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Fisiopatologia e Nutrição das Principais

Doenças Crônicas

Conteudista: Prof.ª Dra. Karolina Marie Alix Benedictte Van Sebroeck Dória
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin

Objetivos da Unidade:

Apresentar os conceitos relacionados às patologias crônicas, ou seja, o Diabetes,


a obesidade, os transtornos alimentares e o câncer;

Entender quais são os mecanismos envolvidos nessas patologias e quais são as


estratégias nutricionais que podem ser adotadas para a promoção da qualidade
de vida dessas pessoas.

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📄 Material Teórico
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Diabetes
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica grave, de longa duração, que se desenvolve
quando não há produção de insulina ou o organismo não consegue usar efetivamente a insulina
que produz, ocasionando a hiperglicemia.

Glossário
Doença crônica: é aquela que dura 1 ano ou mais e exige atenção médica
contínua ou limita as atividades da vida diária.

O pâncreas é responsável pela produção dos hormônios insulina e glucagon. A insulina permite
que a glicose presente na corrente sanguínea entre na célula, onde será convertida em energia
ou será armazenada. A insulina também atua no metabolismo de gorduras e proteínas.
Vídeo
Como Funciona o Pâncreas?

What does the pancreas do? - Emma Bryce

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (2021), o Diabetes é uma emergência de


saúde global que atingiu níveis alarmantes. Em 2021, estima-se que 537 milhões de pessoas
tinham Diabetes, e as projeções indicam 643 milhões até 2030.

A hiperglicemia crônica está associada a danos em longo prazo, com disfunção e insuficiência
funcional dos olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. O diagnóstico da Diabetes tem
um impacto na vida do indivíduo que pode levar a uma série de respostas emocionais, que
incluem: sofrimento relacionado ao Diabetes, depressão, mal humor, burnout, medo de injeção,
ansiedade, distúrbios alimentares e problemas pessoais (BERHE et al., 2020).

A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda a classificação do Diabetes mellitus baseada na


etiopatogenia, ou seja, o Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2, Diabetes gestacional e outros tipos de
Diabetes (RODACKI et al., 2022).

Figura 1 – Dia mundial de controle do Diabetes


Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: vetor. Sobre um fundo azul claro, do lado direito, há um


círculo azul escuro envolto de uma fita azul. Dentro do círculo, há uma mão com
uma gota de sangue no dedo indicador. A esquerda, escrito em letras pretas está:
Dia mundial de combate a diabetes.

Diabetes Tipo 1
É o principal tipo de Diabetes na infância, mas pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais
frequente em crianças e adultos jovens. É causada por um processo autoimune (as células betas
produtoras de insulina no pâncreas são atacadas pelo sistema imune). As causas dessa

destruição não são bem compreendidas, mas pode ser uma combinação de suscetibilidade
genética e estímulo ambiental. Pessoas com Diabetes Tipo 1 precisam de doses diárias de
insulina para sobreviver (ELSAYED et al., 2023).

Leitura
The Management of Type 1 Diabetes in Adults. A Consensus Report by the
American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the

Study of Diabetes (EASD)

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ACESSE

Diabetes Tipo 2
É a responsável pela grande maioria (mais de 90%) da Diabetes pelo mundo. Essa forma engloba
indivíduos que têm deficiência relativa de insulina e resistência periférica à insulina. Pelo menos
inicialmente, e muitas vezes ao longo de sua vida, esses indivíduos podem não precisar de
tratamento com insulina para sobreviver (ELSAYED et al., 2023).
A fisiopatologia da Diabetes Tipo 2 não é completamente compreendida, mas existe uma forte
ligação com o excesso de peso (causando resistência à insulina, ou seja, o hormônio é menos
eficaz), aumento da idade, etnia e histórico familiar (ELSAYED et al., 2023). A resistência à

insulina pode melhorar com a redução do peso, com atividade física e/ou tratamento
farmacológico.

Leitura
Management of Hyperglycaemia in Type 2 Diabetes, 2022. A Consensus
Report by the American Diabetes Association (ADA) and the European
Association for the Study of Diabetes (EASD)

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ACESSE
Figura 2 – Ilustração do Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: vetor. Sobre um fundo branco, há dois vetores. Na metade


de cima, escrito em letras pretas, está Diabetes Tipo 1. Nela, está representado o
processo que envolve a Diabetes Tipo 1. O pâncreas não produz a insulina. As
moléculas de glicose podem se ligar aos receptores celulares, porém o receptor
de insulina fica vazio. Na metade de baixo, escrito com letras pretas, está
Diabetes Tipo 2. Nesse caso, o pâncreas produz a insulina. A glicose se liga ao
receptor celular, mas o receptor de insulina na célula está inativo. Fim da
descrição.

Diabetes Gestacional
De acordo com a OMS e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, a hiperglicemia
na gravidez pode ser classificada como Diabetes pré-gestacional (inclui mulheres com Diabetes
Tipo 1, Tipo 2 ou formas raras de Diabetes antes da gravidez), Diabetes Mellitus Gestacional (que
pode ocorrer durante qualquer período do pré-natal) (HOD et al., 2015).
A hiperglicemia durante o período gestacional aumenta a vulnerabilidade das mulheres e dos
bebês a riscos e complicações, sendo necessário um bom controle da glicose antes da
concepção e durante a gravidez (HOD et al., 2015).

Pré-Diabetes
É um termo cada vez mais usado para descrever pessoas cujos níveis de glicose não preenchem
os critérios para Diabetes, mas apresentam metabolismo anormal de carboidratos (ELSAYED et

al., 2023).

Leitura
Guia Alimentar para a População Brasileira

Um dos desafios da atualidade é buscar e manter uma alimentação que


proporcione qualidade de vida e que previna doenças crônicas. Como
equacionar isso numa Sociedade em que a mulher está no Mercado de

Trabalho e que, por vezes, acaba sendo a responsável pelo


gerenciamento e pela elaboração da alimentação da casa? Isso pode
direcionar para a aquisição de alimentos ultraprocessados, que

apresentam em sua composição as gorduras saturadas e poucas fibras.


Quando ingeridos, eles podem alterar o metabolismo, ocasionando
obesidade e doenças crônicas. Que tal trocar esses ultraprocessados

por um consumo consciente de alimentos que possam ser consumidos


com preparos rápidos ou consumidos in natura e que, além de
saudáveis, possam – ser mais sustentáveis? A Coordenação de
Nutrição do Ministério da Saúde publicou um Guia alimentar para a
população brasileira.

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ACESSE

A Associação Americana de Diabetes enfatiza que a Terapia Nutricional é fundamental para o

Plano Geral de Gerenciamento de Diabetes.

São objetivos da Terapia Nutricional:

A promoção e o apoio a padrões alimentares saudáveis,


enfatizando uma variedade de alimentos ricos em nutrientes
em porções adequadas, a fim de melhorar a saúde geral
(pressão arterial, níveis de colesterol), atingir e manter as
metas de peso corporal, retardar ou prevenir complicações do
Diabetes;

Atender às necessidades nutricionais individuais (com base nas preferências


pessoais e culturais), acessar escolhas alimentares saudáveis;

Manter o prazer de comer, com mensagem de elogios às escolhas alimentares.


Justificar com base científica a limitação de alguns alimentos;

Fornecer ao indivíduo com Diabetes ferramentas práticas para planejar as refeições


diárias (EVERT et al., 2019).
Tabela 1 – Funções e responsabilidades de Nutricionistas fornecendo Terapia Nutricional
Médica (MNT) para pessoas com Diabetes Tipo 2

Triagem e encaminhamento:

Todos os adultos com sobrepeso/obesidade em risco sejam


rastreados para Diabetes Tipo 2;

Indivíduos com Diabetes Tipo 2 são encaminhados para a MNT.

Encontros MNT:

Mínimo de 3 a 6 encontros MNT durante os 6 primeiros meses.


Determinar se encontros MTN adicionais são necessários;

Mínimo de 1 encontro anual para acompanhamento de MNT.

Avaliação nutricional:

Dados bioquímicos, exames médicos e uso de medicamentos;

Achados físicos focados na Nutrição;

Histórico do indivíduo;

História alimentar/nutricional, incluindo comportamento e


hábitos alimentares;
Suplemento alimentar e práticas de Medicina Complementar e
Alternativa;

Situação psicológica e social do indivíduo.

Intervenção nutricional:

Variedade de padrões alimentares são aceitáveis;

Um plano alimentar saudável é incentivado para pessoas com


Diabetes com peso adequado. Um plano alimentar saudável de
energia reduzida é encorajado para pessoas com sobrepeso e
obesas com Diabetes;

Individualizar a composição da ingestão de micronutrientes


dentro da ingestão energética adequada;

Educar sobre estratégias de gerenciamento de carboidratos,


incluindo fibras, índice glicêmico e recomendações de adoçantes
(nutritivos e não nutritivos);

Educar sobre o papel da ingestão de proteínas no controle do


Diabetes;

Incentivar o consumo de um padrão alimentar cardioprotetor


dentro da ingestão energética recomendada;

Aconselhar que não há evidências claras de benefício que não


têm deficiências subjacentes;
Se a escolha for beber álcool, deve ser feito com moderação (uma
bebida/dia ou menos para mulheres adultas e duas bebidas/dia
ou menos em homens adultos);

Educar sobre o automonitoramento da Glicemia e o uso dos


dados para ajustar a terapia.

Coordenação do cuidado:

Devem apoiar o cuidado baseado em Equipe e o envolvimento da


Comunidade para atender às necessidades da pessoa.
Implementar e coordenar o cuidado com a Equipe
Interdisciplinar de Saúde, a pessoa com Diabetes e outras
pessoas importantes (família, amigos e colegas).

Monitoramento e avaliação nutricional:

Monitoramento e avaliação da eficácia do MNT conforme os


dados levantados na avaliação nutricional.

Generalista (competente):
Implementa Diretrizes de Práticas Nutricionais para Diabetes
Tipo 1 e Tipo 2, usando o processo de cuidados nutricionais.

Especialidade (proficiente):

Implementa Educação e Treinamento sobre


tarefas/habilidade/tópicos de autocuidado em Diabetes, como
instruções sobre automonitoramento da Glicemia,
reconhecimento e tratamento da hipoglicemia, metas de
glicemia, avalia os resultados da monitorização da glicemia e as
necessidades de MNT e ajustes de medicação, calcula as relações
insulina/carboidrato e os fatores de sensibilidade à insulina e
avalia outros desfechos metabólicos.

Fonte: Adaptada de EARLY; STANLEY, 2018

Importante!
As recomendações dietéticas são escritas para fornecer orientação que
irá favorecer a maioria das pessoas com Diabetes. Elas são o ponto
inicial para a Terapia Nutricional e auxiliam que cada pessoa portadora
da Diabetes alcance os melhores resultados. Os Profissionais da Saúde
com treinamento e habilidades interpessoais podem potencializar
ainda mais os resultados obtidos.

Obesidade
A obesidade é uma doença multifatorial complexa de influências socioecológicas, ambientais e
genéticas, que atuam sobre os indivíduos. Quando expostos à adversidade, apresentam
alterações em processos imunológicos, metabólicos e epigenéticos que aumentam o risco de
obesidade por alterarem a regulação energética (HAMPL et al., 2023). De acordo com a
Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS (2022), existe mais de 1 bilhão de pessoas obesas
no mundo (sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de
crianças).

Vídeo
What is Obesity?
What is obesity? - Mia Nacamulli

A obesidade eleva a probabilidade da ocorrência de outras doenças como, por exemplo, o


Diabetes Mellitus Tipo 2, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, doença renal crônica,
hipertensão, doença hepática gordurosa, apneia obstrutiva do sono, osteoartrite e depressão
(LIN; LI, 2021).

O IMC é utilizado para definir e diagnosticar a obesidade e, de acordo com a OMS, pode ser
definido “sobrepeso” com o IMC de 25 a 29,9. A obesidade pode ser classificada ainda em três
níveis: Classe I (IMC 30 a 34,9), Classe II (IMC 35 a 39,9) e Classe III (IMC ≥40) (POIRIER et al.,
2006).
Glossário
IMC: é uma medida utilizada para verificar o excesso de gordura
corporal. É calculado dividindo o peso de uma pessoa (em kg) pelo
quadrado da altura (em metros). Para crianças e adolescentes, a
interpretação do IMC é específica para a idade e sexo.

Embora o IMC se refira ao grau de sobrepeso e obesidade, a obesidade abdominal (medida obtida
pela circunferência da cintura) também está associada a riscos à saúde, ou seja, o diagnóstico da
obesidade não deve ser baseado apenas no IMC, mas em conjunto com outros parâmetros
antropométricos e clínicos (WIECHERT; HOLZAPFEL, 2021).

Leitura
Obesidad y Sobrepeso

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ACESSE
O histórico familiar, estilo de vida e fatores psicológicos funcionam como elementos que podem
afetar a propensão à obesidade. A probabilidade de se tornar um obeso pode ser afetado pela
natureza da criação, reforçada pela genética familiar (propensão ao acúmulo de gordura) ou
estilo de vida (maus hábitos alimentares ou de exercícios) (LIN; LI, 2021).

Figura 3 – Dia mundial de controle da obesidade


Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: vetor. Em um fundo branco, há uma espiral colorida


informando que o dia mundial de controle da obesidade é 4 de março. Fim da
descrição.

A ocorrência da disbiose também está associada a uma ampla gama de doenças, incluindo

distúrbios neurológicos, doença inflamatória intestinal, Diabetes e obesidade (DEGRUTTOLA et


al., 2016).

Várias abordagens de tratamento (baseadas em evidências) podem ser aplicadas para reduzir a
obesidade, como, por exemplo: intervenção no estilo de vida, medicamentos e cirurgia
bariátrica. Independentemente do conceito de perda de peso adotado (low carb, jejum

intermitente, baixo teor de gordura, medicamentos ou cirurgia bariátrica), a perda de peso não
ocorrerá sem um balanço energético negativo (WIECHERT; HOLZAPFEL, 2022). Um exemplo de
intervenção para a redução na ingestão de calorias está demonstrado a seguir:

Intervenção no Estilo de Vida


Ingestão de calorias: veja exemplos práticos para a redução de ingestão de calorias na Tabela a
seguir.

Tabela 2 – Recomendações práticas para reduzir a ingestão de energia

Item Recomendação

Prefira alimentos densos de baixa


Densidade
energia: escolha alimentos com menor teor
energética
energético por 100g.

Cuidado com as gorduras


escondidas: escolha alimentos com baixo
teor de gordura ou escolha a alternativa
com redução de gordura;
Gordura dietética
Prefira métodos de preparo de alimentos
com redução de gordura: escolha
métodos sem adição de gordura.

Ingerir 5 porções de legumes e frutas por


Alimentos à base
dia: escolha alimentos à base de plantas ao
de plantas
invés de carne.
Item Recomendação

Aumentar a ingestão de fibras alimentares


Fibra alimentar para 25 a 30 g por dia: escolha produtos
integrais, legumes, verduras, frutas.

Beba bebidas sem calorias: escolha bebidas


Bebidas
sem açúcar e calorias

Fonte: Adaptada de WIECHERT; HOLZAPFEL, 2022

Leitura
Guias Alimentares: Estratégia para Redução do Consumo de Alimentos

Ultraprocessados e Prevenção da Obesidade


Se você tem interesse em saber mais sobre estratégias para a redução
de alimentos ultraprocessados e prevenção da obesidade.

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ACESSE
Transtornos Alimentares
Os transtornos alimentares são doenças graves, que apresentam potencial de se tornarem fatais.
Afligem os indivíduos ao longo da vida, causando impactos no desenvolvimento físico e
psicológico. O relato médico mais antigo de um indivíduo com transtorno alimentar foi há mais
de 300 anos (WEISELBERG et al., 2011).

Vídeo
Why are Eating Disorders so Hard to Treat?

Why are eating disorders so hard to treat? - Anees Bahji


De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição
(DSM – 5), é possível categorizar os transtornos alimentares da seguinte forma (HORNBERGER
et al., 2021):

Anorexia nervosa (NA);

Bulimia nervosa (BN);

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP);

Transtorno evitativo/restritivo da ingestão alimentar (TARD).

Leitura
O que são Transtornos Alimentares?

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ACESSE

Agora, vamos entender um pouco mais sobre cada um desses transtornos e de que forma
podemos auxiliar na melhora da condição de vida das pessoas que apresentam algum deles.
Anorexia Nervosa
A Anorexia Nervosa (AN) é um distúrbio psicometabólico com alto risco de complicações e
frequentemente letal. É de difícil tratamento, com apenas 30% dos adultos se recuperando
totalmente. A taxa de mortalidade pode ser significativamente elevada (consequência dos efeitos
diretos da desnutrição ou do suicídio), com a maioria dos adultos alcançando uma recuperação
parcial, colocando-os em risco perigoso de recaídas (BULIK; MEHER, 2021).

A anorexia nervosa é caracterizada por baixo peso corporal, medo de ganho de peso,
comportamentos para impedir o ganho de peso e incapacidade de reconhecer a gravidade da
condição. É caracterizada por comportamentos alimentares anormais, impulso excessivo para
perda de peso e imagem corporal distorcida (JOWIK et al., 2021).

Existem dois subtipos:

Restritivo: marcado por restrição alimentar, dieta e jejum e


exercício excessivo;

Compulsão periódica/purgativa: restrição da ingestão de alimentos e exercícios,


porém podem ocorrer eventos de excessos recorrentes e ou purgação (vômitos
autoinduzidos ou uso indevido de laxantes ou diuréticos) (HORNBERGER et al.,
2021).

Fatores biológicos e ambientais podem estar relacionados à anorexia nervosa. Pacientes com
anorexia nervosa apresentam alteração da função cerebral, com déficits nos
neurotransmissores dopamina (comportamento alimentar e recompensa), e serotonina
(controle dos impulsos e neuroticismo), ativação diferencial do sistema corticolímbico (apetite
e medo) e diminuição da atividade entre os circuitos frontostriatais (comportamentos

habituais) (MOORE; BOKOR, 2022).

A alimentação restritiva contínua e a desnutrição podem causar disfunções em vários sistemas,


que incluem complicações cardiovasculares, endócrinas, gastrointestinais, ginecológicas e
outras alterações metabólicas (HORNBERGER et al., 2021).
O tratamento para a anorexia nervosa requer Equipe Multidisciplinar composta por Médicos,
Nutricionistas e Psicólogos trabalhando juntos. São etapas da terapia nutricional: o
planejamento da ingestão de alimentos e a recuperação dos hábitos alimentares adequados. O
Nutricionista deve manter a pessoa sempre informada sobre os nutrientes que estão sendo
ingeridos durante o tratamento, incentivando uma ingestão alimentar saudável (WARDLAW;
SMITH, 2013).

O manejo nutricional deve ser realizado com cuidado para evitar o risco de realimentação

(potencial distúrbio metabólico que pode ocorrer em pessoas desnutridas após rápida mudança
de uma fase catabólica para uma anabólica no início da realimentação) (GOSSEAUME et al.,
2019).

A restauração do estado nutricional adequado é o objetivo no tratamento da NA. Dessa forma,


ganhar a confiança e a cooperação do paciente é fundamental. O ideal é que a recuperação da
taxa metabólica seja o mais próximo possível do normal. Para o processo de reabilitação
nutricional existem vários métodos descritos, por exemplo, a nutrição oral com refeições
padronizadas, nutrição médica na forma líquida, nutrição diferente da oral (nutrição enteral ou

nutrição parenteral) e o uso de suplementação.

No entanto, não há relatos de superioridade de um único método de alimentação na reabilitação


nutricional de pacientes com AN. Podem ser necessárias diferentes abordagens para uma
eficácia no tratamento. Um exemplo que podemos citar é a nutrição enteral (uma ferramenta
terapêutica adequada para o manejo da desnutrição das pessoas com AN), que é indicada se a
desnutrição for grave (IMC < 13), por exemplo (JOWIK et al., 2021).

Existe a necessidade de novos tratamentos para a AN. O aproveitamento de abordagens


metabólicas, genômicas e da microbiota intestinal tem o potencial de gerar novos tratamentos,
seguros e eficazes para esses pacientes, especialmente na manutenção do peso restaurado. A
nutrigenômica e os alimentos complementares direcionados a microbiota (MDCFs) podem ser
indispensáveis para o sucesso desta terapia (BULIK et al., 2021).

O desenvolvimento de MDCFs para a anorexia nervosa teria o potencial de restaurar o


ecossistema microbiano normal, corrigindo um intestino disfuncional e ocasionaria uma

renutrição mais eficaz e tolerável, aliado a um ganho de peso sustentável (BULIK et al.,2021).
Bulimia Nervosa (BN)
A Bulimia Nervosa (BN) é um transtorno alimentar grave e potencialmente fatal que se
caracteriza por compulsão alimentar e controle de peso extremo recorrente. A compulsão
alimentar é caracterizada por: dentro de um período (por exemplo, 2 horas), comer uma
quantidade de alimentos que é claramente maior do que a maioria dos indivíduos comeria
durante um período semelhante em circunstâncias semelhantes e uma sensação que não se

pode limitar ou controlar os excessos durante o dia (HORNBERG et al., 2021).

O distúrbio alimentar é a principal causa de morbidade física e psicossocial em meninas


adolescentes. Os indivíduos com BN vão ao banheiro logo após as refeições e aguardam um
longo período até que ocorra a purgação. Os processos de purgação das pessoas com BN são

caracterizados pelo uso de métodos de controle de peso, como laxantes, uso de diuréticos,
estimulantes, regurgitação, dietas severas, jejum prolongado, jejum de água, vômitos
autoinduzidos e exercício excessivo (AAP, 2013).

Em alguns casos, o vômito torna-se um objetivo, e o indivíduo comerá compulsivamente para


vomitar ou vomitará após comer uma quantidade de comida. Os indivíduos podem induzir o
vômito de diferentes formas, incluindo o uso de dedos ou instrumentos para estimular o vômito
(DSM-5, 2014).

O tipo de alimento consumido durante as compulsões é variável entre os indivíduos e durante o


período. A compulsão alimentar está caracterizada pela quantidade de alimento ingerido e não
pelo desejo da ingestão de nutrientes (AAP, 2013).

A fisiopatogenia da bulimia nervosa ainda não é bem conhecida, mas provavelmente é


multifatorial. Ela é quatro vezes mais comum do que a anorexia nervosa. Muitos fatores
contribuem para o crescimento dos transtornos alimentares, como genética, biologia,

expectativas emocionais, sociais e outras questões (MOHAJAN; MOHAJAN, 2023;


HIMMERICHET et al., 2019).
Os pacientes com bulimia nervosa frequentemente evitam tratamento e não estão dispostos a
consultas médicas para verificar seu problema. É necessária uma Equipe Multidisciplinar, assim
como na anorexia nervosa. Às vezes, é necessária a utilização de Psicoterapia, visando a uma

melhor autoaceitação. O aconselhamento nutricional deve ser realizado com os seguintes


objetivos: restabelecimento de hábitos alimentares satisfatórios e ajustar falsas percepções
sobre alimentação (MOHAJAN; MOHAJAN, 2023).

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)


No transtorno da compulsão periódica, ocorrem episódios recorrentes de compulsão alimentar.
O episódio de compulsão alimentar é caracterizado por comer uma quantidade de alimento que é
claramente maior do que a maioria dos indivíduos comeria durante um período semelhante, em
circunstâncias semelhantes e sentir que não se pode limitar ou controlar seu excesso de comer
durante o episódio (HORNBERG et al., 2021).

Os episódios de compulsão alimentar incluem: comer até ficar desconfortavelmente cheio,


comer grandes quantidades de comida quando não sente fome, comer sozinho por causa do

constrangimento com o quanto se está comendo e se sentir culpado, revoltado ou deprimido


depois (HORNBERG et al., 2021).

A gravidade da compulsão alimentar é calculada pelos episódios de compulsão alimentar em


uma semana, transtorno leve (1 a 3 episódios/ semana), moderado (4 a 7 episódios/semana)
e grave (8 a 13 episódios/semana) e extremo (para 14 ou mais episódios/semana) (MOHAJAN;

MOHAJAN, 2023).

As causas exatas da compulsão alimentar ainda são desconhecidas. Estima-se que fatores
sociais, genéticos, biológicos, dietas de longa duração e psicológicos contribuam para o seu
desenvolvimento. A compulsão alimentar em longo prazo resulta em aumento de peso,
obesidade ou excesso de peso, hipertensão arterial, hiperlipidemia, acidente vascular cerebral,
doença cardíaca e, em alguns indivíduos, Diabetes (MOHAJAN; MOHAJAN, 2023).

O transtorno da compulsão alimentar periódica difere da bulimia nervosa. O transtorno da


compulsão alimentar não utiliza comportamentos compensatórios, como, por exemplo, os
vômitos autoinduzidos ou uso de laxantes. O TCAP é visto em todas as faixas etárias, raças,
grupos socioeconômicos, sendo mais frequentes entre adolescentes e jovens (MOHAJAN;
MOHAJAN, 2023).

Os indivíduos que sofrem com o transtorno da compulsão alimentar periódica muitas vezes
sofrem em silêncio. O tratamento para esse transtorno é reduzir a compulsão alimentar e apoiar
a pessoa a fazer refeições regulares. Pode ser feito em grupo, individualmente ou, ainda, uma
combinação de ambos (MOHAJAN; MOHAJAN, 2023).

A fisiopatologia da TCAP tem a mesma neurobiologia que o transtorno por uso de substâncias.
Ela ocorre devido à dificuldade no processamento de recompensa e controle inibitório. A
hipótese é que a dependência alimentar afirma que pessoas com alta impulsividade e
sensibilidade à recompensa experimentam uma resposta viciante a certos alimentos, como, por
exemplo, alimentos ricos em açúcar e gordura (IQBAL; REHMAN, 2022).

As Terapias Cognitivo-comportamental e a Psicoterapia interpessoal auxiliam na melhora da


compulsão alimentar com taxa abstinência de 50%.

Câncer
O câncer é uma das principais causas de morte no mundo e foi responsável por quase 10 milhões
de mortes em 2020. A estimativa é que, até 2030, haverá 23,6 milhões de novos casos de câncer a
cada ano, com maior aumento nas regiões menos desenvolvidas economicamente no mundo
(WHO, 2023).

Os tipos de câncer variam em todo o mundo, ou seja, eles variam consideravelmente entre os
países ou de região para região (WISEMAN, 2018).

Tabela 3 – Tipos de Câncer mais comuns e mortalidade no mundo

Novos casos de câncer 2020 Morte por câncer 2020


Tipo de Tipo de Mortes
Novos casos
câncer câncer (casos)

Mama 2,26 milhões Pulmão 1,80 milhão

Pulmão 2,21 milhões Cólon e reto 916.000

Próstata 1,41 milhão Estômago 769.000

Pele (não
1,20 milhão Mama 685.000
melanoma)

Fonte: Adaptada de OMS, 2023

A fisiopatologia do câncer a define como uma doença complexa que resulta de múltiplas
interações entre os genes e o ambiente. Atualmente, existem evidências de que os fatores

nutricionais, relacionados à composição da dieta, composição corporal, em particular a gordura


corporal, ou os níveis de atividade física podem afetar as células. A forma como a pessoa se
alimenta durante a vida pode ser responsável por definir a suscetibilidade a exposições
carcinogênicas exógenas e endógenas (RAVASCO, 2019; WISEMAN, 2018).

Site
Como as Células Cancerígenas se Comportam Frente as Células
Saudáveis?
How do cancer cells behave differently from healthy ones? - Geor…
Geor…

Tabela 4 – Exposição alimentar e risco de câncer

Exposição Efeito direto Resultados

Câncer colorretal;
Alimentos contendo
Diminui o risco ganho de peso,
fibras
sobrepeso e obesidade

Alimentos
Aumenta o
contaminados com Câncer de fígado
risco
aflatoxina

Alimentos Aumenta o Câncer de estômago


conservados por risco
Exposição Efeito direto Resultados

salga

Câncer de: cólon; mama


Atividade física Diminui o risco
e endométrio

Bebidas adoçadas Aumenta o Ganho de peso;


com açúcar risco sobrepeso e obesidade

Câncer de: boca, faringe


Aumenta o e laringe; esôfago;
Bebidas alcoólicas
risco fígado; colorretal;
mama e estômago

Câncer de fígado e
Café Diminui o risco
endométrio

Aumenta o
Carga glicêmica Câncer endométrio
risco

Aumenta o
Carne vermelha Câncer colorretal
risco

Aumenta o
Carne processada Câncer colorretal
risco

“Fast foods”
Aumenta o Ganho de peso,
“Dieta tipo
risco sobrepeso e obesidade
ocidental”
Exposição Efeito direto Resultados

Grãos integrais Diminui o risco Câncer colorretal

Lactação Câncer de mama na


Diminui o risco
(amamentação) mãe

Ganho de peso;
Lactação (tendo sido
Diminui o risco sobrepeso e obesidade
amamentado)
(crianças)

Câncer: colorretal, de
Maior adulto com Aumenta o rim; endométrio;
maior altura risco próstata e pele
(melanoma maligno)

Câncer de: boca; faringe


e laringe; esôfago;
estômago; pâncreas;
Maior gordura Aumenta o vesícula biliar; fígado;
corporal risco colorretal; mamas;
ovário; endométrio;
próstata (avançado) e
rim

Aumenta o Câncer de mama na pré


Maior peso ao nascer
risco menopausa

Padrão alimentar Ganho de peso,


Diminui o risco
tipo mediterrâneo sobrepeso e obesidade
Exposição Efeito direto Resultados

Produtos lacticínios Diminui o risco Câncer colorretal

Suplementos com Câncer de pulmão


Aumento do
altas doses de β- (fumantes atuais e
risco
caroteno anteriores)

Fonte: Adaptada de WISEMAN, 2018

Leitura
Cancer Risk Factors that Affect Câncer. Exposures – WCRF International

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ACESSE

Esse panorama apresentado visa à diminuição da incidência do câncer no indivíduo. Porém,


quando se tem um diagnóstico positivo, e há necessidade da implementação de outros

tratamentos, como proceder?

Estima-se que 40 a 80% de todos os pacientes com câncer fiquem desnutridos durante o curso
da doença. Isso terá impacto direto no indivíduo e, consequentemente, no tratamento aplicado,
pois haverá, por exemplo, dificuldades na cicatrização de feridas, piora na função muscular e
aumento no risco de complicações pós-operatórias (RAVASCO, 2019).

A ingestão de nutrientes em pacientes oncológicos é diminuída, fruto principalmente das

consequências oriundas do tratamento, conforme lista a seguir.

Causas comuns para uma ingestão pobre em nutrientes em pacientes com câncer:

Deterioração do paladar, olfato e apetite, como consequência do tumor e ou terapia;

Preferências alimentares alteradas/evitação de alimentos/aversão alimentar;

Problemas alimentares (dentes, mastigação);

Disfagia, odinofagia ou obstrução gastrointestinal parcial/total;

Saciedade precoce, náuseas e vômitos;

Dor, xerostomia, saliva pegajosa, garganta dolorosa, trismo;

Lesões orais e esofagite;

Mucosite induzida por radioterapia/quimioterapia;

Enterite aguda ou crônica por radiação durante e após a radioterapia;

Depressão, ansiedade;

Dor (Adaptada de RAVASCO, 2019).

A nutrição é um fator central na oncologia, seja na prevenção do desenvolvimento de tumores,

seja no aconselhamento nutricional durante as terapias. O aconselhamento nutricional precisa


ser individualizado durante as terapias, levando em consideração o quadro clínico e os sintomas
apresentados, para que a intervenção nutricional seja eficaz.

As tomadas de decisão sobre qual suporte nutricional adequado devem ser realizadas com

parcimônia.

Deve-se verificar em qual estado nutricional e funcional o indivíduo está/apresenta, para que as
intervenções sejam bem planejadas e realizadas com sucesso.
📄 Material Complementar
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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites

Publicações para Promoção à Saúde – Ministério da Saúde

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Eating Disorders

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SISVAN
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Livro

Nutrição e Diabetes Mellitus na Prática Clínica


MOTA, J. F.; STRUFALDI, M. B.; ALVAREZ, M. M. Nutrição e Diabetes Mellitus na Prática Clínica.
Barueri: Manole, 2023. (e-book)

Leitura

Warning Signs and Symptoms

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Evidence-Based European Recommendatios for the Dietary


Management of Diabetes

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Precision Nutrition in Diabetes: When Population-Based Dietary
Advice Gets Personal

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📄 Referências
Página 3 de 3

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