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Elaboração de Programas Educativos
em Alimentação e Nutrição
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Elaboração de Programas Educativos
em Alimentação e Nutrição
• Introdução;
• Fases e Fundamentos para o Desenvolvimento de
um Programa de Educação Alimentar e Nutricional;
• Técnicas e Tecnologias em EAN.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as técnicas, ferramentas e tecnologias adequadas para a elaboração e estrutura-
ção de ações educativas em alimentação e nutrição para diferentes públicos e contextos.
UNIDADE Elaboração de Programas Educativos em Alimentação e Nutrição
Introdução
Segundo a Portaria n.º 2.761, de 19 de novembro de 2013, que instituiu a Políti-
ca Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(PNEPS-SUS) a construção compartilhada do conhecimento consiste em:
Caminhos
Com quem? Quando?
para Planejar
Características do público, dados,
percepção, atitudes e valores. Periodicidade, cronograma,
conexões em médio
Definição de parceiros e e longo prazos
colaboradores.
Assim, não se esqueça que planejar significa, antes de tudo, antecipar-se, traçando
o que será desenvolvido em cada etapa e reavaliando sempre que for necessário e ao
final de tudo.
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Fases e Fundamentos para o
Desenvolvimento de um Programa
de Educação Alimentar e Nutricional
Fases e Fundamentos
A alimentação tem importância fundamental em todas as etapas do curso da vida e
do desenvolvimento humano, quer seja físico, mental, social ou cultural, tratando-se de
um direito humano (DISTRITO FEDERAL, 2014).
Para isto, devem ser planejadas e elaboradas fases que nortearão essa ação educativa,
sendo (BRASIL, 1999; SANTOS; GOMES, 2014):
• Diagnóstico: descobrir os problemas a serem solucionados naquela coletividade a
que se destina a orientação;
• Objetivos: determinar o que deve ser modificado, baseado no diagnóstico;
• Conteúdo programático: determinar os assuntos a serem abordados para que as
informações orientadas contribuam para o favorecimento das mudanças nutricio-
nais comportamentais;
• Estratégias: conjunto de métodos e recursos utilizados para que a informação seja
transmitida de modo lógico e didático;
• Indicadores e avaliação: fase na qual se verifica se os objetivos do programa fo-
ram atingidos ou não.
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Além destas fases do programa, vale incluir para um bom planejamento a elaboração
de um cronograma e o levantamento de recursos (físicos e econômicos).
A seguir abordaremos cada fase do Pean (BRASIL, 1999; GOMES; SANTOS;
MARQUES, 2012; SANTOS; GOMES, 2014; CERVATO, 2017; FREIRE, 2019).
Diagnóstico
Quem é o público-alvo da ação? Quais são as suas características e os seus problemas?
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É nessa fase que acontece a coleta e análise de todos os dados. A coleta dos
dados deve contemplar todas as informações necessárias para traçar o perfil e as
necessidades do público-alvo. A anamnese clínico-nutricional, incluindo os inquéritos
alimentares (Tabela 1), adequados a cada população estudada auxiliarão na obtenção
de resultados relevantes.
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Alimentos D S M E N Observação
Embutidos
Enlatados
Feijão/leguminosas
Frutas
Gordura hidrogenada
Iogurte
Lanches
Legumes
Leite
Macarrão
Maionese
Manteiga
Margarina
Mel
Miúdos
Óleo vegetal
Ovos
Pães
Pescados
Pizza
Produtos dietéticos
Refrigerantes
Salgadinhos
Soja
Sucos artificiais
Sucos naturais
Verduras
Outros
D = x/dia; S = x/semana; M = x/mês; E = Eventualmente; N = Nunca.
O tratamento estatístico dos dados coletados pode ser realizado através de progra-
mas tecnológicos específicos, ou mesmo manualmente e apresentados em forma de grá-
ficos, tabelas, quadros (quantitativos) e trechos de relatos de experiências (qualitativos).
Objetivos
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Os objetivos devem ser precisos, ir ao encontro dos interesses do público-alvo e desco-
brir o que deve ser alterado na situação. Ao redigir os objetivos, deve-se indicar claramente
o comportamento desejado.
O objetivo de uma pesquisa (programa) pode ser dividido em objetivo geral e objeti-
vos específicos (PRODANOV; FREITAS, 2013).
• Objetivo geral: será a síntese do que pretendemos alcançar no programa, ou seja,
deve permitir que se tenha uma visão da meta final como um todo, por exemplo,
analisar e comparar o conhecimento sobre nutrição de professores e alunos
do Projeto a Escola Promovendo Hábitos Alimentares Saudáveis, submetidos
a duas estratégias de educação nutricional em escolas do Distrito Federal
(YOKOTA, 2010).
• Objetivos específicos: giram em torno da população-alvo, sendo redigidos por
verbos (ações) que devem ser executados para alcançar o objetivo geral no final do
programa, por exemplo:
» Elaborar dois instrumentos quantitativos para avaliação do conhecimento sobre
nutrição das crianças nas escolas participantes;
» Utilizar duas estratégias de intervenção em educação nutricional nas escolas
(YOKOTA, 2010).
Conteúdo Programático
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Não se pode esquecer que o conteúdo deve ser adaptado em nível de conhecimento,
interesse e necessidades da população-alvo.
Estratégias
Muitas estratégias podem ser aplicadas para a solução do problema. O seu uso deve
ser pensado em várias ações técnicas que contribuirão para que a população-alvo apren-
da o conteúdo e tenha estímulo para a ação de mudança.
E para que isto aconteça é importante observar a condição interna de cada popu-
lação-alvo para as mudanças propostas, estimulando o desejo de mudança do com-
portamento, ou seja, motivando os indivíduos ou grupos a participarem ativamente do
processo de construção do conhecimento.
As técnicas e os métodos de ensino a serem utilizados na estratégia de educação
nutricional podem ser definidos como o caminho a ser percorrido e forma de apresenta-
ção do trabalho que juntos deverão cumprir a eficiência do aprendizado e da prática da
ação de mudanças. Os tipos de métodos utilizados são (BELEZIA, 2007):
• Expositivo ou aula expositiva: a figura central do professor que explana o con-
teúdo aos alunos/ouvintes, explicando, discorrendo e relatando fatos, aconteci-
mentos e conceitos ligados ao tema – por exemplo, aula expositiva, painel, sim-
pósio, palestra;
• De laboratório: o aluno participa do processo ativamente, sendo que o professor é
o mediador/orientador. Algumas técnicas podem ser aplicadas em grupos/equipes
ou individualmente – por exemplo, Philips 66, estudo de caso, seminário, dramati-
zação, demonstração e brainstorming;
• De solução de problemas: situação em que um indivíduo ou um grupo quer ou
precisa resolver, sendo um pouco mais complexo do que apenas resolver um exer-
cício – por exemplo, compreender ou diagnosticar uma situação idealizando um
plano para solucionar esse problema.
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Um estudo de revisão sistemática mostrou que as intervenções desenvolvidas em práticas
de EAN em adultos atendidos na atenção primária à saúde foram realizadas de diferentes
formas, apresentando, na maior parte dos trabalhos, mais de uma estratégia desenvolvida
em um único grupo, utilizando tanto ferramentas lúdicas como teatro, apresentação de ví-
deos, fotos, como a avaliação antropométrica e bioquímica, palestras, preenchimento de
questionários e até mesmo a realização de visitas domiciliares. O período de duração em
que foram desenvolvidas as intervenções variou nos estudos entre 7 semanas e 15 meses
(FRANÇA; CARVALHO, 2017).
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Indicadores e Avaliação
O que se queria? O que foi alcançado?
Cronograma
Durante o planejamento do programa de educação alimentar e nutricional é impor-
tante descrever as etapas a serem desenvolvidas, estipulando datas a curto, médio e
longo prazo (considerando o período determinado para o programa).
Vejamos um exemplo de Tabela que pode ser utilizado para o planejamento e re-
gistro das atividades a serem desenvolvidas durante o planejamento do Pean e posteri-
or desenvolvimento:
* poderá ser colocado como status: Concluído (C), Incompleto (I), Atrasado (A).
Recursos
Cada local ao qual o Pean possa ser planejado, desenvolvido e aplicado apresenta
características específicas que podem impactar nas escolhas que devem ser realizadas
na execução do Programa.
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Atenção aos recursos disponíveis para o desenvolvimento do Programa:
• Físicos e materiais: verificar se o local possui espaço adequado para o desenvol-
vimento das estratégias, acesso à energia (tomadas), acesso à água (torneiras), cozi-
nha, projetor, data show, quadro etc. Tudo isto implicará principalmente na escolha
da estratégia a ser utilizada;
• Financeiros: deve-se levantar todos os possíveis gastos para a execução do Progra-
ma. Se houver apoio financeiro de alguma instituição, a comprovação dos gastos
desses recursos deverá ser comprovada;
• Humanos: verificar a necessidade de monitores, estagiários, profissionais de outras
áreas que poderão participar do programa.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Saúde e Desenvolvimento Humano
https://bit.ly/2QnUECu
Ações de Educação Alimentar e Nutricional para Escolares: Um Relato de Experiência
https://bit.ly/39akZL3
Programa de Orientação Nutricional foca nos hábitos alimentares de alunos do 2º ao 4º ano
https://bit.ly/3f3yH69
Estratégias de educação alimentar e nutricional para promoção da alimentação saudável
e redução do desperdício
https://bit.ly/3ccTbaH
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Referências
BELEZIA, E. C. Metodologia de ensino. In: RAMOS, I. M. L. et al. Formação pedagó-
gica para docentes da educação profissional. São Paulo: Centro Paula Souza, 2007.
p. 230-247.
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