ou restrição calórica de
divisão tradicional tiveram equivalência na perda de peso corporal 12,22.

Tabela 1. Mudanças na massa gorda antes e após o jejum intermitente.

Massa gorda % de massa


Método usado
Duração antes e após gorda pré e após
Estudo Participantes(n) para analisar
(mês) jejum jejum
massa gorda
intermitente (kg) intermitente (kg)
2 152 homens
1 18,3  17,6* ↓ 0.74 DXA
saudáveis
12
25† obesos 6 38  33,8* ↓ 4,8 DXA
13 17 homes treinados
2 10,9  9,3* ↓ 1,62 DXA
em exercício de força
14
17 obesas 2 44,4  39,0* ↓ 5,4 DXA
5

14
18 obesas 2 44,7  39,5* ↓ 4,2 DXA
15
6 eutróficas 1 34,9  31,3* ↓ 3,6 Bioimpedância

15
18 obesas 1 17,7  17,5 ↓ 0,2 Bioimpedância

16 14 (9 homens e 4
1 21,7  22,1 ↑0,4 Bioimpedância
mulheres) saudáveis
17
14 homens atletas 1 10,3  9,3* ↓ 1,0 Bioimpedância
19 pacientes
(14 mulheres
18
e 5 homens) 1 50,0  49,5 ↓ 0,5 Bioimpedância
com síndrome
metabólica
19
15 homens atletas 1 10,8  10,1 ↓ 0,7 Bioimpedância

*, significância estatística considerando p<0,05 antes e após jejum intermitente obtida pelos estudos originais; †,
sexo não especificado depois da amostra final; DXA, densitometria por emissão de raios x de dupla energia; ↑,
valores aumentados; ↓, valores diminuídos. Adaptado de Santos & Macedo, 2018 20.

5 FATORES INFLAMATÓRIOS COMO IGF-I

Para o efetivo controle e prevenção de doenças como a obesidade e suas repercussões


clínicas, a manutenção da prática de hábitos saudáveis como a associação entre exercício
físico e plano dietético é a orientação mais efetiva. Dessa forma, o exemplo do jejum do
Ramadã não condiz com repercussão perdurável, vide ausência de prescrição dietética e
exercício físico. Em se tratando de dieta, o déficit calórico em conjunto com o emagrecimento
está associado com a redução das concentrações séricas do fator de crescimento semelhante à
insulina (IGF-I) 21.
O estudo de Moro et al. também ajuda elucidar diversas questões polêmicas, como
impacto no metabolismo hormonal, principalmente IGF-I. Os níveis de IGF-I reduziram de
13
216 para 188 ng/mL após 8 semanas de protocolo de JI . Em contrapartida, Bouhlel et al.
não encontraram alteração de IGF-I e GH em atletas de rúgbi após o Ramadã em comparação
23
com o momento inicial . Contudo, vide que há correlação de maior ingestão proteica com
aumento sérico de IGF-I, o cálculo pormenorizado da ingestão proteica sob o JI é fundamental
para evitar as atenuações deste parâmetro 23.
6

6 GLICEMIA

O JI é visto como uma estratégia terapêutica na diminuição da glicemia e insulinemia


8,9,24,25
. Em 2018 um estudo mostrou que o jejum intermitente melhorou os níveis de
26
insulinemia, sua sensibilidade e a resposta das células beta em homens pré-diabéticos . Os
pacientes foram randomizados a realizarem protocolo de jejum intermitente de 6 h de período
alimentar e 18 h de jejum ou, como período controle, 12 h para alimentação e 12 h de jejum.
Ambos os estudos duraram 5 semanas. O período utilizado para separar os cruzamentos foi de
7 semanas26. O estudo foi isocalórico e eucalórico, o que justifica a manutenção do peso em
ambos. No entanto, independentemente de não haver redução de peso, as melhoras no perfil
glicêmico foram notadas quando os pacientes realizaram o protocolo de JI, o qual foi
analisado antes e depois de cada etapa do estudo sob teste oral de tolerância à glicose de 3h 26.

Halberget al. (2005) utilizaram a técnica padrão ouro (”clamp” hiperinsulinêmico-


euglicêmico) para analisar a ação insulínica antes e após os 15 dias de JI e notaram que houve
27
maior captação da glicose através da diferença arteriovenosa . Entretanto, concernente ao
Ramadã, Bouhlel et al. não encontraram melhora nas concentrações da glicemia e insulinemia
23,28
.

7 AERÓBICO EM JEJUM

O aeróbico em jejum tornou-se comum principalmente dentre os praticantes de


musculação que visam um aspecto físico específico. Uma proposta metabólica especulada
entre os confiantes que o exercício aeróbico em jejum proporciona perda de gordura corporal
é a união do estado de baixa insulinemia com maior oxidação de gordura, caracterizado como
Fatmax.29.
Com a redução da secreção de insulina há aumento da produção de hormônios
contrarreguladores (adrenalina, noroadrenalina e glucagon) ao passo que o Fatmax é uma
zona de intensidade que há maior oxidação de gordura. Quanto mais intenso o exercício
menor é a utilização momentânea de gordura, em que o corpo utiliza mais glicose como
substrato energético. Portanto, o exercício aeróbico contínuo de baixa densidade é visto como
ideal para as pessoas que enaltecem os benefícios do exercício em jejum. No geral, a faixa de
7

intensidade clássica estabelecida do Fatmax é entre 40 a 70% do VO2máx, sendo conhecida


desde 1939 e havendo grande destaque em meados dos anos 2000 30.
Brad Schoenfeld et al., em 2014, analisaram a mudança da composição corporal em
mulheres saudáveis submetidas ao exercício aeróbico realizado em jejum (n = 10) ou em
estado em alimentado (n = 10). O exercício aeróbico teve duração de 1h (intensidade baseada
por 70% da frequência cardíaca máxima) e frequência de 3 dias semanais, totalizando 1 mês.
Como resultado, ambos os grupos reduziram a massa gorda de forma equivalente
(aproximadamente redução de 1kg), ao passo que mantiveram massa livre de gordura 31. Não
obstante, em 2016 em uma revisão sistemática de Vieira et al., foi analisado o impacto do
exercício aeróbico em jejum, e em comparação com exercício aeróbico em estado alimentado,
houve somente o aumento de 3 g de oxidação de gordura 32.
Portanto, o exercício aeróbico em jejum não é mais eficaz do que sua realização em
estado alimentado para perda de massa gorda. O estudo de Schoenfeld et al. sintetiza isso, em
que ambos os grupos, aeróbico em jejum e estado alimentado, receberam dieta hipocalórica
(aproximamente 1200 kcal) e composição de macronutrientes equivalentes (aproximadamente
25% de proteínas, 25% de lipídios e 50% de carboidratos). É de suma importância salientar
que nessa intervenção as pacientes seguiram plano alimentar de 1,8g de proteína por quilo de
peso diariamente o que proporcionou manutenção da massa livre de gordura31. Caso contrário,
a restrição do consumo de proteínas concomitantemente com calorias diárias e exercício em
jejum proporcionaria um ambiente com maior catabolismo.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O JI pode resultar em melhoras de parâmetros analíticos que são dependentes da


nutrição, tais como redução das concentrações da glicemia e insulinemia, triglicerídeos e
colesterol séricos, e modulação de lipoproteínas (LDL e HDL). Como um método alimentar, o
JI também pode auxiliar em condutas de emagrecimento e controle de doenças associadas à
obesidade tanto em homens quanto em mulheres.
Vale a pena salientar que a maioria dos estudos que analisam o impacto do jejum
intermitente na perda de peso corporal em parâmetros bioquímicos são observacionais e
carecem de informações detalhadas sobre a alimentação e métodos de composição corporal.
Contudo, a aplicabilidade do JI pode ser interessante a pacientes que, por desejo
próprio, não manifestam vontade em realizar o café da manhã. Este método alimentar é
seguro quando praticado de 12 a 16 horas de jejum diárias. Contra-indicações são referentes a
8

pacientes diabéticos do tipo I devido à insulinoterapia e pacientes submetidos à cirurgia


bariátrica por causa da ingesta calórica diária insuficiente e risco de desnutrição, uma vez que
este tipo de paciente precisa de refeições regulares em quantidade e horários pelo fato de
possuir tolerância digestiva reduzida.

ASSOCIATION BETWEEN INTERMITTENT FASTING, WEIGHT


LOSSANDIMPROVEMENT OF BIOCHEMICAL PARAMETERS

ABSTRACT

Intermittent fasting (JI) has a considerable scientific and popular repercussion, being oriented
in medical practice due to its relation with the control and treatment of chronic
noncommunicable diseases such as obesity, hypertension and dyslipidemias. The objective of
this study was to describe the practice of intermittent fasting and its relation with the
optimization of metabolic aspects such as weight loss and improvement of biochemical
parameters. The methodology used was a review of the literature, descriptive and qualitative
approach of articles of the bases Scielo and Pubmed until the year 2018. The type of JI most
studied is that of the period of Ramadan, lasting 12 hours daily fast to 1 month non-powered
state practice. Data from the literature describe that JI practitioners often present loss of body
weight with reduction of fat mass and changes in metabolic profile with improvement of lipid
profile and insulin sensitivity, as well as a decrease in heart rate. However, better methods of
analysis of body composition and dietary control are needed. Importantly, JI was presented as
a safe food method and with potential in improving analytical parameters, such as improved
glycemia, insulinemia and lipidogram. JI, individually and specifically targeted according to
need, can be an efficient tool in the control and treatment of chronic noncommunicable
diseases.

Keywords: Intermittent fasting, Weight loss, Dyslipidemia

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