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Apostila do Aluno

ENSINO MÉDIO 1

SUMÁRIO

GEOGRAFIA..................................................................................................... 3
HISTÓRIA........................................................................................................ 8
FILOSOFIA..................................................................................................... 13
SOCIOLOGIA.................................................................................................. 19
BIOLOGIA....................................................................................................... 27
LÍNGUA PORTUGUESA.................................................................................. 32
E LITERATURA............................................................................................... 32
INGLÊS........................................................................................................... 40
QUÍMICA........................................................................................................ 48
FÍSICA............................................................................................................ 56
MATEMÁTICA................................................................................................. 60

Apostila Curso Preparatório para Ensino


Médio
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 2
1 CAPÍTUL GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO – CONCEITOS BÁSICOS
Geografia é a ciência que estuda as inter-relações que ocorrem entre o ser humano e o quadro
natural que o cerca.

 TERRA - Planeta do Sistema Solar (terra + água + ar).


 3º Planeta pela ordem de afastamento do Sol (1º
Mercúrio, 2º Vênus).
 Superfície da Terra: 510.000.000 km².
 PLANETA - Astro sem luz e calor próprio. Gira em torno de
uma estrela que o aquece e ilumina.
O Sistema Solar é constituído por oito planetas: Mercúrio, Vênus,
Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno de seu eixo


imaginário de Oeste para Leste, em 23 horas, 56 minutos, e 4 segundos (um dia).
 MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno do Sol de
Oeste para Leste, em 365,6 dias.
 MERIDIANO DE GREENWICH: Círculo tomado como origem do tempo universal e que
passa pela antiga sede do observatório de Greenwich, na Inglaterra.
 LINHA DO EQUADOR: Círculo máximo imaginário do Globo Terrestre que divide a Terra
em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
Existem quatro paralelos importantes por delimitarem as zonas
térmicas da Terra:

 TRÓPICOS:
o TRÓPICO DE CÂNCER: ao Norte da linha
do Equador (Caribe).
o TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO: ao Sul da
linha do Equador (São Paulo).
São os dois círculos terrestres paralelos ao
Equador:

 CÍRCULOS POLARES:
o ÁRTICO – Hemisfério Norte
o ANTÁRTICO – Hemisfério Sul
São os dois hemisférios terrestres paralelos ao Equador:

 HEMISFÉRIO – Meia esfera. Cada uma das meias esferas em que a Terra é imaginariamente
dividida pela linha do Equador (Norte e Sul) e Greenwich (Leste e Oeste). Observe a imagem
abaixo.

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BRASIL
País da América do Sul, com território de 8.511.965 km², na maior parte (93%) no Hemisfério
Sul. O Brasil possui 209,5 milhões habitantes e está politicamente dividido em 26 estados e um
Distrito Federal. A divisão em estados foi estabelecida a partir da Proclamação da República e
consequentemente, a partir da 1ª Constituição Republicana. Os Estados substituíram as Províncias do
Império. Copiamos o sistema adotado nos Estados Unidos da América do Norte.
DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL: Segundo o IBGE, o Brasil está dividido em cinco
regiões geográficas de acordo com os seus contrastes físicos, humanos e econômicos: Norte, Nordeste,
Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
DIVISÃO GEOECONÔMICA: Três complexos regionais de acordo com a formação
histórico econômica do país: Amazônia, Nordeste e Centro Sul.

Figura 2 – Divisões Regionais do Brasil. Figura 1 - Divisões geoeconômicas do Brasil.

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RELAÇÃO DOS ESTADOS COM AS RESPECTIVAS CAPITAIS:

REGIÃO NORTE
ESTADO CAPITAL
Amazonas Manaus REGIÃO CENTRO OESTE
Pará Belém ESTADO CAPITAL
Roraima Boa vista Mato Grosso Cuiabá
Amapá Macapá Mato Grosso do Sul Campo Grande
Acre Rio Branco Goiás Goiânia
Rondônia Porto Velho
Tocantins Palmas
REGIÃO SUDESTE
ESTADO CAPITAL
REGIÃO NORDESTE Minas Gerais Belo Horizonte
ESTADO CAPITAL Espírito Santo Vitória
Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Pernambuco Recife
São Paulo São Paulo
Maranhão São Luís
Piauí Teresina
Ceará Fortaleza
REGIÃO SUL
Rio Grande do Norte Natal
ESTADO CAPITAL
Paraíba João Pessoa
Alagoas Maceió Paraná Curitiba
Sergipe Aracaju Santa Catarina Florianópolis
Bahia Salvador Rio Grande do Sul Porto Alegre

DISTRITO FEDERAL
Obs.: Tocantins é o mais novo estado do Brasília
Brasil. Foi desmembrado do estado de Goiás. Sede
Administrati

RELEVO: Relevo é o conjunto de acidentes geográficos da superfície terrestre. No Brasil


predomina um relevo de baixa altitude.
PLANALTOS DO BRASIL: O Planalto Brasileiro subdivide-se em: Planalto Central e
Planalto Meridional.

 Planalto Atlântico: onde se localizam a Serra do Mar, a Serra


da Mantiqueira e a Serra do Espinhaço. Neste Planalto, localizam-
se o Pico da Bandeira com 2.840 metros e o Pico das Agulhas
Negras com 2.787 metros de altitude.
 Planalto Nordestino
 Planalto das Guianas: Neste Planalto, localiza-se o Pico da
Neblina com 3.014 metros de altitude, sendo o ponto
culminante do Brasil. PLANÍCIES DO BRASIL:
1 – Planície Amazônica ao Norte.
2 – Planície Costeira junto ao litoral.

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3 – Planícies do Pantanal na região Centro Oeste, onde é localizada a Chapada dos Guimarães,
hospedeira de 650 espécies de aves.
CLIMA: O que é clima? Definições e
conceitos:

 É a sucessão de estados da
atmosfera em um determinado
lugar.
 É a sucessão dos estados do tempo
em certo lugar.
O CLIMA NO BRASIL:
1. Clima Equatorial – Na Amazônia
(fenômeno da friagem).
2. Clima Tropical na maior parte do país.
Apresenta verão quente e úmido e inverno
quente e seco.
3. Tropical de altitude – nas áreas mais
elevadas do Sudeste.
4. Semiárido no interior do Nordeste.
5. Subtropical no Sul do país. Santa Catarina (um estado do Sul) possui este tipo de clima.

HIDROGRAFIA NO BRASIL:
Hidrografia: estudo das águas continentais (rios e lagos). Dá-se o nome de Bacia
Hidrográfica ao conjunto de terras banhadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. O
Brasil, neste caso particular, é um país privilegiado. Nossas principais Bacias Hidrográficas são:
1 - Bacia Amazônica: Extensão: 7.500.000 km² dos quais aproximadamente
4.0.0 km2 estão situados em território brasileiro, e o restante distribuído por oito países sul-
americanos: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia. A
Bacia Amazônica possui cerca de 23 mil km de rios navegáveis; Tem como principal rio o Amazonas.
Afluentes mais importantes Negros, Tapajós, Xingu, Japurá e outros.
2 – Bacia Platina, subdivida em:
a) Bacia do Paraná, região sul do Brasil. Tem como principal rio o Paraná que é o maior
rio brasileiro em potencial hidroelétrico. Nasce na fusão dos rios Grandes e Paranaíba e deságua no
Rio da Prata. Divide o Brasil, o Paraguai e a Argentina. Na Bacia Platina estão as hidroelétricas de
Furnas, Três Irmãos, Barra Bonita, Ilha Solteira e a principal que é a de Itaipu.
b) Bacia do Uruguai: Rio principal: Uruguai que nasce da fusão dos rios Canoas e
Pelotas.
c) Bacia do Paraguai: Rio Principal: Paraguai que nasce na Serra do Araporé (MT).
Atravessa o Pantanal e é altamente utilizado para a navegação.
3 – Bacia do São Francisco: Fica no Planalto do Brasil. Tem como principal rio, o São
Francisco que embora apresentando muitas cachoeiras, é também um rio navegável. É a mais
importante bacia hidrográfica do Brasil inteiramente brasileira, tanto que o Rio São

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Francisco é conhecido como o Rio da Unidade Nacional.
O São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas
Gerais e deságua no Oceano Atlântico (2.000 km
navegáveis). Nesta bacia estão as hidroelétricas de Três
Maria (MG), Sobradinho e Paulo Afonso (BA). No
passado foi o principal elo entre o Nordeste e o Sul do
país.
4 – Bacia Tocantins – Araguaia: É a maior
bacia totalmente brasileira. Tem como principal rio, o
Tocantins com 2.450 km de extensão. Seu principal
afluente é o Araguaia. Nesta bacia está a hidroelétrica de
Tucuruí (Pará).

BRASIL – UM PAÍS PRODUTIVO


Economia: é o conjunto de atividades que visa produzir e comercializar bens e
serviços. O Brasil possui uma economia bastante diversificada nos diversos setores:
A) Setor Primário:

 AGRICULTURA: um dos sustentáculos da economia bastante diversificada nos diversos


setores. No passado foi baseado em poucos produtos (café e cana-de-açúcar principalmente).
Tornou-se bastante variada com o cultivo da soja, do trigo, do fumo, do algodão, da uva, etc.
Seu papel: Abastece o país, cria excedente para as exportações e ainda energia através do
cultivo da cana-de-açúcar. Predomínio de latifúndios (propriedade rural com mais de 600 ha)
sobre os minifúndios.
Principais produtos:
a) Cana-de-açúcar: Introduzida no Brasil durante o século XVI por Martim Afonso e Sousa
donatário da Capitania de São Vicente. Na Europa o açúcar era produzido a partir da beterraba. De
qualidade inferior e de pouca produtividade propiciou o uso do açúcar produzido com cana-de-açúcar.
O produto tornou-se um importante fator econômico na Colônia Brasileira e foi responsável pelo
aumento populacional e ocupação de São Vicente, Bahia e Nordeste do Brasil. Maiores produtores
mundiais (SP, MG, PR, GO, MS, AL).
b) Café: Já foi nossa maior fonte de renda, sua produção cresceu durante o 2º Império
ocupando regiões do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Vale do Paraíba, Minas Gerais e Paraná. No
Paraná, região de terra roxa, o café teve alta produtividade e por ponde passou plantou cidades, vilas,
fazendas, gerando lucro e fazendo fortunas. Atualmente, o estado de Minas Gerais é o maior produtor
de café do Brasil, com 54,3% da produção nacional. O café motivou, além da ocupação territorial, o
desenvolvimento das Estradas de Ferro do Brasil. Foi o café a base econômica do crescimento de São
Paulo. Maiores produtores: MG, ES, SP, BA, RO e PR.
c) Laranja: O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo. Recentemente direcionado
para a exportação (na forma de suco) sob o controle de multinacionais.
d) Soja: é o segundo produto em área cultivada no Brasil. Segundo maior produtor mundial.
Maiores produtores: MT, PR, RS e GO.

 PECUÁRIA: Desempenhou marcante papel no povoamento e expansão territorial do Brasil,


nos colocando entre os maiores criadores do mundo. A Soma total do nosso

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rebanho é de aproximadamente 214,9 milhões de cabeças (bovino – maior produtor do mundo;
suíno –quarto maior do mundo; e equino – sétimo maior do mundo).
Tipos de criação:
a) Intensiva: pequena propriedade, áreas limitadas, alto rendimento, em geral utilizada com
a criação leiteira.
b) Extensiva: grandes áreas, gados à solta, pastagens naturais, baixo rendimento, destinado à
criação de corte.

 EXTRATIVISMO: São divididos em dois tipos:


a) Vegetal: destacando-se o Babaçu (palmeira do Nordeste cujo fruto fornece óleo, álcool e
glicerina), o mogno (madeira nobre e de alto valor comercial, cortada livremente no Pará, Mato Grosso
e Rondônia), etc.
b) Mineral: destacamos o minério de ferro e o petróleo. Minério de ferro: principais áreas:
quadrilátero mineiro (Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas) e Vale do Rio doce.
Nosso principal corredor de exportação é o Porto de Tubarão, em Vitória (ES). Petróleo: encontrado
nas bacias sedimentares, monopólio da Petrobrás. Principais áreas produtoras no continente: BA, SE,
RN, etc. e na plataforma continental RS, SE, AL, RN.
B) Setor Secundário:
Indústria: forte e diversificada, concentrada principalmente no Sudeste em função da melhor
rede de transportes e comunicações, maior concentração de mercado consumidor, maior produção
energética, maior capital e mão de obra de maior qualificação. Essa concentração é maior em São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, na região Sudeste. Existem poucas no Norte e Nordeste.
C) Setor Terciário:
Comércio: encontramos atividades modernas (bancos, empresas de seguros e transportes,
cadeias de supermercados, etc.) e atividades tradicionais (mercearias, bazares, etc.).

1
CAPÍTUL

HISTÓRIA
Portugal, país da Europa, foi que liderou o movimento das Grandes Navegações. Queriam
descobrir o caminho marítimo para a Índia. Para isto passou a explorar o Atlântico Sul, chamado de
Mar Tenebroso. Desvendou, conquistando o litoral ocidental da África. Descobriu, através de
Bartolomeu Dias,
o Cabo da Boa Esperança e chegou à Índia
em 1498 através da expedição de Vasco da
Gama. Tendo em vista a concorrência
espanhola, Portugal e Espanha celebraram o
Tratado de Tordesilhas.

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Para conquistar a Índia, o soberano D. Manuel organizou a esquadra de Pedro Álvares Cabral
que, em 13 embarcações, viajou ao “largo”, isto é, afastou-se do litoral africano e acabou por descobrir
o Brasil. A viagem de Cabral foi muito importante para Portugal. Significou a esperança de novas
conquistas, novos negócios, além do domínio definitivo da Índia. Por esta razão é que festivamente a
esquadra iniciou viagem saindo do Rio Tejo no dia 10 de março de 1500, com Cabral vieram os
melhores navegantes além de Pero Vaz de Caminha que seria o governador português na Índia. Foi
Pero Vaz de Caminha quem escreveu um diário de viagem, transformando mais tarde, na célebre Carta
de Caminha que, enviada ao rei D. Manuel, noticiou a descoberta do Brasil. Descoberto o Brasil, a
esquadra rumou diretamente para a Índia.

Gaspar de Lemos Levou a Carta de Caminha a D.


Manuel que ordenou que Gaspar de Lemos
voltasse ao Brasil para melhor conhecer a nova
terra. Então, Gaspar de Lemos comandou a
primeira expedição que, viajando pelo litoral, deu
nomes aos principais acidentes geográficos, como
por exemplo, Cabo S. Roque, Baia de Todos os
Santos, Cabo S. Tomé, Rio de Janeiro, etc.
Gonçalo Coelho, Cristóvão Jacques, mas nada encontraram que desse a Portugal oportunidade de um
grande negócio.
A colônia foi abandonada e somente em 1530 os portugueses voltaram a interessar- se por esta
terra, isto porque os franceses aqui vieram extrair pau-brasil. Foi criado o sistema de governo
Capitanias Hereditárias – primeiro sistema administrativo do Brasil. Das quinze existentes, somente
duas prosperam: São Vicente e Pernambuco. Como o resultado não foi o esperado, o governo de
Portugal criou para o Brasil o Governo Geral. Foi nomeado como primeiro governador, Tomé de
Sousa. Ele trouxe para cá, D. Pero Fernandes Sardinha, nosso primeiro Bispo. Além do mais fundou,
com a ajuda de Caramuru, a Vila de Salvador para ser a primeira Capital.
Os três primeiros governadores foram: Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá. O
primeiro cumpriu bem o seu papel, instituiu uma estrutura administrativa, iniciou o trabalho agrícola,
fomentou a pecuária, iniciou a catequese, deu amparo às Capitanias do Sul. Duarte da Costa foi
péssimo, atacou a catequese e os jesuítas, desentendeu-se com Caramuru e com os índios, provocou a
morte de D. Pero Fernandes Sardinha. Curiosamente, foi nesse governo, sem nenhuma participação
governamental, que Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e Manuel de Paiva fundaram a Vila de São
Paulo do Piratininga (1554).
A colônia brasileira arrastou-se na monotonia do tempo. Foi, ora esquecida, ora explorada por
Portugal. É evidente, entretanto, que uma nova sociedade aqui estava se formando. Sociedade esta que
se miscigenava a cultura do índio, do português e pouco mais tarde, do negro. Foi esta sociedade que
por instinto, por amor próprio, por necessidade, passou a defender seus interesses, sua terra. A isto se
deu o nome de Nativismo. Nativismo é, portanto, amor à Terra Natal.
Os principais movimentos nativistas foram: Emboabas, Mascates, Aclamação de Amador,
Revolta de Beckman, Revolta de Felipe dos Santos e a Inconfidência Mineira. A chamada “Guerra dos
Emboabas”, no início do século XVIII, aconteceu na região de Minas Gerais. Foi um movimento dos
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paulistas, que chegando primeiro, descobriram e exploraram as minas de ouro, contra os portugueses,
forasteiros, que chegaram depois fazendo concorrência com os paulistas.

A “Guerra dos Mascastes” aconteceu na mesma época de Emboabas, porém em Pernambuco.


Foi uma contenda entre os moradores de Recife, mascates, pescadores, gente simples, contra a
aristocracia portuguesa residente em Olinda. Recife, que lutou pela sua autonomia, acabou por
conseguir. O principal movimento nativista foi a Inconfidência Mineira. Aconteceram principalmente
na Vila de Ouro Preto, Minas Gerais. Dela participaram intelectuais, padres, militares, fazendeiros,
porém Tiradentes quem mais falou, mais propagou o movimento fracassou, foi condenado à morte,
enforcado para servir de exemplo à população (21/04/1792). D. Maria, mãe de D. João VI, rainha de
Portugal, foi quem assinou a condenação de Tiradentes.
No início do século XIX, Napoleão queria dominar a
Europa, decretou o Bloqueio Continental e impondo-se, pela

força e pelo medo, invadiu os


países aliados da Inglaterra. Portugal foi um deles, D. João, que
governava como regente (D. Maria estava louca), fugiu para o
Brasil (1808), aqui chegando, procurou melhorar a colônia,
principalmente o Rio de Janeiro, a fim de instalar a sua corte. Foi
nesta ocasião que D. João VI construiu, no Rio de Janeiro, o
Jardim Botânico.
D. João não gostava da França, era inimigo de Napoleão. Figura 5 - Napoleão Bonaparte -
D. Carlota Joaquina, espanhola de origem, Fonte: Internet
estava aborrecida com o seu país porque havia ajudado Napoleão a invadir Portugal. Ambiciosa,
exigiu de D. João invadisse a região do Uruguai que pertencia aos espanhóis e que foi anexada ao
Brasil com o nome de Província Cisplatina. D. João VI, por sua vez, mandou invadir, por vingança, a
Guiana Francesa.
No governo D. João VI o Brasil progrediu. Em 1815, por decreto imperial, fez do Brasil um
Reino Unido de Portugal e Algarves. Em 1820, Portugal passou pela Revolução do Porto que de
imediato exigiu o retorno de D. João VI. Os revolucionários queriam novamente a corte de Lisboa,
sem outro meio, D. João VI voltou, deixando no Brasil o príncipe herdeiro. D. Pedro assumiu o
governo como regente. Com o regresso da Família Imperial, os nacionalistas movimentaram-se no
caminho da independência. Os políticos de Portugal queriam que D. Pedro voltasse também, enquanto
isso, nossos políticos perceberam que isto prejudicaria o processo de independência e através de um
abaixo assinado, solenemente entregue, pediram ao príncipe que aqui permanecesse. Conseguiram o
que pretendiam e este acontecimento ficou conhecido como do Dia do Fico (09/01/1822).
D. Pedro proclamou a Independência do Brasil, às margens do Riacho Ipiranga, em São Paulo,
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no dia 07 de setembro de 1822 dando início ao Primeiro Império que durou até 1831. Um governo
necessita, além do chefe do executivo, de um ministério que atenda suas múltiplas necessidades
específicas. O Imperador, muito jovem, era de temperamento intempestivo, arrojado, mas
politicamente mal preparado. Por esta razão e por influência de
D. Leopoldina, convidou José Bonifácio, político idoso, paulista, experiente, para ser o seu principal
Ministro.
Proclamada a Independência, o Imperador convocou a Assembleia Constituinte. Queria dar ao
novo país uma Constituição. Os deputados foram eleitos, a Constituinte instalada, porém logo se
percebeu que a maioria dos deputados era contra D. Pedro, contra os portugueses, contra a monarquia
reinante. Um impasse político foi criado. O imperador foi atacado política e pessoalmente. D. Pedro
perdeu a paciência, e, fazendo valer seu ímpeto despótico, fechou a Assembleia prendendo os
deputados inimigos. (Noite da Agonia – 11/1823).

Depois da Independência, o Imperador preocupou-se também, com o reconhecimento


internacional da nossa autonomia sem o que, seria impossível governar. O primeiro país a reconhecer a
nossa Independência foram os Estados Unidos. Depois de algumas providências diplomáticas, a
Inglaterra também reconheceu e forçou Portugal a fazê-lo. Os outros países seguiram a tradição.
D. Pedro era um libertino. Sua vida foi
ponteada de romances, aventuras e escândalos. O
Imperador, casado com D. Leopoldina, tinha
muitas amantes e dentre elas, a preferida era
Domitila de Castro, a Marquesa de Santos. No ano
de 1824, D. Pedro entregou ao povo a nossa
primeira Constituição que ficou conhecida como a
Carta Outorgada. Ele mesmo escreveu esta
Constituição em companhia de alguns políticos de
sua confiança.

Figura 6 - Independência do Brasil.


A dissolução da Assembleia Constituinte
motivou revolta nas províncias. No Nordeste, lideradas por Pernambuco, as províncias rebelaram-se
formando a Confederação do Equador. O movimento fracassou e seu líder intelectual, Frei Joaquim do
Amor Divina Caneca (Frei Caneca), foi condenado à morte e executado. Este fato impopularizou D.
Pedro.
D. Pedro não soube governar o Brasil, sua situação política não era das melhores. Rompeu
com José Bonifácio, perdeu a confiança e o apoio dos nacionalistas, permitiu a condenação de Frei
Caneca, escandalizou a corte com suas amantes, fez guerra contra a Província Cisplatina, maltratou D.
Leopoldina que acabou morrendo de parto, ficando assim, impossibilitado de governar.
Quando viúvo, D. Pedro ficou desesperado e mandou à Europa embaixador a procura de uma
nova esposa. Não foi fácil. Em sua vida de escândalo, muitos o atrapalhou. Acabou casando com
Amélia de Leuchetenberg, filha do Príncipe Eugênio e neta da Imperatriz Josefina, primeira esposa de
Napoleão.
Politicamente, tudo ia mal. A Luta política entre nacionalista e monarquista estava cada vez
mais acirrada. Havia uma intranquilidade social e política, principalmente nas províncias de Minas
Gerais e de São Paulo. D. Pedro resolveu ir a Minas e tentar pessoalmente pacificar a província. Foi
um total constrangimento. Ele foi recebido friamente e percebeu que seu governo estava no fim.
Voltou ao Rio de Janeiro como um derrotado. Seus correligionários, na maioria portuguesa, a fim de
amenizar a situação, preparam-lhe uma festa. Foram, entretanto, impedidos pelos nacionalistas.
Portugueses e brasileiros brigaram durante três noites. Este episódio ficou conhecido como A Noite
das Garrafadas.
Desmoralizado, não mais conseguindo dominar a situação, D. Pedro resolveu, num ato que

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surpreendeu a todos, abdicar a favor do príncipe herdeiro, D. Pedro de Alcântara, que tinha apenas
cinco anos de idade. Isto aconteceu no dia 07 de Abril de 1831 e o Brasil, por esta razão, passou a ser
governado por uma Regência. A Regência durou até 1840, neste período destacaram-se: Padre Feijó,
Araújo Lima e o legislador Antonio Carlos, irmão de José Bonifácio, que encabeçou o movimento da
maioridade.
Em 1840, D. Pedro II, com apenas 15 anos de idade, ocupou o governo. Ficou 49 anos no
poder, isto é, até a Proclamação da República, em 1889. Na segunda metade do século
XIX, o Brasil assistiu a uma Campanha Republicana, nela se envolveram intelectuais, religiosos,
militares, fazendeiros e políticos liberais. Foi, entretanto, Deodoro da Fonseca liderando os militares,
que pela força derrubou o último gabinete imperial encabeçado pelo Visconde de Ouro Preto. Deodoro
proclamou, no Rio de Janeiro, a República brasileira. Isto aconteceu no dia 15 de novembro de 1889.
Deodoro, na verdade, não
era um republicado autêntico. Era
sim, um desgostoso com o
governo imperial. Ao liderar o
movimento revolucionário que
derrubou a monarquia, acabou
por assumir o governo provisório
republicano, que então se
instalou. Dois anos depois, em
1891, numa eleição discutível,
foi eleito o
Figura 7 - Proclamação da República
Presidente da República para o primeiro quatriênio. Não era um democrata, não era um liberal e não
soube governar juntamente com o poder legislativo. Foi um ditador, enfrentou uma revolução da
marinha e não conseguindo resolver a crise política, mesmo fechando o Congresso, resolveu renunciar
ficando apenas sete meses no governo. Foi o primeiro presidente eleito e o primeiro a renunciar.
Muitos foram os presidentes da chamada República Velha ou Primeira República. Depois de
Deodoro da Fonseca veio Floriano Peixoto, depois Prudente de Moraes que foi sucedido por Campos
Sales. Prudente e Campos Sales foram os dois primeiros presidentes civis, paulistas e republicanos
autênticos. Rodrigues Alves, também paulista e civil, foi quem sucedeu Campos Sales. Sales havia
recuperado as finanças do país e deu a Rodrigues Alves, a oportunidade de remodelar a cidade do Rio
de Janeiro, bem como saneá-la. Foi o sanitarista Oswaldo Cruz quem desempenhou este papel. Na
ocasião, o governo decretou o uso obrigatório da vacina. Foi o bastante para que os inimigos do
governo tentassem, envolvendo o povo, derrubar Rodrigues Alves do poder, liderou então, a
Revolução da Vacina que felizmente fracassou.
A partir de 1930, o país foi governado por Getúlio Vargas, caudilho, ditador, que chegou ao
governo com a Revolução de 1930. Impôs sua vontade, fez a sua lei, derrubou o governo de
Washington Luís e em 1932 venceu a Revolução. Constitucionalista de São Paulo, em 1934 deu ao país
uma Constituição que ele próprio não respeitou. No ano de 1937, através de um golpe de Estado,
fechou o Congresso instituindo o Estado Novo – período mais forte de sua Ditadura.
De 1939 a 1945, aconteceu a Segunda Guerra Mundial, o Brasil entrou na guerra a favor dos
aliados A.F.E.B. – Força Aérea Brasileira desenvolveu suas atividades bélicas na Itália. A Segunda
Guerra terminou em 1945 – época e que o ditador alemão Adolf Hitler se suicidou. No mesmo
período, Getúlio Vargas perdeu o poder. O Brasil voltou à ordem democrática. Eurico Gaspar Dutra foi
eleito Presidente da República do Brasil, entretanto, no ano de 1950, quando da eleição sucessória, os
políticos foram procurar novamente Getúlio Vargas, que desta vez, foi eleito pelo povo. Estando velho
e já não possuindo a mesma disposição política, deixou-se envolver por negociatas e escândalos,
acabando por suicidar- se. Era o ano de 1954.
Depois de contornada a crise política que o suicídio desencadeou,
foi eleito presidente, o governador mineiro Juscelino Kubitschek de
Oliveira. O país passou então por um período de grande desenvolvimento,
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industrialização e Democracia plena. Juscelino assumiu o poder no Catete,
no Rio de Janeiro e terminou o seu mandato na Nova Capital, que ele
mandou construir: Brasília. O sucessor de Juscelino foi o presidente Jânio
Quadros, político intempestivo, populista ditatorial que, não tendo maioria
no Congresso, acabou por renunciar. Este ato surpreendeu o país que
mergulhou na maior crise política de sua história. João Goulart, vice-
presidente, mesmo contra a vontade dos militares, assumiu a presidência.
Durou pouco, pois uma revolução no ano de 1964 acabou por derrubá-lo.
Nasceu da ditadura militar que mandou neste país durante 20 anos, Figueiredo foi o último
presidente, último ditador militar. Foi pressionado pela oposição e pelos trabalhistas, permitiu a
eleição de um civil.
Tancredo Neves foi o eleito, mas morreu antes da posse. O vice-presidente José Sarney
assumiu a presidência, levando o país à redemocratização plena. Foi substituído pelo presidente Collor
– tragédia nacional. Imaturo, arrogante, sem apoio político, envolve-se em negociatas e acabou
sofrendo um processo de cassação. Renunciou para não ser cassado, mas de nada adiantou, pois o
Congresso, numa atitude discutível, acabou concluindo o processo e cassando-o.
Itamar Franco, vice-presidente, teve sua vez. Terminou o mandato Collor, colocou como
Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso que conseguiu a aventura de acabar com a inflação.
Fernando Henrique escudado no Plano Real foi eleito Presidente da República do Brasil.

PÍTULO NI

FILOSOFIA

O QUE É FILOSOFIA?
“Se deve filosofar, deve-se filosofar e, se não deve filosofar, deve-se
filosofar, de todos os modos, portanto, se deve filosofar” (Aristóteles). “O que
pretendo sob o título de filosofia, como fim e campo das minhas
elaborações, seio-o, naturalmente. E, contudo não o sei...” (Husserl).
Qual o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia
deixou de ser um enigma? “Só os pensadores secundários que, na verdade,
não se podem chamar de filósofos, estão contentes sem as suas definições”
(Husserl).

A FILOSOFIA DE VIDA
Na medida em que somos seres racionais e sensíveis, estamos sempre dando sentindo às
coisas. Ao “filosofar” espontâneo de todos nós, costumamos chamar filosofia de vida. Segundo
Gramsci, “Não se pode pensar em nenhum homem que
não seja também filósofo, que não pense, precisamente, porque pensar é o
próprio do homem como tal”. Isso significa que as questões filosóficas fazem
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parte do nosso cotidiano. Se o filósofo da educação investiga os fundamentos
da pedagogia, qualquer pessoa também se preocupa a escolher critérios não
que sejam pouco rigorosos, a fim de decidir sobre a educação de seus filhos,
ou para os jovens do seu tempo. Estamos diante de diferentes filosofias de
vida quando preferimos morar em casa e não em apartamento, quando
deixamos o emprego bem pago por outro não tão bem remunerado, porém
mais atraente, quando escolhemos alternar a jornada de trabalho com a prática
de esporte ou com a decisão de ficar em casa assistindo à tevê. É preciso
reconhecer que existem critérios bem diferentes fundamentando tais decisões:
há valores que entram em jogo aí.
Com isso, não estamos confundindo a filosofia de vida com a reflexão do filósofo que, como
vemos, tem suas exigências de rigor que o bom senso não preenche. O que percebemos, no entanto, ao
verificar que filosofia interessa a todo ser humano, é que, ainda segundo Gramsci, o especialista
filósofo é diferente dos outros especialistas (como o físico ou o matemático). Por exemplo, podemos
bem pensar que enquanto grande parte dos indivíduos não precisa se ocupar com assuntos como
trigonometria, o mesmo não acontece com o objeto de estudo do filósofo, cujo interesse se estende a
qualquer um.
Por isso, consideramos importante o ensino de filosofia nas escolas, não propriamente para
despertar futuros filósofos especialistas, mas para aprimorar a reflexão crítica típica do filosofar e
inerente a qualquer ser humano. Nesse sentido, o ensino da filosofia deveria se estender a todos os
cursos e não só às classes de ciências humanas.

O PROCESSO DE FILOSOFAR
Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mística. Quando se dá a
passagem da consciência mística para a racional, aparecem os primeiros sábios, sophos, como se diz
em grego.
Pitágoras (séc. VI, a.C.) era um dos filósofos pré-socráticos e também matemático, teria usado
pela primeira vez a palavra filosofia (philos sophia) que significa “amor à sabedoria”. Assim, com o
auxílio da etimologia, podemos ver que a filosofia não é puro lagos, pura razão, ela é a procura
amorosa da verdade.
Se a filosofia é essencialmente teórica, isso não significa que ela esteja à margem do mundo,
nem que constitua um corpo de doutrina ou saber acabado, com determinado conteúdo, ou que seja um
conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas. Ao contrário, a filosofia supõe uma
onipresente disponibilidade para a indagação. Por isso, segundo Platão, a primeira virtude do filósofo é
admirar-se. Essa é a condição para problematizar, o que marca a filosofia não como da verdade, mas
como sua busca. Ou seja, se o filósofo é capaz de se surpreender com o óbvio e questionar as verdades
dadas, aceita a dúvida como desencadeadora desse processo crítico.

Para Kant, “não há filosofia que se possa aprender, só se pode aprender a filosofar”. Isso
significa que a filosofia é, sobretudo, uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento
instituíste sentido de questionar o saber instituído.
O próprio tecido do pensar do filósofo é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano. Por isso a
filosofia se encontra no seio mesmo da história. Está mergulhada no mundo e fora dele, eis o paradoxo
enfrentado pelo filósofo, como explica Marleau-Ponty em elogio da filosofia: “Pois é impossível negar
que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto
em que é adventos, sentido nascente. Sente-se mal no já feito. Sentido expressão, só se realiza
renunciando a coincidir com aquilo que exprime e afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a
utopia de uma posse a distância.”
A filosofia surge no momento em que o pensar é posto em
causa, tornando-se objeto de reflexão. Não se trata, porém, de
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qualquer reflexão. Quando vemos nossa imagem refletida no
espelho, há um “desdobramento”, pois estamos aqui e estamos lá,
no reflexo da luz, ela vai até o espelho e refletirá, em latim,
significa “fazer retroceder”, “voltar atrás”. Portanto, refletir é
retornar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si
mesmo e colocar em questão o que já conhece.
É ainda Gramsci quem diz: “o filósofo profissional ou
técnico não só ‘pensa’ com maior rigor lógico, com maior Figura 10 - Dermeval Saviani
coerência, com maior espírito de sistema do que os outros
homens, mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que o
pensamento teve até ele, é capaz de retomar os problemas a partir do ponto em que se encontram,
depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução”.
O professor Dermeval Saviani conceitua a filosofia como uma reflexão radical, rigorosa e de
conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta, interpretarão esses tópicos.

 RADICAL: a palavra latina radis, raditis, significa “raiz”, e no sentido figurado, “fundamento
base”. Portanto a filosofia radical não no sentido corriqueiro de ser inflexível (nesse caso seria
a antifilosofia), mas na medida em que busca explicar os conceitos fundamentais usados em
todos os campos do pensar e do agir. Por exemplo, a filosofia das ciências examina os
pressupostos do saber científico, do mesmo modo que, diante da decisão de um vereador em
aprovar determinado projeto, a filosofia política investiga as “raízes” (os princípios políticos)
que orientam sua ação.
 RIGOROSA: enquanto “filosofia de vida” não leva as conclusões até as últimas
consequências, nem sempre examinando os fundamentos delas, o filósofo deve dispor de um
método claramente explicitado a fim de proceder com rigor. É assim que os filósofos inovam
nos seus caminhos de reflexão, tais como o fizeram Platão, Descartes, Espinosa, Kant, Hegel,
Husserl, Wittgenstein, etc. São inúmeros os métodos filosóficos em que se apoiam os filósofos
para desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado a partir de argumentação, coerente
em suas diversas partes e, portanto, sistemático. Além disso, o filósofo usa de linguagem
rigorosa para evitar as ambiguidades das expressões cotidianas, o que lhe permite discutir com
outros filósofos a partir de conceitos claramente definidos. Por isso o filósofo sempre “inventa
conceitos”, criando expressões novas ou alterando o sentido de palavras usuais. Aliás, quanto
os gregos souberam fazer isso, no nascimento da filosofia!
 DE CONJUNTO: a filosofia é globalizante, porque examina os problemas sob a perspectiva
de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. Nesse sentido, a filosofia visa ao todo,
à totalidade. Mais ainda, o objeto da filosofia é tudo, porque nada escapa a seu interesse. Aí,
sua função de interdisciplinaridade, ao estabelecer o elo entre as diversas formas de saber e
agir humanos. Sob esse enfoque, a filosofia se distingue da ciência e de outras formas de
conhecimento.

A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
No século XVIII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências
particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde esse
período até os dias atuais, ciências como física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia,
economia, etc., se especializam e investigam “recortes” do real. Apesar dessa separação entre o objeto
da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências,
uma vez que jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a
visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado de modo parcial. Se a ciência
tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentindo inverso, quer superar a
fragmentação do real, daí sua função interdisciplinar, que busca estabelecer o elo entre formas do saber
e do agir.

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A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os
setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos
fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se denominam
ciência e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é
ciência, o eu distingue esse conhecimento e quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O
mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o conceito de liberdade, o que já significa
fazer filosofia.
Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas e a sua
verificabilidade permitem uniformidades de conclusões e, com isso, a ciência adquire maior
objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma forma ou de
outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e, consequentemente,
como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque o filósofo parte da
experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é, mas como deveria ser. Por
exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as consequências éticas de um
experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação, sai em busca do significado:
filosofar é dar sentido à experiência.

QUAL É A “UTILIDADE” DA FILOSOFIA?


Para responder à questão, precisamos saber primeiro o que entendemos por utilidade. Ora,
vivemos em um mundo marcado pela busca dos resultados imediatos do conhecimento. Sob essa
perspectiva, é considerada importante a pesquisa da cura do câncer, ou o estudo de matemática no
ensino médio porque “entra no vestibular”, ou ainda a seleção de disciplinas que vão interessar o
exercício de determinada atividade. Por isso, com frequência, o estudante se pergunta “Para que irei
estudar filosofia, se não precisarei dela na minha profissão?”.
Seguindo essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente “inútil”, não serve para
nenhuma alteração imediata de ordem pragmática. Neste ponto, ela é semelhante à arte. Se
perguntarmos qual é a finalidade de uma obra de arte, veremos que ela tem um fim em si mesmo e,
nesse sentido é “inútil”. Entretanto, não ter utilidade imediata não significa ser desnecessário. A
filosofia é necessária.
Onde está a necessidade da filosofia? Está no fato de que, por meio de reflexão (aquele
desdobramento, lembra-se?), a filosofia nos permite ter mais de uma dimensão, além da que é dada
pelo agir imediato no qual o “indivíduo prático” se encontra mergulhado. É a filosofia que dá o
distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam,
reúne o pensamento fragmentado da ciência e o reconstrói na sua unidade. Retorna a ação pulverizada
no tempo e procura compreendê-la.
Portanto, a filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade de
superar a situação não escolhida. Pela transcendência, a pessoa surge como ser do projeto, capaz de ser
livre e de construir o seu destino. O distanciamento é justamente o que provoca a nossa aproximação
maior com a vida. Whitehead, lógico e matemático britânico, disse que “a função da razão é promover
a arte da vida”. A filosofia recupera o processo perdido no imobilismo das coisas feitas (mortas porque
já ultrapassadas), ela impede a estagnação.
Por isso, o filosofar sempre se confronta com o poder, e sua investigação não fica alheia à
ética e a política. É o que afirma o historiador da filosofia François Chatelet: “Desde
que há Estado da cidade grega às burocracias
contemporâneas, a ideia de verdade sempre
se voltou, finalmente, para o lado dos
poderes (ou foi recuperada por eles, como
testemunha, por exemplo, a evolução do
pensamento francês do século XVII ao
século XIX). “Por conseguinte, a
contribuição específica da filosofia que se
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coloca ao serviço da liberdade, de todas as
liberdades, é a de minar, pelas análises
que ela opera e pelas ações que desencadeia as instituições repressivas e simplificadoras, que se trate
de ciência, do ensino, da tradução, da pesquisa, da medicina, da família, da política, do fato carcerário,
dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer à máscara, deslocá-la, arrancá-la.
A filosofia é, portanto, a crítica da ideologia, entendida como forma ilusória de conhecimento
que visa à manutenção de privilégios. Atentando para a etimologia do vocábulo grego correspondente
à vontade (a-létheia, a lethe-úein, “desnudar”), vemos que a verdade consiste em pôr nu aquilo que
está escondido. Eis a vocação do filósofo: o desvelamento do que está encoberto pelo costume, pelo
convencional, pelo poder.
Finalmente, a filosofia exige coragem. Filosofia não é um exercício puramente intelectual,
descobrir a verdade é ter a coragem de enfrentar as formas estagnadas do poder que tentam manter o
status quo, é aceitar o desafio da mudança. Saber para transformar. Lembremos que Sócrates foi
aquele que enfrentou com coragem o desafio máximo da morte.
É bem verdade, alguns dirão que sempre houve e haverá os pensadores bajuladores do poder,
aqueles que estão a serviço da manutenção do status quo e que emprestam suas vozes e argumentos
para defender tiranos. Mas, aí, estamos diante das fraquezas do ser humano, seja por estar sujeito a
enganar-se, seja por sucumbir ao tempo ou ao desejo de prestígio e glória. Segundo Karl Jaspers, “a
antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida, que, se aprofundada, engendraria sua própria
aniquilação”.

APRENDENDO A FILOSOFAR

A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de compreender o


mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude diante da vida, tanto nas condições
corriqueiras como nas situações limites que exigem decisões cruciais.
Por isso, no encontro com a tradição filosófica não devemos nos restringir a receber
passivamente como um produtor, mas sermos capazes, cada um de nós, de nos aproximarmos da
filosofia como processo, ou seja, como reflexão crítica e autônoma a respeito da realidade vivida.
Lembrando Jaspers mais uma vez, a filosofia é a procura da verdade, não a sua posse, porque
“fazer filosofia é estar a caminho, as perguntas em filosofia são mais essenciais que as respostas
transformam-se numa nova pergunta”.

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MORAL


OS VALORES
Diante de pessoas e coisas, estamos constantemente fazendo avaliações. “Esta caneta é ruim,
pois falha muito”; “Esta moça é atraente”; “Acho que João agiu mal não ajudando você”; “Prefiro
comprar este, que é mais barato”. Essas afirmações se referem a juízos de realidade, quando partimos
do fato de que a caneta e a moça existem, mas a juízos de valor, quando lhes atribuímos uma qualidade
que mobiliza nossa atração ou repulsa. Nos exemplos, destacamos valores que se referem à utilidade, à
beleza, ao bem e mal, ao aspecto econômico.
Dessa forma, os valores podem ser lógicos, utilitários, estéticos, afetivos, econômicos,
religiosos, éticos, etc. Mas o que são valores? Embora a temática dos valores seja tão antiga como a
humanidade, só no século XIX surge a teoria dos valores ou axiologia (do grego axios, “valor”). A
axiologia não se ocupa dos seres e o sujeito que os aprecia.
Diante dos seres (sejam eles coisa inertes, seres vivos ou ideias) somos mobilizados pela nossa
afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou provocam nossa repulsa.
Portanto, algo possui valor quando não permite que permaneçam indiferentes. É nesse sentido que
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Garcia Morente diz: “Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra coisa é ser. Quando
dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não
indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a
essência do valer”.
Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. Ao nascermos, o mundo cultural é
um sistema de significados já estabelecido, de tal modo que aprendemos desde cedo como nos
comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar em determinadas
circunstâncias, como andar, correr, brincar, como cobrir o corpo e quando desnudá-lo, qual o padrão
de beleza, que direitos e deveres temos. Conforme atendemos ou transgredimos os padrões, os
comportamentos são avaliados como bons ou maus.
A partir da valoração, as pessoas podem achar bonito ou feio o desenho que acabamos de fazer
ou criticar-nos por não termos cedido lugar à pessoa mais velha no metrô, ou acham bom o preço que
pagamos pela bicicleta, ou nos elogiam por termos mantido a palavra dada, ou nos criticam por termos
faltado com a verdade. Nós próprios nos alegramos ou nos arrependemos de nossas ações ou até
sentimos remorsos dependendo do que praticamos. Isso quer dizer que o resultado de nossos atos está
sujeito à sanção, ou seja, ao elogio ou à reprimenda, à recompensa ou à punição, nas mais diversas
intensidades: a críticas de um amigo, “aquele” olhar da mãe, a indignação ou até a coerção física (isto
é, a repressão

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pelo uso da força, por exemplo, quando alguém é preso por assassinato). Embora haja diversos tipos de
valores, vamos considerar neste capítulo apenas os valores físicos ou morais.
A MORAL
Os conceitos de moral e ética, ainda que diferentes, são com frequência usados como
sinônimos. Aliás, a etimologia dos termos é semelhante: moral vem do latim mos, moris, que
significa “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso”, e de moralis, morale, adjetivo
referente ao que é “relativo aos costumes”. Ética vem do grego ethos, que tem o mesmo significado:
de “costume”.
No entanto, podemos estabelecer algumas diferenças entre esses dois conceitos. A moral é o
conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas. Em um
primeiro momento dessa discussão, podemos dizer de modo simplificado que o sujeito moral é aquele
que age bem ou mal na medida em que acata ou transgrede as regras morais. A ética ou filosofia moral
é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam
a vida moral. Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de ser
humano tomado como ponto de partida.
À pergunta: “O que é o bem e o mal”? Respondemos diferentemente, caso o fundamento da
moral esteja na ordem cósmica, na vontade de Deus ou em nenhuma ordem exterior à própria
consciência humana. Podemos perguntar ainda: Há uma hierarquia de valores a obedecer? Se houver,
o bem supremo é a felicidade? É o prazer? É a utilidade? É o dever? É a justiça?
Por outro lado, é possível questionar. Os valores são essenciais? Têm conteúdo determinado,
universal, válido em todos os tempos e lugares? Ou, ao contrário, são relativos: “verdade aquém, erro
além dos Pirineus”, como dizia Pascal?

CAPÍTULO

ÚNICO SOCIOLOGIA
O QUE É SOCIOLOGIA?
A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a sociedade, a sua
organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações.
Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a Sociologia estuda os fenômenos
sociais, compreendendo as
diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas.
O termo Sociologia foi criado em 1838 (séc. XVIII) por
Auguste Comte, que pretendia unificar todos os estudos relativos
ao homem — como a História, a Psicologia e a Economia. Mas
foi com Karl Marx (luta de classes sociais), Émile Durkheim
(fatos sociais) e Max Weber (ação social)
Figura 11 - Karl Marx

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Médio
que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram institucionalizados.

Apenas a partir do século XVII, a Sociologia foi institucionalizada, e isso ocorreu como
resposta acadêmica para um desafio que estava surgindo: o início da sociedade moderna. Com a
Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se uma nova era no
mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados nacionais no Ocidente. Surge
então essa ciência para compreender as novas formas das sociedades, suas estruturas e organizações.
A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se repetem nas
relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social –, como também
se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o surgimento do capitalismo ou do
Estado Moderno, explicando seus significados e importância que esses eventos têm na vida dos
cidadãos.
Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a
totalidade do seu universo de pesquisa. O conhecimento sociológico, por meio dos seus conceitos,
teorias e métodos, constitui um instrumento de compreensão da realidade social e de suas múltiplas
redes ou relações sociais, capazes de desenvolver uma consciência crítica e analítica em relação à
sociedade.

OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
 GUSTE COMTE
O núcleo da filosofia de Comte radica na ideia de que a sociedade só
pode ser convenientemente reorganizada através de uma completa reforma
intelectual do homem. Ele achava que antes da ação prática, seria necessário
fornecer aos homens novos hábitos de pensar de acordo com o estado das
ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema Comteano estruturou-se em
torno de três temas básicos: em primeiro lugar, uma filosofia da história com o
objetivo de mostrar as razões pelas quais certa maneira de pensar (chamada por
ele filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em
segundo lugar, uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na
filosofia positiva. Finalmente, uma sociologia que, determinando a estrutura e os Figura 12 -
Auguste Comte
processos de modificação da sociedade, permitisse a reforma prática das instituições.

A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método


científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna. O estado positivo
corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em oposição ao
quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago. É o que se opõe as
formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo. Ex: a explicação da queda de um objeto ou
corpo: o primitivo explicaria a queda como uma ação dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a
queda pela essência dos corpos pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar
natural; Galileu, espírito positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e
últimas, mas se contentaria em descrever como o fenômeno da queda ocorre.
Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava das
ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes
integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico. Por
isso o positivismo foi chamado também de organicismo.

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Médio
mile Durkheim
Durkheim viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a classe
dos empresários e a classe dos trabalhadores. É também uma época em que
surgem novos problemas sociais como favelas, suicídios, poluição, desemprego
etc. No entanto, o crescente desenvolvimento da indústria e tecnologia fez com
que Durkheim tivesse uma visão otimista sobre o futuro do capitalismo. Ele
pensava que todo o progresso desencadeado pelo capitalismo traria um aumento
generalizado da divisão do trabalho social e, por consequência, da solidariedade
orgânica, a ponto de fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem
conflitos e problemas sociais. Figura 13 -
Émile Durkheim

Com isso, Durkheim admitia que o capitalismo é a sociedade perfeita; trata-se apenas de
conhecer os seus problemas e de buscar uma solução científica para eles. Em outras palavras, a
sociedade é boa, sendo necessário, apenas, "curar as suas doenças". Tal forma de pensar o progresso de
um jeito positivo fez com que Durkheim concluísse que os problemas sociais entre empresários e
trabalhadores não se resolveriam dentro de uma LUTA POLÍTICA, e, sim, através da CIÊNCIA, ou
melhor, da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a tarefa da SOCIOLOGIA: compreender o
funcionamento da sociedade capitalista de modo objetivo para observar, compreender e classificar as
leis sociais, descobrir as que são falhas e corrigi-las por outras mais eficientes.
E como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim? A estrutura da sociedade é
formada pelas esferas política, econômica e ideológica. Estas esferas formam a estrutura social
responsável pela consolidação do Capitalismo.
Outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de uma
ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso, na emergência do proletariado, era
preciso encontrar formas de controle de tal forma que o indivíduo se integre à ordem. Este princípio
será aplicado na educação.
A contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia adquirisse
o status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os fenômenos sociais da Psicologia,
construindo um Objeto e um Método. A obra ‘As regras do Método Sociológico’ publicada em 1895,
definiu o método a ser usado pela Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia tornar-se
uma ciência, separada da Psicologia e Filosofia. Ele formulou o tipo de acontecimentos sobre os quais
o sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia.
Max Weber
Max Weber nasceu e teve sua formação intelectual no período em que as
primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na
Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha. Filho de uma família da alta classe
média, Weber encontrou em sua casa uma atmosfera intelectualmente estimulante.
Seu pai era um conhecido advogado e desde cedo o orientou no sentido das
humanidades. Weber recebeu excelente educação secundária em línguas, história e
literatura clássica. Em 1882, começou os estudos superiores em Heidelberg;
continuando-os em Göttingen e Berlim, em cujas universidades dedicaram- se Figura 14 - Max
simultaneamente à economia, à história, à filosofia e ao direito. Weber

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Médio
Concluído o curso, trabalhou na Universidade de Berlim, na qual idade de livre- docente, ao
mesmo tempo em que servia como assessor do governo. Em 1893, casou-se e; no ano seguinte, tornou-
se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se transferiu para a Universidade de
Heidelberg, em 1896. Dois anos depois, sofreu sérias perturbações nervosas que o levaram a deixar os
trabalhos docentes, só voltando à atividade em 1903, na qualidade de coeditor do Arquivo de Ciências
Sociais (Archiv für Sozialwissenschatt), publicação extremamente importante no desenvolvimento dos
estudos sociológicas na Alemanha. A partir dessa época, Weber somente deu aulas particulares, salvo
em algumas ocasiões, em que proferiu conferências nas universidades de Viena e Munique, nos anos
que precederam sua morte, em 1920.
A Sociologia weberiana caracteriza-se por um dualismo, racionalismo – irracionalismo:
Racionalismo: rotina social; estabilidade; tradição; legalidade; continuidade; espírito
científico e pragmático do ocidente, sacrificando a espontaneidade da vida aos cálculos e à seleção dos
meios, para serem atingidos fins previamente escolhidos.
Irracionalismo: crenças; mitos; sentimentos; ação carismática. Para Weber a sociedade não
seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser
compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber
define como objeto da sociologia a ação social.

O que é ação social?


Para Weber ação social é qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação de outros.
Por exemplo, um eleitor. Ele define seu voto orientando-se pela ação dos demais eleitores. Ou seja,
temos a ação de um indivíduo, mas essa ação só é compreensível se percebemos que a escolha feita
por ele tem como referência o conjunto dos demais eleitores.
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum tipo
de sentido entre várias ações sociais terá então relações sociais. A ação social é a conduta humana
dotada de sentido. O sentido motiva a ação individual.
Para Weber, cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por interesses
racionais ou pela emotividade. O objetivo que transparece na ação social permite desvendar o seu
sentido, que é social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou reação de
outros indivíduos.
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. É o indivíduo que através dos
valores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação social. A transmissão destes valores
comuns de uma geração para outra é chamada socialização, que é uma forma inconsciente de coerção
social. Ex. de valores sociais: respeito, virgindade, honestidade, solidariedade, etc.
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir
de suas ações, com os demais.

IDEOLOGIA: UM CONCEITO POLÊMICO


O conceito da ideologia foi criado por Destrutt de Tracy, filósofo francês, no final do século
XVII. Tracy tinha pressuposto que as ideias não poderiam ser compreendidas como se possuísse vida
própria, segundo ele, a ideologia deveria ser compreendida como “ciência das ideias”, assemelhando-
se às ciências naturais. Na elaboração desse conceito, partia-se da crença na razão (própria do espírito
iluminista do século XVII) e no poder da ciência submeter

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Médio
às ideias ao mesmo processo de análise e compreensão dos objetos naturais. Essa é a razão da
concepção da Ideologia como ciência de ideias.
Raymond Williams afirma que o conceito de ideologia pode ser definido, basicamente, de
acordo com três concepções básicas:
1. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam
incluídos os valores, ideias e projetos de um grupo de classe social específicos.
2. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam
incluídas crenças ilusórias, baseadas em critérios impossíveis de ser comprovados,
contrastariam com o conhecimento verdadeiro ou científico.
3. Como o processo geral de produção de significados e ideias.
Conforme Williams, as duas primeiras conotações serão as mais encontradas no pensamento
marxista, vertente que se destacou no estudo da ideologia.
No livro A ideologia Alemã, Marx e Engels apresentaram os três elementos básicos que
caracterizaram sua compreensão da sociedade capitalista e sua definição de ideologia (definição como
vê fortemente apoiada nas duas concepções destacadas por Williams).
Esquematicamente, esses três elementos são:
eparação – resultante da afirmação da divisão da vida humana em duas instâncias
específicas: a infraestrutura que é a esfera da produção material, e a superestrutura, esfera
da produção de ideias. De maneira muito simplificada, podemos dizer que a infraestrutura
se compõe da economia (a produção dos bens necessários à sobrevivência dos homens) e a
superestrutura se constituí da moral, do direito, da política e das artes.
eterminação – relação decorrente da separação observa-se o domínio estabelecido pela
infraestrutura sobre a superestrutura. Serão as relações de produção que irão determinar
(definir) a organização social – as formas de comportamento e de convívio entre os
homens. Conforme o princípio da determinação apontado por Marx e Engels, as ideias têm
sua origem na vida material – e são por ela determinadas. Mas o que é essa vida material?
É relações desses homens o meio de produção que os homens estabelecem entre si, as quais
dependem, por sua vez, das relações desses homens com os meios de produção – terra,
máquinas, matérias-primas, fábrica, força de trabalho. Será, portanto, a esfera econômica (a
organização da produção material, com a sua diferenciação entre possuidores e não
possuidores dos meios de produção) que irá organizar as ideias sobre essa sociedade.
nversão – Elemento constitutivo fundamental do conceito da ideologia, considerada
distorção da realidade. Numa metáfora famosa do livro A ideologia Alemã, a ideologia faz
com que a vida apareça para os homens como no interior de uma câmera fotográfica: de
cabeça para baixo. Isto é, ela aparece para os homens de maneira inversa àquilo que é na
realidade. Nesse contexto, o conhecimento científico, ou saber dela, será o elemento capaz
e desmascarar a ideologia, recolocando o mundo de cabeça para cima, mostrando a
realidade tal como ela é. Segundo Marx e Engels, destruindo a inversão que a ideologia
produz, o conhecimento científico vai revelar os mecanismos de separação e determinação.
Para compreender a sociedade capitalista a partir dessas três relações (separação, determinação
e inversão) estabelecidas por Marx e Engels, não podemos torná-las como formas imutáveis e
inquestionáveis. No que diz respeito à definição da ideologia, por exemplo,
é fundamental que se note que, ao longo do tempo, os próprios autores acabaram relativizando a
conotação mistificadora que inicialmente deram ao conceito (essa relativização aparece no prefácio de
Para a Crítica da Economia Política, escrito por Marx, 1859).
Além disso, eles também relativizaram a questão de determinação estrita da esfera econômica
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 23
Médio
(infraestrutura) sobre a superestrutura (em cartas que escreveu a outros pensadores, Engels reconheceu
certo grau de independência ou autonomia relativa da superestrutura diante da infraestrutura). É
preciso que se diga finalmente que, ao longo do tempo, os elementos formais congelados e irretocáveis
de compreensão da realidade.
De qualquer modo, retomando o tema da ideologia na obra desses autores, é interessante
observar que ele veicula uma relação fundamental, que é a oposição entre os conceitos de falso e de
verdadeiro. Em A Ideologia Alemã, parece haver espaço para dois tipos de ideias, as falsas ou
distorcidas (em resumo, a própria ideologia) e as verdadeiras, essas ideias verdadeiras seriam
construídas pela ciência e funcionariam como as armas necessárias para combater a classe dominante.
Para Marx, a ciência seria a ciência do proletariado, a única classe capaz de transformar a sociedade.
Produto de uma época em que se acreditava que a sociedade poderia e deveria ser transformada por
meio da razão, A ideologia Alemã, conforme a antropóloga brasileira Eunice Durham, apresenta a
ciência como instrumento capaz de alcançar a justiça social que a ideologia impediria de ser obtida.

OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS
Os Grupos Sociais
A própria natureza humana exige que os
homens se agrupem. A vida em sociedade é condição
necessária à sobrevivência da espécie humana. Desde o
início, os homens têm vivido juntos, formando
agrupamentos, como as famílias, por exemplo. Para o
sociólogo Karl Mannheim, os contatos e os processos
sociais que aproximam ou afastam os indivíduos
provocam o surgimento de formas diversas de
agrupamentos sociais, de acordo com o estágio de
integração social. Tais formas são os grupos sociais e os
agregados sociais.
Vamos analisar inicialmente os grupos sociais: aqueles, devido aos contatos sociais mais
duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração social. Nos grupos sociais há normas,
hábitos e costumes próprios, divisão de funções e posições sociais definidas. Como exemplos têm:
família, a escola, a Igreja, o clube, o Estado, etc.
O grupo social é a união de duas ou mais pessoas, associadas pela integração, e, por isso,
capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum. O indivíduo ao longo de sua vida
participa de vários grupos sociais, e os principais são:
rupo familiar – família;
rupo vicinal – vizinhança;
rupo educativo – escola;
rupo profissional – empresa;
rupo político – estado, partidos políticos.
As principais características de um grupo social são:

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 24


Médio
pluralidade de indivíduos – Há sempre mais de um indivíduo no grupo. grupos
secundários – São os grupos mais complexos, como as igrejas e o Estado, em
que predominam os contatos secundários; os contatos sociais, neste caso, realizam-
se de maneira pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta, através
de cartas, telegramas, telefone, etc.
grupos intermediários – São aqueles que se alternam e se completam as duas
formas de grupos sociais (primários e secundários). Um exemplo deste tipo é o grupo
de escola.
interação Social – No grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros.
organização – Todo grupo, para funcionar bem, precisa de certa ordem interna.
objetividade e exterioridade – Os grupos sociais são superiores e exteriores ao
indivíduo, isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando sai, ele
continua a existir.
conteúdo intencional ou objetivo comum – Os membros de um grupo unem-se
em torno de certos princípios ou valores para atingir um objetivo de todo o grupo; a
importância dos valores pode ser percebida pelo fato de que o grupo geralmente se
divide quando ocorre um conflito de valores; um partido político, por exemplo, pode
dividir-se quando uma parte de seus membros passa a discordar de seus princípios
básicos.
consciência grupal ou sentimento de “nós” – São as maneiras de pensar,
sentir e agir próprias do grupo; existe um sentimento mais ou menos forte de
compartilhar uma série de ideias, de pensamentos, de modos de agir; um exemplo
disso é o torcedor que, quando fala da vitória de seu time dizemos “Nós ganhamos”.
continuidade – As interações passageiras não chegam a formar grupos sociais
organizados, para isso, é necessário que elas tenham certa duração, como exemplo,
temos a família, a escola, a Igreja, etc. Há, porém, grupos de duração efêmera, que
aparecem e desaparecem com facilidade, como, por exemplo, o mutirão.

OS ESTUDOS DA SOCIEDADE HUMANA


De que se ocupam as Ciências Sociais?
Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham, correm, respiram. Mas elas
também cooperam umas com as outras no trabalho, recebem um salário, descontam cheques, fazem
reuniões para melhorar a produção, entram greve, casam-se, estudam, divertem-se.
Como vemos, as pessoas apresentam os mais variados comportamentos. Alguns desses
comportamentos como andar, respirar, dormir são estritamente individuais, que se originam no
indivíduo enquanto organismo biológico. Esses tipos de comportamento são estudados pelas Ciências
Físicas e Biológicas. Por outro lado, receber salário, fazer greve, casar-se são comportamentos sociais,
pois só existem porque existe a sociedade, porque ao longo da História o homem organizou sua vida
em grupo. Cabe às Ciências Sociais pesquisar e estudar o comportamento social humano e suas formas
de organização.

ociologia – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações


que ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia abrange, portanto, o estudo dos grupos
sociais, da divisão da sociedade em camadas, da mobilidade social, dos processos de
cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 25


Médio
 economia – estuda as diversas atividades humanas ligadas à produção, circulação,
distribuição e consumo de bens e serviços. São fenômenos estudados pela Economia a
distribuição da renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa, etc.
 antropologia – estuda as semelhanças e diferenças culturais entre os vários agrupamentos
humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. Atualmente, tem-se preocupado não
só com a cultura dos povos pré-letrados, como também com a diversidade cultural existente na
sociedade industrial. São objetos de estudo da Antropologia os tipos de organização famílias,
as religiões, a magia, os ritos de iniciação dos jovens, os casamentos, etc.
 ciência Política – estuda, por exemplo, os partidos políticos, os mecanismos eleitorais, etc.
Não existe uma divisão nítida entre essas disciplinas. Embora cada uma se ocupe
preferencialmente de um aspecto da realidade social, elas complementam-se umas às outras e atuam
frequentemente juntas para aplicar os complexos fenômenos da vida em sociedade. O objetivo das
Ciências Sociais é aumentar o Máximo possível o conhecimento sobre o homem e a sociedade, através
da investigação científica. As ciências sociais cumprem, portanto, um papel fundamental num mundo
de mudanças e agitações sociais. Elas nos permitem entender melhor a sociedade em que vivemos e
compreender os fatos e processos sociais que nos rodeiam.

As Desigualdades entre os Homens


Ao menor contato com a vida social, percebe-se, de imediato, que os indivíduos são diferentes
entre si. Essas diferenças se expressam no plano das coisas materiais, da religião, da personalidade, da
inteligência, do físico, da raça, do sexo, da cultura, entre outros. As diferenças citadas acima devem ser
consideradas como os aspectos elementares da manifestação das desigualdades, que podem ser físicas
ou sociais.
Ao olharmos mais atentamente para a sociedade em que vivemos, logo percebemos que há
indivíduos que moram em favelas, outros em mansões, pessoas que morrem de fome, de desnutrição,
enquanto outras se alimentam em excesso. Há indivíduos analfabetos que nunca tiveram acesso a
escolas e há aqueles que possuem a melhor formação escolar.
Cada sociedade gera formas de desigualdade específicas que são resultado de como essas
sociedades se organizam. As desigualdades se manifestam de um modo diferente no Brasil, nos EUA,
na Índia, nas Filipinas ou na África de Sul. As desigualdades assumem feições distintas porque são
constituídas a partir de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios.

Desigualdade: A pobreza como fracasso


O desenvolvimento da Industrialização, a partir do século XVIII, propiciou o crescimento
econômico capitalista, e as relações entre o capital e o trabalho tomaram formas correspondentes a essa
sociedade que se solidificava. O capitalismo (o patrão) e o trabalhador (o operário) passaram a ser os
personagens principais dessa nova organização social.
O Liberalismo que se desenvolveu no século XVIII foi a justificativa encontrada para o novo
mundo e o novo homem que surgiram com o crescimento do capitalismo. Em outras palavras, o
liberalismo tinha como base a defesa da propriedade privada, a liberdade de

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 26


Médio
comércio, a igualdade perante a lei. A concepção de sociedade e de homem que vigorava na sociedade medieval
estava sendo absolutamente transformada.
O triunfo do homem de negócios do capitalismo era exaltado como uma virtude (burguesa), de
fato que justificava a necessidade de dar-lhe todas as credenciais, uma vez que ele realizaria a riqueza
para o bem de toda sociedade. O enriquecimento particular era apresentado na forma de benefício para
todos os indivíduos.
Louvava-se o homem de negócios como a expressão do sucesso, e sua conduta servia de
modelo para a sociedade como um todo. A riqueza era mostrada como fruto do trabalho e a todos
acessíveis por intermédio dele. A pobreza (indicador fundamental das desigualdades), em
contraposição, seria produto do fracasso pessoal, e a sociedade não era responsável por sua existência.
Os pobres, no entanto, tinham que colaborar para a preservação dos bens dos ricos, uma vez
que eles davam trabalho, e, mais ainda, não deviam se revoltar contra a sua situação para não criar
dificuldades para os patrões, que não eram culpados de serem ricos.
Divulga-se a ideia de que os pobres deviam preservar o bem de seus patrões, tais como
máquinas e ferramentas, e que Deus os vigiava constantemente no seu trabalho. Portanto, perder tempo
na execução de sua tarefa era roubar o patrão que lhe estava pagando por uma jornada de trabalho.
Ao pobre recomendava-se paciência, religiosidade e seriedade como forma de aceitação das
novas regras morais que iam se estabelecendo. É interessante notar que não era mais apenas pela
ausência da graça divina que se justificava a pobreza, como ocorria até o século XVII. Combina-se,
agora, o fracasso e a ausência da graça.
Edmund Burke, no século XVIII, ao discutir se o governo e os ricos deviam ou não atender as
necessidades dos pobres, argumentava que ninguém podia ajudá-los, uma vez que a providência divina
os havia abandonado.

1
CAPÍTUL

BIOLOGIA
INTRODUÇÃO À BIOLOGIA
A biologia é a ciência que estuda os seres
vivos. Este estudo pode ser realizado sob
diversos pontos de vista, dependendo do interesse
do biólogo.
ALGUMAS SUBDIVISÕES DA BIOLOGIA
A Biologia constitui um campo de
conhecimento muito extenso e complexo. Dessa forma há diversos ramos da Biologia. Podemos
citar:

 Citologia – estudo das células


 Histologia – estudo dos tecidos

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 27


Médio
 cisiologia – estudo das funções e do funcionamento orgânico dos seres vivos
 ecologia – estudo dos seres vivos com o meio ambiente
 botânicos – estudos dos vegetais
 zoologia – estudos dos animais
 genéticos – estudos da transmissão das características hereditárias

CITOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda as células e seu comportamento nos seres
vivos, os níveis de organização dos seres vivos obedecem ao seguinte critério: CÉLULAS –
TECIDOS – ÓRGÃOS E SISTEMAS ou APARELHOS, como veremos a seguir.

CÉLULA: é a menor unidade morfofisiológica de todo organismo vivo, formada por


MEMBRANA, CITOPLASMA e NÚCLEO. As células apresentam formas e características
variadas. O tamanho das células também é variado. Elas são classificadas em: microscópicas (a
maioria) e macroscópicas (a gema do ovo, fibras de algodão).
O número de células nos seres vivos é variável. Eles podem ser unicelulares (uma única
célula) ou pluricelulares (mais de uma célula).
As células ainda podem ser procariontes (quando não possuem núcleo organizado), é o caso de
seres bem simples como as bactérias, ou eucariontes (quando o núcleo é organizado), é o caso da
grande maioria dos seres vivos, como no homem, no peixe, no mosquito, na árvore, etc.

I – COMPONENTES CELULARES:

 MEMBRANA PLASMÁTICA: é um
envoltório lipoproteico, responsável
pela propriedade seletiva da célula.
Tem como principal característica ser
semipermeável.
 CITOPLASMA: é a porção líquida
gelatinosa disposta ao redor do núcleo
e limitada pela membrana plasmática,
onde ocorrem os processos
metabólicos, tais como respiração e
digestão.
 NÚCLEO: é um corpúsculo
geralmente esférico, envolvido pelo
citoplasma. No seu interior encontra-se
uma massa filamentosa chamada
cromatina
que comanda as funções celulares. Contém em seu interior os cromossomos, sendo 46 a
quantidade de cromossomos na espécie humana.
OBS: a parede celular é a estrutura que diferencia uma célula animal de um vegetal.

II – ORGANELAS CELULARES:

- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO: é um complexo sistema de bolsas achatadas que


podem ser:

 LISO – quando constituído por membrana lisa;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 28


Médio
 RUGOSO – quando apresenta grânulos aderidos à sua superfície, chamados
RIBOSSOMOS.
OBS: Ribossomos têm a função da síntese proteica e do armazenamento e transporte de
substância.

 COMPLEXO DE GOLGI: tem como função o armazenamento e a secreção de


substâncias.
 MITOCÔNDRIAS: têm como função a respiração intracelular.
 LISOSSOMOS: têm como função a digestão celular.
 CENTRÍOLOS: tem como função a divisão celular, formação de cílios e flagelos.
 PLASTOS: são organelas celulares responsáveis pelo armazenamento da clorofila.

III – DIVISÃO CELULAR:

- MITOSE: é a divisão celular de tipo equacional. Uma célula diploide (2n) divide-se em duas
outras células diploides (2n), genericamente e morfologicamente idênticas. Nessa divisão a célula
mãe desaparece. A mitose divide-se nas seguintes fases:
a) Interfase (duplicação de DNA);
b) Prófase (os centríolos se
duplicam);
c) Prometáfase (desaparece a
carioteca);
d) Metáfase (forma-se a placa
equacional);
e) Anáfase (ocorre a retração das
fibras do fuso);
f) Telófase (fase final da mitose onde ocorre a citocinese).
- MEIOSE: também conhecida como divisão reducional. Uma célula diploide (2n) origina quatro
células haploides (n). É a parte da divisão celular responsável pela formação dos gametas. Está
dividida em dois períodos e cada um subdividido em fases:
- Divisão I
a) Prófase I (nesta fase é que ocorre o fenômeno diplóteno chamado CROSSING-OVER, que
consiste na troca de material genético);
b) Prometáfase I (desaparece a carioteca);
c) Metáfase I (formação de placa equacional);
d) Anáfase I (ocorre a retração das fibras de fuso);
e) Telófase I (ocorre a redução dos cromossomos de 46 para 23);
- Divisão II
a) Prófase II;
b) Metáfase II;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 29


Médio
c) Anáfase II;
d) Telófase II.

GRÁFICO

- HISTOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda os tecidos, a partir das células e suas organelas,
a fim de uma melhor compreensão dos processos vitais.

IV – TECIDOS: é a reunião de várias células morfologicamente iguais, que realizam uma


mesma função. Existem quatro tipos fundamentais de tecidos.
a) TECIDO EPITELIAL: que está subdividido em:

 Tecido epitelial de revestimento. Ex: pele.


 Tecido epitelial glandular, formado por células secretoras: Glândula Exócrina ou de
Secreção Externa (exemplo: glândula sudorípara, glândula sebácea, glândula salivar);
Glândula Endócrina ou de Secreção interna, sua secreção é o hormônio (exemplo:
hipófise, tireoide, suprarrenais, ovários, testículos) e Glândula Mista que possui
unidade secretora interna e externa (exemplo: pâncreas que produz o suco pancreático
– secreção externa – e a insulina – secreção interna).
b) TECIDO CONJUNTIVO: que está subdividido em:

 Tecido conjuntivo adiposo (que origina uma porção gordurosa). Forma a


gordura. Ex.: a camada de gordura sob a pele.
 Tecido conjuntivo cartilaginoso (formado por células chamadas cartilócitos). Forma
a cartilagem. Ex: orelhas, nariz.
 Tecido conjuntivo ósseo (formado por células chamadas osteócitos). Formas os
ossos. Ex: esqueleto.
 Tecido conjuntivo hematopoiético (encontrado na medula óssea responsável pela
formação das células sanguíneas).
- HEMÁCIAS: glóbulos vermelhos responsáveis pelo transporte de substâncias na corrente
sanguínea.
- LEUCÓCITOS: glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.
- PLAQUETAS: responsáveis pela coagulação.
c) TECIDO NERVOSO: é o conjunto de células especializadas, que formam os órgãos do
sistema nervoso. Suas células recebem o nome de NEURÔNIOS, que formam uma rede denominada
SINAPSE, que é responsável pela transmissão dos estímulos nervosos.

LEITURA
O perigo de álcool e das drogas

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Médio
De forma popular, usa-se a palavra “droga”, ou “tóxico”, para falar de substâncias que
atuam sobre o sistema nervoso alterando a forma de pensar, de sentir e de perceber as coisas. Neste
sentido, o próprio álcool, a maconha, a cocaína e até solventes como aqueles que existem na cola de
sapateiro podem ser considerados drogas. Além dos efeitos que essas substâncias têm sobre o
indivíduo que as consome, são extremamente graves as consequências que elas acabam causando
às famílias e à sociedade.
O álcool
Os efeitos do álcool sobre o organismo humano são hoje bem conhecidos. O consumo de altas
doses de uma só vez pode levar à morte. Também conhecemos os males causados pelo consumo
regular de doses menores. O álcool provoca nítidas mudanças no comportamento de quem bebe
conhecida, em conjunto, como embriaguez: ocorre inicialmente uma sensação de “euforia e
desinibição”, mais tarde, esse estado é seguido de um abatimento conhecido como depressão.
Com o tempo, o sistema nervoso sofre danos permanentes: o alcoólatra acaba tendo enfraquecimento
da memória e diminuição de sua atenção e seus reflexos. Também já foram bem estudados os efeitos
nocivos do álcool sobre o fígado, que muitas vezes terminam por causar a cirrose hepática e,
eventualmente, a morte do indivíduo. Pode-se dizer que a droga mais consumida no Brasil (no sentido
de substância modificadora do comportamento) é, sem dúvida, o álcool.
As demais drogas
De forma simplificada, as drogas podem ser classificadas, conforme a sua ação, em
depressores, euforizantes e alucinógenos.
Os depressores, entre os quais se incluem o álcool, a cola de sapateiro, a benzina, o ópio e
alguns remédios para dormir, causam sensação de tontura, confusão mental e desinibição inicial. Mais
tarde, ocorre uma sensação de sonolência. Algumas dessas substâncias têm uso médico, como certos
elixires usados para controlar distúrbios intestinais, ou ainda certos xaropes calmantes da tosse.
Dos euforizantes, a mais conhecida é a cocaína. São também euforizantes de certos remédios
moderadores de apetite, usados em regimes de emagrecimento. Essas substâncias causam euforia e
sensação de maior eficiência e poder. Dão à pessoa, passageiramente, a impressão de que ela pensa
melhor e de forma mais ágil.
Os alucinógenos causam alucinações. Em outras palavras, a pessoa passa a ouvir vozes, sentir
cheiros e ver objetos que não existem. A mais comum dessas drogas é a maconha. Também são
alucinógenos o LSD e substâncias presentes em certos cogumelos.
A dependência

As drogas apresentam alguns efeitos comuns, independentemente da ação particular de cada


uma. Uma das consequências mais graves de se usar drogas é a dependência. Uma pessoa dependente
é aquela que não consegue abandonar o uso da droga, mesmo que ela tenha consciências profissionais.
Muitas vezes, essas pessoas tentam abandonar o uso, mas a privação da droga lhe traz sensações de
mal-estar tão grandes que elas voltam a se drogar para se sentirem melhor. As drogas causam desajuste
social, distúrbios de comportamento e diminuição da capacidade sexual. Estão em curso, no mundo
todo, pesquisas que deverão revelar ainda muitas outras desvantagens de seu uso. Vamos ficar longe
delas!

 Euforia = sensação de ânimo, de excitação.


 Privação = falta de uso.

LÍNGUA PORTUGUESA
1
CAPÍTUL

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Médio
E LITERATURA
COMUNICAÇÃO: é a capacidade de entender e receber mensagens. Existem várias formas
de se comunicar, pelos gestos, pela fala, pela escrita, pelo desenho, etc.
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO:
a) EMISSOR OU REMETENTE: é aquele que envia a mensagem ao receptor.
b) RECEPTOR OU DESTINATÁRIO: é aquele que recebe a mensagem.
c) MENSAGEM: é a informação que o emissor deseja enviar ao receptor.
d) CÓDIGO: é o conjunto de sinais organizados e escolhidos pelo emissor para transmitir a
mensagem. Se emissor e receptor não tiverem o mesmo código, não ocorrerá comunicação.
e) CANAL: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
f) REFERENTE: é o código ou situação a que se refere a mensagem.
DENOTAÇÃO: quando a palavra é empregada em seu sentido usual, próprio, não figurado.
Ex.: Agora é tempo de abacaxi.
CONOTAÇÃO: quando uma palavra adquire sentido especial, passível de várias
interpretações, dependendo do contexto onde ela se encontra. Ex.: Hoje tivemos vários abacaxis para
resolver.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
FUNÇÕES
PREDOMINANTES FINALIDADE RECURSOS
Referencial ou Denotativa Transmitir informações Frase declarativa e objetiva
Frase exclamativa,
Exprimir sentimentos e
Emotiva ou Expressiva interjeições, superlativos,
emoções hipérboles, etc.
Frase imperativa,
Apelativa ou Conativa Influenciar o recebedor convincente.

Gerar, favorecer e facilitar a


Fática ou de Contato Frase breve, exata, clara.
comunicação.
Iludir e esclarecer o código
Metalinguística Explicações, definições.
linguístico.
Valorizar a forma da
Poética Frases ou valor artístico.
linguagem

DEFINIÇÃO DE LITERATURA: Simplificando, podemos dizer que literatura é a arte que se


manifesta por meio da palavra escrita ou falada.
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO: Um mesmo tema pode ser tratado sob dois
aspectos, dependendo do objetivo que o emissor quer atingir. No texto literário, o ficcionista idealiza a
realidade, recriando-se segundo sua imaginação. No texto não literário, o emissor tem de ater-se à
verdade. Deve apresentar os fatos e os seres tais como são na realidade.
GÊNERO LITERÁRIO: é o conjunto de obras dotadas de características comuns. De acordo
com a concepção clássica dos gêneros literários, pode-se esquematizar didaticamente da seguinte
maneira:

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 32


Médio
- LÍRICO: predomina o subjetivismo que reflete o mundo interior do artista, os seus
sentimentos e emoções, como o amor, a saudade, a tristeza, a melancolia, etc. O gênero lírico
apresenta poemas de forma fixa como sonetos, balada, triolé, rondó, etc. e poemas de forma livre como
ode, ditirambo, elegia, canção, etc.
- GÊNERO ÉPICO: é uma narrativa feita essencialmente em versos, é um canto, um poema
de exaltação. A epopeia narra grandes feitos heroicos. Sua principal característica é ter um narrador
que fala dos acontecimentos grandiosos e heroicos da história de um povo.
- GÊNERO NARRATIVO: é uma variante do gênero épico, enquadrando as narrativas em
prosa, onde há um narrador, personagens e uma sequência de fatos. As principais manifestações são o
romance, a novela, o conto e a crônica.
- GÊNERO DRAMÁTICO: neste gênero não há narrador, por isso os textos são próprios
para serem encenados. No palco, os atores representam as personagens que ora dialogam, ora
monologam. No texto literário, quando encenado, a linguagem verbal combina- se com o não verbal.
Os tipos pertencentes a este gênero são a tragédia, a comédia, a tragicomédia, o drama, a farsa, o ato.
ESTILOS DE ÉPOCA OU ESCOLAS LITERÁRIAS: estilo de época é o conjunto de
características semelhantes empregadas por diversos indivíduos numa determinada época. Logo, os
escritores de uma mesma época apresentam características comuns que expressam, tanto no conteúdo
quanto na forma, as tendências da época em que vivem ou atuam. Os estilos de época do Brasil, em
relação aos de Portugal, são praticamente os mesmos, com a diferença de que o Brasil, além de não ter
tido a Idade Média, isto é, não ter desenvolvido o Trovadorismo e o Humanismo, ainda recebia
influência dos diferentes movimentos literários de Portugal com muitos anos de atraso.

PERIODIZAÇÃO LITERÁRIA
Portugal Brasil
TROVADORISMO 1189 – 1434 -
HUMANISMO 1434 – 1527 -
CLASSICISMO 1527 – 1580 -

LITERATURA INFORMATIVO-JESUÍTICA - 1500 – 1601


BARROCO 1580 – 1756 1601 – 1768
ARCADISMO 1756 – 1825 1768 – 1836
ROMANTISMO 1825 – 1865 1836 – 1881
REALISMO/NATURALISMO/PARNASIANISMO 1865 – 1890 1881 – 1902
SIMBOLISMO 1890 – 1915 1893 – 1902
PRÉ-MODERNISMO - 1902 – 1922
1922 – 1945,
1915 em estendendo-se em sua
MODERNISMO diante FASE
CONTEMPORÂNEA
até os dias atuais.

TROVADORISMO: é o tempo que designa o primeiro movimento literário surgido em língua


portuguesa. Panorama histórico: as cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder do clero.
Essa época foi marcada por uma visão teocêntrica (Deus como centro do universo). Os poemas
produzidos nesse período eram feitos para serem cantados por poetas e músicos (trovadores,
menestréis, jograis e segréis) e recebiam o nome de cantigas porque
eram acompanhadas por instrumentos de corda e sopro. As

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Médio
cantigas foram reunidas em dois gêneros: Cantigas líricas: de
amigo e de amor; Cantigas satíricas: de escárnio e de
maldizer. Seus principais representantes foram: D. Dinis, Paio
Soares de Tasveirós, Martim Codax,
D. Afonso Mendes de Besteiros, Fernando Esguio e outros.
Nessa mesma época, a prosa de ficção teve grande
Figura 15 – Trovadorismo (Fonte: internet)
importância, chamada novela de cavalaria. As novelas de
cavalaria narravam aventuras de cavaleiros andantes ou de guerreiros investindo contra os mouros.
Lancelote que abrangia A Demanda do Santo Graal e A Morte do Rei Arthur, Tristão e Isolda, Galaaz,
Amadis de Gaula e outras.
HUMANISMO: foi um movimento cultural de transição entre a Idade Média e o
Renascentismo. As produções artísticas revelam a
passagem do teocentrismo para o antropocentrismo, isto é,
o homem começa a preocupar-se com o próprio homem, a
voltar-se para si mesmo e para o mundo material. Principais
representantes: Poesia: Garcia de Resende, João Roiz de
Castelo Branco, Francisco de Sousa, Gil Vicente, Sá de
Miranda e outros; Crônica:
Fernão Lopes, Rui de Pina, D. Duarte e outros; Teatro: Figura 16 - Humanismo (Fonte: internet)
Gil Vicente (autos e farsas): Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira, Alto da Barca do Inferno,
Auto da Visitação, etc.
CLASSICISMO: ao redescobrirem os valores do ser humano, abafados pela
Igreja durante a Idade Média, os artistas desse período voltam-se para a Antiguidade.
Os escritores obedecem às rígidas normas de composição de seus modelos e
incorporam temas pagãos, o ideal do amor platônico, a visão
antropocêntrica, além dos elementos próprios de cada país em que o Classicismo se manifestou. Portugal viveu
seu apogeu com Vasco da Gama chegando às Índias e Cabral descobrindo o Brasil. A literatura incorporou
formas e motivos da Antiguidade: elegias, éclogas, cartas, etc. Além do soneto. Principais representantes: Sá de
Miranda, João de Barros, Bernardim Ribeiro, Fernão Mendes Pinto, Fernão Cardim e a figura máxima desse
período, Luiz Vaz de Camões. Ele escreveu poesias de Vasco da Gama à Índia que serve de pretexto para que se
conte a história de Portugal, que Camões procura glorificar em seus versos.
LITERATURA INFORMATIVA: os primeiros escritos acerca do Brasil foram documentos de
caráter informativo, referente à terra rica e fecunda, à fauna, à flora, aos nativos, ao clima tropical, etc.
Essa literatura informativa feita por viajantes e missionários, embora não seja, própria literatura, tem
valor inestimável como documentação dos primeiros tempos do Brasil Colônia. A Carta de Pero Vaz
de Caminha foi o primeiro registro de contato com a nossa terra.
LITERATURA JESUÍTICA: era composta de textos destinados a converter os índios ao
catolicismo. Consideram-se como literatura informativa dos jesuítas, as obras dos padres Manuel da
Nóbrega e José de Anchieta.
BARROCO: PORTUGAL – inicia-se em 1580 e é um tempo de conflitos e contradições em
consequência do panorama político, econômico e religioso da Europa.
Duas correntes se distinguem: o cultismo (um estilo marcado pela
erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de inversões brutais e de
numerosas figuras de linguagem) e o conceptismo (um estilo fluente,
pouco rebuscado, expondo através do raciocínio lógico, ideias e
conceitos e emprego da linguagem figurada). Principais representantes:
Bento Teixeira Pinto, Gregório de Matos – o “Boca do Inferno”
(poesias líricas, sacras e satíricas), Manuel Botelho de Oliveira (poesia:
Música do Parnaso), Frei Manuel de Santa Maria Itaparica (epopeia:
Eustáquidos; poesia: Descrição da cidade da Ilha de Itaparica), Pe.
Antonio Vieira (Sermão da primeira dominga de Quaresma; Sermão de
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 34
Médio
Figura 18 - Fachada barroca
da Igreja da abadia em
Portugal.
Santo Antônio; Sermão dos peixes; Sermão da Sexagésima).

ARCADISMO: PORTUGAL: esse movimento reflete as grandes mudanças sociais do século


XVIII, grandes descobertas científicas com consequente incremento tecnológico. Nesse período, a
literatura busca despojar-se dos exageros e das sutilezas do Barroco, procurando recuperar a
simplicidade e a clareza da cultura Greco latina e da Renascença. O Arcadismo português inicia em
1765 com a fundação da Arcádia Lusitânia. Principais representantes: Antônio Dinis da Cruz e Silva,
Filinto Elísio, Correi Garção, Manuel Maria Barbosa Du Bocage e Pe. José Agostinho de Macedo.
BRASIL: embora já se note preocupação em afastar-se dos modelos portugueses (começa a
aparecer a realidade brasileira nas obras do momento), a literatura brasileira ainda revela
características neoclássicas apontadas no Arcadismo português. O movimento teve início com a
publicação de Obras de Claudio Manuel da Costa. Principais representantes: Tomás Antônio Gonzaga
(Marília de Dirceu. Cartas Chilenas), Claudio Manuel da Costa (Obras poéticas), Silva Alvarenga
(Glaura), Basílio da Gama (poesia épica – O Uruguai) e Frei José de Santa Rita Durão (poema épico:
Caramuru).
FIGURAS DE LINGUAGEM OU DE ESTILO: são modos de falar e escrever que dão mais
beleza, mais força à expressão. Estudaremos aqui apenas algumas figuras.

FIGURAS DE PALAVRAS
1 - METÁFORA: é o emprego de um termo que se associa a outro que o substitui baseando-
se numa comparação mental de ordem pessoal e subjetiva (há 2 elementos). Ex.: Eu sou uma ilha longe
de você/ “Amor é um fogo que arde sem se ver”.

2 – METONÍMIA: é a substituição de um termo por outro, baseando-se numa estreita relação


de sentido. Ex: A professora leu Camões (o autor pela obra) / Ela usa gilete todo dia (a marca pelo
produto).

3 – CATACRESE: é o emprego de um termo figurado pela falta de um termo próprio.


Ex. a perna da mesa quebrou / Consertou as casas da camisa.

FÍGURAS DE CONSTRUÇÃO.

1 – PLEONASMO: é a repetição da ideia com outras palavras. Ex.: Vi com estes olhos que a
terra há de comer. / Ao rapaz deram-lhe o prêmio.

2 – SILEPSE: é a concordância com a ideia e não com a palavra expressa (concordância


ideológica). Ex: A vítima era alta e morena. (silepse de gênero)/ Saía gente de todo o lado e chorava.
(silepse de número)/Os dois íamos andando distraídos. (silepse de pessoa).
ELIPSE: é a omissão de um termo facilmente subtendido no contexto. Ex: Iremos a cavalo
(nós). / Espero tenha gostado (que).

FIGURAS DE PENSAMENTO
1- ANTÍTESE: é a utilização de expressões de sentido contrário para realçar as ideias. Ex:
Céu ou inferno ainda não sabe qual é o melhor lugar. / “Amor é ferida que dói e não se sente”.

2- HIPÉRBOLE: consiste em realçar a ideia por meio do emprego de uma expressão


exagerada de propósito. Ex: Eles morreram de rir. / Já pedi silêncio mil vezes.
3- IRONIA: consiste em expressar exatamente o contrário do que se quer dizer com o intuito
de criticar ou desprezas. Ex: Parabéns! Metade da sala teve nota vermelha. / Com a cara assim
fechada, seu humor deve estar excelente.
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 35
Médio
FONOLOGIA
A - FONEMA: é a unidade sonora elementar empregada na língua falada (som).

1 – VOGAIS: VOGAIS ORAIS: a, é, ê, i, ó, ô, u. Ex: já, pé, vê, ali, pó, dor, uva.

VOGAIS NASAIS: a nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras
n e m. Ex: mãe venda pomba, nunca.

2 –SEMIVOGAIS: i, e, u quando juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba.
Ex: Pa/pai, coi/sa.

3 – CONSOANTES: b, c, d, f, g, etc.

B – ENCONTRONS VOCÁLICOS: podem ser:

1 – DITONGOS: é o encontro de uma vocal e uma semivogal (ou vice-versa mesma sílaba).
Ex: pai, ginásio.
Pode ser: DESCRESCENTE: vogal + semivogal. Ex: He/rói, Fei/jão.
CRESCENTE: semivogal + vogal. Ex: Ge/nio. Vá/ cuo.

2 – TRITONGO: é o encontro de uma semivogal com um vogal e outra semivogal numa


mesma sílaba. Ex: Paraguai averiguou.

3 – HIATO: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas
diferentes, pois nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Ex: sa/í/da, ju/íz.

C – ENCONTROS CONSONANTAIS: quando há grupos de consoantes sem vogal intermediária.


Ex: Flor, grade, digno.
- DÍGRAFOS: quando há duas letras que representam apenas um fonema. Podem
ser:
CONSONANTAIS: quando o grupo de letras representa um fonema consonantal. Ex:
chuva, filho, vinho.
VOCÁLICOS: quando o grupo de letras representa um fonema vocálico. Ex: tampa, mundo.
SÍLABA: é um fonema ou um grupo de fonemas pronunciados num só impulso expiratório.
Ex: pé, a/vó, ma/dei/ra.
Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser classificadas em:
1- MONOSSÍLABAS: tem apenas uma sílaba. Ex: mãe, pé, flor.
2- DISSÍLABAS: tem duas sílabas. Ex: den/te, pon/te, da/do.
3- TRISSÍLABAS: tem três sílabas. Ex: mé/di/co, a/mi/go, Ca/dei/ra.
4- POLISSÍLABAS: tem quatro ou mais sílabas. Ex: a/mi/za/de, me/di/ci/na,
li/te/ra/tu/ra.
SÍLABA TÔNICA E SÍLABA ÁTONA: a sílaba de pronúncia mais forte é chamada de
tônica, as demais são átonas. Ex. in/de/pen/den/te (sílaba tônica den, as demais são átonas)
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 36
Médio
es/pe/ci/al/men/te (sílaba tônica = men, as demais são átonas).
- Se a sílaba tônica for a última, a palavra será oxítona. Ex: A/ma/pá, tra/ba/lhar.
- Se a sílaba tônica for a penúltima, a palavra será paroxítona. Ex: ja/ne/la, lá/pis.
- Se a sílaba tônica for a antepenúltima, a palavra será proparoxítona. Ex: re/lâm/pa/go,
fós/fo/ro.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ACENTUAM-SE: OBS: as paroxítonas terminadas em n são
acentuadas, mas as que terminam em ens
1 – Todos os vocábulos não são acentuadas.
proparoxítonos.
Ex: Pêssego, tímpano 4 – Os oxítonos terminado em:
a (s), e (s), o (s), em, ens
2 – Os paroxítonos terminados em Ex: Pará, ipê, avó, além.
ditongo crescente.
Ex: Férias, óleo 5 – Os monossílabos tônicos abertos:
a (s), e (s), o (s)
3 – Os paroxítonos terminados em: Ex: Lá, Três, pó.
ã (s), ao (s), ei (s)
i (s), us 6 – Os ditongos tônicos abertos:
on (s) éi (s), eu (s), oi (s)
um, uns Ex: Fogaréu, caracóis
l, n, os
r, x 7 – O i e u tônicos quando forma hiato
Ex: Imãs, benção, jóquei com a vogal anterior, estando eles
Júri, Vênus sozinhos na sílaba ou acompanhados
Íon, elétrons apenas de s.
Álbum, álbuns Ex: Saída, saúde.
Túnel, pólen, fórceps.
Revólver, clímax
IMAGEM

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 37


Médio
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS: basicamente, são dois os processos de
formação das palavras.

A – DERIVAÇÃO: através da derivação de uma palavra, outras se formam, por meio de afixos
(prefixos e sufixos)

1 – PREFIXAL: quando uma nova palavra é formada com o acréscimo de um prefixo.


Ex: desrespeito, rever.

2 – SUFIXAL: quando uma palavra é formada com o acréscimo de um sufixo. Ex: livro
– livraria, moderno – modernizar.

3 – REGRESSIVA: quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por
redução. Ex: beijar – beijo, caçar – caça.

4 – IMPRÓPRIA: quando uma palavra não sofre mudança de forma e sim de classe
gramatical. Ex: substantivo usado como adjetivo = homem morcego/ verbo como substantivo
= o jantar foi ótimo.

5 – PARASSINTÉTICA: quando juntamos simultaneamente um prefixo e um radical.


Ex: anoitecer/desalmado.

B – COMPOSIÇÃO: é o processo que consiste em criar palavras por meio da junção de radicais
ou palavras já existentes na língua. Pode ser:

1 – JUSTAPOSIÇÃO: ocorre quando os radicais estão ligados, mas não sofrem


alteração fonética ou gráfica. Ex: guarda-noturno / passatempo / beija-flor.

2 – AGLUTINAÇÃO: ocorre quando os radicais se ligam de tal forma que passam a


constituir uma palavra com um único acento tônico. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano
+ alto).

MORFOLOGIA
ESTRUTURA DAS PALAVRAS: as palavras são compostas pelos elementos mórficos.
1 – RADICAL: é a parte mínima indivisível que indica o sentido básico da palavra, seu
significado. Ex: certo, incerto, certeza.
2 – VOGAL TEMÁTICA: é o elemento que se interpõe entre o radical e a desinência de uma
palavra. Nos verbos, vogal temática indica a conjugação a que o verbo pertence. Ex: cantar (ar – 1ª
conjugação), correr (er – 2ª conjugação), partir (ir – 3ª conjugação).
3 – TEMA: é o radical já acrescido da vogal temática. Ex: amava, vender.
4 – AFIXOS: são elementos que ajuntamos ao radical, para lhe diversificar o significado.
Quando antepostos ao radical, são chamados de prefixo (ex: bisneto, repor), quando postos, são
chamados de sufixos (ex: rouparia, civilizar).
5 – DESINÊNCIAS: são elementos que servem para indicar as flexões de gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural) nos nomes (nominais). Ex:

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 38


Médio
menino/menina/meninos/meninas, e as flexões (de pessoas e número, termo e modo) nos verbos
(verbal). Ex: canto, cantamos, cantam, cantei.
6 – VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO: são as que trazem nenhuma informação
gramatical ou modificação de sentido, vêm entre dois morfemas para facilitar a pronúncia. Ex: paulada
= pau = radical; l = consoante de ligação, Ada = sufixo / gasômetro = gás = radical; ô = vogal de
ligação; metro = sufixo.

1
CAPÍTUL

INGLÊS
PERSONAL PRONOUNS (PRONOMES PESSOAIS)
SINGULAR
1ª pessoa I Eu
2ª pessoa YOU Você
HE Ele
3ª pessoa SHE Ela
IT Ele, ela (usado somente para objetos, animais e locais)

OBS: Observe a correspondência dos


pronomes do singular com os do plural. As terceiras
pessoas do singular (He, She, It) fazem o plural com
o pronome da terceira pessoa do plural: THEY.
O pronome pessoal pode substituir o sujeito
na frase. Ex: Peter is American (Peter = ele = He)
= He is American. / Ann is beautiful (Ann = ela =
she) = She is beautiful. / Paul and Charles are
friends. (Paul e Charles = eles = They) They are
friends.

ARTICLES (ARTIGOS)
- DEFINITE ARTICLES (ARTIGOS DEFINIDOS): os artigos definidos são o, a, os, as
que são representados em inglês pela palavra THE. Usamos THE para o masculino do singular ou
plural e para o feminino singular ou plural. Ex. The boy/ The boys (o menino/ os meninos) / The girl/
The girls (a menina/ as meninas).
- INDEFINITE ARTICLES (ARTIGOS INDEFINIDOS): os artigos indefinidos são um,
uma que são representados em Inglês pelas palavras A, AN e são usados só em orações no singular.
Usamos A antes de palavras singulares começadas por som consonantal (consoante). Ex.: A pen, a
door, a teacher; e usamos AN antes de palavras singulares começadas por som vocálico (vogal). Ex.:
An Orange, an animal, an egg.

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Médio
DEMONSTRATIVES (DEMONSTRATIVOS)

THIS/THESE (este, esta, isto): são pronomes THAT/THOSE (aquele, aquela, aquilo): são
demonstrativos usados para algo que está pronomes demonstrativos usados para algo que
próximo. está longe.

SINGULAR = THIS SINGULAR = THAT


PLURAL = THESE PLURAL = THOSE

Ex: This city is big. (Esta cidade é grande). Ex: That job is good. (Aquele trabalho é bom).
These girls are beautiful. (Estas garotas são Those exercises are difficult. (Aqueles
bonitas). exercícios são difíceis).

IMAGEM

TO BE (VERBO SER E ESTAR) – PRESENTE TENSE (PRESENT)

AFFIRMATIVE FORM CONTRACT FORM (FORMA


(FORMA AFIRMATIVA) CONTRACTA - ABREVIADA)
I am (eu sou, eu estou) I’m
You are (tu és, você é, tu estás, você está) You’re
He is (ele é, ele está) He’s
She is (ela é, ela está) She’s
It is (ele ela é; ele, ela estão) It’s
We are (nós somos, nós estamos) We’re
You are (vós sois, vocês são, vós estais, You’re
vocês estão)
They are (eles/elas são, eles/elas estão) They’re

NEGATIVA FORM CONTRACT FORM

(FORMA NEGATIVA) (FORMA ABREVIADA)


I am not I’m not
You are not You aren’t
He is not He isn’t
She is not She isn’t
It is not It isn’t
We are not We aren’t
You are not You aren’t
They are not They aren’t
A forma negativa é feita colocando-se NOT após o verbo.
Ex: You aren’t a teacher. / I am not a student. / He isn’t a doctor.

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Médio
INTERROGATIVE FORM
(FORMA INTERROGATIVA)
Am I? A forma interrogativa é feita
Are you? colocando-se o verbo antes do
Is he? sujeito.
Is she? Não existe forma
Is it? abreviada para Ex: He is American. (forma afirmativa)
Are we? interrogativas. Is He american? (forma interrogativa)
Are you?
Are they? They are brothers. (forma afirmativa)
Are they brothers? (forma interrogativa)
Para respondermos as perguntas, normalmente usamos as respostas curtas.
Ex: Is he American? / Yes, he is. (Afirmativa) / No, he isn’t. (Negativa)
OBS: Não usamos a forma abreviada nas respostas afirmativas. Não se esqueça do ponto de interrogação
nas frases interrogativas.

NUMBERS (NÚMEROS)

CARDINAL NUMBERS - (NÚMEROS CARDINAIS)

1 – one 11 – eleven 21 – twenty-one 100 – one hundred


2 – two 12 – twelve 22 – twenty-two 200 – two hundred
3 – three 13 – thirteen 23 – twenty-three 300 – three hundred
4 – four 14 – fourteen 30 – thirty 400 – four hundred
5 – five 15 – fifteen 40 – forty 500 – five hundred
6 – six 16 – sixteen 50 – fifty 600 – six hundred
7 – seven 17 – seventeen 60 – sixty 700 – seven hundred
8 – eight 18 – eighteen 70 – seventy 800 – eight hundred
9 – nine 19 – nineteen 80 – eighty 900 – nine hundred
10 – ten 20 – twenty 90 – ninety 1000 – one thousand

OBS: - A partir do número 21, coloca-se o número 20 + hífen + o número de 1 a 9 e a partir do


número 31, coloca-se o número 30 + hífen + o número de 1 a 9, e assim por diante.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 41


Médio
ORDINAL NUMBERS - (NÚMEROS ORDINAIS)
Abreviação
Português Inglês
em inglês
1º - first 1st
2º - second 2nd
3º - third 3rd
4º - fourth 4th
5º - fifth 5th
6º - sixth 6th
7º - seventh 7th
8º - eighth 8th
9º - ninth 9th
10º - tenth 10th
11º - eleventh 11th
12º - twelfth 12th
13º - thirteenth 13th
14º - fourteenth 14th
15º - fifteenth 15th
16º - sixteenth 16th
17º - seventeenth 17th
18º - eighteenth 18th
19º - nineteenth 19th
20º - twentieth 20th
21º - twenty-first 21st
22º - twenty-second 22nd
23º - twenty-third 23rd
24º - twenty-fourth 24th
25º - twenty-fifth 25th
26º - twenty-sixth 26th
27º - twenty-seventh 27th
28º - twenty-eighth 28th
29º - twenty-ninth 29th
30º - thirtieth 30th

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 42


Médio
DATAS: as duas letras que acompanham o número são as duas últimas letras do número quando escrito por extenso.

 Utilizamos os números ordinais para escrevermos o dia em Inglês. Ex.: dia 03 = 3rd.
 Utilizamos os números cardinais para escrevermos o ano, dividindo as dezenas. Ex.: 1996 = nineteen nine- six.
 Na data, colocamos primeiro o mês, depois o dia e por último o ano.
Ex.: - 28 de fevereiro de 1996 =
February 28th, 1996.
- 01 de julho de 1996 = July 1st, 1996.

MONTHS OF THE YEAR (MESES DO ANO)


Inglês Português
January Janeiro
February Fevereiro
March Março
April Abril
May Maio
June Junho
July Julho
August Agosto
September Setembro
October Outubro
November Novembro
December Dezembro
OBS: os meses em Inglês iniciam-se com letra maiúscula.

INTERROGATIVES (INTERROGATIVOS)
Usamos algumas palavras para fazermos perguntas em Inglês:

Question Words Example


- What is his occupation? (Qual é sua
WHAT = o quê...?, qual...?, quais...? ocupação?)
- He is a teacher. (Ele é um professor)
- Where is Luisa from? (De onde é Luisa?)
WHERE = onde…?, de onde…? - Luisa is from São Paulo. (Luisa é de São
Paulo)
HOW = como...? - How are they? (Como eles estão?)

- They are fine. (Eles estão bem).

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 43


Médio
- How old are you? (Quantos anos você
HOW OLD = quantos anos...? tem?).
- I am 20 years old. (Eu tenho 20 anos)
- Who are you? (Quem é você?)
WHO? = quem...? - I am Peter. (Eu sou Peter).
- When is your birthday? (Quando é seu
WHEN = quando...? aniversário)
- It’s today. (É hoje).
- Why are you happy? (Por que você está
WHY = por quê...? feliz?)
- Because I study English. (Porque eu estudo
inglês.)

THE DAYS OF THE WEEK (OS DIAS DA SEMANA)


Sunday Domingo
Monday Segunda-feira
Tuesday Terça-feira
Wednesday Quarta-feira
Thrusday Quinta-feira
Friday Sexta-feira
Saturday Sábado
OBS: Os dias da semana em inglês iniciam-se com letra maiúscula.

THERE TO BE (VERBO HAVER, EXISTIR) PRESENT TENSE (PRESENTE)


SINGULAR
Ex: There is a cat under the chair.
(Há um gato embaixo da cadeira).
AFFIRMATIVE FORM:
PLURAL
Ex: There are cats under the chair. (Há
gatos embaixo da cadeira).
OBS: o artigo a (um) só é usado no
singular.
SINGULAR
Ex: There is not a cat under the chair.
NEGATIVE FORM:
PLURAL
Ex: There are not cats under the chair.
SINGULAR
Ex: Is there a cat under the chair.
INTERROGATIVE FORM:
PLURAL
Ex: Are there cats under the chair.
SINGULAR
Yes, there is. / No, there isn`t.
RESPOSTAS CURTAS:
PLURAL
Yes, there are. / No, there aren`t.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 44


Médio
PLURAL OF NOUNS (PLURAL DOS SUBSTRANTIVOS)
A) De maneira geral, faz-se o plural acrescentando – s à forma do singular. Ex:
table – tables / girl – girls.
B) Exceções:
1 – Acrescenta-se – es aos substantivos terminados em –s, -ch, -sh, -x, -z e –o.

Ex: bus – buses/ box = boxes/ church –churches / brush – brushes/ buzz – buzzes/ tomato – tomatoes.

2 – Nos substantivos terminados em –y precedidos de consoante, substitui-se o –y por


–i e acrescenta-se – es.

Ex: Lady – Ladies/ Sky – Skies.


OBS: os substantivos terminados em –y precedidos de vogal, seguem a regra geral, ou seja, acrescenta-se –s.
Ex: Key, Keys/ Toy, Toys.

3 – Os substantivos terminados em –f ou –Fe mudam essas terminações para –v e recebem –es.

Ex: Knife/knives / leaf – leaves / life – lives / thief – thieves / wife – wives.
4 – Palavras estrangeiras abreviadas terminadas em –o recebem –s.

Ex.: Casino – casinos / photo – fotos/ piano – pianos.


C) Plural irregular:
Man-men/ foot –feet / woman – women / tooth – teeth / mouse – mice / child –
children.

POSSESSIVE ADJECTIVES (ADJETIVOS POSSESSIVOS)


Vêm antes dos substantivos a que se referem. Ex: Your name is Mary.
CORRESPONDÊNCIA DOS PRONOMES PESSOAIS E DOS ADJETIVOS POSSESSIVOS

ADJETIVOS
PRONOMES PESSOAIS Portuguës
POSSESSIVOS
I My (meu)
You Your (seu, sua)
He His (dele)
She Her (dela)
It Its (dele/dela)
We Our (nosso (s)/nossa(s))
You Your (seus, suas)
They Their (deles, delas)

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 45


Médio
Ex: I have my car. (Eu tenho meu carro). / Your teacher is young. (Seu professor é jovem). /
Her name’s Jane. (O nome dela é Jane).

PRESENTE CONTINUOUS TENSE (PRESENTE CONTÍNUO)


- Observe alguns verbos:
INFINITIVO
To speak
To listen (falar)
To sleep (ouvir)
To go (dormir)
To do (ir)
To work (fazer)
(trabalhar)

PARTÍCIPIO PRESENTE
Speaking (falando)
Listening (ouvindo)
Sleeping (dormindo)
Going (indo)
Doing (fazendo)
Working (trabalhando)

- O “Present Continuous” é formado pelo presente do Verbo TO BE + o particípio presente


do verbo principal (verbo + -ing). Ex: The cat is sleeping is the Garden. (O gato está dormindo no
jardim).
- O “Present Continuous” é usado para expressar ações que estão acontecendo. É geralmente
empregado com advérbios de tempo: now (agora), att his moment (neste momento), etc.
- O “Present Continuous” na forma negativa é formado pela forma negativa do verbo “TO
BE” + o particípio presente do verbo principal (verbo + ing). Ex: The Cat isn’t sleeping in the
Garden. (O gato não está dormindo no jardim).
- O “Present Continuous” na forma interrogativa é formado pela forma interrogativa doverbo
“TO BE” + o particípio do verbo principal (verbo + -ing). Ex: He is sleeping in the Garden? (Ele
está dormindo no jardim?)
- Respostas Curtas:
- Afirmativa: Yes, it is.
- Negativa: No, it isn’t.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 46


Médio
REVIEW
TEXT (Mary está visitando o Nordeste e escreveu um cartão postal para sua amiga Beth):

Dear Beth,
I am writing from Maceió, It’s a beautiful day. It’s a
9 o’clock and I am at the hotel.
Here there are many beautiful beaches and the
people are very nice.
I am going to stay here until October 21st.
Love,
Mary.

1 – Where is Mary writing from? 2 She is writing from Maceió.


– Is it a beautiful day? Yes, it is.
3 – Is Mary at the hotel or at the beach? She is at the hotel.
4 – Are there many beautiful beaches in Maceió? 5 – Yes, there are.
How are the people? The people are very nice.
6 – When is Mary going to return? She is going to return on October 21st

Vocabulary:

 To write: escrever;
 People: pessoas;
 Many: muitos;
 Verynice: Muito agradável;
 Until: até;
 Here: aqui;
 From: de;
 To stay: ficar.
 Beaches: praias;
 Beautiful: Bonito(s), Bonita(s);
 To return: retornar;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 47


Médio
1 CAPÍTUL
QUÍMICA
MATÉRIA
 Tudo aquilo que ocupa lugar no espaço recebe o nome de MATÉRIA.
 Uma porção limitada da matéria constitui um CORPO.
 Todo corpo que se presta à determinada finalidade constitui um OBJETO.
Exemplo:
MATÉRIA CORPO OBJETO
FLORESTA MADEIRA BANCO

PROPRIEDADES DA MATÉRIA
As propriedades da matéria são:

 INÉRCIA: é a propriedade pela qual a matéria conserva seu estado de repouso ou não altera
seu estado de movimento, a menos que uma força aja sobre ela.
 PESO: o peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.
 IMPENETRABILIDADE: é a propriedade que duas porções de matéria têm de não
poderem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar no espaço.

ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA


A matéria se apresenta em três estados físicos:

 ESTADO SÓLIDO: tem forma própria e volume definido;


 ESTADO LÍQUIDO: não tem forma própria e seu volume é definido;
 ESTADO GASOSO: não tem forma própria e não tem volume definido.

MUDANÇA DE ESTADO
A matéria pode mudar de um estado para outro.

MUDANÇAS DE FASE

Uma substância pode passar de uma fase para outra através do recebimento ou fornecimento de calor.
Essas mudanças de fase são chamadas de:
a) Fusão: é a passagem de uma substância da fase sólida para a fase líquida;
b) Solidificação: é a passagem de uma substância da fase líquida para fase sólida;
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 52
Médio
c) Vaporização: é a passagem da fase líquida para fase gasosa;
d) Condensação ou liquefação: é a passagem da fase gasosa para líquida;
e) Sublimação: é a passagem direta da fase sólida para a fase gasosa ou da fase gasosa
para a fase sólida.

TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA
Qualquer transformação da matéria é considerada um fenômeno que pode ser classificado em:

 FENÔMENO FÍSICO: não altera a natureza da matéria, isto é, a sua composição;


 FENÔMENO QUÍMICO: altera a natureza da matéria, ou seja, a sua composição.
Exemplo: a queima de um papel, a queima de fogos de artifício.

ESTUDO DA MATÉRIA
Todo o universo material é constituído de pequenas partículas denominadas ÁTOMOS. Um
conjunto de átomos com as mesmas propriedades químicas constitui um ELEMENTO QUÍMICO.

SUBSTÂNCIAS
 SUBSTÂNCIAS SIMPLES: formadas por um único elemento químico, ou seja, por um
único tipo de átomo.
Exemplo: H2; CI2; O2; F2, etc.

 SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS: apresentam em sua composição mais de um


elemento.
Exemplo: H2; H2SO4HCI, etc.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ÁTOMO


 NÚMERO ATÔMICO (Z): é o número que indica a quantidade de prótons existentes no
núcleo de um átomo.
Exemplo: 20Ca Z = 20 e p = 20 Z = número de prótons Z=p

 NÚMERO DE MASSA (A): é a soma do número de prótons com o número de nêutrons


presentes no núcleo de um átomo.
Exemplo: 20Can = 20 A=Z+n A = p + n ou A = Z +n
40 = 20 + 20

ELEMENTO QUÍMICO: é o conjunto de átomos e íons que apresentam mesmo


número atômico. Uma forma esquemática dessa representação é dada por:
AX ou X² número de massa Z

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Médio
z número atômico

SEMELHANÇA ATÔMICA
 ISÓTOPOS: são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), mas
apresentam diferentes número de massa (A).
Exemplos:20 Ne 21Ne 22Ne
10 10 10

 ISÓBAROS: são átomos que apresentam diferentes números atômicos (Z), mas que possuem
o mesmo número de massa (A).
Exemplo: 40Ca 40Ar

20 18

 ISÓTONOS: são átomos que apresentam o mesmo número de nêutrons (n) com
diferentes números atômicos (Z) e de massa (A).
Exemplos: 26MG {n = 14 28Si {n = 14
12 14

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
Os elétrons estão representados em camadas ao redor do núcleo: K = 2, L
= 8, M = 18, N = 32, O = 32, P = 18, Q = 2.
Exemplos:

-20Ca K = 2; L = 8; M = 8; N = 2
-35BR K = 2; L = 8; M = 18; N = 7

NÚMEROS QUÂNTICOS
 NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL(n): indica o nível de energia do elétron.

Camadas K; L; M; N; O; P; Q;

Nível de energia 1234567

 NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO (l): indica que cada nível de energia é constituído por um ou
mais subníveis, designados pelas letras minúsculas.

Subníveis → s; p; d; f;

Valores de ℓ → 0 1 2 3

DIAGRAMA DE LINUS PAULING


Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 54
Médio
Linus Pauling determinou, num diagrama, a ordem crescente de energia dos subníveis para os
elementos conhecidos.

Gráfico

Ordem crescente de energia:

1s², 2s², 2p6 ,3s², 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p6, 6s², 4f14, 5d10, 6p6, 7s², 5f14,

6d10

Exemplos:

- 17 Cl → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p5

- 19 K → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s¹

- 50Sn → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s², 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p²

TABELA PERIÓDICA

Na tabela periódica atual, os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de número atômico,
originando na horizontal os períodos e na vertical as famílias.

CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS

 METAIS: são bons condutores de calor e corrente elétrica. Apresentam brilho metálico.

Exemplo: Mg, Na, K, Ag, Au, etc.

 NÃO-METAIS: nas condições ambientais apresentam-se nos seguintes estados físicos:


o sólido → C, P, S, Se, I, At.
o líquido → Br.
o gasoso → N; O; F; Cl.

 SEMI-METAIS: apresentam propriedades intermediárias entre metais e não metais.

Exemplo: B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po.


 GASES NOBRES: nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso.
Exemplo: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn.

 HIDROGÊNIO: é um gás.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 55


Médio
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 56
Médio
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
 ELETRONEGATIVIDADE: é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma
ligação.
 ELETROPOSITIVIDADE: é a capacidade de um átomo perder elétrons, originando
cátions.

LIGAÇÕES QUÍMICAS

 LIGAÇÕES IÔNICAS: a ligação iônica é a única em que ocorre a transferência definitiva de elétrons.
 TEORIA DO OCTETO: a maioria dos átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta oito elétrons na
sua camada mais externa.
 VALÊNCIA: é um número puro e indica quantas ligações um átomo pode fazer.
 ÍON: é a espécie química que apresenta o número de prótons diferente do número de elétrons.
o íons positivos: cátions
o íons negativos: ânions

Exemplos:

- Ligação entre o sódio (Na) e o cloro (Cl)

11 Na -> 1s²; 2s² ; 2p6; 3s¹

1s² 2s² 2p6 3s¹

Gráfico

- Ligação entre o cálcio (Ca) e enxofre (S)

20Ca -> K = 2, L = 8, M = 8, N = 2

16S -> K = 2, L = 8, M = 6.
Ca: perde 2e-[Ca]²+
Se ganha 2e-[S]² = Ca2+S²- -> Ca2 S2 ->CaS

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 57


Médio
LIGAÇÕES COVALENTES OU MOLECULARES
Ocorre entre átomos com tendência de receber elétrons. No entanto, como não é possível que
todos recebam elétrons, os átomos envolvidos na ligação apenas compartilham um ou mais pares de
elétrons de camada de valência, sem “perdê-los” ou “ganhá-los” definitivamente.

Gráfico

NÚMERO DE OXIDAÇÃO (Nox)


O Nox de cada átomo em uma substância simples é sempre igual a zero.

Exemplo:

H2Cl2 Zero zero Existem elementos que apresentam Nox fixo em seus compostos.

- Família 1A ->Nox +1
Na ; K ; Li
+1+1 +1
- Família 2A ->Nox +2
Mg ; Ca; Sr

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Médio
+2 +2 +2
- O flúor (f) por ser mais eletronegativo será sempre igual a -1.
- O oxigênio (O), na maioria dos seus compostos, é igual a -2.
- A soma do Nox de todos os átomos constituintes de um composto iônico ou molecular é
sempre igual a zero.
Exemplos:
HCI NaCl CaO
+1-1+1-1 +2-2
H3PO4 Al2 (SO4)3
+1 x -2 +3 x -2
+3 x – 8 = 0 +6 3x -24 = 0

1
CAPÍTUL

FÍSICA
CINEMÁTICA
CINEMÁTICA é a parte da Física que estuda os movimentos dos corpos, não se preocupando
com a causa dos mesmos.
1- MOVIMENTO E REPOUSO: um corpo está em movimento quando a distância entre este
corpo e o referencial varia com o tempo. Quando a distância entre o corpo e o referencial não variar no
decorrer do tempo, dizemos que o corpo está em repouso.
2- TRAJETÓRIA: é uma linha
determinada pelas diversas posições que
um corpo ocupa no decorrer do tempo.
3- ESPAÇO: é a distância
entre dois pontos. A distância
normalmente é medida em: metro (m),
quilômetros (km) e centímetro (cm).
4- TEMPO: é o intervalo existente entre dois ou mais acontecimentos e pode ser determinado
pelas seguintes unidades: segundo (seg), minuto (min) e hora (h).
Obs.: 1 minuto = 60 segundos;
1 hora = 60 minutos;
1 hora = 3.600 segundos.
5 – VELOCIDADE: é a relação existente entre o espaço percorrido por um móvel e o tempo
gasto em percorrê-lo. As unidades mais usadas em velocidade são: metros por segundo (m/s)
quilômetros por hora (km/h).
MOVIMENTO UNIFORME (M.U)
Um corpo realiza um M.U. Quando
percorre distâncias iguais em intervalos de tempos iguais, isto
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 59
Médio
é, a velocidade constante é diferente de zero.

IMAGEM

Função horária S = So + vt.


S = Espaço | So = Espaço inicial | V =
Velocidade | T = Tempo

Exemplo:

Dada a função horária S= 20 +5t,


determine:

a) O espaço inicial

b) A velocidade

c) O espaço no instante t = 2 seg.

Resolução:

a) S = S0 + vt

S =20 + 5t

S = 20 m

b) V = 5 m/s.

c) S = 20 +5t

S = 20 +5.(2)

S = 20 + 10

S = 30 m

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Médio
DINÂMICA
1 – DEFINIÇÕES GERAIS
A Dinâmica tem por objetivo a resolução de dois problemas básicos.
- Conhecendo-se o movimento de um corpo, caracterizar as forças que agem sobre
ele.
- Conhecendo-se as forças que agem sobre um corpo, caracterizar o seu movimento.

2 – FORÇAS RESULTANTES
É a força que, se substituísse todas as outras que agem sobre um corpo, produziria nele o
mesmo efeito que todas as forças aplicadas.
- Duas forças concorrentes e perpendiculares entre si.

Gráfico

3 – PRINCÍPIOS DA DINÂMICA (LEIS DE NEWTON)


a) PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU PRIMEIRA LEI DE NEWTON
Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.
b) Fr
m EM MÓDULO: FR = m.a
A unidade de força no SI (Sistema Internacional) é o NEWTON, que se indica por N.
C) PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO (TERCEIRA LEI DE NEWTON):
Sempre que um corpo A exerce uma força sobre o corpo B, este reage exercendo em A uma
outra força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido contrário.
Exemplo:
F AB é a força que A aplica em B ----------------------------------
FBA F AB
F BA é a força que B aplica em A

CÁLCULO DA FORÇA RESULTANTE:


Exemplo:
Dadas as forças F1 = 4N e F2 = 3N, determine a resultante nos seguintes casos:

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 61


Médio
A) F1 e F2 têm a mesma direção e sentido.

B) F1 e F2 têm mesma direção e sentido contrário:

Gráfico

C) F1 e F2 são perpendiculares.

Gráfico

ESTÁTICA

1- FORÇA RESULTANTE

É a força única que produz o mesmo efeito causado por várias forças agindo sobre um mesmo corpo.

R = força resultante encontrada pela soma vetorial.

R = F1 +F2 + .........+ Fn

Se houver duas forças concorrentes, teremos:

Fr = F1 + F2 + 2 F1.F2. cos α

Ou Fr = F1 + F2

2 – COMPONENTES RETANGULARES DE UMA FORÇA

Fx = F cos α

Fy = F sen α

3 – EQUILÍBRIO

Um corpo pode estar em equilíbrio das seguintes maneiras:


a) Equilíbrio estático: quando V= 0
O corpo está em repouso em relação a certo referencial, isto é, a velocidade é nula para
qualquer ponto do corpo.
b) Equilíbrio dinâmico: quando V é diferente de O, ou seja, V = constante.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 62


Médio
O corpo está em movimento retilíneo uniforme de referencial escolhido, isto é, a velocidade é
constante para qualquer ponto.
4 – MOMENTOS DE UMA FORÇA
Momento de uma força F, em relação a um ponto O fixo, é o produto da intensidade da força
F pela distância do ponto à reta suporte da força.
- Rotação no sentido anti-horário = momento positivo.
- Rotação no sentido horário = momento negativo.

1
CAPÍTUL

MATEMÁTICA
I – CONJUNTOS
a) Definição: chamamos de conjunto toda a reunião de elementos. Podemos
representá-lo por:
- Sua propriedade característica.
Ex.: A = {x/x é o conjunto das vogais}
- Enumerando seus elementos entre chaves: Ex.:
A = {a, e, i, o, u}
- Por diagrama de Venn:

a u e
o
i

b) Tipos de conjuntos:
- Universo: quando possui mais de um elemento. Ex.:
A = {x/x é o conjunto dos números naturais}
- Unitário: quando possui apenas um elemento.

Ex.: A = {x/x é p conjunto dos dias da semana começados pela letra d}


- Vazia: quando não possui nenhum elemento.
Ex.: {x/x é o conjunto dos dias da semana começados pela letra x}

Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 63


Médio
c) Operações com conjuntos:

- União: A U B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
- Intersecção: A ∩ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}

- Diferença: A – B = {x/x ∈ A e x ∉ B}

d) Conjuntos numéricos:
- N = conjunto dos números naturais (são todos os números inteiros e positivos).
- Z = conjunto dos números inteiros (são todos os números inteiros + e -).
- Q = conjunto dos números inteiros racionais (são todos os números na forma de fração A
onde B≠0).
B
- I = conjunto dos números irracionais (são números cuja representação decimal não é exata,
nem periódica).
- R = conjunto dos números reais (Q + I).
Exercício resolvido:
1- Dado o conjunto A = {x/x é o conjunto dos números naturais entre 0 e 6} e B = {x/x é o
conjunto dos números naturais entre 1 e 8}, determine:
a) Represente os números acima enumerando seus elementos entre chaves.
b) Identifique o tipo de conjunto representado.
c) Encontre AUB, A∩B e A – B
d) Dentre os conjuntos numéricos estudados, a qual grupo pertence?

Resolução:
a) A = {1, 2, 3, 4, 5}
B = {2, 3, 4, 5, 6, 7}
b) A e B => são do tipo de universo.
c) A U B = {1, 2, 3, 4, 5} U {2, 3, 4, 5, 6, 7} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
d) Naturais.

II – FUNÇÃO
a) Definição: sendo A e B dois conjuntos não vazios e uma relação ƒ de A em B, essa
relação ƒ é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado um e um só
elemento y do conjunto B.
ƒ: A → B
Ex.: y = x + 5 => f(x) = x + 5
Apostila Curso Preparatório para Ensino Página | 64
Médio
b) Conjunto domínio (D): é o conjunto de partida de uma função.
c) Conjunto imagem (Im): é o conjunto de chegada de uma função.

Exercício Resolvido:

a) Dado A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} definir a função ƒ: A →B onde y = x + 1 e determine


domínio e Im.

Resolução:

Gráfico

b) Estudo das funções:

FUNÇÃO DO 1º GRAU

1 – Função linear: é uma função de 1º grau do tipo y =a x + b, seu gráfico será sempre uma reta.

Gráfico

2 – Função afim: é uma função incompleta de 1º grau do tipo y = a x, seu gráfico será
também uma reta.
Ex.: y =2x

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Médio
Gráfico

3 – Função identidade: é uma função de 1º grau do tipo x = y, seu gráfico será uma reta
que corta o ponto origem (0,0).
Ex.: x = y

Gráfico

4 – Função constante: é toda função do tipo y = b e seu gráfico será sempre uma reta
paralela ao eixo x.
Ex.: y = 2

Gráfico

III- EQUAÇÃO ESPONENCIAL E LOGARÍTMICA


a) Exponencial: é toda equação do tipo y = ax
Exemplos práticos:

1) 4x= 32 22x= 25 2x= 5 x=5


2

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Médio
2) 2x= 1 2x= 2-4 x=-4
16

3) 2x = 3√4 2x = 4¹/³ 2x = (2²)1/3


2x=2²/³ x=2
3

b) Logaritmo: é toda equação do tipo loga b = x

Propriedade dos logaritmos:

logb (a.c) = logba + logbc

logba = logba – logbc

logban = n. Logba

logb

n √a = logba 1/n =1 . logb a


n

Exemplos práticos: Observe que log. é transformado em uma potência.

1) log4 x = 2 x = 4² x = 16
2) log5 x² = 0 x² = 60 x² = 1 x² = ±√1 x=±1

RAIZ QUADRADA

Raiz quadrada, de certa forma, lembra um pouco a Potenciação. Na potenciação temos, por exemplo:
2² = 4. Se fosse um exercício de raiz seria: √4 = 2. O símbolo √ é chamado de radicando. Para saber como calcular
raiz quadrada, o aluno deve conhecer a tabuada, principalmente o resultado dos números multiplicados por eles
mesmos. Veja a tabela abaixo:

2.2=4

3.3=9

4 . 4 = 16 Gráfico

5 . 5 = 25

6 . 6 = 36

7 . 7 = 49

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Médio
8 . 8 = 64

9 . 9 = 81

10 . 10 = 100

Com base na tabela anterior, se for perguntado qual a raiz quadrada de 49, qual seria o
resultado? A resposta certa seria 7 pois: 7x7 = 49. Com base nisso, podemos concluir que a raiz
quadrada de um número, é o número real que multiplicado por ele mesmo tem como resultado o
número que está debaixo do radicando.

Resolvendo um exercício de raiz Ex: qual raiz quadrada de 169


quadrada:
√4 = 2, pois 2 x 2 = 4,
√36 = 6, pois 6 x 6 = 36,
Gráfico
√81 = 9, pois 9 x 9 = 81 ,
√121 = 11, pois 11 x 11 = 121
√169 = 13, pois 13 x 13 = 169,
√324 = 18, pois 18 x 18 = 324
Raiz quadrada de 169 é 13.
Para Raízes quadradas exatas, se o
número terminar em:
1, sua raiz termina com 1 ou 9
4, sua raiz termina com 2 ou 8
5, sua raiz termina com 5
6, sua Raiz termina com 4 ou 6
9, sua raiz termina com 3 ou 7

IMAG
EM

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Médio

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