A obesidade é caracterizada como o excesso de gordura acumulada
no corpo. O ganho de peso ocorre quando o consumo calórico é maior que seu gasto diário. Se esse comportamento é contínuo, há o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) — obtido pela divisão do peso pela altura ao quadrado de uma pessoa. O paciente é considerado obeso quando esse índice é igual ou superior a 30.
Existem diversos fatores que favorecem as chances de um indivíduo se
tornar obeso, como:
• má alimentação — o consumo excessivo de ultraprocessados,
sódio, açúcar e alimentos com pouco valor nutricional estimula o ganho de peso; • sedentarismo — fazer pouca atividade física no dia a dia faz com que o gasto calórico seja menor (a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda exercitar-se por cerca de 150 minutos semanais); • genética — indivíduos que têm parentes obesos de grau próximo, como pais e avós, podem carregar genes de predisposição à obesidade; • medicamentos — o acúmulo de gordura corporal e a retenção de líquido podem ser efeitos colaterais de alguns fármacos; • problemas hormonais — o aumento dos níveis de cortisol e o hipotireoidismo favorecem o ganho de peso; • transtornos psicológicos — a depressão e a ansiedade, por exemplo, podem levar ao aumento do consumo de alimentos calóricos e à diminuição da atividade física; • problemas neurológicos — lesões em algumas regiões do cérebro, como o hipotálamo, também provocam o aumento da gordura corporal.
Por que a obesidade é considerada uma doença crônica?
Uma doença é considerada crônica quando põe em risco a qualidade de vida de um indivíduo, tem uma longa duração e é de caráter progressivo, podendo ou não apresentar sintomas. Esse é o caso da obesidade. Quando ela é acompanhada de um estilo de vida pouco saudável, traz a possibilidade de desenvolver diversas outras doenças crônicas, como quadros de hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol alto, além de problemas respiratórios, dificuldade para dormir, sensibilidade nas articulações e dor nas costas, entre muitos outros distúrbios. A obesidade pode afetar, também, a saúde mental de uma pessoa, o que torna o seu tratamento ainda mais difícil. Isso se deve ao fato de que o ganho de peso gera, em muitos indivíduos, o sentimento de culpa, que é intensificado pelo julgamento social. Assim, essas pessoas pensam que não se cuidaram o suficiente, desmotivando-se a buscar soluções. Quais são as 4 principais consequências ligadas à obesidade? Tendo em vista a sua capacidade de acarretar ou agravar diversas outras complicações de saúde, vale ressaltar 4 das principais consequências ligadas à obesidade. Confira a seguir. O ganho de peso é uma tendência crescente na população brasileira. Segundo um levantamento realizado em 2019 pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 20,3% das pessoas do país estão obesas — cerca de 72% a mais do que em 2006 —, enquanto 55,4% estão com sobrepeso. Por conta disso, as consequências da obesidade são cada vez mais preocupantes. Afinal, trata-se de uma doença crônica capaz de comprometer a qualidade de vida de um indivíduo e que tem relação com diversas outras doenças. A obesidade, inclusive, é um fator de risco para problemas como a Covid-19, de modo que os sintomas de pacientes obesos têm grandes chances de serem mais graves.
02. Hipertensão
A hipertensão é uma doença cardiovascular causada pelo aumento da
pressão arterial. Isso ocorre quando a tensão da circulação de sangue sobe consideravelmente, o que pode danificar as paredes das veias e artérias. Um alto índice de gordura corporal se relaciona, também, a uma grande quantidade de triglicerídeos e colesterol LDL (conhecido como “colesterol ruim”). Esse aumento de lipídios no sangue pode comprometer a sua circulação e provocar a hipertensão. Por essa razão, pessoas obesas têm mais chances de desenvolver essa complicação que indivíduos com o IMC regular.
Sendo uma doença que acomete aproximadamente 25% da população
adulta no Brasil, a hipertensão precisa ser devidamente tratada e acompanhada. Além disso, a perda de peso é um dos fatores que auxiliam na melhoria do quadro.
03. Diabetes
O aumento do peso é, na maioria das vezes, consequência de um gasto
calórico menor que o consumo. Sendo assim, a energia não utilizada é estocada em forma de gordura. No entanto, o excesso de tecido adiposo interfere no funcionamento da insulina, hormônio cuja principal função é regular os níveis de açúcar na corrente sanguínea. Quando há resistência à insulina, as chances de desenvolver diabetes do tipo 2 são maiores. Desse modo, essa doença é outra das graves consequências da obesidade, que compromete a qualidade de vida de um indivíduo e pode ter muitas complicações, como problemas de visão e cicatrização. Por isso, fazer exames de check-up periodicamente e fazer o acompanhamento médico são atitudes indispensáveis para evitar complicações.