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Obesidade e Diabetes
Índice de Massa Corporal (IMC): ou Body Mass Index – BMI, em inglês, é um indicador
universalmente utilizado como forma de identificar, rapidamente, situações de Défice ou
Excesso de Peso, ou Obesidade. É uma medida de corpulência e define-se como a Razão
entre o Peso (em kg) e a Altura (em metros) ao quadrado (kg/m2) e tende a associar-se com
indicadores de composição corporal. O IMC é o teste recomendado para avaliação da
composição corporal, tendo como objetivo determinar se o peso está adequado à altura.
No entanto, um valor isolado de IMC NÃO é suficiente para tirar conclusões. Os valores
devem ser sempre comparados com Tabelas de Referência da OMS. A primeira tabela diz
respeito a Adultos (homens e mulheres) com idade > 20 anos e < 65 anos. Já o gráfico é
específico para Crianças.
Interpretação do IMC
→ Baixo Peso (IMC < 18,5): estes valores ocorrem, normalmente, em pessoas doentes –
hipertiroidismo ou diabetes, presença de parasitas, Doença de Crohn, intolerâncias
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→ Peso Normal (18,5 < IMC < 24,9): este escalão está associado ao peso ideal, a uma maior
longevidade e menor incidência de doenças, sendo os valores recomendados para uma
vida saudável.
→ Excesso de Peso e Obesidade (25 < IMC): estes valores indicam que a pessoa está acima
do ideal. O excesso de peso e obesidade são considerados doenças crónicas, com
aumento progressivo da prevalência em adultos, adolescentes e mesmo em crianças,
de forma epidémica.
Assim, esta medida pode ser utilizada para estimar a prevalência da obesidade numa
população, bem como os riscos a ela associados. No entanto, o IMC NÃO tem em conta a
distribuição de gordura no corpo e as particularidades de cada pessoa. Exemplo: em atletas
o IMC não é uma determinação fiável pois não permite distinguir a causa do excesso de
peso.
Obesidade
A Obesidade é considerada pela OMS como a pandemia do século XXI. É um problema
de saúde pública e uma doença crónica, multifatorial e, acima de tudo, evitável. É definida
como a acumulação anormal ou excessiva de gordura corporal, que pode atingir graus
capazes de afetar a saúde.
Apesar de se considerar obesidade acima de 30, esta classificação tem subdivisões, com
gravidade crescente e que devem ser abordadas de modo diferente, com opções
terapêuticas próprias. A classificação tem, ainda, em conta a mortalidade – os anos de vida
perdidos em cada grau: entre os 20-30 anos, perdem-se 5 anos de vida se o IMC estiver
entre 30-35 e 7 anos de vida entre os 35-40.
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Existe, ainda, uma relação forte entre as diferentes classes de obesidade e o risco de
desenvolver comorbilidades:
. Distribuição Ginoide (Pera): menos grave, em que a gordura se distribui de forma mais
uniforme e periférica.
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Epidemiologia
A prevalência da obesidade a nível mundial tem aumentado nas últimas décadas, sendo
tão elevada que a OMS considera esta doença como A Epidemia Global do século XXI.
Desde 1975, o número de pessoas obesas no mundo triplicou e, em 2020, cerca de 38%
da população mundial (18<) tinham excesso de peso. Destes, cerca de 650 milhões eram
obesos. Em 2019, 38 milhões de crianças com menos de 5 anos tinham excesso de peso ou
obesidade.
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Etiologia (Causas)
A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, resulta de diversos fatores – genéticos,
bioquímicos, dietéticos e comportamentais -, que contribuem para a acumulação de
gordura corporal. Pode ser encarada como uma consequência de um Desequilíbrio
Energético: durante um longo período de tempo, a energia ingerida, em calorias, é maior
que a gasta – Balanço Energético Positivo.
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ingestão de alimentos. Estes fatores podem ser herdados dos pais ou resultar de condições
no útero – Imprinting Genético. Os fatores genéticos também regulam o gasto de energia,
a termogénese (manutenção da temperatura corporal) e a distribuição da gordura no corpo.
. Leptina: secretada pelo tecido adiposo, informa o cérebro de quanta gordura está
armazenada. A leptina vai inibir o apetite em pessoas com peso normal, sendo que níveis
altos desta hormona estão relacionados com maior gordura corporal. Os seus níveis podem
diminuir quando se perde peso. + Leptina = + Gordura.
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Exemplo: se o cérebro não tiver indicação que o estômago está cheio, não vai indicar que a
pessoa já não tem fome e esta continua a comer.
Exemplo 2: problemas do foro psicológico podem levar a compulsões com comida – comer
quando se está triste, nervoso…
Complicações
. Hipertensão
. Dislipidemia (Colesterol)
. Diabetes tipo II
. Doenças cerebrais e cardiovasculares (AVC, enfarte)
. Cancro (cólon, reto, próstata, mama, fígado e rim)
. Apneia do sono
. Doença do Refluxo Gástrico
. Desgaste das articulações
. Diminuição da autoestima, depressão
. Aumento do risco de morte prematura
Prevenção
Passa por ter uma alimentação saudável e praticar exercício físico. Podemos diminuir o
sedentarismo optando por andar a pé sempre que possível, levantar a cada 30min e utilizar
escadas em vez de elevadores.
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A Cirurgia Bariátrica é recomendada para Obesidade Grau IV ou Obesidade Grau II, com
complicações. Serve para tornar o estômago mais pequeno, dando a sensação de saciedade
e enfartamento com menos alimento, e diminuindo a absorção de calorias e nutrientes.
Existem 3 tipos:
. Banda Gástrica
. Sleeve Gástrico
. Bypass Gástrico
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Diabetes Mellitus
A Glucose é fundamental para o metabolismo das células, principalmente das nervosas.
Para que esta seja transportada até elas, o pâncreas produz Insulina, hormona que vai
permitir às células captarem a glucose do sangue, para ser utilizada como fonte de energia.
Quando isto não acontece corretamente, aparece a Diabetes.
A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica crónica, com várias causas e que
provoca várias alterações fisiopatológicas, que conduzem a um aumento permanente da
Glicémia – concentração de açúcar no sangue.
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Diabetes Tipo 2
É o tipo mais comum de diabetes (90% dos pacientes), normalmente diagnosticado na
pessoa adulta (geralmente após os 40 anos), e costuma estar associado à obesidade e
sedentarismo. É provocado por um desequilíbrio no metabolismo da insulina.
Embora com uma forte componente hereditária, a diabetes tipo 2 pode ser prevenida
controlando a alimentação e o exercício físico.
Diabetes Gestacional
Em cerca de 1 em cada 20 mulheres grávidas, o novo ambiente hormonal, associado ao
excesso de peso, sedentarismo e alimentação pouco equilibrada, podem provocar um tipo
de diabetes próprio da gestação – Diabetes Gestacional. Geralmente, é controlada apenas
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com dieta e atividade física, e desaparece quando a gravidez termina. No entanto, pode
existir necessidade de tratamento com insulina.
Sintomas
Os sintomas são provocados pela quantidade de glucose no sangue, seja associado ao
seu aumento – Hiperglicemia -, ou à sua diminuição – Hipoglicemia.
Hiperglicemia: esta situação caracteriza a diabetes. As pessoas sem diabetes devem ter uma
Glicémia entre 80-110mg/dl em Jejum e entre 110-140mg/dl 2h depois das refeições. Uma
pessoa com diabetes deve tentar aproximar-se ao máximo destes valores.
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Hiperglicemias Ocasionais:
Quaisquer que sejam as causas da hiperglicemia, existe uma atitude básica e geral que
pode ser tomada – Aumentar a ingestão de água.
Hipoglicemia: é a diminuição do açúcar no sangue para níveis abaixo do limite inferior
normal – 70mg/dl. Geralmente, ocorre em diabéticos que utilizam medicamentos para
controlar a doença, sejam eles insulina ou antidiabéticos orais. Pode resultar da toma
excessiva ou incorreta da medicação, de jejum prolongado ou exercício físico inadequado.
Tem de se ter sempre muita atenção com a alimentação para que os níveis de açúcar não
desçam demasiado.
. Glicémia < 50mg/dl: ingerir 20-30g de açúcar (4 pacotes) ou 300ml de refrigerante com
3 pacotes de açúcar adicionados.
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Diagnóstico
É feito tendo em conta os sintomas apresentados e é confirmado com análises de sangue,
onde se vê um aumento anormal de açúcar no sangue.
Existem outros valores importantes, para além da glicémia, que devem ser tidos em
conta:
. Glicosúria - Urina: medição do açúcar na urina. Em situações normais, a urina NÃO deve
apresentar glucose.
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. Albuminúria – Urina: fundamental para a avaliação da função renal, já que os rins são dos
principais órgãos afetados na diabetes. Mede a presença de albumina na urina. A albumina
é uma proteína do sangue que ajuda a regular os movimentos de água entre tecidos e
sangue. A presença desta proteína em excesso na urina indica que os rins não estão a
funcionar corretamente.
. Diabetes: glicémia em jejum > 126mg/dl; glicémia pós PTGO > 200mg/dl.
. Prediabetes: glicémia em jejum entre 100-125mg/dl; glicémia 2h após PTGO entre 140-
199mg/dl.
Vigilância
Os valores da glicémia não são constantes ao longo do dia, dependendo de fatores como
alimentação, atividade física e medicação.
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Tratamento
→ Diabetes Tipo 1: os 3 elementos fundamentais são a insulina, a alimentação equilibrada
e o exercício físico regular, complementados pela autovigilância das glicémias e pelo
autocontrolo.
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Tipos de Insulina
Atualmente, a insulina é sintetizada em laboratório. Existem variações desta molécula que
alteram a sua duração no organismo e o seu pico de atividade – altura em que atua de modo
mais eficaz.
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A maioria das vezes, os diabéticos usam ao longo do dia uma combinação de insulina
rápida com uma mais lenta. Geralmente, são tomadas 3-4 doses de insulina por dia. Em
indivíduos com tipo 2 que necessitam de insulina, esta é administrada 1x/dia.
. Canetas Injetoras: onde se insere uma recarga com a insulina, têm um botão doseador e
um visor. Foram desenvolvidas agulhas microfinas para uma administração indolor. Estes
dispositivos facilitam a administração de insulina, permitindo o seu uso em qualquer local.
. Seringas pré-cheias: sistemas descartáveis, semelhantes a canetas, mas que incluem a
insulina.
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Diabetes Tipo 2: os diabéticos controlam a glicémia com antidiabéticos orais. Pode não ser
necessária qualquer medicação já que, neste tipo, é possível controlar a doença através da
alimentação, da restrição calórica e fracionamento alimentar, e do exercício físico.
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Complicações
Cetoacidose Diabética: complicação metabólica aguda da diabetes, mais comum na
diabetes tipo 1. Acontece quando as concentrações de insulina são insuficientes para as
necessidades do organismo.
A falta de insulina faz com que o organismo, que não consegue utilizar o açúcar, ative um
mecanismo de emergência para obter energia. Este mecanismo é a utilização das reservas
de gordura. Os Corpos Cetónicos são substâncias que resultam da utilização desta gordura
pelas células. Quando se acumulam na corrente sanguínea, os corpos cetónicos reduzem o
pH do sangue, tornando-o ácido. Podem ser detetados através da colheita de sangue –
Cetonemia –, com um Glucómetro e tiras-teste próprias e na urina – Cetonúria.
Os principais sintomas são: hiperglicemia, hálito com cheiro a fruta, semelhante ao cheiro
da acetona, sede e excesso de urina, perda de peso, náuseas e vómitos e dor abdominal. A
respiração torna-se profunda e rápida, já que o organismo tenta corrigir a acidez do sangue
expulsando mais dióxido de carbono. Sem tratamento, provoca coma e morte.
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Pé Diabético
A diabetes é uma doença que afeta terminações nervosas, podendo afetar as dos pés.
Isto leva a uma perda lenta de sensações como pressão, dor e temperatura. A pele fica seca,
sem transpiração, mais grossa e sujeita ao aparecimento de fissuras. As fissuras podem
evoluir para feridas, que podem facilmente infetar. São feridas difíceis de tratar e, se não se
conseguir, podem originar complicações e amputações.
Cuidados a ter:
. cortar as unhas dos pés
. escolher sapatos confortáveis
. manter os pés aquecidos
. não retirar calos ou cutículas
. observar os pés, pelo menos uma vez por dia
. lavar os pés diariamente, com água morna e corrente, secando os pés com toalha branca
de algodão – especial atenção entre os dedos dos pés
. hidratar os pés, EXCETO entre os dedos
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