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CANGAÇO…

Professora: Natália Mourão


CONTEXTO:
CANGAÇO
O cangaço desenvolveu-
se no Nordeste
Brasileiro na primeira
metade do século XX,
principalmente nas
décadas de 1900 e 1940.
01

O CANGAÇO E BANTISMO
SOCIAL.
CAUSAS:
O surgimento do cangaço Vale dizer que a prática do cangaço está
associada também a questões econômicas
O cangaço foi um movimento e sociais que sempre assolaram o
caracterizado como banditismo Nordeste do Brasil. A onda
social que vigorou entre as últimas de secas prolongadas pela qual o Nordeste
décadas do século XIX e a primeira passou, como a de 1877 e a de 1915,
metade do século XX pelas áreas do dizimou um número muito grande de
sertão nordestino brasileiro. pessoas, além de provocar a migração de
muitas outras e a evolução da miséria
A ação dos cangaceiros no entre os que lá permaneceram. Esse clima
sertão nordestino de caos social e econômico levou ao
Utilizando a violência, armados com surgimento, durante a República, das
espingardas, facas e punhais, os formas de
cangaceiros saíam em bandos por diversos política clientelista e coronelista, isto é, o
locais do nordeste do país. estabelecimento de relações de
Saqueavam fazendas, sequestravam e dependência direta entre a população
matavam fazendeiros, impondo respeito humilde e miserável com os grandes
OS PRINCIPAIS CANGACEIROS;
Entre as décadas de 1920 e 1930, diversas reações ao
sistema coronelista foram vistas no Nordeste. O cangaço
foi uma delas. Nomes como Virgulino Ferreira da
Silva, o Lampião, Cristino Gomes da Silva Cleto,
o Corisco, e José Ribeiro Filho, Zé Sereno, foram os
principais cangaceiros dessa época. Cada um deles tinha
o seu próprio bando, que atuava em regiões específicas
do sertão.
Os cangaceiros eram exímios conhecedores da caatinga,
das plantas e dos alimentos. Durante muito tempo (1870
a 1940) dominaram o sertão nordestino, sendo que
muitos eram protegidos pelos coronéis, em troca de
favores.
Lampião e Maria Bonita: o mais
famoso casal de cangaceiros.

Lampião foi uma figura revolucionária,


considerado o “Rei do Cangaço” ou “Senhor
do Sertão”. Seu nome era Virgulino Ferreira
da Silva (1897-1938) e nasceu em Serra
Talhada, Pernambuco.
Foi ex-coronel da Guarda Nacional e passou
por quase todos os estados do nordeste
lutando contra a injustiça.
Maria Bonita, mulher de Lampião, ficou
conhecida como a “Rainha do Cangaço”. Seu
nome era Maria Gomes de Oliveira (1911-
1938) e foi um dos ícones do movimento
cangaceiro, sendo a primeira mulher a
participar do grupo, lutando bravamente.
LAMPIÃO;
"Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi
o cangaceiro de maior destaque. Seu apelido surgiu após um
tiroteio noturno com a polícia, no qual Virgulino disparou tantos
tiros que sua espingarda iluminou parte do ambiente, fazendo
uma analogia a um lampião. Esse homem nasceu no dia 7 de
julho de 1897, no sertão pernambucano, sendo um dos nove
filhos de um casal (Maria Lopes e José Ferreira da Silva) muito
pobre. Sua atuação no cangaço foi motivada pela situação
econômica, perda da propriedade da família, além do
assassinato do pai. Lampião liderou um bando que atuou no
sertão nordestino, confrontando coronéis, policiais e bandos
rivais. Perseguido, Lampião acabou sendo assassinado em
1938, na divisa entre os estados da Bahia e de Sergipe. Com a
sua morte, o cangaço perdeu força, no entanto, entrou para a
história como um movimento de revolta contra o descaso dos
órgãos públicos em relação ao sertão nordestino.
A CRISE E O FIM DO CANGAÇO;
Morte e exposição das cabeças do bando de
Lampião
Lampião e Maria Bonita foram brutalmente
assassinados numa emboscada preparada pelas
autoridades, na época governados por Getúlio
Vargas.
Tudo aconteceu quando o casal acampava na
Grota de Angicos, em Poço Redondo (Sergipe),
no dia 27 de julho de 1938.
Após a morte de Lampião, em 1938, no
Sergipe, por tropas do estado, cangaceiros
como Corisco e Zé Sereno houveram por
bem se entregar às forças do Estado Novo
varguista, em prol da absolvição dos
crimes e da anistia.
Cangaço na literatura
Existem diversos livros que falam sobre o cangaço no Brasil.
Alguns deles são:
• Apagando o Lampião ‒ Vida e Morte do Rei do Cangaço
– Frederico Pernambucano de Mello
• Maria Bonita ‒ Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço
– Adriana Negreiros
• Cangaços – Graciliano Ramos
• Lampião: As mulheres e o cangaço – Antônio Amaury Correa
de Araújo
• Lampião e o cangaço – Luiz Wanderley Torres
• O Cangaço – Antônio Carlos Oliveira
• O Cangaço no cinema brasileiro – Marcelo Dídimo
• Na trilha do cangaço: O sertão que Lampião pisou – Márcio
Vasconcelos
• Dadá: Bordando o cangaço – Lia Zatz
QUESTÃO 01. UFTM) Observe o cartaz, datado de 1930, no qual o
governo da Bahia oferece recompensa pela captura de Lampião.       
Sobre o cangaço, é correto afirmar que

A.Os chefes dos bandos apresentavam-se como líderes religiosos e


exploravam a boa-fé e as crenças dos sertanejos.
B.Os cangaceiros eram protegidos pelos habitantes do sertão, pois
roubavam dos ricos fazendeiros para ajudar pobres e necessitados.
C.Os bandos vendiam proteção para fazendeiros, com os quais construíam
alianças, e faziam-se respeitar pelo terror que impunham.
D.A prática de suborno impedia que as perseguições policiais tivessem
êxito, o que obrigou o governo federal a recorrer ao Exército.
E.A Igreja, com sua política de proteção aos desfavorecidos, foi uma
importante aliada do cangaço, pois acobertava membros dos bandos.
QUESTÃO 02. Uerj 2012) O cangaço representou uma manifestação
popular favorecida, basicamente, pela seguinte característica da
conjuntura social e política da época:

a) cidadania restringida pelo voto censitário

b) analfabetismo predominante nas áreas rurais

c) criminalidade oriunda das taxas de desemprego

d) hierarquização derivada da concentração fundiária


Para responder à questão, considere o texto abaixo.
A mentalidade sertaneja, de que há alguns traços que resistem ao tempo, foi captada magnificamente por Guimarães Rosa.
(...) Se há, na expressão dessa mentalidade, tantos aspectos medievais − alguns no sentido da sacralidade ou da honra,
outros simplesmente da ordem feudal −, há um aspecto que desmente o esquema: os jagunços não estão sujeitos à servidão,
ao trabalho servil da terra. São livres para trilhar as veredas.
(Fernando Correia Dias, “Aspectos sociológicos de Grande sertão: veredas”, in: Guimarães Rosa − Coleção Fortuna Crítica. Sel. de Eduardo de Faria Coutinho. Rio de janeiro: Civilização Brasileira/INL, 1983. p.
406)
 
O termo jagunço, ainda muito presente na cultura popular nordestina, era recorrente no vocabulário dos chamados
cangaceiros. Sobre o fenômeno do Cangaço, é correto afirmar que

A) se originou dos problemas sociais e das questões fundiárias do Nordeste brasileiro, perdurando de meados do século XIX
ao início do século XX, sempre marcado por ações violentas nas quais os cangaceiros roubavam dos ricos para ofertar aos
pobres.
B) se caracterizou fundamentalmente pela atuação de grupos armados que assaltavam fazendas, promoviam saques e
sequestros, seguindo a conveniência de uma política de alianças e negociações com os grandes “coronéis”, que não
raramente, contratavam os serviços dos cangaceiros.
C) foi um movimento social, marcado pela liderança carismática e messiânica de líderes como Lampião, Corisco,
Conselheiro e Maria Bonita, que combatiam o poder abusivo dos “coronéis” e tinham como objetivo libertar os sertanejos de
sua condição de semiescravos.
D) pode ser comparado ao atual narcotráfico, tão presente nos morros cariocas, uma vez que substituía o Estado, assumindo
o papel dos administradores e garantia à população nordestina qualidade mínima de vida, em termos de alimentação,
segurança e educação.
E) foi uma manifestação de banditismo social, uma vez que os cangaceiros agiam de forma desgovernada, não possuíam

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