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SUMÁRIO
1. PLANISFÉRIO MUNDIAL ................................................................................................. 3
2. DESTAQUE DA REGIÃO NORDESTE NO BRASIL ................................................................ 4
3. LOCALIZAÇÃO DA PARAÍBA NO NORDESTE ..................................................................... 6
4. MESORREGIÕES PARAIBANAS........................................................................................ 6
5. REGIÕES INTERMEDIÁRIAS E REGIÕES IMEDIATAS .......................................................... 7
6. OCUPAÇÃO HISTÓRICA DO TERRITÓRIO PARAIBANO ...................................................... 7
7. OCUPAÇÃO TERRITORIAL .............................................................................................. 8
8. PRIMEIRAS VILAS DA PARAÍBA NO PERÍODO ................................................................... 9
9. AS ORDENS RELIGIOSAS DA CAPITANIA DA PARAÍBA E SEUS MOSTEIROS ....................... 10
10. QUADRO NATURAL PARAIBANO - RELEVO .................................................................... 11
11. CLIMA PARAIBANO ..................................................................................................... 16
12. QUADRO NATURAL PARAIBANO – HIDROGRAFIA E VEGETAÇÃO .................................... 17
13. SECA E A CHEGADA DA TRANSPOSIÇÃO NA PARAÍBA .................................................... 18
14. TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO ............................................................................ 19
15. ROTA DA TRANSPOSIÇÃO ............................................................................................ 19
16. GEOGRAFIA DA PARAÍBA – ECONOMIA ........................................................................ 21
17. DISTRIBUIÇÃO DO PIB - MUNICÍPIOS ............................................................................ 22
18. SERVIÇOS E TURISMO NA PARAÍBA .............................................................................. 23
19. POLO COSTA DAS PISCINAS ......................................................................................... 24
20.GEOGRAFIA DA PARAÍBA – DEMOGRAFIA ....................................................................... 25
21. POPULAÇÃO ABSOLUTA POR MUNICÍPIOS DA PARAÍBA ................................................ 25
22. EXPECTATIVA DE VIDA................................................................................................. 29
23. MESTRE ARIANO SUASSUNA........................................................................................ 34
24.HORA DE PRATICAR ....................................................................................................... 37

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GEOGRAFIA DA PARAÍBA

1. PLANISFÉRIO MUNDIAL

Localizado totalmente no Hemisfério Oeste (ou Ocidental) do planeta, o Brasil possui


a quinta maior extensão territorial do mundo, com uma área de 8.514.876,5 Km². O país
é atravessado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio: 93%
de seu território localiza-se no Hemisfério Sul e apenas 7% no Hemisfério Norte. O
território brasileiro corresponde a 1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7% das terras
emersas, 20,8% da América e 47,3% da América do Sul.

O Nordeste é uma das cinco macrorregiões geográficas do IBGE ao lado de Centro-


Oeste, Sul, Sudeste e Norte. Nela, o estado da Paraíba ocupa a porção Oriental, sendo
banhado pelo Oceano Atlântico.

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A Paraíba está localizada totalmente no Hemisfério Oeste (Ocidental) do planeta,
com uma área de 56.584,6 Km². O estado é próximo da linha do Equador e a totalidade
de seu território localiza-se ainda o Hemisfério Sul. O território paraibano corresponde a
uma parcela muito pequena do território nacional (0,66%) e menos de 6% das terras
nordestinas. O estado está localizado entre os paralelos 6º e 8º de latitude sul e entre os
meridianos de 34º e 38º de longitude oeste (localização absoluta), portanto, incluído
totalmente na zona tórrida do planeta.

AMÉRICA, AMÉRICA LATINA E AMÉRICA DO SUL

(AMÉRICA) – (AMÉRICA LATINA) – (AMÉRICA DO SUL)

2. DESTAQUE DA REGIÃO NORDESTE NO BRASIL

Sua configuração geográfica longitudinal, ou seja, alongado no destino ocidental-


oriental (leste-oeste) faz com que o litoral paraibano seja um dos menores do país e da
região, com aproximadamente 130 quilômetros (entre o Rio Guajú, divisa com o RN e o

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Rio Goiana, divisa com PE) e o deixa totalmente situado na zona Intertropical. Já na
direção leste-oeste as distâncias são muitos maiores.

SE LIGA: A composição territorial paraibana alonga no sentido leste-oeste


faz com que as distâncias nesse sentido sejam consideráveis. Por exemplo, é muito mais
longa uma viagem entre João Pessoa e Cajazeiras, realizada inteiramente no território de
paraibano (cerca de 480 km), do que uma viagem Recife-Natal em que se cortam
territórios de três estados, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte (295 km).

A Paraíba faz divisa com três estados nordestinos, ao norte faz divisa com o Rio
Grande do Norte, ao leste com o Oceano Atlântico, ao Sul com Pernambuco e no oeste
com o Ceará.
Na Paraíba se encontra o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a Ponta
do Seixas, em João Pessoa, devido a sua localização geográfica privilegiada (extremo
oriental das Américas), João Pessoa é conhecida turisticamente como "a cidade onde o
sol nasce primeiro no Brasil e nas Américas".

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3. LOCALIZAÇÃO DA PARAÍBA NO NORDESTE

Fonte: Base Cartográfica: IBGE (2009) – Projeção Policônica

4. MESORREGIÕES PARAIBANAS
A mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que agrupa diversos
municípios de uma determinada área geográfica com similaridades econômicas e sociais.
Esse conceito foi introduzido pelo IBGE. A Paraíba possui 4 mesorregiões (Sertão
Paraibano, Borborema, Agreste e Mata).

As quatro mesorregiões do Estado estão subdivididas, para fins de planejamento,


em 23 microrregiões nos seus 223 municípios. São elas: Brejo Paraibano, Cajazeiras,
Campina Grande, Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Catolé do Rocha, Curimataú Ocidental,
Curimataú Oriental, Esperança, Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Litoral
Norte, Litoral Sul, Patos, Piancó, Sapé, Seridó Ocidental Paraibano, Seridó Oriental
Paraibano, Serra do Teixeira, Sousa e Umbuzeiro. No total, a Paraíba está dividida em
223 municípios, sendo a nona unidade de federação com o maior número de municípios
e a terceira do Nordeste (atrás apenas da Bahia e do Piauí).

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5. REGIÕES INTERMEDIÁRIAS E REGIÕES IMEDIATAS

6. OCUPAÇÃO HISTÓRICA DO TERRITÓRIO PARAIBANO


Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente
o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de
especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que
chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este
que tornara uma nação muito poderosa na época.
Os portugueses, preocupados com o aumento do comércio dos invasores da colônia,
passaram a enviar expedições para evitar o contrabando do pau-brasil, porém, ao chegar
no Brasil essas expedições eram sempre repelidas pelos franceses apoiados pelos índios.
Com o fracasso das expedições o rei de Portugal decidiu criar o sistema de capitanias
hereditárias.

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7. OCUPAÇÃO TERRITORIAL

Em março de 1534 o Brasil foi dividido em Capitanias Hereditárias que tinham como
objetivo povoar a colônia e proteger as terras recém descobertas de possíveis invasores.
As Capitanias Hereditárias foram formadas por faixas lineares de terra, indivisíveis e
inalienáveis.

Fonte: Mapa de 1649, Cartógrafo Henricus Hondius. 01b – Itamaracá e Pernambuco.


Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias,
para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, que se estendia
do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada a Pero Lopes
de Sousa, que não pôde assumi-la, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga,
que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando
lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação
da Vila da Conceição e a construção de engenhos.
Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando a mercê
de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira. Com a tragédia
de Tacunhaém1, em 1534 o rei de Portugal desmembrou Itamaracá, dando formação à
Capitania do Rio Paraíba. Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em
conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba, pois havia a garantia do progresso da
capitania pernambucana, a quebrada aliança entre Potiguaras e franceses, e ainda,
estender sua colonização ao norte.
Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar
Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis
pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco
expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou
primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.
• 1ª Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. Fernão da
Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que
houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi
surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.

1 Tragédia de Tacunhaém foi um episódio no qual índios mataram todos os moradores de um engenho.

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• 2ª Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral,
D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem
chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço
Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.
• 3ª Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses, foi concedida,
por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de
Olinda. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba,
caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu
sua esposa.
• 4ªExpedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior,
Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios
e dos franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.
• 5ª Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco
navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para
assegurar os interesses portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram
reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de
Pernambuco tropas sob o comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente
expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes
de São Tiago e São Filipe.

Para as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por
brancos, índios, escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com
índios que sem defesa, fogem e são aprisionados. Ao saber que eram índios tabajar as,
Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras (rivais
dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras,
que por temerem outra traição, a rejeitaram.
O Ouvidor-mor Martim Leitão, com o auxílio das forças do cacique Pirajibe, subjugou
os indígenas, erigiu um novo forte e fundou nova e definitivamente a povoação de Filipéia
de Nossa Senhora das Neves (5 de agosto de 1585), núcleo da cidade da Parahyba, atual
João Pessoa. A paz definitiva com os indígenas, entretanto, só foi alcançada em 1599,
após uma epidemia de bexigas (varíola) que dizimou a população nativa. No contexto da
segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), a região foi ocupada por forças
neerlandesas (1634), que somente foram expulsas duas décadas mais tarde pelas tropas
do Mestre de Campo André Vidal de Negreiros (1606-1680) e de João Fernandes Vieira,
que tomou posse do cargo de Governador da cidade, que passou a chamar-se Parahyba.
A partir de 1753 a Capitania da Paraíba ficou subordinada à Capitania Geral de
Pernambuco, da qual se tornou novamente independente a partir de 1799.
No século XIX, sofreu os reflexos da Revolução Pernambucana (1817), e da
Confederação do Equador (1825). No ano de 1930, a chamada Guerra de Princesa
envolveu as oligarquias locais, registrando-se o assassinato do governador do Estado,
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (Recife, 26 de julho de 1930), indicado como vice-
presidente na chapa de Getúlio Vargas, candidato (derrotada) à presidência da República.
O fato foi manipulado como um dos estopins da Revolução de 1930. Comovida com o
evento, a capital paraibana passou a ser denominada “João Pessoa”.
8. PRIMEIRAS VILAS DA PARAÍBA NO PERÍODO

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Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir temos algumas
informações sobre as primeiras vilas da Paraíba.

Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de
gado foram encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na
Paraíba, foi elevada à vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão
do Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município em 1985, quando o
cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da região.
Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona de um dos mais importantes
sítios arqueológicos do país (Vale dos Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por
"Jardim do Rio do Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente
o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente
no vale 1.468 pessoas. Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu
benfeitor, Bento Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política se
deu em 10 de julho de 1854.
Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de
Oliveira Ledo instalou na região um povoado. Os indígenas formaram uma aldeia. Em
volta dessa aldeia surgiu uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se
então que as características comerciais de Campina Grande nasceram desde sua origem.
Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da
Conceição. Sua elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril
de 1790. Hoje, Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.
São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século XVII pela enorme família
Cariri que povoava o sítio São João, entre outros, esta cidade que atualmente não se
destaca muito à nível estadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua
emancipação política é datada de 15 de novembro de 1831.
Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo realizou uma entrada através
do rio Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia
que inicialmente recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada não
demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso,
em homenagem a uma santa. Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em
homenagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos dias atuais. Sob
força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o município passou a se chamar
Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila em 3/4 de
maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.
Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com
o nome de Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta
data é considerada também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se
deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje, Areia se destaca como
uma das principais cidades do interior da Paraíba, principalmente por possuir um passado
histórico muito atraente.

9. AS ORDENS RELIGIOSAS DA CAPITANIA DA PARAÍBA E SEUS MOSTEIROS

JESUÍTAS: Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Capitania da


Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Ao mando de Frutuoso
Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém, devido a

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desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como
os jesuítas, a ideia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos, o rei que
andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos
índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.
Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde
ensinavam latim, filosofia e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto
à igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim
Palácio do Governo.

Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a


residir no seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clementino
XIV.
FRANCISCANOS: Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com
o objetivo de catequizar os índios. O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo
de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias,
o que o tornou importante. No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns
desentendimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escravizavam os
índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e
o governador geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades. A igreja e o
convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente
se encontra a praça São Francisco.

BENEDETINOS: O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento


na Capitania da Paraíba. O governador da capitania recebeu o abade e conversou com o
mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral
dos beneditinos. A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído
em até 2 anos. O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano
manteve a doação do sítio. A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove,
onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.

MISSIONÁRIOS CARMELITAS: Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D.


Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu os missionários
para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito anos. Os carmelitas
chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas
chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos
carmelitas aqui é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos
nas invasões holandesas. Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da
revolução francesa, mas logo depois este foi demolido para servir de residência ao
primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. Pelos carmelitas foi fundada
a Igreja do Carmo.

10. QUADRO NATURAL PARAIBANO - RELEVO


O relevo é modesto, mas não muito baixo; 66% do território estão entre 300 e 900
metros de altitude. A maior parte do território paraibano é constituída por rochas
resistentes, e bastantes antigas, que remontam a era pré-cambriana com mais de 2,5
bilhões de anos. Elas formam um complexo cristalino que favorecem a ocorrência de

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minerais metálicos, não metálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos,
também resultam da idade geológica desses terrenos.

As terras que formam o Estado da Paraíba, apresentam formas variadas de relevo.


No litoral tropical úmido, denominam as seguintes Unidades Geomorfológicas
modeladas em rochas sedimentares:

• Baixada Litorânea (ou Planície Litorânea): está presente ao longo da costa


formando uma faixa com cerca de 80 a 90km de largura, com altitudes que variam entre
0 e 10 metros, apresentam as seguintes formas de relevo:

1. As praias: Depósitos arenosos ou terras de várzeas, que ficam junto às


embocaduras dos rios que lançam suas águas no Oceano Atlântico.
2. Restingas: Depósitos arenosos em forma de língua ou flecha.
3. Dunas: São montes de areia formados pela ação dos ventos.
4. Mangues: São planícies de marés com vegetação formada por árvores e arbustos.

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• Baixo Planalto Costeiro (Tabuleiro): Compreendem os baixos planaltos costeiros.
Seus limites com a baixada litorânea são as falésias viva ou mortas.

A partir do Tabuleiro até a região sertaneja, dominam as Unidades Geomorfológicas


modeladas nas rochas cristalinas, com exceção da Bacia do Rio do Peixe, de origem
sedimentar:

• Depressão Sublitorânea;
• Depressão do Curimataú;
• Depressão do Rio Paraíba;
• Maciço da Borborema (escarpas orientais, superfícies aplainadas, serras e inselbergs);
• Pediplano Sertanejo (várias áreas deprimidas entre as cristas das serras distribuídas
ao longo das bacias hidrográficas do piranhas e Espinharas);
• Bacia do Rio do Peixe.

Cada uma dessas grandes unidades geomorfológicas é constituída por formas de


relevo diferentes, porque foram trabalhadas por diferentes processos, atuando sob climas
distintos e sobre rochas pouco ou muito diferenciadas.
Na Baixada Litorânea, o trabalho do mar e dos rios durante o Quaternário deu
origem às praias, às restingas e aos estuários (cursos d’água). Na Paraíba, destacam-se
os estuários do Rio Paraíba, do rio Mamanguape e do rio Gramame, como os mais
extensos. As praias da Paraíba são arenosas. Elas são estreitas no litoral sul, limitadas
pelo Baixo Planalto que se aproxima muito do mar, como a praia do Cabo Branco, Penha
etc. e são um pouco mais amplas no litoral norte, onde o baixo planalto está mais afastado
do oceano, como Lucena, Barra de Mamanguape, Barra de Camaratuba, etc.
Em quase todas as praias do litoral sul, percebem-se altos paredões escarpados,
quase verticais, cuja base está sempre recebendo o impacto da água marinha, através do
movimento das marés. São vertentes orientais do Baixo Planalto Costeiro, que erodidas

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na base por ação das ondas, vão desmoronando em blocos, formando as “falésias vivas”,
como a Ponta do Cabo Branco, de Jacumã, de Gramame, de Tabatinga, entre outras.
No litoral norte, o planalto bem mais afastado da linha do mar não recebe mais a
ação deste, constituindo as "falésias mortas", ou seja, escarpas que foram modeladas
pela erosão marinha em períodos passados, quando o nível do mar era mais elevado que
o atual. Ex.: a "falésia morta" do Conjunto João Agripino, no sopé da qual corre o rio
Jaguaribe, em João Pessoa.
Os tabuleiros variam de altitude de 20 a 30 metros, havendo alguns com até 200
m. São formados pelo acúmulo de terras provenientes de lugares mais altos. São terras
altamente férteis e próprias para o cultivo da cana-de-açúcar.
As planícies aluviais correspondem aos grandes vales formados pelos rios Paraíba e
Mamanguape, que cortam os tabuleiros.
O Planalto da Borborema constitui a parte mais elevado do relevo paraibano, cruza
a Paraíba de Nordeste a Sudeste, com presença de várias serras, com altitude variando
entre 500 e 650 metros. Entre as principais serras, podemos destacar a da Araruna,
Viração, Caturité, Teixeira, Comissária e outras. Na Serra de Teixeira fica o Pico do Jabre,
o ponto mais elevado da Paraíba, com 1.197 metros de altitude.
De todas as Unidades Geomorfológicas, as de maior destaque na Paraíba, sobretudo
pela sua extensão, são o maciço da Borborema (Planalto da Borborema) e o Pediplano
Sertanejo.
O Maciço da Borborema constitui um distribuidor de redes hidrográficas em todas
as direções e apresenta uma orientação leste-oeste, estendendo-se, no Nordeste, desde
Alagoas até o Rio Grande do Norte.
Na Paraíba, o Maciço da Borborema ocorre na forma de escarpas abruptas (frente
oriental), de extensa superfície elevada aplainada (Planalto da Borborema) que se estende
desde a retaguarda da frente escarpada de leste até o limite das suas encostas ocidentais
com o Pediplano Sertanejo, e ainda na forma de maciços residuais pouco extensos (serras
e inselbergs).
O conjunto Geomorfológico, formado pela superfície elevada aplainada da
Borborema, configura uma ampla área planáltica, englobando as regiões conhecidas como
Agreste, Cariri e Seridó.
Nesta Unidade, a rede hidrográfica é caracterizada por rios temporários de regime
torrencial no período chuvoso, destacando-se a alta bacia do Rio Paraíba, a sub-bacia do
Rio Taperoá, a alta bacia do Rio Seridó, composta por inúmeros afluentes.
Alguns rios tiveram o curso barrado pela construção de açudes, sendo o de
Boqueirão, no rio Paraíba, a maior deles.
A Serra de Teixeira tem altitude média de 700m e nela encontra-se a saliência do
Pico do Jabre (1.100m acima do nível do mar), ponto culminante do Estado, no município
de Maturéia.
Geralmente, estão, nas serras, as cabeceiras ou nascentes das bacias hidrográficas,
a exemplo das nascentes do rio Paraíba, na Serra de Jabitacá; do rio Espinharas, na Serra
de Teixeira; do rio Piranhas, na Serra do Bongá, etc. A porção ocidental do Maciço da
Borborema, com as serras como as de Santa Luzia e São Mamede, limita a Unidade
Geomorfológica classificada como Pediplano Sertanejo.
A depressão sertaneja se inicia em Patos, após a serra da viração. Constituem um
conjunto de terras baixas, ocupando uma área extensa entre a Borborema e as terras
situadas nos estados vizinhos.

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No litoral temos a Planície Litorânea que é formada pelas praias e terras arenosas.
Na região da mata, temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de terras que
descem de lugares altos.
No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto
da Borborema, onde apresenta muitas serras, como a Serra de Teixeira, etc. No sertão,
temos uma depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra
da Viração.
O Planalto da Borborema é o mais marcante do relevo do Nordeste. Na Paraíba ele
tem um papel fundamental no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As
serras e chapadas atingem altitudes que variam de 300 a 800 metros de altitude. A Serra
de Teixeira é uma das mais conhecidas, com uma altitude média de 700 metros, onde se
encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do Pico do Jabre, que tem uma
altitude de 1.197 metros acima do nível do mar, e fica localizado no município de Maturéia.

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11. CLIMA PARAIBANO

A distribuição dos climas da Paraíba está relacionada com a localização geográfica,


ou seja, quanto mais próximo do litoral, mas úmido será o clima; quanto mais longe, mais
seco.
Três tipos climáticos ocorrem na Paraíba: o Clima tropical quente-úmido, com
chuvas de outono-inverno (As'), o Clima semiárido quente (BSh) e o Clima quente semi-
úmido, com chuvas de verão (Aw'). O primeiro ocorre na baixada litorânea e no rebordo
oriental da Borborema. As temperaturas médias anuais oscilam entre 24° C, na baixada,
e 22° C no topo do planalto. A pluviosidade, de mais de 1.500mm junto à costa, no interior
cai até 800mm, no rebordo do Borborema. Aí, em torno da cidade de Areia, volta a subir
e chega a ir além de 1.400mm. O trecho mais úmido da Borborema, chamado Brejo, é
uma das melhores áreas agrícolas do estado.
Essa variação climática do litoral para o interior reflete-se, também, na ocorrência
de diferentes tipos de solo e vegetação do Estado. Verifica-se na Paraíba a ocorrência dos
seguintes climas:

Clima Tropical quente-úmido – Domina o litoral, a região da mata e parte do agreste.


Com chuvas abundantes (média anual de 1.800 mm) e temperatura média anual de 26°C.
Com essas características, esse tipo climático domina em todo o litoral. Nessa região
aparecem os solos arenosos das praias e restingas.
No agreste há trechos quase tão úmidos quanto às áreas da mata e outros muitos
secos. Por outro lado, em virtude da altitude em torno de 600 metros alguns municípios
do Brejo, no agreste paraibano, possuem um dos climas mais agradáveis da Paraíba, com
temperaturas variando de 20º a 24º.
A formação do Agreste ocorre em faixas entre o Brejo úmido e o Cariri semi-árido,
ou seja, em área de transição climática.

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Clima semiárido – Com chuvas de verão, predomina no Cariri, no Seridó, em grande
parte da Borborema e do sertão. Sua principal característica não é a ausência de chuvas,
mas sua irregularidade. Depois do Brejo, em toda porção aplainada elevada da Borborema
e nos vales que cortam, como os do rio Paraíba, Curimataú, Taperoá, Seridó, etc., a
semiaridez do clima caracteriza a paisagem. Esse clima, quente e seco, com chuvas de
verão, alcançam os índices mais baixos de precipitação do estado, com média anual de
500 mm e temperatura média anual é de 26°C. Os municípios de Barra de Santa Rosa e
Cabaceiras apresentam índices inferiores a 300 mm, e constituem, juntamente com Acari
- RN, o chamado "triângulo mais seco do Brasil". Sob essas condições, desenvolve-se a
vegetação de caatinga das regiões do Cariri e Curimataú paraibanos;

Clima Tropical semiúmido – Chuvas de verão – outono, estende-se pela região do


sertão. Chove mais do que na região semiárida, porém por conta das altas temperaturas
e da evaporação a água disponível e insuficiente para o consumo. As chuvas de verão-
outono alcançam, em média, 800 mm anuais determinadas pelas massas quentes úmidas
oriundas da Amazônia. A temperatura média anual é de 27°C. Esse tipo de clima domina
todo o Pediplano Sertanejo, embora com precipitações menos baixas que as do Cariri,
também está sujeito ao fenômeno das secas, porque as suas chuvas são igualmente
irregulares. A vegetação de caatinga foi sendo degradada ao longo do tempo para a
ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para criação do gado, principal
atividade econômica.

12. QUADRO NATURAL PARAIBANO – HIDROGRAFIA E VEGETAÇÃO


Na hidrografia da Paraíba, os rios fazem parte de dois setores, Rios Litorâneos e
Rios Sertanejos.

Rios Litorâneos: são rios que nascem na Serra da Borborema e vão em busca do litoral
paraibano, para desaguar no Oceano Atlântico. Entre estes tipos de rios podemos
destacar: o Rio Paraíba, que nasce no alto da Serra de Jabitacá, no município de Monteiro,
com uma extensão de 380 km de curso d’água e é o maior rio do estado. Também
podemos destacar outros rios, como o Rio Curimataú e o Rio Mamanguape.

Rios Sertanejos: são rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e
desaguando no litoral do Rio Grande do Norte. O rio mais importante deste grupo é o Rio
Piranhas, que nasce na Serra de Bongá, perto da divisa com o estado do Ceará. Esse rio
é muito importante para Sertão da Paraíba, pois através desse rio é feita a irrigação de
grandes extensões de terras no sertão. Tem ainda outros rios, como o Rio do Peixe, Rio
Piancó e o Rio Espinhara, todos afluentes do Rio Piranhas. Os rios da Paraíba estão
inseridos na Bacia do Atlântico Nordeste Oriental e apenas os rios que nascem na Serra
da Borborema e na Planície Litorânea são perenes. Os outros rios são temporários e
correm em direção ao norte, desaguando no litoral do Rio Grande do Norte.
O Estado da Paraíba, está dividido em onze bacias hidrográficas que podem ser
vistas no mapa abaixo:

17
• Bacia do Paraíba;
• Bacia do Abiaí;
• Bacia do Gramame;
• Bacia do Miriri;
• Bacia do Mamanguape;
• Bacia Camaratuba;
• Bacia do Guajú;
• Bacia do Piranhas;
• Bacia do Curimataú;
• Bacia do Jacu;
• Bacia do Trairi;

13. SECA E A CHEGADA DA TRANSPOSIÇÃO NA PARAÍBA


Solos rachados, perdas na agricultura, mortes de animais e, sobretudo, a falta de
água para consumo humano. São situações já esperadas pelo sertanejo do Nordeste,
durante os períodos mais secos do ano. Mas não durante anos seguidos. A atual estiagem
já dura seis anos consecutivos e é a seca mais prolongada da história recente na região.
Os reflexos já afetam não só a população rural, mas também o cotidiano dos centros
urbanos.

O cenário vem se agravando. De acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional


de Águas (ANA), mais de 65% do território nordestino se encontrava na categoria de
“seca excepcional”, em dezembro de 2016. E essa área já era 18% maior em comparação
ao mesmo mês do ano anterior. Entende-se por “seca excepcional” uma estiagem muito
longa e grave, na qual há a perda de plantações, hortas, criações animais e vegetações,

18
rios secam e há escassez de água nos reservatórios, córregos e poços, criando situações
de emergência generalizadas.
No início de 2017, 142 dos 533 reservatórios do Nordeste estavam secos. Na
Paraíba, 70 deles operavam com menos de 5% do volume total, incluindo o açude Epitácio
Pessoa, que abastece Campina Grande, a segunda cidade mais populosa do estado, e
outros 18 municípios.

14. TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO

A principal obra do governo federal visando ao combate dos efeitos da seca é a


transposição de águas do Rio São Francisco, o “Velho Chico”, principal rio do Nordeste. A
área coberta por sua bacia hidrográfica compreende seis estados e o Distrito Federal.
Iniciada em 2007, a transposição objetiva desviar de 1% a 3% da água do rio, por meio
de duas extensões construídas com dutos e canais. Estima-se que a obra beneficiará até
12 milhões de pessoas. As obras estouraram o prazo em anos, mas já estavam 95%
concluídas no início de 2017, quando a água do tronco leste chegou a Pernambuco e à
Paraíba. Há quem questione se o projeto será eficaz, pois o São Francisco depende de
outros 36 afluentes também afetados na estiagem, e temem pela própria preservação do
rio. Além disso, há o temor dos impactos da obra sobre o meio ambiente e da expansão
agrícola que promoverá.

Mesmo possuindo cerca de 12% das reservas mundiais de água doce e grande
número de rios e aquíferos, o Brasil não está imune à escassez hídrica. O problema é que
a distribuição do recurso não corresponde à da população. A Região Norte contém 70%
do total da água disponível, mas apenas 8% da população. Logo, 92% da população do
país dependem dos 30% da água restante. Essa desigualdade mostra quanto é importante
haver boa gestão dos recursos disponíveis. A estiagem histórica atravessada pelo Sudeste
a partir de 2014 é uma mostra da importância dessa gestão.
15. ROTA DA TRANSPOSIÇÃO

19
ASPECTOS POSITIVOS

• Aumento da água disponível e diminuição da perda devido


aos reservatórios.
• Aumento a renda e o comércio das regiões atingidas;
• Redução de problemas trazidos pela seca.
• Irrigação de áreas abandonadas e criação de novas fronteiras
agrícolas.
• Redução de doenças e óbitos gerados pelo consumo de água
contaminada ou pela falta de água.
• Obras de revitalização do rio; Etc.

ASPECTOS NEGATIVOS

• Benefícios apenas para os grandes empresários (carcinicultor, flores, frutas) e outras


atividades agrícolas;
• Não haverá a socialização da água;
• Canalizações indevidas;
• Incorporação de terra pelos latifundiários;
• Impacto na produção de energia (Diminuição da vazão do rio);
• Água de má qualidade (80% da população não possuem saneamento básico e despejam
todo seu esgoto na água do rio);
• Dúvidas custo benefícios;
• Impactos Ambientais dos mais diversos;

VEGETAÇÃO

As atividades humanas exercidas no espaço geográfico da Paraíba reduziram


consideravelmente as áreas correspondentes à cobertura vegetal existente quando aqui
chegaram os colonizadores portugueses.
A semiaridez do clima paraibano é visível na paisagem vegetal das caatingas que
recobrem boa parte do território do estado. As caatingas são características dos sertões,
porém, avançam pelo litoral, com aspectos variados, dependendo das condições
edafoclimáticas. Além das caatingas, destacam-se, na vegetação do estado da Paraíba
seguintes formações: Mata Atlântica, Vegetação Litorânea, Cerrado, Agreste e Mata
Serrana.
MATA ATLÂNTICA

Corresponde à área da zona da mata, os tabuleiros e as várzeas que antes eram


ocupados pela vegetação da Mata Atlântica, hoje são ocupadas pela cana-de-açúcar e
pelas cidades. Essa formação encontra-se reduzida a 5% de sua área original. Ainda
existem algumas relíquias desta vegetação, como a Mata do Buraquinho, em João Pessoa
e a Mata de Pacatuba, entre outras.
VEGETAÇÃO LITORÂNEA

20
Caracteriza-se pela presença de mangues, dunas, tabuleiros, vegetação rasteiras,
arbustos e mata de restinga. No litoral paraibano, destaca-se a vegetação típica das
praias: pinheiro das praias, salsa de praia, coqueirais, entre outros.

CERRADOS

Tipo de vegetação campestre, é formado por árvores e arbustos distanciados entre


si, com árvores tortuosas e tufos de capim encontrados nos tabuleiros. Localizam-se nos
baixos planaltos costeiros, onde predominam a mangaba, a lixeira, o cajuí e o bitupitá,
entre outras espécies.
AGRESTE

Na faixa de transição entre o clima tropical úmido e o clima semiárido, surge o


agreste. Trata-se de uma área onde predomina uma vegetação transitória entre a
caatinga e a floresta tropical de mata atlântica. A formação do agreste também ocorre
em faixas entre o brejo úmido paraibano e o Cariri seco. Algumas espécies não ocorrem
ou são raras na depressão aparecem no chamado Agreste da Borborema, como
umbuzeiro, catingueira, aroeira, facheiro, etc.

MATA SERRANA

Vegetação das encostas das serras isoladas da região semiárida e semiúmida como
na Serra do Teixeira, Monte Horebe, Araruna, Santa Luzia, Cuité, entre outros. São
formadas por espécies de mata úmida e arbustos da caatinga. Desenvolveram-se nessas
serras, uma formação vegetal classificada como Mata Serrana, com espécies arbóreas e
arbustivas da caatinga (baraúna, angico, jurema) e algumas espécies de Mata Úmida
como pau d’óleo, praiba, tatajuba, violeta, etc.

CAATINGA

Área de domínio do clima semiárido, isto é, no Sertão, Cariri, Curimataú, Seridó,


recobrindo em 65% o território. Caracterizado pela irregularidade e escassez das chuvas,
elevadas temperaturas e altas taxas de evaporação. Devido a tais condições, as espécies
da caatinga perdem as folhas durante o período seco, portanto, são caducifólias.
Apresenta ainda variações dos padrões fisionômicos, destacando-se a caatinga
hiperxerófila (Cariri, Seridó e Curimataú) ou hipoxerfófila (proximidades do Agreste e no
Sertão).

16. GEOGRAFIA DA PARAÍBA – ECONOMIA

O estado da Paraíba apresentou ao longo de seu desenvolvimento histórico


momentos diferenciados de desenvolvimento econômico, passando por períodos de
grande dinamismo, seguidos de outros de estagnação.
A ocupação econômica do território paraibano, como aconteceu em todo o Brasil,
esteve desde as origens, ligadas às necessidades do desenvolvimento mercantil
metropolitano: uma economia voltada para o mercado externo, baseada no latifúndio, na
monocultura e na mão-de-obra escrava. Assim implantou-se a grande produção

21
açucareira (a partir do séc. XVI) e mais tarde a algodoeira (séc. XVIII), enquanto no
agreste e no sertão desenvolveu-se a pecuária para atender as necessidades das cidades,
povoados e das áreas voltadas para as culturas comerciais.
O Estado registra recentemente uma significativa alteração na estrutura de sua
economia. Historicamente, na economia paraibana sempre houve predomínio da produção
agropecuária, mas, na década de 1960, ocorreu uma grande mudança com o crescimento
do setor industrial e do setor de serviços.
Quando analisamos a participação do PIB da Paraíba de acordo com os setores de
atividades observamos um predomínio de participação no setor terciário (73,2%), seguido
pelo setor secundário (22,5%) e setor primário (4,3%).
O setor produtivo primário é o da agricultura, pecuária, pesca, extração vegetal e
mineral e silvicultura. O setor secundário é o da indústria de transformação e da
construção civil; e o setor terciário é o do comércio, prestação de serviços, serviços
auxiliares da atividade econômica, transporte e comunicação, serviços sociais e
administração pública. A Paraíba responde por 6,5% do PIB do Nordeste e entre estados
brasileiros aparece na 19º posição em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com
participação percentual de 0,9% do total do PIB.
17. DISTRIBUIÇÃO DO PIB - MUNICÍPIOS

Ao longo de sua história, a economia paraibana, assim como a maioria dos estados
nordestinos, baseou sua economia na agricultura, tendo como principal produto a cana-
de-açúcar. Em relação à industrialização paraibana, sobretudo a partir dos anos 1960,
com a criação da Sudene, foram criados os distritos industriais nas cidades de Campina
Grande e João Pessoa para fornecer uma infraestrutura capaz de atrair pequenas
empresas com projetos aprovados pela SUDENE. As pequenas e médias empresas
paraibanas que atuavam no ramo tradicional e utilizavam mão-de-obra e matérias-primas
locais foram as que menos se beneficiaram com os incentivos da SUDENE, contrariando
o projeto inicial deste órgão.
A integração da economia paraibana à economia nacional, foi de subordinação ao
mercado do Sudeste, como aconteceu com todos os estados nordestinos, não contribuindo
desta forma para uma industrialização com bases locais.

22
18. SERVIÇOS E TURISMO NA PARAÍBA

No turismo a Paraíba se destaca especialmente devido a suas praias urbanas, primitivas


e de nudismo. Vale salientar que o ecoturismo tem crescido muito na Paraíba, com a
valorização das áreas afastadas da capital, João Pessoa. Uma das áreas citadas como
referência de ponto turístico do interior é o Lajedo de Pai Mateus. Em Campina Grande se
encontra um dos maiores eventos juninos do Brasil, denominado "O Maior São João do
Mundo."

Cento e uma cidades da Paraíba integram o novo mapa do turismo no estado. Em


relação à última edição documento, de 2016, o estado acrescentou 59 municípios com
vocação turística, distribuídos em nove regiões turísticas. O levantamento completo do
Mapa do Turismo Brasileiro foi divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Ministério do
Turismo. Em todo o país, foram listados 3.285 municípios em 328 regiões turísticas, um
crescimento exponencial em relação ao Mapa de 2016, quando foram registradas 2.175
cidades em 291 regiões.

O crescimento dos números é resultado de um amplo trabalho de conscientização


do Ministério do Turismo junto aos gestores municipais e estaduais a respeito da
necessidade de identificação e classificação das cidades para que as políticas públicas e
investimentos sejam mais adequados à realidade de cada região.

CATEGORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA PARAÍBA – De acordo com o novo mapa, sete


cidades estão nas categorias A, B e C, que são aquelas que concentram o fluxo de turistas

23
domésticos e internacionais. Como exemplo, temos destinos como Cabedelo, Cajazeiras,
Campina Grande, João Pessoa e Patos. Os demais 94 municípios figuram nas categorias
D e E. Esses destinos não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, no
entanto alguns possuem papel importante no fluxo turístico regional e precisam de apoio
para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.

19. POLO COSTA DAS PISCINAS

O Polo Costa das Piscinas contempla 12 municípios que se estende por uma área de
2.503 km², beneficiando 964 mil pessoas, que correspondem à população residente. A
Área de Planejamento consiste dos seguintes municípios: Bayeux, Cabedelo, Conde, João
Pessoa e Pitimbu.
São quilômetros e quilômetros de um belo e exuberante litoral, que pode ser
apreciado pela amplitude de suas praias - desde as mais desertas às urbanas, com
excelente balneabilidade, pela exuberância dos ecossistemas costeiros (estuários de rios,
mangues, dunas, falésias e cordões marinhos) e pela beleza cênica.
Engloba ilhas como Areia Vermelha (Cabedelo) e Picãozinho - com suas belas
piscinas de corais (João Pessoa) - à praia de naturismo Tambaba, no município de Conde,
uma das poucas existentes no Nordeste. Destacam-se ainda as praias fluviais e outros
atrativos naturais paradisíacos. A praia da Barra do Rio Mamanguape está situada em
importante Área de Preservação Ambiental - APA, onde está localizado o Centro do Peixe-
Boi Marinho. Na Baía da Traição, existe o último reduto índigena remanescente da Tribo
Potiguara na Paraíba, onde coexistem pacificamente as culturas dos antigos pescadores e
os costumes da cultura índigena.

Apresenta assim, potencial para desenvolver atividades turísticas ligadas não


somente ao turismo de sol & mar, mas ao lazer contemplativo, turismo de estudos
científicos, turismo esportivo, turismo de aventura.
João Pessoa, capital do Estado, destaca-se também pelo turismo de eventos e pelo
ecoturismo, referendado pela Mata do Buraquinho, maior reserva florestal urbana de Mata
Atlântica no mundo. Merece destaque também o turismo cultural, ressaltado pelo projeto
de recuperação do Centro Histórico, financiado pelo PRODETUR/NE I. E João Pessoa tem
muito a oferecer com relação a este segmento: tem história, tem monumentos, tem
cultura popular, tem um povo desprovido de xenofobia e com um jeito alegre e todo
próprio de ver o mundo, o que atrai o turista na busca de conhecimento e vivência cultural.

24
20.GEOGRAFIA DA PARAÍBA – DEMOGRAFIA
O conhecimento dos dados demográficos de um estado é fundamental para que ele seja
melhor administrado. Programas de saúde, educação, trabalho, devem ser adequados ao
perfil da população em questão. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) realiza diferentes levantamentos que auxiliam os governos na gestão das políticas
públicas.
A região Nordeste do Brasil possui uma densidade demográfica de 36,39 hab/km², a
terceira menor do país, apresentando a terceira menor taxa de crescimento do país, com
11,18% em média, de acordo com os últimos dados do IBGE 2015. O estado do Paraíba,
com uma população de 4.042.241 habitantes2 apresenta uma densidade demográfica
superior a nordestina, são aproximadamente 71,5 hab/km² e a capital João Pessoa
apresenta um dado que revela a macrocefalia urbana exercida pela capital, com
aproximadamente 3.837,8 hab/km².

21. POPULAÇÃO ABSOLUTA POR MUNICÍPIOS DA PARAÍBA

Fonte: IBGE, 2010.

A população da Paraíba é de maioria urbana (75,37%), ficando abaixo da média


nacional (85,2%) e acima da média nordestina (73,1%).

João Pessoa, vista aérea.

2
Estimativa IBGE – 30/08/2017

25
A Região Metropolitana de João Pessoa, que compreende e mais 11 cidades
próximas atingiu a marca de 1,26 milhão de habitantes de acordo com as Estimativas
da População divulgadas pelo IBGE em 2016. Com isso, a região é a 23ª mais populosa
entre as Regiões Metropolitanas do Brasil. No intervalo entre junho de 2015 e junho
de 2016, a população aumentou em 14.430 pessoas, passando de 1.253.930
habitantes para 1.268.360 habitantes.

A capital João Pessoa, por sua vez, superou a marca de 800.000 habitantes também
em 2016. A cidade é a 18ª capital mais populosa, reunindo 1,30% da população das
capitais.

RANKING DAS UNIDADES FEDERATIVAS


UF POPULAÇÃO
45. 094.866
1ª) São Paulo
habitantes
21. 119. 536
2ª) Minas Gerais
habitantes
16. 718.956
3ª) Rio de Janeiro
habitantes
15. 344. 447
4ª) Bahia
habitantes
5ª) Rio Grande do 11. 322. 895
Sul habitantes
11. 320.892
6ª) Paraná
habitantes
9. 473.266
7ª) Pernambuco
habitantes
9.020.460
8ª) Ceará
habitantes
8.366.628
9ª) Pará
habitantes
7. 001. 161
10ª) Santa Catarina
habitantes

26
4.042.421
18º) Paraíba
habitantes
Fonte: IBGE, Estimativa populacional - IBGE 2017

Segundo dados do IBGE a população paraibana cresceu nos últimos anos numa
velocidade menor que a média brasileira, como podemos observar no gráfico abaixo:

Para explicar esse crescimento populacional algumas variáveis são fundamentais:


taxa de natalidade, taxa de mortalidade e taxa de fecundidade. O aumento da
população é chamado crescimento demográfico ou populacional. Para obter esse
número relativo do crescimento demográfico, deve-se somar o número de
nascimentos com as migrações e subtrair o número de óbitos. As cinco cidades mais
populosas do estado da Paraíba são: João Pessoa (811.598 hab), Campina Grande
(410.332 hab), Santa Rita (136.851 hab), Patos (107.790 hab) e Bayeux (97.010
hab), segundo dados do IBGE, 2017.

TAXA BRUTA DE NATALIDADE (TBN) E TAXA BRUTA DE MORTALIDADE (TBM)


– 2000/2030

Fonte: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
PIRÂMIDE ETÁRIA
A estrutura etária das populações no Brasil e da Paraíba apresentam dinâmicas
semelhantes. Nos anos 80 a parcela de população jovem (0-14 anos) tanto no Brasil

27
como na Paraíba era de aproximadamente 40% do total das populações. Em 2015,
esse percentual caiu para algo próximo de 30% dessas populações, evidenciando a
transição demográfica vivida tanto no país como no estado da Paraíba.

EVOLUÇÃO DOS GRUPOS ETÁRIOS - MARANHÃO

O número relativo de idosos na população total, vem aumentando. Nos anos 80, as
pessoas com 60 anos ou mais representavam algo próximo de 5% do total das
populações brasileira e paraibana, hoje em dia esse número aproxima-se de 15% no
Brasil e 10% da população paraibana.
Enquanto isso o grupo dos adultos aparece como a maior parcela da população
brasileira e maranhense. Nos anos 80 esse número representava 54%
aproximadamente do total na população paraibana nos dias de hoje ele representa
cerca de 65% do total da população do estado como podemos observar na pirâmide
etária abaixo:

PIRÂMIDE ETÁRIA DA PARAÍBA (2018)

Fonte: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/

Assim, a Paraíba iniciou um processo de transição demográfica, inclusive no meio


rural, com menores taxas de natalidade, fecundidade, crescimento demográfico e com
sensíveis alterações na estrutura etária da população, rompendo com o modelo
tradicional de pirâmide populacional.

28
22. EXPECTATIVA DE VIDA

A esperança de vida ao nascer em 2014 na Paraíba foi de 72,3 anos, registrando o


terceiro maior crescimento do país nas últimas três décadas, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os nascidos em 1980 tinham expectativa
de viver em média 57 anos, crescendo 15,3 anos até o levantamento divulgado.
Superaram a Paraíba os estados do Rio Grande do Norte, cuja expectativa de vida
cresceu 16,8 anos, e Pernambuco, com alta de 15,9 anos. Apesar do crescimento, os
dados do IBGE indicam que o paraibano continua vivendo menos que a média
brasileira, cuja expectativa de vida em 1980 era de 62,5 anos e em 2014 foi de 74,9
anos.
Os homens paraibanos também continuam com uma esperança de viver menos que
as mulheres. Para o sexo masculino, a expectativa em 1980 era de 54,1 anos de
vida. No último ano, foi de 68,4 anos, um crescimento de 14,3 anos. Para o sexo
feminino, a esperança de vida era de 57 anos e subiu para 76,2 anos em 2013, uma
alta de 16,2 anos na expectativa divulgada pelo IBGE.
No Brasil, para a população masculina, o aumento foi de 3 meses e 29 dias de
vida, passando de 71 anos em 2012 para 71,3 anos em 2013. Já para as mulheres,
o crescimento foi de 3 meses e 14 dias, passando de 78,3 anos para 78,6 anos.

IDH-M PARAIBANO

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da Paraíba subiu


para a 22ª posição no ranking brasileiro em 2014. Segundo o levantamento, mesmo
lenta, a evolução alcançada neste período elevou a Paraíba da faixa de
desenvolvimento médio para o nível alto, com índice geral de 0,701. Na pesquisa
anterior, feita em 2010, o estado tinha IDHM de 0,658 e ocupava a 23ª posição no
país. Em ambos levantamentos, o item longevidade, com índice 0,794, foi o que
mais contribuiu para a evolução do índice. A menor contribuição foi da educação,
que pontuou 0,631, seguida da renda (0,678).
Embora meçam os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no
IDHM são mais adequados para avaliar o desenvolvimento dos municípios e regiões
metropolitanas brasileiras. A medição varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1,
maior é o desenvolvimento humano de um país, estado ou município.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Urbano no Brasil, elaborado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a Paraíba ocupa a 22ª
posição no ranking nacional no que diz respeito ao IDH-M.
Os municípios que registraram os melhores desempenhos foram João Pessoa
(0.763), Cabedelo (0.748) e Campina Grande (0.720). Já os que apresentaram os
piores desempenhos foram Gado Bravo (0.513), Casserengue (0.514) e Damião
(0.521).
No ranking divulgado pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M),
João Pessoa aparece como a quarta melhor capital nordestina quando o assunto é
qualidade de vida. Nos dados, a capital paraibana, com aproximadamente 811 mil
habitantes, apresenta IDHM de 0,763.

29
Para o ranking, são levados em conta três itens: vida longa e saudável
(longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Um
dos últimos levantamentos — em 2000 —, João Pessoa tinha o índice de 0,644

RANKING DO IDH ENTRE AS CAPITAIS NORDESTINAS


CAPITAIS (UF) IDH-M
Recife (PE) 0,772
Aracaju (SE) 0,770
São Luís (MA) 0,768
João Pessoa (PB) 0,763
Natal (RN) 0,763
Salvador (BA) 0, 759
Fortaleza (CE) 0,754
Teresina (PI) 0, 751
Maceió (AL) 0, 721
Fonte: IBGE, PNAD.

IDH – M (PARAIBANO – 2010)


POSIÇÃO MUNICÍPIOS IDH-M NIVEL
1º João Pessoa 0,763 Alto IDH
2º Cabedelo 0,748 Alto IDH
3º Campina Grande 0,720 Alto IDH
4º Várzea 0,707 Alto DIH
5º Patos 0,701 Alto IDH
6º Santa Luzia 0,682 Médio IDH
7º Cajazeiras 0,679 Médio IDH
8º Guabira 0,673 Médio IDH
9º Sousa 0,668 Médio IDH
10º Bayeux 0,649 Médio IDH
11º Boa Vista 0,649 Médio IDH
12º Malta 0,642 Médio IDH
13º São Mamede 0,641 Médio IDH
14º Frei Martinho 0,641 Médio IDH
15º Coxixola 0,641 Médio IDH
16º Catolé do Rocha 0,640 Médio IDH
17º Uiraúna 0,636 Médio IDH
18º Pombal 0,634 Médio IDH
19º Serra Branca 0,628 Médio IDH
20º Monteiro 0,628 Médio IDH
MAPA DO IDH – PARAIBANO

30
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NA PARAÍBA – SÉCULO XXI
A Paraíba entra no século XXI, com indicativo de tendência de reversão da sua
posição histórica de perda populacional, ao arrefecer significativamente o seu saldo
migratório negativo, e ao apresentar pela primeira vez saldo migratório positivo em
relação a algumas regiões.
Na região Norte, os estados do Amazonas e do Amapá enviaram mais pessoas para
a Paraíba do que receberam. No Nordeste, os estados do Piauí, Alagoas e
Pernambuco, com destaque para este último. Saldo positivo também ocorre com o
estado do Rio Grande do Sul, na região Sul, e Mato Grosso do Sul no Centro Oeste.
A única região que manteve o saldo negativo para todos os estados e em todos os
Censos desde 1970 foi a região Sudeste.

Vale destacar que os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, apesar de continuarem
sendo os que mais atraem os paraibanos, com 53,70% de todas as emigrações do
estado, são também os com maior número de imigrações para a Paraíba. São Paulo
contribuiu com 25,79% das imigrações, seguido de Pernambuco com 22,72%, e do
Rio de Janeiro com 17,15%. Em termos gerais, o maior volume de imigrantes foi
procedente da própria região (44,71%), retomando a primazia do fluxo da migração
de curta distância, porém com praticamente o mesmo percentual (44,53%) da região
Sudeste, evidenciando a migração de longa distância.

As regiões Sudeste e Nordeste sempre foram os principais destinos dos fluxos


migratórios paraibanos. A diminuição no quantitativo de emigrantes da Paraíba em
direção ao Sudeste pode ser analisada, de um lado, a partir do processo econômico
e expansão do número de vagas de emprego no próprio estado, e do outro lado, a
crise econômica que afetou mais o Sudeste, nos anos 1980 e, notadamente década
de 1990, reduziu o seu poder de atração.
No caso da migração para os demais estados do Nordeste, a proximidade com os
estados vizinhos facilita o deslocamento intrarregional. Enquanto que no caso do
fluxo Nordeste-Sudeste, justifica-se por ser a região mais rica do país, que gera
expectativas de melhores oportunidades de renda, emprego e educação, o que
parece compensar a longa distância.
O crescimento da imigração para a Paraíba especificamente procedente da região
Sudeste (grande responsável pela redução do saldo migratório negativo do estado),
alterou a evolução da participação dos migrantes procedentes de cada região que se
fixaram. Como pode ser visto na Figura 1, no início da série em análise, os fluxos

31
procedentes da região Nordeste representavam 89,64%, em 1970, declina para
44,71%, em 2010, apesar do nível absoluto desses imigrantes ter se mantido
praticamente no mesmo patamar. Em contraste, os imigrantes procedentes do
Sudeste que representavam 8,12%, em 1970, alcançam praticamente o mesmo
percentual do registrado para o Nordeste no censo de 2010. As demais regiões
mantêm um fluxo levemente crescente e com baixa participação na imigração total
no estado.
Figura 1 - Evolução do fluxo das imigrações para a Paraíba, segundo
grandes regiões – 1960-1970, 1970-1980, 1981-1991, 1990-2000 e 2000-
2010.

GEOGRAFIA DA PARAÍBA – CULTURA


Marca de sua história e de seu povo, a Paraíba reúne um rico acervo cultural. Como se
repete em outros estados do Nordeste, a cultura paraibana está fincada em origens
ibéricas, africanas e indígenas, embora tenha ganhado suas particularidades ao longo do
tempo. Por meio de danças, folguedos, peças de teatros e manifestações diversas
oriundas da imaginação e criatividade popular, a cultura paraibana é fortalecida e
preservada com o passar dos anos.

Boa parte dessas expressões culturais ganha vida a partir de comunidades carentes, mas
não se limita a elas. Até porque, no Estado, a cultura local é trabalhada nas escolas e
universidades, como forma de levar ao conhecimento dos estudantes as expressões
culturais paraibanas, provocando neles o interesse pela preservação do folclore da terra.

Em todos os municípios da Paraíba ocorre uma diversa quantidade de eventos, sendo os


mais importantes: na capital, a festa da padroeira Nossa Senhora das Neves e de Nossa
Senhora da Penha; em Campina Grande, O Maior São João do Mundo, já mencionado; em
Guarabira, a festa da Luz; em Pombal e Santa Luzia, a festa do Rosário e, em Patos, a
Festa de Nossa Senhora da Guia.

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Entre as danças mais praticadas encontram-se: bumba-meu-boi, coco-de-roda, ciranda,
nau-catarineta, pastoril e xaxado, muito populares durante todo o ano, sendo algumas
principalmente durante o carnaval e o mês de junho, durante o período das festas juninas.
Dentre os folguedos, estão a barca, a cavalhada, os cocos e as lapinhas.

A literatura paraibana tem dado grandes contribuições para o cenário literário brasileiro,
destacando-se Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, Assis Chateaubriand, Celso Furtado,
Pedro Américo, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Félix Araújo, José Nêumanne
Pinto, Lúcio Lins, Moacir Japiassu, dentre muitos. Além dos escritores, também pode-se
citar a literatura de cordel, gênero literário geralmente expresso em folhetos expostos ou
não em barbantes, trazido pelos portugueses durante o período colonial; além da Paraíba,
esse tipo de produção também é típico dos seus vizinhos Ceará, Pernambuco e Rio Grande
do Norte.

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23. MESTRE ARIANO SUASSUNA

Ariano Suassuna foi escritor e dramaturgo brasileiro, autor do Auto da Compadecida,


considerada sua obra prima que foi adaptada para o cinema e televisão. Além de escritor
renomado e um dos maiores do Brasil, Ariano foi professor e idealizador do Movimento
Armorial que valorizou as artes populares.

Nesse movimento, os artistas tinham o intuito de criar uma arte erudita a partir de
elementos da cultura popular do Nordeste. Suassuna foi ocupante da cadeira nº 32 na
Academia Brasileira de Letras (eleito em 1989). Também foi membro da Academia
Pernambucana de Letras (a partir de 1993) e da Academia Paraibana de Letras (eleito em
2000).
MOVIMENTO ARMORIAL E O MESTRE SUASSUNA
“A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com
o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de
Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e com
a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e
espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados."
Ariano Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975.

O Movimento Armorial surgiu sob a inspiração e direção de Ariano Suassuna, com a


colaboração de um grupo de artistas e escritores da região Nordeste do Brasil e o apoio
da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Teve início no âmbito universitário, mas
ganhou apoio oficial da Prefeitura do Recife e da Secretaria de Educação do Estado de
Pernambuco. Foi lançado oficialmente, no Recife, no dia 18 de outubro de 1970, com a
realização de um concerto e uma exposição de artes plásticas realizados no Pátio de São
Pedro, no centro da cidade. Seu objetivo foi o de valorizar a cultura popular do Nordeste
brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares
da cultura do país. De acordo com Suassuna, sendo "armorial" o conjunto de insígnias,
brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular
do que qualquer coisa. Desse modo, o nome adotado significou o desejo de ligação com
essas heráldicas raízes culturais brasileiras.

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O Movimento tem interesse pela pintura, música, literatura, cerâmica, dança, escultura,
tapeçaria, arquitetura, teatro, gravura e cinema. Uma grande importância é dada aos
folhetos do romanceiro popular nordestino, a chamada literatura de cordel, por achar que
neles se encontram a fonte de uma arte e uma literatura que expressa as aspirações e o
espírito do povo brasileiro, além de reunir três formas de arte: as narrativas de sua poesia,
a xilogravura, que ilustra suas capas e a música, através do canto dos seus versos,
acompanhada por viola ou rabeca.

São também importantes para o Movimento Armorial, os espetáculos populares do


Nordeste, encenados ao ar livre, com personagens míticas, cantos, roupagens
principescas feitas a partir de farrapos, músicas, animais misteriosos como o boi e o
cavalo-marinho do bumba-meu-boi. O mamulengo ou teatro de bonecos nordestino
também é uma fonte de inspiração para o Movimento, que procura além da dramaturgia,
um modo brasileiro de encenação e representação.
Os principais nomes da cultura pernambucana. Além do próprio Ariano Suassuna,
Francisco Brennand, Raimundo Carrero, Gilvan Samico, entre outros, além de grupos
como o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Armorial de Câmara, a Orquestra
Romançal e o Quinteto Armorial.

ADEUS AO MESTRE SUASSUNA – 2014!


“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca
do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o
que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.”
(Ariano Suassuna. O Auto da Compadecida)

A Paraíba também é terra de vários escritores, músicos e intelectuais, e de várias outras


personalidades, como os políticos Aurélio Lira (presidente da Junta Militar de 1969),
Epitácio Pessoa (presidente do Brasil entre 1919 e 1922 e o único brasileiro a ocupar a
presidência dos três poderes da república), Humberto Lucena (que foi por duas vezes
presidente do Senado Federal do Brasil) e João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (que
foi candidato na chapa de Getúlio Vargas à presidência da república em 1930, presidente
do estado da Paraíba entre 1928 a 1930, ano em que foi assassinado; atualmente, a
capital paraibana, João Pessoa, leva seu nome).

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Outras personalidades famosas são André Vidal de Negreiros (governador colonial
português e herói da Insurreição Pernambucana de 1645), Assis Chateaubriand (que foi
empresário, jornalista, fundador do Museu de Arte de São Paulo, membro da Academia
Brasileira de Letras e político), Cláudia Lira (atriz), Elpídio Josué de Almeida (historiador
e político), Fábio Gouveia (surfista), Inácio de Sousa Rolim (conhecido como padre Rolim,
foi educador, missionário e sacerdote), Ingrid Kelly (modelo), João Câmara Filho (pintor),
Piragibe (herói da conquista da Paraíba), José Dumont (ator).

O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural paraibana. Em


várias partes da Paraíba é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, criada
de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita com matérias-primas regionais,
como os bordados, a cerâmica, o couro, o crochê, a fibra, o labirinto, a madeira, o
macramê e as rendas. Alguns grupos reúnem diversos artesãos, disponibilizando espaço
para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais.

Entre os principais centros de artesanato do estado estão: o Mercado de Artesanato da


Paraíba, em João Pessoa, espaço de 120 lojas com vários produtos artesanais variados,
como bordados e redes, além de comidas típicas regionais; a Feira de Artesanato de
Tambaú, também em João Pessoa, que possui lanchonetes, praças de alimentação e
restaurantes, além de contar com diversas apresentações culturais; a Casa do Artista
Popular, igualmente situada na capital, inaugurada em 2006, reunindo mais de mil peças
e representações do artesanato paraibano; a Vila do Artesão, em Campina Grande, que
possui 77 chalés e é bastante procurada durante o São João.

Além destes equipamentos permanentes, acontece, duas vezes ao ano, o evento Salão
do Artesanato Paraibano, vinculado ao Programa de Artesanato da Paraíba do Governo
Estadual, que conta com mais de cinco mil artesãos. Uma das edições do evento ocorre
durante o verão em João Pessoa[225] e a outra, durante o inverno em Campina Grande.
Participam dos eventos milhares de artesãos e visitantes todos os anos.

A música paraibana varia em vários ritmos, como baião, ciranda, forró e xote, e destes
são influenciados vários grupos musicais e artistas. Algumas das personalidades musicais
nascidas na Paraíba são Abdon Felinto Milanês, Antônio Barros, Barros de Alencar, Bartô
Galeno, Bastinho Calixto, Biliu de Campina, Cecéu, Chico César, Elba Ramalho, Flávio
José, Genival Lacerda, Geraldo Vandré, Herbert Vianna, Jackson do Pandeiro, Lucy Alves,
Parafuso, Pinto do Acordeon, Renata Arruda, Roberta Miranda, Sivuca, Zé Pacheco e Zé
Ramalho. A Orquestra Sinfônica da Paraíba foi criada pelo professor Afonso Pereira da
Silva em 4 de novembro de 1945 por meio de uma iniciativa da Sociedade de Cultura
Musical da Paraíba e, posteriormente, por meio de uma parceira entre a Universidade
Federal da Paraíba e o governo estadual.

A Paraíba e seu povo também são exaltados em canções. Alguns exemplos são o samba-
exaltação "Meu Sublime Torrão" (1937) de Genival Macedo, que se tornou o Hino Popular
da Cidade de João Pessoa através da Lei Municipal N. 1.601, de 16 de março de
1972,[240] e o hino não-oficial da Paraíba,[241][242] o baião "Paraíba" (1950) de
Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga,[243] o côco "Na Paraíba" (1957) de Zé do Norte,[244]
o samba "Paraíba" (1972), de Carlos Magno e João Rodrigues,[245] o xote "Paraíba, Meu

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Amor" (1997) de Chico César,[246] e o forró "Paraíba Jóia Rara" (2011) de Ton
Oliveira.[247]

24.HORA DE PRATICAR

1. Assinale a alternativa correta em relação à hidrografia da paraíba.

A) Os rios litorâneos são rios que nascem no litoral e correm na direção da Serra da
Borborema

B) Os rios sertanejos são rios que vão em direção ao norte em busca de terras
baixas e desaguando no litoral do Rio Grande do Norte.

C) Dentre os rios litorâneos, o mais importante é o rio Piranhas.

D) Dentre os rios sertanejos, o mais importante é o rio Paraíba.

2. Assinale a alternativa correta em relação à vegetação do estado da


Paraíba.

A) A caatinga predomina no litoral.

B) Matas e manguezais são encontrados no Sertão.

C) Xique-xique e mandacaru são plantas encontradas no mangue litorâneo.

D) A caatinga é a vegetação característica do Sertão.

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3. Em relação à geografia da Paraíba, analise as afirmações abaixo.
I - No litoral temos a Planície Litorânea, formada pelas praias e terras arenosas.

II - Na região da mata, se encontram os tabuleiros, formados por acúmulos de


terras que descem de lugares altos.

III- No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o


Planalto da Borborema, onde se encontram muitas serras, como a Serra de
Teixeira.

Assinale a alternativa que contenha as afirmações corretas.

A) I, II e III.

B) I, apenas.

C) II, apenas.

D) Todas estão incorretas.

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4. Em relação à população nativa da Paraíba, assinale a alternativa
incorreta.
Alternativas

A) Na Paraíba havia duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também chamados


de Tapuias).

B) Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos.

C) Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de


aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde
fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara.

D) Os índios Cariris se encontravam em menor número que os Tupis e ocupavam


uma área que se estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do
Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

5. Sobre os primeiros capitães mores da Paraíba, analise as afirmações


abaixo.
I - João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a
Capitania da Paraíba.
II - Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Frutuoso Barbosa ordenou a
construção de uma fortaleza em Cabedelo.
III- No governo de Feliciano Coelho de Carvalho, os Potiguaras incendiaram o Forte
de Cabedelo. Seu governo finalizou em 1592.
Assinale a alternativa que contenha as afirmações corretas.

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

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GABARITO
1. B
2. D
3. A
4. D
5. C

“Agora é a hora de surpreender aqueles


que duvidaram de você.”

40

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