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9º ANO
2016
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APOSTILA DE ESTUDOS REGIONAIS - 9º ANO – “O CEARÁ”
COODENADORIAPEDAGÓGICA
ENSINO FUNDAMENTAL-ANOS FINAIS
ESTUDOS REGIONAIS
COLABORADORES:
Professor (a):
Edson Xavier Ferreira
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APOSTILA DE ESTUDOS REGIONAIS - 9º ANO – “O CEARÁ”
APRESENTAÇÃO
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APOSTILA DE ESTUDOS REGIONAIS - 9º ANO – “O CEARÁ”
SUMÁRIO
HISTÓRIA DO CEARÁ.......................................................................................................... 6
O CEARÁ COLONIAL........................................................................................................... 8
HISTÓRIA............................................................................................................................ 44
A GERAÇÃO CAMBEBA.................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................59
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Bandeira do Estado do Ceará Brasão (Símbolo do nosso estado) Localização do Estado do Ceará a nível
nacional
O CEARÁ
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HISTÓRIA DO CEARÁ
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O CEARÁ PRÉ-COLONIAL
O Ceará era habitado por povos indígenas dos trancos Tupi (Tabajara, Potiguara,
Tabeba, entre outros) e Jê ( Kariri, Inhamum, Jucá, Kanindé, Tremembé, Karatius entre
outros ), cujas tribos ainda hoje denominam vários topônimos no Ceará. Estes povos já
negociavam tatajuba, âmbar, algodão bravo e outros produtos com os estrangeiros que
apontavam nas costas cearenses, antes que os portugueses chegassem em 1603 através
do litoral. Os portugueses tentaram, já a partir de 1603, se estabelecer nas terras cearenses,
mas sem sucesso devido à intensa resistência dos nativos e à sua falta de conhecimento
sobre como sobreviver à interveniência de secas. Só a partir de 1654, com a saída dos
holandeses e o enfraquecimento político dos povos indígenas locais, é que os portugueses
começaram a ter sucesso na colonização do território. Os esforços de povoamento pelos
portugueses visavam principalmente a vencer a resistência indígena e garantir o domínio
luso contra estrangeiros.
Os navegadores espanhóis Vicente Yánez Pizon e Diego de Lopes desembarcaram
na Costa cearense antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, Pizon chegou a um
cabo identificado como "Porto Formoso", que se acredita ser o mucuripe, e Lepe da barra do
rio Ceará, em Fortaleza. Essas descobertas não puderam ser oficializadas devido ao
Tratado de Tordesilhas de 1494.
As terras equivalentes à Capitania do Ceará foram doadas a Antônio Cardoso de
Barros na segunda metade do século XVI, porém ele não se interessou em colonizá-las. Os
franceses, que já negociavam âmbar-gris, as tatajubas, a pimenta e o algodão nativo, com
os povos indígenas, foram os primeiros europeus a se estabelecerem no Ceará em 1590
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O CEARÁ COLONIAL
Graças aos contatos mantidos entre os índios potyguara e portugueses estes últimos
planejaram chegar ao Ceará e estabelecer um ponto de apoio na jornada para o Maranhão.
Desta forma, a primeira tentativa efetiva de colonização portuguesa ocorreu com Pero
Coelho de Sousa em 1603, que na sua viagem fundou o Forte de São Tiago na barra do
Ceará. Em 1605, porém, sobreveio a primeira seca registrada na história cearense, fazendo
que Pero Coelho e sua família abandonassem o Ceará.
Depois da partida de Pero Coelho, os padres jesuítas Francisco Pinto e Pereira
Figueira chegaram ao Ceará com o intuito de evangelizar os silvícolas. Avançaram até a
chapada da Ibiapaba, onde ficou até a morte do padre Francisco Pinto. O padre Pereira
Figueira retornou a Pernambuco em 1608, sem grande sucesso.
Em 1612, nova expedição portuguesa foi enviada como parte dos esforços de
conquista do Maranhão, então dominado pelos franceses. Fazia parte dessa jornada Martim
Soares Moreno, que funda o Fortim de São Sebastião, também na Barra do Ceará. Ao
retornar, em 1621, encontrou o forte destruído, mas lançou as bases para o início da
exploração econômica pelos portugueses e a convivência com os nativos.
Os holandeses, já estabelecidos em Pernambuco desde 1630, tentaram invadir o
Ceará já em 1631, atentando ao pedido das nações indígenas cearenses. sendo que a
primeira tentativa de conquista holandesa fracassou.
Na época de ocupação holandesa (1637-1644), o forte da barra do Ceará foi
reformado, foi construído um forte em Camocim, as pesquisas para a exploração das salinas
foram feiras e em1639. Os holandeses ficaram no Ceará até 1644, quando Gedeon Morrise
sua tropa, que retornavam das batalhas no Maranhão, foram mortos numa emboscada
organizada pelos índios. Com a emboscada de 1644, o Fortim de São Sebastião foi também
destruído.
Entre 1644 até 1649, o Ceará ficou sendo administrado pelas etnias então existentes.
A presença europeia só retorna em 1649, depois de contatos e negociações feitas entre os
nativos e Antônio Paraopeba em 1648. Com a chegada de Matias Beck, em 1649,o Siará
Grande entrou em um novo período histórico: na embocadura do Riacho Pajéu, o forte
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Schoonenborch foi construído, os trabalhos de busca das suposta minas foram iniciadas e
os holandeses procuraram mais uma vez se estabelecer na região, sob forte hostilidade dos
indígenas.
Após a derrota dos holandeses em Pernambuco, o forte foi entregue aos portugueses,
restabelecendo-se o poderio português, rebatizando-o de Fortaleza de Nossa Senhora de
Assunção. Neste período muitas das nações indígenas que apoiaram os holandeses, que
não estavam protegidas pelo tratado de Taborda, fugiram para o Ceará, procurando refúgio
das retaliações lusas. Desta forma, o Ceará, acabou sendo o centro de batalhas na guerra
dos Bárbaros.
Na continuação da colonização pelos portugueses a influência dos jesuítas foi
determinante, resultando na criação de aldeamento, muitos deles fortemente militarizados,
onde os indígenas eram concentrados para serem catequizados e assimilados à cultura
lusitana. Tribos tupis aliados aos portugueses também vieram se instalar em vilas
militarizadas na capitania. Dessas reduções surgiram às primeiras cidades da capitania
como Aquiraz e Crato. O processo de aculturação, no entanto ,não se deu sem grandes
influências de crenças e produtos nativos. A intensa resistência levou a episódios
sangrentos, destacando-se a guerra dos bárbaros, ao longo de várias décadas do século
XVIII que resultou na fuga dos habitantes da capital Aquiraz, em 1726, para Fortaleza que
passou a ser a Capital.
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A CULTURA
Como quase todo o Brasil, o Ceará tem uma cultura mestiça, formada a partir de
etnias oriundas de três continentes, branco - europeia, afro-negra e ameríndia. Se
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comparado aos demais Estados brasileiros e nordestinos chama a atenção uma maior
contribuição ameríndia, ao lado da sempre hegemônica presença branca de origem europeia
e de uma relativamente menor participação negra, na formação étnica de sua gente e de sua
cultura.
Entre outros fatores temos: a colonização retardada de seu território, acentuado a
persistência de traços indígenas. Em seguida a ocupação pela civilização branco - europeia,
sendo feita a partir do interior em direção ao litoral. Com relação à economia, há os diversos
ciclos, pelos quais passou sua história, notadamente o da pecuária e o algodão, mas
também a carnaúba, o do caju etc. Temos também a presença marcante do vaqueiro nos
primeiros séculos da colonização determinando muitas das peculiaridades do cearense,
além da presença de outros tipos como o jangadeiro, o roceiro, a rendeira etc. Em relação
ao clima, aparecem as estações que dividem o em período chuvoso e outro sem chuvas.
Além disso, há o fenômeno da seca que com o adensamento da população transformou-se
em catástrofe social, desorganizando periodicamente a sociedade com intensificação do
êxodo rural. Ainda
Do ponto de vista geográfico, surgem as diversidades sub-regionais, incluindo sertão,
litoral, serra e vales úmidos também a existência do Cariri dentro do semi-árido, verdadeiro
caldeirão de cultura. No que diz respeito à atividade produtiva, nota-se a ausência de uma
tradição agroindustrial marcante compensada por uma vocação comercial e artesanal
notável. Quanto à vida social, tem-se a urbanização recente e o crescimento agigantado de
Fortaleza, a modernização acelerada da sociedade coexistindo com formas arcaicas de
cultura e o aguçamento das desigualdades e dos contrastes sociais. Vale acrescentar a
presença dos santuários de Juazeiro do Norte e de Canindé, os dois maiores centros do
catolicismo popular do Nordeste.
O mapa a seguir mostra a distribuição da atividade artesanal no Ceará, privilegiando
alguns artesanatos tradicionais e onde aparecem com maior incidência. Na verdade, o
artesanato é atividade que domina todo o território do Estado, sendo inseparável de sua vida
econômica e social.
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A CULTURA DO CARIRI
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dado maior contribuição para o enriquecimento cultural da região. Desta maneira, as várias
regiões do Nordeste com suas diferentes culturas, estão reunidas no Cariri.
A CULTURA DA SERRA
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MODO DE PRODUÇÃO
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços,
como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas
forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.
Modo de produção = forças produtivas + relações de produção
Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações
de produção ser o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
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A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram
escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em
troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles
mesmos.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o
desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo
aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento
da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio
crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal. Já começava a aparecer às
relações capitalistas de produção.
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Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes,
que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais
comum.
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para a Europa e Rio de Janeiro iluminação de gás carbônio, telefonia, biblioteca públicas,
bons educandários (como o Liceu e o colégio Imaculada Conceição), (seminário da
prainha), jornais etc.
É a chamada Belle Époque. A elite inspira-se nos valores civilizados da Europa –
luvas, chapéus, casacos, nomes franceses, ideias do velho mundo. O Passeio Público era
lugar de encontro e paqueras. Os intelectuais se reuniram nos famosos “cafés”, o Java, em
1892, formar-se-ia a mais irônica e crítica associação de letrados cearenses, a Padaria
Espiritual. Em sua publicação, o Pão, homens como Adolfo Caminhas criticavam os valores
da época e, de certo modo, antecipavam a preocupação nacionalista da Semana de Arte
Moderna paulista de 1922.
Em 1875 o engenheiro pernambucano Adolfo Herbster elabora um plano urbanístico,
objetivando disciplinar a expansão de cidade através do alinhamento de suas ruas e da
abertura de novas avenidas.
Os lucros do algodão, no entanto, reduzir-se-iam com a recuperação da cotonicultura
norte-americana na década de 1870. Com isso, o Ceara entrou no século XX em difícil
situação econômica. Curiosamente, foi o algodão encalhado e os capitais acumulados do
comercio que possibilitaram a instalação das pequenas primeiras fabricas têxteis
cearenses.
Mas se Fortaleza conhecia algum progresso material, o mesmo não se podia dizer
dos sertões, onde imperava ainda a violência, a arbitrariedade e, a exploração de massa
pelos coronéis latifundiários. Os camponeses sofriam os males da concentração da terra.
Grupos de jagunços a serviços de coronéis lutavam por terra e influência política,
massacrados inocentes. Imperava a impunidade.
As secas, como a de 1877-80, dizimavam de fome e sede milhares de cearenses,
outros muitos morriam nos surtos de varíola. O povo migrava sobretudo para a Amazônia,
onde ia explorar os seringais. Mas os oprimidos reagiram. Um dos meios foi através dos
movimentos messiânicos, em que o povo seguia um líder religioso em busca de dignidade,
condições de vida melhores e assistência espiritual. Foram lideres Messiânicos
nordestinos: padre Ibiapina, padre Cicero, beato Zé Lourenço e o líder de Canudos(BA),
Antônio Conselheiro.
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ARTE POPULAR
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ARTES PLÁSTICAS
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HUMOR
LITERATURA
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Pinheiro Campos, Fran Martins, José camelo ponte, José Sténio Lopes, Milton Dias, Lúcia
Fernandes Martins e Mozart Soriano Aderaldo.
Na década de 1970, surgiram outros dois importantes grupos literários no Ceará que
foram: O Saco, uma revista artística inusitada, pois era distribuída com folhas soltas
guardadas dentro de um saco; e O Grupo Siriará, que reuniu diversos jovens escritores,
propondo uma literatura cearense autêntica e desvinculada dos estereótipos que se
estabeleceram na retração literária cearense.
A literatura de cordel tem destaque nas letras cearenses desenvolvendo-se
expressivamente em Juazeiro do Norte, desde as primeiras décadas do século passado. Em
fortaleza, a literatura de cordel surgiu no período da oligarquia de Nogueira Accioly, em um
período que circularam alguns folhetos destratando a figura do governador.
MÚSICA
O gênero musical mais identificado com o Ceará é o forró, em suas variadas formas,
notadamente o tradicional forró pé-de-serra. Nos anos de 1940, o cearense Humberto
Teixeira formou uma famosa parceria com o pernambucano Luiz Gonzaga, criando o baião,
que se tornou muito apreciado. Uma das principais tradições da música cearense e
principalmente, do Cariri são também as bandas cabaçais, que utilizavam pífanos,
zabumbas e pratos e frequentemente fazem acompanhar sua música com movimentos e
acrobacias com facões, com destaque para a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. Outros
representantes tradicionais da música cearense são os seresteiros e repentistas.
RELIGIÃO
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estado brasileiro com maior proporção de católicos. O catolicismo tem uma extensa rede de
igrejas e organizações religiosas em todo o Ceará.
Todos os municípios cearenses possuem padroeiros. O Padroeiro do Ceará é São
José, daí porque o seu dia no calendário religioso, 19 de março, é feriado estadual.
A fé sertaneja, muitas vezes associada ao messianismo e marcada por profunda
relação com os santos, rituais e datas religiosas, foi e continua sendo bastante influente na
história cearense e nos costumes e festejos cearenses. A cidade de Juazeiro do Norte
surgiu de um assentamento que, sob orientação do Padre Cícero, considerado pela fé
popular um santo, tornou-se um local de peregrinação religiosa e, nos últimos anos, atrai
milhares de crentes e vários locais do Nordeste. Outro local de grande peregrinação
religiosa é a cidade de Canindé que abriga um santuário importante em devoção a São
Francisco, considerado o maior das Américas. O Santuário de Nossa Senhora Imaculada
Rainha do Sertão, em Quixadá, tem se tornado outro centro de peregrinação católica.
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FALÉSIAS
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AS PLANÍCIESFLUVIAIS
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OS PLANOS SEDIMENTARES
O PLANALTO DA IBIAPINA
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A CHAPADA DO APODI
Abrange a porção norte - oriental do Ceará, limitando-se com o estado do Rio Grande
do Norte. Apresenta superfície rebaixada de planaltos sedimentares em rocha da bacia
Potiguar, com altitudes entre 100-120m. É o mais rebaixado dos planaltos sedimentares do
Ceará. Com a encosta cearense situada a sotavento, nessa região não há condições para a
ocorrência de “brejos” a exemplo do que foi observado nos planaltos da Ibiapina e do
Araripe. Clima semiárido com precipitações médias anuais entre 600-750 mm e baixa
frequência de drenagem superficial.
O recobrimento vegetal é de caatinga de porte arbustivo-arbóreo denso e o sistema
de produção tem base na pecuária extensiva e na agricultura tradicional. É destaque no
perímetro irrigado do Apodi, o crescimento da fruticultura nas áreas de solos com maior
fertilidade.
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OS MACIÇOS RESIDUAIS
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SOLO
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CLIMA
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1. PLUVIOSIDADE E DISTRIBUIÇÃO
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VEGETAÇÃO
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HIDROGRAFIA NO CEARÁ
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1. BACIA DO JAGUARIBE
2. BACIA DO ACARAÚ
A bacia do Acaraú ocupa uma área de aproximadamente 14.000km² que perfaz cerca
de 10% da área do Estado, sendo mais amplo no seu alto curso e estreitando-se próximo à
costa. Apresenta um padrão de drenagem predominantemente angular. São evidentes as
feições estruturais tipo riacho fenda.
3. BACIA DO PARNAÍBA
A bacia do Parnaíba banha a porção oeste do Estado. Tem como principal rio o Poti,
com 220km de extensão e uma área de 11.072km². O rio Poti tem, em sua nascente, o
resultado da junção dos riachos, seco, corrente e olho d´agua. É a única bacia não contida
integralmente no Estado, uma vez que se prolonga pelo Estado do Piauí.
4. BACIA LITORÂNEA
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5. BACIA METROPOLITANA
Bacia formada por pequenos rios que tem suas nascentes na própria zona litorânea
ou sublitorânea, de grande importância para o abastecimento de Fortaleza e Região
Metropolitana – os de maior importância são: Choró, Pacoti, Pirangi e São Gonçalo. Os
açudes de maior importância são o sistema Pacoti-Gavião-Riachão e o Acarape do Meio.
O seu principal rio, o Acaraú, tem sua origem na serra das Matas, no município de
Monsenhor Tabosa, em altitudes maiores que 500m, seguindo do norte para o sul a sua
nascente, tomando a seguir os sentidos oeste, noroeste e norte até a costa. Tem como
principais afluentes o riacho dos Macacos e os rios Groiaíras, Jucurutu e Jaibaras.
Os principais açudes são: as Araras, o Edson Queiroz, o Ayres de Souza, o Acaraú-
mirim e o Forquinha.
6- BACIA DO CURU
Com 160km de extensão e uma área de cerca de 9.128km2, o rio Curu origina-se na parte
setentrional da serra do Machado e tem pela direita o rio Canindé e os riachos Salão,
Sirema, Capitão-mor e o Batoque e pela esquerda recebe o Caxitoré.
7- BACIA DO COREAÚ
Com 115km de extensão e uma área de 10.500km2, o rio Coreaú nasce na serra da
Ibiapaba, orientado de quase norte a sul. Recebe à esquerda o rio Itacolomi e, à direita
Parazinho.
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HISTÓRIA
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A Flora Nacional do Araripe constitui ainda importante refúgio para a fauna regional,
inclusive para espécies ameaçadas de extinção.
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Cathartes auraurubu-de-cabeça-vermelha
Cathartesburrovianusurubu-de-cabeça-amarela
Coragypsatratusurubu-de-cabeça-preta
Accipiterbicolorgavião-bombachinha-grande
Rupornismagnirostrisgavião-carijó
Geranoaetusalbicaudatusgavião-de-rabo-branco
Buteonitidusgavião-pedrês
Buteobrachyurusgavião-de-cauda-curta
Columbina minutarolinha-de-asa-canela
Columbina talpacotirolinha-roxa
Columbina squammatafogo-apagou
Claravispretiosapararu-azul
Leptotilaverreauxijuriti-pupu
Piayacayanaalma-de-gato
Crotophagaanianu-preto
Guiraguiraanu-branco
Tapera naeviasaci
Tytofurcatacoruja-da-igreja
Megascopscholibacorujinha-do-mato
Aegoliusharrisiicaburé-acanelado
Asioclamatorcoruja-orelhuda
Nyctibiusgriseusmãe-da-lua
Antrostomusrufusoão-corta-pau
Hydropsalisalbicollisbacurau
Hydropsalisparvulbacurau-chintã
Chordeilesminorbacurau-norte-americano
Tachornissquamataandorinhão-do-buriti
Anopetiagounelleirabo-branco-de-cauda-larga
Phaethornispretreirabo-branco-acanelado
Eupetomenamacrourabeija-flor-tesoura
Chlorostilbonlucidusbesourinho-de-bico-vermelho
Amaziliafimbriatabeija-flor-de-garganta-verde
Trogoncurucuisurucuá-de-barriga-vermelha
Galbularuficaudaariramba-de-cauda-ruiva
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Picumnuspygmaeuspica-pau-anão-pintado
Picumnusfulvescenspica-pau-anão-canela
Veniliornispasserinus - picapauzinho-anão
Piculuschrysochloros - pica-pau-dourado-escuro
Celeusochraceus - pica-pau-ocráceo
Cariamacristata - seriema
Caracaraplancus - caracará
Milvagochimachima - carrapateiro
Herpetotherescachinnans - acauã
Micrasturruficollis - falcão-caburé
Micrastursemitorquatus - falcão-relógio
Falcosparverius - quiriquiri
Falcofemoralis - falcão-de-coleira
Aratingacactorum - periquito-da-caatinga
Forpusxanthopterygius - tuim
Myrmorchilusstrigilatus - piu-piu
Formicivoragrisea – papa formiga pardo
Formicivoramelanogaster – formigueiro de barriga preta
Herpsilochmussellowi - chorozinho-da-caatinga
Herpsilochmusatricapillus - chorozinho-de-chapéu-preto
Sakesphoruscristatus - choca-do-nordeste
Thamnophiluscapistratus - choca-barrada-do-nordeste
Thamnophilustorquatus - choca-de-asa-vermelha
Thamnophiluspelzelnichoca-do-planalto
Taraba major - choró-boi
Hylopezusochroleucus - torom-do-nordeste
Scleruruscearensis - vira-folha
Sittasomusgriseicapillus - arapaçu-verde
Campylorhamphustrochilirostris - arapaçu-beija-flor
Lepidocolaptesangustirostris - arapaçu-de-cerrado
Xenopsrutilans - bico-virado-carijó
Furnariusfigulus - casaca-de-couro-da-lama
Megaxenopsparnaguae - bico-virado-da-caatinga
Phacellodomusrufifrons - joão-de-pau
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Sublegatusmodestus - guaracava-modesta
Fluvicolanengeta - lavadeira-mascarada
Cnemotriccusfuscatus - guaracavuçu
Lathrotriccuseuleri - enferrujado
Contopusvirens - piui-verdadeiro
Cyclarhisgujanensis - pitiguari
Vireochivi - juruviara
Hylophilusamaurocephalus - vite-vite-de-olho-cinza
Cyanocoraxcyanopogon - gralha-cancã
Stelgidopteryxruficollis - andorinha-serradora
Prognechalybea - andorinha-doméstica-grande
Hirundo rústica -andorinha-de-bando
Troglodytesmusculus - corruíra
Pheugopediusgenibarbis - garrinchão-pai-avô
Cantorchiluslongirostris - garrinchão-de-bico-grande
Polioptilaplumbea - balança-rabo-de-chapéu-preto
Turdusleucomelas - sabiá-barranco
Turdusrufiventris - sabiá-laranjeira
Turdusamaurochalinus - sabiá-poca
Mimussaturninus - sabiá-do-campo
Anthuslutescens - caminheiro-zumbidor
Zonotrichiacapensis - tico-tico
Arremontaciturnus - tico-tico-de-bico-preto
Setophaga fusca - mariquita-papo-de-fogo
Basileuterusculicivorus - pula-pula
Myiothlypisflaveola - canário-do-mato
Icteruspyrrhopterus - encontro
Coerebaflaveola - cambacica
Nemosiapileata - saíra-de-chapéu-preto
Tachyphonusrufus - pipira-preta
Laniopileatus - tico-tico-rei-cinza
Tangara sayaca - sanhaçu-cinzento
Tangara palmarum - sanhaçu-do-coqueiro
Tangara cayana - saíra-amarela
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Schistochlamysruficapillus - bico-de-veludo
Paroaria dominicana - cardeal-do-nordeste
Dacniscayana - saí-azul
Hemithraupisguira - saíra-de-papo-preto
Sicalisflaveola - canário-da-terra-verdadeiro
Sporophilalineola - bigodinho
Sporophilanigricollis - baiano
Sporophilaalbogularis - golinho
Cyanoloxiabrissonii - azulão
Euphoniachlorotica - fim-fim
Passerdomesticus - pardal
Fonte: www.wikiaves.com.br
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A formação Santana
DEPÓSITO
CRETÁCEO FÓSSEIS
FOSSILÍFERO E LOCAL
Formação Santana, Fósseis de peixes, pterossauro,
120-150 Nordeste do Brasil, Estado répteis, aranha, escorpiões,
do Ceará insetos, moluscos e plantas.
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de cultos vindos da África. O culto aqui se distinguiu do continente africano pelas condições
geográficas e culturais diferentes. Orixás guerreiros, como Ogum, ganharam destaque aqui,
diferente dos de cunho agrícolas mais cultuados na África, como Onilé.
A vertente popular do catolicismo brasileiro, enfim, apresenta-se como mais dinâmica.
Na vertente popular constatamos a adaptabilidade e renovação que o catolicismo, com toda
a sua gama de influências populares medievais europeias adquire com contornos tropicais
peculiares.
Dentre os inúmeros aspectos peculiares da colônia Entre as heranças culturais
portuguesas na religiosidade brasileira está o forte apego aos santos, criando vínculos
íntimos e até carnais com alguns deles nos insistentes pedidos de velhas e viúvas para se
casarem e de mulheres estéreis a se esfregarem nas imagens santas.
Outro legado cultural do catolicismo popular português foi o messianismo, que
resultou de crenças sebastianistas do povo português - exemplificado no Brasil pelo
movimento do Contestado e Canudos - que teve a convicção de que um herói, um salvador,
acabará por regenerar o país, extirpando de vez a miséria, a fome e outras desgraças.
A religiosidade indígena encontrava por vezes resistência à evangelização pelos
jesuítas, uma “inconstância na alma”, ora a aceitar entusiasticamente a nova religião, ora a
rejeitá-la. Não existia entre eles uma doutrina inimiga, mas exibiam “maus costumes” aos
olhos inacianos que deveriam ser combatidos, descritos por Antônio Vieira: “canibalismo e
guerra de vingança, bebedeiras, poligamia, nudez, ausência de autoridade centralizada e de
implantação territorial estável” . Era então necessário um longo e árduo processo de
adaptação e reinterpretação de hábitos e costumes cristãos com as culturas indígenas. A
missa dominical, a prática de sacramentos do qual o batismo seria o primeiro passo, tudo
isso conflitava com os sentimentos de tradições indígenas Os padres da Companhia de
Jesus começaram a aprender a língua tupi-guarani e a propagar a fé através dela: “para
atrair crianças indígenas buscaram trazer meninos órfãos de Lisboa para fazerem a ligação
com os curumins, faziam-no representar autos, mistérios, de fundo e sabor medieval, para
depois chamá-los às missões, às escolas, aos colégios, onde o ensino doutrinário e
programático, na linha da RatioStudiorum, assentada na teologia do Concílio de Trento,
apontava para uma religião universal e salvífica.
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AS ROMARIAS EM JUAZEIRO
Os rituais próprios já existiam, mas ganharam mais força depois deste “afastamento”
dos padres e da suspensão de ordem do Pe. Cícero. Entraram em cena os beatos e beatas
como. mediadores espirituais do povo Sem o auxílio dos sacramentos, os romeiros
buscavam novos rituais, que substituíssem as práticas de fé anteriores. Um exemplo destes
é a confissão. O Juazeiro era visto com a terra da redenção, onde se deixavam os pecados
para receber a graça. Na impossibilidade de receber a absolvição, o peregrino fazia
penitências físicas, para purificar-se dos seus pecados. Com a Igreja Matriz fechada,
também por ordem do bispo, a rua do Pe. Cícero passa ser o “templo”. Ali os romeiros
aglomeram-se a sua espera. No principio ele os atendia, um a um, ao passo do aumento das
romarias, este contato particular ficou impossibilitado. A ritual comum era a récita do rosário,
um sermão do Padre, a sua benção, algumas oferendas lhes eram feitas e, por fim,
distribuía alguns conselhos particulares.
Sobre a romaria de Juazeiro Existem posições variadas que podem nos ajudar a
entender o fenômeno de Juazeiro. Segundo Pe. Hemrique Groenen, as principais
motivações que levam os devotos ao Juazeiro são duas: gratidão e necessidade. O
agradecimento é geralmente por uma situação de alivio, após algum sufoco, não precisa ser
necessariamente por uma graça sobrenatural. Assim como no passado, o Juazeiro continua
sendo lugar de esperança, onde as preces podem ser ouvidas mais facilmente. Isto vem
transmitido desde o inicio, quando os “náufragos da vida” iam esperançosos, em busca de
melhoras para vida.. A figura do Pe. Cícero atravessou as gerações do seu tempo através
do significado social e religioso adquirido no imaginário popular, passada para gerações
sucessivas.. Não há explicação que esgote o sentido da romaria, pois nela é forte a
dimensão da fé. Podemos afirmar, num olhar objetivo, que este sair da própria terra para ir a
Juazeiro serve para reforçar a identidade da pessoa, fazendo sentirem-se verdadeiros
devotos e afilhados do Pe. Cicero.
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O CEARÁ CONTEMPORÂNEO
A GERAÇÃO CAMBEBA
Em 1986, Tasso Jereissati era eleito governador do Ceará, derrotando os três famosos
coronéis do Ceará, Adauto Virgílio e César, e inaugurando uma nova etapa política no
Estado.
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Mas tal fato não foi ocasional. Até aquela data, a chefia do CIC (Confederação da
Indústria do Ceará), era ocupada pelo presidente da Federação do Estado do Ceará (FIEC).
Embora tenha o CIC de início mantido boas relações com os coronéis, criticavam duramente
os excessivos intervencionismos do Estado na economia, corrupção, o clientelismo e outros
problemas da máquina pública, pregando uma gestão “moderna” no Ceará e empresarial
para acabar com a miséria.
A oportunidade para os jovens empresários assumirem o governo dar-se em 1986, Tasso
Jereissati. Este, valendo-se do sucesso nacional do Plano Cruzado, da crise e decadência
das “velhas” elites chefiadas pelos coronéis e contando com o apoio e simpatia de amplos
segmentos sociais derrota o candidato do PFL, coronel Adauto Bezerra.
Encontrando o Estado em lastimável situação financeira Tasso, sob o lema “Governo
das Mudanças”, busca moralizar a máquina pública, diminuindo o nepotismo e o
empreguismo, embora achate o salário dos servidores público e tenha com estes uma
relação de atritos. O governo das mudanças usa o Estado como principal instrumento do
desenvolvimento capitalista local, seja por incentivo fiscal para atrair indústrias, seja por
investimento em infra-estruturar
Utilizando também muita “marketing”, a geração cambeba ganhou a hegemonia política
do Estado e projeção nacional, O domínio cambebista garantiu a eleição em 1990 de Ciro
Gomes ao governo pelo PSDB. Depois Ciro iria para o PSDB mantendo-se fiel a Tasso. Em
1994, há o retorno Jereissati ao executivo cearense, e reeleito ainda em 1998. Apesar das
“mudanças” realizadas pelo Cambeba economia do Estado, o PIB cearense cresceu nos
últimos anos em média mais do que o restante do Brasil, não houve empenho suficiente
para acabar com a pobreza absoluta que impera no Ceará. Ao contrário do “governo das
mudanças” aprofundou a concentração de renda no Estado, também uma das maiores do
país. O modelo capitalista neoliberal e industrialista abandonou quase por completo a
agricultura interiorana, salvo as grandes agroindústrias incrementando miséria e o êxodo
rural.
O Ceará recebe os primeiros carros importada da marca russa Lada. Os "Governos
das Mudanças" priorizam o aumento dos investimentos públicos e privados em infra-
estrutura e nos setores industrial e de serviços, enquanto o agropecuário permanece à
margem. Politicamente, há uma relativa diminuição de poder dos "coronéis", com ampliação
do poder do grande empresariado.
O saneamento das contas estaduais, atingido, em parte, pela diminuição das
despesas com o funcionalismo público através de demissões e achatamentos salariais -
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garante superávits entre 1988 e 1994, mas com a consolidação do Plano Real volta-se a
uma predominância de déficits.
O Estado se beneficia também da guerra fiscal que então se iniciava o que, somado à
mão-de-obra barata, atrai várias indústrias, as quais se concentram em algumas poucas
cidades. O crescimento médio do PIB, de 4,6%, é superior à média nacional e nordestina
nos anos 1990, continuando a tendência iniciada na década de 1970. As ações do governo,
aliado aos esforços do empresariado local, e os incentivos de instituições de grande
importância na história econômica recente do Ceará.
O forró eletrônico se populariza na década de 1990, e o Ceará começa a despontar,
seguindo a tendência do litoral nordestino, como um grande polo de turismo no Brasil. Ao
longo dos anos 1990, com ações como o Programa de Saúde da Família (PSF), o Estado
também realiza grandes avanços na redução da mortalidade infantil. A migração em direção
a Fortaleza segue forte, tendo em vista o persistente atraso do interior em comparação com
o forte crescimento da capital. A segurança pública torna-se muito mais problemática entre
1990 e 2003, com a taxa de homicídios subindo de 8,86 para 20,15 por 100 mil habitantes,
um aumento de 127%.
O estado do Ceará mesmo com todas as promessas políticas, mais de 90% de seus
municípios continua sem infra-estrutura, como rede de esgoto e até mesmo água encanada,
apenas as cidades praianas tiveram poucas mudanças, mas o saneamento básico deixa
muito a desejar. O crime e a corrupção política tomaram conta do estado do Ceará.
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REFERÊNCIAS
SILVA, R. M.da.C.Cultura Popular e Educação. Brasília: Seed MEC, 2008. [TV Escola-
Salto para o futuro].
FIGUEIREDO, Antônio Pereira de. Surgimento dos bairros de Juazeiro. Escola João
Alencar de Figueiredo. Juazeiro do Norte- CE, 2000. [apostila].
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