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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

INTRODUÇÃO

E m se tratando de um trabalho dessa natureza, teria que fazer uma introdução; não somente de agradar os
leitores, mas procurar fazer certo o máximo possível. É óbvio que este texto é para quem gosta de ler com
boa vontade. Foi elaborado com muito amor e satisfação. É um conteúdo feito de acordo com o que está
escrito no miolo do livro.

Este trabalho foi elaborado com muita dedicação em se tratando do conteúdo para o livro Literatura e
Cultura. É um trabalho feito dentro de um processo cultural contando tudo que foi estudado e pensado para
associar no trabalho de natureza heterogênea, ou seja, com muitos assuntos colhidos de dados escritos em várias
fontes. Quem tiver a disposição de ler este livro, talvez vá gostar. Nas concepções dos leitores de acordo com os
seus níveis culturais não deixa de ser entendido com os seus conhecimentos.

Na realidade o conteúdo de um livro é muito complexo, por mais que seja uma obra simples, mas não deixa
de ser especial o trabalho. Todo serviço desse tipo é feito com muitas dificuldades, e elaborado com amor e boa
vontade. Esse conteúdo não deixa de ser uma felicidade para um autor de boa índole, na qualidade de um ser
humano de verdade; caráter, personalidade e temperamento.

No que diz respeito ao livro, é imprescindível uma boa descrição para o leitor em se tratando dessa obra. Essa
redação é feita com cuidado. Vale apenas ler esse memorável trabalho maravilhoso em se tratando do miolo do
livro, trabalho que se enquadra para construir o desenvolvimento da cidadania. Na realidade não é fácil para quem
é leigo fazer uma redação dessa natureza. Com certeza, a qual abrange muitos conteúdos de quaisquer fontes de
estudo no sentido de bons assuntos, ideias e raciocínio inserido no português. Tudo isso é claro e evidente em se
tratando dos leitores de níveis culturais do livro Literatura e Cultura. Nesse mesmo trabalho mencionam-se torturas
que houve com o grupo de Lampião que foi morto na grota de Angicos, 11 cabeças dos cangaceiros foram
decapitadas. Após as mortes horríveis com as piores ignorâncias, segundo a mídia, que ficou gravada nas mentes
das pessoas sofridas em todas as regiões repercutindo muitas maldades as pessoas de males e de boas índoles; não
tem sentido torturas dessa natureza.

Falando também nos três reinos: vegetal, animal e mineral, inclusive os biomas no sentido das matas, e
faunas. Tudo isso é um conjunto de elementos existente no planeta terra composto de todo esses fenômenos úteis
para om a humanidade. Não se podem esquecer as árvores de grandes e pequenos portes. Madeira de lei; matéria-
prima que é direcionada para móveis úteis de qualidade ótima de acordo com os planejamentos de móveis especiais
e do tipo genuínas.

Fala-se em poesias no conteúdo do livro, as quais feitas com muito amor e dedicação por autor de formação
comprovada como já supracitada.

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LAMPIÃO E OS PROBLEMAS SOCIAIS DO NORDESTE

Entre o final do século XIX e o começo do século XX quando iniciou a


República, surgiram no nordeste brasileiro grupos de homens armados com amas
de cangaceiros atacando fazendas, cidades e povoados; sequestrando e pedindo
resgate. A maior tragédia de tudo isso era causada pelas piores condições sociais
em que se encontrava a região Nordeste. Terra e rendas pertenciam aos ricos
fazendeiros. Uma minoria com tudo em suas mãos, e a maioria da população sem
nada, vivendo na extrema miséria, causando sofrimentos.

Era conhecido como um problema social armado conhecido também


como bandoleiro aterrorizando a população sertaneja; por onde passava mandava
em tudo. Massacrando todo aquele que não cumprisse suas ordens. Quando
combinasse com as suas atitudes seriam protegidos, não sofrendo nenhum tipo de
represália, fazendo com que os cangaceiros até mesmo fossem respeitados por
uma parte dos habitantes dessa região na época. Nas suas fugas enfrentavam
vegetações espinhosas próprias das caatingas. Faziam uso de roupas e chapéu de
couro para se protegerem. Além disso, tinham grandes conhecimentos sobre a
região do Nordeste. Eles sabiam onde se encontravam reservatórios de água e a qualidade do solo, ou seja, terreno
que tivesse o mais difícil acesso para seus esconderijos quando fugiam dos conflitos perigosos.

Os cangaceiros não tinham moradas fixas, viviam pouco tempo em uma localidade, logo então seguindo
para outra. Nas suas andanças passavam por vilas e cidades pedindo auxílio aos moradores. Quando não eram
atendidos, os quais ficavam agressivos praticando muitas maldades para com os adversários.

MORTE DE LAMPIÃO E O FINAL DA SUA TRAJETÓRIA

Eram grupos de cangaceiros daquela época, e o que mais se destacou na história foi o de Virgulino Ferreira
da Silva, “Lampião”, o rei do cangaço, segundo a história.

No ano de mil novecentos e vinte, até a década de trinta, o bando de lampião apavorou a maior parte dos habitantes
do sertão nordestino, principalmente nos municípios invadidos pelos quais com quase toda população da cidade
fugia para o mato com medo dos cangaceiros.

Passaram 68 anos da morte de Lampião, o mais famoso dos cangaceiros de todos os tempos comandando o
banditismo em todo interior do nordeste. Atualmente seu nome e sua fama permanecem ainda na história como rei
do cangaço. Esse acontecimento continua e continuará na memória do povo nordestino e em todo o Brasil
transpondo fronteiras muito além em outros países do exterior; não como herói, mas como bandido.

Aos vinte e oito de julho de mil e novecentos na fazenda Angicos território sergipanos na localidade de Poço
Redondo às 06h30min da manhã, a polícia alagoana chegara de surpresa no acampamento na grota de Angicos
atirando sem piedade contra os malfeitores. Lampião foi o primeiro a tombar sem vida. Foram mortos nessa
emboscada 11 cangaceiros. Em primeiro lugar foi Maria Bonita mulher de Lampião; o capitão como era conhecido.
Foi mais um final de trajetória e de uma vida bastante criminosa do maior bandoleiro e dos subordinados. Esse
acontecimento deixou um pânico na população de sete estados da região do Nordeste nas primeiras décadas do
século vinte que abalou todo povo nordestino.

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OS CORONÉIS FAZENDEIROS E LATIFUNDIÁRIOS

Os coronéis latifundiários em toda região Nordeste possuíam bonitas fazendas. Existiam muitas terras
dominadas por uma minoria. Uma terça parte ou mais da população vivia na miséria, subordinada e massacrada
pelos senhores fazendeiros. Não existiam leis. A justiça era feita por eles mesmos. Mandavam e desmandavam. A
polícia agia com muita brutalidade e violência por ordem dos coronéis. Ninguém sabia quem eram os mais
desordeiros, os bandidos ou os policiais.

Naquele tempo, a família do capitão Virgulino foi vítima por uma terrível tragédia. Esse conflito acabou
com a vida do cangaceiro. Mataram o seu pai, sua mãe e mais os seus dois irmãos. Todos foram mortos pelos seus
adversários que eram das famílias Nogueira e Saturnino; foi horrível na época dessas tragédias.

Virgulino Ferreira e seus irmãos eram pessoas pacíficas. Transformaram-se em malfeitores por motivo da
morte dos seus pais. O motivo desse acontecimento obrigou Lampião entrar no cangaço com uma alternativa para
se vingar dos seus opressores e das mortes de seus familiares.

SESSENTA E OITO ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO

Na grota, mesmo no fundo, mostra o que aconteceu em


Angicos em 28 de julho de 1938 chegava o final da linha de sua
vida; o indivíduo mais polêmico da história do cangaço.. Existem
comentários de que Lampião foi morto com os seus companheiros
ou comparsas. Há muitas conversas, discursão e debate sobre o seu
reinado no sertão nordestino. Existe informação oficial afirmando o
morticínio em Angicos pelos policiais de Alagoas. Existem também
rumores de envenenamento de uma grande parte que se encontrava
no triste ambiente de Angicos.

Boato oficial que Lampião e seus companheiros permanecendo provisoriamente na fazenda Angicos no
estado de Alagoas município de Poço Redondo foram infelizes. Nesse local foram tragicamente surpreendidos por
volta das 05h30min no horário matutino pelas forças policiais de Alagoas. Encontrava-se no comando Pedro de
Cândida. Nesse momento terrível não houve nenhuma reação por parte das vítimas sofredoras de uma forma
terrível. Mataram na emboscada: primeiro Lampião. Nessa tragédia ceifaram as vidas de 11 companheiros.
Concluindo o trabalho procuraram todos os pertences de valores que havia no poder das vítimas, inclusive
dinheiro, tudo realizado pela volante policial.

O presidente Getúlio Vargas por permitir a existência de Lampião sofreu ataques dos seus adversários na
época. Foi aí que o interventor de Alagoas Osmar Loureiro toma sérias medidas no sentido de acabar com o
cangaço. Em seguida instalou um posto militar trazendo a cabeça de um cangaceiro.

Ao retornar a cidade de Piranhas, as autoridades de Alagoas determinaram a exposição das 11 cabeças na


escadaria da prefeitura. Essa exibição ainda foi para Santana de Ipanema, e logo após para Maceió para mostrar ao
público o terrível acontecimento de acordo com os seus planos maléficos.

A morte de Lampião e o falso final do cangaceiro no nordeste foram ameaças arrogantes, e muitos assuntos
políticos naquela época houve.

LOCALIZAÇÃO

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O local onde se encontrava Lampião com os seus companheiros foi ao lado direito do Rio São Francisco no estado
de Sergipe no município de Poço Redondo. A grota de Angicos situada a 1 km para beira do rio e obviamente
beneficiou ao péssimo acontecimento, ou seja, o conflito da polícia alagoana. O recinto ocupado e pequeno que
durou pouco tempo; na época estava seco e havia muita areia, servindo de um ótimo piso para os cangaceiros que
estavam embaixo da grota acampados.

DE VIRGULINO A LAMPIÃO

Esse polêmico mito, Virgulo Ferreira da Silva, nascido no município de Serra Talhada em Pernambuco que
teve muitas atividades. Ele foi vaqueiro; trabalhou também com animais conduzindo mercadorias nas costas dos
mesmos; dedicou-se também na poesia. Foi músico, operário, ator e compositor. No governo de Getúlio Vargas
assumiu até posto policial como cidadão de patente; lutou até contra a Coluna Prestes de que ele não gostava.

A influência de Lampião foi como de qualquer outro menino nascido no sertão nordestino. O seu estudo era
pouco, mas trabalhou muito desde cedo. Ainda muito jovem ganhou de seu tio um livro da biografia de Napoleão
Bonaparte. Esse livro talvez o incentivasse instruindo o seu destino e tendência para alguma coisa. No livro havia
varias novidades no seu chapéu em forma de meia lua.

Virgulino quando muito jovem andou em várias partes do nordeste, de Mossoró ao Cariri, exercendo a
função de comerciante. Ele percorria muitos lugares; sítios e fazendas da região. Vendia várias qualidades de
mercadorias úteis para o povo do sertão nordestino. Especialmente bugiganga, tecidos e artigos de couro. Quando
estava com idade de 19 anos trabalhou para Delmiro Gouveia. Nessa época transportava para o qual, algodão e
couro de bode para a fábrica de pedra. Atualmente esse nome de pedra passou a ser município fundado por esse
empresário.

Naquela época as estradas eram péssimas, e os automóveis ainda mais difíceis para a realidade brasileira no
início do século XX, até porque o sistema de transporte era realizado através de animais, e para chegar aos
comerciantes teria que ser transportadas essas mercadorias em burros. Em razão dessa atividade foi que Lampião
teve oportunidade de conhecer bem melhor o sertão nordestino. A sua adolescência foi o ponto básico e essencial
para a sua missão. Poucos tiveram esse acesso na adolescência que foi especialmente fundamental. Assim durou
mais ou menos vinte anos comandando o cangaço.

O QUE MUDOU

O cangaço foi um acontecimento socialmente importante para o povo sofrido, massacrado e explorado do
sertão nordestino brasileiro. Existem comentários registrados e datados do século XIX que esses desajustes sociais
existiram e talvez ainda permaneçam por mais de dois séculos. Realmente o cangaço surgiu por haver falta de
interesse do poder público com excesso de erros acontecidos pelos coronéis e policiais com ajuda do governo no
sentido de mais apoio.

Sempre foi desigual o tratamento e respeito da região litoral com o sertão nordestino. O fenômeno climático
da seca foi sempre útil concedendo margens de lucros para os mais abastados da região sofrida do Nordeste ou de
qualquer região de acordo com os acontecimentos.

O fenômeno social do cangaço era no sentido de fazer afronta a população menos esclarecida, e sem poder
aquisitivo eficiente. Os poderosos se aproveitavam do território prevendo vantagem de lucros e influência política
ilícita prejudicando os mais necessitados.

Autoridades do governo eram omissas, jamais deram condições necessárias com infraestrutura para o
desenvolvimento econômico e social ao camponês. O estado tinha o direito e deveres de auxiliar com educação,
saúde, moradia e emprego ao seu povo. Essas ações de benefícios se tornaram uma miséria de sobrevivência nos

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dias atuais da época que era péssima. Havia a única mão de ferro do poder público que era a força policial agindo
somente os interesses do estado transmitindo medo aos mais pobres, ou seja, sem nenhum poder aquisitivo.

Os coronéis na época do cangaço dominava o sertão. Até pouco tempo atrás ainda existiam essas atividades
que predominavam em relação aos direitos básicos da população. A economia no sertão era abastecida pela criação
da pecuária em se tratando do fornecimento de carne para os engenhos de açúcar em todos os setores do Brasil.

Depois de 68 anos da vida de Lampião, os costumes e a realidade do sertão nordestino não mudaram quase
nada. O cangaço foi chegando ao fim, mas surgiram os perigosos matadores de aluguéis na beira da estrada. Os
coronéis de antigamente como ainda existem em outras gerações espalhadas, e penetrando nos poderes dos países
usufruindo dos direitos especiais dos quais eram os seus objetivos.

O problema climático ainda sacrifica milhões de trabalhadores sertanejos tratados de formas assistenciais
idênticas, e arcaicas. A corrupção continua do mesmo jeito. Mudaram as pessoas e as pequenas placas de metais,
mas as moedas ainda existem.

Virgulino Ferreira nasceu no povoado passagem das pedras em Serra Talhada na cidade pernambucana. Ele
era de alta estatura, e cego da visão do olho direito. Cabelos encrespados caídos nos ombros e braços robustos;
eram os seus traços característicos. Comandando sua cabroeira e invadindo propriedades. O ponto alvo eram as
cidades; aonde iam passando faziam medo ao povo.

Os bandoleiros roubavam joias e outros objetos valorosos, inclusive até animais. Esses elementos ficavam
com a maior parte dos furtos, e os que sobravam eram divididos com os pobres daquela localidade. Dessa forma
Lampião conseguia ser apoiado pelas comunidades aonde aquele povo vinha ser o seu grande aliado; segundo
Amaury, um grande pesquisador da historia do cangaço. O mesmo relatando toda formação do banditismo. Já pelo
final do século dezoito e meado do século dezenove quando o nordeste foi alvo da fúria dos cangaceiros. Até os
dias atuais não se sabe se esses homens eram mesmo bandidos ou injustiçados sem esperança de melhoras. Eram
massacrados pelos poderosos e perversos coronéis daquela época; só havia mesmo vingança como solução contra
seus inimigos. Revoltados aderiram ao cangaço; talvez por vontade própria, mas forçados abandonaram as lutas
armadas. Naquele tempo as volantes policiais e os cangaceiros não havia diferenças. A população aterrorizada não
saberia a quem recorrer.

A região Nordeste sempre foi desprestigiada. É o caso do sertão em razão da litorânea onde a maioria das
cidades foi instalada no litoral num sentido de que essa região fosse mais desenvolvida. É o caso do sertão em se
tratando dessa litorânea onde boa parte das cidades foi montada nas margens do rio no sentido de que essa região
fosse evoluída. Essa parte sertaneja ficava bastante esquecida pelos governantes. Até no período atual vem se
repetindo o mesmo drama. As autoridades para com os sertanejos não ofereciam condições de desenvolvimento
para com os trabalhadores.

Os fazendeiros eram os homens que tinham grandes chances; conhecidos como os chefes dos poderes. A
pobreza vivia subordinada; além disso, abandonada pelos poderes públicos. Foi aí que surgiu o cangaço. Grupos
armados conhecidos como cangaceiros praticando todo tipo de maldade: roubando, matando e assaltando. Eles
preferiam os mais abastados e de muitos prestígios. Esse grupo tinha como principal personagem Virgulino
Ferreira da Silva, “Lampião” que dirigiu muitos anos o cangaço como o maior terror do povo nordestino, segundo
a história do cangaço.

Vera Ferreira, jornalista e pesquisadora, neta de Lampião e Maria Bonita, diz que Lampião não foi tão
desordeiro como informa a mídia. Certos jornalistas escreveram a respeito de seu comportamento. Naquele tempo
o que houve foi muitas injustiças com os menos favorecidos; foi o que aconteceu na época.

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Em 1926 com a vinda de Lampião ao Juazeiro do Norte/CE; surpreendeu ao povo dessa época que era
considerado pelo seu prestígio como um grande político da região, e contemplado com uma patente de capitão do
batalhão patriótico. Ele ficou no comando dessa instituição com seu grupo para combater um adversário muito
temível e odiado pelos coronéis. “A Coluna Prestes” que nessa época se encontrava circulando pelo território onde
o bando ainda travava algumas lutas com a caravana da esperança de Luís Carlos Prestes

Em 1927 decepcionado devido a grande derrota em Mossoró – Rio Grande do Norte, Lampião fugiu
cruzando o Rio São Francisco para se refugiar na Bahia no raso da Catarina por ser um difícil acesso ficaria melhor
para o refúgio dos cangaceiros. Lampião apesar de ter sido um dos maiores bandoleiros, mas era religioso e
acreditava em rezas, e em outras crenças que o protegiam das balas. Era bastante inteligente. Muito admirado até
pelos seus opositores. Utilizava várias artimanhas conquistando o povo e fazendo amizade. Ele subordinava os
chefes policiais com dinheiro para fugir do cerco quando o momento era necessário. Nessa oportunidade, ele era
perverso, não deixaria por menos de jeito nenhum; procurava sacrificar de qualquer forma a quem não o atendesse
no sentido de melhorar sua situação.

INÍCIO DO CANGAÇO

Desde a metade do século 18 já havia cangaço. Na época existia um homem por nome de José Gomes,
conhecido por cabeleira, causando muito medo aos sertanejos. Nascia Lampião há quase 130 anos. Após a morte
de seu pai em 1920, Lampião com mais dois irmãos optaram para se engajar no bando de cangaceiros do senhor
Pereira. Rigorosamente perseguido pela policia. O senhor Pereira resolveu sair do nordeste e deixou o jovem
Virgulino Ferreira com 24 anos comandando o grupo. Era o início do lendário Lampião. Aos 18 anos no cangaço
um homem de personalidade forte e temido entre todos, mas trouxeram riquezas para Lampião comandante do
cangaço.

Lutas populares aconteceram em Canudos pelo beato Antônio Conselheiro. Foram contestados tantos outros
que ocorreram com maior foco de resistência e energia física no nordeste, essa região escassa de chuva e
sacrificada. Por onde passava o comentário se ouvia as proezas de Lampião. As dificuldades de vida do povo eram
horríveis, a falta de esperança, mesmo que houvesse incentivos para tantos que começassem a surgir os
cangaceiros.

Com certeza, o cangaço foi um fenômeno social que existiu no nordeste entre os séculos XIX e XX
caracterizado pelo surgimento de grupos de homens perversos e armados que promoviam ações de banditismo por
onde passavam. O agrupamento desse grupo tinha relação com a pobreza; falta de assistência estatal e violência
que acabava com toda tranquilidade da sociedade em geral. Era somente falsidade que existia com o povo pobre.

MARIA BONITA

O líder do cangaço com suas caminhadas e fugas por motivo das perseguições foi para o Raso da Caarina no
Estado da Bahia, uma região muito escassa de chuva que se tornou caatinga braba de um sertão muito difícil das
coisas de primeiras necessidades e essenciais para o ser humano. Um lugar que não oferecia vida abundante para
ninguém viver de jeito nenhum.

Chegou ao povoado de Santa Brígida onde Maria Bonita vivia. A primeira mulher a se engajar no cangaço.
Essa iniciativa abriu espaço para outras mulheres no sentido de aceitação para que outras fossem aceitas no bando,
E outros casais surgiram como Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila. Nem uma mulher foi tão importante para
Lampião de que Maria Bonita. Dessa união tiveram uma filha, a qual foi batizada por nome de Expedita Ferreira,
filha única do lendário casal. Logo que nasceu foi entregue a um casal que já tinha 11 filhos.

HISTÓRIA OU ESTÓRIA

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Segundo consta a história ou estória que certa noite os cangaceiros pararam para comer e repousar um pouco num
simples casebre. Um dos subordinados do bando de Lampião desejou jantar carne. Encontrou-se com uma velhinha
proprietária de uma singela residência. A pobre senhora contava 80 anos de idade. Ela havia preparado um
gostosinho de galinha para o grupo. Um sujeito astucioso com a sua estratagema pegou uma criação, ou seja, uma
cabra ceifada nos braços e disse: Senhora! Matei esta cabra, pode cozinhar para nós comermos? A velhinha
respondeu chorando e dizendo: essa cabrinha eu tirava o leite todo dia para os meus três netinhos. Lampião ficou
indignado com a atitude do sujeito. Sem pestanejar fixou os olhos no prato e ordenou a um de seus homens: “pague
a cabra da mulher”. Um dos cabras ficou contrariado e jogou uma moeda na mesa e disse: isso pra mim não passa
de uma esmola. Lampião rapidamente disse que já tinha pagado. Lampião zangou-se mandou que o cabra pagasse
a cabra. O cabra entendeu que Lampião se expressou como uma piada. Lampião não gostava de piada. Ele era
perverso, mas os negócios dele eram muito corretos de acordo com os seus planos de cangaceiro. O que ele dizia,
teria que ser cumprido rigorosamente.

A PERSEGUIÇÃO E MORTE

No ano de 1938, 28 de julho terminou a vida do mais popular cangaceiro do nordeste. Virgulino Ferreira da
Silva que teve sua vida ceifada na grota do Angicos no interior de Sergipe. Por motivo de suas astúcias morreu de
uma forma terrível. Até o presente é conhecido por rei do cangaço. 48 soldados da polícia militar de Alagoas
abriram fogo contra o bando de 35 cangaceiros na grota dos Angicos na beira do rio São Francisco. Depois de uma
longa noite de emboscada foi pego inesperadamente; os bandidos não tiveram nenhuma chance. Entre os mortos: o
mais assustado foi Lampião, o cangaceiro que amedrontou o sertão por onde andou. Foi uma vida longa, oito anos
de perseguição pela caatinga, até que findou todas as proezas com a morte do homem mais temido da época. No
momento da tragédia foi surpreendido também porque encontraram 5 quilos de ouro e uma quantia em dinheiro no
valor calculado em 600 mil reais. Com essa tragédia foi decretado o fim do cangaço em se tratando da ferrenha
perseguição para com Lampião e seu grupo perverso.

LAMPIÃO VISTO POR VIRGULINO

Na oportunidade de uma visita feita ao padre Cicero Romão em Juazeiro do Norte em 1926 houve uma
palestra com o médico do Crato Dr. Otacílio Macedo. Essa entrevista foi muito gratificante e útil para a cultura
popular, inclusive José Anderson do Nascimento que reeditou a entrevista como um trabalho importante para o
estudo e conhecimento do fenômeno do cangaço, sendo apenas apresentadas neste texto algumas partes mais
especiais numa linguagem fácil para a compreensão dos leitores.

Observe que foi colhida uma conversa com Lampião, perguntado: Qual é a sua idade? Ele respondeu: -
Tenho 27 anos. - Quanto tempo permanece nessa luta? – Desde 1919 quando me juntei ao grupo do senhor Pereira.
– Não deseja abandonar essa profissão? – pretende passar a vida toda no mesmo trabalho? – talvez sim! Em todo
caso preciso trabalhar ainda uns três anos. Tenho uns amigos e faço plano de visita-los, o que ainda não chegou
essa oportunidade. - Depois que passar essa fase qual profissão enfrentaria? – Talvez na área do comércio. – Não
lhe causa comoção em extorquir dinheiro através de violência nas propriedades alheias? Lampião respondeu que
não fazia isso. – Quando necessito de dinheiro mando pedir aos conhecidos por quem deposito estreitas amizades
e considerações. Nesse momento de conversa aproximou-se o primeiro Tenente do Batalhão patriótico da cidade de
Juazeiro convocando Lampião para um particular. Quando retornou comunicou ao famigerado. Só continuo com a
ordem do meu superior. (sici) - E quem é o seu superior?!! Está certíssimo...

Após algumas horas com a presença de Lampião que já se encontrava na casa do historiador João Mendes
de Oliveira, uma grande quantidade de gente que já se encontrava lá. Tiveram acesso pelo um portão de ferro.
Lampião foi se encontrar com o pessoal, falando: - Vamos nos dirigir ao pavimento onde iremos tratar ideias e
iniciativas necessárias.

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Através de uma escadaria de pedra tivemos acesso ao sótão. Nesse local havia mais segurança; uns quarenta
homens de Lampião lá estavam. Uns se encontravam tranquilos nas redes e, outros conversando, outros
descansando, porém todos aptos para lutar imediatamente, armados e muito bem municiados.

Pediram um autógrafo ao Lampião. Ele disse que sim, mas a caneta saiu à tinta com muita dificuldade.
Jamais perguntou o que era o assunto. Ditaram então para ele. Lampião então escreveu com firmeza, mesmo com
letras não legíveis. “Juazeiro, 06 de março de 1926” ... Para: o coronel... Lembrança de Virgulino Ferreira da silva,
vulgo Lampião que sempre foi o seu pseudônimo.

Os outros facínoras observavam com aspecto de quem não estavam gostando. Ao lado havia uma proteção
como cão de guarda protegendo o homem de confiança de Lampião, “Sabino Gomes” seu lugar-tenente e mal-
humorado como era; o mau humor não deixa de ser desagradável.

Houve uma conversa com os rapazes no que diz respeito aos nomes dos mesmos com letras legíveis. Com
esse procedimento com os rapazes no que diz respeito à publicação nos jornais com letras redondas... Não
gostaram dessa afirmativa, uns até gozaram o efeito dela como quem não gostaram do assunto.

Foi feito ao Lampião o pedido para registrar os nomes desses homens de suas confianças. Para não haver
injustiça com os demais companheiros; já que todos merecem igual confiança, segundo disse lampião: poderia
escrever os nomes dos parceiros que passaram mais tempo com ele.

Escreveu: 1- Luiz Pedro; 2- Juriti; 3 – Chumbinho; 4 – nevoeiro; 5 – Vicente; 6 – jurema. E o estado maior:
1- Eu, Virgulino Ferreira; 2 – Antônio Ferreira; 3 – Sabino Gomes. Passada a lista para nossas mãos fizemos as
chamadas dos cabecilhas: fulano, ciclanos, etc....

Chegando a vez de Chumbinho, um rapaz muito jovem foi considerado por Lampião e colocado na lista dos
melhores cangaceiros... Uma lembrança é muito importante, e assim Chumbinho usou de elogios. Com aspecto de
humildade tirou da cartucheira uma bala e os ofereceu como lembrança.

Caso não havendo vantagem com o policiamento, quem seria substituído como chefe do grupo? – O irmão
Antônio Ferreira ou Sabino Gomes que se apresentavam. Segundo os jornais noticiaram ultimamente que o tenente
Optado de Pernambuco havia se incluído em luta. Surgindo a notícia oficialmente da morte de Lampião. Nunca
houve oportunidade de se encontrar conosco. O tenente é um medroso, o qual nunca procurou se encontrar com o
grupo inimigo. Ceifamos alguns policiais que se apresentavam mais destemidos do seu bando, na realidade
aconteceu.

O coronel João Nunes comandante geral de Pernambuco que também já esteve no seu encalço? Ah, esse é
muito fraco, pior do que os outros... Nessa oportunidade aproximou-se uma romeira (devota do Pe. Cícero Romão),
levando um simples presente para Lampião. Um pequeno ”registro” e um crucifixo cobreado identificando a ouro,
não genuíno, e sim ordinário. A velhinha aproximou-se de Lampião e disse: está aqui um presente para vossemecê.

– Que importância já distribuiu com o povo de Juazeiro? – Mais de um conto de réis. Lampião nessa
entrevista não negou a falar alguns pontos de sua vida. Chamo-me de Virgulino Ferreira da Silva, de uma humilde
família Ferreira do Riacho de São Domingos, município de Vila Bela. Meu pai sempre constantemente perseguido
pela família Nogueira e Zé Saturnino nossos vizinhos. Resolveu se retirar para o município de Água Branca no
estado de Alagoas, mas não resolveu o problema; a perseguição continuou. Em Água Branca, meu pai José Ferreira
foi Barbaramente assassinado pelas famílias Nogueira e Saturnino no ano de 1917. Não confiando na Justiça
porque a mesma tinha apoiado grandes poderes. Virgulino resolveu fazer justiça com suas próprias mãos vingando
a morte do seu progenitor. Lampião não perdeu tempo procurando a luta. Escolheu gente das famílias inimigas
para matar, e efetivamente conseguiu acabar com tantas perseguições entre ambos.

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Em se tratando do grupo que pertenceu... Já pertenci ao grupo do senhor Pereira a quem acompanhei
durante dois anos. Diz Lampião que ficou bem prático no grupo do chefe, um amigo batalhador e leal; se ele
voltasse ao cangaço iria atuar como soldado no cangaço para lutar também com ele. Em se tratando das suas
andanças nos meios das perseguições o tenho andado nos sertões de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e uma mínima
parte do Ceará.

Com os policiais desses estados tenho entrado em vários combates. A polícia de Pernambuco era uma
polícia valente, e muito problema tem causado para o comandante. A da Paraíba era uma polícia covarde, tímida,
atrevida e desaforada na época do cangaço. Atualmente existe um contingente de força pernambucana de Nazaré
praticando as maiores violências igual à força paraibana na época.

Com referência aos seus coiteiros, Lampião esclareceu: - Não tenho tido próprios protetores. A família
Ferreira e Pajeú têm me apoiado; não totalmente, mas na hora que se fazia necessária das necessidades. Sempre por
onde andava encontrava amigos que me prestavam atenção quando perseguido pelos homens do governo. – Se não
houvesse necessidade de arranjar meios para sobrevivência dos meus companheiros poderiam me ausentar por
tempo indeterminado no sentido de não ser descoberto pelas forças de perseguições. – De todos meus amigos,
somente um me enganou lastimavelmente. Esse foi um homem sem qualidade de ser humano, chefe político de
princesa, o coronel Ferreira Lima. Diz Lampião: a quem prestei muitos favores.

Em se tratando como sustentáculo do grupo: - consigo a manutenção financeira do meu pessoal pedindo
recursos aos ricos e tomando com força estúpida daqueles que miseravelmente se negavam prestar-me auxílio
quando eu precisava. Tudo o que tenho adquirido na vida de cangaceiro não chega para cobrir as despesas com o
material humano e outras despesas com aquisição de compras de armas.

- Tenho despesas com as vítimas feridas em combates. Essa carência necessita de dinheiro, como também
manter toda manutenção do grupo. Nessa parte tem que ter todas as reservas para o movimento permanente. Em se
tratado de
vítimas precisa de condições financeiras suficientes.

Condições de saber o número de combates são difíceis, segundo ele no seu conhecimento tomou parte de
duzentos com sua arma adestrada e certeira do seu rifle. Lembra-se de que em luta ceifou as vidas de civis, além de
três policiais, um de Pernambuco e dois da Paraíba. Sargento, cabos e soldados. É impossível se lembrar do
número de vítimas que mataram nesse horrível cangaço.

Sobre as perseguições e fugas ficaram evidentes. -- Tenho conseguido escapar de horrível emboscada
movida pelos governos. Vendo que não conseguiria resistir os confrontos, procurei então me retirar. Virgulino: -
Confio no meu potencial, mas a desconfiança me reserva no sentido de que facilmente pegarão com facilidade. Sou
contemplado por bons amigos por toda parte, e estou sempre avisado do movimento das resistências. –Tenho
sempre bons serviços de investigações a meu favor. Certo que tenho produzido desacertos para com os que me
perseguem, e não faço retaliação aos inimigos.

O meu objetivo é respeitar as famílias por mais humildes que sejam. Se alguns componente do meu grupo
desrespeitar uma mulher ou quem quer que seja, os punirei com severos castigos. Interrogaram-me se tenho planos
de deixar essa vida perigosa. Em resposta digo que não, até porque estou adaptado na qual com esse regime. Não
há condições para isso, porque os inimigos não se esquecem de mim... Por isso eu não posso e nem devo deixá-los
em paz. Poderia ir para bem longe, mas não vou me ausentar para distante porque não quero ser covarde. Gosto
muito das camadas sociais e conservadoras. Tenho muito respeito pelos agricultores, fazendeiros e comerciantes
por serem cidadãos trabalhadores. Sou católico e tenho muito respeito pelos padres.

Os telegrafistas são meus amigos, uma parte deles já tem me afastado de muitos perigos. Prezo muito os
Juízes porque são homens da lei, e não matam ninguém. Não gosto de jeito nenhum da classe baixa da polícia, ou

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

seja, soldados, certo de que essa classe desempenha o seu papel, só persegue pelo motivo do cumprimento do seu
dever e pela hierarquia; são mandados e subordinados.

Em se tratando da pergunta sobre o cangaceiro mais valente da região Nordeste, segundo Lampião... “O
cangaceiro mais valente do nordeste foi o senhor Pereira. Depois dele, Luiz Padre”. Penso que Antônio Silvino não
passa de um pusilânime porque se rendeu ao governo em consequência de pequeno ferimento. Já recebi ferimentos
gravíssimos, e nem por isso me rendi à prisão. Conheci muito José Inácio de Barros, era um cidadão de planos e o
maior protetor dos cangaceiros do nordeste. Ele vivia muito feliz. Em combate, contou que já recebeu quatro
ferimentos graves. Dentre estes, um foi na cabeça que escapou por um milagre. Disse ele: os meus companheiros
também têm sofridos ferimentos. Possuímos, porém, no grupo aqueles exclusivamente habilitados para tratar dos
ferimentos. Apesar de viver na situação constantemente em luta, mas estou bem sadio e forte. Raramente aparece
reumatismo. De acordo com o meu desejo foi sempre de andar com muita gente no grupo, e precisaria de dinheiro
para compra de armamentos para manutenção do bando, roupa e alimentação etc. Acompanhado comigo quarenta e
nove homens, todos têm que ser bem cuidados, bem armados e municiados. Todos os custos com esse pessoal
saem de minha responsabilidade. O meu grupo sempre foi de quinze a cinquenta homens; não era tão pequeno.

O meu profundo respeito para com o padre Cícero que foi especial, ótimo e coerente. O estado do Ceará
sempre há motivo para eu manter o meu respeito para com ele. Em primeiro lugar não tenho inimigo que abale a
minha honra de cidadão, segundo porque é o berço da civilização do padre Cícero, e por ele deposito o maior
respeito. Ele foi protetor dos humildes e infelizes. Acima de tudo isso, não é de hoje que ele protege minhas irmãs
residentes em Juazeiro, as quais têm sido muito bem tratadas por esse amável reverendo. Disse Lampião que ainda
não conhecia pessoalmente o padre Cícero, sendo pela primeira vez que vinha ao Juazeiro.

Tive uma luta com os revoltosos da Coluna Prestes entre São Miguel e Alto de areias. Sabendo que eles
passavam por ali, sendo eu um legalista, mas fui atacado no sentido de atritos. Houve resistência de tiros e, depois
muita luta com 18 companheiros, fui obrigado a me retirar deixando muitos inimigos lesionados.

Visitando o estado do Ceará, passando no Cariri, o meu objetivo era de colaborar com os meus trabalhos ao
chefe da nação. Tenho em vista o plano de me associar ao poder Patriótico de Juazeiro, e com ele oferecer
combates aos rebeldes. Tenho chegado ao conhecimento que o poder legalizado não tem ideias estratégicas, daí
viria o mau resultado das lutas atingindo algo ao contrário. Se acontecesse tudo conforme as minhas atividades
tudo de positivo poderia dar certo no futuro. Apesar de tantos planos de Lampião, mas o sucesso era incerteza na
época. Lampião sempre dizia que jamais pensaria em abandonar o cangaço; não saberia quando, mas fazia planos
de passar ainda uns três anos: expressões repetidas por muitas vezes. Talvez ainda me torne um comerciante.
Terminada a entrevista concedida pelo rei do cangaço em Juazeiro. Na despedida Lampião nos acompanhou até a
porta. Pediu nosso cartão de visita e disse: - Espero contar com os “votos” dos senhores em todo tempo! Lampião
rei do cangaço não viveu o tempo certo de sua vida no sentido de ver todos seus
planos concretizados, mas não deu certo de jeito nenhum como se estava
pensando no caso.

Na realidade não poderia viver mais tempo na vida em que vivia com
tantas maldades e perseguições dos seus inimigos procurando tirar-lhe a vida de
qualquer forma.

O CANGACEIRO

Lampião liderou um grupo de cangaceiros fiel, corajoso, e extremamente cruel.


Corisco era um deles, e muito perverso, que no início pertenceu ao bando de
Lampião. Depois da morte do seu pai, ele passou a ser o seu sucessor.

LAMPIÃO E MARIA BONITA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Lampião teve uma vida complicada. Quando mataram o seu pai, Lampião era ainda adolescente. Numa
perseguição policial pelo alagoano José Lucena Maranhão, quando uma parte do destacamento policial procurava
Virgulino, Livino e Antônio, os quais já eram entrosados no crime. Os policiais os levaram de modo definitivo para
assumir os compromissos de bandidos, e na época de 1916 se juntaram a um bando de cangaceiros comandado por
um primo seu, Sebastião Pereira, conhecido por “senhor Pereira”. Em 1919 comandava um grupo, e seu conceito
foi difundido por todo o país. Era um personagem de “literatura de cordel” que era exibido como um grande herói,
mas incivilizado. Os comentários de suas proezas contra os policiais chegaram aos ouvidos dos mesmos que
patrocinaram uma caçada para persegui-lo e matá-lo.

Muitos coronéis sem patente apoiava os malfeitores de Lampião oferecendo armas com munições no
sentido de apoiar suas terras. Os cangaceiros em troca de alguma coisa no sentido de segurança, e na luta contra
inimigos, também como participação no butim dos saques. Lampião depois de sua morte tornou-se “um lendário”;
também a falsa noção marxista (Karl Marx). Isso era uma comparação.

Na época falam dos cangaceiros como (“partisans”, ou seja, guerrilheiros que combatiam as injustiças
sociais no sertão que tirava dos ricos para dar aos pobres). A mídia diz que Lampião parece ter sido apenas um
bandido comum, cruel e sanguinário, capaz das piores perversidades desumanas contra as populações rurais do
nordeste que sempre viveu em conluio com os latifundiários. Ele sempre foi vaidoso. Tinha perfume francês,
roupas sofisticadas, chapéu grande e muito bem enfeitado com moedas de prata. Ele fazia suas próprias alpercatas,
bornais e cartucheiras feitas de couro que ficavam das melhores qualidades.

Lampião era um assassino frio e violento com os ricos poderosos. Ele tinha uma prática com arma branca
que não se preocupava de ver as suas vítimas sangrando, agonizando até a morte. Não se importava com os
sofrimentos das pessoas. Mães vendo os sofrimentos de seus filhos, maridos com suas esposas, e outros tantos
sofrendo perversidades com tanto sofrimento nessas torturas horríveis, sem piedade e sem dó.

Mataram com muitas crueldades: mulheres, crianças sem defesa; mulheres grávidas e até mesmo pessoas
velhas. Tremenda tortura que dava tristeza só em pensar. Lampião se dedicou em tortura com decapitação de
cabeça e outros membros especiais do ser humano. Famoso ficou num sentido maléfico no caso de uma mulher que
lhe deu os anéis garantindo: “vão-se os anéis - Lampião respondeu: pois vão os dedos também’, e mandou decepar
a mão”. Praticou também estupros coletivos em uma indefesa mulher antes de (matá-la). Uma sentença de morte
favorita era cortar a pessoa com a faca, da clavícula ao pescoço. Lampião também costumava ter relação sexual
com algumas de suas vítimas. Essas horríveis formas eram usadas de maneiras indiscriminadas, tanto para inimigos
legítimos e poderosos como para pessoas inocentes que em alguma coisa provocava desprazer ao gênio vaidoso de
Virgulino Ferreira da Silva.

Além de suas barbaridades era religioso e trazia sempre no bolso um rosário e uma imagem de Nossa
Senhora da Conceição. Comenta-se, aliás, que em 1926 teria recebido a patente de capitão da Guarda Nacional
pelas mãos do padre Cícero no sentido de pugnar a Coluna Prestes que naqueles dias abalados passava pelo
território Cearense, uma história fantástica que parecia ter como objetivo o prestígio de Lampião ao associá-lo ao
maior milagreiro nordestino. Na passagem por Juazeiro do Norte, Lampião deu uma entrevista para o médico Dr.
Otacílio Macedo. Essa entrevista está no site administrativo pela neta de Lampião. Vera Ferreira, e nessa
oportunidade Lampião relata boa parte da sua vida na infância; no cangaço ele fala sobre sua ida ao Ceará.

AS MORTES DE 11 CANGACEIROS

No dia 28 de julho de 1938, no município de Poço Redondo em Sergipe, na fazenda Angicos houve a
terrível tragédia comandada pelo tenente João Bezerra – Morreram: Lampião, Quinta-feira, Maria Bonita, Luís
Pedro, esse era o seu cangaceiro mais fiel; Mergulhão, Alecrim, Enedina, Moeda, Elétrico, Colchete, e Marcela. As
cabeças foram etiquetadas e colocadas expostas ao público como comprovante de suas mortes. Colocadas nas
escadas da Matriz de Santana de Ipanema. [De lá para Maceió, e depois seguindo para capital da Bahia; ficaram até
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

1970, utilizadas como pesquisa científica no instituto Médico Legal, (Instituto Nina Rodrigues), o qual altamente
competentíssimo em se tratando de legista.].

Passando-se uma semana de tragédia do Angico. O terrível corisco conhecido como diabo loiro tinha se
separado de Lampião. Esse elemento perverso formou um grupo iniciando ataque repentinamente do amigo. Fez
um comunicado através de um bilhete ao prefeito de Piranhas anexando as cabeças, com piadas desagradáveis; ele,
Corisco morreu em julho de 1940, o qual perdeu a vida brutalmente.

Na realidade corisco era um dos comparsas mais perigoso do grupo de Lampião. Era uma pessoa sem alma
e sem coração humano.

O SERTÃO

O sertão identifica uma localidade onde existe dificuldade de vida. Tudo se tornaria difícil de arranjar o
necessário para sobrevivência. Nessa região com esses comportamentos compreendem oito Estados do Nordeste
brasileiro: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Em se tratando da história de Lampião, o famigerado lendário conhecido com esse pseudônimo. O seu
nome legítimo de batismo é Virgulino Ferreira da silva. Também conhecido por rei do cangaço. Não foi possível
contar na integra todas as fotos de formação como aconteceu por motivo da complexidade que existiu no trabalho.
Essa ocorrência em que a parte central foi uma figura polêmica e, se tornando famosa, se identificando com
personagens do Velho Oeste americano. Para facilitar o entendimento era necessário colocar a história e sua
personagem principal no ambiente físico em que nasceu, viveu e morreu.

Descrevendo-se um trabalho por onde passou Lampião no nordeste é gratificante, não por se exibir, mas no
sentido de que ele foi um herói, segundo a mídia, pelo contrário, porque abalou todo nordeste. Era um movimento
que estava acontecendo na região com tantas manifestações por lá em relação ao cangaço, embora se mostrando
uma zona sem vida agradável; esse é o termo certo.

O nordeste é de diversas variedades de riqueza e pobreza. Fauna e flora, não com abundância nessa época;
mas com certas qualidades, mesmo com o clima seco na maior parte do ano. As chuvas escassas. O solo com muita
poeira. A vegetação sempre sacrificada quase todo ano por motivo da agressividade da estiagem que realmente
existia, como ainda existe em toda parte nordestina.

As árvores no período do ano apresentavam-se como ainda acontece com os galhos ou ramos secos, alguns
com espinhos; quando se tocam neles, agridem até sua pele causando danos. É difícil encontrar locais com água.
Onde por acaso não haja esse líquido precioso, a vegetação se encontra verde apesar de não fazer diferença em
outras localidades. Nas partes mais altas onde têm serrotes e serras, o clima se torna frio e agradável. As outras
existem suas belezas naturais se tornando um lindíssimo cenário nos olhos do ser humano que não se cansa de
olhar.

Na realidade nesses locais não havia estradas oficiais na época, somente existiam caminhos feitos pelos
homens que por lá passavam costumeiramente. Esse era o local que Virgulino passava muito tempo de sua vida.
Daquele tempo para cá, pouca coisa mudou, continua do mesmo jeito. O tempo passa, mas as coisas inerentes ao
tempo ficam do mesmo jeito, ou seja, o clima nas caatingas, tanto na região Nordeste como em outras regiões.

No tempo do cangaço houve crises muito sérias que sofreram muitas famílias com escassez de tudo. Os
proletariados sofreram muito por onde Lampião passava. Ele só queria a paz, se não estaria tudo na frente de
torturas absurdas; não tinha dó de ninguém, era muito perverso para quem não concordassem com seus planos.

A FAMA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O que se sabe de Lampião, tanto na época como até hoje nos dias atuais, se deve a cobertura jornalística
colhida através de filmes e fotos, as quais foram tiradas por um vendedor ambulante da Libânia que se diz
“mascate” chamado Benjamin Abrahão. Ele conquistou a confiança do bando, e se tornou oficialmente fotógrafo
do cangaço que era a sua missão no movimento.

Em se tratando de condição financeira para transportar os equipamentos sem ter nenhuma colaboração se
tornaria muito difícil, mas na realidade o seu trabalho necessitaria de muitos esforços no sentido de que ficasse
conhecido esse movimento do cangaço para o povo.

Transportando também em lombo de burros. Mesmo assim o cinegrafista fez um trabalho completo que
agradou o bando no início do cangaço. Com essas atividades do famoso jornalista com certeza ridicularizou as
autoridades do governo central que intimamente procurava fazer com que houvesse uma parada com essa
manifestação jornalística.

Depois da morte de Lampião, o profissional foi assassinado misteriosamente. Grande parte do seu trabalho
foi apreendida e arquivada no DIP. Os filhos do qual ainda vivo resistiram em dizer que a morte do jornalista foi
encomendada por Getúlio Vargas, mas carece que seja confirmada de fontes seguras. Fato esse é que o povo das
cidades por onde Lampião passava temia muito o “cangaço”, visto como o demônio em pessoa. A perseguição para
com o qual era muito rígida; captura essa, que passou uma questão de ordem policial rapidíssima pelo governo
Federal. Na realidade o sentido do governo seria acabar com tantas perseguições com o povo sofrido da época.

CHAMA ACESA DE UMA METRALHADORA

Houve uma tremenda tragédia localizada no local difícil na grota de Angicos sacrificando vidas humanas
numa madrugada nevada que ceifou a vida de um herói do sertão brasileiro. Na grota de Angicos município de
Poço Redondo em Sergipe.

Num rústico emaranhado espaço cheio de pedras brutas ao lado do rio São Francisco falecia em 29 de julho
de 1938 “Virgulino Ferreira da Silva, numa emboscada, o conhecido Lampião e sua companheira Maria Bonita
com outros nove cangaceiros”. Lampião é considerado como “enfeitiçado” elemento e imoral pelos nordestinos.
Lampião que já havia escapado em várias perseguições e, na grota foi atocaiado, morto sem atirar uma vez porque
não houve oportunidade para executar ação nenhuma. Sua reputação foi companheira ao lado do seu corpo
retorcido no pequeno local seco que atravessava Alagoas. As 11 cabeças dos cangaceiros mortos, inclusive a de
Lampião e sua mulher. Os carrascos as levaram para o Instituto Nina Rodrigues em Salvador para exposição ao
público.

Depois da morte do rei do cangaço por volta de 60 anos praticamente aconteceu o fracasso nos ânimos em
conflitos. Lampião foi morto pelo comandante da tropa perseguidora de João Bezerra que ficou famoso por ter
atingido o píncaro do movimento heroico. Se não tivesse morrido, esse bandido nascido em 04 de junho de 1898;
hoje, estaria comemorando 100 anos de existência de acordo com a época.

Lampião era muito polêmico, segundo a mídia, inclusive pelos conceituados jornais “The New York
Times”, “Paris e outros” ...; um bandido social, e não um herói. O pesquisador como Antônio Amaury Correia de
Araújo, autor de seis exemplares sobre o cangaço, fala sobre o assunto em pauta equiparando as atitudes de
Lampião com o de Robin Hood. O que conseguisse através de saques dividia com os necessitados que nada tinham.
Fazia acordo ilícito com os coronéis nordestinos que não eram bons para os pobres proletariados.

Lampião quando ainda vivo, vivia por conta de um poder centralizado que fornecia armas e munições para
o bandoleiro. Um dos seus mais notórios defensores era Eronildes de Carvalho. O paraibano coronel José Pereira
que apoiava muito o rei do cangaço da rebelião de 30, embora que depois teve que modificar esse comportamento.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Em Alagoas era bem visto pela família Malta; povo esse de Rosane Collor de Melo, os mesmos apoiavam
com muita eficiência e cobertura ao Lampião em troca de muitas bondades. Os cangaceiros eram usados na polícia
local protegendo coronéis em suas fazendas, em alguns casos eliminando adversários incomodados.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O INÍCIO DO CANGAÇO

Para o pesquisador Frederico Pernambucano de Melo um profundo conhecedor do assunto em se tratando


do fenômeno do cangaço que era resultado de violência, e isolamento cultural do sertão; região semiárida que
correspondia a 49% do território nordestino. “Os homens que colonizaram o sertão, terra ignorada até na metade do
século passado. Foram os soldados incivilizados que derrotaram o poderoso exército holandês da época, os negros
procedentes das minas do sul, e bandeirantes de São Paulo que se quer falavam a nossa língua. Chegando aqui se
encontravam com os Tapuias que eram o inverso dos mansos tupis do litoral, corajosos, valentes e cruéis. O
encontro de ambos gerava intranquilidade. O choque desses dois grupos só poderia gerar uma raça habituada com
cheiro de sangue”, justificava o pesquisador que foi contemplado com um presente de um punhal de prata oriundo
de Lampião.

FALSA FÈ

Nessa época havia alguns momentos de violência da figura do cangaceiro, e o poder de um líder religioso.
Houve também outro movimento de muita repercussão no sertão. Uma revolução típica sertaneja que foi a
revolução de Canudos. Esse movimento era também de terríveis bandidos vindos das larvas de diamante de lençóis
da Bahia que se reuniram em torno do beato Antônio Conselheiro. Aproximações semelhantes aconteceram
também com Lampião, como era de costume as perseguições.

Em Juazeiro do Norte no Ceará em 1926, o padre Cícero que enfeixava considerável poder para espantar
autoridades, e militares. Concedeu título de capitão dos Batalhões patrióticos ao cangaceiro para que ele
enfrentasse um inimigo muito temido pelos coronéis: a Coluna Prestes que circulava pela região. O bandoleiro teve
apenas algumas escaramuças com patrulha do cavaleiro da Esperança, Luiz Carlos Prestes que ninguém gostava de
jeito nenhum.

Após de ter sido derrotado em Mossoró Rio Grade do Norte no período de 1927. Nesse tempo Lampião
atravessou o rio São Francisco, e internou-se na Bahia no Raso da Catarina. No campo de ação atuou Antônio
Conselheiro guerreiro de Canudos acompanhado pelos seus adeptos.

Pajeú e João Abade no comando sertanejo derrotaram três forças militares. Usaram em seus conflitos
métodos utilizados de lutas idênticas que viriam ser manuseadas pelos homens de Lampião. Em se tratando de uma
figura impotente e obsoleta
que usava dialeto e reza valorosa, segundo diz a história, caracteristicamente similar às preces da idade medieval.
Lampião tinha coragem e valores conhecidos. Utilizavam de várias astúcias e dissimulação para durar por mais
tempo no cangaço. Várias qualidades de manobras iam desde a corrupção do chefe de ronda até ter conseguido o
sim do povo para as boas atuações como agem atualmente os fraudulentos dos morros do rio de Janeiro.

Segundo a mídia, Antônio Amaury colheu informações com o ex-chefe da volante que havia recebido grana
do cangaceiro Lampião para se ausentar da luta. Diz ainda o pesquisador pressionado pela força militar no sentido
cruel e violento igualmente aos bandidos; em relação a isso, o povo não sabia a quem pedir socorro num momento
dos conflitos existentes do cangaço

Lampião confiava no seu modo de proceder perante aos poderosos que se sentiam sempre vitoriosos em
suas batalhas. Em 1925, ele teve audácia de enviar um comunicado ao governador de Pernambuco apresentando
sugestões no sentido de que o governador comandasse o estado até Arco verde (então Rio Branco), e ele tomaria
conta do sertão. Essas atitudes poderia não passar de uma ideia de brincadeira do rei do cangaço dando o sentido de
impunidade ao atacar o interior, na realidade seriam os seus planos. Essas iniciativas seriam erradas, até porque
plano feito com maldades não poderia trazer algo de futuro, e sim para o mal como sempre todos eles somente
progredia para acabar com a vida de Lampião e dos seus comparsas. Todos eles eram horríveis de acordo com as

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ordens de Lampião. Quem não se ajustasse com ele, viriam sofrer muitas coisas desagradáveis por falta de
concordância.

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DEBATE

Comemorações pelos 100 anos de Lampião e suas iniciativas, ideias e organização aprovados por
unanimidades pela Câmara de Triunfo em Pernambuco de fazer uma estátua em prol do cangaceiro com dois
metros mais alta, na época, de que a do Cristo Redentor. Servia para renovar os antigos rancores e também para
estimular os ressentimentos e raiva. Um dos mais próximos figurantes que se irritou com o cangaceiro se
encontram vivo aos 95 anos de idade, na época.

Davi Jurubeba passou oito anos perseguindo os cangaceiros na caatinga. Ele se enraivece com a simples
lembrança da ideia da estátua do bandoleiro. Lampião que foi malfeitor cruel e violador de honra. Figura desse tipo
merece ser homenageado? Pergunta Jurubeba: que perdeu 17 parentes no poder dos cangaceiros. Esse
pernambucano que jamais iria fugir dos bandidos. Se fosse mais jovem não deixaria construir a estátua desse
facínora, sem sombra de dúvida seria aceita sua sugestão. Com certeza não aceitaria a construção do monumento
dessa obra. Quem teria coragem de contrariar o homem que jamais fugiu de Lampião?

Filho de João Bezerra, comandante da volante, se não houver contradições, de acordo com a mídia matou o
rei do cangaço. O administrador Paulo Brito de 47 anos acreditava que havia uma tentativa de transformar Lampião
em um herói. Paulo “Brito reconhece que Lampião era valentão e um bandido, e jamais poderia ser um exemplo
para ninguém”. Ele diz que já se hospedou em sua casa em Recife, inclusive Vera Ferreira neta do bandoleiro.
Brito se recorda que Lampião era coxo, e apelidado por cão coxo pelos cangaceiros. Mesmo assim Lampião era
admirado e respeitador, apesar das inimizades de ambos para com ele que gozava de suas amizades.

Na época em plenas condições de vida como Ilda Ribeiro de Souza; Sila em São Paulo e Manuel Dantas
Loiola, e o candeeiro em Buíque Pernambuco marcaram presenças nas homenagens, os quais nas suas concepções
e opiniões estavam corretos. Tiveram a sorte da sobrevivência na tragédia de Angicos na oportunidade da fuga no
tiroteio. Sila viu a amiga Enedina ser sacrificada com estilhaço na cabeça pelos bandidos. Sila diz: -- “Em meus
dois anos no cangaço, vi Lampião ceifar traidores e inimigos em combate, quando as chances eram iguais para
ambos os lados”. Nunca faltou com respeito para com as pessoas e famílias de muitos conceitos.

Há pouco tempo, Candeeiro de 83 anos na época, apesar de não fazer muitos anos, se encontrou no local
onde houve uma carnificina com o ancião inimigo Penta de Godoy responsável pela morte de Maria Bonita.
Lembra que o rei do cangaço aparentava está cansado das lutas no sertão. Ele dizia que só brigava no último
recurso, se não encontrasse uma forma de sair do conflito. Sua neta Vera Ferreira diz que na sua concepção tinha o
avô como um cidadão que não poderia agir de outra forma diante das circunstâncias que levaram ao cangaço. O
pai, José Ferreira foi morto pela volante do tenente José Lucena. Não se sabe a data certa de sua morte. Existe
dúvida de mais de ano da respectiva data da morte do Senhor José Ferreira, pai de Lampião. Foi uma emboscada
muito bem preparada pela volante comandada pelo tenente Lucena, segundo a mídia.

CASOS DO CANGACEIRO

Trata-se de uma perícia feita nas roupas que estavam com Lampião no dia da emboscada na grota, sertão de
Sergipe, em 27 de julho de 1938. Após as mortes: as cabeças de Lampião, Maria Bonita e de outros cangaceiros
foram cortadas e expostas ao público como troféu no Recife.

Diz a história que por volta de1970 foi difundida a morte de Lampião de acordo com a curiosidade. Foi um
labirinto muito semelhante com a vida de outros. Diz a história que João Bezerra foi fornecedor de armas para os
cangaceiros. De acordo com a mídia que João Bezerra nasceu na mesma data um do outro, ou seja, Lampião..

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- Apesar de ter perdurado muito tempo no cangaço em alguns casos matou famílias inteiras com os Gilós e
Quirinos. Lampião nunca conseguiu matar Zé Saturnino seu primeiro inimigo, e Zé Lucena responsável
indiretamente pela morte de seu pai, inclusive sua vida também. Eram chefes e comandante de João Bezerra.

- Cangaceiros e policiais também tinham suas formas macabras de executar as vítimas. Ambos usavam as
mesmas técnicas de torturas com o terrível punhal que era introduzido na clavícula esquerda conhecido
popularmente como saboneteira. Esse modo de procedimento de acordo com os pesquisadores era copiado dos
vaqueiros, segundo a história.

- Não há documento nenhum dizendo que Lampião estuprasse mulheres. Três cangaceiros foram mortos
pelos próprios companheiros por mexer com moradores de fazenda de coronéis amigos.

- Lampião era muito vaidoso, o qual em momento oportuno leu duas biografias de suas escritas quando
ainda era vivo; causava orgulho de se identificar com Robin Hood.

- Existia suspeitas das torturas dos cangaceiros em Angicos, entre os grupos de Zé Sereno defendendo a
suposição de que a bebida levada pelo (protetor de cangaceiro) Pedro de Cândida estaria envenenada, mas foi
desmentido esse comentário que somente prejudicaria.

- Após a morte de Lampião sugiram muitas histórias de que o cangaceiro jamais teria sido morto no
massacre. Seus familiares inimigos valentes de Nazaré (atual Carqueja) em Pernambuco. Entre eles, Davi Jurubeba
até chorou por ter o desejo de matá-lo, mas realmente não foi possível.

- Segundo o Juiz Assis Timóteo: se Lampião tivesse respondido todos os processos contra ele, seria
condenado a mais de mil anos de cadeia, segundo diz o magistrado. Com certeza o magistrado era um homem que
conhecia as leis de acordo com a justiça.

Cidade serrana próxima de Serra Talhada onde nasceu Lampião. Triunfo tem algumas características na
história desse indivíduo rei do cangaço. Esse era o seu pseudônimo. O nome dele na realidade era Virgulino Ferreia
da Silva oficialmente no seu registro

Historicamente, os indivíduos mais possantes do agradável município sempre o apoiavam. Nos dias atuais
a elite da cultura e da economia de Triunfo continua defendendo o líder bandoleiro. De acordo com a mídia, ele
foi um líder das mais cruéis perversidades.

Uma casa na divisa entre Pernambuco e Paraíba pertencia ao Juiz Assis Timóteo. Explica muito bem a
situação quando as volantes da Paraíba faziam cerco naquela casa. Após esse conflito, os cangaceiros mudaram de
cômodo porque os soldados ficavam sem ação, os quais tinham medo de invadir o estado vizinho. Os policiais
pernambucanos encontravam as mesmas dificuldades.

Há fatos mencionados pelo pesquisador Antônio Amaury de que grupos permaneciam opostamente sem se
hostilizar. O interesse por Lampião na cidade ultrapassou até a falta de entendimento político-partidário. O
Interesse por Lampião na cidade ultrapassou até essas divergências.

O Juiz aposentado vereador pelo PSB Ruy Patu, cria junto com a primeira-dama Lúcia Melo do PFL,
também Assis Timóteo e a geógrafa Diana Rodrigues, o grupo dos “lampiônicos” que se reunia uma vez por
semana usando roupas típicas para estudar o cangaço.

Na terra natal de Virgulino Ferreira dominada pelo deputado Federal Inocêncio de Oliveira. Recentemente
na época foi feito um trabalho de pesquisa pelo Centro Cultural Cabras de Lampião. Concluiu que 79% (setenta e
nove por cento) da população fizeram homenagens ao filho famoso. Na fazenda São Miguel próximo do antigo

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sítio Passagem das Pedras onde nasceu Lampião o que restou foi uma casa toda deteriorada por tiros; afirmava a
violência dos combates do cangaço que acabava tudo o que se encontrava na frente, facheiro e mandacaru. Estas
plantas típicas do sertão que foi palco de uma grande luta entre o bando de Lampião: Saturnino, parentes e
operários. Saturnino nunca conseguiu exterminar o seu rival.

Lampião saiu então com o seu bando matando parte do gado, destruindo cercas e casas, e arranjando muitas
coisas pertencentes aos adversários causando-lhes grandes prejuízos. Segundo Anildomá Willimes de Sousa
presidente da fundação Cabras de Lampião. Uma entidade voltada à divulgação do cangaço.

A prefeitura do município teria plano de comprar essa área para fazer um sítio histórico no local
onde nasceu e viveu o cangaceiro famoso; hoje, é uma das cidades mais violentas do país, com uma população
estimada em 28 milhões de pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), O
semiárido nordestino há dois anos quando realizado o censo econômico, a renda per capita de R$ 2,5 mil, contra
R$ 4,7 mil no Brasil como um todo. O índice de analfabetismo na área chega a ser duas vezes do nacional. Essa
região de Serra Talhada é conhecida como muito perigosa, e conhecida como um polígono da maconha. Poucos
motoristas se aventuravam viajar à noite nas perigosas estradas.

Até o banditismo nos tempos dos cangaceiros ainda mantinha certa disciplina, mas com o tempo perdeu
totalmente o caráter. Com os debates no sentido da trajetória, talvez o cangaceiro seja aquilo que afirmava com
seus versos sertanejos, o cantador Exéquias da Rocha, “o Zabelê”: “Era brabo,/ era malvado./ Virgulino,/ o
Lampião,/mas era, pra que negar,/ nas fibras do coração./o mais perfeito relato /das caatingas do sertão”.

A CASA ONDE NASCEU LAMPIÃO

Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, nasceu


na casa da avó materna e foi criado por ela no sítio Passagem
das Pedras em Serra Talhada, Semiáridas Pernambuco. O local
foi restaurado pela Fundação cultural Cabras de Lampião, mas
mantém as características de quando o rei do cangaço morava
lá. Conheça mais da casa de dona Jocosa nesta edição da
Memória Sertão brabo.

BIOGRAFIA DE LAMPIÃO

No dia 07 de julho de 1898 nasceu Lampião. Virgulino


Ferreira da Silva na fazenda Ingazeira de propriedade de seus
pais no Vale do Pajeú
em Pernambuco nasceu
o terceiro filho de José
Ferreira da Silva e D. Maria Lopes. Os seus genitores casaram no dia 13 de
outubro de 1894 na Matriz do bom Jesus dos Aflitos em Floresta do Navio.
Surgindo seu primogênito filho em agosto de 1895 e batizado com o nome
de Antônio em homenagem ao avô paterno. O segundo filho nasceu no dia
07 de novembro de 1896, chamado de Levino, depois de Virgulino, o
famoso casal teve mais seis filhos, quase que ano a ano, depois nasceram os
outros: Virtuosa, João, Angélica, Maria (Mocinha), Ezequiel e Anália

Virgulino aos três meses de nascido foi batizado na capela do


povoado de São Francisco. Foram os padrinhos do qual os avós maternos, LAMPIÃO

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Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jocosa Vieira. Foi oficiada a cerimônia pelo padre Quincas, o qual o profetizou: -
“Virgulino – explicou o padre – vem de vírgula, quer dizer, pausa, parada”. E arregalando os olhos: - “quem sabe,
o sertão inteiro e talvez o mundo vão parar de admiração por ele”. Isso foi curiosidade do padre Quincas que se
admirou muito com o comportamento da criança.

Quando criança viveu por longo tempo sua infância que chamava carinhosamente meu sertão agradável e
saudável! Brincava nos locais fechados, e montando em animais. Ele pescava e nadava nas águas do rio e riacho,
brincava de papagaio, soltava pião e tantas outras coisas mais. Fazia parte dos festejos de seu tempo de menino.

A astúcia do menino o fez cair nas preferências e amizades de sua avó e madrinha que no espaço de um
quinquênio o levou para sua casa à distância de 150 metros da casa dos pais. Adiantou-se a bela senhora – a
“mulher Rendeira” – a quem o menino gostava muito. Com a impressionante rapidez das mãos com movimento
incrível dos bilros nas almofadas, mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino trocadilho dos bilros
pela prática reconhecida de um finíssimo trabalho.

A primeira comunhão do Virgulino aconteceu aos seis anos na capela de São Francisco em 1905 juntamente
com os seus irmãos: Antônio (dez anos) e Levino (nove anos). A crisma foi em 1918, aos quatorzes anos de idade.
Foi celebrada pelo recém-empossado primeiro bispo D. Augusto Álvaro da Silva, sendo apadrinhado o padre
Manuel Firmino, vigário de Mata Grande em Alagoas.

No lugar onde nasceu Virgulino não tinha escola e as crianças aprendiam com os mestres-escolas, os quais
ensinavam com contrato do estado durante o tempo de três a quatro meses nas fazendas. Seus professores foram
Justino Nenéu e Domingo Soriano Lopes; foram esses seus educadores.

Ainda adolescente já assumia alguma tarefa de carregar água, enchiqueirando bodes, servindo alimentação
e água aos animais da fazenda. Pilando milho para fazer xerém, e para outras atividades de acordo com sua idade,
ou seja, compatível com suas condições físicas e psicológicas. Quando cresceu que ficou jovem robusto, passou a
trabalhar como gente grande. Cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora e melancia; cuidava também de
criação de gado e dos outros animais. Depois se tornou vaqueiro e feirante.

O alistamento eleitoral dele com seus irmãos, Antônio e Levino foi realizado em 1915 por Metódio Godoi,
mesmo de não terem ainda completado 21 anos de idade. Diz-se que votaram três vezes em 1915, 1916 e 1919.

A vida e carinhos dos três irmãos eram como de qualquer jovem de sua cidade. E se tivesse optado pelo
caminho do bem e da paz, certamente teria cada constituído sua família equilibrada como foram os seus familiares.
Até entrar para o cangaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, amigos, tranquilos como quaisquer
sertanejos que viviam do trabalho no Angico no estado de Alagoas.

DOCUMENTO EDITAL - MICHELINE MATOS

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião foi morto há 65 anos acompanhado com Maria
Bonita e seu bando na margem do rio São Francisco, mais precisamente na Grota do Angico. 48 soldados passaram
a noite em sentido de tocaia, quando o sol começava a nascer naquele dia 28 de julho, o grupo foi inesperadamente
atacado sem pena e sem dó. O combate durou poucos minutos ceifando 11 cangaceiros; todos foram decapitados.
As cabeças foram expostas ao público como uma alerta para intimidar outros cangaceiros quando vissem acontecer
outros tremendo conflito.
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Faz 65 anos em se tratando da época do Edital de Micheline Matos sem o capitão Virgulino, não somente
para quem tem algumas intimidades com os personagens desse movimento, mas para a história do Brasil.
Aconteceu em Canindé do São Francisco em Sergipe nos dias 26 e 27 de julho o III Seminário do cangaço. Esse
ano com o tema: “O Cangaço no sertão sergipano”, ressaltando as causas e consequências desse movimento no
estado. Participação do evento: o escritor Antônio Amaury, o ex-cangaceiro Alecrim, a filha de Lampião e Maria
Bonita, Expedita Ferreira Nunes, e a neta Vera Ferreira e outros.

O CANGAÇO

A história popular e lendária de Lampião que mais se destacou e ainda se destaca no sertão nordestino e
brasileiro, se confunde com o próprio cangaço. É uma saga que até hoje continua muitas dúvidas e questionamento.
De acordo com o dicionário Aurélio, a expressão cangaceiro significa “Bandido do sertão nordestino que andava
armado fortemente e municiado”. Até na atualidade não foi possível evidenciar os fatos acontecidos com
transparência para com esses homens que andavam em grupos nas caatingas; se eram bandidos ou não. Nessa
época em que os coronéis eram os chefes, imperando a injustiça e a exploração da população sertaneja do sertão.

O cangaço de acordo com um dos maiores pesquisadores Antônio Amaury sobre o assunto, tomou forma no
fim do século XIX até o meado do século XX, através do domínio dos poderosos excessivos de certos coronéis.
Foram levados pela injustiça, revoltas e resolvidos a se vingarem contra os malfeitores. Nenhum foi para o cangaço
por livre e espontânea vontade, e sim pelas injustiças dos mais poderosos. Havia muitas brigas entre familiares
causando lutas desiguais onde o lado mais injustiçado seguia em rumo ao cangaço.

É impossível falar do cangaço sem citar as volantes como era conhecido, também como o destacamento
policial local que seguia os rastros dos cangaceiros. O povo se sentia assustado sem saber o que era pior, os
cangaceiros ou as volantes. As agressões eram horríveis. Fizeram com que produtores da cana-de-açúcar e
governos estaduais investissem em grupos paramilitares e militares. Em 1930, o governo da Bahia espalhou um
cartaz oferecendo 50 contos de réis (mais ou menos 200 mil reais, aproximadamente 69 mil dólares), para quem
entregasse Lampião. Apesar de ser conhecido como rei do cangaço. Lampião não foi o fundador desse movimento
que nasceu com o Cabeleira que aterrorizou o sertão.

Lampião nasceu quase 130 anos depois do perverso Cabeleira. Lampião Nasceu em 1898 em Pernambuco,
num sítio chamado passagem das Pedras na cidade de Serra Talhada. Eram sete irmãos: quatro homens e três
mulheres. Virgulino era um exímio artesão de couro. Ele costurava, fazia chinelos e os seus chapéus ornamentados.
Lampião era muito inteligente nos seus trabalhos. Ele não era inteligente sobre sua vida. Ele não aceitava desaforo
dos ricos, os quais não queria saber do comportamento dele, porque ele não obedecia aos que extorquisse os
pobres. Se os poderosos usassem de crueldade para com a pobreza, ele tomava as dores para si; castigando na hora,
só que tudo era falsidade.

LAMPIÃO E A MÍDIA

Muitas são as versões contadas em cordéis, filmes, minisséries e reportagens, e pela mídia em geral. Em se
tratando de Lampião e Maria Bonita que foi a primeira mulher a entrar no cangaço. Algumas foram recusadas por
pesquisadores e pela própria família.

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“Segundo diz Vera que precisa de um estudo no sentido de fazer um roteiro para trabalhar no segmento
desse trabalho”. Afirmação da Vera. Espera-se que esse filme chegue algum dia a ser exibido no Ceará, para que o
povo possa assisti-lo no sentido de que as pessoas se conscientizem das barbaridades e não façam torturas com
ninguém.

LAMPIÃO – REI DO CANGAÇO

A história do cangaço já foi lida, relida e comentada. Bezerra Neto deu vida a
essa literatura reescrevendo e ornamentando um quadro, inclusive na cultura de cordel.
É nessa arte que Lampião vira quadro de parede formando pôster, no qual Maria
Bonita se torna mais linda ao lado do seu tão falado Lampião, o “rei do cangaço”.
Corisco – o diabo louro e Dadá completou o segundo casal de “rei do sertão”.

O escritor e artista plástico foram buscar no lugar ignorado do sertão detalhe do


cangaço. O principal protagonista. Lampião se tornou um famoso personagem com sua EXPEDITA, FILHA DE
LAMPIÃO
fama de herói, ou bandido, sendo difícil de ser apagada da memória do povo. Continua
uma figura de coragem que enfrentava os proprietários de terras que eram conhecidos por latifundiários chamados
de coronéis. Eles Maculavam todos antes das ameaças de Lampião. Para manter suas vidas em paz, teriam que
pagar para continuar vivendo. Os coronéis teriam que ser coiteiros dos bandidos de qualquer forma; cumplice das
ações cruéis que vinham cometendo em nome do cangaço por esses sertões numa extensão territorial de 700 mil
quilômetros quadrados. Compreendendo seis estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte e Ceará. Lampião perturbava a ordem dos problemas Latifúndios (coronéis, grandes fazendeiros) da
época que durante o século passado mandavam e desmandavam nos sertões. Tinha rapidamente o desejo daquele
que fixava uma marca de respeito e medo. A palavra de Lampião era lei. Ele comandava um grupo pequeno de 50
cangaceiros, confrontando com força policial cujos contingentes chegando um número de 4.000 soldados por onde
passava em todos os lugares do Brasil.

Nos anos de 20 e 30 o cangaço passou pelos estrepitosos galopes nas matas e caatingas do sertão
nordestino. Causava medo às populações sertanejas onde prevalecia à sequidão da terra com suas caatingas rústicas
de espinhos e solo esturricado.

A pobreza e a cultura rude do homem local que se encontravam comprometidas aos terríveis sofrimentos
pelas ingratas durezas da seca. Por onde passava o cangaço ia deixando marcas de mortes, numa onda de violência
e desconforto que causavam desespero, tensão, medo e angústia. As pessoas se valendo dos poderes de Deus e do
Padim Ciço para se livrarem dos perigos que estavam ameaçando a população em toda a região Nordeste. A
situação agravou-se ainda mais quando Lampião assumiu a direção do Senhor Pereira em 1922. Virgulino Ferreira
da silva, vulgo Lampião, provido do ódio e vingança procurando manter o povo sob a égide do poder e da mira do
seu fuzil, o qual cuspia fogo. Ele determinava os seus cabras a invadir propriedades. No caso, cidades e fazendas.
Saqueando, matando e esfolando aqueles que não atendessem os seus pedidos de dinheiro. Ele tinha muita raiva
dos coronéis. Se não o atendessem os seus pedidos poderia arrancar até suas barbas; também das pessoas mais
abastadas de riquezas. Se não aceitassem também os seus pedidos poderiam pagar com suas vidas ou sofrer
humilhações.

A história de Lampião se tornou um fenômeno social dos mais estudados da cultura popular e nordestina.
Ela tem altos e baixos, verdades e mentiras; deixam origem a uma lenda na memória do povo sertanejo. As

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façanhas do famigerado grupo de cangaceiro são passadas de pais para filhos perdurando por tempo ilimitado
fazendo parte da cultura de forma geral

Virgulino não foi o primeiro dirigente de cangaceiros como alguns pensam. Antes dele, já andava toda sorte
de maldade. Os mais conhecidos: Lucas da feira (bandido que fazia uso de pendurar suas vítimas pelos lábios nos
galhos das árvores) chamando atenção ate pelo fato de ser natural da feira de Santana - BA. Eles exerciam também
essas barbaridades no sertão paraibano. Cabeleira (José Gomes) nascido em 1751 em Glória do Goiatá/PE; Jesuíno
Brilhante (1844), Adolfo Meia Noite; esse era de Afogados de Ingazeira – Sertão do Pajeú de Flores/PE; Antônio
Silvino e o Senhor Pereira – Esse último, senhor Pereira, abandonou o cangaço para se tornar militar em Goiás.
Lampião assumindo o seu lugar como discípulo e herdeiro.

Na realidade, na época eram muitos acontecimentos dos piores que só daria para acreditar quem tivessem
oportunidade de ver de perto tanto sofrimento no nordeste que antes era tranquilo. Torturas dessa natureza só
poderiam acontecer com elementos sem caráter, elementos de tendência de alta periculosidade, sem qualidade de
ser humano que matava por prazer. Índole de homens selvagem e irracionais. Foi uma tortura terrível; nada disso
poderia acontecer em quaisquer camadas sociais.

Maldades e torturas jamais poderiam acontecer onde existem seres humanos, porque não constrói uma
sociedade de bem com a vida com tata torturas nas tragédias terríveis do cangaceiro Lampião que jamais sairá por
toda vida da mente do povo em geral. Na realidade somente causou tristeza na sociedade, e no mundo inteiro,
fragilizando os povos que vivia em paz com as vidas saudáveis.

Temos que pedir a Deus que jamais aconteceria casos dessa natureza em se tratando do ser humano que
chegue a destruir as preciosas vidas de cidadãos de bem, procurando a viver em paz com cristo e com a
comunidade, em todos os setores das camadas sociais da massa humana.

QUEM FOI LAMPIÃO?

Virgulino Ferreira da Silva, conhecido com o pseudônimo de Lampião, nasceu no dia 7 de julho de 1898 na
fazenda Ingazeira em Pernambuco. No mesmo
ano que se acabou a guerra de Canudos onde
predominavam as profecias de Antônio
Conselheiro com suas esdruxulas vestimentas e
características de beato e líder político-religioso
que inspirou na obra de Euclides da Cunha – Os
Sertões. No lugar conhecido por Passagem das
Pedras, localizado ao lado do Riacho São
Domingos, pedaço de terra que foi separado da
fazenda Ingazeira em Vila Bela, que hoje é o
município de Serra Talhada em Pernambuco. Era
o terceiro filho do casal José Ferreira da Silva e
Maria Lopes, sequenciado por data de nascimento
é a seguinte: 1895 – Antônio Ferreira dos Santos;
1896 – Livino Ferreira da Silva; 1897 – ele,
Virgulino Ferreira da silva; 1899 – Virtuoso FAMÍLIA DE LAMPIÃO

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Ferreira; 1902 João Ferreira dos Santos (o único que não entrou para o cangaço); - Angélica Ferreira;; 1904 –
Ezequiel Ferreira; 1908 – Maria Ferreira (conhecida como Mocinha); 1906 – Anália
Ferreira da Silva, nasceu no dia 22 de janeiro de 1925 e faleceu no dia 10 de março de 2011, segundo existem
muitas dúvidas sobre todos esses nascimentos

Esta foto encontra-se toda família de Lampião, ou seja, Virgulino Ferreira e todos filhos do casal nasceram
no mesmo lugar no sítio que ficava a uns 200 metros da casa de dona Jocosa Vieira do Nascimento e Manoel Pedro
Lopes, avós maternos de Virgulino.

Em se tratando de ser muito perto do sítio para casa dos avós, grande parte da sua infãncia viveu mais
tempo com eles. Lampião, Antônio Ferreira dos Santos e Maria Francisca das Chagas que residiam em outro sítio
por rnome Baixa-Verde na região de Triunfo em Pernambuco de sua propriedade.

A infância de Virgulino Ferreira foi igual a de qualquer criança da época, brincando de infância ao lado do
riacho vizinho de sua casa onde tinha água corrente e mansa que a meninada brincava de cangaceiros e soldados
(usando balas de carrapateira como municiamento de guerra). Os meninos formavam bandos, se dividindo
simuladamente em bandidos de um lado, e soldados de outro; fazendo conflito entre eles. Por esse tempo, já havia
notícia de cangaço que havia chegado em vários locais difíceis de acesso e, por essa razão, influencavam as
crianças com esse tipo de brincadeira.

A meninada se divertia, se combinando com palhaçada, sem pensar que mais tarde com tantas brincadeira
sairia algum tempo o maior cangaceiro e soldados. Aconteceu que com o tempo chegou problemas sérios, na
realidade, surgindo cangaceiros comandado por Lampião.

Quando na brincadeira que ia caçar pássarinho, a criançada fazia bala de barro para colocar num arco ou
estilingue, esse barro era tirado da margem do rio que era um massapê visguento e forte depois de seco pelo sol.
Nessa brincadeira de “cangaceiro e soldados”, cada qual queria sempre ser o maior como chefe dos soldados no
sentido de vencer os bandidos. E quando aprisionava a turma adversária numa árvore bem segura para não se soltar
com facilidade.

Quando já grande, Lampião abandonou as brincadeiras, indo então para a escola, mas apenas passou pelo
aprendizado das primeiras letras, tendo como professores o “senhor” Domingos Soriano e Justino de Nenéu.
Passou somente uns três meses, mas pelo menos aprendeu a ler e escrever, o que foi um grande benefício para o
futuro. Mesmo assim foi um simples artesão de couro (proissional de alpercata, selas, arreios e vestimentas para
vaqueiros) que dominava muito bem os trabalhos em couros, até porque era um exímio profissional na sua arte de
artesão.

Lampião trabalhou transportando cachaça em lombos de, burros: rapadura e mel, e tantas outras
mercadorias.. Mas o destino mudou o rumo de sua preciosa vida enveredando no caminho do crime, e acabou
morrendo de uma forma triste numa embocada de uma manhã conturbada para todos que estavam na grota de
Angicos.

No lugar da grota se transforfmou.em torturas horríveis que não deu tempo ninguém se defender porque
não houve espaço de tempo para escapar nenhum dos cangaceiros; todos eles foram torturados de uma forma

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terrível que somou 11 cabeças degoladas sem pena e sem piedade; foi uma carneficina das piores espécies. foram
pegados de surpresa sem direitos a se defenderem no momento da tragédia.

COMO TUDO COMEÇOU

Aos 17 anos de idade Lampião acusou seu vizinho de ladrão de bode, com isso criou uma rixa entre as
famílias Nogueira, Saturnino e Ferreira. Daí por diante cmeçaram as desavenças entre eles, o mais agressivo e até
elogiado era Zé Saturnino um horrível perseguidor.

José Ferreira, pai de Virgulino, decidiu abandonar o sertão e a casa onde moravva com a família para residir
em Água Branca no sertão alagoano. Pensando ele, com uma mudança evitaria mais essas brigas que estavam
acontecendo, mas as rivalidades continuavam, sendo perseguidos pelos mesmos perseguidores sem haver treguas.
Uns três anos depois (1917) José Ferreira – pai - Maria Lopes – a mãe - e mais dois irmãos. Foram covardemente
assassinados no terreiro de sua própria casa, no lugar conhecido como Poço Negro, município de Água Branca. A
sede de ódio tomou conta de Virgulino, mas ele queria abrandar os ânimos maléficos com os cangaceiros do
Senhor Pereira para se livrar da justiça. Daí para frente foi só questão de tempo para se tornar em um famoso
cangaceiro bandido, no sentido pejorativo, o mesmo que desagradável, e que praticava todo tipo de crimes,
matando e assaltando. Ficou conhecido como um bandido dos mais temidos dos cangaceiros que assustavam os
sertões pelas torturas que faziam. Seu grupo chegava na cidades sem se preocupar com leis de acordo com os
filmes americanos, fazendo ameaças com os piores mutins, metendo medo em todos os lugares que passava.
Vingava-se encendiando casas e agindo com a maior brutalidade. Se fossem cumpridas suas ordens da forma como
sua vontade nada aconteceria; caso ao cotrário, começaria os saques com matanças, incêndios, exterminação de
rebanhos entre outras atrocidades. Arrancava olhos, cortava orelhas e linguas, marcando rostos das mulheres com
ferro em brasas. As mulheres que tivessem usando cabelos curtos, se fossem bem consideradas as suas ordens
mandava fazer arrasta-pé, ou seja, festa dançante onde toda cangaceira dançava ao som do fole de oito baixao;
bricavam até três dias. O fole de oito baixos não parava de tocar e a negrada se divertia ao som do xaxado que era a
dança típica do cangaceiro. Fole, zabumba, reco-reco e pandeiro; acompanhava com as seguintes toadas:

É LAM, É LAMPE, É LAMPIÂO

I Eu não me entrego não


É Lam, é Lampe, é Lampião.... Que não sou nenhum passarinho
Seu nome é Virguino “Pra viver lá na prisão...”
o apelido é Lampião ... “E a polícia já está de pé”.
II III
“Se entrega a corisco, Acorda Maria
eu não me entrego não, Acorda vem
eu não sou nenhum passarinho “Que o dia já
Pra viver lá na prisão... E a polícia já
Ai, ai meu Deus.

“Quando “Capitão” achava que já era hora de terminar a festa, ele e todos os
seus subordinados montavam em seus cavalos e iam embora. Antes dava uma
LAMPIÃO

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que tinham muito dinheiro”. Lampião precisava sempre de dinheiro para resolver seus problemas em se tratando de
custear seus compromissos no cangaço

NÃO É GENTE, É LAMPIÃO.

Nessa expressão quis dizer que o seu fuzil cuspia fogo que clareava muito por onde ele passava atirando.
Ainda Jovem quando ingressou no movimento. Certa “feita enfrentando uma volante policial, seu fuzil não parava
de lançar balas e fogo clareando” o local. Causou admiração pela claridade em plena noite escura parecendo com
um Lampião de gás. Um soldado se expressou pela claridade dos tiroteios que saía da arma do cangaceiro. Foi daí
que o apelidara de lampião, mas também conhecido por capitão Virgulino, e sua fama espalhou-se por todo o
sertão nordestino.

Quando o Senhor Pereira chegou o tempo necessário para se aposentar do cangaço, assim o fez em junho de
1922. Entregando seu grupo de cangaceiro em quem depositava confiança e credibilidade. Ele acompanhou até a
extremidade do Piauí com Goiás; hoje, localidade do Estado de Tocantins. Depois voltou comandando o seu grupo
composto de 12 homens, inclusive o mesmo. Em se tratando de dificuldades de manutenção e de recursos para o
custeio de despesas com o seu pessoal na sua responsabilidade, mandou pedir certa quantia em dinheiro à Dona
Joana Vieira de Siqueira Torres, baronesa de agua Branca para compras de proventos. Cumprido esse pedido não
seria perturbada novamente, nem por ele nem por ninguém do cangaço. Essa foi a sua justificativa para com a
baronesa.

A senhora baronesa de Água Branca, município vila de Piranhas não atendeu o seu pedido. Mandou um
recado atrevido pelo mesmo portador destinado a quem procurava extorquir dinheiro; os seus bens ilicitamente. A
resposta foi a seguinte: diga ao seu chefe que o meu dinheiro é para compra de munição para arrancar a cabeça
dele. Logo após dessas atitudes pediu ao governo da província que mandasse reforçar a guarda de seu território
com uma força policial mais equipada de homens e armas.

Ao ouvir do mensageiro o recado da baronesa, Lampião virou-se numa fera para com a baronesa. Ficou em
estado de choque, e embravecido transformou-se numa fera com vontade de enfrentar com muita raiva. Sem
demora em dar o troco mandou comprar umas redes como era de costume regional do lugar, na época, em que se
conduziam os mortos nas redes. Era feita uma peça de madeira que atravessava a rede de um punho a outro,
transportado por dois cidadãos vigorosos e resistentes. Seu pessoal vestido como gente simples do lugar. Na cabeça
usava chapéu de palha, e os pés descalços arrastando singelas sandálias.

Lampião mandou preparar tudo da forma idêntica como ele projetor para mostrar todos que estavam
presentes. Certas armas eram municiadas no local onde permanecia simuladamente os mortos enrolados em panos
ensopados de groselhas simbolizando o sangue humano dentro das redes. Levaram esse movimento na delegacia
policial. Um dos cabras gritou para o soldado de plantão pedindo socorro para o povoado de Várzea, porque os
cabras de Lampião estavam acabando com tudo do lugar. Havia muita gente morta. Socorro muito rápido possível.
Foi chamado pelo soldado urgentemente o corneteiro no sentido de reunir na oportunidade para agir o plano de
Lampião. As armas eram retiradas das redes, e dirigidas contra os policiais que se encontravam preparados à
procura dos bandidos. Enquanto a polícia era retida, a outra parte do grupo entrava na cidade saqueando a
baronesa.

O famigerado Lampião se aproximou da baronesa com uma voz forte, e olhando bem para a mesma com
rigorosidade disse: vai tirar a minha cabeça nesse momento? Vamos dar uma volta na cidade no sentido de que

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comigo não se brinca e não se manda recado desaforado. Assim aconteceu; andando pela cidade. Foi um dos
primeiros assaltos feito pelo grupo de Lampião em 28/06/1822. Há poucos dias assumiu a chefia do bando do
Senhor Pereira, ainda jovem com 20 anos de idade era o seu tempo de vida.

A vida de Lampião com a baronesa era terrível, não havia acordo de um para com o outro. Lampião era
perverso, e em se tratando da baronesa ficariam mais difíceis porque eles na realidade não eram coesos nas
amizades; era ela lá e ele cá, formando um dialeto popular entre ambos. Não se pode acreditar que em parte
nenhuma chegue acontecer tragédia como aconteceu na Grota de Angicos. Pedimos a Deus que afaste tantos
conflitos com a humanidade como sempre vem acontecendo no mundo em geral.

MARIA BONITA

Em 1829 no vigor de sua juventude contando seus 19 anos, bela como uma flor
do campo, “cheirando a leite no conceito do capitão”. O seu nome de batismo era
Maria Gomes, mas os amigos a chamavam de Maria Deia. Aos 15 anos de idade
contraiu o matrimônio com o sapateiro José Miguel da Silva, conhecido por Zé
Neném. O casamento durou pouco tempo por motivo de desentendimento do
casal. Terminou com a separação; ele era um sujeito de muita tenacidade, não
combinava com suas atitudes. O seu comportamento perturbava a vida conjugal
do casal. Durante o movimento de crise e angústia, Maria ia buscar o consolo e
apoio nos braços de sua mãe. Nessa trajetória crítica, ela conheceu aquele que
viria ser seu amor para o resto da vida. O conhecido Lampião visto pela primeira
vez. Os pais da jovem: – José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina de Oliveira
concordaram em apresentar a filha ao rei do cangaço. Na passagem de Lampião
Dona Joana Vieira de Siqueira Torre
Baronesa de pela residência de Maria Bonita, jantaram juntos e conversaram muito sobre
Água Branca suas vidas. Essa jovem sentiu-se
atraída nesse primeiro encontro.
Conversaram bastante sobre o amor.
Quando chegou a hora de partir, despediu-se da jovem prometendo voltar
no ano seguinte. Sua mãe D. Joaquina preocupada com tanta conversa,
pediu desculpa ao Lampião; já está tarde (retirando o relógio de algibeira
marca Packet Philip para consultar a hora), viche meu Padim Ciço, como é
tarde! D. Joaquina no sentido de recolher a filha para dormir... Amanhã
conversarão melhor. A partir dessa data Maria ficou aguardando, mas
nunca o tirando da sua mente. No tempo previsto o rei do cangaço volta de
acordo com o seu compromisso firmado com a jovem. Tornando-se a
primeira mulher cangaceira enfrentando a caatinga braba, e espinhosa. Ela
Casa baronesa de Água Branca
teria de cumprir seu destino ao lado de quem tanto amava. Sabia de suas
dificuldades e dos perigos que teria de enfrentar daí para frente, mas tudo seria superado pelo amor do capitão.

Lampião antes de sair, avisou para Maria que voltaria no espaço de um ano como já foi citado: - na volta
tudo iria dar certo para continuar as prosa novamente, e sua mãe concordou. Na conversa houve até uma prosa no
sentido dela ainda no cangaço.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Maria sentia-se uma mulher feliz e abençoada pelos pais José Gomes de Medeiros e Maria Joaquina
Conceição de Oliveira. Encontrando de vez no cangaço, mais tarde conquistou boas amizades e muito querida por
todos os bandoleiros.

MARIA BONITA E LAMPIÃO

Em se tratando de um amor à primeira vista começou com um encontro especial, e foram atraídos
fortemente um pelo outro. Na verdade Lampião não se dedicava tanto amor como a mídia pensava que existiria
para com Maria Bonita. Os dois teriam de ter uma segurança no namoro para seguir e tomar uma atitude correta no
seu ditoso casamento. Procurou viver um pouco ausente para não incomodá-la, e mesmo não tinha intensão de
abalar a convivência da família. Perdurando o tempo no sentido de repousar mais ou menos um pouco; mesma
casada. Maria Bonita sofrendo naquele momento, não aproveitaria da situação. Lampião era um homem rude, um
bandido como era do conhecimento de todos, mas cultivava respeito a uma senhora; com especialidade a sua
amada. Guardava consigo uma grande simpatia que sentia por ela; e quando pegasse no retorno o rumo da estrada,
a esquecesse. Tinha lhe dado à esperança que voltaria no outro ano de acordo com o compromisso.

Lampião tinha consciência de que mesmo com a vida a dois, passando por crises, não se aproveitaria das
condições para fazê-la sofrer. Ele era um homem incivilizado sem cultura, salteador, malfeitor na ótica e na mente
do povo, mas mantendo religiosamente o respeito para com todas as senhoras, com prioridades para a própria
Maria que era a sua cara metade, e pela qual depositou e depositava muito afeto e dedicação. Achava ele quando
chegasse a falar com o seu amor novamente as suas atitudes mudassem. Mesmo com as esperanças confirmadas de
que voltaria no ano seguinte como voltou; não houve nenhuma alteração no amor. Talvez ela ficasse no
esquecimento e pouco interesse no que se relacionava ao amor; mas foi ao contrário, ficou mais forte em se
relacionando aos dois amores. Lampião e Maria Deia. O esquecimento e desinteresse não era a solução para
melhorar as condições do casal. Maria Bonita jamais afastou seu pensamento afetuoso para com o elegante
facínora de sua mente, mesmo com sua ausência de vez em quando. Esperou 365 dias pelo retorno desse seu
conquistador. Era dessa forma que o classificava, e não como desumano e cruel. E entendia-o como um procurado
do poder judiciário que tinha de fazer vítimas para conseguir viver. Maria observava Virgulino como uma figura
graciosa e gentil, príncipe encantado de sonhos de uma mulher carente de amor, na realidade era o seu pensamento.
O ex-marido de Maria Bonita, Zé Neném, não lhe satisfaria no amor; era estéril, não haveria condições de gerar
filhos. Virgulino não poderia abrir novos caminhos para florir sua vida para o futuro.

Maria Deia sabia que o seu amado era explorado pela cultura de cordel, os livros de cunho popular que
eram vendidos nas feiras livres para uma multidão de amantes da literatura de cordel. Esse tipo de leitura se
responsabilizaria dessas estórias ou histórias fabulosas; ídolo, herói e mitos identificativos com as atrações
criativas do povo. Têm vários elementos dentro dos assuntos formando versos de cordéis – João Grilo, Cancão de
fogo, Antônio Conselheiro e Padim Ciço. Os importados como: Pavão Misterioso, Pedro Malazarte Sansão Dalila,
Princesa Megalona, Donzela Teodora, também houve a iniciativa de
criar a história de Virgulino; voltando com muita coragem de
heroísmo. Os habitantes humildes viam o rei do cangaço como uma
pessoa importante e um exemplo de justiça social porque tirava o
orgulho dos ricos, e aos pobres davam oportunidades de acabar com
arrogância dos proprietários de terras que os desvalorizavam,
Inclusive os trabalhadores por todo tempo de suas vidas.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Esse tipo de literatura expressava o “rei do cangaço” de maneira simpática, contando os acontecimentos de
modo que chamasse o justiceiro de famigerado assassino. A valentia de vilão que sua justiça só punia os coronéis;
uma classe opressora que dominava o trabalhador braçal com duras penas deixando-o na extrema pobreza;
escravizador do sertanejo calcando-lhe em cima com a botina até virar carcaça enfiada debaixo da terra.

As esperanças do povo sofrido ficaram bem melhor quando então tomava conhecimento de que os
poderosos da região iriam se atrapalhar com a presença de Lampião, segundo o comentário que ele se encontrava
na área para se apossar do dinheiro desses abastados porque não era deles, e sim dos pobres proletariados.

Quando as pessoas curiosas passavam na feira que viam expostas as propagandas chegando ao
conhecimento do que iria acontecer, logo havia manifestação. Os comentários eram de interesse do povo. Essa
gente aplaudia com entusiasmo o nome de Lampião como herói que tinha peito e mão-de-ferro para acabar de uma
vez com o poder perverso dos coronéis sem patentes. Julgavam serem donos de tudo, mandando de forma geral, na
terra e nos homens. A mídia penetrou no campo com infiltração nos ambientes populares repercutindo muito na
pessoa de Virgulino incentivando com ânimo, e rapidamente passando de bandido para herói. Enfrentou contra os
poderosos que custeavam movimentos para exterminar Virgulino junto aos seus companheiros.

O povo tinha Lampião como um mito, e não como assaltante. Salteador barato e sanguinário, mas não como
um corajoso e valente contra a força policial que vivia o perseguindo sem sair do seu rastro. A população gostaria
ou gostava de permanecer em dias com os acontecimentos de que Lampião mantinha as autoridades de perseguição
às forças militares dos Estados. Costumava lutar vencendo-as gargalhando da imaturidade dos oficiais e soldados
que opostamente não o venciam, ocorrendo o risco de serem até atingidos e pagar com as vidas.

A ESPERA DE MARIA BONITA POR LAMPIÃO

Com essa combinação marcada que deixaria uma longa expectativa e oportunidade para Maria pensar e meditar o
seu futuro objetivo no que diz respeito ao seu amor. Ela comunicou aos seus pais o que realmente estaria
acontecendo, e a previsão futuramente de bom ou ruim. Em 1930 se encontraram pela primeira vez, Lampião e
Maria Bonita. Lampião se encontrou com o seu amor como uma coincidência, e não como uma premeditação.
Nesse encontro assumiu o compromisso que voltaria.

No cangaço não aceitaria mulher. Chegou uma ocasião que Maria Bonita olhou da janela, e lá estava
Lampião todo ornamentado imitando Napoleão Bonaparte. Ele estava debaixo do Juazeiro de frente a casa que ia
haver uma reunião. O recinto se encontrava repleto de cangaceiros. Lampião era um dos primeiros do bando, uma
personagem elevada e briosa. Era um Napoleão esperando Josefina. Ele se apresentava de uma maneira elegante
com um lindo chapéu enfeitado. Dente de ouro no amplo sorriso. Maria imediatamente foi ao seu encontro. Nessas
alturas não se tratava mais de sonhos ilusórios. Com seus delírios e paixões se dirigiu com pressa para ele. Tirando-
lhe as posturas à moda francesa. Quando foi para enfrentar a vida a dois realmente já estava prontinha para seguir o
seu destino, conforme já esperava para se engajar no cangaço. Por intuição percebia que sua vida não teria sentido
assim, sem teto, sem apoio no meio da mata rala; chão aquecido e estorricado. Plantas de diversos tipos onde
passaria por longo tempo. Passando por uma fase muito crítica, caminhando pelo sertão afora sem certeza de
chegar a algum lugar. Consciente estava de que tudo isso teria que cumprir, e já estaria marcada pelo destino para
permanecer vivendo ao lado do seu amor. Maria Bonita sabia que a vida seria muito difícil; mesmo depois de seu
entrosamento no cangaço. Assim não teria condições de repouso por falta de local adequado. O compromisso era
de caminhar fortemente. Não poderia demonstrar desprezo para não incomodar as alternativas que realmente
estavam em pauta.
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Consciente dos problemas que realmente estavam acontecendo dessa forma, o amor pelo capitão superaria
todos os sofrimentos. Sabia que a falta de aceitação pelos componentes do cangaço iria ter resistência; mesmo
assim, não perdeu a esperança de permanecer junto ao seu amor capitão Virgulino.

Surgiram os dois jovens com os consentimentos dos senhores José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina
Conceição de Oliveira. No início o relacionamento do cangaço foi um pouco desconfortável, mas com o passar dos
tempos foi melhorando, e ficando até admirada por todos os membros do bando de cangaceiros.

Foi o sobrenome mais adequado e considerado para Maria, foi Maria Bonita em razão de sua formosura que
reunia a linguagem rústica do sertão. Era uma mulher para cabra nenhum botar defeito. Estatura baixa. Ela se
familiarizou com o chefe do cangaço. Esse cangaceiro que era o pavor dos sertões que ficou alucinado e arrebatado
pelo amor. Maria nasceu no dia 8 de março de 1911 no período das chuvas e das flores numa pequena fazenda em
Santa Brígida no interior da Bahia. Essa data coincidiu com a comemoração do dia internacional da mulher em
setembro de 2004 durante os festejos da semana da mulher que simulava as homenagens à Dadá, mulher de
corisco. Essas homenagens foram consideradas a Dadá como rainha do cangaço. Detalhes que marcam a nossa
cultura. Posteriormente não só Maria Bonita, mas também outras mulheres foram aceitas no cangaço. Dadá prima
de corisco, o diabo Louro, o qual foi buscá-la na Bahia para ser sua mulher. Outra mulher queridíssima pelos
cangaceiros foi a mulher de Zé Sereno que era Sila, a qual na época ainda se encontrava em plena atividade de vida
em São Paulo. Sila foi raptada da família em poço Redondo no Sergipe por Zé Sereno aos 13 anos de idade. Dulce,
amiga desde criança de Maria Bonita; ainda tem Maria dos Santos que vivia com Juriti e Enedina, ama-seca que
cuidava da filha de Maria Bonita. Havia outras que faziam parte do grupo como integrantes e chegaram a ser
classificadas como heroínas. Dessas mulheres engajadas no bando, somente Dadá engajou-se na luta armada.
Maria Bonita e outras ficavam se livrando do perigo em lugares protegidos fora da linha de tiros. Elas conduziam
armas de pouco calibre, somente para dar sentido de guerreiras do cangaço.

O amor do rei do cangaço era Maria Gomes, conhecida também por Maria Deia e apelidada por Maria
Bonita. Ela nasceu no dia oito de março de 1911, numa região interiorana, na fazenda Santa Brígida - Bahia. Data
essa, conhecida internacionalmente e comemorada como o dia internacional da mulher. Além de seu apelido, Maria
Bonita, foi também a primeira mulher bandoleira a fazer parte do cangaço, e outra mais foi Dadá prima de um dos
mais temíveis cangaceiros “corisco” conhecido também por diabo Louro de nacionalidade Baiana.

FINAL DO CANGAÇO

O jornal A noite do Rio de Janeiro foi o primeiro veículo na época ao noticiar em edição extra o fim desse
famigerado rei do cangaço com a sua companheira Maria Bonita, e nove de seu bando de cangaceiros. A manchete
noticiava de uma extremidade a outra; a morte de Lampião. A matéria completa está fundamentada nos fatos
acontecidos. Foi enviado também um comunicado via telégrafo pelo 1º oficial do tesouro de Alagoas, Durval
Jerônimo da Rocha que se encontrava em Sertãozinho, atualmente Major Isidoro - próxima da ocorrência - sua
cidade Natal também próxima do acontecimento; consolidava a mensagem recebida.

Santana de Ipanema-Al. 28/07/38, urgente! “Onze malfeitores, inclusive Lampião foram mortos pelo
destacamento policial de Alagoas na fazenda Angicos em Sergipe. Abraços – Durval”. Isso foi o suficiente para
que o irmão do comissário jornalista Melchiades da Rocha desse veículo de comunicação trabalhava cobrindo os
fatos sobre o cangaço nordestino, e que também abastecia as bancas dos fatos jornalísticos do mesmo dia em
edição especial com verdadeiros assuntos em se tratando do cangaço. Depois a Rádio Nacional fazia a parte de

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

toda a ocorrência se encarregando com notícias para o Brasil e para o mundo, já que a fama de Virgulino Ferreira
da Silva havia rompido o apogeu de sua fama como o mais valente dos bandidos. Depois de colocar a notícia do
seu jornal na rua, logo viajou para Santana do Ipanema onde se encontrava o tenente João Bezerra comandante da
volante policial que concedeu sinal verde ao grupo assassino. Antônio Honorato da Silva, Noratinho, segundo a
mídia que ele ceifou a vida de Lampião com um tiro fatal; não se sabe se foi verídico ou não. Sebastião Vieira
Sandes e Antônio Bertoldo da Silva que tiveram “honras’, segundo os boatos da decapitação das cabeças de
Lampião e Maria Bonita”. Depois das saraivadas de balas que ocorreu naquela madrugada fria matando o grupo de
cangaceiros que atuava no sertão nordestino. Pegando então todos de surpresa inesperadamente numa emboscada
planejada através do comandante. Foram se aproximando de modo sigiloso sem ninguém pressentir porque foi
muito silencioso.

Após o trabalho macabro realizado cortaram as cabeças dos bandidos mandado do Tenente Bezerra. Na
realidade, um caso como esse acontecido, jamais as pessoas de bem gostaria de ver. Um acontecimento dessa
forma é coisa do satanás, e não para o homem de bem. O homem na época almejaria ambientes agradáveis que
pudesse construir uma digna família para um futuro brilhante. Lampião era diferente. Teria que arranjar dinheiro de
qualquer maneira, não se preocupava com ninguém. Satisfazendo seus problemas era o certo para ele. Não tinha dó
das pessoas. Ele era cruel mesmo. Teria que ser respeitado por todos os comparsas como para todos que não o
obedecessem. .

Com certeza foi uma revolução maléfica causando torturas horríveis. A pessoa de boa índole não gostaria
nem de ouvir falar de tudo que aconteceu naquele tempo arcaico em se tratando do cangaço. Fatos como na
realidade aconteceu, jamais deveria ter acontecido no nosso querido nordeste. Naquela época com tanto sofrimento
de crises das secas terríveis, ainda mais com esse terrível movimento, somente aumentou cada vez mais os
sofrimentos de todas as comunidades nordestinas. Não era isso que o povo queria para viver uma vida bem melhor

PROCURARAM ABAFAR OS TRABALHOS

Esses terríveis trabalhos foram dialogados, esquematizados pelo perverso e cruel que matou o cruento “rei do
cangaço”. O simples policial Antônio Honorato da Silva com o número 14 da volante policial. Ele não era tanto
robusto do destacamento que chamara atenção do repórter da “noite”. Foi entrevistado esse enorme soldado
extrovertido que não se exibia preocupado, mas alegre. Não podendo se manifestar a respeito da satisfação que não
tinha como definir tamanha tragédia de ter arrebentado com sua arma cruel os miolos do famoso bandido soldado.

Noratinho era incivilizado, que toda ignorância envolvia a consciência do soldado matuto. Irmão de
cangaceiro e, do mesmo não tinha diferença. Rezava pelo mesmo livro pelo prazer de pegar na arma era igualmente
para todos. O mais cruel fenômeno da vida do sertão foi uma complexidade miserável que deixou para o sertanejo
as piores dificuldades para o progresso social. Aglomeração de muitas causas tristes e tortuosas criaram
sofrimentos para todas as comunidades sertanejas na época sem sombra de dúvidas.

A TRAMA

O grupo de cangaceiros que Lampião comandava, esperava pelo carregamento de mantimentos; tabaco, seria
conduzido de Piranhas pelo Pedro de Cândida, homem de confiança de Virgulino. Era ele que se encarregava de
fazer compras. Conjuntos de armamentos: tabaco, e outros objetos: roupas, calçados, chapéus à moda de
“Napoleão sertanejo”, de abas largas sobre o alto da cabeça. – Sabonete, pentes, batom, água-de-cheiro e, até pó,

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

para as mulheres vaidosas – Maria Bonita e Dadá (mulher de corisco), Sila, Enedina, e outras conhecidas. Com a
prisão do irmão Pedro de Cândida, foi interrogado sobre ameaça da polícia para descobrir o local onde se
encontravam os bandoleiros. Seriam entregues todos esses mantimentos no próprio lugar chamado grota do
Angico. Preso e ameaçado de morte se não colaborasse com a polícia. O costeiro não relutou muito para informar o
esconderijo de Lampião no que causou uma reação imediata da volante policial. Partindo a qual imediatamente
para o local revelado na intenção de exterminar de uma vez por todas a “cabroeira”. –A noite não poderia ser mais
propícia a essa intentona, pois era de chuva. Chovia e fazia frio na grota de angicos nas margens do rio São
Francisco. Ao lado de Sergipe onde arranchou Lampião e parte do seu pessoal. Para diminuir mais os sofrimentos,
Lampião mandou fazer uma fogueira para amenizar o frio, e todos se acomodaram em redes ou mesmo enrolando-
se em lençóis no chão duro nas locas das pedras onde arriaram as cabeças para dormir ou repousar. A frieza foi
horrível à noite toda, varando pela madrugada adentro naqueles horríveis pedregulhos, carrapichos e xique-xique.
Tudo de ruim ali existia.

Ali predominava o silêncio, o que estava incomodando eram os grilos e o canto feio do socó. Virgulino
tinha muita raiva do canto desse pássaro agourento, ele já não aguentava mais esse barulho. Acomodou-se debaixo
de sua barraca, e logo dormiu muito ao lado de Maria Bonita que ficou até desconfortável e tímida por causa do
incômodo do socó que ele não gostava naqueles momentos de dormida. Certo de que em se tratando de um homem
das caatingas conhecia bem o lugar como as palmas das suas mãos, e a prática de pernoitar com sua gente quando
estava na redondeza, precisava reabastecer seus determinados eventos. Além de tudo isso confiava nas iniciativas
planejadas de Pedro de Cândida em depositar na policia toda confiança, em se tratando assim, não havia
preocupação alguma.

A percepção e capacidade de raciocínio de Lampião eram muito boas, e agudas. Fazia-se seguro entre si, e
mais a devoção religiosa e a fé no padre Cícero do Juazeiro seu protetor que o deixava muito tranquilo, apesar de
tudo. Se tivesse de acontecer alguma coisa com certeza ele pressentiria o que de ruim estaria por vir. O bando todo
confiava em seu comando. E se não mandou botar guarda naquela noite era porque não haveria nada o que se
temer; mesmo com tanta tortura que estava havendo por todo lado.

O capitão Virgulino tinha uma capacidade afinadíssima de entender as coisas com facilidade quando
realmente iria acontecer; ele tinha devoção aos Santos e a fé mantida no Padre Cícero, Pároco de Juazeiro que
também era seu protetor. Acreditava que o padre lhe assegurava uma perfeita tranquilidade em uma vida diante de
tudo que acontecia. Confiava tanto no seu comando que não precisou botar vigilante nenhum naquela noite de
trevas horríveis.

Lampião no perigo que poderia acontecer naquela noite, ou seja, de madrugada com ele e seu comando.
Inesperadamente nesse momento viram-se cercado pelos macacos. A volante policial comandada por seu inimigo
mais perigoso e ferrenho. O tenente João Bezerra que o atacou traiçoeiramente. Sem haver condições de defesa. Os
macacos entraram em ação macabra em cima do pessoal do capitão com muito ódio, e sem pena de nada, crivando
de balas. Dos fuzis saiam incontáveis tiros quase a queima-roupa, matando uma parte do bando de Lampião que se
encontrava em Angicos mais ou menos umas quatro horas. A chuva que caía facilitou muito o trabalho dos
perseguidores; palavra do coronel Waldemar da Silva Góis. Esse também era uma das figuras altamente cruel e
desumana para com o capitão Virgulino e seus cabras. Ao ser entrevistado pelo jornalista Batista Pinheiro do
antigo jornal de Alagoas em 10/05/1982, atualmente não existe mais esse jornal. Era aproximadamente 5;00hs da
manhã quando foi determinada as ordens por Bezerra para acionar os tiros. A primeira vítima a ser atingida foi

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Maria Bonita, companheira do capitão Virgulino. Ela mesma ferida conseguiu ver o cangaceiro Luiz Pedro fugir,
gritou então para ele: compadre: vossemecê esqueceu a promessa feita ao capitão? Luiz Pedro voltou para finalizar
seus instantes finais com Lampião e Maria Bonita.

Desmoronou-se a lei do cangaço. Há quase vinte anos exerceu o comando perverso nos sertões da Bahia,
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará, causando muito medo por onde passava. Havia com o bando do
cangaço descomedidas raivas no sentido de ceifar vidas; saqueava também. Tirava o couro de qualquer um que se
metesse, e se manifestasse qualquer reação. A palavra era de Lampião. Se alguém não entregasse o que tinha:
dinheiro, comida e mulheres, com prioridade o acolhimento, tudo arruinaria.

Havia um comportamento muito rígido que era de determinar ordem severa ao bando para agir sem amor e
sem respeito para com ninguém. Mesmo com todo esse ódio não evitou o trágico acontecimento naquela
madrugada. Não houve se quer uma mínima precaução no sentido de se protegerem, e que viesse acontecer uma
terrível tenebrosa madrugada. Não houve proteção nenhuma para as vítimas. O local ficou marcado pela violência
segundo a história diz que havia 48 militantes, conforme os dados. Onzes do bando que se encontrava com
Lampião e Maria Bonita saíram sem vida. Enedina, Quinta-feira, Caixa de Fósforos, Elétrico, Mergulhão,
Diferente, Desconhecido, Cajarana e Luiz Pedro. Na realidade foi uma tortura absurda que houve com esses
compassas de Lampião; morreram todos os onzes. Naquela madrugada houve uma das maiores mortes horríveis.
Ninguém queira ver uma catástrofe de tamanha perseguição comandada por esses tremendos cruéis.

Enquanto Noratinho se preparava todo elegante para receber duas armas de cabo na nova vestimenta, o
tenente Bezerra recebia Louro pela vitória. O cangaço sobrevivia na caatinga pelas ações que faziam. Tudo que
saia das cabeças desses cangaceiros era de fazer dó; as torturas não tinham limites. Somente torturas das piores
possíveis entre eles e para com a sociedade. Eles eram perversos sem ter dó de ninguém, somente sabia quem na
realidade vissem com os seus próprios olhos, quem tivessem coragem de ver para poder crer das tremendas torturas
que aconteceria nos momentos terríveis de dores horríveis com as vítimas.

O soldado da tropa do aspirante. Ferreira de Melo, Antônio Honorato da silva por todos conhecido pela
alcunha de “Noratinho”, após as mortes dos cangaceiros no leito do dor no riacho Angicos não se sabe se foi por
uma simples vaidade ou por um momento de desfazer ou mesmo por mais uma mentira daquelas mortes: do “rei do
cangaço com os cangaceiros”. Dizem que foi Noratinho que deu o primeiro tiro..

As truculências do diabo Louro - Corisco pelo seu perverso instinto queria vingar a morte de seu chefe e
dos seus companheiros que morreram em Alagoas. Havia comemorações em Maceió – capital – pela conclusão do
cangaço, mas teve que fazer um paradeiro para cuidar do sertão porque os bandidos estavam lá em plena atividade.

Diabo Louro teve oportunidade de fugir da polícia com sua mulher Dadá. Nessa data, elementos na
madrugada sangrenta onde Lampião foi morto ao lado de Maria Bonita com
mais nove companheiros que
invadiram a cidade de Vemos o cabo Antônio Bertoldo, o
Piranhas; terra de Nossa soldado Santo e o soldado Noratinho.
Senhora da Saúde. Lampião Faltando para nós a identificação do
vivo ninguém contrariou sua quarto soldado
lei. Julgando que a denúncia
levou a polícia descobrir o

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

local onde Lampião se encontrava na Grota de Angico. Em troco dessas barbaridades remexeram toda a fazenda
naquele município ceifando cruelmente seus elementos sem defesa nenhuma da família Ventura.

O destacamento da força policial militar de Alagoas foi rapidamente ao local da execução, mas não havia
mais chance de vitalidade. Não havia condições vitais na fazenda dos Patos. Em se tratando do acontecimento a
reportagem do repórter Melchiades da Rocha do Jornal À noite Rio, na época acompanhou toda organização
policial no sentido de perseguir para prender ou terminar com a vida do perverso e criminoso. Depois de ouvir o
vaqueiro Manoel João da Costa, cunhado e primo também do vaqueiro Domingos José Ventura, sacrificado com
toda sua família pelo seu suposto vingador de Lampião. Essa matéria se encontra no livro Bandoleiro das
caatingas, o mais autêntico documentário da história do cangaço. Ainda passando por muito medo e revolta,
Manoel João contou ao repórter o cruel drama, pequena festa de morte com crueldade e ao extremo. Disse-me
ainda que a chegada de corisco, já pela noite talvez escura, na fazenda de patos. Era por volta das vinte horas. A
chegada dos perversos vadios e desalmados no local foi uma praga, uma maldição infernal. A sede de ódio dos
cangaceiros era uma tortura sem controle. A família do ancião Ventura já se encontrava em repouso, mas o
acordara sem ter mais paz. Daí para frente à desgraça com sua vestimenta de morte, larga, negra apavoraram
inesperadamente a fazenda malhada. Gritos de chacais famintos e ferinos tomados pelo diabo ecoaram naquele
recinto anunciando a perversa intenção dos endiabrados caravaneiros da morte. A escuridão da noite denegriu mais
ainda quando foi reconhecida a dimensão do quadro ali existente que ia abrangendo tudo que ali existia com uma
situação pavorosa. A situação era com muita perversidade aos assediados sem culpa e sem malícias. Fugiu naquele
momento trágico qualquer chance de fuga. Nessa ocasião Corisco apoderou-se do poder com seus facínoras,
invadiram sem dó a casa do vaqueiro ocorrendo o terror com a família do velho Domingos: “façam o café para
todo pessoal”. Em seguida convocando o pobre vaqueiro com o seu filho Manoel. Corisco ordenou que os
colocassem detrás do curral. As pobres vítimas foram sem fazer gesto de defesa amarradas para o terreiro. O
tremendo e sangrento sofrimento iam começar naquele instante. No local escolhido para a tortura. Corisco depois
das piores humilhações e ofensas no que diz respeito à denúncia que resultou no martírio cruel. Segundo o carrasco
que as vítimas eram culpadas pelo que tinha acontecido em Angicos. Enfim chegou a determinar aos seus
perversos com as armas, ou seja, os facões assassinos para decapitar os bandidos inocentes. A situação dos
desgraçados que aguardavam a maldita hora de serem sacrificados. Não havia mais pedido nenhum para solucionar
recursos naquele holocausto. Não havia mais solução de piedade que os socorressem. Os facínoras escolhidos para
a execução estavam suados para a tarefa fúnebre que logo mais terminaria. Após a terrível ocorrência houve as
exibições dos terríveis instrumentos de lâminas afiadas. Duas cabeças caíram por terra, ensopadas de sangue
humano.

DUAS CABEÇAS

A sede de vingança foi ao extremo, mesmo essa terrível ação não se conformou por realizado o trabalho macabro.
Corisco e seus cruéis desumanos companheiros voltaram a dizer coisas horríveis com gritos amaldiçoando tudo
que encontrava em frente à casa da fazenda, o local onde os demais perversos aguardavam os outros moradores. O
investimento tenebroso atingiu aquelas inocentes pessoas ao perceberem o retorno; a figura amaldiçoada do
vingador do rei do cangaço cuja fisionomia declarava ainda ódio assustador. Logo após desgraçadamente chegava
a vez dos dois filhos do vaqueiro; José ainda solteiro, e Odon já casado. Foi uma coisa muito triste.

Os criminosos assim como levaram o velho Domingos e Manoel ao terreiro, o local da tortura, ali também
usaram de um estranho comportamento gritante e impróprio para com a vida humana. Degolaram as cabeças

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

provando no sentido diabólico de assassinos cruéis. Na realidade só pode ter sido uma tragédia das piores, além do
que se pensa em tamanha tortura realizada.

Foram coisas terríveis no local de torturas provocadas por um homem terrível que fez vítima sem haver
necessidade, mas somente coisa mandada pelo diabo, de acordo como era o seu apelido: diabo louro.

CHEGA A VEZ DAS MULHERES

As pobres mulheres também entraram nessa terrível ação hedionda. Corisco manifestou-se com gritos
desequilibrados com seus perversos instintos. Nessas alturas já tinham se apoderados das quais apoiadas pelos
cabelos, à mulher e a filha do vaqueiro. Guilhermina do Nascimento Ventura e a jovem Valdomira Ventura.

Corisco se dirige as criaturas com expressões e olhar criminoso ameaçando-as de morte. Falando para as
mulheres: vocês vão pagar pela morte de Maria Bonita e Enedina. Valei-me minha Nossa Senhora! – Pelo amor de
Deus não me mate seu capitão! Essas palavras não valera coisa nenhuma. Não havia mais piedade por parte dos
facínoras, foram tudo em vão os pedidos. O ódio era prevalecido no momento doloroso. Ninguém avaliava o que
haveria na mente e consciências dos carrascos em se tratando de Guilhermina e Valdomira. Essas duas mulheres
tiveram suas vidas ceifadas naquele instante. Foram perversamente arrastadas para fora, as quais não sujeitas a
tantos sofrimentos por falta de humanidade; usando bestealidade, Corisco, o diabo Louro deu ordem para executar
a matança. Eram mais dois crânios caindo ensanguentados. Foi uma tortura que não existe nada que se identifique
com tamanha perversidade inesquecível que Jamais sairia da mente do povo para nunca mais se esquecer dos
sofrimentos absurdos no meio social do cangaço. Tortura não pode acontecer com a humanidade. As autoridades
têm o dever de coibir todo tipo de torturas em todas as camadas sociais dos povos.

O BAILE DA MORTE

Depois de toda essa vingança, satisfeito por ter realizado com seus instintos cruéis os mais perversos homicídios,
vendo as seis cabeças expostas sobre o solo, e não se arrependendo pelo ato praticado. Corisco e seus
companheiros ou comandados se dirigiram a casa de Domingos – Na presença do defunto Domingos houve uma
algazarra infernal. Corisco numa atitude de bestialidade gritando diante do cadáver que se encontrava sobre o chão.
Uma cena muito triste e comovente que acontecia naquela hora. Corisco movido pelo ódio transformando a casa
em um salão dançante com seu grupo de cangaceiros. Todos embriagados e desequilibrados. Dois dos seus cabras
conduziam uma viola e outro um realejo. Os próprios instrumentos com que eles animavam a festa comemorando o
festival da degola numa maior brutalidade. Ali foi transformado também numa casa de jogo onde não havia
respeito para com ninguém; terminou tudo com um macabro acontecimento.

Foi uma tortura absurda. Isso não se enquadra com ser humano nenhum. O ser humano ficou para ser
respeitado, não importa quem ele seja, porque vida é para ser respeitada, a qual é dádiva de Deus. Tortura jamais
deveria acontecer em nenhum setor da humanidade.

A sociedade necessitava permanentemente de tranquilidade e de paz entre os homens de bem, e não de


torturas terríveis como aconteceu com as comunidades por conta de crueldades causando medo em toda parte
aonde ia passando esses perversos cruento perigosos mandando e desmandando com tantas nocividades tirando as
vidas dos homens de bem que precisava da paz social em todas camadas sociais.

PRESENTE MACABRO
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Corisco consciente e satisfeito porque não era para menos. Apressado seguiu para a fazenda das pedrinhas do
proprietário Coronel Antônio José de Brito, apelidado de Antônio Menino, sendo também dono da fazenda onde
havia acontecido a chacina. Corisco escrevendo uma missiva bastante injuriosa ao tenente João Bezerra fazendo
entrega das próprias cabeças de suas vítimas. Pelo portador Morais mandando um recado ao tenente Bezerra que
faça uma fritada delas. Se não encontrar o Tenente João Bezerra, entregue-as ao prefeito João Correia de Brito.

FICARAM OS TRÊS FILHOS MENORES DO VAQUEIRO PARA CONTAR A HISTÓRIA

Os filhos são: Silvino, Carmelita e Antônio. Eles ficaram órfãos de pai. Suas idades: 10 11 e 12 anos. Corisco
concluindo seu raciocínio dizendo com seu instinto perverso e cruel, voltou à vida para exterminar os jovens. Diz
Corisco: faço questão de liquidar com toda raça do vaqueiro traidor que nos entregou aos macacos. Nessa história
que o diabo Louro no lugar-tenente de Lampião que mais tarde teve seu final. Havia ainda um soldado por nome
Zé Rufino que seguia a sua trilha astuciosa caminhando até perto de Minas Gerais para onde se dirigia o facínora, e
Dadá uma guerreira do cangaço. Zé Rufino teria ajustado com três investigadores baianos para auxiliá-lo na tarefa,
e os quatro acabaram com a vida do cangaceiro que se encontrava desarmados.

Soube-se que Zé Rufino antes da execução extorquiu 500 contos de réis. No entanto, o militar se garantiu
em trazer o bandido preso, mas devido os ferimentos veio a falecer no caminho por não aguentar a viagem.

OS SOBREVIVENTES

De acordo com a história, Dadá também saiu com vida do tiroteio de Angicos, mas com vários ferimentos de balas
em uma das pernas que chegou até amputá-la posteriormente. Após a morte do companheiro retornou a Bahia e
viveu até 1994; ela tinha 56 anos. O nome de batismo era Sérgia Ribeiro da Silva. Ela nasceu em Belém/PR, no dia
15 de abril de 1915. Residia na Bahia quando seu primo a levou para o bando de Lampião. ela tinha as condições
físicas saudáveis de 1,70, muito valente, e admirada por todo o bando. Proporcionando muitas bravuras no grupo
de Lampião no sentido de sair do cerco policial.

Sila e Zé Sereno foram também dos que escaparam. Em 1947 foram para São Paulo onde sereno conseguiu
colocação como funcionário público. Ele Faleceu em 1982, e sua mulher Sila na época continuava viva, de acordo
com os comentários que ela faleceu em São Paulo. Ela disse que pra não morrer na caatinga saiu correndo pelo
xique-xique com as pernas em carne viva, sofrendo muito!

De acordo com a história ela morava no interior de São Paulo na cidade de Rio claro. O seu nome
verdadeiro era Ilda Ribeiro de Souza com a idade de 80 anos na época, uma mulher forte enérgica que tomava todo
seu tempo fazendo palestras sobre o bando de cangaceiros. Ela estava ganhando a vida nas noites, cantando e
contando histórias do cangaço para os turistas; e também vivendo com uma pequena aposentadoria como
costureira..

Com os seus conhecimentos narrando para as pessoas de todas as idades tudo o que ela tinha passado no
cangaço. Em uma sala de cultura, ela reunia fotos e fitas de vídeos do cangaço que eram muitos. Recordava-se tudo
o que passou no cangaço. As lembranças estavam vivas como se fosse um filme que não parava de rodar; revendo
todos os dias. Era impossível esquecer o que passou em sua cabeça que ficou tudo gravado.

Sila tinha 13 anos brincando de boneca quando Zé Sereno a levou à força para conviver com ele no ano de
1936. Ela disse que a vida na caatinga era uma vida do cão, mas que sentia saudade dela. Ela continuava dizendo
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

que era muito ruim a vida no cangaço, mas tinha que suportar porque não havia outro jeito. Sempre sonhava
fugindo dos tiros dos soldado; ela disse que sentia saudade de Lampião, Maria Bonita e Dadá que eram verdadeiros
amigos. Lampião que vocês conhecem através da mídia é diferente; hoje, está muito pior.

A violência urbana vai além da antiguidade porque não tem somente um cangaço, e sim milhares que
tomaram conta da sociedade sem lei. Atualmente a sociedade não tem sentido de humanidade.com tanta violência.

CORISCO MATOU OS TRÊS INOCENTES

Gritou corisco para os perversos bandidos sanguinário que já


arrastava pelos cabelos a mulher e a filha do vaqueiro, Guilhermina
Nascimento Ventura e a jovem Valdomira Ventura. Disse Corisco:
vocês duas vão pagar a morte de Maria Bonita e Enedina. Ele,
Corisco com um olhar terrível disse para as duas mulheres infelizes
sertanejas. Valei-me minha Nossa Senhora! Pelo amor de Deus
não me mate, seu capitão! Essas palavras não valeram nada, foi
tudo em vão; foram todas três mortas. Que tristeza! O ódio
dominavam esses torturadores. Tudo isso está supracitado nos textos, somente repetido.

PERSONALIDADE DO CEARÁ PATATIVA DO ASARÉ

Filho do agricultor Pedro Gonçalves da Silva e de Maria


Pereira da Silva, veio ao mundo no dia 9 de março de
1909. Criado num ambiente de roça, na Serra de Santana,
próximo de Assaré; seu pai morreu quando ele tinha
apenas oito anos legando aos seus filhos Antônio, José,
Pedro, Joaquim e Maria, seus queridos filhos.

O ofício da enxada era “arrastar cobra com os pés”,


como se diz no sertão. A sua vocação era poeta, cantador
da existência, e cronista das mazelas do mundo despertou
MUSEU PATATIVA DO ASSARÉ
cedo, aos cinco anos já exercitava seu versejar Ele perdeu
a visão direita em decorrência de uma doença, segundo ele,
chamada “mal d’olhos”. Sua verve poética serviu de vassala a
denunciar injustiças sociais, propagando sempre a consciência e
a perseverança do povo nordestino que sobrevivia de bravura
para resistir às condições climáticas, e políticas desfavoráveis,
coisa muito ruim para a vida do povo.

Antônio Gonçalves da Silva, conhecido por Patativa do


Assaré sua terra natal,” o popular dessa região sertaneja”,
apesar de não ter estudado; formado somente na universidade
da natureza. Estudou somente quatro meses numa escola,
passando a ser possuidor de uma cultura popular PATATIVA DO ASSARÉ
incomensurável chegando o privilégio de receber o título
honoris causas pela Universidade de Soudone.

IRACEMA
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

I Iracema uma obra elaborada pelo renomado escritor José de Alencar; estes dois personagens: Martim Soares
Moreno e a índia, segundo a mídia que tinha os cabelos pretos como a asa da graúna, e os lábios de mel, de
acordo com o seu autor Jose de Alencar, um escritor famoso que escreveu a história de Martim; ele nasceu em
1586 e faleceu em 1619 -- Capitão-mor do Ceará. Fundou o Forte de São Sebastião na Barra do Ceará; hoje, é
Quartel General, ou seja, o comando Militar na Praia de Iracema – Quartel General do Fortaleza.
eSTÁTUA DE IRACEMA NA PRAIA DE IRACEMA
EM FORTALEZA

PADRE CÍCERO

Outro cearense de uma grande relevância na política foi o


Padre Cícero Romão Batista, nascido no Crato; esse ícone
eternizou-se no juazeiro do Norte. Ele foi o fundador
desse município comandando a prefeitura como o
primeiro gestor daquela cidade por várias décadas. Após a
sua morte, o povo do Ceará concedeu o mais honroso
título de cearense do século XX. Mencionam-se também
os nomes de todos esses vultos importantes do nosso
estado maravilhoso. São muitos que deram nomes a nossa
querida terra. Ultrapassando outras fronteiras, além dessas
pessoas e outras mais que interessaram ocupando lugares
de destaques na história do Ceará como ilustres cearenses
que sacramentaram as suas vidas em defesa da Pátria Túmulo de Padre Cícero Romão Batista (24/03/1844 -
brasileira. 20/07/1934)

ANTÕNIO CONSELHEIRO

Outra personalidade muito importante foi


Antônio Conselheiro (1830-1897) foi um
líder do Movimento Religioso que reuniu
milhares de seguidores no arraial Canudos.
Esteve à frente da resistência na guerra de
Canudos que ocorreu na Bahia entre 1896 e
1897 e registrado no livro Os Sertões de
Euclides da Cunha. Esse ícone de uma
cultura mensurável.

O nome dele é Antônio Vicente


Mendes. Ele foi religioso e o fundador do
Arraial de Belo Monte, conhecido como
Canudos. Antônio Conselheiro conhecido

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

como um fanático religioso na época em que viveu, pois, isso foi uma forma de governo republicano a justificar o
massacre perpetrado contra seus seguidores. Ele morreu de gastrenterite que causa diarreia com sangue. Entre
outros possíveis sintomas: febre, dor abdominal e sensação de defecação incompleta. Entre as possíveis
complicações; esteve desidratação.

Conselheiro era natural de Quixeramobim; ele tinha muitos adeptos que o acompanhava na sua luta, e com
isso formou-se a conhecida Guerra de Canudos, e como foi complicado no sistema social em toda comunidade que
o acompanhava, a qual durou muito tempo, até que chegou a sua morte que era difícil em se tratando de saúde.
Sem conforto seria difícil sobreviver. O ser humano precisa de felicidade no sentido de sobrevivência. Veja o
exemplo de Antônio conselheiro que faleceu de uma forma terrível, ou seja, uma doença que acabou com a vida de
um grande homem da sociedade arcaica. Um ancestral que lutou muito, mas não teve êxito no seu movimento de
comunidade.

EDUCAÇÃO

A sabedoria é adquirida nas salas de aulas com bons professores; também a qual depende dos pais. Ser
educado não é querer as coisas boas para si, e miséria para os outros; não pode ser assim porque não constrói o
crescimento da vida familiar.

A pessoa educada tem maneiras decentes de falar o que pensa para o bem com suas atitudes e suas ideias
sem prejudicar ao próximo. Sem humilhar o seu irmão; ao contrário, preservar todos os direitos dos outros para que
os seus sejam respeitados; não repreendê-los na presença de ninguém. Pensar o que vai dizer para não errar nos
seus processos de vida e comunicação social.

O ser humano jamais deveria ultrapassar os limites da vida. Ele deve amar religiosamente ao seu próximo
como a si mesmo; em primeiro lugar a Deus, e em segundo a natureza que é dádiva do mesmo. Tudo que vem do
senhor é nosso também, e tudo isso temos que preservá-lo o máximo.

A sociedade para ser educada tem o dever de respeitar tudo e a todos sem distinção de cor e de raças. Tudo
é determinado por Deus. Se existe erro tem que consertá-lo. Erros jamais constrói algo de futuro para a população
de modo geral. Devemos proteger tudo o que é bom para a humanidade. Proteger a fauna e a flora organicamente
porque todos os seres vivos precisam sobreviver.

Educação é não ter inveja, nem caluniar, nunca desconsiderar o seu próximo. Reconhecendo que todos nós
já nascemos para o bem. O mal é o homem que procura, porque ele tem o livre arbítrio de acordo com o seu
destino que faz a pessoa praticar a maldade, são duas alternativas: ou somos honestos ou desonestos; não se deve
ter o meio termo.

Educação, e ignorância são duas palavras difíceis de entendermos, ao mesmo tempo é muito fácil, só
depende da sua formação para muito bem escolher o caminho correto. É um dever de a humanidade seguir o bem.
O homem tem que ter certeza o que vai escolher para sua vida; nada com violência, somente depende de sua boa
índole com conhecimentos culturais e espirituais.

A humanidade atualmente está passando por muitas crises nos seus meios naturais da vida. Todos os seres
vivos: aquáticos, terrestres e marítimos; são irracionais, vivem pelo destino. O ser humano tem as suas defesas e
seu modo de viver diferenciado dos irracionais, mesmo de uma complexidade muito grande pelos quais passam por
toda vida.
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Têm as pessoas humildes, compreensivas e


habilidosas; tudo que fazem é por amor. Outras são
agressivas, insuportáveis, não possuem educação. Gente assim
é muito difícil de entender a verdade, trocando o certo pelo
errado. Tudo isso faz parte do raciocínio cultural e espiritual.
Na sua consciência escolhendo o mal está tudo imperfeito,
portanto essas pessoas não são capazes de viverem em
sociedade. O bem é que constrói a humanidade

COLÉGIO MONTEIRO LOBATO

José Bento Renato Monteiro Lobato nasceu em 04 de


abril de 1882 – São Paulo e faleceu em 4 de julho de 1948 em São Paulo. Sua formação foi na Faculdade de Direito
– Universidade de São Paulo em (1904). Cônjuge: Maria Pureza da Natalidade de Souza e Castro (de 1908 a 1948).
Filhos: Rute Monteiro Lobato; Edgar Monteiro Lobato; Maria Monteiro Lobato e Guilherme Monteiro Lobato.

Ele foi um escritor renomado na literatura infantil de várias obras de formações literárias no mundo infantil.
Esse grande escritor muito conhecido no cenário das crianças. Dedicou-se a um tipo de escrita com uma linguagem
simples em que se tratava na realidade uma fantasia de lado a lado. Pode-se confirmar que ele foi um grande
escritor das mais consagradas literaturas deste grande país por nome Brasil.

O HOMEM E A NATUREZA

A humanidade está passando por uma catástrofe das piores de todos os tempos em se tratando da ecologia;
está acontecendo catástrofe com a meteorologia e a sismologia causando medo e morte com muitos terremotos em
vários países do mundo. Essas tragédias que vem ocorrendo dependem da natureza em se tratando das camadas da
Terra. Crosta terrestre, Manto e Núcleo; faz parte altamente científica na Geofísica.

Os seres humanos vêm ocupando muitos espaços da


terra, até mesmo inadequado por falta de conhecimentos
científicos. Sofremos muitos problemas por ignorância. Por
todas essas faltas de conhecimentos iremos sofrer nessa vida.
Já estamos sofrendo por tudo isso, não tenha dúvida em se
tratando da natureza, a qual não dorme. Ela já está cansada
com tantas desobediência do ser humano que está destruindo
desordenadamente o que Deus fez e continua fazendo para nós
gratuitamente.

Temos urgência das exterminações de tudo o que é área


de risco, no sentido de que a nação tenha saúde, ou seja, vida saudável para a humanidade. O homem tem que ter
consciência o que vai fazer na vida, ele tem que ter iniciativas de planejamentos sobre finanças com alto controle
do que entra e do que sai em se tratando de empresa; tudo isso tem que ser com capital de giro altamente de acordo
com as normas exibidas por lei.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Na parte comestível tem que ser tudo orgânico para os consumidores. Deus que é o criador de todas as
coisas de tudo que mantém a nossa vida em perfeitas condições, jamais nada inorgânico que mata os racionais e os
irracionais. Tomos que nos livrarmos de tantas irregularidades para termos uma vida saudável.

É prioridade que haja fontes alternativas em se tratando de não usina nuclear que está se tornando perigos
para todos os povos do planeta terra; se o homem não parar com essas atividades desenfreadas vai ocorrer muito
perigo para todo Universo.

O petróleo já tem poluído as nossas praias, nossos mares acarretando todo tipo de doença para nós seres
humanos provocando muitas poluições comprometendo até a biodiversidade. Em se tratando dessas
irregularidades, as autoridades deveriam substituir os poluentes por outros elementos menos agressivos para as
lavouras porque são nocivos para saúde humana e dos animais racionais que vivem pela providência divina.

Reduzir as queimadas e o desmatamento de nossas florestas de 80% a 90% (oitenta a noventa por cento),
mantendo a ordem rígida sobre as árvores, derrubando somente aquelas que fazem necessárias, e plantando outras
nos seus devidos lugares. Não matar nem prender os animais sem que haja um motivo, com prioridade aves e
pássaros.

Procurar proteger o meio ambiente, não permitir que algo venha se transformar numa fogueira ardente que
você mesmo poderia ser incendiado pelas chamas; ainda é tempo de usarmos o nosso consciente no sentido de
salvar tudo isso com prioridade.

Poderíamos transformar o nosso planeta num Oasis onde a natureza seja mais exuberante como um meio
natural sem poluição. Ambiente despoluído não deixa de ser uma maravilha. A vida sendo valorizada com todas as
pessoas colaborando dessa forma haveria um futuro maravilhoso
com comunidades felizes em todas as nações do mundo.

Na realidade a clorofila representa vida, por exemplo: uma


árvore frondosa exalando muito oxigênio para todos os seres
existentes na terra para os seres animados e inanimados
preservando a vida com abundância.

A vida é composta de uma incomensurável complexidade.


Não há condições de especificar nada na íntegra por falta de
conhecimento seguro e verdadeiro. Temos absoluta certeza de que a vida como ela É....
temos vidas e precisamos viver com os nossos irmãos em cristo, e
nesse sentido necessitemos e necessitamos de muita fé em Deus; em se tratando dessas concepções, jamais poderia
haver dúvidas para com a vida que é um dom do divino onipotente, onisciente e onipresente.

O ser humano tem o dever de preservar a vida de formas equilibrada de acordo como Deus nos manda
obedecê-lo, amá-lo, e o reconhecendo como a divina providência. A vida é um substantivo abstrato, mas com Deus
se torna real e incomensurável, a qual nos ensina com riquezas de detalhes em se tratando da convivência
ambiental em vários sentidos. De acordo com a tendência de cada um dentro da sociedade em várias camadas
sociais.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A juventude na atualidade não sabe controlar sua saúde no meio em que vive, somente faz é prejudicá-la,
sem mantê-la saudável. O motivo talvez seja por causa dessa tecnologia avançada que somente prejudica a saúde
de modo geral encurtando sua longevidade.

Os adultos quando chegam à senilidade que para muito poderia ser uma doença física e psicológica no
sentido de final de vida. Para muitos é inaceitável. Certo de que a vida é permitida por Deus, mas ninguém admite
a terceira idade. Na realidade faz uma confusão desconfortáveis se aproximando as doenças, e depois a morte.

O nosso planeta tem muitas belezas naturais em muitos lugares nocivos, e inofensivos. Florestas, serras,
montanhas, vales e tantos outros seres importantes. Neste planeta tem vida que é um dom preciosíssimo para
humanidade que Deus gratuitamente nos dá com amor; nesse sentido temos que agradecê-lo, amá-lo como o nosso
pai verdadeiro. Temos que fazer a sua vontade e não a nossa. Ele jamais nos abandonará.

Não sabemos ainda como conservar nossa vida espiritual que não a respeitemos como é ainda até hoje. É
tudo é dádiva do Senhor. Sabemos que todos esses fenômenos são mistérios da divina providência. Até hoje não
entendemos a conviver com as essências sagradas da vida aqui na terra até o final dos tempos. Temos certeza da
morte; sem sombra de dúvida é a realidade.

A vida eterna é um mistério difícil de sabermos como é a origem, o meio e o fim. Esse fenômeno somente
quem sabe é Deus e mais ninguém. Deus é amor. Deus é tudo, e por isso é que temos que amá-lo verdadeiramente
sem dúvida nenhuma por toda nossa vida terrena.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS CIDADES

A humanidade está vivendo os piores tempos


na atualidade. O homem continua fazendo devastação
das florestas, e ceifando a vida da fauna. Uma das
reservas patrimoniais se encontra na Amazônia.
Atualmente está acontecendo tudo o que é de ruim
nesse estado. É lá mesmo que está acontecendo
assaltos e sequestros com mão armada. Isso é uma
guerra contra a nação. Suas florestas são grandes
potências. Nas últimas décadas do século vinte e um
vem aumentando desordenadamente o desmatamento
na Amazônia. Esse procedimento vem atingindo o
desaparecimento das riquezas da Amazônia legal, ou
seja, de muitas espécies de animais selvagens. Esse
crime está concorrendo para um desequilíbrio da
natureza globalmente. Todas essas causas podem ser
atribuídas de formas absolutas ao homem
contemporâneo. Ele mesmo vem contribuindo para um colapso total do planeta terra. Cidade grande como são
Paulo no Brasil. Estados Unidos, Nova York, Tóquio e Japão são conhecidos como os maiores poluidores da terra,
inclusive os veículos que vão além do que se pensa em se tratando de monóxido de carbono poluindo tudo que se
encontra pela frente. Fábricas jogando diariamente poluentes no ar. Essa poluição causa desastre ecológico no
presente e no futuro que haverá de vir.

O homem matando o seu semelhante até com os alimentos inorgânicos; também com armas mortíferas de
todas as qualidades. Usam também as inseticidas venenosas aplicadas com pulverização sobre as plantações de

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

modo geral. Não respeitando o prazo estabelecido no sentido de que as verduras passam a serem consumidas pela
população sem o tempo certo da sua maturação As verduras ingeridas antes da data prevista causam diversos
problemas nos organismos das pessoas que delas utilizam inadequadamente por longo tempo. Usando dessa forma
pode causar até a morte do ser humano que as consomem.

Atualmente o homem tem realizado viagens fantásticas, desafiando os espaços cósmicos, querendo ir aos
outros planetas gastando bilhões de dólares em suas aventuras. Deixando famintos morrendo de fome na terra por
falta de alimentação orgânica e saudável.

Enquanto houver desigualdades sociais, o mundo continuará cada dia pior. A paz não prevalecerá; somente
maldade, ódio e violência. Esses elementos permanecerão penetrando na sociedade desorganizada sem fins
lucrativos, e não trabalha pelo social na vida em primeiro lugar.

Uma grande parte da juventude encontra-se envolvida nas drogas; também os idosos são usuários, talvez
das mais simples de que a maconha; também o crack que é de um grande poder destruidor. Para os idosos que são
viciados no álcool conhecido como uma bebida lícita, livre e muito comercializada. Atualmente essa bebida está
sendo uma das drogas mais responsáveis por muitos acidentes, com prioridade por veículos motorizados
conhecidos por carro, automóvel e motos dirigidos por motoristas irresponsáveis dirigindo embriagados. Eles têm
causados os piores danos no trânsito matando pessoas indefesas. Quando não matam deixam suas vítimas
paraplégicas para o resto da vida sem apoio físico e mental.

Os alcóolatras possuem comportamento bastante agressivo, não todos, usando qualquer tipo de violência. É
o pai assassinando o filho, o filho matando o pai, e irmão praticando fratricídio. Tudo isso acontecendo pela
maldade do ser humano que não pensa bem melhor na vida.

Na realidade o elemento mais perverso na sociedade é o álcool, ou seja, a pessoa que o ingere tornando-se
um grande destruidor das famílias, conforme o desejo e a forma de usá-lo; quando ingerido sem controlo em
grande proporção de acordo com os conhecedores do efeito do qual no corpo humano, também conhecido por
“cachaça” que é uma droga lícita na sociedade. Ela contém o maior teor de álcool na sua composição química. Se
não houver uma mudança de comportamento nessa nova geração, futuramente o mundo irá ter uma sociedade
totalmente desajustada e violenta, preconceituosa e individualista. Tudo por força dessa droga.

Cada vez mais aumentando o número de miseráveis perambulando pelas ruas das cidades grandes e
pequenas. São pessoas sem nenhuma perspectiva de um futuro correto; vivem na ociosidade. Para eles, o único
meio é recorrer à marginalidade destruidora da humanidade.

Uma sociedade dessa forma não terá sentido de construir uma nação equilibrada para formar cidadão de
bem. Levando os jovens em plena adolescência para a prostituição; tanto nas drogas como sexualmente. Essa
juventude dificilmente retornaria ao convívio familiar com felicidade total.

A maldade penetra arbitrariamente na atualidade em todas as camadas sociais. Acredita-se que em todos os
países do mundo surgiram e surgem muitos desequilíbrios na sociedade com as maiores desordens contra a
humanidade em todos os ambientes da sociedade sem sentido de vida nenhuma.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Os homens antigamente condenados pela lei eram trazidos de Portugal. Só poderiam formar uma sociedade
injusta, sem esperança de dias melhores porque se tornariam difíceis. Nada se constrói sem união eficiente numa
sociedade desajustada.

O nosso Brasil, a corrupção continua desajustada não somente no qual, mas em todas as nações do mundo.
A paz, a moral e a lealdade estão deixando de existir. A violência se encontra ocupando os lugares das famílias
equilibradas; ninguém é mais respeitada. O homem não confia mais no outro. Grupos matando os outros,
assaltando com mão armada toda hora. As gangues têm aumentadas assustadoramente em todo país nos últimos
anos em nossa sociedade.

A violência se encontra ocupando os lugares das famílias equilibradas; ninguém é mais respeitada. O
homem não confia mais no outro. Grupos matando e assaltando co mão armada toda hora. As gangues têm
aumentadas assustadoramente em todo país nos últimos anos. Que tristeza.

Os números de favelas têm se desenvolvidos muito, com prioridade nos estados Unidos, e São Paulo. A
tendência é continuar aumentando em todos os estados da Federação. A causa de tudo isso é a desigualdade social.
São poucos ganhando muito, e muitos ganhando pouco. Essa é a realidade que acontece também mundialmente.

Muitos políticos são contra a maioridade penal para com os adolescentes aos 16 anos. Esses adolescentes
têm o direto de votar e exercer as cidadanias. Já é tempo de haver mudança na constituição nesse sentido em se
tratando mais rigorosa à lei. Se por acaso não houver uma tomada de atitude rigorosa, cada vez mais os crimes
violentos vão aumentar: sequestro, estupro, assalto e pedofilia. São crimes praticados contra as crianças, e
adolescentes. Nesses últimos anos, cada dia, a humanidade vem perdendo sua moral. Estamos em plena era
tecnológica. A internet mostrando tudo o que é bom e ruim na sociedade, a violência que tem aumentado
demasiadamente nos ambientes de todas as naturezas, com especialidade as crianças que ainda não têm maturidade
de fazerem o bem e o mal; a maioria delas tem mais facilidade de seguir pelos caminhos nocivos que pode até ser a
internet que nos oferece o lado incivilizado ou não. Esse meio educacional em massa, tanto avança para o bem
como para o mal. Na realidade ela instrui culturalmente também a nação, só depende de você. Em se tratando do
jovem adolescente chega até se viciar nas drogas, chegando a ficar dependente. E nesse sentido que precisa ser
vigiado pelos pais. Não existem dúvidas de que o computador não veio para destruir, ao contrário, veio para
evoluir a comunicação com o mundo inteiro.

Quem procura o errado é o próprio usuário, e os responsáveis pela tecnologia moderna na atualidade
moderna. Vivemos numa época tecnológica tão avançada que não há condições de acompanhar esse ritmo
avançadíssimo. Hoje em dia um produto é lançado no mercado, e amanhã já se encontra ultrapassado;
principalmente no sistema de veículo de comunicação como: televisores, celulares, computadores, e outros mais no
mercado consumidor. Todos esses elementos fazem parte dessa mesma tecnologia; receptora e transmissora. A
cada dia e cada momento surgem novos modelos ainda mais sofisticados. Todos têm os seus testes avançadíssimos.

Se o homem não parar para entender o perigo que já está acontecendo na nossa sociedade, com certeza a
humanidade do futuro irá sofrer horríveis catástrofes no mundo inteiro. As grandes consequências virão sem
dúvidas com; coisas ruins para as comunidades como também para a sociedade.

É produzida todo dia uma


incalculável quantidade de lixo, elemento

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Sociedade desorganizada Comunidade desenvolvida
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

prejudicial à saúde. O mesmo sempre é acumulado no solo e carregado pela chuva, pela água, para os mananciais
contaminando os córregos, os rios e tantos outros que recebem muitos entulhos prejudicando a saúde em todas as
camadas sócias. A água em estado de estagnação, ou seja, não potável, não purificada prejudica o ser humana, a
qual tem que ser límpida para o consumo da humanidade. Ela tem que ser bem tratada rigorosamente com produtos
químicos inofensivos.

Nos últimos anos as condições das pessoas têm melhorado muito com vários financiamentos básicos para
saneamentos. O homem tem destruído as nossas riquezas naturais que são as florestas. Elas são responsáveis por
toda criação da vida do planeta. O homem tem destruído as nossas riquezas naturais. Elas são responsáveis por toda
criação; dos racionais e irracionais existentes na terra.

O fogo tem sido também o maior destruidor de tudo que existe no solo. Aonde ele vai alcançando consegue
exterminar todos os viventes que vivem direto e indiretamente na mata. Sem essas inocentes vidas animais, e
vegetais não teria sentido o nosso planeta. O Universo no qual vivemos de acordo com o criador.

Ninguém jamais esquece o seu tempo de criança; o melhor tempo em que tudo é fantasia, nada de
maldade. O que faz muito é correr, pular, rir e chorar. Quando é repreendido por alguém, fica muito sentida. Ela
vive num mundo cheio de sonhos. A felicidade de qualquer forma para ela acontece. Tudo isso ocorre na sua
primeira idade; primeira fase da vida, de zero aos doze anos. Daí para frente começa a sua adolescência, indo até
aos dezoito anos. Essa é a sua segunda fase que passa a mudar sua formação corporal e moral raciocinando e se
preparando para enfrentar todos os problemas da vida. Deixando para trás toda sua infância. Essa fase acontece
uma vez e não volta mais, ficando somente saudades desse tempo bom que não volta mais as primaveras da vida. A
terceira fase considerada como adulta em que as pessoas já têm atingidas suas plenas maturidades, se preocupando
com os outros problemas de várias atividades da vida.

Muitas ilusões e desilusões de acordo com a boa vontade e livre arbítrio em qualquer responsabilidade
pública ou privada para construir uma família, e fazer planos para um futuro. A quarta, e a última fase conhecida
como a terceira idade; essa talvez seja a mais complexa de todas. Essa é chamada de fase de envelhecimento, na
qual o cérebro atrofiando, pouco a pouco, perdendo uma parte ou até toda memória. A fisionomia se
transformando; o corpo e a face totalmente ficando rugadas. Também aparecendo dores reumáticas. Os membros
não se locomovendo mais. Todos esses fatores são acarretados pela longevidade do indivíduo que não está mais
vivendo, e sim vegetando até aos seus últimos dias; terminando tudo com a morte. Essa é a realidade da nossa vida
aqui na terra na qual vivemos.

Essa foto simboliza as quatro fases da vida, não deixam de ser uma realidade na qual vivemos aqui na terra,
observemos com muita atenção no sentido abstrato e concreto, não
podemos negar porque está totalmente visível, é só observar com muita
atenção simbolizando tudo de acordo com a natureza. Que coisa linda e
maravilha que encanta o ser humano, até porque fazemos parte de todos
esses fenômenos sobre as árvores e o ser humano, e tantos outros
elementos.

AS MARAVILHAS DA NATUREZA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Tudo que existem na natureza são admiráveis e complexas. Ocorre na mais perfeita pontualidade sem erro e
com muita proteção do criador. O planeta terra é responsável por acontecimentos cheios de complexidade em seus
movimentos. Criou o dia, à noite, o inverno, o verão, o outono e a primavera.
Sua fonte principal energética é a luz do sistema solar. Esse verdadeiro astro
nos ilumina aquecendo a terra e outros planetas. Faz parte desse sistema que
permanece envolvido por uma camada de ar atmosférico circulando em todo
perímetro, formando com que o planeta se movimente com velocidade no
espaço ao redor do sol. Movimentações giratórias: rotação e translação,
portanto o Universo é misterioso.

Sabemos que o globo é habitado por seres vivos onde há vidas


COLMEIA DE ABELHA
abundantes; nos campos, nas florestas, nos rios e nos mares. Por toda parte NATIVA
dessa imensa e majestosa obra natural conhecida como Universo. Fonte
principal da vida que permanece ainda ignorada para muitos com as suas originalidades. Temos certeza de que a
vida é composta dos três reinos, mas vamos falar nos dois; animal e vegetal, os quais são bases dos fatores
principais de nossa existência. No reino animal, somente o ser humano é destacado como impulsionador do
progresso dependendo de suas ideias com o consentimento de Deus.

Os vegetais são indispensáveis para todos os seres vivos na terra, sem os quais não teria condições de
sobrevivência de vida de acordo com a vontade de Deus. O homem não tem capacidade para criar nada neste
planeta, somente Deus que tem grandes poderes, até porque ele mesmo quem criou.

Os agricultores que trabalham com as plantas e vegetais precisam da luz solar para realizar os trabalhos. O
gás carbônico, esse é que é importantíssimo para o desenvolvimento de todas as paisagens dos vegetais na terra na
qual vivemos em todo meio ambiente. Preservar nossas florestas é um direito e dever nosso. As árvores são
acolhedoras às pessoas e os animais com suas sombras que as procuram para amenizar o calor causticante do sol.

Os vegetais fornece madeira ao homem para construção de casas, ainda mais os seus frutos comestíveis
para uma alimentação saudável. As folhas caídas sobre o solo transformadas em húmus para fortificar a terra. A
vida de quaisquer espécies: quer vegetal, animal e humano.
Tudo isso depende de Deus.

Os mais pequeninos dos animais sabem muito bem


buscar as sobrevivências. É o caso dos insetos, incluindo
outros de grande porte conhecidos como esqueletos da
natureza. Em se tratando dos quais permitidos pela natureza
que cria todos os seres, animados e os inanimados, o
segundo elemento não tem vida explícitas, mas tudo têm
utilidades de acordo como se usa, por esse motivo é
importante de que ocorra tudo bem para conseguirmos o
que queremos para uma vida bem melhor em todo tempo de nossas existências nesse planeta sagrado pela divina
providência do arquiteto do Universo que é incomensurável.

Têm certos tipos de aranhas nas construções de suas teias que são obras da natureza. O ser humano jamais
conseguiria imitá-las. Têm as saúvas cavando o chão sem precisar de ferramentas fazendo uso de suas tesouras

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naturais perfurando o solo formando galerias subterrâneas. Têm as


abelhas produtoras de mel com suas colmeias. Realizam um
trabalho importantíssimo. Construindo os alvéolos; observando
bem esse trabalho extraordinário, jamais encontraríamos erros,
parece que é tudo planejado, principalmente a parte onde é
depositado o mel conhecido também como favo. Tanto as abelhas
como as formigas são insetos comunitários, isto é, vivem em
grupos. As abelhas formam comunidades com a colmeia, as quais
se tornam mais fortalecidas capazes de reagirem contra os seus predadores; da mesma forma acontece com as
formigas quando estão reunidas ficando então mais resistentes no momento que são encontradas. Quando isso
acontece, as quais ficam agressivas partindo para o ataque com seus rivais. O mesmo não ocorrendo com as
aranhas, com prioridade as fiandeiras que não vivem em grupos. Cada uma executa suas atividades de construir
suas teias. Elas fazem esse trabalho com tanta habilidade que fica um serviço perfeito de boa qualidade com as suas
exímias arquiteturas.

NOSSO PLANETA

Analisando o sistema natural do planeta terra entendemos conscientemente que continua sendo a obra mais
perfeita e extraordinária de todo o Universo. Esse mistério é responsável por toda criatividade dos seres vivos,
vertebrados e invertebrados; marítimos e terrestres, dos maiores e menores seres vivos. Tudo isso determinado por
Deus que é Onipotente Onisciente e Onipresente. Falando nos reinos: temos o vegetal, animal e mineral. Temos as
florestas frondosas outras não, depende dos climas. Temos os campos, os cerrados compostos de árvores de
grandes portes; arbustos dos maiores aos menores de acordo com as estações. Todas as variedades de plantas, e
animais sobrevivendo através de dois principais elementos vitais que são: o ar e água, sem os quais a vida não
existiria porque não haveria condições de sobrevivência.

Observemos a natureza, e tomando conhecimento da qual como ela é majestosa, magnífica e exuberante
conquistando todas as espécies de animais para ela. Como é lindo se ver os animais voando no firmamento sobre os
campos floridos com tantas paisagens lindíssimas, e da terra tirando seus riquíssimos alimentos nutritivos. São
tantos animais benfeitores da natureza, e polinizadores das florestas. Certo que existem muitos deles que são
poluidores também dependendo da tendência de cada um deles.

O nosso planeta é maravilhoso. Se o homem usasse a sua consciência não o devastaria; ao contrário,
preservaria plantando mais árvores. Reflorestando as áreas em estado de degradação ambiental. Imaginemos como
as flores são lindas! Observemos os cerrados, os campos, as caatingas, e o agreste; tudo isso faz parte da flora em
geral.

Agredir a natureza é poluir a água, o solo, e o ar. É tocar fogo nas florestas, jogar lixo em locais não
permitidos poluindo o ambiente com matérias inorgânicas. Jogar plástico em qualquer lugar é errado, porque ele
tem longa duração de se decompor na terra. É um dever de todos nós protegermos o ecossistema que faz parte
diretamente do ambiente em que vivemos. A natureza nos dá gratuitamente a água e o “ar” que respiramos. A água
está em primeiro lugar para a manutenção de nossas vidas. O pior que o homem desconhece essa dádiva do criador
do Universo. Ele criou todas as formas de vidas em se tratando também dos animais irracionais, grandes e
pequenos, vertebrados e invertebrados, e ao mesmo tempo somando tudo é incomensurável e imprescindível para a
nossa vida.
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Em todas as variedades de animais existentes na terra temos uma infinidade de insetos de todas as espécies,
uns mais inteligentes de que outros. Certos tipos de aranhas que produzem com suas glândulas o próprio material
necessário nas construções de teias fabricadas com muita perfeição. O homem jamais poderia imitá-las porque é
obra da natureza..

Outros insetos que merecem ser destacados são as abelhas. São produtoras e habilidosas. Através do néctar
das flores retiram o material adequado para suas necessidades. Uma parte é transformada em mel, e a outra em
própolis ou resina que serve como alimentação das quais nas colmeias. Tem a parte principal que é a polinização,
assim como já falemos.

Até hoje, os cientistas ainda não descobriram o segredo da abelha com a transformação do néctar em mel.
Existem imensas variedades e qualidades de abelhas. Cada uma com mel
diferente, mel denso, também mais refinado como é o mel da jandaíra; todos
extraídos das mesmas flores, mas de gosto diferente. Tem o mel produzido nas
colmeias com todo sistema natural. Não é aquecido em fogo. O qual é bem
conservado, cuidado, passando o ano sem azedar porque é produzido pela
divina natureza.

Outras espécies diferentes são as formigas de roças. Tem esse nome por
destruir as lavouras dos pobres agricultores. Elas destroem o milho e o feijão, e
tantas outras plantações pelas quais preferidas ocorrendo sempre mais no
período de inverno. É nessa época que uma parte das quais passam por uma
transformação; processo de mutação das tanajuras. A natureza se encarrega dessa fase criando asas e voando para
muito distante. Quando estão em pleno voo acontecem os desmembramentos de suas asas do seu corpinho, não se
tem certeza se elas cortam ou não. De acordo com a mídia que elas se enterram no solo para procriação. Depois de
um tempo de incubação dar-se o nascimento onde a reprodutora morre para dar vida às novas formigas que passam
se alimentar dos seus restos mortais até atingir a formação de um novo formigueiro.

O SER HUMANO E SUA CRIATIVIDADE

O homem é o único animal que usufrui de raciocínio, uma dádiva preciosa do criador. Esse fator faz parte
da inteligência humana que vem se distanciando com grandes invenções revolucionando o mundo, mas para que
tudo ocorra o bem para a humanidade. Tudo o que se constrói tem que ser no sentido de que venha para povo em
desenvolvimento coletivo.

Falando sobre a Terra menciona-se o nome de Carlos Magno segurando um globo, símbolo de seu poder
temporal. A noção de que a terra é redonda e indica o formato do globo terrestre que é esférica, em posição a ideia
da Terra plana. O paradigma da Terra esférica apareceu na filosofia grega no século VI a. C. com Pitágoras,
embora dos filósofos pré-clássicos defendesse o modelo de Terra Plana. Aristóteles aceitava a severidade da Terra
por bases empíricas em 330 a. C., e o conhecimento sobre a Terra redonda geralmente começou a se espalhar pelo
mundo helenístico.

Na realidade teria que existir rodas artificiais que não deixaria de ser um trabalho da natureza também, até
porque a roda começou com matéria-prima de argila, placas, metais e pedras, e tantos outros materiais; tudo feito
artesanalmente essas rodas da antiguidade.

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Voltando a falar na roda... Esse instrumento de grande importância utilizada desde a antiguidade. Por todo
esse tempo está presente em todos os movimentos, especialmente nas áreas terrestres. Até mesmo nos aviões que
trafegam no espaço aéreo. Precisando usar as rodas para as suas decolagens e aterrissagens. Todas essas invenções
feitas pelo homem tem sido imprescindíveis para o progresso. Atualmente com materiais genuínos.

O HOMEM E O CRIADOR

A mentalidade humana tem capacidade superiora em relação aos animais irracionais. Em se tratando do
homem que não foi criado para subordinado ao homem, e sim a terra. O ser humano não pode desobedecer ao
nosso pai verdadeiro, mas continua desobedecendo às ordens do senhor Jesus que jamais poderá desobedece-lo.

O ser humano é mais interessado para o seu lado lucrativo, visando somente o seu progresso, não ajudando
aos mais necessitados. Enquanto isso acontecer, e não usar de sua consciência reconhecendo o seu erro, nada
progride, tudo vai para trás dificultando o desenvolvimento. Atualmente o homem continua mandando e
desmandando como fazem os grandes latifundiários escravizando os mais necessitados. Possuindo a terra como seu
patrimônio, está enganado! Este planeta não pertence aos ricos avarentos, e sim a todos os filhós de Deus que
fazem o bem a todos sem exceção.

Quem mais poderia formar uma obra tão maravilhosa como esta? Somente Deus e mais ninguém. O homem
está destruindo todo este patrimônio Universal que recebeu gratuitamente, segundo a bíblia. Deus entregou ao ser
humano todo este reino magnífico para que ele desfrutasse dessas delícias vivendo sem nenhum sofrimento.
Devido à desobediência foi expulso do Jardim do Eder. Deus tinha permitido esse homem viver uma vida de
muitas felicidades, mas por falta de obediência para com ele, a natureza respondeu violentamente: Dor, maldade,
calúnia, inveja, ódio e todo tipo de miséria, ainda mais à morte que é o final mais dramático da vida humana. Esse
homem tem que aprender e entender que a terra não é para se destruir, a qual é para todos nós vivermos em paz;
semeando a fé, a esperança, e a caridade. São essas coisas que as criaturas deveria fazer. Serem honestos
cumprindo com seus deveres. O homem que não tem fé se torna uma pessoa inútil; passa agredir a própria
natureza. Ele não acredita em Deus, não sabe se relacionar com a paz. É agressivo com o seu semelhante, e
maltratando até os animais irracionais. O cidadão dessa formação vive somente para fazer o mal e não o bem.
Sabendo ele que a nossa vida é muito frágil e efêmera. A vida não é mais do que uma caminhada terrena. Até hoje,
nada sabemos do futuro.

SALMO 19, 2-4

"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra


de suas mãos. O dia entrega a mensagem a outro dia, e a noite a faz conhecer a
outra noite. Não há termos, não há palavras, nenhuma voz que deles ouça."

O HOMEM PRIMITIVO E O ATUAL

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Vivemos neste incomensurável planeta e nada sabemos da sua originalidade como aconteceu. Tudo para
nós é um mistério. O homem não tem capacidade de entender como aconteceu a formação do Universo. Há uma
hipótese que provavelmente tenha sido uma necessidade de uma formação de acordo com o poder divino. Somente
uma força sobrenatural e suprema seria capaz de formar tantas maravilhas com uma dimensão infinita e segurança
pelo criador de todas as coisas para com a humanidade. Testes de várias maneiras com satélites são feitos
artificialmente procurando entender as maravilhas de Deus. Essas causas sobrenaturais jamais se encontraria êxito
Os homens deveriam lutar pela preservação do planeta que se encontra em estado de emergência, ameaçado por
toda qualidade de gases tóxicos, nocivos à humanidade.

É a nocividade humana ultrapassando todos os limites ambientais sem permissão de Deus. Em se tratando
das autoridades, nada fazem de bom para a humanidade. A terra está passando por um processo dramático, como
já foi supracitado. A humanidade desobedecendo ao criador. Além do desmatamento tem as queimadas cometendo
toda a maldade neste Planeta. O povo está perdendo a sua sensibilidade no que diz respeito à vida. Ninguém sabe
mais o que fazer. A humanidade está agindo mais pela emoção de que pela sua própria consciência.

Futuramente, o planeta viria contar com uma população Universal incontrolável. É o que já vem ocorrendo
na atualidade. A maior parte das pessoas no mundo vem sendo induzida facilmente. É o mal predominando sobre o
bem através do homem que não sabe imaginar as consequências perigosas que haverão de vir. Com certeza a
natureza cobraria tudo isso da sociedade.

O nosso cérebro é comparando a um computador. Qualquer computador só funciona através da tecnologia


elaborada pelos técnicos especializados de acordo com a tecnologia moderna e avançada; assim construiremos a
Educação para o bem em toas as camadas sócias da humanidade. Se escolhermos o antissocial, se tornria uma
máquina destruidora através da tecnologia errada.

Toda essa complexidade realizada pelo homem continua porque faz parte do progresso. Um dos órgãos
delicados que é o cérebro com capacidade incrível onde se encontra o sistema nervoso, o qual é responsável pelo
controle do corpo, do pensamento e do raciocínio. Ainda tem o cerebelo muito delicado que faz parte do sistema
nervoso central; tamanho pequeno, mas de muita utilidade em nossas cabeças.

Os primeiros habitantes da terra passaram a inventar os seus instrumentos. Especialmente inventaram o


machado de mão, feito de pedra e mais outros tantos utensílios que se utilizavam no dia a dia. Depois a pedra foi
substituída pelo bronze. Quando descobriram o fogo, veio modificar a vida desses povoadores. Usando suas
ferramentas puderam construir simples habitações, e com auxílio do fogo passaram a se acomodar em ambientes
gélidos para suportarem a rigorosidade do frio; faziam fogueiras para se aquecerem. Assim foi essa trajetória.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Viviam como nômades em agrupamentos, não demorando muito tempo numa região. Plantavam, e depois da
colheita deslocavam-se para outra parte; sucessivamente vivendo em retiradas. Depois esses homens foram se
tornando sedentários fixando na terra definitivamente aperfeiçoando-se mais na agricultura, e construindo também
moradias. Fabricaram também suas vestimentas. Lidando com bronze, e aprendendo a fundir o ferro. Aprimoraram
a linguagem se comunicando através da escrita abrindo o caminho da civilização de um povo e da história que vive
se modernizando.

Cada dia o homem foi progredindo nas suas iniciativas, mesmo das mais simples atividades passando a
conquistar grandes obras e, adquirido mais conhecimentos, desafiando o espaço aéreo, assim como fez o grande
brasileiro Santo Dumont com uma inteligência clara e evidente.

Estando em sua fazenda observava os pássaros voando com muita facilidade, segundo a mídia que ele disse:
assim como os pássaros voam eu voarei também, e voou mesmo no próprio aeroplano idealizado por ele. No dia 28
de outubro de 1906 realizou o primeiro voo em Paris no aparelho mais pesado que o ar. Ficou conhecido por todos
os tempos como o pai da aviação. Morreu desgostoso por ter inventado esse meio de transporte mais rápido para
encurtar a distância; o mesmo estava servindo para guerra.

Como seria bom se todo cidadão pensasse igualmente a esse grande benemérito brasileiro que foi
imortalizado nas páginas da história Universal. Foi uma grande diferença daquele homem inteligente, civilizado e
idealista de uma grande visão imaginária e de uma criatividade extraordinária.

Os chineses foram também muito inteligentes. Descobriram algo muito importante como a invenção da
pólvora, da bússola, do papel, inclusive as caravelas que foram descobertas em 1500 por Américo Vespuccio ou
Gonçalo Coelho. Primeiro meio de transporte navegáveis. Foi com elas que os aventureiros enfrentaram os oceanos
na intenção de encontrar novos terrenos vindos descobrir os continentes norte e sul americano, sendo esse último
onde está localizado o nosso Brasil. Não somente esse e mais outros como os continentes asiáticos, o africano, e o
Antártico; tudo faz nos entender como é realmente a ciência. O homem foi mais além. Construindo grandes
espaçonaves com foguetes de alta precisão fazendo lançamento com satélite em órbita

No futuro próximo teríamos veículos espaciais conduzindo passageiros ao espaço do mesmo jeito dos
aviões que transportam pessoas de um país para outro. Está se falando no homem primitivo como também o
homem atualizado e moderno em todas as suas atividades, o qual tem o dever e a missão de preservar a natureza.

Uma parte da humanidade deteriora as paisagens lentamente, somente uma minoria zela por esta dádiva do
criador. Polui a fauna, a flora os mares, e os rios com várias espécies de animais existentes e úteis ao homem em
todas as áreas ecológicas mundial.

As autoridades constituídas dos países subdesenvolvidos têm o dever de preservá-los no sentido de ajudar o
desenvolvimento do mesmo. Tem que ser com urgência com atitudes cabíveis para coibir e acabar em médio prazo
as agressões no meio ambiente e contra a ecologia no sentido de que no futuro os seres humanos não venham sofrer
tantas injustiças sociais tirando-lhes o direito de uma vida abundante e saudável.

Nos dias atuais o homem está desconhecendo o seu valor e do próximo, excluindo os seus direitos e dos
outros. Permutando todo esse valor pela violência tornando-se destruidor de tudo o que é útil para humanidade que
é muito importante modo geral.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Devemos amar a Deus. Ele nos deu gratuitamente todas as belezas naturais que são os rios, os mares com
tantas utilidades para nós existentes neste globo terrestre com muito amor. Estamos sofrendo muito até porque o
homem está sendo o animal mais desumano da terra, mesmo como racional sabendo o que faz, o que diz, e o que
deseja possuir na vida. Os irracionais não têm esses dons divinos para perceber e resolver nada, vive por conta do
destino, são natos por natureza de acordo com o criador de todas as coisas.

O dever e o objetivo dos responsáveis pela coisa pública de forma geral é zelar e preservá-la
ininterruptamente. Fazem ao contrário, jogam poluentes perigosos de todas as qualidades nas ruas, nos rios e lagos,
comprometendo com as doenças contagiosas correndo o risco de contágio para com a humanidade.

Nascemos de acordo com o pai para cumprirmos as nossas missões na terra. A evolução da vida para o bem
ou para o mal. Temos livre arbítrio. Deus não nos criou para a maldade. Desde a fecundação e a fase embrionária
somente o bem, no sentido de que as criaturas com o uso de razão sejam úteis para uma vida maravilhosa e
progressiva. O lema da vida é esse com muita responsabilidade.

O comportamento das pessoas transforma-se de acordo com o meio ambiente onde permanecem, conforme
o comportamento do meio em que vivemos. Não se transforma vida e não se muda temperamento das pessoas,
depende muito do estudo e da educação dos pais...

Temos temperamento, personalidade e caráter. Em se tratando desses fatores que são difíceis de
transformações. Isso é algo de consciência individual do ser humano, também devemos está familiarizado
religiosamente com o meio ambiente, a cultura, e os desígnios de Deus.

Vamos falar e mudar os assuntos em se tratando da cultura. O alfabeto falado pelo homem entende-se que é
de acordo com a metáfora que acontece com os animais irracionais, muito embora de formas diferentes. As pessoas
interpretam através da fala e da escrita. Os irracionais usam suas linguagens emitidas através dos sons que saem
das suas bocas através dos seus instintos. As pessoas entendem empiricamente, ou seja, pela lógica.

Observa-se que o jumento quando relincha ocupa todas as vogais e mais o épsilon. O gato quando mia usa
uma consoante e três vogais formando um tritongo. O cachorro quando late entra os sons das letras RAU, quer
dizer: uma consoante com duas vogais. A ovelha e o bode quando berram ocupam o B, e o E, repete várias vezes a
letra vogal, a qual é muito forte. O animal quando se encontra em desespero de acordo com as perturbações da
natureza quando se manifesta; está supracitado, ou seja, já escrito.

Uma causa contra a natureza são as queimadas; incêndios nas matas. É a maior perturbação para com a
nossa fauna brasileira. Todos nós somos sobreviventes desse meio ambiente natural que atinge o nosso solo de
formas bruscas e rígidas; não existem nada 100% nas descrições e redações.

O único animal rude de verdade é o ser humano, mesmo com exceções, é claro! É o homem que precisa
muito de ajuda dos outros, a fim de sobreviver com mais eficiência. O homem é muito frágil, e difícil de entender o
caminho do bem. Ele tem que respeitar e amar mais ao próximo, e o que faz é persegui-lo; isso jamais poderia
acontecer.

Quando o ser humano nasce, necessita de muitos cuidados por parte de seus genitores que além da
amamentação materna, inclusive os carinhos também totais dos pais. Quando o filho cresce muitas vezes não sabe
retribuir esse amor maternal e paternal.
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A mãezinha inicia os primeiros ensinamentos como as primeiras palavras: mamã, ou seja, mamãe e Papa;
isso na primeira fase de quando a criança começa a engatinhar. Os primeiros passos acontecem de nove a onze
meses, ainda com muitas dificuldades procurando até se equilibrar normalmente. Ao atingir os dez anos; vai para a
segunda fase, que é a fase da adolescência, a qual vai até aos dezoitos anos. É nesse tempo que vem chegando às
desilusões, tanto amoroso como outros que acontece na vida das pessoas.

A terceira fase inicia aos dezoito anos em diante. É nesse período onde as pessoas podem agir livremente.
Nesse tempo o ser humano passa a se responsabilizar pelos seus atos por ter alcançado a maioridade que é a fase
adulta. É do conhecimento de todas as pessoas quando estão enfrentando um tempo muito crítico.

As pessoas de maus-caracteres estão assaltando, roubando, e até ceifando muitas vidas inocentes e preciosas
dos cidadãos de bem. Esses elementos viciados dependentes de drogas, e traficantes de todas as qualidades de
elementos que se possam imaginar na nossa sociedade.

Veja por exemplo às árvores e arbustos com espinhos e outras não. Existem muitas infinidades com flores
exalando perfumes e outras com flores não perfumadas. Existem milhares de frutos de todas as qualidades, por
exemplo, sapoti que é muito doce de ótimo paladar, não é cítrico. Sabe-se que há muitos frutos ácidos como o caju,
o limão, acerola e tantas outras frutas que não há condições de especificá-las porque as quantidades que existem na
flora geralmente são muitas, e não há condições de mencionar todos os nomes.

Não temos dúvidas de que tudo que existe neste Universo foi Deus que fez... Como é que a humanidade não
acredita num ser tão maravilhoso que é Deus nosso perfeito criador de todas as coisas da natureza e divina por
Deus o arquiteto do Universo.

Planta como a urtiga é agressiva quando se toca nela em qualquer parte, tanto na sua haste como nas folhas
se encontra a resposta imediatamente. Ela causa na pele da pessoa um ardor e erupção na parte afetada em razão da
ação do seu ácido fórmico que nela existe.

Assim como têm as plantas danosas, também têm as benéficas que são as plantas ornamentais servindo de
decoração nos edifícios, nas casas residenciais e muitas outras que gostam desse tipo de plantas para enfeites e
decoração. Pode ser nocivas ou não, depende de quem as preservas.

O ser humano é o principal causador das desigualdades sociais, uns poderosos e outros sem poderes. Poucos
milionários, e outros miseráveis. Ricos morando em mansões, e muitos pobres morando em barracos nas favelas
sujeitos às marginalidades: Fome, peste, violência, calúnia, inveja e ódio; tudo é maldade, enfim essas causas são
as razões de extremas pobrezas na forma da lei; na realidade é tortura para a sociedade.

Deus quando fez este Universo criou também o homem permitindo que ele morasse no planeta terra e dele
cuidasse das maravilhas na terra que nela existissem, e a preservasse por todos os tempos. O homem como um ser
superior de todos os outros animais tem o privilégio de se apossar de tantas maravilhas importantíssimas que é a
própria natureza onde se incluem o reino animal, vegetal e mineral existentes neste imenso planeta. A vida é
consagrada para todos nós que vivermos plenamente com saúde para obtermos muitas realizações constantemente.
Em se tratando dos quais devemos preservá-la religiosamente até porque essa vida é uma dádiva de Deus. Nós
ainda não aprendemos agradecê-lo por essas imensas maravilhas que recebemos desse pai maravilhoso que tem nos
dados tantos momentos felizes nessa vida preciosíssima para toda humanidade. Devemos valorizar cada vez mais

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

essa permanência na terra. Trabalhando pelos caminhos preciosos que o senhor nos deu e continuará nos
permitindo com muito amor pelo tempo que ele quiser, só depende de nossa obediência para com ele. Sem Deus
não valemos nada em nossas vidas que são maravilhosas. Assim como preservemos nossas vidas, temos que fazer a
mesma coisa com os animais irracionais, jamais deveria existir desigualdade com os animaizinhos das nossas
faunas.

Vejamos com muito cuidado os exemplos que há no reino animal e vegetal que vivem por conta da natureza
divina. Se há divergência de um para com o outro, mas tudo isso é determinação de Deus. O homem não tem
condições de perceber a verdadeira obra da divina providência. Desde a antiguidade existe conflito de um com os
outros por causa de terra que é de todos nós, e da qual temos parte. A sociedade vive sempre em conflitos Os
homens brigando, nação contra nação, país contra filhos, uns mais fortes e outros mais fracos. Têm muitos
sabichões e outros ignorantes, ou seja, sem cultura. Existem muitos cidadãos formados, mas desconhecendo a sua
cidadania e as dos outros, enquanto muitos analfabetos têm conhecimentos sobre a natureza com excelentes
comportamentos, sabem tratar muito bem os seus irmãos sem tirar deles os seus direitos de cidadãos de bem em
muitas camadas sociais. Haverá sempre divergências, agressões, conflitos em toda humanidade, jamais chegaria
uma paz total na sociedade; mesmos na sociedade moderna.

As guerras continuarão cada vez mais arrasadoras movidas por armas sofisticadas de alta tecnologia,
fabricadas pelos homens. Essas armas são as bombas, os mísseis e tantas outras de alto alcance, e outros mais com
poderes destruidores em massa. Enquanto os países poderosos com seus governantes ambiciosos estiverem
promovendo guerras, nada dá certo. O Brasil faz ao contrário; buscando a paz mundial. Somente a paz constrói
uma nação, e não conflito entre os povos de modo geral. O Brasil é a quinta Nação do mundo com os rios, e suas
florestas riquíssimas. Este Brasil com suas bacias hidrográficas, inclusive o rio Amazonas com suas belíssimas
paisagens.

Temos conhecimento de que esse rio é o maior do mundo, tanto em extensão como em volume de água. O
seu comprimento é de 6.400 km; nasce no rio Mantaro no território peruano. O rio Solimões tem comprimento de
1.700 km; no rio Maranón. Foz: rio Amazonas no Brasil.

O Brasil é um país privilegiado por natureza. Existem as maiores riquezas nos três reinos: animal, vegetal e
mineral. O número é incalculável de animais de várias espécies que habitam nessa vastidão imensa que se
beneficiam dos astros, sendo o sol como uma estrela anã muito poderosa. Todos esses complexos são fenômenos
da natureza que dela fazemos partes, e com prioridade o sol.

O sol é conhecido como uma estrela de quinta grandeza, segundo a ciência. Tem milhares de estrelas que
compõem as galáxias no Universo. Vejamos o poder de Deus como um mistério no que diz respeito ao planeta
terra que gira com tanta velocidade que nós não percebemos a passagem dos 365 à translação, e em 24 horas a
rotação formando o dia e a noite. Acontecem também as quatro estações do ano que são: inverno, verão, outono e
primavera. Até o presente o homem permanece ignorando esses mistérios. Essa obra maravilhosa feita pelo criador
de tudo que há neste globo infinitamente maravilhoso.

Deus não explicou a ninguém como foi formado este mundo, sabe-se que continua tudo misterioso.
Sabemos que foi um ser supremo através de uma força sobrenatural e misteriosa que atuou na formação dessa
maravilhosa e divina arquitetura. Atualmente os cientistas vêm desafiando esse mistério e não obtiveram êxito,
mesmo de acordo com a ciência, somente Deus tem este poder divino e maravilhoso para esse verdadeiro mistério.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Toda história encontra-se na Bíblia Sagrada e não há mais o que discutir. O homem não tem capacidade e nem
poder mais de que Deus.

A vida é felicíssima, e objetivo é a sua


fertilização perfeita em todas as camadas sociais na
humanidade. Tudo é mistério de Deus. O homem não
tem capacidade de entender nada; por mais que estude,
mas não chega alcançar o poder misterioso de Deus.
Esse poder criou os reinos: vegetais, minerais e animais;
os vertebrados e os invertebrados, no sentido de
evolução de todos os seres vivos nas camadas sociais da
terra que é um planeta que contém todas as belezas
impressionantes, iluminada pelo sol, lua e as
constelações. Também iluminada artificialmente pelo
homem com o consentimento do criador. Todas essas
fases ilumina o globo em geral.

O homem de acordo com seus conhecimentos e seus poderes aquisitivos almejam as divisões com os
irmãos, mas não é assim. Deus não quer isso, ele quer que haja a soma e não a divisão; só o amor e a paz mundial
salvam à humanidade, porque tudo vem do criador do Universo.

Fontes geradoras de riquezas com abundância que são investimentos econômico e financeiro para um país
grande como este por nome de Brasil. Este país tem competência de explorar tantas coisas maravilhosas com
eficiências para beneficiar seu povo sem precisar importar gêneros dos países ricos, com especialidade gêneros
alimentícios de primeira necessidade. Este país tem tudo, só depende da boa vontade para explorar essas riquezas
com capacidade e honestidade no sentido de beneficiar a sua nação carente de tantas coisas.

O carro de bois funcionou muito tempo; foram os principais transportes de gêneros no nordeste brasileiro.
Realmente as rodas eram de madeira. Ainda hoje estão sendo usadas nas conduções de cana-de-açúcar para alguns
engenhos do nordeste. É esse o nosso Brasil, patrimônio histórico de todos os brasileiros. Este país é imenso e
riquíssimo em se tratando de belezas naturais com sua mata Atlântica, umas das maravilhas do mundo que se
encontra na Amazônia como também em outros países.

Este Brasil de uma área muito grande, ou seja, um imenso território dos gorjeios das aves, dos voos das
borboletas, dos zumbidos das abelhas, dos gritos das seriemas, dos assobios dos saguis, das gritarias dos macacos,
dos rugidos das onças, dos cantos melancólicos da mãe-da-lua, e das revoadas das mariposas nos amplos céus azuis
deste belíssimo Universo incomensurável.

OS POLÍTICOS BRASILEIROS

No Brasil e no mundo, se não houver uma


conscientização e uma cooperação dos mais abastados para
com os menos favorecidos, a tendência é de aumentar cada vez
mais as desigualdades sociais. Os governos fazem suas
propagandas com auxílio da mídia mostrando o lado bom dos

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva
CONGRESSO NACIONAL - BRASÍLIA
seus municípios e estados, finalmente do país inteiro, vindo ocorrendo as melhores administrações. Deveria
mostrar também o outro lado onde vive a maioria da população de baixa renda que são os proletariados; os pobres
na forma da lei. Esses são na realidade as classes paupérrimas, desprotegidas e desvalorizadas por parte dos
poderes constituídos. São bem vistas com bons olhos quando chega à época da campanha eleitoral. Nesse tempo os
candidatos aparecem humildemente nas suas casinhas singelas apertando as mãos calejadas dos pobrezinhos em
busca de votos ilícitos para se elegerem ou se reelegerem. É apertando as mãos e abraçando todo mundo por mais
pobre que seja. Fazem todos os meios possíveis no sentido de conquistar os eleitores sem formação nenhuma para
votarem neles. O objetivo deles é de ganharem o sufrágio da pobreza. Quando passa o pleito eleitoral vão embora,
esquecendo por mais quatro anos fazendo do mesmo jeito. Mais outros quatros voltam novamente sem fazer nada
pelo povo. A política, segundo a constituição, é fazer pelo povo, com o povo e para o povo. O que acontece, é
somente promessa. Até hoje, nós não sabemos valorizar o nosso voto. A causa de tudo isso é a falta de consciência
com a precária situação econômica e financeira para com o povo de modo geral; sem usar seus conhecimentos.

O analfabetismo com prioridade perdura por todo tempo no


nordeste que até hoje acontece no terceiro milênio. A maioria ainda
continua sem perspectiva nenhuma de dias melhoras que é muito difícil.
Haver coesão para com os homens de bem em todas as camadas sociais é
preciso se conscientizar de verdade para a realidade.

As nossas reservas florestais cada dia vem se reduzindo


desordenadamente pelo homem que é irresponsável e culpado de tantas
desorganizações para com as florestas. Ele é o principal causador dessas
PLANTAÇÃO SEM POLUENTE
deteriorações das reservas naturais que fazem parte da natureza. Devemos
preservá-la rigorosamente porque é nosso dever como seres humanos.

Quando deteriorar uma árvore, até mesmo cortá-la, plante mais outra no seu lugar, Seja mais um voluntário
ajudando a natureza na sua recomposição. Quanto mais árvores existirem, mais climas saudáveis se tornarão mais
abundante para humanidade. Continuando como vem ocorrendo não é possível continuar dessa forma irregular
porque não há desenvolvimento.

Nos países ricos também jogam diariamente toneladas de poluentes no ar


prejudicando uma nação inteira, não é possíveis assim prosseguir por motivo da
população nas comunidades carentes de tantas coisas, até de primeira necessidade
que o povo bem merece para construir um futuro em médio prazo.

Os lixos e os objetos residenciais e hospitalares cada vez crescendo mais,


e a tendência é aumentar endemias e epidemias em todos os ambientes, atingindo
tanto os irracionais como os racionais por motivos das poluições no meio onde
residem as pessoas de bem. A comunidade tem que ser formada por cidadãos
sadios no sentido de se desenvolver cotidianamente.
POLUIÇÃO
O crescimento da população mundial nas últimas décadas do século vinte
e um vem sofrendo com os mais sérios problemas sociais, inclusive com a falta de saneamento causando graves
poluições nos pequenos e grandes mananciais com a falta de preservação que chega até contaminar os lençóis
freáticos d’água subterrâneos. Outros setores empresariais, com exceções conseguem melhoria. Na realidade

56
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

sempre existem catástrofes que poderão ocorrer futuramente em novas gerações que irão sofrer as consequências
pelo crime com a poluição atingindo em todas as camadas sociais.

Estamos precisando de uma transformação urgentemente. Sem uma mudança rigorosa nada vai dar certo.
Poderá haver ou acontecer uma mudança de comportamento na sociedade; poucos acumulando as mais fantásticas
riquezas, e muitos nada têm.

Parlamentares não podem enganar o povo de modo geral com a participação de todos da sociedade, dos
menos privilegiados e dos mais que não obedecem às leis que são feitas para todos. Os mais ricos auxiliando aos
mais pobres no que forem necessários. Não podem ser justos em pleno século vinte e um muitos passando grandes
necessidades.

A eletricidade atualmente vem tomando conta de


quase todos os recantos mais longínquos do nosso país. A
lua está deixando de ser aquela fonte de energia tão
desejada e admirada por todos nós. Antigamente
reuníamos nos terreiros das casas: uns sentados nos
bancos, outros nos tamboretes de madeira, e até sentado
na própria madeira de carnaubeira servindo então de
assentos. As noites eram bastante divertidas. Os mais
velhos contando histórias; os mais novos com
especialidades as meninadas brincando de esconde-
esconde com a brincadeira do boi. Jamais poderemos
O PRESENTE E O PASSADO JUNTOS esquecer o João galamart, popularmente conhecido pela
meninada que brincava nas noites enluaradas.

Nas tardezinhas nos terreiros das fazendas e nos residenciais, criançadas adolescentes e não adolescentes
faziam um círculo com eles mesmos. Um menino imitando o boi, forçando de um a um; quando conseguia
arrombar o círculo que o boi saia, eles corriam para pegá-lo; saiam gritando. Pega o boi, e os outros respondiam...,
tem cachorro de dente fino para pegá-lo, e assim continuava a brincadeira.

Naquele tempo também havia a brincadeira do anel que era passado o mesmo de mão em mãos, deixando
então na mão de um e de outro. Depois saía perguntando a cada um quem tinha o anel, quem adivinhasse, era quem
ia passá-lo novamente nas mãos dos outros; era uma brincadeira maravilhosa naquela época. Em todos os interiores
eram assim. Atualmente acabou-se.

Outra brincadeira era a peteca feita de palha de milho; da espiga tirava-se a palha para fazer a peteca.
Depois de confeccionada, o povo se reunia nos terreiros das fazendas de frente das casas para brincar. Sempre
costumeiramente mais ás tardezinhas de sábados e aos domingos para jogar. Havia uma disputa entre os melhores
jogadores. Tinha mais ou menos um grupo de quatro pessoas com aquela euforia. Cada elemento se esforçando no
sentido de quem sustentaria a peteca no ar por mais tempo sem cair no chão. Dos quatros quem aguentasse por
mais tempo, a peteca no ar, seria classificado como um dos melhores jogadores daquela partida.

57
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O sertão era totalmente original. Os transportes das mercadorias eram feitos através dos comboieiros que se
utilizavam de tropas de burros por serem animais que ofereciam mais segurança nas estradas, e podiam percorrer o
mais longo percurso, Os mais capacitados de resistirem longas distâncias sem apresentar canseiras. Caminhavam
de cidade e povoados onde os mantimentos eram vendidos. As
mercadorias eram embaladas em surrões de couro formando
cargas no máximo de oito arrobas para cada burro.

No passado, o sertão não havia tecnologia. Os


agricultores faziam plantações de milho, feijão, algodão e
hortaliças, e mais outros tipos de plantas sem aplicar nenhum
poluente. Somente precisavam de um bom inverno para os
agricultores terem uma colheita satisfatória; tudo era natural
organicamente.

No sertão tinha forró de pé de serra tocado pelos sanfoneiros nas harmônicas de oito baixos conhecidas
também por concertina nas festas juninas; outras mais eram realizadas nas residências dos sertanejos com os pisos
batidos a malho. O forró começava às oito horas da noite e terminando ao sair do sol. Havia cantorias de violas, na
época, que eram muito aplaudidas. Os cantadores cantavam louvando a plateia. Cantando as melhores canções e
romances. Havia desafios entre a dupla para saber quem seria melhor dos dois. Quem ganhasse receberia aplausos
do povo que se encontrava presente formando plateia.

Naquela época também havia leitores de versos e contadores de estórias. O festival permaneceria do início
da noite até o dia clarear. Nesse tempo os sanfoneiros e cantadores de violas foram os melhores animadores das
noites sertanejas num sertão rústico.

Em se tratando de comunicação: passavam-se muitos dias e até meses para chegar uma correspondência ao
seu destinatário, ou seja, nas mãos das pessoas. Nessa época surgiram também os aparelhos telefônicos, rádio, que
foram os pioneiros das primeiras notícias, ou transmissores com que o povo se comunicava dos pontos mais
distantes do planeta. Depois vieram os televisores com suas programações ao vivo aparecendo na tela suas imagens
em preto e branco. Com muitos anos foi aparecendo televisores a cores.

Os nossos ancestrais nasceram e morreram sem terem alcançados esse processo. Em compensação tiveram
suas vidas com menos violências. Eles viveram as melhores tranquilidades na época. O homem tinha somente
contato com a própria natureza desfrutando as belezas naturais. Usufruindo uma vida saudável. Atualmente não
está acontecendo isso. Na atualidade estamos respirando um ar totalmente poluído em se tratando da tecnologia
inadequada. Uma parte desse avanço tecnológico vem prejudicando a todos os seres humanos, e a outra parte se
tornaria prejudicial a todo Universo com os gases venenosos.

SIMBOLIZANDO O SÉCULO XXI

No século vinte e um: veja uma


belíssima casa do ilustre cidadão
renomado como foi José de Alencar. Eis
aí a biografia deste cidadão. Escritor,
político brasileiro fundador do romance

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CASA DE JOSÉ DE ALENCAR
Literatura & Cultura
JOSÉ DE - Raimundo
ALENCAR Coelho da Silva

de conceito nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de
Letras, o qual foi um escritor renomado. No cenário da literatura brasileira.

José de Alencar nasceu no dia 01/05/1829 em


Fortaleza. Faleceu em 12/12/1877 no rio de Janeiro;
morreu (aos 48 anos), no rio de Janeiro. Filhos: Mário de
Alencar, e Augusto de Alencar.

A formação desse grande homem foi na Faculdade


de Direito – Universidade de São Paulo. Livros mais
conhecidos foram: Iracema; canção do Gaúcho, Guarani e
Viuvinha.

A JUVENTUDE

No Brasil, a justiça favorece mais os ricos de que os pobres, por esse motivo não podemos dizer que
vivemos em plena democracia, a qual é liberdade; não sem limite, mas que faça justiça a quem merece, e cidadania
para o homem de bem.

A constituição fala sobre os direitos humanos que são iguais para todos os cidadãos, mas não são
cumpridos. Quem tem dinheiro e nível superior e comete erros graves não são punidos severamente na forma da
lei, principalmente os da classe alta. A humanidade cada dia está sendo desvalorizada como já foi dito neste
trabalho.

Uma grande parte da juventude está viciada em drogas que está sendo as maiores causas do desequilíbrio
social. Os jovens estão matando, roubando e assaltando no sentido de conseguirem os seus objetivos para
custearem os vícios. Se não houver um comportamento severo, o que será do Brasil e do mundo futuramente;
somente Deus sabe o resultado. A nova geração ficaria comprometida com o desequilíbrio sem nenhuma
perspectiva de vida, aí a coisa complica, jamais chegaria as condições de solucionar os problemas essenciais no
que diz respeito ao emprego, moradia, lazer e alimentação. Ocorremos risco de uma convulsão social na juventude.
A sociedade não se entende mais, continuando no caminho de todo tipo de agressividade gerando conflito social.

São Muito importantes as autoridades das leis alterar o artigo da constituição no que diz respeito à idade do
jovem de 16 anos para 18 anos, segundo a constituição. Estamos no século vinte e um, e o nosso planeta está
sofrendo alterações No mundo jovem.

Na educação: inclui escolas, repartições públicas e privadas, e


tantas outras ações que desenvolva a sociedade, mesmo através de
computadores. A comunicação à longa distância chegando aos nossos
lares transmitidos pelos satélites artificiais. Na realidade o mundo
encontra-se com uma transformação maléfica por uma parte, e
benéfica por outra. O homem tem que mudar o seu comportamento
somando também com sua formação intelectual, inclusive sua
cidadania exclusivamente construtiva para com a humanidade. Jamais
59
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

pensaria na destruição desse processo de muita utilidade em se tratando da humanidade em geral; com
especialidade para os jovens. Eles têm que atingir as maiores idades com maturidade, caráter, personalidade e
idoneidade moral. É imprescindível rigorosamente o acompanhamento para com eles; também para os adultos.
Uma sociedade civilizada e organizada é uma metáfora no sentido de árvores boas e não de árvores daninhas
tendenciosas para o mal; tem que haver muita educação para as vidas preciosas e saudáveis no sentido de trazer
benefícios para todas as camadas sociais.

A juventude é Maravilhosa. Como é bela a nossa vida! Ela é belíssima para quem sabe conservá-la de
acordo como Deus quer que construam lares felizes para progresso de vidas saudáveis. A nossa missão tem quer
ser nesse sentido para construirmos o bem para todos nós.

A juventude é como uma árvore desabrochando as flores nas florestas... Flores de todo tipo, formando as
paisagens mais lindas que se pode imaginar. Flores perfumadas, e outras não; tudo é de acordo com a natureza
criada por Deus. A juventude é a origem da vida; que coisa linda! Não deixa de serem as maravilhas da natureza,
construindo sua vida para o futuro. Tudo na realidade é novo, mesmo que um dia chegue à senilidade com a
terceira idade, é a realidade. A vida é efêmera; hoje ou amanhã todos nós iremos para morada eterna.

O AMANHECER NO SERTÃO EM SUAS SIMPLES CASINHAS

É m a r a v i l h o s a a m a d r u g a d a a o a m a n h e c e r n o
da aurora na alvorada ouvindo o cantar dos pássaros. Aguardando um
dia feliz e saudável para um novo dia. A natureza na realidade é tudo
que existe sobre a terra. É a nossa própria vida, a qual é admirada por
toda humanidade. Essa natureza que Deus nos deu com muito amor..
Tudo foi determinado pelo criador onipotente, onisciente e onipresente;
somente Deus e mais ninguém.

Os idosos, até mesmo da terceira idade, e os jovens têm que


CASINHA NO SERTÃO NORDESTINO -
amá-lo e obedecê-lo. Com especialidade a juventude que é a origem da MORADIA TÍPICA
vida, e amanhecendo no sertão é uma vida saudável sentindo aquele
clima maravilhoso, vendo aquela paisagem maravilhosa no horizonte, mesmo não residindo no interior, mas
quando ele sai da capital para passar férias no sertão para usufruir um lazer quando se dispõe de oportunidade e
tempo disponível.

Em se tratando dos animais que


ocupam os biomas nas áreas do campo
aonde vimos todas as espécies de animais,
inclusive os cavalos que servem para
montagem dos jovens tornando-se assim um
lazer ao redor das fazendas, sítios ou
chácaras para curtir um lazer.

Quem amanhece no sertão veem e


ouvem as manifestações dos animais de
várias espécies acordando pelas madrugadas

60
AMANHECER NO SERTÃO BRABO

Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

as pessoas que não mais atendem os seus relógios biológicos nas horas necessárias, mas os galos das madrugadas
os despertam. No sertão as pessoas respiram um ar totalmente despoluído recebendo saúde de graça, dádiva do
criador, porque no sertão não tem poluição como nas grandes cidades que só encontramos doenças. Nas zonas
rurais até os alimentos são orgânicos para manter a nossa saúde bem melhor.

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Com o descobrimento do Brasil, sua colonização foi iniciada em


1530 por Martim Afonso de Sousa. Ele tinha como objetivo defender
todas as terras brasileiras dos invasores franceses que viviam
constantemente no litoral brasileiro contrabandeando os nossos produtos.
Assim essa forma jamais poderia dar certo; tudo teria que ser muito bem
organizados.

O pau-brasil naquela época era o mais preferido e valorizado nos


países da Europa. A solução seria colonizar o Brasil, se não correria o risco de perder todo esse imenso território
para os estrangeiros, mas devido o Brasil possuir uma grande área territorial, não era tão fácil de defendê-lo. Nesse
período de tanta complicação teria que implantar uma empresa açucareira. Para fazer isso precisaria de grande
investimento financeiro trazendo colonos de Portugal para povoarem na região, ao mesmo tempo cuidando na
defesa dessa pequena parte de terra pertencente ao litoral brasileiro; era o que precisaria fazer.

Em se tratando desse movimento deram início na plantação de cana-de-açúcar, mas como essa lavoura
exigia um sistema de aparelhamento adequado, no sentido de que houvesse produção, teria que haver uma boa
montagem da engenharia, uma estrutura bem organizada. Na casa grande residia o senhor do engenho que era
autoritário com os seus familiares e subordinados; todos teriam que obedecer a suas ordens rigorosamente.

A senzala era a própria residência dos negros. A


moenda, a fornalha, e a casa de produção de açúcar
ficavam bem próximas aos canaviais. Havia também as
instalações dos operários libertos, e também fabricantes do
açúcar conhecidos como mestres e feitores. Tinham outros
trabalhadores em que o senhor da senzala depositava
muita confiança nos seus trabalhos que eram bem feitos.

Tinha uma igrejinha, uma capela, representando a


igreja católica, ou seja, o catolicismo. Havia também um
local reservado, protegido por cerca, servindo de abrigo
para os animais; também carro e bois que ficavam muito bem protegidos. O transporte mais usado naquela época
era o carro de boi que transportava a cana dos canaviais para os engenhos. Tudo isso era feito pelos braços dos
escravos desde o plantio ao corte, e o carregamento para a fonte de processamento da matéria-prima. Assim era a
vida dos escravos naquela época. Trabalhava diariamente das 06:00 ás 18:00h, ainda mais humilhado pelo feitor
que cumpria as ordens do patrão. Ele era o chefe superior e mandatário de toda a fazenda, conhecido como barão.
Todos o obedeciam; qualquer desobediência praticada pelos escravos era procurada. Se fosse encontrado o
acusado, seria então torturado com várias chicotadas segundo a mídia.

61
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

No meado do século XV, Portugal possuía uma vantagem política e econômica pedante aos países
europeus. Além de ter sido o primeiro país a centralizar o poder na figura do rei. Portugal não estava inserido em
nenhuma guerra, fato que propiciou um
maior desenvolvimento econômico... E
por ai vai uma história muito
importante para o seu
desenvolvimento. Um país tem que ter
qualidades de riquezas em todas as
camadas sociais de modo especiais,
mesmo com algumas exceções.

O DIREITO DE VIVER

Amar a vida não é


simplesmente gostar e admirá-la, mas
buscar as maravilhosas paisagens da
natureza. É colaborar com o
desenvolvimento da flora, da fauna, e
de várias espécies existentes nos
biomas que se encontram em todas as
regiões do Brasil e do mundo. Na realidade muitas coisas na vida se encontram em extinção. São muitas espécies
ameaçadas desse quadro vital existente no semiárido nordestino em razão das irregularidades climáticas que vem
ocorrendo ao longo dos anos, mas não é somente esse problema que causa agressividade. O homem com sua
ignorância, e o desejo insaciável para alcançar seus objetivos muitas vezes até ilicitamente. Ele só pensa em
deteriorar todo o meio ambiente com as maiores perversidades tocando fogo em tudo que seja flora e fauna. Com
ações desastradas poluindo as águas comprometendo totalmente o ecossistema. Matando também os pequenos e
grandes animais indefesos, inclusive tudo o que existem na terra que na realidade é de todos nós sobreviventes.

Todos os animais ocupantes dos espaços terrestres, nocivos e inofensivos são úteis com as exceções. Tudo
foi criado pelo divino criador. São importantes mesmo indiretamente para todos nós até os perigosos porque
também nos defendem dependendo das oportunidades necessárias, que até o remédio é extraído deles de acordo
com os conhecimentos científicos e da ciência.

Vejam os exemplos dos ofídicos que matam com os seus venenos mortíferos, mesmo assim os seus venenos
através de laboratórios científicos têm salvado muita gente, ou seja, muitas vidas. As saúvas são também daninhas,
ou seja, destroem as plantações. Elas constroem suas casas removendo a terra para ficar mais produtiva.

Os morcegos são incomodados com certos incômodos em se tratando do ser humano que os perseguem; é
um animal que transmite a raiva, o qual contribui com o perigo para o ecossistema. Ele transmite vírus na corrente
sanguínea do corpo humano prejudicando a saúde das pessoas que não estão imunizadas para esse vírus. Todos
esses animaizinhos criados na terra podem ser úteis para alguma coisa, na sociedade, depende de como é
processado cientificamente de acordo com as ciências. Os morcegos são os maiores reflorestadores do planeta,
também predadores das pragas que existem na agricultura; tudo isso é ecossistema.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Em todas as camadas sociais têm que existir causa e/efeitos x ação e reação, só que tudo isso é de uma
complexidade oculta. A vida é uma só, até porque é um mistério. Ela tem muitas convergências e divergências de
acordo com o livre arbítrio.

O homem atual caminha ereto se comunicando através da escrita e da palavra, não comparando com os
irracionais que agem de acordo com os seus instintos. Toda a vida é para ser vivida, amada, preservada
saudavelmente..

O PENSAMENTO DE GAND

Seria impescidível a Biografia


de um renomado Filósofo como este
no texto deste livro no sentido de
enriquecer este trabalho citando um
nome de uma personalidade renomada
de uma cultura imensa.

Mahatma Gandhi nasceu em


(1869-1948), foi um líder pacifista
indiano. Principal personalidade de
independência da Índia, então colônia
britânica. Ganhou destaque na luta
pela independência da a Índia,
também ficou conhecido por seus pensamentos e sua filosofia. Recorria a jejuns, marchas é a sua desobediência
civil, ou seja, estimulava o não pensamento dos impostos e o boicote aos produtos ingleses.

As rivalidades entre hindus e muçulmanos retardaram o progresso. De independência. Com o inicio da


segunda Guerra Mundial, Gandhi voltou a lutar pela retirada imediata dos britânicos do seu país.

INFÂNCIA E FORMAÇÂO

Mohandas Karamchande Gandhi, conhecido como Mahatma Gandhi, nasceu em Porbandar na Índia, no dia
2 de outubro de 1869, Sua família pertencia à casta dos comerciantes, conhecida por bania. Foi criado sob crença
no deus hindu Vishnnu, que tem como preceito a não violência.

Como era costume, Gandhi tinha um casamento arranjado aos 13 anos de idade. Nessa época, a índia estava
sob o domínio britânico. Foi para Londres estudar Direito e em 1891 voltou ao seu país para exercer a profissão.
Em 1893 Mahatma Gandhi foi morar na África do Sul, na época também colônia britânica, onde sentiu
pessoalmente os efeitos da descriminação contra os hindus. Em 1893, iniciou a política de resistência passiva em
protesto contra os maus tratos sofridos pela população hindu.

Nessa época, além dos textos religiosos hindus, Gandhi leu os Evangelhos, o corão, e as obras de Ruskin
Tolstoi e Henry David, quando descobriu as bases da desobediência civil. Em 1909 escreveu “Autonomia
Indiana”, em que ele começou em discussão os valores da civilização ocidental. Em 1914 retornou ao seu país e
começou a difundir suas ideias. Na realidade eram seus objetivos..

63
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Foi na independência da Índia que houve a conclusão da primeira Guerra Mundial, a burguesia na índia,
desenvolveu forte movimento nacionalistas, formando então o Partido do Congresso Indiano, tendo como lídere
líderes Mahatma Gandhi e Jawaharlal Mahu.

O LIVRO E SEU CONTEÚDO

Em se tratando de obras literárias, exibimos o livro como prioridade que tenha conteúdos de altos níveis
sociais em se falando da educação. Existem muitos livros até sem esmeros, porque não são feitos com
conhecimentos filosóficos. Outros construindo as cidadanias das pessoas de boas índoles porque são altamente
construtivos nos seus conteúdos.

O livro é elaborado por escritores habilitados e competentes de conhecimentos filosóficos, e de tantos outros
conhecimentos. Na obra é incluída tudo que o raciocínio ordena até por escritores, poetas, compositores, repórteres
e historiadores de acordo com suas atitudes e força de vontade etc. As suas criatividades somam um conjunto de
trabalho literário cujas imaginações de suas criatividades imprescindíveis..

O livro com muita propriedade é escrito e transmitido ao público de formas legíveis e ilegíveis. Nesse sentido
pode ser fatos históricos de acordo com os acontecimentos narrados sujeito as críticas construtivas ou destrutivas,
conforme instruções dos leitores.

Na realidade comentários existem de vários sentidos em se


tratando dos assuntos relacionados à vida de modo geral, e de
acordo com a heterogeneidade da história. Assim como já foi
citado nos conteúdos da obra literária de que todos os livros são
bons, dependem das condições como foi elaborado
intelectualmente.

Caráter, idoneidade moral e personalidade quem nos dá é


Deus que é a única perfeição de tudo que existe na cultura com
sabedoria. Sem o eu poder divino jamais teríamos condições de
elaborarmos nada na vida.

Acredita-se que tenham escritores capacitados com muitas


criatividades saudáveis no sentido de que escreva com
consciência, ênfase e perfeição em tudo o que exige a literatura.
Os escritores têm que ter muita sabedoria e inteligência para
desenvolverem suas obras literárias.

Outros não têm as mesmas criatividades e raciocínio; ideias cultas para enriquecer cada vez mais os níveis
sociais de quem escrevem. Todos os escritores devem possuir essas qualidades viáveis para escrever bem, no
sentido de que os leitores das obras literárias possam aderir à leitura com prazer e boa vontade; que façam críticas
construtivas e não destrutivas. O livro é fonte de sabedoria, marcando presença em todas as atividades de destaques
nas sociedades, e que todos possam ler com bom gosto que é o paladar cultural. Os livros de acordo com a cultura
podem ser lidos nos estabelecimentos de ensinos: primário, secundário e universitário. Ler faz bem à saúde, até
porque é uma terapia ocupacional para uma vida civilizada. É também uma higiene mental para o ser humano que

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

se habilita na leitura. Esse hábito ativa o cérebro da mesma forma que os exercícios físicos para o corpo e membros
inferiores e superiores.

Cada autor ou escritor tem sua maneira e estilo de escrever e escolher suas ideias em suas obras literárias.
Descreve as belezas regionais com suas paisagens exuberantes e encantadoras daqueles pontos mais atraentes.
Descreve as belezas naturais: os mares, os rios, os igarapés e igapós, e tantos outros lugares que tenham águas;
inclusive relevos e serras. Essas belezas naturais para o ser humano oferecem visões pitorescas para os transeuntes.
Outros autores narram sobre o gênero humano, ou seja, a humanidade com os seus costumes e tradições.

Os redatores fazem parte dos jornais do dia a dia colhendo informações para o seu trabalho cotidianamente.
Na realidade quem vende o jornal é o jornaleiro, e por aí vai à cultura se expandindo em todos os lugares e regiões
nas camadas sociais contribuindo com as informações através das circulações desses veículos de comunicação
social. Outros veículos de comunicação que nunca caíram com a tecnologia moderna são as emissoras de rádios.
Esses receptores, ainda atualmente estão fazendo sucesso no meio da comunicação social. O rádio na atualidade
talvez esteja em primeiro lugar mundialmente; mesmo como já foi supracitado.

Os historiadores contam os fatos ocorridos como também nos momentos “in lócus”, narrando todo
acontecido dependendo das necessidades a respeito. O compositor é aquele que faz composições românicas, e
músicas sertanejas. Já os poetas têm estilos populares de uma forma diferente. Os cantadores repentistas tocam
violas cantando a natureza com suas aspirações nos seus versos obedecendo às métricas gramaticais. Nem todos
sabem. Nem todos sabem dominar a viola. Os cantadores têm dons naturais. Nem todas as pessoas nascem com os
dons de improvisar com facilidade como repentista e violeiros. Na realidade, todos os repentistas podem ser
violeiros; mas todos os violeiros não são repentistas.

Têm outras qualidades de poetas que escrevem suas obras literárias com linguagens gramaticais no sentido de
ficar tudo perfeito. São eles: os clássicos consagrados na história da literatura brasileira. São essas maravilhas que
fazem com que jamais deveríamos abandonar os livros com tantas riquezas de conteúdos e estilos perfeitos

O livro é obra que expressa o presente, o passado e o futuro. Estamos vivendo o presente, com certeza
aguardaremos o futuro com esperança de prosperidade. Esperemos sempre coisas boas, por exemplo, o amor, a
paz, e a fraternidade no sentido de chegarmos a uma plena cidadania.

Renovando o assunto que está registrado nesta obra literária, ou seja, o livro que é muito importante para
todos nós lermos com muito amor e dedicação para construirmos um futuro de vida abundante. Para vivermos
melhores temos que fazermos esforços no sentido de que o progresso chegue até nós. Fala-se em guerra, também
em doenças, terremotos e tantas outras mazelas ceifando vidas preciosas de inocentes.

Briga país com filhos; irmãos com irmãos; países com países bloqueando todos os intercâmbios dificultando
o progresso entre os povos, e as injustiças prevalecendo. A justiça fica omissa para com a nação; muitas vezes com
grandes conflitos entre os povos. Os responsáveis por essa catástrofe são os homens poderosos sem Deus no
coração. Fala-se em tecnologia avançada, produzindo até armas mortíferas. Não põem em práticas o amor e a paz
na humanidade.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

.O livro bom é construtivo. É o melhor conselheiro para os melhores momentos da vida; abra-o e leia-o
atenciosamente as suas páginas que se encontram assuntos educativos; construindo cidadanias entre os homens de
bem. Devemos evitar ler livro sem qualidade educativo

A boa leitura melhora as ideias e as mentes do cidadão metamorfoseando o comportamento do ser humano
tornando-se então um voluntário em defesa da própria natureza. Temos que preservar a leitura e fazer parte da
mesma que nos leva para cidadania. Deveremos sempre bater nessa tecla sempre todos os dias,

A natureza está em tudo: ela está na mãe terra, no sol, na flora, na fauna, na água e no ar que respiramos.
Todos estes elementos são imprescindíveis no funcionamento de nossas preciosíssimas vidas e dos animais
irracionais e vegetais. Não haveria livros se não houvesse o escritor, nem a escrita sem a tinta e o papel, nem o
tipógrafo sem a tipografia e a impressora.

Todas as coisas existentes no Universo são mistérios determinados por Deus. Os homens são dependentes de
todos esses complexos. A causa da deterioração e destruição de tudo isso é o próprio homem. Todos esses
maravilhosos conteúdos são registrados nas suas páginas com belíssimas histórias em se tratando da evolução dos
tempos, e de muitas complexidades educacional e cultural.

O homem para construir sua cidadania tem que ser cidadão de bem; honrar tudo que lhe pertence, não como
um ser humano marginalizado e excluído da sociedade. Não queremos ler livros sem ter sentidos reais que instrua a
sociedade em todos os setores da vida.

MEMORIAL DE CARLOS DRUMOND DE ANDRADE

Em um local sagrado que é guardado todos os tesouros do poeta


mineiro que é o museu na pequena cidade de Itabira em Minas Gerais;
guarda uma riqueza inenarrável. A vida e obra de um dos poemas mais
expressivos do Brasil. Carlos Drumond de Andrade está mais vivo nessa
relíquia do que nunca em sua poesia e seus desenhos (sim, ele fazia
caricatura), em seus escritos e em seus objetos pessoais, o conhecido
Museu que é visitado por você e por todos que deseja vê-lo. Do lado de
fora, uma poética vista de Itabira faz pano de fundo para a estatua de
bronze do poeta. Construído em uma área de aproximadamente 2 metros o
Memorial - projeto de Oscar Niemeyer; grande amigo do poeta e formado MUSEUM DE CARLOS DRUMOND
DE ANDRADE
curvilíneo um desafio para os engenheiros e mestres de obras acostumados e
planos retos. Para tirá-lo do papel, eles tiveram que usar ferramentas e métodos que fizessem o prédio curvado,
curvilíneo.

VAQUEIJADA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

É uma das festas tradicionais no nordeste. Todos os anos se repetem nas fazendas do sertão onde os vaqueiros se
reúnem ou se reuniam em local apropriado para a organização desse evento. Centenas de cabeça de rezes eram
reunidas como ainda são escolhidas e confinadas de dois ou três dias ou mais, conforme a duração do evento. Na
época se reuniam muitos vaqueiros de toda parte de várias regiões do Nordeste. Vinham muitos profissionais em
vaquejada. Esses homens vinham até de longe no sentido de competição. Chegavam antecipadamente ficando
aguardando a hora da realização da festa, como também das suas competições.

Muitos proprietários das grandes e pequenas fazendas vinham com seus respectivos vaqueiros, às vezes
chegavam até atrasados, exibindo-se com suas proezas, mesmo assim chegando o momento também competiam.
Chegando a hora da corrida, a primeira dupla se apresentava ao pé do mourão; um à direita e outra à esquerda. Ao
longo do trajeto duas cercas como proteção no sentido de que o animal não viesse se evadir e causar algum dano ao
povo que estava assistindo. Tinham listas feitas
estabelecendo o limite da carreira. Chegando o
chefe ou responsável, logo autorizava para
começar a derruba. Eram dois puxadores
preparados e montados em seus cavalos. Quando o
portão se abria aparecia o boi saindo em
disparada. Tinha outro concorrente para alcança-
lo. Esse outro concorrente alcançava o rabo do
animal entregando ao outro parceiro para executar
a derruba. Para isso acontecer seria necessário que
a rês viesse cair entre as duas riscas para a dupla
atingir o primeiro lugar. A vaquejada era assim,
como ainda é hoje. É uma das festas mais bonitas
do sertão. Sempre se realiza de julho em diante; AGRADECIMENTOS ÁS VAQUEJADAS
conhecido como o mês das férias que os
fazendeiros, vaqueiros e gente da alta sociedade gostam muito, inclusive o povo em geral que faz parte desse
movimento. Eles contratavam as melhores bandas para animar todo acontecimento na época. Enquanto houvesse
bois no curral para correr dia e noite, e o povo dançando e bebendo iria até o prazo indeterminado quebrando o
protocolo do evento que era muito animado.

Após o final da corrida: eram escolhidas as duplas


vencedoras do primeiro, segundo e terceiro lugar para serem
apresentadas, e cada uma recebendo os seus troféus.
Finalizando esse compromisso, todos saiam galopeando em
seus ginetes fazendo exibições dos seus prêmios, e agradecendo
a Deus por mais uma conquista. Todos eles se despediam da
plateia e iam embora, mas já antecipando o ano vindouro para o
retorno novamente.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O VAQUEIRO

O vaqueiro é um cidadão importantíssimo da região


Nordeste ou até de outras regiões. É um guerreiro
habilidoso e aventureiro. Vivendo toda sua vida no
campo com muita simplicidade e bastante preparado para
o trabalho. O cavalo é o seu fiel companheiro de todas as
horas de luta campeira. Este homem se orgulha de ser um
bom profissional; gosta de sua vestimenta que são: gibão,
guarda-peito e outros complementos que são: botas,
luvas, chapéu, chicote, máscara e corda de laçar. A sela
de montaria é produzida de couro. Têm as esporas feitas
de metal, mas precisa dos complementos que são as
correias para fixá-las nos pés.

Em se tratando de boi, tudo é aproveitado. O vaqueiro é uma pessoa de muita aparência em relação às coisas
sertanejas. Tem a pele queimada pelo sol causticante. Ele tem o seu modo de falar. Seus costumes e o seu jeito de
aboiar é muito lindo. O seu estilo de cavalgar rebanhando o gado, ordenhando as vacas sabe muito bem fazer com
muita competência. Até a casa onde reside tem o cheiro de gado. Todas essas coisas são características que
identificam o vaqueiro. Ele é a cópia mais pura do sertão nordestino. Tem o campo e o seu lazer onde mora com a
família usufruindo um pouco de tranquilidade. Usufrui dessa beleza natural que produz uma linda visão
panorâmica no interior.

Na estação chuvosa quando há uma transformação com mudança de clima de verão para o inverno, é lindo! É
nessa época que o nordeste se torna um paraíso. Em todo sertão nasce pasto no período de inverno. Todos os anos a
terra fica coberta por um tapete de ervas e plantas de todas as variedades. É nesse período que ocorre o maior
espetáculo natural da região modificando o meio ambiente com várias qualidades de animais irracionais formando
corais, cada um com sua forma de agir de acordo com seus instintos; tratando-se dos irracionais, todos esses fatores
são incógnitos, ninguém ver e não sabemos como isso acontece devido à falta de chuvas; anos chovem bem e
outros não. O homem na realidade ainda reconhece e agradece ao criador, até porque ele é racional, sabendo o que
diz e o que faz na vida.

O vaqueiro é o herói do nordeste. É o homem mais corajoso dos sertões nordestinos no que diz respeito as
suas atividades, vivendo a sua vida no campo, nas fazendas diariamente lutando com o gado. A luta é árdua cheia
de aventuras, mas compensadora. Ele sofre muito, mas têm momentos felizes.

O vaqueiro jamais abandonaria sua profissão. Ele gosta de vários tipos de cavalos bons; vaquejada e mulher
são coisas de sua preferência. Leva o tempo de sua vida amansando cavalo, burro brabo, e enfrentando touro
valente arriscando sua vida na luta campeira. Ao amanhecer do dia esse homem acorda cedo para ordenhar as
vacas leiteiras, e depois pegando o cavalo bota a sela e se monta com destino ao campo procurando por outras
rezes que estão faltando. Ele sai pela manhã e chegando de tarde, sempre trazendo todo gado para o curral porque
gosta de tudo bem organizado.

A labuta desse homem bravo é incansável. Ele trabalha semanas, meses e anos initerruptamente sem ter
nenhum dia de descanso, somente para satisfazer e cumprir as ordens do patrão. O pobre vaqueiro quando

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

envelhece não podendo mais trabalhar é expulso da fazenda sem direito nenhum, mesmo sendo a figura mais
importante das caatingas sertanejas. Esse homem desde menino já começa o treinamento montado em cavalos,
tangendo gado, se tornando um profissional exercendo logo mais a faina nas caatingas, nos campos e nos cerrados.
Ele usa vestimentas típicas: perneiras, guarda-peito, gibão, chapéu-de-couro, chicote e a corda de laçar. São
confeccionados do mesmo material, ou seja, do couro do boi. Todos esses assessórios fazem parte do seu trabalho
diariamente. O VAQUEIRO E O GADO

Um dos mais importantes em se tratando dos animais é um cavalo bom de gado que é indispensável na sua
profissão. É um dependendo do outro na realização de um trabalho perfeito. O cavalo representa uma raça heroica.
O vaqueiro desafia até mesmo a própria natureza sem recuar um momento sob os perigos encontrados na sua
trajetória. Guerreiro acostumado a correr no matagal na pega do boi e vaquejada. Quando a dupla disputa ao pé do
mourão montada nos seus melhores cavalos concorrendo o primeiro lugar. No final do evento, os vencedores que
atingirem os melhores lugares são agraciados com os melhores troféus, os quais serão contemplados como
lembrança futuramente. São esses os privilégios de um vaqueiro nordestino que nasce, vive e termina seus dias de
vida no campo perto do gado deixando então para os outros continuarem com essa luta pesada, mas satisfatória.

HISTÓRIA DA JANGADA

A beleza da orla marítima do nordeste não teria sentido sem


os lindos panos desfraldados em forma de vela de várias cores. As
tábuas de madeira parecem muito pequenas para suportar as bravas
ondas do mar, mas com os esforços dos pescadores compensam as
fragilidades das jangadas. Eles vão e voltam do mar para lutar
também com os que ficam nas suas residências.

A pesca realizada por cinco milhões de brasileiros com barco


antigo. Na atualidade é desconhecida a origem da jangada. Esse
nome é oriundo da Malásia, lá não existia na época esse tipo de
bote. A teoria mais aceita pelos pesquisadores foi à evolução da
JANGADA COM OS PESCADORES NO MAR
Piper, uma qualidade de barco feito pelos índios antes da chegada
dos portugueses no Brasil. Explica o geógrafo Eustógio em se
tratando dessa cultura; houve uma mistura de trabalho do índio e o europeu. Seria à base de formatação da jangada
feita de troncos armados, mesmo frágeis talvez na época.

Antigamente cerca de cinco séculos houve uma


pequena mudança no sistema da jangada que era feita de
uma madeira por nome de piúva que flutuava bem nas
águas, mas de pouca durabilidade chegando mais de um ano.
Atualmente é feita de tábua com duração de 30 anos.
Chegando alcançar várias gerações. Uma jangada nova
custava na época mais ou menos R$ 10 mil, mas encontra-se
em falta na praia; isso na época. Há muitos anos quem tinha
sempre era um senhor por nome Luciano Pereira por
intermédio de contrato para fazer concertos, segundo a
mídia. Não havendo um futuro certo de um símbolo no
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

litoral nordestino houve uma preocupação do arquiteto Marco Araújo que pesquisou a fabricação desse barco
durante oito anos. Fez questão de registrar tudo num livro preservando assim a cultura. Disse ele:- onde pude
colocar um desenho a respeito da jangada fiz. Quando algum tempo alguém interessado em construir uma jangada,
pode abrir o livro, garanto que faria um bom trabalho com um maravilhoso artesanato dessa natureza, e muito bem
feito à obra artesanalmente.

O trabalho desse artista é uma declaração de amor à cultura das jangadas. Cidadão que durante a sua vida
árdua, mas ausente das jangadas seria muito mais difícil; seria atingido pela fome, e a saudade. “Do balanço do mar
e tudo já muito bem acostumado”. Esse pensamento é do pescador Antônio Fernandes.

EUCLIDES DA CUNHA

A natureza exclui qualquer iniciativa agrícola em terrenos secos. Nesses locais sempre têm uma casa de
apoio social que mantém assistência às pessoas necessitadas para esse trabalho na agricultura no sentido de
desenvolver melhor os trabalhos com mais eficiência.

O naturalista Euclides da Cunha fala dessas grandes populações que se constituem preponderantes do sangue
tapuia, e lá ficassem abnegados, envolvendo em círculo apertado durante três séculos ate a nossa idade num
abandono completo e alheio aos nossos destinos. Guardando intactas, as tradições do passado com costumes talvez
até radical, ou seja, a raiz ou núcleo da história. Continua Euclides da Cunha a respeito do vaqueiro. Esse homem
criou-se em inervá-lo de tempo momentâneo, raramente indeciso, duvidoso e hesitante; também de horas felizes, e
horas dolorosas de extrema miséria. Tendo como presença continuamente ameaçada do clima abrasador, horas
mais e horas menos com período sucessivos de devastações e derrotas de acordo com as mudanças, conforme as
estações, incluindo nesse momento as datas consecutivas para o homem que também é um vaqueiro lutador com o
gado.

Esse bravo vaqueiro passou a juventude inconfortável sem estímulo, a qual interrompida pelas condições do
sistema da época. No seu tempo inicial de vida não gozou das delícias da juventude. No período de criança
atravessou muitas dificuldades, até mesmo como personagem festiva na origem da vida.

As dificuldades que o fenômeno da natureza ofereceu com as secas ao sertanejo foram horríveis, com essa
ocorrência se tornou totalmente difícil para o qual, se expressando através da flacidez da pele sofrida; mesmo
sabendo que estivesse incluído em luta sem haver hostilidade aguardando os melhores dias. “Fez-se vigoroso
conformado continuando no trabalho” árduo.

A presença é a prova e o confronto que enfrentou de frente a frente com os problemas surgidos. Levava a
vida descontrolada. Acontecimento inesperado de força ativa que não se pode compreender em não ter momento
algum de descanso durante a vida. O vaqueiro agricultor vive constantemente debilitado, esgotado, mas corajoso e
enérgico, sempre se preparando para se encontrar novamente todos os dias. Não vence e não se deixa vencer
passando da tranquilidade para o momento perturbado. Uma tranquilidade era uma tipoia preguiçosa, e confortável
para o dorso que tira a violência e força estúpida que ganhava nas árduas lutas.

O vaqueiro conhece a fazenda em todas às suas atividades habituais. É um dever e obrigação andar em todos
os locais. Nas estradas difíceis e, terrenos acidentados, locais onde se colocava cereais e tantas outras utilidades.
Lugar úmido, frio e permanentemente com água. Terrenos pantanosos que sempre viviam encharcados. Os quais

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

fazendo a história que ilustravam o seu trabalho como “o sertanejo,” falando a cultura do nordestino natural e
verdadeiro.

Em se tratando do ciclo do gado; o exímio conhecedor do folclore brasileiro chama-se Luís da Câmara
Cascudo. Ele define a existência individual de sua participação. Dar ao qual a ideia rápida de liberdade fazendo
improviso de espontânea vontade pessoal. Criada a fazenda: o vaqueiro no passado ficava sujeito à luta cuidando
do gado, da casa dos cavalos assumindo os trabalhos no sentido de defendê-los de quaisquer problemas que
viessem atingi-los. Ele é responsável pelas iniciativas imediatas. Livremente movimentava-se correndo pelo
planalto elevado para cuidar dos animais no seu poder com toda garra na vegetação nordestina, e espinhosa com
muita dificuldade sobre risco de vida. Procurando reses fugidas e tímidas. O próprio estado em que esse homem se
encontrava no local desabitado vivendo sozinho na solidão afastado de qualquer animação.

O vaqueiro também com sua inteligência e sua criatividade fazia instrumento de corda para as atividades
musicais nas festinhas organizadas pelos amantes dos seus movimentos. Colaborando também com as despesas.
Pagava cotas nas brincadeiras, comprava comidas e bebidas. O vaqueiro criava também estilo de cantadores de
violas que animava todos ambientes, locais adjacentes no sentido de diversões nos determinados locais adequados.

A presença de responsabilidade deu origem ao direito de poder escolher sua maneira própria para ficar
distante dos fiscais administradores protegidos, e agitados nos engenhos de açúcar. Dai foi necessária a criatividade
do animador com instrumento caracterizado de violas; o violeiro semiprofissional.

O cangaceiro com armas aptas para defrontar com a lei que não conhecia, presumindo evitar torturas com
pessoas de qualidades legítimas de castigos, e de acordo com a lei saindo até da memória porque não tinha sentido
de perseguição.

A paisagem física da região se desenvolvia com os componentes característicos que formava todo esse belíssimo
fenômeno da natureza. Vegetação rasteira identificando o nordeste com várias qualidades de árvores pequenas e
poucas desenvolvidas. Também pico de serra, monte ou rochedo identificando o sertão do nordeste brasileiro. Essa
região sempre ressecada, queimando as árvores que nela existia. Geralmente com esse fenômeno tornava-se áreas
desertas. Em relação a essa a crise que não oferece condições de sobrevivência para o ser humano fixar moradia.
Segundo José Norberto diz: que em certas regiões do Nordeste San franciscano a penetração da luz solar é tão
grande que a temperatura prejudica tudo que existe sobre o solo sufocando a vida de minúsculas células
desidratando a vida dos vegetais, e dos seres humanos, com essas condições deixa muito a desejar.

O comportamento do clima agressivo prejudica a flora. E a tudo que depende do clima; com essa ocorrência
é péssimo para a vida dos vegetais. Esse fato se repete periodicamente com sequidão causando improdutividade da
terra sacrificada. O verde desaparece por falta dessas condições alimentares, e outros fatores inerentes à natureza.
O solo e tudo que nele existe é castigado. Encrespado de aglomeração de serras despidas negando as suas
gratidões. Formando-se um lugar desabitado e estéril, ou seja, improdutivo que não produz nada.

O vaqueiro é um homem de pouca instrução. Ele se expressa pouco, quase sempre sozinho aprende a ser
prudente e silencioso com a vastidão dos campos. Tem a visão muito boa que chega a ver as coisas com facilidade
em se tratando da vida que leva no dia a dia lutando com o gado, procurando as reses desgarradas e entrelaçadas no
mato. Ele tem capacidade de ouvir muito bem. Conhece quase todos os animais pelo nome real ou pseudônimo;
pelo menos uma grande parte do gado, desde os primeiros dias de vida de cada um. O cavalo é o amigo do

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vaqueiro que o libera quando concluídos suas tarefas diárias. A própria circunstância do lugar não oferecendo ao
homem condições de continuar no trabalho de acordo com a luta contínua.

No nordeste não há uma adesão do cavalo com o homem. Quando o animal se encontra liberto dirige-se ao
pasto verde para se alimentar, sem receber afeição nenhuma por parte do vaqueiro. Ele é grosseiro dando o sentido
de que até carinho e afeto espanta o animal. Em relação à desigualdade do ambiente, ele obedece buscando seus
confortos atendendo suas obrigações e as ordens rígidas da sobrevivência que faz parte da vida.

O homem não colabora com o animal no trabalho, não há um recolhimento que reúna boas qualidades
recíprocas, auxiliando e aproximando o vaqueiro e sua sela nos momentos difíceis nas carreiras pelos caminhos
cheios de pedras, matos baixos com ramos rígidos e espinhos pelas vertentes íngremes com cipós e muitos galhos
dificultando os trabalhos. Muitas vezes revoluteando nos precipícios chegando até acontecer a ser atingido pelos
chifres de algum touro silvícola. O cavalo tanto retrocede como avança. Encolhe-se, se estica, salta e empina.
Fazendo todo movimento possível e impossível. Abaixa-se sob os galhos pendentes conseguindo passar por cima
dos mais baixos, mesmo com muitas dificuldades porque o mato é fechado.

O vaqueiro é protegido dos espinhos, paus rústicos pelo apoio do peitoral feito de couro. Ele é um homem
valente no que diz respeito a esse tipo de trabalho árduo. Ao entrar no campo em seu cavalo com os seus hábitos
da fazenda conduzindo a sua alimentação no saco de couro. Nesse recipiente vai a paçoca de carne pisada com
farinha e alguns pedaços de rapadura; vai também água no odre, tudo preparado antecipadamente para o trabalho
nas horas necessárias. Quando o sol está se escondendo para chegar à noite, o vaqueiro com o seu parceiro de
luta retorna ao trabalho montado no seu cavalo. O vaqueiro fica insensível ao frio por conta dos esforços feitos na
luta, e no coice de uma rês. Ouve-se com uma distância o aboiar do vaqueiro. Tudo isso, enquanto termina o dia, e
a escuridão unindo-se à noite para o mundo.

O VAQUEIRO SERTANEJO E O GADO

Esse homem forte do nordeste não saiu da beira


do mar nos espaços das boiadas recebendo patadas das
reses levando de um lugar ou de um estado para outro.
Esse vaqueiro é tipicamente nordestino instruído no
meio ambiente da temperatura elevada do sertão com
mistura de raças abastecidas pelas cores: brancas,
vermelhas e rápidas cores negras. Deu-se essa fusão de
raças

quando O VAQUEIRO SERTANEJO


passaram a ter convivência no desvio do caminho produzido da
Interlândia com certeza houve mistura racial.

Nos inícios dos anos do desenvolvimento do gado pelas


extensões ilimitadas sertanejas e nordestinas, foi o homem
GADO NO CURRAL

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simples exigido para continuação nos currais. Para o índio domesticado, mas não civilizado na vida do criatório
que vinha a calhar no local determinado. Afastado da civilização nos afazeres dos currais distantes. Gozava da
liberdade, mas que não fosse desfigurado pelo sedentarismo das fábricas de açúcar das fazendas de plantio das
datas de minerações.

O estabelecimento de criar gado viria encaixar inteiramente ausente da educação. As ocupações muito
longas desfrutando daquela liberdade que não concordaria que fosse transformado pelo sedentarismo das fábricas
de açúcar, o que não daria certo.

Zelando com responsabilidade o gado que se encontrava na solta se ocultando no mato em busca de reses
propensas as fugas e, dormindo no relento, atingidas pelo orvalho e o sereno da noite debaixo dos galhos frondosos
do jequitibá protegido pelo ambiente estrelado do céu nordestino. Tinha como alimento do que oferecia a natureza
com frutos do mato, raízes e ramos novos brolhados dos vegetais. Comendo carne malpassada; crua ainda.
Sangrando, e grelhada no aquecimento da temperatura do braseiro, bebendo o precioso líquido puro da fonte oculta
e preservada pela floresta maravilhosa.

.Viviam esses elementos na plenitude e prazer de seus padrões culturais das animações extravagantes. e
elementos povoadores que almejavam impor os poderosos. A não ser um início de civilização a qual subordinada
com a situação de um encontro circunstancial, pois essa gente dada aos direitos e deveres originais mudava a
maneira desse comportamento sem maiores hipóteses.

O conflito oposto aos índios no século XVII acarretou números expressivos de elementos para o interior
que muitos deles firmaram-se nas regiões aceitando proporcionalmente à luta do tratamento e criação do gado. Foi
quando o cruzamento racial cresceu no que diz respeito aos grupos
de guerreiros pelo próprio objetivo de seu internamento. Não havia
acompanhamento das mulheres e de suas famílias, somente depois
aconteceram considerações a respeito. Apareceu como modelo esse
povo misturado que Euclides da Cunha o classificou como um forte
no seu romance “o sertanejo”. É esse trabalho de Euclides da
Cunha que registra o valor desse homem respeitado, enérgico,
destemido e integrado na vida e no meio ambiente com pequena
representação dramática pastoril com várias atrações; cantos,
danças e louvações. Essas festas alegóricas caracterizavam-
se sentidos lendários, manifestados também em prosas e versos. É o
vaqueiro nordestino que expressa suas criatividades por ele mesmo.

BARCO A VAPOR

O barco Saldanha Marinho foi construído na Inglaterra e trazido para o Rio de Janeiro em fatias distintas.
Foi transportado dos terminais ferroviários do Rio de Janeiro até chegar Sabará – MG no dia 06 de março de 1869
em grandes carretas puxadas por bois.

O imperador Dom Pedro II, e o governo de Minas Gerais, através do conselheiro Joaquim Saldanha
Marinho que firmou contrato com o engenheiro Henrique Dumont, pai de Alberto Santos Dumont – o pai da
aviação – para montar o vapor com 72 HP de força e de rodas laterais.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Nascia “Saldanha Marinho de rodas laterais”. Inaugurado em 10 de janeiro de 1871 pelo imperador, e foi
lançado nas águas do Rio das Velhas acompanhado de grande festa. De lá foi até a cidade São Francisco, atracando
na Barra do Guaicuí, onde encalhou por longos anos aos cuidados da câmara municipal da cidade. Chegou ao Porto
da Pirapora em 1902 e foi incorporado ao patrimônio do estado de Minas Gerais. O Saldanha Marinho foi o
primeiro vapor a navegar no Rio das Velhas e no Velho Chico. Durante vários anos navegou de Pirapora ao
Juazeiro, uma das principais hidrovias do país nas primeiras cinco décadas do século passado, foi assim por quase
60 anos o seu tempo de ação no rio. Seu apito estridente atraia moradores ribeirinhos para vê-lo passar com suas
duas rodas laterais. Gaiola foi o apelido dado a esse tipo de barco. Um barco muito bonito. A capacidade de carga
do Saldanha Marinho era de seis toneladas e de 12 passageiros. Ele tinha 28 metros de
comprimento. Seu desempenho era de 23k/h de rio abaixo e 14 km/h leito acima. Na
realidade era uma relíquia.

Saldanha Marinho ajudou no desenvolvimento econômico e social de Minas


Gerais e dos estados do Nordeste. Era um importante corredor entre o Sudeste e o
Nordeste do Brasil, pois cortava cinco estados: Minas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e
Alagoas. São essas as hidrovias.

O barco era o único meio de transporte para muitos moradores das cidades SALDANHA MARINHO
cortadas pelo rio, uma vez que naquela época a malha rodoviária do país era muito deficitária, ou seja, péssima. O
vapor descansa em Juazeiro, numa praça nas margens do Rio São Francisco. Tem o nome de batismo estampado
com letras grandes no casco escuro, uma homenagem ao político que governou a província mineira de 1865 a
1867, e a paulista de 1867 a 1868; Hoje, o vapor é uma das principais atrações turísticas de Juazeiro além de ser
um centro de informação turística. Um sentimento verdadeiro de que pertence a nossa história, cultura e identidade
são representadas pelo Saldanha Marinho como fonte de motivação para o desenvolvimento das atividades em prol
do turismo sustentável em nosso município e consequentemente na nossa região maravilhosa.

VIDA SERTANEJA

Quem reside no sertão conhece muito bem a vida camponesa. O agricultor, e o vaqueiro são pessoas que vivem
diariamente coesos com a região onde mora. Os trabalhadores do campo, cada um exercendo suas atividades. O
agricultor na roça cultivando a agricultura; o vaqueiro na pecuária e na fazenda lidando com o gado do patrão. O
vaqueiro trabalha todo dia, mês e ano sem direito às férias. Trabalha até aos domingos e feriados. São esses
homens responsáveis pelo sustento da nação produzindo cereais; outros se encarregando da produção de leite e
seus derivados. Essa produtividade é transportada para as cidades abastecendo a mesa dos ricos empresários,
comerciantes e outros mais nas zonas rurais e urbanas de acordo com as necessidades.

O sertanejo vive de muita fé e esperança nos anos que os invernos são favoráveis. Ele planta e colhe vendo o
serviço compensar com muitos esforços. Nos anos de estiagem perde setenta a oitenta por cento da safra. Tem anos
que a perca é total, mas não perde a confiança porque acredita em Deus, esperando o ano vindouro. Confiando
também em São José padroeiro do Ceará. A crença faz esse povo acreditar cada dia mais, e protegido por Deus para
enfrentar todas as diversidades do semiárido nordestino; região essa, quando no período invernoso tudo é uma
maravilha. Quando ocorre uma seca, se torna grande flagelo. Córregos, lagos e lagoas secam. Somente os rios são
perenizados correndo água pelo leito. Essa água é de boa qualidade; com especialidade os reservatórios que passam
todo ano liberando um pouco de suas águas. Esses reservatórios abastecem toda região por onde o rio faz seu

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percurso levando esse precioso líquido para todas as comunidades carentes. Esse processo acontece ao longo de
suas margens amenizando o sofrimento do povo sofredor permanentemente.

Na época passada, quando ocorriam secas prolongadas, o gado morria de fome e sede. Muitos criadores
chegavam perder quase todo rebanho; principalmente bovinos. Os estados do Ceará e Rio Grande do Norte eram os
mais atingidos por serem os mais quentes e secos da região Nordeste como ainda continua do mesmo jeito.

Atualmente o semiárido encontra-se transformado para melhor. Tem iluminação elétrica chegando a quase
todos os recantos dos municípios. Esse desenvolvimento tecnológico na realidade abrange muitas regiões do
Nordeste e se estendem por todas as microrregiões como também das grandes com redes de abastecimentos de
energia elétrica nos mais longínquos lugares.

Através de adutoras que também estão penetrando nos lugares mais distantes do interior oferecendo mais
conforto para as pessoas sofridas. Evitando o abandono de suas casas a procura das grandes cidades com tendência
de piorar cada vez mais a situação. Um dos melhores vales é o do Jaguaribe, o qual percorre pelo Rio do mesmo
nome com seus cento e dez quilômetros de extensão. A sua nascente é na serra da Joaninha em Tauá fazendo o
percurso mais ou menos da metade do território cearense banhando várias cidades: Russas, Jaguaruana e Limoeiro.
Tem outras que se encontram localizadas nas suas margens até alcançar o seu itinerário onde se encontra a sua foz
ou desembocadura no município de Fortim em Aracati. O mesmo já foi o maior rio seco do planeta; hoje,
perenizado. No verão corre sobre o seu leito na maior tranquilidade. Quando na época da estação invernosa se
torna violento, mesmo no período das chuvas torrenciais nas cabeceiras no alto e médio Jaguaribe; nessa passagem,
ele transborda invadindo as várzeas e destruindo o que encontra pela frente: cercas, lavouras e casas. Deixa
milhares de pessoas desabrigadas.

Com essas ocorrências forçam os prefeitos dos municípios decretar estado de calamidade pública. Não é
somente o Jaguaribe o causador de tudo isso como também os seus principais afluentes, no caso o Salgado, o
Banabuiú, o Figueiredo, e outros afluentes menores pelas margens direita e esquerda. São esses os mais
conhecidos: Trussu, Riacho do Sangue e outros de pequeno porte que lançaram suas águas no rio principal
Jaguaribe que é tão decantado em prosa e em veros pelos poetas e repentistas.

O Ceará é um estado privilegiado em se tratando das águas com os seus açudes. Os principais são: Orós e
Banabuiú conhecidos como arrojado Lisboa, e mais a barragem do Castanhão com sua capacidade de seis milhões
ou mais de metros cúbicos. Essa barragem sempre monitorando suas águas em tempo de cheias. O vale do
Jaguaribe de grandes inundações. O Cedro é outro açude muito importante construído por escravos na época do
império quando Dom Pedro Segundo era Imperador do Brasil. Tem outros que são: Forquilha em Sobral, General
Sampaio, Lima campos, Arara e Reriutaba; Pentecoste na cidade do mesmo nome. O Acarape próximo da cidade
de Redenção abastecendo Fortaleza que é uma coisa maravilhosa.

O Rio Ceará é considerado como um rio histórico, localizado na capital alencarina por ter sido percorrido por
grandes navegadores; com prioridade pelo navegador do Ceará Martim Soares Moreno. O riacho Pajeú que surgiu
Fortaleza fazendo parte da história de nossa cidade como também o rio cocó.

As lagoas do Ceará não são permanentes. A Iguatu é extensa no município do mesmo nome. Maracanaú e
Messejana: são as mais históricas de todas as que retratam a beleza da virgem Tabajara onde a sua estátua

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

representa uma raça indígena. Esses elementos inspiram José de Alencar um dos maiores romancistas. Ele descreve
a mais ardente paixão entre a Índia Iracema e Martim Soares Moreno.

O Ceará é um estado que mais atrai grande número de visitantes de vários países para conhecerem as
paisagens lindíssimas de nossas praias ensolaradas. Elas se localizam na faixa litorânea com os seus mais lindos
coqueirais de uma visão panorâmica em todo litoral cearense deixando os turistas encantados com essas maravilhas
da natureza. Tem a serra da galinha choca e outras mais fazendo parte do cenário daquela região do município de
Quixadá. Outras serras importantes que são: a serra Dantas em Jaguaruana e Irerê em Itaiçaba. No passado não
muito distante, as pessoas faziam caminhadas para lá, onde houve a primeira missa em 18/ 11/2018. O povo ia
rezar e pagar suas promessas. As pessoas subiam até o topo da Serra de frente ao cruzeiro para fazer suas orações.
O cruzeiro é e continua sendo o símbolo da fé de um povo fervoroso e carismático que ainda permanece
considerando o local estratégico santificado pelo povo da igreja católica cultuando seus turismos religiosos.

Nos dias atuais não permanece com mais frequência; mas essa prática de romaria acontece com menos
frequência por motivo das dificuldades. O católico na realidade cumpre com os seus compromissos para com Deus
religiosamente mantendo suas tradições.

As zonas sertaneja e litorânea são maravilhosas onde os seres humanos têm mais convivência com a
natureza, respirando o ar menos poluído. Observando as mais lindas paisagens oferecendo-as de graça em que o
homem se aproxima mais do criador de todas as coisas. Só quem não tem um mínimo de consciência desconhece
essa maravilhosa obra incomensurável da natureza.

Existe diferença de uma para outra em se tratando de clima diferente. As zona litorânea em perto do mar, se
torna uma zona fria, e a sertaneja é quente por motivo também do clima quente porque não existe brisa nenhuma
porque a tendência do sertão sempre é quente. Até porque fica distante do oceano; nessa zona na realidade não há
conforto no sentido de moradia sertaneja.

A VELHA E A NOVA JAGUARIBARA

Dissertação e fruto de uma pesquisa em se tratando


de um projeto desenvolvido por Arquiteto da
Universidade Federal do Ceara em 2001, segundo a
história. De acordo com as pesquisas feitas nas fontes
pesquisadora, ou seja, Internet. A Nova Jaguaribara é a
primeira cidade planejada do Estado do Ceará. Foi
inaugurada em 2001 para uma locação do povo da antiga
sede. Na realidade, a qual vivia sufocada pelas ruinas das
estruturas físicas como também das águas do rio
Jaguaribe, por motivo também de ser uma localidade
muito baixa e submersa. Outra opção do motivo em
pauta foi no sentido do projeto da construção da
barragem do Castanho, um dos reservatórios hídricos do
Estado. Para fazer essa construção teria que ser com aval
de todos os moradores da cidade, ou seja, do município
de Jaguaribara. O trabalho foi iniciado e traçado a partir
CIDADE DE JAGUARIBARA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

da igreja Santa Rosa de Lima. De 1985 a 1995. A população se organizou, mesmo com resistência, porque teria os
contras e outros a favor do projeto que na realidade seria muito difícil por vários fatores em se tratando de uma
obra tão importante na época.

Em relação às memorias que teriam de ser guardada; pressionaram pela busca de manutenção da construção
das igrejas que teria de ser construídas da mesma forma das antigas. Com certeza os fiéis gostariam de preservar o
passado, no sentido de que nada poderia ser apagado.

Organizaram a casa da memória, para guardar ricos acervos de objetos pessoais e familiares. Reconhecendo
também a construção de valores de um patrimônio cultural, material e imaterial na nova cidade que a velha vivia
emergida. Nasce um paradoxo. Desejar a seca. Refletir em se tratando da experiência Jaguaribara significa viver
talvez o passado do patrimônio revivendo as memórias que jamais se acabaria. Na realidade houve planejamento
muito bem experiente sobre o desenho urbano e regional considerado quando se faz efetiva participação da
população da região vendo nova roupagem de uma cidade querida da população que é imprescindível para o
município. Atualmente ficou muito bonito esse local em que todos moradores gozam de grandes benfeitorias. - Em
primeiro lugar a cidade Nova, e em segundo O imponente açude do Castanhão que encanta todas as pessoas que os
visitam; é uma paisagem exuberante não somente para os moradores, mas para todo o Ceará.

É assim, o Ceará é um estado lindíssimo. Para os


cearenses, essa obra oferece muitas riquezas hídricas que vai
beneficiar uma grande parte da sociedade em se tratando da
agricultura para o povo em vários setores onde alcança as
estruturas desse açude Castanhão. Através das irrigações com
suas infraestruturas beneficiando até mesmo todo povo
cearense. É uma maravilhosa bacia de água que jamais faltaria
água para o Ceará com a transposição das águas do velho
Chico.
CASTANHÃO - O MAIOR AÇUDE DI CEARÁ
ENGRENAGEM DE UM ENGENHO

Na ilha de Santa Catarina tinha até no meado do século XX mais de 300


engenhos de farinha. Estes engenhos representavam a fase do mais alto
sucesso econômico vivido pela agricultura na ilha. A partir da década de 60
ocorreu a queda das coisas motivada por vários fatores. Houve especulação
sobre a decadência da renda na venda de farinha que caiu muito na época. Os
açorianos chegando ao litoral de Santa Catarina tentaram no início cultivar o
trigo que era a principal fonte de alimentação no arquipélago dos açores. O
trigo não vingou, acabaram-se se adaptando ao alimento da terra como a
mandioca e outros semelhantes. O método indígena de fazer a farinha era
DO ENGENHO À FARINHADA bastante rudimentar e pouco rendoso. Os açorianos se adaptaram com a
tecnologia dos moinhos de trigo na produção da farinha.

Do encontro das culturas indígenas e açorianas surgiu o engenho de farinha. Visitar um engenho é fazer um
passeio pela história da principal atividade econômica da ilha de Santa Catarina. No inverno toda a família era

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

auxiliada pelos vizinhos na lida da farinhada. Nas atividades atravessavam as noites, acompanhadas de cantorias e
fandangos até o romper do dia era uma animação muito saudável nesse movimento de trabalho.

A farinhada começava quando os bois eram encangados no carro para ir à roça de mandioca que estava
plantada a mais de ano. Trazendo então essas raízes para dentro do engenho. Começava com tirada da casca, isto é,
raspando a mandioca para que ficasse somente a raiz nua. Na raspagem da mandioca havia as cantorias e
brincadeiras; contavam-se histórias engraçadas que iam dia e noite.

Após a raiz raspada era levada para o ralador. O responsável ou encarregado de sevar (ralar) a mandioca;
teria que ser uma pessoa experiente na arte de sevar. Com a massa da mandioca pronta ia para prensa dentro dos
tipitis prensando durante uma noite inteira até sair bem à água e ficar só a farinha. Depois dessa etapa o bolo do
tipiti era desfeito e, peneirado, daí ia para o forno para torrar. Terminando a torrefação ia para o paiol para ser
vendida. Durante esse processo tirava o polvilho da mandioca através da decantação da água. Antes de torrar a
farinha ainda faziam o beiju e a tapioca e cuscuz. Com a farinha torrada ainda faziam iguarias na culinária que tem
os seguintes nomes: “Manoel pança, rosca de polvilho, rosca de massa, bolinho de graxa, coxinha de velha e outras
coisas mais: são esses alimentos que a mandioca nos oferece”.

A forma mais comum de consumo da farinha de mandioca é o pirão. Ele é feito de água morna de (jacuba,
pirão cru); também o pirão pode ser feito com os caldos ficando um paladar especial.

Os engenhos são classificados de: engenho de cangalha – o boi tem o andaime ao redor do forno e do ralador
- Roda sob a roda grande ou bolandeira. Era o típico engenho de ilha.

Engenho de chimarrita – é aquele que o boi trabalha tocando somente a roda do caititu; o forno é tocado
manualmente. Tudo é muito simples e rudimentar.

Engenho de Mastro – Em geral o boi tem o andaime fora da roda grande, esta roda é tocada por um mastro
comprido, que liga o andaime até a roda grande ou bolandeira; muito pouco usado na Ilha.

Ao visitar um engenho tem-se contato com palavras pouco conhecidas: bobinete, prensa, fuso, antolhos,
tipiti, cangalha, quarta, paiol, almanjarra, canga, rodete, hélice etc., além da farinha de mandioca, também chamada
de farinha de guerra.

Almanjarra – Madeira curva que liga o peão da roda a cangalha; esse instrumento é de muita importância no
sentido de que fique tudo bem organizado o trabalho.

Andaime – caminho por onde o boi passa no trabalho do engenho, em geral é forrado com capim melado;
antolhos – venda colocada nos olhos do boi para que ele rode no andaime.

Canga – suporte de madeira com dois rebaixos que complementada com o canzil para juntar os bois no
carro.

A cangalha – canga colocada na almanjarra para que o boi trabalhe no andaime. O boi para trabalhar tem
que ficar tudo direitinho para dar mais conforto aos bois.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Canzil – cada um dos paus da canga; entre os quais, o boi mete o pescoço; não é somente um, e sim dois na
canga para ficar bem melhor em se tratando de um bom funcionamento.

Fuso – Parafuso de madeira que irá fazer pressão na prensa; somente assim a massa ficaria bem melhor, e se
ficar mal imprensada não vai ficar bem no ponto de torrá-la.

Hélice – é a pá do forno que tem duas pontas e um rodeio embutido para mexer a farinha no forno de torrar, e
tem que ser bem mexida para ficar uma farinha de boa qualidade.

Paiol – local destinado a estocar a farinha depois de pronta, para o consumo ou para a venda, e se a qual
estiver exposta à venda, tem que ter muito cuidado no sentido de não alterar o processo.

Peão de roda – é o mastro que segura a roda, ou seja, a bolandeira; hoje, parece que não existe mais esse tipo
de instrumento na casa de farinha, ou seja, na farinhada.

Prensa – local onde se coloca os tipitis para retirar a água da massa da mandioca; não deixa de ser um
processo de muito trabalho para que fique um processo muito bem feito.

A roda bolandeira – é uma roda grande do engenho; essa roda se movimenta com dois profissionais, um de
um lado, e do outro lado tem outro sujeito pegando todos dois iguais, é uma força estúpida, no sentido de que a
mandioca fique toda triturada pelo rodete de ralar.

Rodeie – é uma engrenagem de madeira em forma de dentes com a finalidade de tocar o engenho, ou seja,
uma peça que a pessoa coloca a mandioca nela ou nele, e se torna a chamada massa da mandioca; coisa muito
gostosa.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Cervador – é a pessoa encarregada de sevar (ralar) a mandioca, essa pessoa trabalha muito para dar de
conta de muita mandioca, na realidade tem o substituto para quando um cansar, já tem outro para pegar na
manivela da roda; isso era antigamente.

Tem o tipiti – é um cesto feito de taquaras usado para colocar a massa da mandioca na prensa, na realidade
é um recipiente de colocar a matéria-prima desse produto.

MEDIDA DE VOLUME

QUARTA - É uma medida de volume, é ¼ do Alqueiro. Um saco de farinha tem 2 Alqueires.

¼ alqueire 1 quarta 10 litros 5,5Kg

½ alqueire 2 quartas 20 litros 11Kg

1 alqueire 4 quartas 40 litros 22Kg

ENGRENAGEM ANTIGA

O engenho de açúcar também chamado de moenda trabalha


em geral com dois bois; são usados para moer a cana de açúcar de
onde é tirada a garapa. É com o cozimento dela que obtém
primeiro o melaço de cana, depois o açúcar (grosso) - também
através da destilação da garapa fermentada pode se fazer
aguardente, o melaço e a cachaça que o povo gosta de beber.

Entre os poucos engenhos que sobraram aqui na ilha,


recomendado visita a um engenho em atividade, é um típico
engenho de cangalha. Esse engenho de farinha fica junto ao
casarão da família Andrade. Lá você também encontra uma exposição permanente dos irmãos artistas plásticos;
Neri Andrade e Cláudio Andrade. O primeiro considerado pela critica um dos “naifas” do sul do Brasil. O segundo
utiliza a cerâmica como matéria-prima para criar a escultura sacra.

Está aberto a visitação pública nos horários das 9;00hs às


12;00hs e das 14:00hs às 19:00hs . Tendo como endereço
casarão e Engenho dos Andrades, caminho dos Açores 1180
Santo Antônio de Lisboa – Florianópolis - Santa Catarina.
Quem conhece o nordeste no inverno observa a natureza como
ela é nos campos agrícolas predominando o verde formando as
lindas paisagens em todos os setores das regiões...

O INVERNO E A SECA NO NORDESTE


TAPIOCA

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A natureza apresenta maravilhas em todos os setores do nordeste, com prioridade na época da estação
chuvosa. No inverno em que lagos e lagoas enchem que transbordam suas águas. Córregos, riachos e rios
acumulando muita água causando alegrias para todos os agricultores. Esses bravos camponeses sobreviventes dos
seus trabalhos. Nós humanos dependemos dos quais para vivermos como também os animais irracionais que
necessitam dos biomas para sobreviverem com mais tranquilidade.

O sertão nordestino quando ocorre a paisagem invernosa que se transforma com muitas naturalidades
chamando atenção de todos nós. As aves gorjeiam, os sapos coaxam, os grilos cricrilam, bezerros berram, abelhas
zumbem, vaga-lumes cintilam luzes, borboletas voam, e outras variedades de insetos fazendo parte desse concerto
musical da natureza que jamais poderá ser imitado pelo homem.

É assim quando o ano chove muito em toda região nordestina é maravilhoso. Com mudança de clima tudo
fica diferente para todas as paisagens do nordeste. Sempre é comum na quadra invernosa que acontece de fevereiro
a março, e até maio como é nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, e mais ainda em alguns estados
do nordeste. Nesse período acontece fartura na casa do sertanejo. Muitos vivem da pecuária. As duas partes são
contempladas com o bom tempo. Tanto os grandes fazendeiros como os pequenos agricultores ficam tranquilos
com a situação agradável. Esses homens viveram e vivem de acordo com as gerações até hoje em atividades com
muito amor e estima com seus familiares carentes de todos esses elementos para sobreviverem. Jamais deveríamos
esquecer-nos da apicultura. As principais colmeias produtoras de mel especial que é útil para muitas utilidades.
Essa qualidade de apicultura influencia muito na economia em muitas regiões do Nordeste. É nessa época que o
homem do campo se sente feliz em ver a sua situação financeira melhorando. Quando o inverno termina, vem o
verão mudando o clima de frio para quente; vem o calor perturbando os trabalhadores nas suas labutas. .

Em se tratando da mata verde ainda perdurando por muito ou pouco tempo, mas enramada, os pastos
suficientes para os animais. O gado escaramuçando por ver suas rações abundantes. Os bodes e as ovelhas
bodejando de barriga cheia. Muito leite na casa do fazendeiro. Esse é o retrato do nordeste brasileiro quando o ano
é bom em todas as regiões. No período de longas estiagens que ocorre na região do Nordeste conhecidas como
seca. Há muita diferença para com o inverno. A situação do camponês se torna calamitosa em diversas localidades
sertanejas. Falta água potável para o consumo humano. O gado morre de fome e de sede por falta de pastagem
resistindo os sofrimentos da natureza. Nessa época os animais: caprinos, ovinos e asininos se adaptam em qualquer
região do semiárido nordestino, principalmente o jumento que só poderia morrer de fome em pleno ano seco; só
morreria se não houvesse nem papelão. Só que cada vez está ficando mais difícil os papelões que estão sendo
reaproveitados.

Esta é a principal realidade da zona


sertaneja. Quando não chove mais ou
menos de fevereiro a junho, o sol se
tornaria cada vez mais causticante. Ventos
fortes com poeira cobrindo toda região, até
se parecendo com um deserto. Se até vinte
e um de março não chover, o sol se
INVERNO NO NORDESTE
posiciona na linha do equador que é a SECA NO NORDESTE
passagem do equinócio em que essa data o

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

dia é igual à noite. Não chovendo daí por diante é sinal de que o ano não é bom, segundo a crença popular do
camponês que na realidade é tudo pela lógica, e não pelos conhecimentos científicos.

De acordo com a lógica, a passagem do equinócio pode influenciar nas estações do inverno e verão, mas não
pela crença popular porque não tem sentido. Dessa forma não há condições para saber se realmente é certo ou não;
claro que não são adequados esses conhecimentos rústicos.

No Ceará os agricultores apelam para são José que é o padroeiro deste estado. Esses agricultores fazendo
sempre promessas e procissões pedindo ao Santo para mandar chuvas abundantes para as plantações, e assim o
tempo vai se passando. Chega abril sem nenhuma perspectiva de chuva.

Os agricultores olham para o céu, mas tudo limpo sem nevoeiro, dando sentido de que o inverno não vem
de jeito nenhum. Esses camponeses observam com muita atenção para o leste e para o sul, e nada de relâmpago. Os
sertanejos com essas expectativas ficam desiludidos. Confiando em São José o protetor dos agricultores. As suas
esperanças concluem-se.

Eles se preparam novamente para enfrentar mais um ano de seca que que é muito comum na região Nordeste.
Sempre de uma vez por outra assolam quase todos os municípios cearenses e de outros estados vizinhos. Quando
isso acontece atinge grande parte da economia com todas as populações sertanejas. Sofrem mais quando a estiagem
é constante e de longo prazo.

Os lavradores que habitam nas zonas rurais sobrevivem com muitas dificuldades. São homens bravos das
caatingas do nordeste que enfrentam o dia a dia com os rigores da natureza. Nessa época somente se ouvem mesmo
a cigarra entoando com sua voz vibratória e persistente; ocorre isso nos meses
de estios em pleno verão.

O mês de junho é considerado como a época junina se caracterizando


pelos Santos; São José e São Pedro. Uma das melhores diversões ocorridas
todos os anos no Brasil, com prioridade no nordeste brasileiro. Fogueiras e
fogos de artifícios explodindo no ar. Os foliões fazendo quadrilhas, dançando e
arrastando o pé ao som da sanfona que anima ainda mais os participantes.

As comidas típicas não faltam nesses eventos. A iguaria feita de PROCISSÃO DE MAR
SÃO JOSÉ, NO

pamonha, canjica e outros tipos de comidas tipicamente da região do


Nordeste, inclusive o milho verde assado e cozido; assado na brasa da fogueira. Tudo isso utilizado nas residências
dos sertanejos. Acontece com mais frequência quando há bom inverno no sertão que é muito bonito e muito
animado com várias qualidades de animações.

Junho é o mês conhecido como o mês desses três santos que já foram citados,
Santo Antônio conhecido como casamenteiro. São João e São Pedro são os grandes
apóstolos de Jesus, segundo a história Sagrada. O santo mais tradicional e muito
festejado é São José, conforme o turismo católico. Não há dúvida no que diz
respeito ao carisma que é tradicionalmente cultuado.

FESTA JUNINA
Izabel depois de sua concepção por obra do Espirito Santo, após completar o
seu período de gestação veio dar a luz ao seu filho. Como naquele tempo as
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

comunicações eram através de sinais, foi o que aconteceu com Izabel dando notícia a virgem Maria do nascimento
do seu filho João Batista. Onde uma fogueira por ser o único meio de informação ao povo que estava acontecendo
naquela ocasião e época. Desde aquele tempo até hoje se comemora o nascimento de São João Batista em se
tratando de uma fogueira. Todos os católicos fazem suas fogueiras em frente de suas casas conservando as suas
tradições. Vindo a ser uma das maiores festas folclóricas de todos os tempos no Brasil. O nordeste se torna o palco
das grandes festividades. Esses eventos acontecem todo mês de junho em louvores aos três Santos da igreja
católica. São João é um dos mais festejados. São Pedro também é muito venerado pelo povo e conhecido como
protetor dos pescadores cuja data é bastante comemorada até com procissão marítima e fluvial. Esses festejos são
realizados de barcos com vela e motorizados percorrendo longos trajetos conduzidos pelos seus adeptos e fiéis.
Uma parte é pescador profissional que vive exclusivamente da pescaria. Nesse percurso há queima de fogos, e o
povo agradecendo a São Pedro. Esse evento é ocorrido e continua todos os anos, e continuará sendo realizado por
todos os séculos pela cristandade católica Romana.

POETAS POPULARES

Na cultura popular existe um adágio; quem canta seus males espantam. É o caso dos poetas repentistas e
cantadores de violas que através de suas inspirações cantam os seus versos improvisados. Narrando e detalhando a
natureza e outros assuntos maravilhosos, por exemplo, o amor, paixão e saudade de acordo com o comportamento
de cada um ser humano. Sejam eles profissionais que vivem explorando os dons poéticos que já nasceram
privilegiados com essa dádiva da natureza divina e incomensurável para o repentista cantador com seu instrumento
maravilhoso como é a viola para quem toca bem para todas as camadas sociais, com especialidade para aquelas
pessoas que gostam dessa cultura.

Os repentistas com suas verves criam com suas imaginações as mais lindas rimas: martelo agaloado,
sextilha, quadrão na beira do mar, e
tantas outras modalidades. São muitas
nessa linha de música popular de acordo
com a.poesia popular brasileira.

Antigamente o cantador tinha o interior


como ponto de referência estratégico;
na atualidade nas grandes capitais eles
estão sendo bem mais civilizados, mais
cultos, cheios de sabedoria popular
representando a cultura de um povo
moderno e culto também. Outros
continuam valorizando as tradições
culturais. Faz parte do folclore jOÃO LIBERALINO E ELIZEU VENANIA
nordestino com muitos repentes; figuras
principais do meio rural onde tem o agricultor, o vaqueiro com outras
atividades; cada dia mais no meio social desenvolvendo na Literatura
popular em se tratando da poesia.

O sertanejo da caatinga que vive cultivando a agricultura, esse é que CHIQUINHO E MONTEIRO
gosta da cantoria. Esse homem que labuta também na pecuária. Na realidade muitos que moram no interior têm
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva
NHO E
TEIRO uma vida sofrida, mas quando aparecem diversões nos ambientes todos se animam com a cultura popular.

O poeta canta tudo de improviso; cantando as mais lindas paisagens nordestinas na cantoria. Essa paisagem
é formada da flora e da fauna e tantas coisas inerentes à natureza. Todo esse meio natural faz parte da poesia desses
menestréis com os sons de suas violas que apresentam as suas autênticas cantorias versando e cantando com a
maior naturalidade. Fazem sem papel e sem caneta. Toda essa criatividade é através de suas inteligências na hora;
são os mensageiros poéticos. Cantam a paz e a esperança defendendo até mesmo os injustiçados. Nas suas
cantorias, tanto pelo rádio, como no pé de parede dos casebres mais humildes aos mais abastados. Apresentam-se
nas emissoras radiofônicas dos pontos mais longínquos essa cultura popular; a cantoria improvisada. Uma dupla de
cantadores desafiando diante da plateia cantando sextilha, martelo, mourão e outras modalidades.

A poesia é uma riqueza na literatura no meio social. A literatura é o âmago da cultura popular, e até erudita
para a nossa magnífica língua portuguesa que é nossa língua mãe para todos os brasileiros.

O AGRICULTOR NORDESTINO

Outro bravo sertanejo que merece destaque na agricultura é


o homem simples e trabalhador cujo cidadão vive diariamente na
roça com as mãos calejadas do cabo da enxada, da foice e do
machado. Muitas vezes arrastando cobras para os pés, mas não tem
medo de jeito nenhum. Os costumes, e as qualidades dos problemas
existentes no campo são normais. Este homem leva a vida em todas
as horas aguardando sempre o futuro que espera vir os melhores
momentos mesmo diante do fracasso. Sabendo que a vida é um
jogo. Numa disputa tanto perde como ganha com fé em Deus. Ele é
bastante experiente nas causas da natureza através da lógica. O
agricultor é um profeta nato; nem todos! Em janeiro ele começa observar os astros, o comportamento dos pássaros
e dos insetos. A posição da entrada do ninho de joão-de-barro se é para o lado do nascente, o ano é seco; se for
direcionado para o poente é sinal de bom inverno.

O homem nascido e criado no sertão conhece bem a realidade de toda região. Ele é cheio de experiência dos
anos vividos com a terra, mas sempre prevendo o futuro através dos seus conhecimentos leigos e práticos nos
determinados ambientes que vive.

LITERATURA SERTANEJA

Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma


escritora brasileira. A primeira mulher a entrar para a
Academia Brasileira de Letras, e a primeira mulher a
receber o Prêmio Camões. Foi também jornalista,
tradutora e teatróloga. Seu primeiro romance “O
quinze”, ganhou o prêmio de Fundação Graça
Aranha. O romance “Memorial de Maria Moura”
foi transformado em minissérie para televisão.
RAQUEL DE QUEIROZ
ÍCONE CONSAGRADO NA LITERATURA CULTURAL DA HUMANIDADE

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Rachel de Queiroz nasceu em 17 de novembro de 1910 em Fortaleza - Ceará. Filha de Daniel de Queiroz
Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, parente pelo lado materno, da família de José de Alencar. Com 45 dias de
nascida a família mudou-se para a Fazenda Junco, em Quixadá, uma propriedade da família.

O seu falecimento aconteceu no dia 4 de novembro de 2003, Leblon, Rio de Janeiro. Em 1913 retornam
para fortaleza onde seu pai foi nomeado promotor. Em 1917, a família vai morar no Rio de Janeiro procurando
fugir de uma grave seca que desde 1915 atingiu a região. Em 1919 a família retorna para Fortaleza e, em 1921,
Rachel de Queiroz ingressa no Colégio Imaculada Conceição diplomando-se professora em 1925 com apenas 15
anos.

Toda região tem o seu povo merecedor de tudo que é bom na natureza. É o caso da região que vivem os
camponeses. Os trabalhos desses homens diariamente encorajados nas lutas campesinas. Também é o caso do
lavrador e do vaqueiro, cada um com sua história para contar no que diz respeito ao cotidiano, ou seja, todo dia.

O sertão é uma área de terra rica e fantástica do território brasileiro em que se encontram muitas belezas
naturais. Essa dádiva divina que são os vegetais, os animais, e os minerais com muitas variedades povoando então
essa imensa área territorial que na realidade não é pequena.

O homem é uma das principais fontes da literatura popular do sertão nordestino onde o folclore é
relacionado às riquezas culturais e regionais com os seus costumes tradicionais em todos os ambientes onde quer
que esteja na sua vida, vivendo também nas fazendas onde tinha na época fogão a lenha; ferro de engomar sendo
usado com brasa. Usava-se também a lamparina iluminando os casebres sertanejos e tantos outros objetos de uso
daquele tempo passado que eram úteis para uso da sociedade; Jamais poderiam ser esquecidas essas coisas úteis do
tempo antigos e remotos. Ainda poderia acontecer viva essa cultura dos povos nordestinos, com prioridade os que
vivem em plena caatinga do sertão por ser uma região de grande complexidade. É aprazível com suas belezas
naturais.

O nascer do sol, as noites enluaradas, o cantar do galo no poleiro que o seu cantar é muito bonito nos
horários da meia noite e de madrugada. É ele o despertador natural acordando o homem do campo. Todas as
madrugadas se acordam também com o gorjeio da passarada ao romper da aurora. Esse é o motivo agradável do
sertão que faz com que seja o melhor ambiente para se viver e admirar. Esse acontecimento nos encanta com as
vegetações; serras, chapadas, rios e lagos. Para ornamentar ainda mais nesse panorama têm o juazeiro e a oiticica
frondosa nas margens dos rios que os pássaros ao meio dia e à noite se agasalham formando um palco natural.
Todos esses animaizinhos juntos cantam com muita naturalidade e sem comissão julgadora. Não há vencidos nem
vencedores numa verdadeira orquestra sinfônica que o único maestro é a natureza.

Ser sertanejo é morar no sertão observando atenciosamente as maravilhas no meio rural. Tem-se mais
tranquilidade e liberdade falando o que bem quer e mantendo contato com a natureza. Observam-se também as
flores da campina desabrochando no amanhecer do dia nas horas matinais, ou seja, de manhã na aurora da
madrugada. Vendo também o carro de boi transportando matéria-prima e ao mesmo tempo cantando.

As borboletas voando sobre os palmares, libélulas exibindo-se no ar, e outros vários tipos de insetos
nocivos ou inofensivos. Todos esses animaizinhos procurando nesse ambiente o seu habitat e suas sobrevivências.
Eles se manifestam em toda parte do planeta terra; são esses os seus comportamentos.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Os vegetais, os animais e minerais são indispensáveis para todos os seres vivos que necessitam da água, da
luz, e do ar para os seus desenvolvimentos. O sertão é o cenário das belezas sertanejas onde existem as caatingas.
É a natureza que nos cria e que foi criada por Deus.

O homem é incoerente com muitas coisas na sociedade. Ele modifica e destrói as maravilhas criadas pelo
criador. Na realidade tudo o que foi determinado por Deus ninguém pode destruí-lo, porque tudo é sagrado. É Deus
que nos dá á vida. Tudo o que existe nesse belíssimo Universo é permitido pela divina providência.

Veja o exemplo do carro de boi, que maravilha! Essa condução que além de transporte servia como
transporte e serve ainda; também para cantar nas suas andanças, animando as pessoas por aonde vai passando. O
carro de boi é um dos primitivos transportes simples da época, ainda talvez em uso nos meios rurais, utilizados
para os transportes de cargas (produtos agrícolas e outros mais); atualmente encontra-se inativo para os trabalhos
de várias naturezas; hoje tudo está totalmente com tecnologia moderna e avançada em se tratando de veículos
motorizados.

Estamos falando na tecnologia do passado e do presente, e no carro de boi que não existe mais se existe, já
está inativado nas grandes fazendas servindo de museu relembrando a antiguidade. Não há mais, até porque é um
transporte muito lento; custava muito para chegar ao destinatário. Na realidade esse tipo de atividade nos meios
rurais é inadequado para atualidade. É um transporte bonito e lindo demais, chamava atenção como ainda chama
todas as pessoas quando esse tipo de transporte ia passando na estrada, e ainda mais cantando formando uma
prosopopeia nas visões e nas audições do povo que o via passando.

Os ancestrais passaram por uma vida sem lazer, sem usufruir das delícias da vida moderna, tudo era muito
diferente em todas as camadas sociais de acordo com o tempo. Havia tranquilidade sem dúvida em se tratando da
saúde, a qual era mais preservada até porque em razão da alimentação orgânica, e atualmente em se tratando de
inorgânica prejudicando a saúde do povo em geral. Na sociedade atual é diferente, os transportes necessários às
atividades da vida é bem melhor de que antigamente, tudo é menos difícil porque no tempo passado era
artesanalmente. No presente é tudo através da tecnologia avançada.com desenvolvimento muito rápido em todos os
setores sociais da indústria e comércio na sociedade. Na atualidade funciona tudo com máquinas de alta precisão.

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA SANTA EDWIGEM DO SAQUINHO - JAGUARUANA

Associação comunitária Santa Edwiges fundada em 9 de março de 1988, todas as


ações desenvolvidas pela a associação tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida dos moradores, dando-
lhes subsídios para quem obtenha êxito em suas vidas e possam traçar uma história de sucesso. Reafirmamos o
nosso compromisso e continuarmos acreditando que só através do trabalho e da persistência é que seria possível
promover todas as transformações que sonhamos. Convidamos a cada um de vocês para fazer parte desta equipe
para continuarmos na grande missão que é de construir um mundo melhor. É dessa forma que se constrói uma
comunidade, no sentido de encontrar uma sociedade bem melhor e desenvolvida com comunicação e mito trabalho
inerente a própria comunidade em que vivemos.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA SANTA EDWIGES

 Instalação da creche comunitária.  Projeto Recriança


 Instalação de o projeto conviver  Eletrificação da comunidade

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

 Instalaç  Produtos de limpeza, corte e costura,


 Constru informática,
 Constru  Bolo confeitado, beneficiamento de caju,
 Constru escola de música toque cante e encante
 Instalaç  Instalação de brinquedoteca
 Constru  Instalação de biblioteca
 Constru  Construção de quadra esportiva
 Constru  Realização de Campeonato “Beach Soccer”
 Instalaç  Comemoração dia das mães, dia dos pais, dia
 Instalaç das crianças, dia do idoso.
 Realiza  Ação da cidadania
 Projeto caprinocultura  Projeto de pintura em tela
 Realização de cursos de teatro de rua,  Homenagem prestada aos ex atletas da
comunidade e do município.

O Saquinho é um
distrito querido por todos os
moradores, até porque temos
orgulho de contar com jovens
formados nascidos lá mesmo. Só
temos que agradecer a Deus por
esses fatos históricos em se
tratando desses jovens que tiveram
oportunidade de estudar e se SAQUINHO JAGUARUANA ASSOCIAÇÃO COMUNITÀRIA
SANTA EDVIGEES SAQUINHO –
formarem nesse distrito muito JAGUARUANA-CE
amado por todos nós que fazemos
parte desse lugar estimado por todos; também não podemos esquecer-nos da Associação Santa Edwigem;
para quem entendem não deixa de ser gratificante para todos os Saquihenses
O MAIOR CAJUEIRO DO MUNDO ENCONTRA-SE EM PIRANGI – NATAL – RIO
GRANDE DO NORTE.
De acordo com a visita de cidadão conhecido que lá esteve presenciando essa linda paisagem “in lócus” em
Pirangi – Natal que conheceu este maravilhoso cajueiro. A área desta árvore mede um perímetro de
aproximadamente 500 m.
Este cajueiro foi plantado em 1888 por um pescador de nome Luiz Inácio de Oliveira. Ele morreu com 93
anos de idade na sombra deste mesmo cajueiro. Aconteceu com esta árvore uma anomalia genética, ou seja, uma
deformação física, e continua crescendo. O primeiro crescimento, em vez de crescer para cima, cresceu no sentido
do solo, e para as laterais. Com o tempo se adaptou com sua estabilidade no chão, crescendo cada vez mais,
tornando-os então uma forma extravagante. Chegou a chamar atenção da população adjacente.
Existem dois cajueiros neste parque, mas somente sofreu e sofre esta anomalia que ocupa 95% da área. Em
se tratando de outros cajueiros plantados alguns anos antes são normais. Eis aí a foto do qual citado e mostrado ao
povo desse fato de atração ecológica desse cajueiro gigante com o tronco principal dividido em cinco galhos;

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

quatro desses galhos sofreram alterações genéticas, e criando raízes e troncos que formaram grandiosidades
anormais.
Dois galhos que cresceram normalmente, mas pararam de
crescer depois que chegou ao solo. Os moradores chegaram até
apelidá-lo de salário mínimo; observe a foto. Durante a época da
safra, esses cajueiros produzem cerca de oitenta mil frutos; os
cajus são colhidos pelos visitantes.
Este cajueiro produz cerca de 70 a 80 mil cajus na safra, o
que vale a 2,5 toneladas. E seu tamanho é o equivalente a 70
cajueiros. É uma paisagem maravilhosa! Para se tiver acesso ao
parque, cobra-se a entrada de R$ 2,00. Esse dinheiro é utilizado
para a preservação da estrutura do parque. A visita é conduzida
por um guia muito civilizado com os visitantes; se expressando
até em inglês e espanhol, ou seja, duas línguas.
Dentro do parque existe até um mirante de 6 metros de
altura, do qual se vê as praias da redondeza e as copas das mirante
árvores. Há diversos quiosques fora do parque que se faz higiene
mental dos visitantes, inclusive tem até lembrancinhas. A foto ao lado esquerdo dá ideias da densidade do cajueiro.
No fundo se vê a praia do Pirangi do Norte. Ao longo da visão através do mirante se observa as belezas naturais
que é o mar com os seus componentes onde tem a “Marina Badauê”, empresa que opera visitas aos parrachos de
Pirangi em Natal.
ÉTICA, MORAL
Ética e moral são estudos e disciplinas na conduta humana suscetível de qualificação do ponto de
vista do bem ou do mal, seja relativamente à determinada sociedade de modo geral. A conduta moral é o
procedimento e o comportamento das pessoas. Para ser ético tem que cumprir com seus deveres e suas
obrigações, com seus planos, se comunicando com as pessoas de modos agradáveis; jamais falar mal delas,
as quais têm que admitir os seus erros quando errar tentando escondê-los procurando de desculpas. Evitar
boatos e nem participar de intrigas. O respeito tem que ser mantido para com as pessoas, não falar
negativamente com elas e nem criticá-las na presença das outras pessoas. Assumir sua parte de
responsabilidade pelos seus erros cometidos para com seus colegas, amigos, seus chefes e sua família.
Defender as pessoas das injustiças sociais. Só falar aquilo que não prejudique socialmente. Ética é
imprescindível para o cidadão de boa índole. É impossível o cidadão de bem sem conhecer pelo menos um
porquinho de ética, a qual é muito complexa e tem que estudar no sentido de conhecê-la bem melhor em
todas as camadas sociais.
SOCIEDADE
Sociedade é um agrupamento que vive em estado gregário. É um conjunto de pessoas em certa faixa de
tempo e de espaço, segundo normas que sejam unidos pelas consciências de grupos sociais É um grupo de
indivíduo por vontade própria sobre normas comunitária. Tudo isso é
comunidade. É o meio ambiente e humano em que as pessoas se integram
às felicidades no sentido de construir ambientes agradáveis para todos os
indivíduos relacionados constantemente nas relações sociais em grupos
coesos com toda sociedade.

SOCIEDADE 88
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A ética e a moral têm que existir entre as pessoas que exercem atividades para defender os interesses da
coletividade. Agremiações, centros de movimentos de vários interesses para a sociedade de modo correto.
Instituição de quaisquer ordens religiosas para beneficiar as pessoas no sentido mútuo para o bem de todos com
recursos lícitos totalmente à consecução de interesses sociais para o bem de todos
CIDADANIA
É a prática dos direitos e deveres de um indivíduo em um estado de que as pessoas têm que respeitar os
diretos dos outros. É a forma de existir na sociedade e em todas outras posições sociais, inclusive também as
condições físicas e morais das pessoas das comunidades e sociedades. É a qualidade de bem estar do cidadão nas
suas atividades culturais da vida em todas as camadas sociais.
Como é bom o cidadão manter sua conduta moral, espiritual e cultural, aprendendo e dando exemplo para
todas as pessoas. É das quais que formam as sociedades. Especificar todos os itens que são muitos, e por esse
motivo fica muito difícil. Quem quiser saber poderia fazer pesquisa no sentido de um conhecimento ético com mais
profundidade. Dessa forma poderia conhecer todas, mas apenas podemos mencionar algumas que se encontram em
pauta.
Antes de abrir a sua empresa, teria que fazer seus planos para poder escolher qual delas encaixariam melhor
no desenvolvimento para com os titulares. Assim teria que fazer os projetos de acordo com a realidade da empresa.
Existem nove tipos de sociedades empresariais no Brasil, segundo a mídia.

1. Sociedade simples 6. Sociedade Comandita por Ações

2. Sociedade em nome coletivo 7. Sociedade Cooperativa

3. Sociedade Comandita Simples 8. Sociedade em Conta de Participação


4. Sociedades Limitadas 9. Sociedade de Advogado
5. Sociedade Anônima

Comunidade é um conjunto de pessoas organizadas com razões para agir com planos, ideias, ordens,
e permissões de acordo com as normas estabelecidas de modo claro e compreensível em que as partes no
meio social haja coesão para com toda comunidade.

Sociedade é um agrupamento que estabelecem com as pessoas estabelecendo relações econômicas, políticas
e culturais com as regras e normas. Eis aí como é uma comunidade e sociedade lícitas formadas de ambas ou de
outras partes distintas dentro do meio em que vive para o bem de todos que das quais precisam, diretamente ou
indiretamente.

A reflexão critica sobre a formação humana no contexto da permanência das relações econômicas na
orientação da vida subjetiva e social é muito importante para uma sociedade. Argumenta-se que o sistema
econômico vem se tornando o processo educacional. Ética representa o sentido e o fio condutor do processo
formativo, e a preparação na transformação das pessoas no “capital humano” é adaptada aos interesses do mercado.
Na valorização excepcional economicamente o ser humano ainda tem condições e chances de preservar sua
liberdade e economia com condições essenciais à humanidade. Defende-se que a educação pode e deve retornar
uma grande proativa vivendo a educação integral do ser humano. Formação humana: educação e mercado;
educação integral: capital humano.
89
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O BAOBÁ CENTENÁRIO DO PASSEIO PÚBLICO DE FORTALEZA

Esta árvore foi plantada pelo Senador Pompeu. É uma árvore de


gênero dicotiledônia, da família bombacácea adansônia digitata e de
grande porte, oriunda das vegetações e paisagens até dominadas por
plantas pequenas que são gramíneas que se encontram nas regiões
africanas semiáridas. São árvores de folhas que envelhecem e caducam;
com esse processo da estação seca as folhas caem.

Algumas dessas árvores ficam famosas por alcançar muitos anos de


existência, segundo a mídia diz que estas árvores não produzem anéis de
crescimento se tornando então impossível de se acreditar na história.
Existe pouco interesse dos botânicos em acreditar na idade máxima do
O BAÓBA DO RIO DE JANEIRO
baobá.

Os padres africanos trouxeram esta árvore para o Brasil que foi


plantada em lugares estratégicos no sentido de realizações dos cultos religiosos africanos que vieram para o Brasil.

Há exemplares de que no rio de Janeiro existem dois baobás na cidade, e outro no pátio do Museu histórico
de Quiçamã no norte da antiga fazenda. Esta árvore é do Museu da casa Quiçamã. Na realidade é uma paisagem
lindíssima que abrilhanta uma cidade ou uma capital. Com prioridade é objeto que na época estava servindo para
cultos religiosos, servindo de apoio, para pregação da palavra de Deus. Esta árvore nativa da ilha de Madagascar
que ornamenta discretamente o estado do Rio de Janeiro. Têm apenas três delas em território fluminense; no jardim
Botânico da capital, na ilha de Paquetá e em Quiçamã no Rio de Janeiro.

Existem ainda no mesmo estado cinco exemplares de baobá: um no Passeio Público, um no Jardim
Botânico do rio de Janeiro, um no contorno da Lagoa Rodrigues de Freitas (altura da Av. Borges de Medeiros
3000), pátio do Museu Histórico de Quiçamã; na antiga Fazenda Quiçamã, e o último na ilha de Paquetá. Deve ser
uma paisagem lindíssima.

O mais famoso baobá dos baobás de Recife está na Praça da República


em frente ao palácio do campo das Princesas, sede do governo estadual no
bairro de Santo Antônio. Todos os dias, turistas e visitantes locais pousam
para fotos ao lado da árvore, apesar do status de estreia chega a sofrer
pichações no tronco pelos vândalos.

Outros exemplares estão em situações piores, porque são preservados


pelos vândalos; segundo a mídia. Um dos baobás mais antigos e de tronco
aproximadamente 16 metros de circunferências, o qual está praticamente
abandonado na Rua Madre Loyola nas graças, zona Norte. Local de difícil
acesso e cercado de mato entre o Rio Capibaribe e um muro, sem placa de
MUSEUM DE QUIÇAMÃ NO RIO DE
identificação. Fica a mercê dos que cortam seus galhos e depreda o tronco; é JANEIRO
isso que acontece com essa linda árvore.

A HISTÓRIA DO BAOBÁ - SÌMBOLO DE LUTA DOS NEGROS DO BRASIL

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O baobá é muito mais do que simplesmente uma árvore de grande porte que
pode atravessar um milênio. E carrega consigo a força da resistência africana, a
história da devoção do povo negro e o poder de transformar os preconceitos. Em
Recife essa árvore serviu de motivo para introduzir a discussão sobre racismo no dia
a dia dos alunos, e ajudou a transformar a maneira como uns enxergavam os outros.
Dentre os estados do Brasil. Pernambuco é o que tem maior quantidade de baobás,
estima-se pelas pesquisas
desenvolvidas na Universidade Federal
de Pernambuco que são cerca de 150 árvores. O baobá é uma árvore
que fascina povos de todo o mundo, mas no Brasil ela tem uma forte
defloração com a religiosidade do povo.

Repetindo: de acordo como já foi dito, o baobá é muito mais


do que simplesmente uma árvore de grande porte que pode atravessar
um milênio e carrega consigo a força da resistência africana, a história
da devoção do povo negro, e o poder de transformar os preconceitos.
Em Recife a árvore serviu de motivo para introduzir a discussão sobre
racismo no dia a dia dos alunos, e ajudou a transformar a maneira como uns enxergavam os outros.

Dentre os estados do Brasil, Pernambuco é o que tem maior quantidade de baobás. Estima-se pelas
pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tem de 150 árvores. O baobá é uma
árvore que fascina todos os admiradores; no Brasil ela tem uma forte relação com a religiosidade do povo. Diz à
lenda que antes de serem embarcados nos navios negreiros, os escravizados africanos sob pressão eram obrigados a
dar dezenas de voltas em torno de um imenso baobá, enquanto depositavam suas crenças, suas origens, seu
território; enfim suas essências para em seguida serem batizados com uma identidade cristã-ocidental e enviados
para o cativeiro. Por isso o baobá passou a ser chamado de árvore do esquecimento. Os escravos teriam deixado ali
toda sua memória (sabedoria).

FOLCLORE AFRICANO

A lenda do Baobá
Angola por Jéssica Iankoski

Há muito tempo atrás no continente africano, ele ajude os humanos a evoluírem quando eu os
Deus estava criando este lindo e incomensurável trouxer para cá. É por isso que um Baobá viverá 6 mil
Universo. Ele já tinha construído a terra, a grama e anos.
até mesmo flores e lagos, quando resolveu criar a
primeira árvore. Deus tinha criado uma árvore que era capaz
de atravessar os milênios, acumulando toda a
Então, Deus foi lá e criou o Baobá – uma sabedoria ancestral e entendimentos importantes
árvore muito grande e grossa – ao lado de um dos sobre a vida e os humanos, mas o Baobá não estava
lagos: depois ele criou outras árvores. feliz com isso. Ele não entendia. Baobá olhava pelo
reflexo do lago, via outros tipos de árvores e
- O Baobá é a primeira árvore da terra! Eu reclamava com Deus:
criei grande, e resistente e longeva porque quero que
91
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

- Por que aquela árvore tem folhas amarelas, e Deus então foi se enfurecendo porque Baobá
eu não tenho? não entendia a sua importância. E para que ele
parasse de ver outras árvores e se comparar com elas.
- Para você eu não quis dar folhas amarelas, Deus resolveu virá-lo de cabeça para baixo. E o que
Baobá! ficou para cima foram as raízes, enquanto a copa e as
folhas de Baobá ficaram enterradas.
Mas eu quis que você fosse alto. Você pode
ter 30 metros de altura porque eu te criei para poder - Baobá, me desculpe! ... Mas fiz isso com
ver mais longe, então precisa de folhas amarelas para você para você aprender a olhar para si e não para as
isto! - Ah! Entendi. Mas porque aquela outra tem uma outras árvores. Você é especial porque é justamente
flor rosa e eu não tenho? quem você é, um Baobá.

- Isso não é verdade! Você já criou outras Tenho certeza de que se você parar de olhar as
árvores que podem viver bem mais do que eu. Por outras árvores vai conseguir descobrir como é
que aquela tem o tronco diferente do meu? importante ser você. Não precisa ter inveja, meu
filho, você é único e especial para mim. Passei algum
- Baobá, o meu tronco é assim porque você
tempo até que Baobá conseguisse encontrar quem ele
pode armazena 120 litros de água dentro de você –
era. Então, Deus voltou e perguntou:
isso permite que você sobreviva a período difícil.
Mas o seu tronco também é assim porque ele precisa - Meu filho, Já conseguiu ver a si próprio? –
ser oco, para que seja possível guardar as memórias Sim. Eu sou o Baobá! A árvore mais antiga e sábia do
de todas as gerações da vida dentro de você. mundo. Eu nasci junto com o mundo, por isso, serei
conexão entre os homens e você. – Exatamente! Você
Eu criei cada uma das árvores para alguma
é a árvore da vida. Será muito importante para os
coisa. Todas vocês são diferentes, não queira que
homens. Você deve Ajudá-los a entendê-lo.
vocês sejam iguais. Baobá. - Á diversidade é o
segredo da vida e da natureza. Mas já têm outras Eu sou grande desse jeito porque sou um
árvores que são melhores de que eu. pilar; o Pilar do mundo, e de resistência... Resistência
ao tempo e todas as experiências que podem vir dele!
- Baobá, meu filho, entenda uma coisa, Não
Sejam boas ou ruins, por isso sou como sou e tenho
tem porque ficar se comparando com as outras
as características que tenho porque posso sobreviver e
árvores. Você é especial e único para mim. Você é
aprender. Então, posso ensinar.
um Baobá – Cada árvore eu criei para uma coisa,
lembre-se. Além do mais, você foi o primeiro que eu - Sim, é isso mesmo, Baobá! Você é
criei, tem algo muito especial nisso, te dei tudo o que magnífico!
eu tinha de bom, mas depois eu fui aprimorando.
Olhe, a sua semente leva 10 anos para geminar. Isso é Acho que já posso te desvirar então. Não faça
muito tempo! Precisei, por exemplo, criar árvore que isto, por favor! Acho que devo ficar exatamente como
crescessem mais rápido, mas elas morrem mais estou.
rápido também e aprendem menos sobre a vida... Ficamos mais sábios quando estamos de cabeça para
baixo, além do mais... Será mais fácil conversar com
- Mas isso não é justo, de jeito nenhum! Eu os humanos nessa posição, minha boca está mais
queria ser como as outras árvores que vejo pelo próxima do solo.
reflexo do lago.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

- Tudo bem, então, Baobá! Como você como deveria estar: porque, assim, elas conseguem
preferir... O importante é ser você. E foi assim que ouvir os conselhos de Baobá sobre a vida, sobre
Deus criou o Baobá. E é por isso que até hoje as crescer e transcender. Afinal, todas as memórias do
pessoas se encantam por ele porque quando o avistam mundo estão guardadas no seu tronco oco. Essa lenda
de longe veja que ele está de ponta cabeça, e quando por Jéssica Iancoski – Angola.
se aproximam, percebem que ele está exatamente

CURIOSIDADE

A árvore do Baobá se originou na África. É uma árvore sagrada e representa também preservação.
Conhecida nos meios científicos com o nome de Adansônia Digitata, o baobá quando adulto é considerada a árvore
que tem o tronco mais grosso do mundo, chegando a alguns casos a medir 20 metros de diâmetros. “É uma das
árvores mais antigas da terra.” O Baobá pode viver até 6 mil anos, e sua semente demora 10 anos para germinar.

Precisa de 100 pessoas adultas com as mãos dadas para abraçar o Baobá. Uma característica do Baobá é o
tronco oco, no qual a planta acumula água, podendo atingir até 120.000 litros de água. Isso é de extrema
importância para os africanos nos períodos de estiagem, e também para os viajantes que abrem um buraco no caule
para beber da água, e depois o tampa com a própria casca da árvore. Quando a água seca, o interior da planta fica
oco e passa a servir como casa para os bichos e até para as pessoas, conforme
relatos contidos na literatura africana; que linda literatura!

Repetindo: diz a mídia que antes de serem embarcados nos navios


negreiros, os escravizados africanos sob chibatadas eram obrigados a dar dezenas
de voltas em torno de um imenso baobá, enquanto depositam suas crenças, suas
origens, seu território; enfim suas essências para em seguida serem batizados com
uma identidade cristã-Ocidental e enviados para o cativeiro. Por isso o baobá
passou a ser chamado de árvore do esquecimento. Os escravos iriam deixando ali
FRUTO E FOLHAS DO BAOBA
toda sua memória que era de mais sagrada no ser humano.

Essa árvore dá frutos grandes. Sua polpa parece jaca. Sua flor nasce de cabeça para baixo e se parece com
um sino pequenino.

As flores são hermafroditas, actinomorfas, até 10 cm de comprimento, com pétalas brancas.

Todas as espécies frutificam no final da estação seca. O fruto é uma polpa ou uma capsula engrossada cm
forma de melão alargado. As sementes são envolvidas por uma polpa de coloração creme cuja textura varia de
terroso a esponjosa, segundo a espécie e o grau de maturação do fruto. As sementes permanecem viáveis por mais
de cinco anos. É muito tempo.

O fruto é mais conhecido por mukua, ele cresce até 25 centímetros de comprimento; dentro do qual tem um
miolo seco e comestível, desmancha-se com facilidade na boca, e o seu sabor pode ser azedo ou doce; é rico em
vitaminas e minerais, também muito rico em vitamina C, cálcio e potássio.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Tem duas vezes mais cálcio de que o leite. Têm antioxidante, ferro e potássio; seis vezes mais vitaminas C
de que uma laranja. As folhas podem ser comidas e as sementes produzem óleo comestível. Esse precioso alimento
é usado em vários países, o qual é muito bem aceito como riquíssima alimentação e como uma fonte de energia
para o ser humano.

O PAU-BRASIL

Esta árvore é muito bonita. Ela é o símbolo do Brasil, originária da mata Atlântica. O Pau-Brasil é uma
árvore de sol, com flor amarela e perfumada; uma flor maravilhosa. Nome popular: Pau-Brasil. Nome científico:
Caesalpinea Echiata. Família: Leguminosa – Caeslpinoidae. Origem: América do Sul – Brasil, e os Ciclos de vidas
são perenes.

As folhas são compostas bipinadas, com um tamanho de 15 a 20 centímetros, com cinco a Sete pinas com 8
a 14 centímetros de comprimento, e folíolos na quantidade de 6 a 10 pares por pinas com comprimento que varia
de cinco a 2,5 cm. Quando novas tem coloração verde-clara, passando depois para verde-escura. Tem um ciclo de
40 anos; pode vir a produzir 54m2 de madeira por hectare. Aos 10 anos, atinge a altura média de 4.87 m. Consta ter
existido no passado exemplar de até um metro de altura, e diâmetro de cinquenta a setenta centímetros.

Como adubar o pau-brasil? No plantio recomenda-se usar 20 litros de esterco de curral bem curtido ou de
composto orgânico, mais 1 quilo de farinha de osso e 100 gramas de NPK 10 – 10 -10, ministrados na terra retirada
dos primeiros 20 centímetros da cova. Essa mistura deverá ir para o fundo da cova. A adubação deve ser feita duas
vezes ao ano no início e fim da estação chuvosa com 500 gramas de NPK 10, 10, 10 distribuídos na área de
projeção da copa.

Como regar essa planta: quando jovem conservar o solo ligeiramente úmido, mas nunca encharcado; depois
de adulta no caso de estiagem prolongar uma vez por semana. Ele se adapta em qualquer clima: Equatorial,
Subtropical e Tropical. Nativa de qualquer clima Tropical. Essa árvore por ter uma copa bastante compactada é
comum quebrar galhos com ação dos ventos. Pode ser
podada deixando um pouco mais aberta ou

simplesmente cortar os galhos quebrados.

O Pau-Brasil foi declarado árvore símbolo da nação


brasileira, e tem seu dia oficial comemorando no dia 3 de
maio. Árvore belíssima, nobre e preciosa; ela é a melhor

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

metáfora da história do nosso país, ele é rico e generoso. É desde sempre espoliado até à beira da extinção. (Gisele
Frederice).

A SERINGUEIRA

Esta árvore é oriunda da Amazônia. São árvores famosas, devido muitas vantagens, inclusive uma fonte de
matéria-prima por nome de látex, essa magnífica árvore muito grande e bonita, muitas coisas são feitas dessa
árvore. Como já foi citada em se tratando dos valores heterogêneos no que diz respeito à indústria e em todo meio
social dos veículos terrestre e aéreo, e em todos os meios de comunicação social de estabelecimento de ensino.

Na era antiga, as rodas eram feitas de ferro; até ainda hoje, só que atualmente todos os transportes usam as
rodas de fonte da matéria-prima da borracha, ou seja, da seringueira, do látex que atualmente é no mundo inteiro.

O nome popular desta árvore na realidade é seringueira, mas o seu nome científico é Havea brasiliensis.
Família: Dubhorbiacea, de origem brasileira. O seu ciclo de vida é longo, dura por muito tempo. Possuem folhas
compostas e sem pelos. O crescimento desta planta na natureza é rápido, devem atingir 3, 5 metros aos dois anos. É
uma árvore de hábito erguido podendo chegar 30 metros de altura total em condições

O fruto na realidade é na forma de uma capsula, e daí é que se tira a


semente. Esse fruto não é tão pequeno, nele contém três sementes. A
deiscência ou separação das sementes é a partir de fevereiro. As flores a partir
de agosto, prolongando-se até o início de novembro. Essas flores pertencem
ao grupo dicotiledôneas, sendo monoica, as quais são assexuadas, pequenas e
amarelas.

Segundo por Emerson Santiago, a Seringueira como já foi citada é o


nome popular dado à planta do gênero Havea, família Euphorbiacea. Ela é
natural da região Amazônica, e a sua variedade Havea brasiliensis, é a mais
latex importante dentre as onze espécies dos gêneros e também a de maior
capacidade produtiva. Destacando-se por produzir látex de melhor qualidade
com um teor propício para a fabricação da borracha como já foi citada. Acredita-se que seu nome é de origem no
termo “seringa”, uma referência à forma como é extraído o látex. Além do Brasil, ela é comum na Bolívia,
Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Suriname e Guiana, em todas essas regiões a qual se faz presença
produzindo muitas riquezas.

A seringueira é atacada pelo mal-das-folhas que é


uma das pragas mais perigosas. Ela é causada pelo fungo
Microciclos ulei o principal fator irritante na expansão
para heveicultura. O controle pode ser realizado
utilizando clones resistentes; área de escape, ou
fungicida. Podemos destacar também as doenças
provocadas pelo fungo por nome Phytophthora ssp.

Os ácaros atacam também essas árvores e tantos


outros animais ou insetos nocivos que chegam a cair por

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OS PNEUS SÃO FEITOS DA MATÉRIA DA SERINGUEIRA

Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

não resistir o processo causado por esses insetos maléficos. A madeira da seringueira possui alta susceptibilidade
ao ataque de fungos e insetos (besouro e cupins), devido à ausência de cerne na madeira. Há também um alto teor
de amido e açúcares, e por um alto processo negativo para o desenvolvimento desta magnífica árvore que é a
seringueira admirada por todos os brasileiros.

O CICLO DA BORRACHA

Corresponde ao período da história em que a extração e comercialização de látex para produção da borracha
foram atividades basilares da economia. De fato ocorreram na região central na floresta Amazônica entre os anos
de 1879 a 1912, revigorando-se por pouco entre 1942 a 1945.

TEATRO AMAZONAS

Teatro Amazonas em Manaus, um dos


luxuosos edifícios construídos com as fortunas
da borracha. Eis aí o panorama da sua fachada.

A CASTANHEIRA-DO-PARÁ

Essa linda árvore antigamente era


chamada de castanha-do-pará como ainda é até
hoje. Tem um fruto com alto teor calórico e
proteico. Contém o elemento selênio muito útil
para o corpo humano nos alimentos.
Atualmente esta árvore tem muitas no estado do
acre, no norte da Bolívia e no Suriname. No
Acre e no Pará essa árvore pode provocar até a
morte do gado porque ela é tóxica.

As cutias espalham as sementes dessa árvore por toda parte que pode chegar a germinar no solo onde
acontece de fixar em terrenos apropriados para elas. As sementes da castanheira chegam até formar novas árvores
que é muito importante para União Internacional e Conservação dos Recursos Naturais. A preservação em áreas
protegidas, e até governamental ou corporativa têm sido bem mais sucedidas na natureza, e nos empreendimentos
das populações nativas nas reservas extrativistas precisam tirar essa matéria-prima para os desenvolvimentos
econômicos e financeiros de modo muito bem trabalhado.

O castanheiro-do-pará produz fruto exclusivamente em matas virgens, já que floresta “não virgem” quase
sempre. Carecem de orquidáceas que são, indiretamente, responsáveis pela polinização das suas flores. A casca da
castanha é muito dura, precisa de muitos esforços para ser extraída manualmente.

O tamanho dessa árvore chega a medir 30 a 50 metros de altura, e 1 ou 2 metros de diâmetros no tronco.
Estão entre as maiores árvores da Amazônia. Em se tratando de exemplares com mais de 50 metros de altura e
diâmetro maior que 50 metros. No Pará uma copa ovalada, ou seja, não redonda.

Seu tronco é retilíneo, e permanecem galhos por mais da metade do comprimento da árvore com uma
grande coroa emergindo sobre as folhagens das árvores vizinhas. Sua casca é acinzentada e suave; deve ser muito

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

bonita. Essa árvore tem tendência de cair às folhas que medem de 20 centímetros a 35 cm de comprimento e 10
centímetros a 15 cm de largura; caem na estação seca.

As flores são pequenas de uma coloração verde esbranquiçada. Em se tratando da formação das folhas de
cinco centímetros a 10 cm de comprimento, cada flor tem um cálice caducifólio dividido em duas partes com seis
peças florais, desiguais e diversas formas que reúne numa massa ampla em forma de capuz que são muitos lindos
no seu habitat se adaptando de acordo com os costumes.

Em se tratando dos frutos, tantos as orquídeas como as abelhas estão sempre presentes. O fruto leva 14
meses para amadurecer após a polinização das flores. Esse fruto é uma grande capsula, ou seja, uma consistência
sólida constituída por uma membrana dura ou mole que envolvem as sementes. Tem 10 centímetros a 15 cm de
diâmetros que se assemelha ao endocarpo do coco no tamanho, pesando dois quilogramas. Possui uma casca dura
semelhante à madeira com uma grossura de oito milímetros a 12 milímetros; dentro estão de 8 a 24 sementes com
cerca de cinco centímetros de comprimento. Elas são arrumadas como os gomos de uma laranja, portanto uma
castanha no sentido biológico da palavra, até porque há uma diferença.

A cápsula tem um pequeno buraco em uma das pontas que permitem aos grandes roedores como a cutia e
com menos frequência os esquilos que roem até abrir a cápsula desse fruto. Esses animais comem algumas das
castanhas que deixam as outras para posterior, algumas dessas que foram enterradas acabam por nascerem e
produzirem novas castanhas-do-pará no sentido de produzirem.

A maioria das sementes é ”plantada” pelas cutias em lugares escuros, e as jovens árvores acabam esperando
por anos em estado de hibernação, até que algum fruto caia, e à luz do sol possa alcançá-lo no sentido de melhorar
o ambiente no sentido metabólico.

Os micos já foram vistos abrindo os frutos dessa árvore utilizando-se de uma pedra como uma bigorna.
Esses frutos demoram de 12 a 15 meses para amadurecerem, caem principalmente em janeiro e fevereiro. Essa
semente é preferida por muita gente amante dessa árvore ou de todas as árvores da Amazônia. A seguir veja a
receita de cocada de Castanha-do-pará:

RECEITA DE COCADA DE CASTANHA DO PARÁ

INGREDIENTES:

2 latas de leite condensado


2 medidas de açúcar (lata de leite condensado)
2 colheres de sopa de margarina sem sal
200 gramas de coco ralados
1 xícara de castanha do Pará picadas
Margarina para untar

MODO DE PREPARO: DA DE CASTANHA-DO-PARÁ

Misture os quatro primeiros ingredientes.


Leve ao fogo até soltar do fundo da panela, retire do fogo e misture à castanha.
Bata com uma colher de pau até açucarar.

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Despeje em uma forma untada e deixe esfriar.


Corte em quadrados e sirva frio.

MAÇARANDUBA

O nome científico desta árvore é Manilkara huberi. O seu nome popular é Maçaranduba. Maçaranduba-da-
terra (AM). Ela é árvore da Amazônia. É exclusivamente de terrenos chuvosos em terras firmes, também no sul da
Venezuela e Guianas. Planta ou árvores cujas folhas se mantêm durante o ano todo. Planta que cresce rápida, sendo
adubada desenvolve rapidamente, a qual necessita da luz solar no sentido de desenvolver bem melhor no seu
ambiente. Ela necessita de que seja selecionada. É uma planta que é adaptada a viver em climas semiáridos e
desérticos ou em regiões úmidas. Ela precisa de muita tranquilidade para desenvolver bem melhor. Esta árvore é
exclusiva da mata pluvial Amazônica de terra firme e mais raramente na mata de várzeas pouco inundável. Sua
frequência é elevada, porém, com padrão de dispersão e irregular ao longo de sua área de distribuição. Ocorre na
mata primária alta onde ocupa o dossel florestal superior. Ela produz anualmente quantidade de sementes viáveis,
prontamente disseminadas pelas aves faunas, ou seja, conjunto de aves de uma região. Esta árvore contém um suco
em forma de leite. S Ela tem 30 a 50 metros de altura com uma copa arredondada e aberta, facilmente
reconhecida na mata pelas cores amarelo-pálida da parte inferior dessa árvore linda demais.

Tronco cilíndrico de 1 a 3 m de diâmetro em forma de tábua; a casca se apresenta rachada. Folhas simples,
concentradas na extremidade dos ramos duros distintamente com colorações diferentes de outros, sem pelos na face
superior. Ela é compacta, ou seja, muito unida por natureza com cobertura de pelos invisíveis aos olhos; pelos
curtos e macios. Diz-se do órgão ou estrutura vegetal que possuem essa cobertura purulenta com pelos pálido-
amarelados formando uma película na face inferior de 12 a 25 cm de comprimento, por 5 a 9 cm de largura sobre
as folhas, e os ramos de 35 a 65 milímetros. Nervura principal
impressa na face superior e, saliente na inferior, com 30 a 35 pares
de nervuras secundárias. Inflorescências em fascículos. A polpa
do fruto é carnosa e adocicada, contendo 1 a 4 sementes, são
pesadas e duras; racha com facilidade. Textura média e uniforme;
grã direita muito resistente.

Para obter as sementes: primeiro colher os frutos


diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea.
Colhê-las no chão sob a planta, logo após a queda. Em seguida
deixá-las amontoadas em saco plástico até a disposição parcial da
polpa para facilitar a remoção das sementes através da lavagem
em água corrente 2.800 unidades.

Produção de mudas: colocar as sementes para germinação,


logo que colhidas em canteiros sem sombreados contendo base ou
qualquer uma superfície arenosa. Em seguida cobri-la em
qualquer local adequado beneficiando-as duas vezes por dia. A
emergência ocorre de 4 a 8 semanas e a taxa de germinação
geralmente é baixa.

MÓGNO AFRICANO

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Mogno africano de nome científico (Khaya ivorensis) surgiu no Brasil como opção a extração do mogno.
Esta árvore sofre ataque muito grande das pragas nos plantios comerciais, o qual é atingido por ameaça de pragas.
Teve seu beneficiamento, e transporte pelos órgãos responsáveis (Ibama). Esta árvore é tropical. Ela se adaptou
muito bem climaticamente no Brasil. Sua madeira é de alta qualidade com a sua cor avermelhada e muito
conceituada em toda parte como também na indústria.

Essa árvore da costa do Marfim, Gana e Angola, é ‘conhecida no comércio desde o século passado. Árvore
africana, também do sul e da Oceania. No Brasil, o desenvolvimento dessa planta é mais satisfatório de que em
suas regiões, revelando que o país pode ser um grande exportador do produto.

Essa magnífica árvore foi valorizada, e continua sendo por todos os amantes da mesma. Os conhecedores da
qual têm conhecimentos das botânicas. Entende da sua especialidade em se tratando de uma arvore de lei. Ela é
responsável pelos grandes móveis nas grandes movelarias de modo geral em todas as camadas sociais. O seu uso é
firme e valorizado nas grandes indústrias do Brasil, e no mundo inteiro, e por essa razão tem um valor absoluto.
Essa árvore é ótima para construção de móveis de primeira linha, e para fazer qualquer tipo de trabalhos úteis para
as residências das pessoas de poder mais ou menos aquisitivos, no sentido de que o ambiente fique mais agradável;
só que essa madeira é muito cara para se comprar.

Reino: Plantae. Divisão: Mognoliopsidas ou dicotiledôneas. Ordem: Sapindales é uma ordem de plantas
angiospermas pertencente a classe Magnoliopsda. Família: Meliaceae. Gênero: Khaya A. Juss 1830. Espécies: ver
o texto; lendo com muita atenção.

O mogno é uma madeira adequada para instrumento que devem ter sonoridade mais fechada, com audição
de médios e com bastante punch. Se usado em todo o corpo do violão, pode oferecer a sonoridade única de um
instrumento vintage. Sapeie costuma ser uma alternativa para o Mogno nessa parte do instrumento, mas vale
lembrar que o gênero também abriga espécies de diferentes qualidades. Essas violas só podem ser uns instrumentos
de altas fidelidades com tonalidades de alta precisão nos seus desenvolvimentos de sonoridades máximas.

MADEIRA DE MOGNO

O mogno é uma madeira de lei da melhor qualidade, é por isso que as


pessoas a preferem para fazer os seus móveis que ficam com perfeição e
durabilidade, a qual é resistente aos insetos nocivos, por exemplo, os cupins e
tantos outros perseguidores de móveis.

UMBURANA DE CHEIRO OU CUMARU - PLANTAS


NATIVAS

Existem muitas denominações. Amburana, amburana-


de-cheiro, cerejeira; cerejeira-rajada, cumaru-do-ceará, cumaru-
das-caatingas, cumaru-de-cheiro. Umburana, umburana-de-
cheiro e umburana. Da mesma forma que a distribuição em
determinada área. Sertão do Brasil, América do sul (Peru,

MOGNO
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Argentina), especialmente no sudeste da Floresta Amazônica. Por todo canto existe ameaça de extinção desta
árvore maravilhosa.

Nesse grande território, os potenciais terapêuticos e madeireiros expõem as plantas nativas a um


extrativismo intensivo ao longo de vários anos que uma das suas espécies, a umburana cearense corre risco de ser
extinta de acordo com levantamento feito pela União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN. O
grupo alcança outras espécies do mesmo gênero, A... Acreana. Dessa vez o alerta é do Ministério do Meio
Ambiente.

No Laboratório de Biotecnologia da Embrapa semiárido, a pesquisadora Ana Valéria Vieira de Souza está
engajada em uma estratégia de estudos para aperfeiçoar protocolo de produção de mudas da umburana cearense,
conhecer interações das plantas com o ambiente e conservar a divisibilidade genética da espécie. O passo seguinte
será mapear os compostos químicos de valor medicinal. Presentes nas sementes e cascas do caule a partir de
plantas ocorrentes em diferentes localidades do sertão nordestino. “A umburana-de-cheiro ou cumaru é uma
espécie que representa uma autêntica extração dessa planta como medicamento para curar doenças que é muito
econômico, e uma riqueza extraída dessa vegetação nativa do semiárido brasileiro”, de acordo com a pesquisadora
Ana Valéria.

Compostos que existem nas sementes e cascas da umburana – como a cumarina que se obtém no cumaru-
verdadeiro, obtida sinteticamente como um aromatizante. O cumaru Possuem efeitos anti-inflamatório,
antioxidante e broncodilatador, e são indicados como princípios ativos que são atividades das plantas, através dos
componentes químicos. A madeira de reconhecida durabilidade é utilizada na fabricação de móveis: portas, janelas
e caixotarias. Um dos principais trabalhos da pesquisadora com as suas instalações para a conservação dessa
espécie. Até o momento, 62 plantas obtidas a partir das sementes coletadas em 12 diferentes populações
entrevistadas em seis municípios de Pernambuco e Bahia, estão sendo cultivadas em uma área de 0,5 hectares.

A expectativa da pesquisadora é a ampliação da área de coleta, é básico se queremos conservar a espécie,


afirma Ana Valéria. Em se tratando de mudas. – Em outra parte do trabalho, a pesquisadora da EMBRAPA
investiga como obter melhores resultados com a produção de mudas por meio de técnica de culturas de tecidos.
Atualmente, esse método em uso nas instituições de pesquisa e, ensino, a partir de um pequeno tecido de planta
cultivada em laboratório é produzir outras duas ou três plantas. Ana Valéria quer alcançar 5 ou 6 mudas.

A pesquisa em entendimento na Embrapa num primeiro momento procurou atender a urgente necessidade
de colher erosão genética dessa espécie, coleta extrativista e exploração inadequada. Contudo, elas deverão gerar
um conjunto de informações e tecnologias que deem sustentação ao emprego da umburana em programas de
fitoterapia, bem como atender demandas futuras por parte da indústria farmacêutica com interesse na produção de
medicamentos a partir de espécies nativas.

Outra árvore nativa da caatinga nordestina conhecida como pau-branco, ocorrendo principalmente no
Ceara; mesmo de pequeno porte, não passando de
7 metros de altura. Produzindo grande quantidade
de pequenas flores brancas uma vez no ano, e suas
sementes são próprias para plantar no sentido
ornamental. É uma excelente opção para
arborização urbana, e até mesmo sobre fiação

100
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

elétrica. Árvore muito bonita para o uso de paisagismo. Saiba mais sobre esta árvore na Circular Técnica 153 da
Embrapa através de pesquisa. Muito rústica essa árvore, mas necessita de pouquíssimos
PAU BRANCO DO SERTÃO cuidados
DO CEARÁapós o plantio.
Deve ser utilizada em pleno sol ou meia sombra, aceitando a maioria dos solos, menos os alagados. Esta árvore é
do conhecimento de quem mora no interior do Ceará, com especialidade nas caatingas do nordeste. É do
conhecimento de todos os nordestinos, com especialidade nas zonas do vale Jaguaribano. Esta árvore com as suas
flores que ornamenta todas as paisagens da região do Nordeste brasileiro; as suas flores encanta todas as pessoas
que gostam de flores do pau-branco, com especialidade no período do inverno, mesmo que sua madeira não seja
útil para móveis por motivo de que ela não seja resistente ao cupim, mesmo assim os marceneiros fazem alguns
móveis com essa madeira não durável.

CULTURA DA BARAÚNA

Braúna é a árvore que foi base das casas dos primeiros imigrantes de Venda Nova. Texto: Rádio FMZ /
Foto: Rádio FMZ.Braúna, graúna, muiraúna, árvore-da-chuva; perovaúna. Os nomes dessa árvore nativa da Mata
Atlântica são muitos como as benesses que ela trouxe para os primeiros imigrantes que chegaram à região Serrana
do Espírito Santo. Se hoje essas árvores são preservadas com suas flores amarelas e copas frondosas há quem pare
um pouco para apreciá-las.

No início do século passado foi dessa árvore que


surgiram as primeiras construções das casas dos
imigrantes italianos. Não é demais falar que a madeira
braúna, com sua dureza, foram à base de muitos lares e
famílias de Venda Nova que é um lugr.

Essa madeira tão nobre ajudou os imigrantes a


darem uma fundação sólida às suas casas, o amor pela
natureza levou-os a deixar várias delas intactas pelas
matas. Somente em Venda Nova, numa rápida contagem,
há umas 100 (cem) braúnas pelas matas; todas
centenárias, ou seja, cem anos. Basta um olhar cuidadoso
nas matas para ver o amarelo das baraúnas formando BARAÚNA
uma paisagem exuberante.

CAJAZEIRA

Classificação científica desta


árvore é Eukarvota: Reino plantae.
Divisão: magnoliophyta. Classe;
magnolipsida. Ordem: sapindales.
Família; Anacardiaceae. Gênero;
Spondias. Nome binomial: Sondias
mombin. Spondias lútea – Lineu. Esta
árvore é da família das anacardiáceas
de casca adstringente, e emética.
Madeira branca, folhas imparipenadas:

101
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva
CAJAZEIRA
Flores aromáticas em grandes panículas e drupas alaranjadas de polpa resinosa, ácida, comestível e saudável,
conhecidas como cajá[2 ] O fruto dessa árvore é chamado de cajá, mas têm muitos nomes

A cajazeira é uma árvore nativa, ou seja, nasce por conta da natureza, ocorrendo no Brasil na região
Amazônica, e em outros estados como no estado de São Paulo. Suas raízes, folhas, frutos e sementes têm inúmeros
usos. No sudeste da Bahia é usada para o sombreamento permanente do cacaueiro.

CLIMA E SOLO

A cajazeira desenvolve-se bem nos climas úmidos, subsumido e que seja quente, e que tenham uma taxa de
precipitação 1.100 e 2000 milímetros. Recomenda-se, para o seu plantio, solos profundos e bem drenados anual de
forma a proporcionar, raízes da planta, um desenvolvimento satisfatório. Não são recomendados os termos com
declividade acima de 20%. Essa árvore no interior é muito bem conhecida por todos os sertanejos. Só temos muito
que admirar a imponência linda dessa árvore magnífica.

PLANTIO

Para o plantio da cajazeira, recomenda-se o plantio de estacas lenhosas com 1.20 centímetros de
comprimento com três a 6 centímetros de diâmetros, obtidos de plantas de boas características agroindustriais ou
mudas clonada. Recomenda-se abertura cúbicas de 40 centímetros adubadas com 30 de esterco curtido, e 300
gramas de superfosfato simples, 50 gramas de ureia e 30 gramas de cloreto de potássio.

Comissão Executiva do plano da Lavoura cacaueira (ceplac) sugere uma adaptação de tecnologia
utilizada em outras fruteiras tropicais com porte parecido. Dessa forma, a adubação deve ser feita com
quatrocentos gramas de superfosfato simples, 200 gramas de ureia e 150 gramas de cloreto de potássio parcelados
em 3 vezes ao ano. A planta deve estar livre de outros vegetais daninhos, através de capina. Deve-se realizar
eliminação do broto terminal quando a planta atingir 60 centímetros de altura, a fim proporcionar melhor
distribuição dos ramos e uma arquitetura da copa mais adequada.

COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO

A colheita é feita manualmente, através da colheita


dos frutos maduros. Nos estados produtores, o período da
safra varia: maio, na Paraíba; fevereiro a maio na região
Sudeste da Bahia, agosto a dezembro no Pará, e janeiro a
maio no Ceará. O período da comercialização são esses. A
comercialização na região Sul da Bahia é feita em feiras
livres nas margens de rodovias próximas às unidades de
produção e nas indústrias de processamento de polpas
localizadas na região.

102
CAJÁ
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

PRAGAS E DOENÇAS

Apesar de não se encontrar plantios de cajazeiras tecnicamente formados, vários pesquisadores já se


identificaram com a ocorrência de pragas e doenças que prejudicam o desenvolvimento e a produção dessas frutas.
As principais doenças descritas são: antracnose, verrugose, resimose, cercosporiose e mancha-de-alga.
Estes frutos estão doentes. Eles não servem para alimentação, talvez nem para os animais. Quando estão
dessa forma necessita de providência com urgência

FRUTO DOENTE

103
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

NUTRIENTES E CONSUMO DO FRUTO

O cajá é uma fruta rica em sais minerais, tais como o fósforo, o ferro, e
o cálcio. É também uma grande fonte de vitamina A, B, e C, apresentando
também fibras que aumentam a sensação da saciedade e tem poucas calorias,
sendo incluso na maioria das dietas para emagrecimento. É uma fruta ácida,
em geral não é consumida ao natural. Pode também ser bebida como suco, ou
consumido em forma de sorvete, geleia, vinho, licores, refrescos, polpas e
também como caipirinha.

GELEIA DE CAJÁ ÁRVORE QUIXABEIRA

Esta árvore é também conhecida como quixabas, quixaba-preta, sapotáceas espinheiro, coroinha ,[ 1]
maçaranduba-da-prata ou rompe gibão[ 2 ] [ 3 ] é uma árvore de ate 45 metros de altura da família das sapotáceas.
Nativa do Brasil, mais precisamente dos estados do Piau e de Minas
Gerais, também ocorre em outros estados do nordeste brasileiro. Ela é
típica das caatingas onde ocorre em solos de texturas, argilas-arenosas de
onde ela gosta.

A madeira desta árvore é muito dura; a casca é adstringente nas


suas propriedades e tonificante. As folhas e os frutos são forrageiros,
R
servindo de alimento para o gado na época das secas. Sua casca tem
propriedades de química natural que serve para diabete.

QUIXABEIRA Esta árvore possuem espinhos muito perigosos com suas folhas
alongadas e coriáceas

Flores aromáticas e bagas roxo-escuras, doces e comestíveis. A casca tem propriedades anti-inflamatórias,
sendo utiliza como cicatrizante através de chás ou infusões hidro alcoólica. Devido a sua grande utilização na
medicina alternativa, e ao corte indiscriminado na vegetação das caatingas nordestinas; a espécie encontra-se em
condições rara, necessitando então de incentivos para a sua reprodução e manutenção na flora brasileira.

A casca da quixabeira tem propriedades tônicas adstringentes, e antidiabéticas; possui espinhos fortes,
folhas oblongas e bagas roxo-escuras; ela é doces e comestíveis.
Classificação científica desta árvore é do reino Plantae. família:
Sapotaceae. Gênero:Sideroxylon. Nome binomial: Sideroxylon
obitusifolium.

Esta árvore tem o nome popular de quixabeira, de acordo com os


conhecimentos científicos como também empiricamente em se tratando
dos autores. Em convivência com esta árvore das caatingas tem-se com
ela uma visão muito bem aprofundada. A madeira é preta com muitos
espinhos perigosos que furam o corpo das pessoas. Ela tem as folhas
pequenas, também os frutos; eis aí as fotos no texto. Ela serve de

FRUTOS DA QUIXABEIRA
104
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

alimento para o gado como forrageiro e os caprinos. Os frutos também são pratos saborosos para as criações. O ser
humano também gosta muito dessa frutinha leitosa e pegajosa na boca das pessoas; é frutinha preta de acordo como
está no texto. Ela serve para se fazer chá, e também serve para medicamentos medicinais.

ÁRVORE DA CHUVA

O único exemplar registrado em São José dos Campos que foi tombado pelo Decreto 14 878/12, assinado
em 10 de fevereiro de 2012. Charles de Moura PMSJC.

Esta Espécie nativa entrou conhecida como árvore da chuva, ou


chorona, localizada em São José dos Campos. Entrou para o Record
brasileiro em 2017 com o maior sucesso de uma maior árvore da espécie
no país com 40 metros de diâmetro de copa, e 14 metros de altura
estimados. A árvore fica no Parque da cidade Roberto Burle Marx, em ÁRVORE DA CHUVA
Santana, na região Norte da cidade.

Esta árvore com idade média entre 30 a 100 anos chega a beneficiar um grande espaço com sua sombra
maravilhosa que tinha cerca de 990. 22. m2 . Trata-se de uma espécie nascida pela natureza, rara encontrada com
maior frequência no pantanal mato-grossense no nordeste mineiro e na Amazônia Ocidental. A única obra que se
tem registro em São José dos Campos foi tombada pelo Decreto 14.878/12, assinado em 10 de fevereiro de 2012.

A conservação e a localização da árvore são realizadas pela Secretaria de Manutenção da cidade. O laudo
que contribuiu para caracterização da espécie foi elaborado pela equipe da Secretaria de urbanismo e
sustentabilidade.

PEQUIZEIRO

Nome popular: pequizeiro, pequi. Nome científico: Caryocar brasiliense.


Família: Carioca acene. São os principais nomes: A madeira é própria para
xilogravura, e para construção civil e naval. Os frutos são comestíveis e
apreciadíssimos pelas populações do Brasil Central. Os caroços com polpa
(mesocarpo) são cozidos com arroz, sendo a polpa usada para preparo de licores,
picolé e para extração de manteiga e sebo; o caroço é lenhoso e formado por
grande quantidade de pequenos espinhos que podem ferir dolorosamente a
mucosa bucal quando ingerido por incautos. Flor do pequizeiro

Os brotos são também consumidos por várias espécies da fauna, e usados pela medicina popular e
farmacêutica, havendo na região de ocorrência intensa no comércio de frutos nas feias livres.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁICA DO PIQUI – 2020

Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso), Sudeste
(Minas Gerais), São Paulo), Sul (Paraná). No cerrado e Pantanal. Fenologia: Floresce de setembro a novembro. Os
frutos amadurecem em meados de novembro prolongando-se até fevereiro. Os agricultores de Piripiri fizeram uma
associação do piqui em se tratando de um grupo de mulheres na época do nono festival, segundo a coordenação
cultural do evento; tudo isso no sentido de valorizar o piqui. Na época juntaram-se 150 mulheres do município de

105
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Piripiri em São João do arraial no Piauí pelo movimento da


criatividade de Luzilândia e Joaquim Piresno sentido dos
produtos derivados do pequi: doces, bolos e salgados,
assim como também diversas opções de comidas e bebidas
típicas, além de peças variadas artesanalmente em palha e
outras atividades importantes que viessem acontecer Na
realidade esse grupo de mulheres criado através de uma
brincadeira da comunidade idealizou esse evento inerente à
criatividade de uma associação em se tratando de um
sistema de trabalho social no grupo para desenvolver um
intercâmbio entre as mulheres de vários locais mostrando
que esse projeto geração iria além da produtividade de
FRUTOS DO PEQUI comidas; destacou uma técnica da empresa CEEA na época
determinada.

Uma senhora por nome Francinilda Silva da comunidade de Quilombola Água dos Negros teve a
oportunidade pela primeira vez no festival dizendo que vendia doce de buriti. A produtora disse que o mais
importante foi à troca de experiência entre seu grupo composto por cinco mulheres, somando com as demais que
trouxeram produtos feitos com o pequi. Esse acontecimento causou muita disponibilidade em descobrir essas
atividades dentro de si, pois é capaz de produzir algo de descobrir a fazer tudo com amor, certamente o resultado
seria comida gostosa e bem feita, todos vão querer comprar, esse é o segredo, segundo a produtora.

De acordo com uma grande empresa incluindo uma responsabilidade de grande interesse verificando que
além da organização de renda, o festival divulga algo que é muito importante para as mulheres do distrito de
Cocais com o espaço de alta confiança durante o movimento eventual que cantam, dançam, aprendem, ensinam e
comercializam contribuindo para o sustento da família com a renda obtida.

A responsável por essa programação aquisitiva (PAA por nome Jirles Machado) que representou na época
essa empresa representando a secretaria de Estado do Departamento rural, afirmou que o essencial apoio da
secretaria consiste na divulgação cada vez maior esse contato de produtores nos programas e projetos que os
desenvolvem. Trabalhamos para crescer essa comunicação, atrair e fortalecer a confiança dos produtores e das
produtoras em programas como a compra direta e o projeto II, para que eles tenham certeza da origem e boa
qualidade dos produtos da compra certa, e do preço adequado e da distribuição desses produtos para famílias
carentes.

O projeto do governo é bem maior e objetivo ao empoderamento, ou seja, a ação social coletiva e de
natureza participativas de debates visando potencializar a conscientização civil sobre os direitos sociais pela crença
das atividades da pessoa interessada. É a certeza de auxiliar para o desenvolvimento do “estado” em se tratando de
desenvolvimento.

KIWÍ

O nome científico do kiwi é Actinídea deliciosa. Nomes


populares Kiwi, Kiwizeiro, Kiui, Kiui, Quivi. Divisão:

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FRUTOS KIWI

Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Magnoliophyta. Classe: Magnoliopsida. Ordem: Ericales. Família: Actinidiaceae. Género: Actinídia. Espécie: A.
deliciosa. Nome binomial: Actinídia Lang & Ferguson, 1984.

Categoria: Trepadeiras. Clima: Subtropical, tropical. Origem: China e Ásia. Altura: 3,6 a 4,7 metros, 4,7 a
6,0 metros. Luminosidade: Meia sombra, sol pleno. Ciclo de vida: Perene, ou seja, por toda vida.

Essa fruta é oriunda da china, a qual se familiarizou por todos os lugares quando seu plantio comercial foi
iniciado na Nova Zelândia. Kiwizeiro é uma trepadeira que em um complexo de elementos químicos e lenhosa suas
folhas são amplas, geralmente é conduzida com um único e tortuoso caule verde oval, em forma de coração,
protegido por pelos; quando jovem sem pelos; quando maduros na face superior é verde.

As flores são axilares de coloração branca creme e perfumadas. Como é uma planta dioica, o kiwizeiro
apresenta indivíduos femininos e masculinos. Nesse modelo a polinização cruzada é fundamental para a formação
dos frutos.
As abelhas são muito importantes na tarefa de levar o pólen das flores masculinas até as flores femininas, para que
aconteça a fecundação, se assim não acontecer não tem sentido.

O Kiwi é um fruto do tipo baga de forma ovoide. Polpa translúcida de cor verde ou verde-amarela, doce e
ácida com a casca fina e marrom recoberta por pelos curtos. As sementes são pretas e comestíveis, são numerosas e
bem pequenas com forma oval e achatada, e assim é a sua forma de desenvolver.

Para que haja uma floração e frutificação o Kiwizeiro necessita de um clima frio e saudável pelo menos
500 horas abaixo de 7 , 20 C . A cultura comercial do Kiwi pode ser conduzida em mourões, e em forma de T, ou
em caramanchões. Para consumo dom tico, ele pode ser guardado por sobre árvores, arcos, como uma trepadeira
lenhosa ornamental,podendo alcançar as plantas masculinas junto com as femininas para que ocorra a frutificação.

Em plantações comerciais a proporção é de uma planta masculina para cada 5 a 8 plantas fêmeas muito bem
distribuídas. O espaçamento médio utilizado é de 5 a 6 metros entre linhas e entre plantas na linha.

Adubações ricas em nitrogênio que estimulam de maneira forte e corajosa no sentido produtivo, mas devem
ser evitadas no período de frutificação; pode ser evitada alguma coisa que venha atingir a vida útil dos frutos. O
Kiwizeiro também necessita de podas específicas de formação de verão e de inverno.

As podas e formação visam conduzir essa liana corretamente sobre o suporte; as de verão consistem em
retirar semanalmente as extremidades dos ramos, e a de inverno visa encontrar os ramos de um ano que irão
florescer na próxima estação. Multiplica-se por sementes, estaquia, alporquia e enxertia. A colheita é de abril a
maio e se inicia a partir do quarto ano após o plantio.

DOCE DE KIWI

Uma receita rápida e fácil. “Saiba como fazer este doce,


também conhecido como doce verde” que resulta num creme leve e
saboroso para barrar no pão ou para servir na sobremesa com aquele
paladar.

RECEITA DE DOCE DE KIWI

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

INGREDIENTES:

 1 chávena (chá) de água.


 1 kg de Kiwis.
 500 g de açúcar.
 Sumo de limão

MODO PREPARO:

Descasque os Kiwis e corte-os em pedaços pequenos. Junte a água e o sumo de limão e leve ao fogo
brando, deixando apurar cerca de 20 minutos que é o tempo suficiente. Triture o preparado, junte o açúcar e mexa
até ele se dissolver. Leve novamente ao fogo e deixe-o ferver lentamente durante 30 minutos. Sirva o doce de Kiwi
como acompanhamento na sobremesa ou reserve,
depois de frio, um frasco de vidro hermeticamente
fechado.

RECEITA DE PUDIM DE KIWI

INGREDIENTES:

 500 ml de leite de soja.


 1 Xícara de açúcar demerara ou
adoçante.
 5 Kiwis maduros + 2 para decoração.
 2 colheres de (chá) mal cheia de agar.

MODO DE FAZER:

Coloquem no liquidificador todos os


ingredientes, bata bem; coloque esta mistura numa panela e leve ao fogo para ferver, sempre mexendo, e deixe-o
cozinhando por uns 10 minutos. Despeje a mistura numa forma para pudim molhada com água e deixe esfriar. Em
seguida coloque na geladeira por 2hs, e depois se sirva muito bem!

CUMARU-VERDADEIRO

Esta árvore é da família das leguminosas conhecida também como cumaru-amarelo, cumaru-do-amazonas,
cumaruzeiro, umbaru, muirapaié, nome indígena que quer dizer “árvore dos feiticeiros”. Esta árvore é grande e
frondosa, medindo até 32 metros de altura. O tronco é reto com 60 centímetros de diâmetros. Sua casca é
avermelhada ou amarelo-claro-acinzentada, com pouca grossura, e pele quebradiça que se desprende facilmente.
“Seu fruto é aberto em se tratando de pouco comprimento desde que seja exposto ao sol. Ela é famosa com os
seguintes nomes: “fava-de-cumaru”, “fava-da-índia” e outros”. Tais sementes aproveitadas pelos índios, os quais
faziam colares, braceletes e outros enfeites.

O perfume da fava do cumaru é tão forte que é usado para perfumar cigarros, rapé, chocolates e bebidas;
pode até ser substituído por outros elementos como a baunilha e outros; na indústria por ser uma madeira muito
boa.
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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Da semente se obtém também um óleo útil para curar as úlceras da boca. Tônico para o couro cabeludo,
também usado pelos índios desde longa data. Também perfuma e dá brilho aos cabelos. É um vegetal que tem em
todo o Brasil, principalmente no Amazonas e em
Mato Grosso do sul na região Central do Brasil. Esta
árvore é uma madeira de lei de cor variável de acordo
com o solo onde ela se encontra e cresce geralmente,
e a parte cinzento-amarelada que pode ser a parte
central castanho-avermelhada que ainda amarelo-
róseo ou pardo-amarelado contendo várias listras
vermelhas, ondeada e belíssima. Tecido compacto,
grão irregular muito duro e rijo com fibras finíssimas
e entrecruzadas, poros curtos e largos, difícil de
trabalhar, mas recebe muito bem o verniz; próprio
para obras expostas, construção naval, rodas de carros
e moinhos, dentes de engrenagem, carroças, canoas,
marcenaria de luxo e obras de torno que é uma obra
muito bonita.

Em se tratando de indicações sobre a parte medicinal no que diz respeito o suor. Corrige problema no
estômago, e também cardíaco com a presença da “cumarina”, substância branca, cristalizável de sabor azedo no
começo, depois agradável; saldável em água fervida.

Esse nome cumaru tem outros nomes, por exemplo, cumaru-ferro, cumaru, cumbaru, cumaru-verdadeiro,
cumaru-amarelo, cumaru-do-amazonas, e curumazeiro. É uma árvore da família das leguminosas, subfamília
papilionácea.

Esta árvore pode atingir 30 metros de altura. O seu fruto tem uma forma de vagem, ou seja, da natureza. É
um tipo de fruto carnoso que possui uma só semente com polpa fibrosa, esponjosa, e comestível. A semente desse
fruto é conhecida como fava-de-cumaru, contém camarina, substância adotada de vários usos medicinais; é
também usada em perfumarias. Serve também como substituição da baunilha para aromatizar tabaco, rapé, e para
extração de óleo.

O cumaru é nativo do Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Peru, ilhas Seychelles e Suriname. De
acordo com uma pesquisa da Universidade Federal do Pará, de resultado e revelada pela Agência Pará. Uma
substancia presente no cumaru, ao ser aplicado da forma intravenosa provocando nas células-troncos, responsáveis
pela produção de neurônios; a formarem novos neurônios.

Árvore silvestre de até 20 metros de altura, típica da caatinga nordestina. Tronco revestido por uma casca
grossa cuja parte externa se solta em camadas finas formando grandes manchas vermelho-pardacentas e lisas.
Folhas composta de inflorescência que caracteriza os ramos. Os cachos de posições geométricas, oval de acordo
com o desenvolvimento de 2 a 3 metros de comprimento.

A floração ocorre em setembro, e suas flores são pequenas, brancacentas e muito aromáticas, ou seja, cheiro
dos cachos ou frutos muito agradáveis em panículas terminais da árvore onde se encontra tudo o que contém os
elementos necessários da produtividade dessa árvore. Oferece boa produção e frutos do tipo vagem, tardiamente

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deiscentes, ou seja, se abre quando maduro contendo uma única semente oleaginosa manchada de marrom e branca
com cheiro forte e agradável, achatada e provida de uma asa membranácea. O mesmo cheiro, embora mais fraco,
está presente em todas as demais partes da planta. Propaga-se por
sementes novas em que não ocorrem problemas de germinação e
desenvolvimento do embrião.

USO POPULAR E MEDICINAL

Apresenta como constituinte químico a cumarina que junto


a outras substâncias, ainda não identificadas, forma um complexo
fitoterápico responsável pelas suas atividades anti-inflamatória e
bronco dilatador. As cascas e as sementes são utilizadas para o
tratamento de problemas respiratórios como tosse, gripe,
bronquite e asma na forma de chá fervido (decocto), ou de banho
com o cozimento das cascas para tratadores reumáticos.
Comprovado com estudo farmacológico. Também é útil para
móveis de toda qualidade...

OUTROS USOS

Essa planta tem aplicação em várias áreas: alimentação


animal, humana,
acícula, cera,
goma e óleos
essenciais. As
sementes são usadas comercialmente na perfumaria. A madeira é
usada como combustível (lenha), construção (caixotaria, forros,
lambris, portas, tábuas) e móveis (fabricação de cadeiras,
escultura, balcões e marcenaria em geral). Essa árvore tem
potencial paisagístico por ser muito ornamental, principalmente
pelos ramos e troncos que são lisos de cor vinho ou marrom-
avermelhado.

JATOBÁ

O Jatobá (hymenaea courbaril L.) tem larga utilização no setor florestal e na medicina popular. O produto
mais comercializado do jatobá é a madeira, utilizada para móveis e construções externas. Os indígenas a usam para
a confecção de canoas. A casca é utilizada na medicina popular para tratar gripe, cistite, bronquite, infecções da
bexiga e vermífugo. A resina é extraída da sua casca usada como verniz vegetal. Combustível, incenso, e
polimento. A polpa do fruto é utilizada pelos humanos para fazer farinha, além de ser apresentada pela fauna
brasileira. Essa árvore têm muitos nomes, e por esse motivo que se omite em não digitá-los porque é muito
complexo. Na realidade têm outros nomes populares: jataí, jutaí, jutaí-açu, jatobeiro, jatobá-mirim, jataí-peba,
jataíba, burandã e farinheira.

110
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Características gerais dessa árvore são de tamanhos variáveis de 5 a 40 metros de altura dependendo da
espécie. (A mais alta é o jatobá amazônico (hymenaea courbaril), e o menor é o jatobá do cerrado, e tantos outros
mais...). Flores de todas as espécies; também são brancas, exceto na espécie rara Hymenaea rubriflora que são
vermelhas. Frutos em todas as espécies são muitos semelhantes, variando um pouco apenas no tamanho. Consiste
numa vagem; (legume) não abre sozinho quando está maduro, de forma mais ou menos cilíndrica de 7 a 20
centímetros de comprimento; tem casca (uma parte externa que cobre o fruto) dura e quebradiça. A cor variando do
marrom ao vermelho-acastanhado. Contém 1 a 6 sementes duras envoltas por uma polpa seca farinácea, adocicada
e comestível de sabor e cheiro muito característicos. Um cheiro bem mais perfumado.

Regiões de ocorrência: a espécie Hymenaea courbaril tem em toda a região amazônica e nordeste do país,
enquanto a variedade da família Araleáceae é amplamente distribuída em todo o Brasil Central. São Paulo e Mato
Grosso do sul em matas ciliares, e na floresta constituída por uma vegetação pertencente do bioma da mata
Atlântica. Tem outra espécie Hymenaea stigonocarpo característica do cerrado. As demais espécies são exclusivas
da mata Atlântica onde se encontra com facilidade.

Utilidades pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina conhecida como “jutaicica” ou “copal”
empregada na indústria de vernizes. Seu tronco também fornece madeira dura incorruptível, pesada (densidade
média de, 0,95g/c3 ¿ ¿ ,de cor vermelho-
pardacenta; ela é muito durável quando fora
do chão, utilizada para construção pesada:
esteios, vigas, assoalhos, carrocerias, móveis
tonéis etc. Sua casca fornece corante
amarelo, Sua resina, folhas e sementes são
utilizadas na medicina caseira. A polpa das
sementes é rica em cálcio e magnésio, além
de fornecer alimento. É ótima para
alimentação humana. Seus frutos são
comercializados em feiras livres regionais de
todas as regiões onde ocorre essa planta. A
polpa é consumida “in natura” e na forma de
geleia, licor, e farinha; serve também para
bolos pães e mingaus.

Em se tratando das condições


ecológicas, essa árvore é perenifólia ou
semidecíduas dependendo da espécie que não
perde totalmente as folhas durante o ano ou TONÉIS FEITOS DE MADEIRA DO JATOBÁ
as perdem parcialmente. Pouco exigente em fertilidade do solo, é adaptada ao crescimento em pleno sol ou a meia
sombra com nítida preferência por solos bem drenados. Floresce durante os meses de outubro – dezembro, e
frutifica a partir de setembro, estendendo-se até janeiro. Devem ser coletados no chão sob as árvores, mesmo
depois de várias semanas de queda. A obtenção de mudas é relativamente fácil, obtendo-se rápida germinação de
suas sementes quando levemente escarificadas devido à dureza de seu tegumento. Sem esse processo o índice de
germinação é bem menor.

111
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Seguindo com o texto de uma forma diferente no sentido de colocar no trabalho as importantes atividades
com a sua matéria-prima dessa magnífica árvore jatobá. É impressionante com mil utilidades feitas com o jatobá.
Ela é útil na medicina popular como também para móveis de todos os modelos como queiram fazer; é útil demais
para todas as camadas sociais.

CACAUEIRO

O cacaueiro é uma árvore perene, ou seja, cujas folhas velhas não caem antes de chegar às novas. As jovens
dão nova vida ao desenvolvimento e origem
aos frutos chamados cacau pertencente à
família Malváceae. O cacaueiro é originário
da chuvosa Bacia do rio amazonas, e na
América do Sul.[ 1 ] Em ambientes sombreados
de florestas e sem poda humana na sua altura;
pode chegar a 20 metros, em condições de
cultivo usualmente a sua altura podendo variar
de 3 a 5 metros[2 ] .

O cacau é a principal matéria-prima do


chocolate, feito por meio de torra e moagem
das suas amêndoas secas em processo
industrial ou caseiro; esse é que é bom feito
em casa.

Outros produtos conhecidos como Nome científico do cacaueiro é Theobroma cacao


subprodutos que veem depois dos primeiros que são melhores de segunda categoria, mas que também é útil. Do
cacau incluem sua polpa em suco, geleia, sorvetes e muito mais...

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA DO CACAU

Reino plantae. Divisão; Magnoliophya. Classe: Magnoliopsida. Ordem: Malvales. Família: Malvaceae. Gênero:
Theobrama. Espécie; T. cacao. Nome binomial: sempre é de Carlos Lineu.
O chocolate é apreciado no mundo todo, conhecido pela humanidade. Sabe-
se que este produto é de criar água na boca, como se diz na gíria porque é
bom demais. No século 16, segundo a mídia, as pessoas já coletavam
sementes de cacau para fazer um drink por nome xocoatl, e essa bebida era
afrodisíaca que só podia ser bebida por imperadores. “Ao contrário dos
chocolates da atualidade. Essa bebida era usada pelos astecas que tinha um
sabor amargo e apimentado, pois era preparado com vinho ou purê de milho
e pimenta” - afirma o industrial Getúlio Ursulino Neto, presidente da
Associação brasileira da indústria de chocolates (abicad).

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Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

INUNDAÇÃO DA CHEIA DE 1985 NO CEARÁ


Francisco Coelho Neto

01 Eu acho triste demais


Jesus meu divino mestre Um pobre que não tem nada
Que a minha mente ilumina Sair de sua casinha
Dai força em meu pensamento E deixando-a abandonada
E uma inspiração divina E quando voltar encontrá-la
Para eu contar o martírio Toda no chão derrubada.
Desta gente nordestina 07
02 O nordestino é assim
Parece ser um castigo Tudo de ruim enfrenta
Que Deus do céu está mandando Anos sofre com a seca
Tem muita gente rebelde Outros com cheia violenta
Contra o Deus se revoltando Quanto mais ano se passa
E assim na terra nós vamos Mais o sofrimento aumenta.08
Uns pelos outros pagando. O inverno de oitenta e cinco
Vai ficar na nossa história
03
As águas cobriram todo
As chuvas torrenciais Essa imensa trajetória
Que caíram nas regiões Sofreu toda humanidade
Causando todo nordeste E ninguém contou história.
As maiores inundações
09
Deixando os seus habitantes
Passando grandes aflições. Muitos açudes se arrombaram
Por não poder suportar
04
O grande volume d’água
Foram muitas casas caídas Neles se acumular
Nas enchentes desse ano E a situação do povo
Deixando os seus moradores Começava a piorar.
No mais triste desengano
10
Mas vamos ter paciência
E confiar no soberano. O estado do Ceará
Foi também afetado
05
O maior prejuízo
As águas cobriram às várzeas Com esse inverno pesado
Toda a lavoura arrasando Mas uma crise econômica
Todos os sítios se acabaram Veio abalar o nosso estado.
Só prejuízo deixando
11
As grandes destruições
Atrás das águas ficando. As vias rodoviárias.
Foram todas danificadas
06
Devidos os estragos das águas

113
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Ficaram interditadas O Ceará foi o mais


Deixando muitas cidades Atingido dos estados
Da capital, isoladas. Quarenta municípios
Todos foram inundados
12
Com trezentos e dez mil
A cidade de Aracati Os números de desabrigados
Foi a mais prejudicada
18
Toda cidade ficou
Completamente inundada Muitas mulheres famintas
Só parecia com um fantasma Via-se na televisão
Da solidão e mais nada. Com os seus filhos nos braços
Pedindo alimentação
13
Implorando às autoridades
Itaiçaba ficou Numa hora de aflição.
Em péssima situação
19
Foi toda evacuada
A sua população Sofre muito o homem do campo
A cidade transformou-se Esse verdadeiro herói
Num mar de desolação. Que luta tanto na vida
Se alguma coisa constrói
14
Vem uma inundação dessas
Jaguaruana foi uma E em poucos dias destrói.
Cidade muito atingida
20
As ruas foram alagadas
E a rodagem destruída Quem vive aqui no nordeste
E o povo sofrendo muito Pra tudo está preparado
Com a enchente desmedida. Se um ano faz boa safra
No outro fica arrasado
15
Mas não deixa a sua terra
Russas foi uma cidade Que foi nascido e criado
Das menos prejudicadas
21
Mas Limoeiro do Norte
Foi por demais castigadas O senhor Gonzaga Mota
A outra foi Quixeré Veio ao nosso interior
Que até ficou isolada. Levando às comunidades
Uma palavra de amor
16
Dizendo para o seu povo
Com cinco metros e vinte e um Confie no Governador.
Banabuiú sangrou
22
Orós com quatro e oitenta
Foi a marca que alcançou Dona Mirian Mota
Foi esse o ponto mais alto Uma mulher caridosa
Que esse ano ele chegou. Lutando de corpo e alma
Nessa missão espinhosa
17
A fim de salvar as vítimas
114
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

De uma cheia horrorosa. Falava da rádio vale


Com palavras comoventes
23
Dando o mais trágico detalhe
A enchente de oitenta e cinco Dessa rigorosa enchente.
Foi mais uma provocação
29
Quem sabe que não é Deus
Dando uma nova lição O nobre Doutor Francisco
Para se amar mais ao próximo Homem de bom coração
E respeitar mais seu irmão. Às nove e trinta da noite
Dava a sua informação
24
Ele e Manuel Gutemberg
Rico tem tudo na vida Acalmavam a população.
A pobreza nada tem
30
O pobre passando mal
O rico vivendo bem Pedro Jaime e Renan
Agora chegou o tempo Deusilaide e Simões
De rico sofrer também. Eles muito trabalharam
Colhendo as informações
25
Transmitindo toda hora
Portanto aqui nesta terra Para todas as regiões.
Não devemos nos orgulhar
31
Preto, branco, rico e pobre.
Vamos nos unir e lutar Todo nordeste viveu
Que a união faz a força O drama mais comovente
E pode a vida melhorar. Um a morte de Tancredo
O outro, o da enchente.
26
O nordeste perdeu a safra
Eu vou voltar novamente O Brasil um presidente.
Sobre a enchente comentando
32
Falar nos radialistas
Que estavam nos ajudando Foi muita mercadoria
Dando os seus noticiários Para os necessitados
O que estava se passando. Toda semana uma sacola
De alimento aos flagelados
27
Quando o governo é bom
A rádio progresso de Russas Não sofrem os desabrigados.
Nunca saía do ar
Com todos os seus locutores 33
Somente para informar Nós temos que agradecer
Dando as notícias verídicas Ao nosso governador
Sem de nada exagerar. O ilustre Gonzaga Mota
28 Homem de alto valor
Um cidadão importante
O Dr. Zé Nilson Osterne E um forte trabalhador.
Homem muito experiente

115
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

34 Que atenderam bem ao seu povo


Desde sítio a cidade
Agradecemos também
Vão meus agradecimentos
A dona Mirian Mota
E os meus votos de bondade.
Que não despreza essa gente
Na vitória e na derrota 36
Que além de primeira Dama Fiz mais uma narração
É uma grande patriota. Por aqui vou terminando
35 Todo detalhe da enchente
Eu fui sempre acompanhando
Os prefeitos que trabalharam
Um feliz oitenta e cinco
Ao bem da comunidade
A todos estou desejando.

O CANTADOR DE VIOLA O SERTÃO E A POESIA


Francisco Coelho Neto

01 Lutando igual um escravo


Por ser o homem mais bravo
O cantador de viola
De toda essa região.
Esse vate sonhador
O sertão é a sua escola 04
Formado sem professor Poesia é o sol nascendo
O mesmo nasce dotado A passarada trinando
Já vem privilegiado E a aranha tecendo
Com essa dádiva divina Uma cigarra cantando
Na faculdade selvagem Nas noites escuras dos campos
É a principal personagem Um bando de pirilampos
Da cultura nordestina. Naquele meio voando
02 Por conta da natureza
Cada um de luz acesa
A viola é certamente
Acendendo e se apagando.
Por todos bem conhecida
Doze cordas somente 05
Sobre seu corpo estendida O cantador repentista
Com o seu som grave e agudo Tem um dom fenomenal
Com ela o poeta é tudo Torna-se o maior artista
Canta mais com muito amor Do cenário cultural
O nosso sertão sofrido Só ele canta a grandeza
Porque a viola tem sido Dos feitos da natureza
O símbolo do cantador. Mestre nenhum o ensina
03 Nasceu para viver cantando
Somente representando
Sertão terra abençoada
A poesia nordestina.
Onde mora o sertanejo
A terra da vaquejada 06
Do leite, coalhada e queijo. Poesia é sapo cantando
Onde reside o vaqueiro Numa noite de invernada
Trabalhando o dia inteiro É um rio transbordando
Na fazenda do patrão Carregando a lixarada

116
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O relâmpago clareando Faz tudo o que for preciso


E o trovão ribombando Através do improviso
A chuva molhando a terra Tudo repentinamente.
É a babugem nascendo 10
O aguaceiro descendo
De lá de cima da serra. A viola é importante
Na vida do cantador
07 Seja ele um principiante
A viola é um instrumento Profissional ou amador
Dos poetas cantadores O qual vive todo dia
Com ela todo o momento Explorando a poesia
Por todos os interiores Esse dom puro e divino
Vai onde eles se apresentam Porque a viola faz parte
Nos palcos que eles frequentam É a principal dessa arte
Por cidades e capitais Do cantador nordestino.
Com a viola os repentistas 11
Têm suas grandes conquistas
De troféus nos festivais. Sertão é o interior
Ainda pouco habitado
08 De história de caçador
Sertão, terras conhecidas. De tatu, peba e veado.
Das carnaubeiras erectas Do matuto sem cultura
Origens de muitas vidas Vivendo da agricultura
Cantadas pelos poetas Sua única profissão
São essas faixas de terra Dos forrós e das bebedeiras
De vales, chapadas e serra. Das quadrilhas e das fogueiras
Da fauna e vegetação. De são Pedro e São João.
Das campinas multicores 12
O berço dos cantadores
E fonte de inspiração. Poesia é o céu estrelado
Uma noite de lua cheia
09 O mar verde e azulado
Cantador é genial A cantiga da sereia
Na oratória da poesia É uma flor desabrochando
Nunca lhe falta o ideal É o colibri voando
Quanto mais canta, mais cria. Sugando o néctar dela
O verso é feito na hora Esse é mais um trabalho escrito
Canta a terra, fauna e flora. Como poeta, acredito
Com o poder da própria mente Quanto à natureza é bela.

TRAGÉDIA NA RODOVIA DE BARAÚNA-RN


Francisco Coelho Neto

01 02
Aos vinte e quatro de abril Na cidade de Baraúna
De dois mil o ano No Rio Grande do Norte
Foi esse o caso ocorrido Otacílio e Mardônio
Sendo o golpe mais tirano Sofreram a mesma sorte
Deixando a sua família Naquele dia eles foram
No mais triste desengano. Vítima da negra morte.

117
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

03 Outro caso inesperado


Em Antonópolis ele foi
Quando atravessavam a pista
Pelo um carro acidentado
Na mesma oportunidade
Escapando do primeiro
Aproximou-se um motorista
E do outro foi finado.
Em alta velocidade
Colidiu com uma bicicleta 10
Foi uma fatalidade. Sendo pai de sete filhos
04 Todos de maior idade
A sua esposa querida
Com o violento choque
A quem mais tinha amizade
Dessa batida fatal
A todos os familiares
O garoto sofreu a pior
Deixou eterna saudade.
Morreu no mesmo local
E Otacílio foi levado 11
Às pressas para o hospital. Vivia da agricultura
05 Era a sua profissão
No campo foi um herói
Levaram pra Mossoró
De muita disposição
Lá foi hospitalizado
Na sua vida terrena
Mas devido o seu problema
Cumpriu uma árdua missão.
Ser bastante delicado
Trouxeram para Fortaleza 12
Para ele ser operado. Onde Otacílio estava
06 Reinava muita alegria
Sorridente e brincalhão
No Instituto José Frota
Amante da poesia
Ficou três meses internado
Gostava de vaquejada
Passou quase nove meses
Muito mais de cantoria.
Numa cama, prostrado.
Não vivia, vegetava. 13
Pois era assim, o seu estado. José Costa e Rita Cândida
07 Eram seus queridos pais
Os mesmos já falecidos
Mardônio com nove anos
Na terra não vivem mais
Ainda uma criança
E agora Otacílio parte
Que teve uma morte trágica
Para o mundo dos imortais.
Ali morria a esperança
De seus pais e seus irmãos 14
Nunca mais sai da lembrança. Wilson e Maria das Graças
08 São os pais do inocente
O garoto que morreu
No ano de 42
Vítima de um grande acidente
Otacílio nasceu
Deixando a terra, e no céu.
Onde mais ele viveu
Viverá eternamente.
Lá no sítio Perereca
Aos cinquenta e nove anos 15
De um acidente morreu. Já que Otacílio foi
09 Uma pessoa querida
Nunca ofendeu a ninguém
Com o mesmo já tinha ocorrido
No decorrer de sua vida
118
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Portanto eu faço por ele Adeus todos os sobrinhos


Sua última despedida. Adeus Galego o meu genro
A bênção para os meus netinhos
16
Já que eu não posso mais
Adeus sítio Perereca Abençoá-los com carinhos.
Onde nasci e me criei
18
Adeus todos os meus irmãos
A quem tanto eu amei Adeus esposas e filhos
Adeus meus primos e amigos Que ficaram na orfandade
Que eu jamais voltarei. Eu parto e vocês ficam
Vou para outra imensidade
17
Todos roguem a Deus por mim
Adeus aos meus cunhados Até na eternidade.

A PASSARADA DO SERTÃO
Francisco Coelho Neto
Viva a passarada! Viva a passarada! Alegria do sertão na invernada.

01 Rola coca e rola branca


A juriti e asa branca
Vou ver se agora
A rola fogo apagou
Na poesia eu faço um teste
Maçarico e o pescador
Sobre os pássaros do nordeste
A corujinha e o xexéu
Em seus nomes vou falar
O sanhaçu e o tetéu
Em primeiro lugar está
O canário e o beija-flor.
O corrupião que é o mais belo
Tem o preto e o amarelo 05
A graúna e o sabiá. Tem o papa-arroz e o papagaio
02 Que é um pássaro falante
A peitica e avoante
Tem o galo de campina
Que é ave de arribação
Papa-sebo e o azulão
Tem o socó e o carão
O papa-lagarta e o Cancão
A garça e o jacu
O canarinho rasteiro
Carcará e urubu
O bem-te-vi cavalheiro
Seriema e o gavião.
O bem-te-vi coroado
O Severino rajado 06
A andorinha e o tesoureiro. Tem a maria-de-barro
03 Que eu trago tudo em decoro
Tem a casaca-de-couro
Tem a nambu do pé roxo
Que tem o canto legal
E a do pé encarnado
Tem o pardinho e o pica-pau
Tem a nambu de alagado
Vem-vem e a cabeça fita
A perdiz e a jaçanã
O golinha e o sibita
Sericora e a cauã
Mãe da lua e o bacurau.
Alma de gato e anum
Periquito e papacum. 07
Jandaia e maracanã. Tem o caburé de orelha
04 E o caburé de oco
A caçula e o dorminhoco
Tem a rolinha velame
Que chamam fura barreira
119
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Tem a coruja agoureira Sobre pássaros que conheço


E o caburezinho sol-sol No nordeste brasileiro.
Dançarino e o rouxinol 09
Pintassilgo e lavandeira.
Aqui eu pude falar
08 Sobre pássaros nordestinos
Tem o periquito estrela Dos grandes aos pequeninos
A marreca e o putrião Fiz uma composição
A chorona e o chorão Vou fazer terminação
Bico grosso e o bigodeiro Nesta linda embolada
Como cantor violeiro A qual é intitulada
Descrevo de alto preço Passarada do sertão.

FAMA DE UM VAQUEIRO
Francisco Coelho Neto

01 Lutava com muito amor


Como vaqueiro ele tinha
Falando em vida de gado
Seu grandioso valor
Veio-me a recordação
Além de ser um bom vaqueiro
Vou falar sobre o vaqueiro
Era um grande aboiador.
Afamado do sertão
Que na época passada 06
Foi ele o campeão. Ao se conduzir uma boiada
02 Na frente ele marchava
Montado no seu cavalo
Era muito bem conhecido
Chamando o gado, aboiava.
Nos lugares por onde andava
Com sua voz maviosa
Possuíam bons cavalos
E o gado lhe acompanhava.
Que no mato campeava
A fama de bom vaqueiro 07
Por todo canto espalhava. Tinha gosto de lutar
03 Nesse trabalho pesado
Desleitando a vacaria
Com dezoito anos de idade
E dando ração ao gado
Começou ele a lutar
Hoje não luta, mas sente.
Nessa vida de vaqueiro
Recordação do passado.
Pôde bem executar
Tinha coragem de sobra 08
Nunca temeu o azar. Aos seus cavalos de campo
04 Tinha grande estimação
Massapê e seriema
Nesse tempo ele vestiu
Piaba e alazão
A primeira roupa de couro
E o burrinho curinga
Exerceu a profissão
Pegador de barbatão.
Na luta era um grande mouro
Nunca temeu a rês braba 09
Garrote, novilha e touro. No seu burrinho curinga
05 Nunca perdeu uma carreira
Quando avistava uma rês
Nessa vida perigosa
Podia ser corredora
120
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Já tinha toda certeza Muito também campeou


Que a queda era certeira. No cavalo seriema
Muita corrida ganhou.
10
Mas para surrar o burrinho
Tabuleiro alto e cachimbo Nenhum cavalo encontrou.
Foi mata que campeou
15
Belém e retiro grande
Muito gado derrubou Quando o burrinho morreu
Nos matos da gameleira Perdeu a sua esperança
Muito barbatão pegou. Outro mais não encontrou
Que tivesse confiança
11
Morreu, mas deixou seu nome.
Gostava de campear Gravado como lembrança.
No seu cavalo alazão
16
Já vivia acostumado
Topar gado valentão Manuel Joaquim do Carmo
Foi ele o maior vaqueiro Ex-vaqueiro titular
Que houve na região. Dono do burro curinga
Duma carreira sem par
12
Que no passado eles foram
O seu burrinho curinga Os dois heróis do lugar.
Era o que mais lhe agradava
17
Cavalo nenhum de campo
Na frente dele passava Deixou essa profissão
Mata de grande carrasco Hoje está na velha idade
Nunca ele se enrascava. Lutou muito na fazenda
No tempo da mocidade
13
Quando relembra o passado
Considerava o burrinho Ainda sente saudade.
Para ele igualmente um trono
18
Se o burrinho era bom
Muito melhor era o dono Aqui eu pude descrever.
Por isso nunca deixou Esse meu verso inspirado
Curinga no abandono. De um vaqueiro nordestino
Que já foi muito afamado
14
Pela fama de um vaqueiro
No cavalo massapê E o poema intitulado.

MÁGOA DE AMOR

01 Mas tu não cumpristes com os teus juramentos.


Os meus dias têm sido bastante tristonhos. 03
Por causa de amor, hoje vivo a sofrer. Por você mulher muito já sofreu.
Só porque a mulher dos meus sonhos. Mágoa, tristeza, saudade e paixão.
Foi quem fez o meu padecer. Dei-te o amor e nada recebi.
02 Em troca pagaste-me com ingratidão.
Tu foste uma mulher mais linda que eu amei. 04
Contigo eu passei os melhores momentos. Não te quero mais no meu caminho.
Ser fiel toda vida até eu jurei Diga para mim que já me esqueceu.

121
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Procure outro para dar o seu carinho. Porque eu contigo nunca fui feliz.
Porque para mim você já morreu. 09
05 Já cansei de ser por você enganado
Melhor para nós dois é a separação. Mas de hoje em diante eu tenho que aprender.
Porque não suporto contigo viver Não pretendo mais amar sem ser amado.
O que houve entre nós dois foi só ilusão. Só dou o meu amor a quem merecer.
E daqui para frente irei esquecer. 10
06 Talvez um dia você se arrependa
Você destruiu toda a minha vida. E novamente chegaria até voltar.
Amaste outro alguém, e zombaste de mim. Pois é tarde demais, me compreenda.
Não confio mais em mulher fingida. Porque não dá mais a gente se amar.
Só por tua causa estou sofrendo assim. 11
07 Daqui vou embora para bem distante.
Fizeste comigo a maior falsidade. Para ver se encontro um amor de verdade.
E como é que eu posso ter confiança. Porque com você, não tive um instante.
Em você encontrei muita maldade. Sequer um momento de felicidade.
Desse falso amor, só me resta lembrança. 12
08 Peça-me perdão que eu perdoo os seus
Vá procurar alguém que lhe queira. Porque só Jesus pode lhe perdoar
Fazer por você aquilo que não fiz. E agora receba o meu último adeus
Jamais te perdoo mulher traiçoeira. E até dia de juízo quando nos encontrar.

A COLEÇÃO DA BICHARADA
Francisco Coelho Neto
(Nesta embolada eu vou falar nos nomes da bicharada.)

01 O tatu, o peba e o preá.


Cutia, paca e a capivara.
Tem o piolho e o percevejo
O veado e o tamanduá.
O carrapato e o micuim
A mosca, o mosquito e a mutuca. 04
A formiga, a traça e o cupim. Tem o macaco orangotango
Carapanã e a Meruoca O gorila e o chimpanzé
Caranguejeira e a janduim. O macaco prego e o aranha
02 O cassaco e o punaré
O camaleão e a lagartixa
Tem a lagarta e o gafanhoto
O Tejo, a víbora, e o jacaré..
A cafifa e o escorpião
Louva-deus e a borboleta 05
Mané-mago e o formigão Tem a cobra jararaca
A barata e o barbeiro A mais venenosa e tirana
E o cavalo do cão. Coral e a cascavel
03 Boipeva e a caninana
A cobra verde e a de cipó
Tem o gato doméstico
Tabuleiro e a muçurana.
E o gato maracajá
O rato, o coelho e o mocó. 06

122
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Tem a cobra sucuri Tem o maribondo caboclo


Uma das maiores que há Sambarão, e o louceiro
E a jararacuçu O bangalô, e o mangangá,
A cotiara, e o gambá. O rola-pau e o caneleiro
A de jiboia e a de caçote O caba-cego e o vaga-lume
A salamanta, e o guará. E o mosquito verdadeiro.
07 13
Tem o cavalo e a égua Tem o galo e a galinha
A ovelha e o carneiro Paturi, pato e peru,
O jumento e a jumenta Gaivota, ganso, e codorna,
E o veado galheiro Calango e o Tijibu
A anta, a cabra e o cabrito. Pavão, a ema, e o tucano
E o bode pai de chiqueiro. O tamatião, e o jaburu.
08 14
Tem a abelha italiana Tem o urso e o “leão”
A tubiba e a cupira O rei da bicharada
O capuxu e o arapuá A girafa, e o elefante
A uruçu e a tataíra A onça vermelha e a pintada
O limão, o enxu e o enxuí. O tigre, e o rinoceronte
A amarela e a jandaíra. O porco espinho e o queixada.
09 15
Tem a cobra de veado Tem o cachorro do mato
Tatu-bola e o jabuti A giritataca, e o cururu
O cágado e a tartaruga O pega-mosca e a meruanha
O caranguejo e o siri A varejeira e o tapuru
A raposa e o guaxinim A cigarra, e o papa-mel.
O lobo, o cachorro, e o quati. A preguiça e o canguru.
10 16
Tem a Maria-farinha Tem o galinho da china
A lesma, a rosca, e o aruá. Formiga branca e a oncinha
O bicudo, a águia e o avestruz. O canudo e o rola-bosta.
O calango-cego, e o embuá. E a pichilinga de galinha
O grilo, e o sapo bezerro. O gore e o sapo martelo
O manhoso e o taminguá. A moça branca e a formiguinha.
11 17
Tem o maribondo de chapéu Eu aqui vou terminando
A mariposa e a fartura Essa minha relação
O cascudo, e a pulga de bicho Nessa embolada que tem
A minhoca, e a mucura. O título de coleção
A teúba e o boca torta Falei nos bichos maiores
O mossego, e a tanajura. E nos insetos menores
Que tem na face do chão.
12

OUÇA A VOZ DA CONSCIÊNCIA


Francisco Coelho Neto

123
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

01 Quando ele estiver trabalhando


Tenha dele compaixão
Quando surge o arrebol
Se ele está lhe ajudando
Canta alegre a passarada
Veja bem que ele se esforça
Saudando o nascer do sol
Puxando uma carroça
Numa mais linda toada
Ou então mesmo um arado
Todos entoando um só hino
Trate-o muito bem
Transmitindo ao nordestino
Com ele você já tem
Suas mais lindas mensagens
Muito dinheiro ganhado.
Com a maior perfeição
São os músicos do sertão 06
Com os seus cânticos selvagens. Não maltrate o seu jumento
02 Se ele ajuda a viver
Nunca seja violento
Não prendam os passarinhos
Não deixe o pobre sofrer
Se eles são inocentes
Com uma carga pesada
Não manter seus filhotinhos
E uma cangalha malvada
Nunca sejam inconscientes
Que só lhe faz pisadura
Porque o nosso sertão
Não seja para ele grosso
Sem pássaro é uma solidão
Que ele é de carne e osso
Vou um conselho lhes dar
Como qualquer criatura.
Não convém dar desprezo
Que o pássaro que vive preso 07
Deseja se libertar. Zele bem seu cão de caça
03 Se ele é bom caçador
Não o trate com ameaça
Se eu mato um beija-flor
Esse animal de valor
Eu acho ser um pecado
Se ele foi bom no passado
Um pássaro encantador
Mas hoje já está cansado
De um lindo corpo dourado
Não podendo mais caçar
Que sai no campo beijando
Mas sem o seu companheiro
As flores, e delas tirando
Um amigo verdadeiro
Seu verdadeiro alimento
Que vivia a lhe acompanhar.
Grande movimento faz
Voa para frente e para trás 08
Veloz igualmente o vento. O seu cavalo afamado
04 Na corrida de vaquejada
Trate-o com cuidado
Não mate um sapo se ele
Não lhe deixe faltar nada
Também tem utilidade
Se ele já foi campeão
Não olhe sua feiura
Nas corridas de mourão
Não faça crueldade
Tirou o primeiro lugar
Se o sapo é anormal
Mas cansou de tanto correr
Mas a ninguém faz mal
Zele-o até morrer
Portanto vamos deixar
Nunca o queira abandonar.
Os sapos são inofensivos
Destroem os insetos nocivos 09
Que vivem a nos atacar. Não zombe de um velhinho
05 Se ele tem algum defeito
Trate-o com carinho
Não fure um boi com ferrão

124
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Com calma e muito respeito Para quem queira tomar


Não queira ser malcriado Você que bem entendeu
Pois seja muito educado Pode se recuperar
Fazer o mal não convém Não seja irracional
Não faça essa grosseria Não queira fazer o mal
Saiba que você um dia Se afaste da violência
Vai ficar velho também. Não queira causar problema
Veja bem neste poema
10
Ouça a voz da consciência.
Esse é um conselho meu

VÍTIMA DO SOFRIMENTO
Autoria de Rogaciano Ferreira Lopes e Francisco Coelho Neto

01 E tem um irmão também


Que mora em sua ribeira.
Peço a Deus inspiração
Para escrever uma história 06
Falando na personagem Por Francisco Xavier
De um garoto que tem Esse menino é chamado
O espírito de um selvagem Por nome de Sardanha
02 O mesmo é apelidado
Esse garoto que vive
O nosso mundo é composto
Maltrapilho e maltratado.
De gozos e sofrimentos
De tristezas e de maldades 07
De mágoas e padecimentos O pobre desse menino
São uns gozando na vida Que teve uma triste sorte
E outros passando tormentos. Arrisca sua própria vida
03 Desafiando a morte
Vive sem lar e sem carinho
Vamos falar de um garoto
Sem ter ninguém que o conforte..
Sardanha é o nome seu
Essa infeliz criatura 08
Que para sofrer nasceu Passa o dia pelo mato
E vive cumprindo a sina Depois que a noite vem
Que a natureza lhe deu. Aonde chega ele dorme
04 Medo de bicho não tem
Sua cama é o barro duro
Sítio Tabuleiro é
Para ele tudo está bem.
A sua localidade
Perto de Jaguaruana 09
É essa a sua cidade Só tem sossego um instante
Esse garoto que conta Na hora que está dormindo
Seus quinze anos de idade. Mas quando se acorda
05 É logo de casa saindo
Como se um espírito mau
Maria Barbosa da silva
O vivesse perseguindo.
É sua mãe verdadeira
Filho de pai falecido 10
De nome Chico Limeira É difícil ele ir a casa

125
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Só vive mais no deserto Se sua mãe lhe reclama


Pega qualquer animal Ele diz que vai matá-la.
Por mais que seja esperto 17
O seu jeito é de quem
Não tem o Juízo certo. Pois esse garoto é
Um pobre débil mental
11 Que vive vagando à toa
Cassaco, cobra e preá. Igualmente um animal
Ele pega e come cru Só Deus é seu protetor
Rasga com os seus próprios dentes Para defendê-lo do mal.
Imitando o urubu 18
Só anda com um calçãozinho
E o resto do corpo é nu. Assim vive esse menino
Sem rumo e sem paradeiro
12 Sobre os reversos da sina
Só pode acreditar bem Esse pobre aventureiro
Quem pode ver e ouvir Coitado! Passando fome
Cobra coral e cascavel E bebendo água em barreiro.
É só para se divertir 19
Uma jararaca viva
Já o viram engolir. Pois o pior maltrato
Já tem sofrido na vida
13 No mundo perambulando
Sardanha faz tudo isso Sem conforto e sem guarida
Não fala nem em Jesus Comendo fora de hora
Encontrando um animal morto Uma péssima comida.
Ele come os tapurus 20
Já pegou uma raposa
Num fechado de quandus. O sangue desse garoto
Já está todo envenenado
14 Muitas cobras venenosas
Parece que um gênio forte Ele já tem pegado
Que acompanha esse menino Cobra morde e não ofende
Todo bicho lhe oferece Como se fosse curado.
Por mais que seja ferino 21
Mesmo ele sendo brabo
Vendo o tal fica mofino. Só anda com os pés descalços
Pisando em cima de espinho
15 Sem temer qualquer perigo
A sua mãe, coitada! Dorme no mato sozinho
Vive cheia de desgosto Assim vai vivendo a vida
Ele sai de madrugada Esse pobre garotinho.
Só vem chegar ao sol posto 22
Diz ele: quem me manda
É só espírito e encosto. Deus nos deu inspirações
Ideal e pensamento
16 Que narramos essa história
Quando ele vem em casa Com todo acontecimento
Vira pote e vira mala De uma figura estranha
Rebola seu alimento A qual se chama Sardanha
Tem vez de voltar da sala A vítima do sofrimento.
126
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Francisco Coelho Neto
Comemoramos o grande evento dos quinhentos anos do Brasil o descobrimento

01 05
Há nove de março Nicolau coelho
Do ano mil e quinhentos Da frota era o capitão
Foram esses grandes momentos E o físico mestre João
De sacrifício e de glória De bastante confiança
Do Estado de Portugal Bartolomeu Dias
Vieram esses marinheiros O grande navegador
Foram eles os pioneiros O mesmo descobridor.
Das páginas de nossa história. Do cabo da boa esperança.
02 06
Foi Do rio Tejo No dia 21 de abril
Que a comitiva partiu Eles viram aves voando
Para nossa terra sagrada Plantas marinhas flutuando
Do mar vencendo as procelas De terra dando um sinal
Mil e quinhentas pessoas Para os marinheiros
Vieram nessa armada Houve uma grande alegria
A frota era formada Supondo que terra havia
Por três naus e dez caravelas. Bem próximo daquele local.
03 07
Frei Henrique soares No dia vinte e dois
Como celebrante vinha De abril foi avistado
Pero Vaz de Caminha Um morro bem elevado
Da frota era escrivão No litoral da Bahia
O comandante era Por ser a época da Páscoa
Pedro Álvares Cabral Pedro Álvares Cabral
Vindo de Portugal Chamou-o de Monte Pascoal
Descobriu nossa nação. E o nosso Brasil descobriu.
04 08
Umas das naus Quando no dia seguinte
Das outras se desgarrou A viagem continuou
Da frota se separou Na foz de um rio ancorou
Jamais notícia foi dada A frota com a tripulação
Tomou rumo ignorado O navegador Nicolau Coelho
Como a história decide Desceu com os dois marinheiros
Por Vasco de Ataíde Foram pacíficos e ordeiros
A mesma era comandada. Com os índios da região.

TRISTE MORTE DE RAIMUNDA MARIA DE JESUS


Francisco Coelho Neto

01 Oh! Musa santa divina

127
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Inspirai meu pensamento Pegando a jovem e matou.


Para que eu possa versar 07
Um trágico acontecimento
Que entristeceu todos os lares No choque o seu namorado
Deixou seus familiares Caiu no chão abatido
Repleto de sentimento Depois que se levantou
Do chão quase sem sentido
02 Abrindo a porta, entrou.
Há dez de maio de mil Quando para janela olhou
Novecentos e sessenta Foi vendo o acontecido.
Que se deu no Perereca 08
Essa morte violenta
Morrendo instantaneamente Exclamou: Valha meu deus!
Mãe, irmão tio e parente. Vendo sua namorada
O fato triste lamenta. Já pelo corisco morta
Na janela desmaiada
03 Sem ter a quem pedir rogo
Bem tranquila e satisfeita Correu e apagou o fogo
Vivia em sua guarida Que já estava incendiada.
Só pensando no futuro 09
Junto a sua mãe querida
Sem saber de sua sorte Depois que apagou o fogo
Sem pensar que a negra morte Deito-a sobre o chão
Já vinha roubar-lhe a vida. Aos irmãos foi avisado
Todo cheio de aflição
04 Contou como tinha sido
Estava somente ela Que a irmã tinha morrido
Sua mãe e o namorado Na pior situação.
Quando o fato aconteceu 10
Deixando tudo abalado
Causando um grande horror Foi essa a maior surpresa
Por um caso que deixou Para toda a sua irmandade
O povo impressionado. Quando soube da notícia
Dessa triste novidade
05 Que demais entristeceu
Na noite do dia dez Para sua casa correu
Assim que findou o dia Com muita contrariedade.
Formou-se uma grande chuva 11
Trouxe bastante alegria
Todo povo se animava Logo foi avisado
Mas nada disso pensava O povo com brevidade
Que à noite era de agonia. Daquele caso ocorrido
Naquela localidade
06 Que as pessoas lamentaram
Mais ou menos às seis e meia E todos tristes ficaram
Da noite a chuva chegou Na maior calamidade.
E já próximo a terminar 12
O relâmpago clareou
Causando um grande desmaio Ali todo pessoal
Das nuvens desceu um raio Fez uma reunião
Para visitar o cadáver
128
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Lá na sua habitação A minha última benção


Todos no caso pensando Abençoe minhas sobrinhas
E os seus irmãos chorando As quais eu tinha estimação
Sem haver consolação. E aos queridos afilhados
E aos sobrinhos estimados
13
Que eu amava de coração.
No outro dia às dez horas
17
A jovem foi sepultada
E depois daquele dia Adeus Ana, adeus Nunum
A casa ficou fechada Adeus compadre Chiquinho
Hoje aquela habitação Adeus Indé, adeus Antônio.
Numa maior solidão Adeus Dedé e Nelzinho
Vive ela abandonada. Adeus Carrinho meu irmão
Adotivo de estimação
14
A quem tinha tanto carinho.
Essa jovem completava
18
Trinta e cinco anos de idade
No dia que se sepultou Meu padrinho e minha madrinha
Mas teve a necessidade Abençoe sua afilhada
De dar seu último adeus A bênção a todos meus tios
Para ir viver com Deus E a minha mãe adorada
Na divina eternidade. Já que chegou minha hora
Dê-me adeus que vou embora
15
Para minha eterna morada.
Já que ela faleceu
19
Pela força elétrica atraída.
Sem mesmo poder falar Todos roguem ao soberano
Com a própria mãe querida Nosso pai celestial
E os familiares dela Para que eu me apresente
Aqui vou fazer por ela No divino tribunal
Sua última despedida. Do grande deus de Abraão
Para pedir a salvação
16
E até o dia final.
Mamãe querida me bote

DEFENDENDO A NATUREZA
Francisco Coelho Neto

01 Onde era mata virgem


Está sendo derrubada
Nas belezas naturais
E o futuro o que será
Eu fiz uma observação
A mãe natureza está
Notei que está em perigo
Contra o homem revoltada.
De uma desolação
O ar cheio de impureza 03
E uma parte da natureza Vamos preservar as matas
Numa fase de extinção O mar, o rio, o lago, e a serra.
02 A natureza nos pede
Paz, amor, e não guerra.
Nossa floresta Amazônica
Se o homem não se unir
Está sendo devastada
Breve irá se destruir
129
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O nosso planeta terra. Está praticando um crime


Contra essa humanidade
04
E não amar o país
Jogar dejetos nos rios Esse é mais um infeliz
Só causa poluição Vítima da sociedade.
As águas se contaminam
09
E vem uma proliferação
A terra fica poluída A natureza reage
Ficará comprometida Por ver destruída a flora
Essa nossa geração. Toda passarada foge
Voando de mundo afora
05
Muitas espécies de animais
Quanto mais os homens estudam Sem seus habitats mais
Mais fazem suas invenções Não têm jeito e vão embora.
Construindo armamentos
10
De maiores proporções
São esses os grandes perigos Não mate um enxame de abelhas
Esses são os inimigos Se não houver precisão
Dos destinos das nações. Pois ela fabrica o mel
De grande utilização
06
Trabalhando toda hora
São muitos produtos químicos Tira o produto da flora
Sobre estes solos jogados Para dar de graça à nação.
Pois todos sabem que ficam
11
Os campos envenenados
O uso dos inseticidas Pense um pouco, olhe a grandeza
Destruindo muitas vidas Feita pelo o grande criador
Mas os homens são errados. O céu, a terra e todos os seres
Faz tudo com muito amor
07
E o homem atrás da riqueza
Deixem os pássaros voarem Das coisas da natureza
Pelo espaço livremente Tornou-se um destruidor.
Não prendam, também não matem.
12
São seres vivos como a gente
São elas as aves do céu Enquanto não houver no mundo
Sendo presos como réu A paz e a compreensão
Sem ofender um vivente. E os homens não se entenderem
Viverem em desunião
08
Só a fome, a peste e a guerra.
Se derribar uma árvore Reinarão por toda terra
Sem haver necessidade Causando a destruição.

SIMBOLIZANDO A DEFEZA DA NAUREZA


LINDA SEREIA
Francisco Coelho Neto
Ó linda sereia! Vens me abraçar. Meu único desejo. É só de te amar.

01 Onde eu encontrei
Amor e ternura
Ó linda sereia!
Mesmo eu nunca vi
Uma linda criatura
Tanta formosura.
130
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

02 Do poder divino.
Nascestes para ser 08
A rainha da beleza Tua fisionomia
Tu és uma estrela Retrata uma imagem
De quinta grandeza Parece Iracema
Tens que agradecer A índia selvagem
A mãe natureza. Quem é que não presta
03 A você uma homenagem.
Teus olhos atraentes 09
E teu meigo olhar Essa tua voz
Os teus pés pequeninos É mais sedutora
E o teu jeito de andar Estando cantando
São esses os motivos És encantadora
Que faz eu te amar. Que te considero.
04 Uma ótima cantora.
O teu corpo tem 10
Da rosa o perfume Tuas pernas lindas
Linda borboleta Teu lindo bumbum
Voando no cume Teu nariz bem feito
Que até as flores Eu acho incomum
De você tem ciúme. Não vejo em teu corpo
05 Defeito nenhum.
Tuas mãos pequeninas 11
São mais elegantes Você estando repousando
Teus seios morenos Mesmo seminua
Lindos e palpitantes És tão fascinante
Que os comparo Linda como a lua
Com dois diamantes. Nem o tempo destrói
06 A beleza tua.
Teus lábios corados 12
Teu sorriso lindo Eu já falei tudo
Teus cabelos longos Sobre o corpo teu
Nos ombros caindo Dá-me o teu amor
Para mim, és mais bela. Que a ti, dou o meu.
Quando estiveres dormindo. E ninguém te ama
07 Mais do que eu.
Tua boca pequena 13
Teu corpo é bem fino Você é meu drama
A tua criatura Ninguém te ama
Parece um violino Mais do que eu.
Tudo foi capricho

A FEIURA DO CURURU

131
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Cesanildo Lima

01 04
Não conheço bicho pobre Cururu bota quebranto
Como o pobre cururu Muito usado no despacho
Nasce nu e morre nu Mas não existe outro macho
Com nada o pobre se cobre Para ser macho do seu tanto
É pobre que se descobre Sai tripa por todo canto
Não tem nada de bonito Debaixo do carro cai
Nasceu para ser esquisito E no sangue se esvai
Não tem rabo, não tem pelo. A sorte do bicho é pouca
Não tem um sinal de cabelo Bota o que tem pela boca
Com que espante um mosquito. Mas lá por trás não sai.
02 05
É chato como uma telha Cururu não anda nada
Malfeito do corpo grosso Não dorme, não é valente.
Tem corpo e não tem pescoço Só sabe pular pra frente
Tem cabeça sem orelha Não sabe mudar passada
Tem olho sem sobrancelha Sua vida é arriscada
Usado no catimbó Morre na linha do trem
Além de ele ser bicó Não tem valor de um vintém
É besta que come brasa Apanha e não se maldiz
Quando entra numa casa O pobre do infeliz
Apanha de fazer dó. Nunca brigou com ninguém.
03 06
Nunca vestiu o mucumbu Pobre cururu do rio
Também ninguém lhe recebe Poeta velho moderno
Dá leite, mas ninguém bebe. Conhece quando o inverno
Nem cozinhado e nem cru Vai alagar o baixio
O pobre do cururu Depois que faz o estio
Não pode arredar um passo Sai comendo tanajura
Começa logo um fracasso Sem pescoço e sem cintura
Da sua sorte mesquinha Malfeito e mal-encarado
Se entrar numa cozinha Já nasceu predestinado
Leva sal no espinhaço. Para ser o rei da feiura.

VAQUEJADA “O DIABO LOURO”


Cesanildo Lima

01 Contava que o vaqueiro


Não tinha religião
Meu avô conta muita
Nunca se benzeu na vida
História pelo terreiro
Só chamava pelo cão
Aonde contava uma
Não acreditava em Deus
Que aconteceu com um vaqueiro
Nem gostava de oração.
Da fazenda leite e queijo
De um coronel fazendeiro. 03
02 Apareceu no sertão

132
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Um boi mandingueiro Vou derrubar o garrote


Cansando todo cavalo E ganhar a moça pra mim.
Batendo em todo vaqueiro 10
Para o lado que o sol morria
Corria o boi feiticeiro. O coronel disse assim
Pois de cada um eu preciso
04 Que sendo assim voluntário
De dezembro pra janeiro Para não haver prejuízo
Estava fechada a rama O que houver pelo mato
O coronel fazendeiro Não me responsabilizo.
Convocou a vaqueirama 11
Para derrubar o feiticeiro
E acabar com sua fama. O coronel fez um riso
Para o chamador pelo cão
05 Moço, como é seu nome?
Quem acompanhava o drama Chamo-me Sebastião
Por acaso sendo solteiro Conhecido por diabo louro
Rapaz de boa aparência Nas pegas de barbatão.
Embora fosse vaqueiro 12
Tinha direito a se casar
Com a filha do fazendeiro. O coronel deu-lhe a mão
E começou a ordenar
06 À noite tem confissão
O outro prêmio em dinheiro Venha para se confessar
Para qualquer cidadão E amanhã bem cedinho
Preto, branco, rico ou pobre. Venha para comungar.
Que fosse casado ou não 13
Tinha um cavalo arreado
Perneira, chapéu e gibão. O moço quis refugar
O coronel disse não!
07 Só terá parte na festa
O chamador pelo cão Quem aceitar a confissão
Era solteiro e famoso Não aceitando está fora
Tinha vinte e quaro anos Nessa nossa diversão.
Era forte e corajoso 14
Só gostava de lutar
Com gado bravo e teimoso. Terminaram a confissão
Às oito horas do dia
08 O diabo louro aboiava
Era muito rico e caprichoso No curral da vacaria
Comprava e pagava bem A bezerrada berrava
Honesto e trabalhador E a moçarada sorria.
Nada devia a ninguém 15
Não era lá muito rico
Mas tinha gado também. Chegando Rosa Maria
Foi lhe pedindo o gibão
09 Fez que botava uma fita
Disse muito bem Colocou uma oração
Não sou vaqueiro ruim Para lhe dar força e coragem
Correndo na frente eu derrubo Na pega do barbatão.
Pisando no chão eu dou fim
133
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

16 Cobrindo o farol do dia


O touro torna a correr
O coronel disse não
Para o lado que o sol morria
Para o pé daquela serra
Procurando serra negra
Cuidado que quando o touro
Onde ele se escondia.
Vendo vaqueiro, ele se emperra.
Sacode a ponta no chão 23
Enchendo o lombo de terra. Veloz como a ventania
17 Lá atrás o diabo louro
De vez em quando passava
O homem forte não berra
A mão na cauda do touro
Coronel me compreenda
O cavalo dava dentada
Não é a primeira vez
De arrancar tampo de couro.
Que vem entrar em contenda
Sem pegar o seu garrote 24
Não voltarei mais na fazenda. Atrás voava um besouro
18 Preto da cor de carvão
Quando o touro fracassava
Numa carreira tremenda
Ele injetava o ferrão
O gado se espantou
Onde estava encantado
Veloz como pensamento
Toda pintura do cão.
O mandingueiro passou
E o diabo louro gritando 25
Quem não vai, fica que eu vou. Pulava um grutilhão
19 Com dez braças de larguras
O cavalo pipocava
Adiante o touro dispensou
Os cascos nas terras duras
Num tronco de juazeiro
Voava lapa de pedra
Dando patada em cachorro
Com cem metros de altura.
Dando pontada em vaqueiro
E o diabo louro gritando 26
Fasta pra lá mandingueiro! Romperam uma embocadura
20 Correndo com desespero
Caíram num precipício
O boi pegou o vaqueiro
Touro, cavalo e vaqueiro.
Velho forte e afamado
Rolaram de terra abaixo
Já tinha quarenta anos
No maior despenhadeiro.
Que só lutava com gado
Deu-lhe uma pontada no peito 27
Que saiu do outro lado. O cavalo e o vaqueiro
21 Caíram num grutilhão
O touro caiu de banda
Tinha vaqueiro estragado
Num tremendo socavão
Gemendo por todo o canto
O diabo louro pegou
Outro gritando e dizendo
Antes que fizesse ação.
Nunca mais eu me levanto
Outro de perna quebrada 28
Gritando por todo santo. Botou a tamanca na mão
22 O chocalho e o macacão
Deu um ataque e caiu
A noite estendeu o manto
Adormeceu e sonhou
134
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Com o satanás perguntando Apareceu nessa hora


Por que você me chamou? Espantou o satanás
Assombração foi embora
29
Nisso o vaqueiro disposto
Disse o satanás, eu sou Já vinha arrependido embora
Quem mais tenho lhe ajudado
32
Nas carreiras perigosas
Eu sempre estou do seu lado Levantou-se e foi embora
Vou levá-lo para o inferno No clarão do novo dia
Para lutar com meu gado. Fazendo verso e cantando
Morrendo de alegria
30
Ser genro do coronel
Venha cá desparamentado E casar com Rosa Maria.
Jogue fora esse gibão
33
No bolso tem uma imagem
Uma tal de oração Foi a maior alegria
Onde tem cara de santo Que o vaqueiro aprontou
Eu nunca dei atenção. No pátio da moradia
O coronel ordenou
31
Que a vaqueirama aboiasse
A virgem da conceição Toda festa começou.

DECASSÍLABO
De autoria do poeta José Bosco Lima Freitas
Zé de Lima
No lugar onde foi meu nascimento

01 03
Visitando o lugar que eu nasci Vi um vulto passar pelo terreiro
Um lugar que morava tanta gente Eu chamei por mamãe e por papai
Nem se quer encontrei um só parente Esse vulto ligeiro logo vai
Meu passado já estava demolido Para o lado de um velho cajueiro
Eu fiquei bastante comovido Um perfume suave passageiro
Foi demais para mim o sofrimento Infiltrou no meu corpo grande alento
Só Deus pai é quem tem conhecimento Eu fitei minha vista ao firmamento
Das primeiras passadas que ali dei E pedi a Deus pai, capacidade.
Tive tanta saudade que chorei Para que não morresse de saudade
No lugar onde foi meu nascimento. No lugar onde foi meu nascimento.
02 04
Recordando meu tempo de criança Não existe mais aquele casarão
Vendo todos os caminhos que andei Que foi feito ali por meus avós
Em olhar o terreiro que brinquei Eu parei para ver se ouvia voz
Fiquei mantendo muita lembrança Que viesse me dar consolação
Só em Deus eu vou ter a esperança Aumentou mais ainda a comoção
Para poder acabar meu sofrimento Só passava ali um brando vento
Se um dia eu tiver merecimento Como quem vem me dar entendimento
De voltar tudo enquanto do passado Que o tempo deu, mas carregou.
E outra vez ficar bem colocado Nada mais para mim, ali restou.
No lugar onde foi meu nascimento. No lugar onde foi meu nascimento.

135
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

05 06
Eu olhei para o serrote pai José Nem o tempo comigo colabora
Onde eu apanhava algodão Só lembrança dos meus queridos pais
Colhi muito arroz, milho e feijão. Meus irmãos por ali não moram mais
Veja a onda do tempo como é Uns morreram, outros foram embora
Apanhei muito coco catolé Meu espírito tristonho hoje chora
Que para mim, servia de alimento. Ninguém sabe o tamanho do lamento
Não tem mais aquele aviamento Onde era o nosso aposento
Rodo de mão, forno e bolandeira. O local está triste e tão deserto
Tudo até foi levado na poeira Eu jurei nunca mais passar por perto
No lugar onde foi meu nascimento Do lugar onde foi meu nascimento.

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES


Tota Barbosa

01 O amor de mãe aos filhos


Sempre ele se estendeu
Mãe é só quem dá a vida
Mãe é o maior presente
Pessoa que tem coragem
Que Jesus a ofereceu.
Seja tempo de inverno
Verão ou mesmo estiagem 06
Por isso a todas as mães A mãe cuida do seu filho
Quero prestar homenagem. Desde a sua geração
02 Amamenta e dá sustento
Durante a criação
Tem as mães lá do sertão
Que a mãe tem pelo filho
E as mães de Fortaleza
Muito amor no coração.
Todas as mães são caprichosas
Cada qual tem mais belezas 07
Parece até as rosas A mãe é para o filho
Do jardim da natureza. A pessoa encantadora
03 De ver o filho criado
A mãe só olha para os filhos Ela é uma sonhadora
Sempre ela é do filho
Com a maior alegria
A primeira professora.
Zela fazendo carinho
Toda noite e todo dia 08
Parece a mãe de Jesus A mãe luta pelo filho
Que seu nome é Maria. E vive na caminhada
04 O filho deve fazer
Tudo para mãe adorada
Mãe é a felicidade
Que quem tem mãe tem tudo
E tem o maior amor
E quem não tem, não tem nada.
O amor de mãe é puro
Parece até uma flor 09
Do filho é a garantia Mãe é flor perfumada
É a dádiva do criador. Do jardim da esperança
05 Ela faz tudo para o filho
E tem a perseverança
Ser mãe é ser servidora
Eu faço homenagem às mães
Que protege o filho seu
136
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Com a maior segurança. Eu tirei essa mensagem


Escrevi com mais de mil.
10
E ofereço esse poema
Fazer homenagem às mães A todas as mães do Brasil.
Há tempo que eu queria
12
Por isso escrevo assim
Com a maior alegria Mãe é joia primorosa
E ofereço um buquê Do jardim da natureza
De rosas da poesia. Compondo essa poesia
Eu digo com toda firmeza
11
Quem tem sua mãezinha.
Do livro da poesia Possui a maior riqueza.
E do céu cor de anil

MEU VELHO PAI, MEU AMIGO!


Cesanildo Araújo Lima

01 E ouvindo os seus conselhos


Por isso é que sou feliz.
Meu velho pai, meu amigo!
Tu deste um duro pesado 04
Para não me faltar abrigo Nunca confiei em nada
O pão, a roupa e o calçado. Só em meu pai e mais ninguém
Afinal me deste tudo Sua boca abençoada
Remédio, colégio e estudo. Só me explicou o bem
Por isso, sou o que sou. Tu foste meu companheiro
Para falar mais a verdade Velho amigo verdadeiro
Tua torça de vontade Na hora da precisão
Fez-me chegar onde estou. Por isso é que sempre digo
02 Meu velho pai, meu amigo.
Minha alma meu coração.
Os filhos da minha terra
Conheço deles sem nada 05
Vivendo no pé da serra Vejo as rugas do meu rosto
Trabalhando na quebrada Falando a pura verdade
Pobre, cego, moço e mudo. Foram dias de desgosto
Sem ter a luz do estudo E perca de uma mocidade
Já eu fui mais diferente Para sustentar a família
Nunca sofri um segundo De casa, roupa e mobília.
Vi as estradas do mundo Que pai bom só faz assim
Abertas na minha frente. És puro como o Evangelho
03 Meu pai, meu amigo velho.
Fez o que pode por mim.
Além dos carinhos
Que recebi do meu pai 06
Ele me ensinou os caminhos Fizeram planos e planos
Por aonde o meu filho vai Com teus pensamentos francos
Minha vida veio dele Não só pelos teus anos
Eu venho devendo a ele Esses teus cabelos brancos
Toda carreira que fiz Sua cabeleira trás
Olhando para seus espelhos Mil centenas de sinais
137
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Do homem trabalhador Meu pai, meu querido pai.


A idade te exilia Meu pai de meu coração.
Foi um bom pai de família 08
Honesto e trabalhador.
Do meu coração não sai
07 Nem eu esqueço um segundo
Meu pai amigo leal Não dou o valor do meu pai
Só me fala a verdade Por todo valor do mundo
Seu coração pontual No conforto da guarida
Nunca me fez falsidade No alimento da vida
Meu pai, nunca foi ruim Não ouço ninguém igual
Fez o que pôde por mim Por isso é que sempre digo
E tudo me deu na mão Meu velho pai meu amigo
Sua bondade não cai Meu companheiro leal.

A NATUREZA
Francisco Coelho Neto

01 Para compor sua bela melodia


Entoando sua perfeita poesia
Como é linda à natureza
Que só Deus sabe criar.
Que o homem se curva diante dela
Faz a flor abrir sem tocar nela 04
Ainda mais conter muita pureza No reino animal temos então
Ao colibri ela dá tanta beleza A aranha que é bastante inteligente
Faz das flores, abelha tirar o mel. Tece a teia com fio resistente
E a mestra dos mestres no painel De suas glândulas retira a fiação
Imitá-la não tem neste planeta Depois de pronta ficando em posição
Produzindo a mais linda borboleta Servindo como armadilha para pegar
Pinta tudo, sem tinta e sem papel. Qualquer um inseto que se chegar
02 Ela sente e sai à procura dele
Depois de picar, esse ou aquele.
A lagarta quando quer se transformar
Alimenta-se e retorna ao seu lugar.
Pendura-se num galho e muda de forma
No período de quinze dias se transforma 05
Em borboleta, e cria asa para voar. A saúva é bastante conhecida
Nessa fase já pode procriar Por formiga de roça no sertão
Esparramando suas larvas pelo chão É nociva e destrói plantação
Se agarrando na folha de algodão Corta a folha e carrega a sua lida
No feijão ou milho principalmente Cava o chão e deixa a terra revolvida
Voltando lagarta novamente Cada grupo exercendo uma função
Só a natureza faz isso, e outro não. Todo trabalho é feito em mutirão
03 Na construção de seu próprio formigueiro
Pelo mato fechado faz carreiro
A cigarra é um inseto interessante
Para nunca perder sua direção.
Que só canta na época de verão
Quando o ano é de seca no sertão 06
Ela fica cantando mais constante Todas as coisas que este planeta cria
Das dez horas do dia por diante Obedece a lei do criador
É nas horas que gosta de cantar Só um Deus de um poder superior
Só precisa suas asas para agitar Comandando toda essa engenharia
138
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

E a terra girando noite e dia Nasce, morre e vêm outras gerações.


Envolvida uma alta atmosfera No período das quatro estações
O celeiro onde a vida prolifera Verão, inverno, outono e primavera.

UM GUERREIRO CAMPESINO
Francisco Coelho Neto

01 Companheiros da luta campesina


Todos três vivendo na campina
O vaqueiro é o retrato mais perfeito
O cachorro, o cavalo e o vaqueiro.
Das caatingas do sertão nordestino
Começa a lutar desde menino 05
Só a vida do campo ele é sujeito O vaqueiro que cumpre o seu dever
Trabalho árduo, mas deixa satisfeito. Da fazenda ele é o veterinário
É toda feita de couro a sua veste Se por acaso o momento for necessário
Só precisa passar mesmo num teste Faz o parto para a vaca não morrer
Montar bem e ser muito destemido
Inicia a labuta ao amanhecer
Que até hoje o vaqueiro é conhecido Só termina depois que anoitece
A figura mais típica do nordeste. Se a novilha está prenha ele conhece
02 Todo ano, o gado ele vacina
E vaqueiro com essa disciplina
O cavalo tem sido o seu parceiro
Uma só rês na fazenda não adoece.
No dia a dia de sua profissão
Já nasceu com essa vocação 06
Pois já trouxe o dom de ser vaqueiro Vaquejada, forró e cantoria.
Viver junto do gado o dia inteiro E mulher que o vaqueiro gosta mais
É para ele a coisa mais preferida Ir para o campo cuidar dos animais
Enfrentando o agreste e o cerrado Olhar o gado no pátio todo dia
Aboiar, amansar burro e puxar gado. Não inveja o Dr. De engenharia
São os maiores prazeres de sua vida. Sua vida é viver topando touro
03 O cavalo para ele é o seu tesouro
Pelo traje de couro tem respeito
Vaqueiro acorda de madrugada
Luvas, botas, esporas e guarda-peito.
Por ser ele bastante pontual
Perneiras, gibão e chapéu de couro.
Tira o leite do gado no curral
Depois vai campear lá na chapada 07
Encarando essa luta tão pesada Homem simples nascido no sertão
Se tornando um herói popular Não está nas páginas de nossa história
Não dá crença nenhum tipo de azar Uma vida de sacrifício e glória
Porque esse é mesmo o seu trabalho Somente Deus lhe dando proteção
Conduzindo um chicote e um chocalho Correr no mato atrás de um barbatão
Uma máscara e uma corda de laçar. Era essa a sua maior aventura
04 Se o boi não cai, na perna ele segura.
Caem os dois rolando pelo chão
Tem profissão por demais conhecida
Só o vaqueiro faz isso e outro não
E a do vaqueiro que é muito perigosa
Parece até ser um ato de loucura.
Desafiando a mata espinhosa
Todo dia arriscando a própria vida 08
Touro brabo jamais o intimida A profissão desse homem é muito dura
Pode ser o mais valente mandingueiro Mas o mal da vida não o espanta
O alazão, e um cachorro perdigueiro. De madrugada depois que o galo canta
139
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Levanta-se da cama e se segura Tendo contato com ele toda hora


Toma o café e bota a faca na cintura O seu cavalo de campo, o gado e a flora
Iniciando o seu cotidiano Seus aliados da vida camponesa.
Cada dia ele faz um novo plano 10
Vai à procura, se uma rês desaparece
Um vaqueiro desse tipo ele merece No final de dezembro para janeiro
Um troféu por recompensa todo ano. Começa o clima mudar na região
Houve-se logo o rimbombar do trovão
09 Mais um motivo de alegria para o vaqueiro
Quem não conhece bravura de vaqueiro Córregos e rios cheios em fevereiro
Chega mesmo a pensar que é um louco Nascem pastos abundantes sobre o chão
Luta muito na fazenda e ganha pouco À noite se escuta a cantiga do carão
Para agradar seu patrão fazendeiro Tudo enverdece do vale até a serra
O trabalho é pesado e rotineiro O gado urra, pássaros cantam, e bode berra.
Mas para ele essa faina é uma beleza Quando está de invernada no sertão.
Acostumado a lidar com a natureza

O PODER DA MATUREZA
Francisco Coelho Neto

01 Todo tempo em movimento


Sem sair de posição
O que mais admiro no sertão
São mistérios da natureza
E uma noite bastante enluarada
E nada de realeza
É ouvir a cantiga do carão
Se foi mesmo uma criação.
São os pássaros cantando na alvorada
Vê o sol no nascente despontando 04
Um exame de abelhas trabalhando Observe e pense bem
Obedecendo a uma ordem natural E saiba qual é o motivo
Um galo cantando no poleiro Tudo que este mundo tem
As cabras berrando no chiqueiro É um sistema evolutivo
E o gado urrando no curral. A terra se evoluindo
02 Sua forma adquirindo
Antes bastante aquecida
Olhe o céu numa noite escura
Com o tempo foi esfriando
Quando está bem estrelado
E a mesma aparecendo
Obra divina e pura
Os primeiros sinais de vida.
De um ser supremo sagrado
Que até hoje em nossos dias 05
Existem várias teorias O cruzeiro do Sul é o mais
Com pouca explicação Lindo das constelações
A bíblia diz que é verdade Suas estrelas naturais
Está na sua sinceridade Todas em suas posições
Com a divina explicação. Maravilha Universal
03 Na parte meridional
Do nosso céu brasileiro
Será que é verdade então
Ao norte a arca de Noé
Que o Universo foi projetado
Para saber que tudo é
Ou mesmo uma evolução
O poder de um Deus verdadeiro.
Como tudo foi criado
Este imenso firmamento 06

140
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Contemple o infinito Mercúrio, Vênus e terra.


Nas noites de escuridão Que próximo do sol estão
O cenário mais bonito Marte como o Deus da guerra
Que causa admiração Júpiter, netuno e plutão.
Meteoros nos céus riscando Tem mais Saturno e Urano
As estrelas cintilando Todos regentes do ano
Não se vendo outra coisa igual Tendo o sol por comandante
Mas todo esse sistema Que um só momento não erra
Continua um dilema Somente o planeta terra
A sua forma original. Para nós é o mais importante.
07 09
O compasso representa Ao redor dos planetas estão
José o carpinteiro Os satélites que são trinta e um
O qual foi sua ferramenta Mercúrio, Vênus e Plutão.
Desse santo padroeiro Esses três não tem nenhum
Há sete estrelas cintilando Júpiter, satélite têm doze.
Que onze e meia se avista bem Netuno dois é quatorze
Visível ela permanece Saturno, nove ele tem.
No firmamento piscando Urano tem cinco, dois em Marte.
Quando maio vem chegando Cada um faz sua parte
Logo ele desaparece. A terra um satélite também.
08

OS PRIMITIVOS BRASILEIROS
Francisco Coelho Neto

01 E dos centros sociais.


Os índios foram os primeiros 03
Habitantes de nossa terra Os troncos das árvores serviam
Habilidosos guerreiros Para as suas construções
Seja na paz e na guerra Por ocas se conheciam
Bravos no campo de luta Suas simples habitações
Enfrentando qualquer disputa Como as flores dos palmeirais
Para defender sua raça Cobriam as mesmas e ainda mais
Vivendo em sociedades No meio uma praça central
Nas suas comunidades Conhecida como ocara
Viviam da pesca e da caça. Em volta uma caiçara
02 Em defesa do local.
Suas cabanas eram feitas 04
Bem próximas às margens dos rios A caça, a pesca e as coletas.
Nas áreas menos sujeitas As quais praticavam mais
De vencer os desafios Em todas essas suas metas
Terras férteis e águas abundantes Eram profissionais
São eles os representantes As armas os mesmos fabricavam
Desses meios naturais Com os arcos eles atiravam
Na maior liberdade As suas setas mortais
Longe da sociedade Defendendo seus abrigos

141
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Lutando com os inimigos 09


Ou mesmos outros animais. Para suas navegações
05 Faziam canoa e jangadas
As mais simples embarcações
Suas armas artesanais
Também por igaras chamadas
O tacape, a flecha e a lança.
De toras de madeiras escavadas
No combate com os rivais
As mesmas eram preparadas
Nos quais tinham confiança
Tudo feito manual
A zarabatana também
Eram os seus únicos transportes
Todos manejavam bem
Nas quais praticavam esportes
Como grandes atiradores
Naquele início natural
Viviam mais guerreando
Com outras tribos disputando 10
Com os africanos invasores. Viviam nus, e pintavam
06 Seus corpos por tradições
Nas horas que trabalhavam
Faziam facas e machados
Ou mesmo em suas diversões
Seus utensílios caseiros
Todos os grupos faziam parte
Da pedra eram fabricados
Lutando com muita arte
Embora um pouco grosseiros
Com a cerâmica e outras mais
Algumas tribos conheciam
E a fabricação de teares
A tecelagem sabia
Braceletes, brinco e colares.
A técnica da fiação
Seus adornos principais.
Teciam depois de urdir
Tangas e redes de dormir 11
Com fibras de algodão. O cacique ou morubixaba
07 Esse era o mais poderoso
O pajé ou líder da taba
Na prática da agricultura
O chefe religioso
Os índios, as matas derrubam
Pela tribo respeitada
Para o cultivo da cultura
Vivia sempre isolado
Encoivaravam e queimavam
Do povo de sua aldeia
As índias agricultoras
Solitário e meditando
Trabalhavam nas lavouras
E a tribo comemorando
E dos seus curumins cuidava
Na noite de lua cheia.
Enquanto uns estavam caçando
Os mais bravios guerreando 12
E os outros nos rios pescavam. Do caju, o milho e aipim.
08 Na taba era fabricado
Bebida como cauim
Tambores ou guararás
Em toda aldeia utilizado
Os índios os utilizavam
Com seu sabor natural
Chocalhos ou maracás
Bebida tradicional
Sobre os seus ritmos dançavam
Dos indígenas brasileiros
A flauta um dos instrumentos
Não falaria jamais
Necessários em seus eventos
Nas noites de festivais
Nas suas comunidades
De danças nos seus terreiros.
Dessas tribos valorosas
Em festas religiosas 13
Ou outras festividades. Os primeiros descobridores

142
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Do Brasil foram os silvícolas Os caraíbas e os nuaruaques


Os mesmos povoadores Na Amazônia viviam
Criando sistemas agrícolas As tribos de mais destaques
Caçadores e coletores Nas artes prevaleciam
Os primeiros plantadores Eram eles grandes artistas
Inventores da agricultura Nos trabalhos ceramistas
Além de bravos guerreiros Demonstravam os seus talentos
São eles os pioneiros De suas imaginações
Desse tipo de agricultura. Com muitas perfeições
E grandes conhecimentos.
14
16
Os tupis e guaranis ocupavam
A parte do litoral Do africano e do europeu
E outras tribos habitavam E do índio da região
Mesmo no Brasil Central Foi ai que aconteceu
Os grupos eram divididos Uma miscigenação
Sendo os mais conhecidos Isso quer dizer misturas
Tupiniquins e potiguás De raças e suas culturas
Aos seus grupos eram fiéis Portanto dessa maneira
Carijós e caetés Então houve uma união
Tamoio e tupinambás. Resultando na formação
De nossa nação brasileira.
15

OS ESCRAVOS
Francisco Coelho Neto

01 Quando o capataz, todos recolhiam.


Por qualquer motivo os chicoteavam.
No século dezesseis a nossa nação
Foi vítima de uma grande violência 04
O branco europeu sem ter consciência Como naquele tempo os negros sofriam
Implantou no Brasil uma escravidão Sendo desterrados da terra natal
Tirando do negro a sua liberdade Trabalhar como escravos o único ideal
Daí começava a sua infidelidade Uma longa viagem eles não resistiam
De mágoa, tristeza e oposição. Pelo mau de banzo foram vitimados
02 Dos familiares eram separados
Quarenta por cento dos negros morriam.
Três séculos ou mais de luta e horror
Que os negros sofreram nos seus cativeiros 05
Trazidos da África nos navios negreiros No Brasil os escravos eram torturados
Vindo para o Recife, Rio e Salvador. Além do chicote o tronco, e o vira-mundo.
Vendidos nas feiras como animais Não parava o trabalho se quer um segundo
Para trabalhar nos canaviais E por uns feitores demais fiscalizados
Sobre o julgo de um infame feitor. Pelo um trambalho cruel desumano
03 Recebiam três pés, pau, pão e pano.
Se fugissem eram perseguidos e castigados.
Doze horas por dia os negros trabalhavam
No sol, na chuva de inverno e verão. 06
Sem ganhar salário, e enricando o patrão. A corrente, a máscara e a gargalheira.
Somente á noite eles descansavam As algemas, a peia e a palmatória.
Numa senzala imunda enquanto dormiam
143
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Tudo isso faz parte da história 12


Da escravidão em terra brasileira A treze de maio de mil e oitocentos
E o negro a ser negociado E oitenta e oito, o dia da liberdade.
Com a marca do dono era ferrado Do negro, e não da sua igualdade.
Com ferro quente aquecido na fogueira. Apenas livre de um julgo violento
07 Liberto somente de seu cativeiro
Deixando sem rumo e sem paradeiro
Os padres Jesuítas davam proteção
Fora da senzala, e jogado no relento.
Ao índio, e pregava sua liberdade.
No seu habitat longe da cidade 13
Todos eram contra a sua escravidão Os pobres cativos muitos trabalhavam
Somente o negro além de perseguido Uns na casa grande servindo ao patrão
Até o clérigo, era ele excluído. Nos canaviais e na mineração
Defendendo o índio, mas o negro não. Uma luta pesada todos enfrentavam
08 Sendo os responsáveis pela economia
Do Brasil colônia do seu dia a dia
Os negros eram vítimas de preconceitos
Gerando riqueza, mas nada ganhavam.
Ainda hoje em dia são discriminados.
Sendo pelos brancos em tudo superados 14
Sempre inferiores em todos seus direitos Com tantos maltrato, do físico ao moral.
A princesa Izabel acabou com a escravidão Os negros reagiram contra seus senhores
Assinando a lei áurea da libertação Fugindo para os matos, e matando os feitores.
Mas ainda têm muitos negros sujeitos. Formando o quilombo em outro local
09 Longe das senzalas dos seus inimigos
Não eram mais escravos, não tinham castigos.
Vinte de novembro é o dia nacional
Só paz, amor e um lar natural.
Da consciência negra no Brasil comemorado
Em homenagem ao líder consagrado 15
O Zumbir dos Palmares esse imortal João Alfredo, o Ministro imperial.
Nessa data, ele foi assassinado. Promoveu uma grande votação
Ao lado de um povo injustiçado Uma lei extinguindo a escravidão
Defendendo a igualdade racial. Isso em todo território nacional
10 Da princesa foi a sua assinatura
Terminando do negro amargura
Chegando da África muitos maltratados
Liberando os escravos em geral.
Da longa viajem cheias de aflição
Passaram uns dias em recuperação 16
Depois para as feiras os negros eram levados Castro Alves, o grande abolicionista.
Expostos ao comércio como mercadorias Dos escravos foi o maior defensor
Amarrados uns com os outros nas mercearias Incansável e demais batalhador
Assim eram as vidas dos escravizados. Nos seus poemas, escravo era otimista
11 Morreu novo aos vinte e quatro de idade
Sem ter visto do negro a liberdade
Quilombo dos Palmares foi o mais
Foi poeta dos escravos e um grande artista.
Importante da nossa nação
Possuindo uma organização 17
Cativeiros para os negros jamais Na campanha a favor da abolição
Lá os mesmos muitos produziam Destacaram-se Luiz Gama e Rui Barbosa
Todos livres plantavam e colhiam Castro Alves uma figura valorosa
O milho, o feijão e outros cereais. Até formaram uma confederação

144
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Abolicionista e com outros liberais De todos os males que já ocorreram


Discursando e anunciando em jornais Os negros lutaram e muitos morreram
Todos contra essa horrível humilhação. Foram grandes heróis, não ganharam taça
Disputando com os brancos suas igualdades
18
Mas nunca tiveram oportunidade
O nordeste era o ponto principal Dever, liberdade toda sua raça.
Onde negros eram desembarcados
20
Dos porões dos tumbeiros e condenados
Ao trabalho sujeito, árduo e braçal Para que tanta discriminação
Trazido à força dos seus ambientes Se nós todos nascemos iguais
Largando os seus pais e outros parentes Nossos índios são dons naturais
Deixando de uma vez sua terra natal. A cor não é nada, o que valem são as ações
Não tratem os negros com tanto maltrato
19
Se brancos, pretos, cafuzos e mulatos.
A escravidão foi a maior desgraça São filhos de Deus, e de todos os irmãos.

A PRAIA, O MAR, A JANGADA E O PESCADOR.


Francisco Coelho Neto

01 Desses tráfegos paralelos


Nessa frase popular
A jangada é conhecida
Dita por Dragão do mar
O símbolo do jangadeiro
Foi de Artur de Vasconcelos.
O seu ganha pão da vida
Desse homem aventureiro 04
A mais simples embarcação A nossa linda bandeira
De grande utilização Foi muito bem decidida
Por esse profissional Na praia uma palmeira
Que vive a vida arriscando No mar uma bela jangada
Ao próprio mar desafiando E um forte simbolizando
Numa pesca tradicional. Embaixo um pássaro voando
02 E a direita um farol
Do Mucuripe se ver
Foi da própria jangada
Do nascente ao amanhecer
Que o bravo dragão do mar
O mais lindo nascer do sol.
Vendo uma raça maltratada
Não pode se conformar 05
De ver do negro uma amargura Ceará terra das jangadas
Gritou com muita bravura Dos verdes mares bravios
Ninguém mais esquecerá Das praias ensolaradas
De hoje em diante jamais As quais merecem elogios
Escravos desembarcarão mais Redonda em Icapuí
No porto do Ceará. Majorlândia em Aracati
03 Canoa quebrada é uma beleza
E de todo esse sistema
Deu-se esse acontecimento
A linda praia de Iracema
Em mil e oitocentos e oitenta e um.
Cartão postal de Fortaleza.
Início de um movimento
De uma liberdade incomum 06
Trinta de agosto esse dia A zona litorânea é
Que acabava a tirania Onde vive o pescador
145
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Homem rude de muita fé Um transporte tangido à vela


No grande Deus criador O vento é o combustível dela
De manhã deixa o seu lar O mar é o seu grande aliado
Vai a pesca e enfrenta o mar O homem é o seu condutor
Em busca do alimento Além de mestre é pescador
O seu pão cotidiano No comando é respeitado.
Dia a dia, mês e ano. 11
Vive nesse movimento.
Fé humildade e bravura
07 Possui todo jangadeiro
Mar obra universal Uma vida de aventura
Fonte de vida abundante No mar seu eterno parceiro
De onde é extraído o sal Levanta-se de madrugada
De utilidade importante Prepara a sua jangada
Que a mão da natureza Os seus utensílios também
Fez essa imensa represa E para o mar faz partida
A maior das engenharias Sai com sua própria vida
Permanece nessa faixa E vivo não sabe se vem.
Maré alta e maré baixa 12
Enche e vasa todos os dias.
A jangada simplesmente
08 Três a quatro tripulantes
Praias de brancas areias O mestre é o mais experiente
Onde as chuvas se levantam De todos os ocupantes
Nos mares cantam as sereias Dirigi-la é a sua parte
Que os pescadores se encantam É veterano na arte
Em toda orla praiana Nessa árdua profissão
A brisa passa e abana O mar é a única trajetória
As praias dos coqueirais Descrevendo a sua história
Então passam a noite e dia Da luta e de tradição.
Na mais linda melodia 13
Dessas músicas naturais.
Quem vive da pescaria
09 No mar tem que ser disposto
Todo jangadeiro tem Tem hora de alegria
Uma coisa para contar E momento de desgosto
Que só ele entende bem Nessa luta permanece
Todo mistério do mar O próprio medo desconhece
Um dia eu vi uma sereia A profissão que ele tem
Do mar, sentada na areia. Por Deus é abençoada
Cantando canção de amor Pedro da Bíblia Sagrada
E depois desapareceu Era pescador também.
Tudo pode acontecer 14
Em história de pescador.
Mar é o maior manancial.
10 De todos que a terra tem
A jangada em toda história Fonte de água natural
Do Ceará está presente Que só Deus e mais ninguém
Não sairá da memória O grande autor da criação
De um povo heroico e valente Sabe a sua formação

146
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Mas, o homem só tem certeza Acredito que ele é


Baseado na sua fé Uma origem da natureza.

NÃO DESTRUA A NATUREZA


Francisco coelho Neto

01 Já vem há muito milênio


Liberando o oxigênio
Plante árvores todos os anos
À vida do reino animal.
Faça o reflorestamento
Inicie um movimento 05
Contra os homens desumanos A Amazônia é vital
Que causa os maiores danos Responsável por muita vida
Os recursos naturais Não pode ser destruída.
Mata Atlântica não tem mais Essa área territorial
O que resta é agonizando Patrimônio nacional
O motor serra acabando Não deixem que os estrangeiros
Os abrigos dos animais. Piratas e aventureiros
02 Conquistem essa região
Da nossa imensa nação
Se os governantes atuais
Orgulhos dos brasileiros.
Todos se conscientizarem
E unidos trabalharem 06
Pelas causas socais Joguem os lixos nos lixeiros
Que o corte dos vegetais Proteja o meio ambiente
A natureza protesta A terra agradece a gente
O povo se manifesta Dela nós somos os parceiros
Não há mais tempo para frente Voluntários e mensageiros
Para salvar o meio ambiente Dando uma lição positiva
E preservar toda floresta. Não ponha coisa nociva
03 Em cima dela jamais
A terra não tolera mais
E o que mais se detesta
Pois continua agressiva.
É o homem, o machado amolar.
Uma árvore derrubar 07
Essa é uma ação desonesta Trouxe uma iniciativa
A árvore é palco de festa O seu carro mude de óleo
De a passarada cantar Queime menos o petróleo
A natureza vai cobrar Se quiser ver a humanidade viva
Do mal que se faz a ela Tem muita alternativa
Plante outra no lugar dela É não queimar o matagal
Para ela lhe perdoar Preservar o litoral
04 Plantar árvore diariamente
Se não quiser futuramente
O gás carbônico no ar
Uma catástrofe mundial.
Pela árvore é retirado
Absorvido e transformado 08
Em seiva orgânica alimentar O homem é o animal
Sendo a energia solar Pior do planeta terra
Sua causa principal Polui o campo e forma guerra
Essa troca natural

147
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

E troca o bem pelo mal Isso em cada segundo


É o único racional Esse gás tóxico imundo
De língua escrita e falada Demais a terra esquentando
Mata o irmão com mão armada E o efeito estufa atuando
Essa é a triste realeza Em todas as nações do mundo.
Destrói a própria natureza 13
Que é a coisa de mais sagrada.
Os nossos solos eram fecundos
09 Mas devido os poluentes
A mata está sendo arrasada Os rios e seus afluentes
O IBAMA o que está fazendo Estão quase moribundos
A terra muito aquecendo Os rios já foram profundos
Sobre o efeito da queimada E hoje em deterioração
A floresta devastada Se não houver uma redução
Toda fauna indo embora Dos produtos tecnológicos
Árvore tomba toda hora Breves desastres ecológicos
Sobre o corte do machado Causarão destruição.
O homem é o maior culpado 14
Do que acontece agora.
Tem-se mesmo uma opção
10 Temos que escolher agora
Ave como a Sericora Preservando a fauna e flora
Urutau e seriema Córrego, açude e ribeirão.
Outras estão com problemas O mar essa imensidão
De extinção, e não demora De água a maior riqueza
O habitat o homem explora A terra que contém grandeza
Põe abaixo a vegetação Todos dependendo dela
Bota fogo e queima o chão Se não poluirmos ela
Matando todo vivente Agradece a natureza.
Aí vem futuramente 15
Uma desertificação.
Não destrua essa beleza
11 De todo esse ecossistema
Não haverá solução Poluição é um problema
Se o ser humano não mudar E nos atinge com certeza
Um pouco mais de pensar A terra tem impureza
Tendo mais educação Que outros planetas não têm.
A máxima compreensão Criando a vida também.
E não jogar tudo isso fora Berço da humanidade.
Ou então se ainda ignora Tendo Deus por divindade
Cairá tudo por terra Fonte da vida e do bem.
Em vez de paz, é a guerra. 16
E toda natureza chora.
O nosso planeta vem
12 Grande mudança ocorrendo.
O próprio homem colabora O clima comprometendo.
Com essa poluição Então se pergunta quem
Fabrica ônibus e caminhão É o homem e mais ninguém.
Poluindo toda hora O grande devastador
A situação piora Criminoso sem amor

148
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A natureza agredindo Essa obra do criador.


E continua poluindo

MEMÓRIAS DE JAGUARUANA: CHEIA DE 1.985


Professor Kamilo

01 A sua semente plantou


Mas veio a chuva violenta
No ano de oitenta e cinco
Toda a lavoura arrasou.
Escrevi sobre a enchente
Do nosso Rio Jaguaribe 07
Desabrigando essa gente A região do Cariri
Agora em dois mil e quatro Uma das mais afetadas
Volto escrever novamente. Estradas interrompidas
02 Lavouras todas acabadas
E muitas casas caíram
Dia quinze de janeiro
Várias cidades alagadas.
Quando as chuvas começaram
Vindas pela uma frente fria 08
E vinte dias se passaram De Brejo Santo a Tauá
Muitos açudes se romperam Crato, Arneiroz e Juazeiro.
E os rios transbordaram. Várzea Alegre e Iguatu
03 Barbalha, Aurora e Saboeira.
E outros mais foram vítimas
Mas outra vez as chuvas
Desse tremendo aguaceiro.
Causaram inundação
Dos Inhamuns ao Orós 09
De Brejo Santo ao Castanhão Fortaleza também teve
Fazendo os rios transbordarem As suas ruas alagadas
Causando destruição. Vários bairros inundados
04 Muitas casas derrubadas
Deixando as famílias pobres
Lavras da mangabeira
Famintas e desabrigadas.
Cidade mais castigada
Pelas águas do salgado 10
Foi quase toda banhada O sertão central também
Deixando a população Fortes chuvas ocorreram
Aflita e desabrigada. Açudes se arrombaram
05 Rios e riachos encheram
As populações ribeirinhas
No ano dois mil e quatro
Foram as que mais sofreram.
O que não acontecia
Aos cinco de fevereiro 11
As dez e quarenta do dia O Arrojado Lisboa
O Orós sangrava deixando Toda essa água barrando
O povo cheio de euforia. Abriram as suas comportas
06 Para ir monitorando
Para o rio Banabuiú
O povo do camponês
Pouco a pouco liberando.
Que bastante em Deus confiou
Depois que as chuvas chegaram 12

149
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O rio Acaraú Das cidades da região


Segundo maior do mundo Totalmente água potável
Lá pela região Norte Para aquela população.
Depois de ter transbordado 19
Inundou as casas deixando
O povo desalojado. Vinte e sete de fevereiro
Diante de tanta emoção
13 Autoridades presentes
Caririaçu e várzea Alegre Naquela ocasião
Farias Brito e Granjeiro Abriram as doze comportas
Municípios mais atingidos Do açude Castanhão.
Por causa desse aguaceiro 20
Pontes e estradas destruídas
E o povo sem paradeiro. Previsto para dois mil e seis
A sangria do Castanhão
14 Mas, um mês e meio de chuvas
Esse fenômeno climático Fortes em toda a região
Todo nordeste atingiu Chegou a 54% por cento
Foi tanta chuva em janeiro De sua totalização.
Que a muito tempo se viu 21
As maiores calamidades
O nordeste assistiu. As chuvas torrenciais
Que no Ceará assolaram
15 Os rios e seus afluentes
As águas invadiram várias De tanto cheios transbordaram
Cidades e povoados Antes mesmo de um mês
Destruindo rodovias Vários açudes sangraram.
Deixando os campos alagados 22
Foram grandes os prejuízos
Em todos esses estados. A maior sangria do Orós
Segundo a informação
16 Foi um mero e noventa e sete
A área de Jaguaruana De lâmina a sua vasão
Uma das privilegiadas Passando no sangradouro
Inundada parcialmente Descendo para o Castanhão.
E famílias desabrigadas 23
Por causa do Castanhão
As águas todas barradas.. O Ceará é assim
De muitas contradições
17 Têm anos que as chuvas causam
A região sertão central As maiores inundações
Devidos os transbordamentos E outros que a seca assola
Dos rios e das barragens Em todas essas regiões.
Causando os arrombamentos 24
Muita gente perdeu tudo
E viveram tristes momentos. Somente em mil e oitocentos
Noventa e quatro se deu
18 Um fenômeno como esse
Várzea Alegre ficou Que em 2004 ocorreu
Em péssima situação De janeiro a fevereiro
Totalmente isolada Muita chuva aconteceu.
150
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

25 29
Dia onze do mês de março Todos os homens da defesa
Foram abertas novamente Civis bastante lutaram
Seis comportas do Castanhão Socorrendo todas as vítimas
Para monitorar somente Que as enchentes causaram
Para o baixo Jaguaribe Por todas as áreas de risco
Livrar-se mais de uma enchente. Dias e noites trabalharam.
26 30
O repórter da Rádio Vale Cenas tristes comoventes
Todo dia procurava Viu-se na periferia
Saber notícias das águas Da capital Fortaleza
Com os outros se comunicavam Só desespero se via
Sobre os níveis dos açudes Mãe de família chorando
Aos habitantes informavam. Sem saber para aonde ia.
27 31
A TV Diário também Na região do Cariri
Informava ao pessoal Centro-Sul e Sertão Central
Com os seus repórteres fazendo Ao leste e norte do estado
Uma cobertura geral O aguaceiro foi geral
Mostrando na sua tela Choveu trezentos a quatrocentos
Mais um drama social. Por cento além do normal.
28 32
A TV Verdes-Mares Esse foi mais um trabalho
Faziam suas transmissões Contando a realidade
Através do canal dez Da cheia de dois mil e quatro
Filmando as inundações A maior fatalidade
Por cidade, bairro e favelas. Quase em todo Ceará
Ouvindo as reclamações. Uma grande calamidade.

DA INFÂNCIA À ADOLESCÊNCIA
Francisco Coelho Neto

01 No meu tempo de criança


Meus pais me davam assistência
A casa onde nasci
Tinha-se mais consciência
Não me sai do pensamento
Em tudo que se fazia
Foi o mais feliz momento
Ao pai se obedecia
Que a luz deste mundo a vi
E a mãe, demais, a respeitava.
Ali mesmo eu vivi
No lar bastante reinava
Parte da minha existência
A mais perfeita harmonia.
De criança à adolescência
Tempos que não voltam mais 03
Ao lado dos meus pais A família se reunia
Numa humilde residência. Às seis da noite rezava
02 O terço nunca faltava
Quase em toda moradia
Não havia violência
Não se vê mais hoje em dia
Somente a paz e a esperança
151
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Essa antiga tradição Todas as crianças são belas


Crença na religião Sejam ricas ou das favelas
Pouco a pouco se acabando Seus direitos são iguais.
A população trocando 08
A paz na desunião.
Crianças pobres sem os pais
04 Vivendo pedindo esmola
Não há quem esqueça não Viciadas em cheirar cola
A sua infância querida São esses os dados atuais
Os melhores dias de vida Muitos dão para marginais
Cheias de tanta emoção E outros nas prostituições
É igualmente um botão Não veem ouras soluções
De uma rosa desabrochando Seguem o caminho nefasto
É um sonho iniciando E tanto dinheiro gasto
Na estrada da existência Com os políticos das nações
Um começo de experiência 09
Que o tempo está lhe mostrando.
Quem não tem recordação
05 Do tempo do carrossel
Criança é para viver brincando De brincadeira de anel
Ir a escola todo dia Das batidas dos pilões
É uma boa companhia Das petecas e dos pinhões
Um bom professor ensinando Que a meninada brincava
Uma ótima educação dando Quando a lua clareava
Ter a máxima segurança A brincadeira era demais
Saúde e perseverança Esconde-esconde e outras mais
Cumprir todo o seu dever E assim a infância passava.
Que é para a criança ter 10
Um futuro de esperança.
A escola onde se estudava
06 Tinha mais comportamento
Todo adulto foi criança Existia o argumento
Mimada quando inocente Onde o aluno soletrava
O seu tempo de adolescente O professor o preguntava
Nunca mais sai da lembrança E o que tivesse mais memória
Uma única vez se alcança Contava toda vitória
Dos quinze aos vinte anos de idade Para o rude, o único jeito
No vigor da mocidade Não soletrando direito
A fase mais preferida Dava a mão à palmatória.
Só pensa em curtir a vida 11
Tudo é felicidade.
Ser criança é uma trajetória
07 Uma vida cheia de virtude
Dê mais prioridade Porque toda juventude
As crianças abandonadas Ela é sempre provisória
Seus lares são as calçadas Tem o momento de glória
Pelas ruas das cidades E outro de desilusão
Façam a elas caridade Infância é transformação
Com as obras sociais Carinho, amor e castidade
Não as tratem como animais Que passa e deixa saudade

152
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Só em um e outros não. E ainda mais além


Uma quadra para brincar
12
E o dever de estudar
Já constrói caminhão Esse é o seu itinerário
Mas tudo de brincadeira E o que é mais necessário
Atirar de baladeira Creche e merenda escolar.
Na época era uma diversão
15
Pés descalços sobre o chão
Andando na capoeira O conselho tutelar
Já fui criança faceira Da criança adolescente
Que tempo lindo e risonho Se não for tão competente
Tudo passou como um sonho Nada vai adiantar
Como a vida é passageira. Tanta criança a usar
E ser a droga dependente
13
O seu futuro finalmente
Criança não tem canseira Será uma calamidade
Só vive se movimentando Na nossa sociedade
Só com uma perna pulando Um mundo de delinquente.
De vez em quando uma carreira
16
Fala muito e diz asneira
Fraquinha muito também Uma dose é o suficiente
Não quer viver sem ninguém Para primeira experiência
Chora quando é ofendida Para levá-la à dependência
Toda ela é preferida A qualquer um adolescente
Ser tratada muito bem. Ou há uma reforma urgente
Da lei dando a extinção
14
A toda droga ou então
O direito que ela tem O tráfico toma o poder
É toda sua plenitude E a criança deixa de ser
O primeiro é ter saúde O futuro da nação.
Para viver a vida bem

DESCRIÇÃO DA NATUREZA – SEXTILHA


Francisco Coelho Neto

01 03
No sertão, o mais importante. Quando é na época do frio
É o dia quando vem raiando As aves de migração
Uma noite enluarada Viaja do polo Norte
É o trovão ribombando Voando em mutirão
O colibri beijando as flores Vem para América do Sul
O sol lindo despontando. Em busca de proteção.
02 04
É um açude sangrando Caburés e corujões
Descendo água no baixio Da noite eternos vigias
Duas casacas de couro O macaco é um grande atleta
No mais belo desafio Nas suas acrobacias
E um bando de garças famintas Morcego o semeador
Pegando peixe no rio. Em todas as periferias.

153
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

05 A mais linda melodia


Rói a rã, pula o caçote.
Nas florestas noite e dia
Late o cão, e o gato mia
Dar-se as piores ocorrências
O potro rincha, e o gado urra
Animais abatem outros
Canta o galo e o pinto pia
Com cenas de violências
É a cadeia alimentar 12
De suas sobrevivências. A terra que tudo cria
06 Só não pode está parada.
Seu combustível é o ar
Bilhões e bilhões de existências
Vive sempre carregada
Como a ciência revela
Sem direção, e sem piloto
A terra com essa idade
Mas girando em disparada.
E continuando bela
Ainda consumindo tudo 13
O que jogam por cima dela. Somente a mesma é habitada
07 Em todo sistema solar
Porque tem água abundante
Os gases que envolvem ela
É uma camada de ar
Faz continuar ativa
O único planeta que a vida
A corrente atmosférica
Pôde surgir e procriar.
Positiva e negativa
Faz existir no planeta 14
Toda essa matéria viva. O mais espetacular
08 É uma noite estrelada
A nossa linda galáxia
A muçurana inofensiva
Totalmente iluminada
Mas é muito poderosa
Pelo um grande criador
No combate com o rival
Esta obra foi projetada.
É bastante astuciosa
Na luta sai vencedora 15
Mata a cobra venenosa. Conforme a Bíblia Sagrada
09 Deus foi quem formou o mundo
Terra, mar, e firmamento.
A cascavel perigosa
A vida é o dom mais profundo
Quando está esfomeada
Planeta e estrela girando
Joga o bote e pega a presa
Sem ter erro um só segundo.
Ferindo-a com uma picada.
Torna-se mais uma vítima 16
Da morte sentenciada. O universo é oriundo
10 De uma grande explosão
Chamada de Big Bang
Quando é tempo de invernada
Segundo a afirmação
O sapo canta, e o cupim voa.
De cada cientista
O pavão exibe a cauda
Dando a sua opinião.
Para seduzir a pavoa
Pesca um socó solitário 17
Na beira de uma lagoa. Continua sem explicação
11 Esse enigma verdadeiro
Se foi o ovo, ou a galinha
O grilo cantando entoa
Quem foi que nasceu primeiro
154
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

A ciência não descobre 24


Dos dois qual é o pioneiro. Mas os pássaros a cada dia
18 Que se passa estão sumindo
Queimada e desmatamento
Ainda não se tem roteiro
Da mata contribuindo
Como a vida ocorreu
O homem é grande vilão
Há muitos mistérios na terra
Essas coisas destruindo.
E como o homem apareceu
E que matéria formou-se 25
E como tudo aconteceu. Animais estão fugindo
19 Com medo dos predadores
Deixando os seus habitats
A Bíblia diz que se deu
Indo para outros setores
Através de Eva e Adão
Os que ficam tornam-se vítimas
Formado do próprio barro
Das armas dos caçadores.
A obra de mais perfeição
De uma costela formou Eva 26
Dando início a geração. Os insetos são coletores
20 Da flor retiram a essência
Alimentam-se e poliniza
O homem e o macaco
A mesma dando assistência
Cada um é um grande artista
Guiados pelo instinto
O homem faz treinamento
Dado pela providência.
Para ser bom trapezista
O macaco é diferente 27
Já nasce malabarista. O homem estuda a ciência
21 Forma uma nave e faz subir
No espaço cosmo, e descer.
A aranha está na lista
Duvido ele construir
Dos insetos como arquiteta
Um caroço de feijão
A saúva é engenheira
Plantar, nascer e produzir.
Cava túnel e não projeta
A abelha é construtora 28
O cururu é o profeta. O mesmo pode conseguir
22 Todos os bens materiais
Na terra ser poderoso
O sabiá interpreta
Fazer obras sociais
Lindas notas musicais
Mas diante da natureza
É o uirapuru do nordeste
É pequenino demais.
Com suas músicas naturais
O grande rei do sertão 29
Desafiando os rivais. De todos os animais
23 O homem é o mais inteligente
O cérebro é um computador
Bem pouco se houve mais
Onde o subconsciente
Ao amanhecer do dia
Grava tudo o que ele pensa
O canto da passarada
E fala diariamente.
A mais bela sinfonia
Um concerto natural 30
Que só a natureza cria. O ser humano somente

155
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Nasce para ser amado E flor com tanto perfume


E jamais predestinado E outra sem nada de essência.
Tudo vem determinado 36
No próprio mapa da vida
O seu destino é traçado. Examine a consciência.
Veja como é encantadora
31 Esse mais lindo infinito
Nosso planeta é comparado A terra, o mar, a árvore e a flor.
A uma nave espacial Só sendo mesmo um poder
Girando ao redor do sol Divino e também superior.
Em sua obra natural 37
Dominado pela força
De um ser sobrenatural. O sol irradia o calor
Para a terra, e ela se aquece.
32 Evapora-se e forma nuvem
Quando e de qual material Condensa-se e em chuva desce
Nossa vida foi criada Sobe quente e desce frio
Será que veio do espaço Que a própria terra umedece.
Ou então da terra gerada 38
Ou do mar, mas até hoje
A resposta não foi dada. O médico estuda e conhece
O corpo humano é seu dever
33 Transplanta um coração
Terra, pátria abençoada Faz novamente o bater
Fonte principal da vida Difícil é fazer o homem
Dando o ar que respiramos Ficar velho e não morrer.
Lazer, água e comida 39
Dar tudo de graça ao homem
E por ele ainda é agredida. Ninguém paga sem dever
Não há caso sem solução
34 Nem princípio sem ter fim
A natureza é conhecida Nem pecado sem perdão
A mãe de todo vivente Tudo se pode entender
Criou o céu, a terra e o mar. O mistério da vida não.
Árvores, relva, e finalmente 40
Os animais e o ser humano
Ao mesmo deu de presente. Toda essa imensidão
Desse globo universal
35 Tudo isso foi criado
Só um poder onipotente Pela uma causa natural
De uma grande inteligência E todo vivente na terra
Bilhões de árvores na terra Tem o seu dia final.
Cada espécie uma aparência

OS VULTOS DA NOSSA HISTÓRIA


Francisco Coelho Neto

01 Escritor, orador e parlamentar


Foi ministro da justiça e jurista
José Martiniano de Alencar
Em 1829 ele nasceu
Conhecido como o maior romancista
Em Messejana, Ceará foi o local
156
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

O seu nome jamais é esquecido A Presidência da República.


Em 1877 no Rio é falecido 06
O maior polêmico da história nacional.
Antônio Bezerra de Menezes
02 Um dos homens muito intelectual
Gustavo Barroso era escritor Merecendo destaque muitas vezes
Jornalista poeta genial Estudando a ciência natural
Historiador, fundador e diretor. Foi poeta, jornalista e historiador
Do museu histórico nacional Do abolicionismo grande defensor
Presidente de uma grande academia Incansável na sua trajetória
Brasileira de letras a dirigir O seu nome ninguém o esquecerá
Ainda mais chegou a ser deputado O que mais escreveu foi sobre o Ceará
E vasta obra literária ele escreveu Engrandecendo muito a sua história.
O Ceará orgulha porque deu 07
Um filho ilustre bastante consagrado.
Guilherme Studart grande pesquisador
03 Da história cearense o seu estado
Antônio Tibúrcio Ferreira Da Academia de Letras o fundador
De Sousa, grande figura Por Barão de Studart era chamado
Um militar de carreira Do Instituto do Ceará, e da Associação.
Bravo de muita cultura Médico e Farmacêutico com sua fundação
O Brasil deve homenagem Sobre a história do Ceará muito escreveu
Pela sua coragem Geografia do Ceará, e um Dicionário.
O seu grande patriotismo Bibliográfico cearense do ideário
Com o Paraguai guerrilhando Todos falando da terra onde nasceu.
O adversário enfrentado 08
Mostrando o seu heroísmo.
Tomaz Pompeu de Souza Brasil
04 Um grande vulto e geógrafo
O bravo Antônio Ferreira No trabalho foi ele varonil
Sampaio grande General Historiador, Sociólogo e Etnógrafo
Da infantaria brasileira Antropólogo, e também Presidente
Do exército nacional Da Academia cearense de letras finalmente
Do qual ele foi Patrono Do Instituto do Ceará do qual pertence
Mas nunca deu abandono Seus livros pré-históricos do Ceará pastoril
Lutou quase a vida inteira No Ceará é o retrato do Brasil
No Paraguai teve glória História da proto-história cearense.
Foi herói e contou vitória 09
Defendeu nossa bandeira.
Carlos Studart Filho foi um indianista
05 Historiador geógrafo competente
Humberto de Alencar Foi mais um autêntico jornalista
Castelo Branco Marechal Do instituto do Ceará seu presidente
Chegando até ocupar E membro também da Academia
O mais alto cargo Federal Cearense de Let ainda escrevia
Fez parte da revolução Sobre os indígenas do Ceará os naturais
De trinta e um de março então E o regime das capitanias hereditárias
Defendendo a causa pública A bandeira de Pero Coelho nessas áreas
João Goulart foi demitido Os aborígenes no Ceará e outros mais.
E logo após tendo assumido 10

157
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Raimundo Girão historiográfico de conceito Romancista e profundo conhecedor


Advogado, jornalista e professor. Do Ceará, a sua terra natal
Ministro do Tribunal de contas e foi prefeito Jornalista e cronista de critério
De Fortaleza, sendo ele um bom pastor Escreveu versos e diversos fora do sério
Da Academia cearense de Letras o presidente Trovas do norte, e aves de arribação
O mesmo do Instituto do Ceará também Minha terra retratando a natureza
Sec. De urbanismo, de cultura e educação Descrevendo uma parte da beleza
Escreveu história econômica, e peq. história Da paisagem de nossa região.
Geografia estética com muita memória 15
E abolição no Ceará sobre a escravidão,
Farias Brito poeta e advogado
11 O maior Filósofo brasileiro
Padre Cícero Romão Batista Professor bastante respeitado
Grande influência e política social Da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro
Nasceu no Crato Ceará e foi populista E também do Colégio Militar
Eleito deputado da Câmara Federal Com muito método sabia lecionar
Do Ceará foi Vice-presidente Magistrado de grande vocação
Sendo expulso da igreja justamente Fazia versos sobre os abolicionistas
Mas seu povo jamais perdoará Teve uma vida de lutas e conquistas
Os fiéis têm como Santo e protetor Um dos homens mais culto da sua geração.
Foi o primeiro prefeito e fundador 16
De juazeiro do Norte Ceará.
Clovis Bevilaqua tornou-se um imortal
12 Através do código civil brasileiro
Juvenal Galeno era poeta Mestre do Direito de fama internacional
Brilhou muito com a sua poesia Filósofo, crítico, e jurista verdadeiro
Folclórica, pois foi a sua meta Fundador da Academia brasileira
Chegou ser Patrono da Academia De Letras, da qual sócio de uma maneira.
Cearense de Letras ele ocupou De todos os membros, o mais instruído.
O seu nome bastante o elevou Uma personagem muito importante
E a poesia o seu dom da natureza Era bom, compreensível e tolerante.
O poeta baixa à sepultura Como sábio, e santo na história conhecido.
Mas ficou sua casa de cultura 17
Patrimônio cultural de Fortaleza.
Dr. Moura Brasil com uma cultura
13 Cearense de fama Universal
Antônio Filgueiras Lima, grande nome Na medicina foi uma formatura
Um exímio poeta sonhador Reconhecido o seu nome mundial
Cearense ilustre de renome Foi mesmo também um cientista
No ensino foi grande educador Na sua época foi o maior oculista
Como membro também da Academia Se destacando com muita perfeição
Cearense de Letras, ele presidia No trabalho tinha vasta experiência
O Conselho Estadual de Educação A moral, a grandeza e a competência
Terra da luz, seu trabalho especial. Eram os méritos de sua profissão.
Jardim suspenso, ritmo essencial. 18
Escrevendo com muita inspiração.
João Capistrano de Abreu
14 O maior historiador brasileiro
Antônio Sales, poeta e fundador Ceará o estado onde nasceu
Da famosa Padaria Espiritual Esse filho mais nobre e verdadeiro

158
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Escreveu sobre o descobrimento Araripe, o herói da revolução


Do Brasil e o seu povoamento De 1817 veio participar
Caminhos antigos, e história colonial Do movimento da confederação
Os seus livros históricos representando Do Equador, aclamando o seu presidente
O Brasil ainda mais muito elevando Pela sua terra lutando heroicamente
Maranguape é o seu torrão natal. Demonstrando demais ser respeitado
Enfrentando a mais acirrada luta
19
Nenhum momento fugindo da disputa
Euclides Pintos Martins um brasileiro No campo de batalha foi assassinado.
Cearense, piloto e aviador.
22
De Nova Yorque ao Rio de Janeiro
Fez o voo pioneiro e foi merecedor Em 1608 como capitão
De grande honra da aviação nacional Pero coelho de Sousa em companhia
Elevando muito o seu torrão natal Do seu grupo era a sua intenção
O seu nome chegando a outros confins No Ceará fundou uma feitoria
Teve fama enquanto vivo, e depois de morto Mais três anos depois de ter fechado
Dando nome a esse Aeroporto Grande seca assolou o nosso estado
Internacional Pinto Martins. E o comandante tomou outra decisão
Seu plano fracassou completamente
20
Voltando para Portugal com sua gente
Dom Helder Câmara foi Bispo de Olinda Abandonando de uma vez a região.
De Recife, e profundo conhecedor.
23
Dos problemas brasileiros, e ainda.
Mestre da igreja, conferencista e escritor Martins Soares Moreno, o principal.
Defendendo os pobres humilhados Fundador do Ceará o nosso Estado
Perdoando dos mesmos os seus pecados O serviço do rei de Portugal
O sacerdócio foi sua vocação Vindo ele bastante preparado
Pregava a paz, a esperança e a caridade Na Barra do Ceará, fundando o forte
Como pastor ensinando a humanidade São Sebastião, e teve muita sorte
Conduzindo todos ao caminho da salvação. Tendo os índios como os seus aliados
Tornaram-se os seus colaboradores
21
Em defesa da terra combatendo os invasores
Foi Tristão Gonçalves de Alencar Franceses e holandeses foram derrotados.

MEUS OITO ANOS


Casimiro de Abreu

01 Respira a alma inocência


Como perfume a flor
Oh! Que saudades que tenho
O mar é lago sereno
Da aurora da minha vida
O céu um manto azulado
Da minha infância querida
O mundo um sonho dourado
Que os anos não trazem mais
A vida um livro de amor.
Que amor, que sonho, que flores.
Naquelas tardes fagueiras 03
À sombra das bananeiras Que auroras que sol que vida
Debaixo dos laranjais. Que noites de melodia
02 Naquela doce alegria
O céu bordado de estrelas
Como são belos os dias
A terra de aromas cheia
Do despontar da existência

159
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

As ondas beijando a areia Das borboletas azuis!


E a lua beijando o mar. 06
E a lua beijando o mar.
Naqueles tempos ditosos
04 Ia colher as pitangas,
Oh! Dias de minha infância Subia pra tirar as mangas
Oh! Meu céu de primavera Brincava na beira do mar
Que doce à vida não era Rezava as Ave-Marias
Nessa risonha manhã Achava o céu sempre lindo
Em vez das mágoas de agora Adormecia sorrindo
Eu tinha nessas delícias E despertava a cantar!
De minha mãe as carícias 07
E beijos de minha irmã!
Oh! Que saudade que tenho
05 Da aurora da minha vida
Livre filho das montanhas Da minha infância querida,
Eu ia bem satisfeito Que os anos não trazem mais!
Da camisa aberta no peito Que amor, que sonhos, que flores,
Pés descalços, braço nus Naquelas tardes fagueiras
Correndo pelas campinas À sombra das bananeiras
A roda das cachoeiras, Debaixo dos laranjais!
Atrás das asas ligeiras

CASIMIRO DE ABREU
O poeta sentimental
Canção do Exílio

01 04
Eu nasci além dos mares Não amo a terra do exílio
Os meus lares Sou bom filho
Meus amores ficam lá! Quero a pátria, o meu país,
Onde canta nos retiros Quero a terra dos mangueirais
Seus suspiros. E as palmeiras,
Suspiro o sabiá! E as palmeiras são gentis!
02 05
Oh Que céu, que terra aquela. Como é a ave dos palmares
Aquela rica e bela Pelos ares
Como o céu de claro anil! Fugindo do caçador
Que seiva, que luz, que galas. Eu vivo longe do ninho
Não exalas Sem caminho
Não exalas meu Brasil. Sem caminho e sem amor.
03 06
Oh! Que saudades tamanhas Debalde eu olho e procuro...
Das montanhas Tudo escuro
Daqueles campos natais! Só vejo em roda de mim!
Daquele céu de safira Alta a luz do lar paterno
Que se mira, Doce e terno,
Que se mira nos cristais! Doce e terno para mim.

160
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

07 A vida não é feliz


Nossa eterna primavera
Distante do solo amado
Quem me dera,
-- Desterrado –
Quem me dera o meu país.

BRAVOS CAMPONESES
Francisco Coelho Neto

01 O animal disparava
Corria muito e pulava
Três irmãos batalhadores
Derrubá-lo não podia
No Perereca nasceram
E com ele não havia
No século vinte viveram
Bravo que não se amansava.
Como simples agricultores
Sofrendo todos os rigores 05
De uma árdua região Doca foi uma caçada
Atrás de ganharem o pão
Quando no mato chegou
Afastado da cidade Em uma árvore avistou
Longe da sociedade Uma gatinha trepada
E pouca poluição. Subiu e tomou chegada
02 Quando a fera o pressentia
Rosnou pra ele e partiu
Por Doca, Quinco e Nenel.
Mas naquela ocasião
Eles eram conhecidos
Golpeou-a de facão,
Os homens mais destemidos
E da árvore a onça caiu.
De um sertão rústico e cruel,
Sem cultura, sem anel 06
Sem diploma, sem riquez. Depois da onça ferida.
Suas maiores riquezas Muito rápido ele desceu
Era viver no sertão E mais facãozadas deu
Conservando a tradição Deixando a fera abatida,
Juntos com a natureza. A luta entre uma vida
03 Selvagem e outra humana;
Numa região serrana
Nenel era um vaqueiro
Foi travada essa disputa.
Bravo de muita coragem
O homem venceu a luta
Topava touro selvagem
Matou a suçuarana.
Podia ser mandingueiro
Esse trabalho campeiro 07
O que mais ele fazia Quando uma vez caminhava
O medo desconhecia Quando vinha de um passeio,
Desde quando era menino Um touro estava no meio
Nem os castigos divinos Do caminho que ele passava
Nesse mundo ele temia. Quase o touro lhe pegava,
04 Mas nos chifres ele pegou
Botando abaixo escorneou;
Trepava-se no mourão
Deu-lhe uma pisa danada,
Da porteira do curral
Nunca mais quis dar marrada
Na passagem do animal
Depois que se levantou.
Ele ficava em posição
Montava-se em cima então 08

161
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Quando eles campeavam Vindo ele da cidade


Naquelas periferias Uma voz disse: eu também vou!
As mais lindas melodias Na mesma hora se montou
Quando eles três aboiavam, Na garupa do animal
As suas vozes ecoavam Com um cheiro de funeral
Em toda aquela região. Sem dizer para onde ia;
Todo gado em mutirão Depois desaparecia
Dirigia-se ao local No meio de um vendaval.
Vindo todo para o curral 13
Até mesmo um barbatão.
Conheci-a pessoalmente
09 As citadas criaturas,
Moravam no interior Suas vidas de aventuras
Numa mais rústica caatinga Foram muito eficientes,
Não acreditavam em mandinga Corajosos e prepotentes
Nem consultavam a doutor; Desafiando os rivais,
Para curar qualquer dor Nos nossos dias atuais
Uns chás caseiros faziam. Falam-se nas famas deles
Se uma gripe atingiam, Homens bravos como aqueles
Tomavam uma garrafada, No campo não se vê mais.
E a gripe era curada; 14
Eram assim que eles faziam.
Eles eram naturais
10 Aqui de Jaguaruana.
A luz era a lamparina, Na zona Jaguaribana
O transporte eram jumentos, Não tinha outros iguais
O feijão seus alimentos, Enfrenavam carrascais
O caldo era a vitamina, Derrubavam bois zebus.
Espingarda a lazarina Caçando matavam tatus
Outra arma era o punhal Veado e tamanduás
Naquele meio rural Peba, jerita e preá
Todas as casas tinham bancos, Maracajá e tejuaçu.
Os calçados eram tamancos 15
Tudo era original.
Morreram e não alcançaram
11 Suas aposentadorias
Foram nascidos e criados Até os seus últimos dias
Cultivando a agricultura, De vidas eles trabalharam
Mas sempre andando a procura Mas nunca abandonaram
De serem bem respeitados As suas zonas rurais
Naqueles tempos passados Sem direitos sociais
As pessoas eram fiéis. Sem salário, e sem assistência
O dinheiro era mil réis Só a divina providência
Vinte pataca e tostão, Os protegiam e nada mais.
Pois era assim no sertão 16
Nos tempos dos coronéis.
Todos eles mereciam
12 Terem ganhado medalhas
Uma história Nenel contou De ouro pelas batalhas
Foi uma realidade, Das bravuras que faziam

162
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Caçavam, plantavam e colhiam. Derrubavam bois selvagens


Algodão, milho e feijão Foram eles os personagens
Montavam em alazão Das caatingas do sertão.

O RETRATO PERFEITO DA SECA NO NORDESTE


Francisco Coelho Neto

01 Ainda mais o criador


Precisa fé e coragem
Escrevo mais um trabalho
Falta ração para o gado
De minha imaginação
E o campo sem ter pastagem.
Sobre a seca no nordeste
Fiz uma detalhação 07
Do sofrimento do povo Devotos carregam a imagem
Dessa árida região. Do seu grande Padroeiro
02 Do estado do Ceará
São José o carpinteiro
Tem anos que no sertão
Nas procissões pedem chuva
Chove torrencialmente
Principalmente o roceiro.
Os vales são alagados
Com uma rigorosa enchente 08
Em outras as chuvas são poucas Passando o mês de Janeiro
A coisa é mais diferente. E fevereiro também
03 Na passagem do equinócio
Se por acaso não chover bem
O calor do sol ardente
Que é aos 21 de março
Quando a vegetação
E nem sinal de inverno tem.
Com pouca chuva na terra
Onde era lama é torrão 09
O problema é o El nino. Os dias passam e ninguém
O caso sem solução. Nota mudança climática
04 São duas massas de ar quente
Fica a coisa problemática
Só se vê é sequidão
As nuvens não se condensam
Por esse sertão afora.
E a situação é dramática.
O carão não canta mais
Cauã nem Sericora, 10
Somente a cigarra canta Tem que haver mais prática
No galho seco da flora Nos governos estaduais
05 Do nordeste e amenizando
Essas causas principais
Pois cada dia piora
Convivendo com as secas
Em toda zona rural
Esses fenômenos naturais.
Quando a seca é confirmada
De uma maneira real 11
Abalando a economia Sofrem muito os animais
Da cidade e capital. Quando há seca no sertão
06 O gado morre de fome
A falta de alimentação
Toda classe social
Por todo canto as caveiras
Sofre com uma estiagem
Espalhadas pelo chão.
163
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

12 Vê-se pela região


Pequenos reservatórios
Chega a perder a noção
Nas fazendas do sertão
O pecuarista que ver
Servindo até para o consumo
Vacas caídas e outras mortas
Daquela população.
Vendo essa cena ocorrer
Ele presenciando tudo 19
E nada podendo fazer. Quase toda região
13 Do nordeste é sempre assim
Tem anos de bons invernos
O ano que não é pra chover
Depois vem outro ruim
Prece nenhuma adianta
Tão seco de uma maneira
O sertão vira um deserto
Nem se quer nasce capim.
O agricultor não planta
Os insetos desaparecem 20
O sapo cururu não canta. Parece ser mesmo o fim
14 O tempo é de sofrimento
É estiagem no nordeste
O camponês se levanta
No sudeste o deslizamento
Logo que o dia amanhece
De terra, matando gente
Olha o céu todo limpo
Causando dor e lamento.
E a chuva não aparece
Perde todas as esperanças 21
E a seca ele reconhece. Para quem tem conhecimento
15 É católico e tem muita fé
E acredita na bíblia
O sertanejo conhece
Já está dizendo que é
Quando a seca está presente
Os primeiros sinais da vinda
Gata não “pare” em janeiro
Do homem de Nazaré.
O vento sopra diferente
João-de-barro faz a casa 22
Com a entrada para o nascente. Do vale, a savana e o sopé
16 O sol é muito abrasador
Morrendo as vegetações
O ano que há enchente
O oceano é desolador
Morrem muitos animais
São essas as características
As águas inundam os vales
Da seca no interior.
O povo sofre demais
Mas se uma cheia é ruim 23
Uma seca é muito mais. Devido o forte calor
17 E a grande evaporação
Secam os pequenos açudes
As cores dos vegetais
Das caatingas do sertão
De verdes ficaram cinzentas
São esses os problemas quando
Lagos e lagoas secam
Não chove na região.
Deixando as terras sedentas,
As estradas sertanejas 24
Cada vez mais poeirentas. Quando a desertificação
18 Ocorrer em todo nordeste
É a natureza alertando
Restos de águas barrentas
Que o homem se manifeste
164
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

São muitas espécies em extinção Dos povos mais sofredores.


De norte, sul, leste e oeste. 28
25 E assim com todos os rigores
Pois a seca é mais um teste O tempo seco predomina
Para o homem compreender De janeiro ao mês de junho
Não desmatar nossa flora Nem se quer mesmo neblina
Pensar antes de fazer Muito triste é o panorama
Se a natureza não deve Da região Nordestina.
Como pagar sem dever? 29
26 Permanece essa rotina
Todo sertão sem chover Desde a época passada
É a maior amargura A seca obrigando o povo
Falta água e o alimento Deixar a sua morada
No campo não tem fartura No sertão o que se avista
Pior para o sertanejo É fazenda abandonada.
Que vive da agricultura. 30
27 Sertão, terra abençoada
A vida do campo é dura Que contém tanta riqueza
Como a dos agricultores Deste nordeste sofrido
Quando as grandes secas atingem E cheio de incerteza
Em todos os interiores Por que és tão castigado
Dos estados nordestinos Por nossa mãe natureza?

HOMENAGEM AO PROFESSOR OCÉLIO


Francisco Coelho Neto

01 Lutou muito, mas venceu.


É com muita gratidão 03
Que faço essa homenagem A sua simplicidade,
Océlio esse cidadão O seu jeito de tratar
Uma ilustre personagem O povo de sua cidade
Um vulto extraordinário Aprendeu a lhe amar
Grande homem literário Esse grande patriota
Que a terra da rede ele pertence. O número 10 a sua nota
Cumpridor do seu dever Desse cidadão gentil
Muitos se orgulham de ser O seu nome é reconhecido
Um filho Jaguaruanense. Ainda mais muito querido
02 Pela classe estudantil.
Dedicou-se a profissão 04
De toda a mais valorosa Só pensa em fazer o bem
Embora muito espinhosa Por ser uma pessoa nobre
Como um grande professor Não discrimina ninguém
Exerce com muito amor Preto, branco, rico ou pobre.
O cargo que escolheu A todos preza atenção
Homem de muito critério É humilde de coração
Ingressou no magistério Tem boas credenciais
165
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Não tem nenhum desafeto Por capricho do destino


Seja sábio ou analfabeto Nasceu pra ser professor.
Ele trata todos iguais. 09
05 Do colégio Edite Moreira.
Filho de Zé da Emília Océlio foi seu diretor,
De uma saudosa memória! Atuante de primeira,
E essa ilustre família Ótimo Administrador.
Não sairá da história Fez tudo que foi possível
De nossa Jaguaruana Chegando ao mais alto nível
É essa pessoa humana Em toda sua gestão,
De tanta categoria E todo aquele sistema
Mestre dos mais importantes Era tido como lema
Levando aos seus estudantes Paz, amor e união.
A luz da sabedoria. 10
06 Océlio é um professor
Nasceu privilegiado De uma grande disciplina
Para ser profissional É o maior defensor
Do ensino e respeitado Da cultura nordestina
Em todo setor social Valorizando o artista
Tinha uma vasta cultura Verdadeiro folclorista
Venerava a literatura, E grande intelectual
E gostava da realidade Amante da liberdade
Suas metas principais Não deixa a sua cidade
Eram os direitos sociais Por nenhuma capital.
Moral e honestidade. 11
07 Pois, além de ser letrado
É graduado em história Tem mais de uma formatura.
Também em filosofia É bastante habilitado,
Essa é a sua trajetória Mas ama a literatura
Da luta do dia a dia Do poeta Zé Limeira
Um exímio educador Vate de rima grosseira
Grande idealizador Mostrando o sertão como é...
No setor educacional Do Padre Cícero Romão
Bastante conceituado De Luiz Rei do Baião
È muito reverenciado E Patativa do Assaré.
Na sua terra natal. 12
08 Os seus alunos reconhecem
A sua vida é repleta Todos os trabalhos prestados
De luta e muito sucesso Carinhos somente os agradam
Principalmente a sua meta Muitos deles estão formados
Sempre foi ordem e progresso! Os quais com ele estudaram
Ensina por vocação Um exemplo de lealdade
Essa é a sua função, Palmas para o professor
Da qual é merecedor, Océlio com muito amor
Por isso desde menino Viva a nossa cidade.

166
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

MARAVILHAS DA NATUREZA
Francisco Coelho Neto

01 05
Olhe para o céu numa noite escura Contemple o infinito
Quando está bem estrelado. Nas noites de escuridão;
Obra divina e pura O cenário mais bonito
De um ser supremo e sagrado, Que causa admiração;
Que até hoje em nossos dias, Meteoros nos céus riscando,
Existem várias teorias As estrelas cintilando,
Com pouca explicação Não se vê outra coisa igual,
A Bíblia diz que a verdade Mas todo esse sistema
Está na sua criatividade Continua em um dilema
E na ciência evolução. A sua forma original.
02 06
Será que é verdade então O compasso representa
Que o Universo foi projetado, São José o carpinteiro,
Ou mesmo uma evolução O qual foi a sua ferramenta
Como tudo foi criado; Desse Santo Padroeiro.
Esse imenso firmamento As sete estrelas cintilando
Todo tempo em movimento Que onze meses se avistam bem
Sem sair de posição, Visível ele permanece
São mistérios da natureza No firmamento piscando
E nada de realeza Quando maio vem chegando
Veio-se mesmo de uma criação. Logo ele desaparece.
03 07
Observe e pense bem Mercúrio, Vênus e terra,
E saiba qual é o motivo, Que próximo do sol estão...
Tudo que esse mundo tem Marte como o deus da guerra
É um sistema evolutivo; Júpiter, Netuno e Plutão.
A terra se evoluindo Tem mais Saturno e Urano,
Sua forma adquirindo, Todos regentes do ano
Antes bastante aquecida Tendo o Sol por comandante
Com o tempo esfriando, Que um só momento não erra
E a mesma apresentando Somente o Planeta Terra
Os primeiros sinais de vida. Para nós é o mais importante.
04 08
O cruzeiro do sul com as estrelas, Ao redor dos Planetas estão
Mais lindas das constelações. Os satélites que são trinta e um,
Suas composições naturais, Mercúrio, Vênus, e Plutão.
Todas em suas posições. Esses três não têm nenhum
Maravilhas Universais! Júpiter; satélite tem doze.
Na parte meridional, Netuno, dois; é quatorze.
Do nosso céu brasileiro: Saturno, nove ele tem.
Ao norte a Arca de Noé Urano tem cinco; dois em Marte.
Para saber que tudo é Cada um faz sua parte
O poder de um Deus verdadeiro. A terra é um satélite também.

167
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

MEMÓRIAS DO PASSADO
Francisco Coelho Neto

01 05
Depois de muitos anos Recordação é viver
Voltei à terra natal, O passado novamente.
Só tristeza e desengano Voltar o tempo e rever
Senti naquele local. As coisas de antigamente,
Tudo estava diferente O seu tempo de criança
Como era antigamente Repleto de esperança
Desde que me ausentei dela, Que todos têm uma só vez.
De saudade eu sofri tanto, São dias lindos e risonhos
Somente encontrei o canto Embalados pelos sonhos,
Da casa que eu morei nela. Mas passam com rapidez.
02 06
Eu muito me emocionei Naquele tempo passado,
Por não ver mais muita gente; No sertão tudo isso tinha,
Não suportando chorei, Fogão a lenha colocado
E ali muito comovente Lá no canto da cozinha;
Olhando pra todo lado Do barro se fazia a panela
As lembranças do passado Tudo cozinhava nela
Atormentando a minha mente. Em toda essa região,
Lembrei-me da mocidade Agrotóxico não se via
Dos quinze anos de idade, Era tudo mais sadia
Meu tempo de adolescente. A nossa alimentação.
03 07
Parece que estou vendo Quem não lembra a farinhada!
A nossa primeira palhoça Nesse sertão nordestino;
Quando eu saia correndo Naquela época passada,
Pelo caminho da roça, Homem mulher e menino.
De bornal e baladeira Os próprios homens arrancavam
E o pilão de aroeira Mandioca e transportavam
De grande utilização; Para a casa de farinha,
O ferro tocado à brasa, Essa era a maior festança
Sempre tinha em toda casa E daquela vizinhança
Nas fazendas do sertão. Muita gente também vinha.
04 08
Pelas estradas se viam Homens e mulheres raspando,
Os grupos de comboeiros Toda aquela mandioca
Conduzindo mercadorias Eram uns com outros prosando;
Naqueles burros cargueiros. Era aquela maior fofoca,
Era carro de boi rodando Depois da mesma raspada
Cinco a seis juntas puxando, A mandioca era levada
Mas veja o que aconteceu Direta para o cervador;
Hoje vive num recanto E um caboco cantando moda,
Que na estrada cantou tanto; Dois homens puxando a roda
Virou peça de museu. Fazendo a vez do motor.

168
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

09 Moinho, caçuá e surrão.


A lamparina, e o pião.
Quem naquela época viveu
Dedal, agulha e alfinete.
No sertão sabe que tinha...
O relógio era o próprio sol,
Alpercata era de pneu
Coité, cabaça e farol.
Um caixão de guardar farinha,
O banco e o tamborete.
O baú muito comum
Em toda casa tinha 13
E mais um par de ancoretas A forma de costurar
O rádio era na bateria. Os chapéus de abas chatas.
Essas coisas hoje em dia A boia de carregar
Todas são absolutas. Um galão de água em duas latas.
10 A balança era de madeira
Muito antiga, e a primeira
O tempo de antigamente,
Apareceu no sertão,
Dos meus avós e meus pais;
O bacamarte, e a palmatória.
O povo era mais carente
Fazem parte da história
Dos que dos dias atuais.
Do povo da região.
O transporte muito lento
Cavalo burro e jumento, 14
Os transportes da região, Naquela época não se usava
Muitos viajavam a pés, Balança em mercearia,
Nas chapadas e nos sopés O que a gente comprava
Das estradas do sertão. Quase tudo se media,
11 O litro era de madeira,
Aliás, em toda feira.
Todos camponeses usavam,
E muita bodega tinha
Nos seus mais humildes ranchos.
O litro à disposição,
Os potes d´água se colocavam
Media-se mais o feijão
Na forquilha de três ganchos;
Arroz, milho e farinha.
Poucos usavam perfumes,
Mas sempre tinham seus costumes 15
Na sua terra nordestina O arado puxado a boi,
Nos seus corpos poucos zelos Hoje está num reservado,
Para amaciar seus cabelos Substituído foi
Eram azeite e vaselina. Por veículo motorizado,
12 No campo da agricultura,
A antiga máquina de costura
Quem no interior vivia
De veio tocado à mão.
Naquele tempo de outrora
O malho, o ralo, e a gamela;
O que demais conhecia
O caminhão à manivela
Cangalha, cambito e espora.
Coisas que não voltarão mais.

169
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

SEXTILHA O DEVER DE CADA UM


Francisco Coelho Neto

01 E mais outra vez olhar o sol nascer.


Viver, cantar, amar e sorrir 07
Sonhar com o futuro, amar é viver Reconhecer o erro e se arrepender.
O caminho do bem toda vida seguir De todo mal que já tem praticado
Respeitar o próximo é o maior dever Respeitar os mais velhos, e sempre viver.
Não fazer o mal, praticar o bem Andando bem acompanhado
Acordar feliz ao amanhecer. Amar o país onde nasceu
02 Ser um patriota bastante educado.
Muita confiança no que vai fazer 08
Todo bom conselho, parar para viver. Não zombar de ninguém, e nunca ser enganado
Diante dos fracassos não esmorecer Nunca acreditar em todas as besteiras
Insistir, persistir e nunca desistir. Que gato preto é um bicho azarado
Não sentir inveja das coisas alheias E as corujas são aves agoureiras
Falar a verdade e jamais mentir. Quem já viram discos voadores
03 São superstições, e não verdadeiras.
Fazer caridade e não se exibir 09
Não humilhar e nem ser humilhado Dar crença em feitiços e nas macumbeiras.
Semear o amor, e o pão repartir. Que alma aparece, não tem fundamento.
Ajudando aquele mais necessitado Nada disso é verdade, é tudo besteira.
Não agredir à própria natureza Um sapo mamar, não tem procedimento.
Nesse patrimônio divino sagrado. Ver a caipira no mato ao meio dia.
04 É de quem não tem bom conhecimento.
Amar ao semelhante também ser amado 10
Nunca se julgar o mais inferior Ser culto é ter um bom conhecimento.
Tudo que fizer, seja planejado. Pensar muito bem no que vai falar
Ser perseverante, e bom trabalhador. Ser um pacifista, e não ser violento
Ter esperança e humildade Não aceitar derrota podendo ganhar
Não há felicidade, não existindo amor. Diante dos problemas, a Deus recorrer
05 Fazer bons amigos, e ser popular.
Não matar, nem roubar, não ser traidor. 11
Ser vitorioso, e jamais se orgulhar. Nunca faça algo que não possa lhe agradar
Acreditar no grande criador Quando estiver bebendo, não vá dirigir
Desse infinito, da terra e do mar. Ao atravessar a pista, primeiro olhar.
E da vida esse dom precioso Para os lados, depois prosseguir
Que só Deus mesmo pode dar. Avançar o sinal é muito perigoso
06 Quando tiver errado é só corrigir.
Antes de dormir à noite rezar 12
Suas orações a Deus agradecer Qualquer um na terra terá que cumprir
E pela manhã quando acordar A sua missão que é natural
Reze novamente cumprindo seu dever Portanto ninguém poderá fugir
Por um dia de sua existência De todo esse plano espiritual

170
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Que aqui não se tem vida eternamente O futuro de qualquer uma nação.
E toda criatura terá o seu final. 16
13 Só se manifeste se tiver razão
Fazer tudo pelo o social Não faça denúncia, não tendo certeza.
Defendendo o mais injustiçado Só fale o que vem do coração
É um dever de todo o pessoal Só trate às pessoas com delicadeza
Nenhum deve ser discriminado Nunca falar mal da vida alheia
Está inscrito na constituição Somente reagir em legítima defesa.
Um direito seu não pode ser negado. 17
14 Procure amar mais a natureza
Ame a vida, não fique revoltado. Conservando mais a sua beleza
Ela é muito boa, mesmo sacrificada. Não maltratando os seus animais
Tudo neste mundo, não vem predestinado. Protegendo todo o meio ambiente
Uns com tantas coisas, e outros com nada. A mãe natureza agradece demais.
A nossa vida é uma dádiva de Deus 18
E só por ele mesmo é determinada.
Se nós tivéssemos os mesmos ideais
15 Houvesse união e mais simplicidade
O direito da criança é ser bem tratada Com todo ser humano cada dia mais
Ter muita saúde e ótima educação Desse bom exemplo de fraternidade
Todo dia ser bem alimentada Se acabasse a guerra, a terra seria.
É ir à escola e uma boa diversão O maior tesouro de felicidade.
Porque na criança é onde está

CANÇÃO ÍNDIA IRACEMA


Cesanildo Lima

01 Deixou a cabana
Foi a Messejana
Da tribo selvagem
Um dia se banhar
Nasceu Iracema
Quando a meio dia
A filha de Araquém
Quente o sol tremia
A Índia Iracema
Ela ouviu pisar
O maior poema
Por entre os gravetos
Que o Ceará tem
Seus cabelos pretos
Nasceu de um Taba
Cobrindo o capim
Na Ibiapaba
Por trás da palmeira
Onde a lua vira
A Índia guerreira
Irmã de Caubi
Atirou em Martim.
Mãe de Moacir
Sobrinha de Andira. 04
02 Com a flor da jurema
Curou o estrangeiro
Preparou Cauim
O levou a Taba
O licou fiel
E o morubixaba
Da tribo uma origem
Recebeu guerreiro.
Iracema virgem
Dos lábios de mel. 05
03 Contra ao Tabajara
171
Literatura & Cultura - Raimundo Coelho da Silva

Veio o Potiguara Soluçava a mata


Forte emboaba Suava a cascata
Jatobá e Anidra Gritava a jandaia
Vestidos de embira A tribo gemendo
Pastorando a Taba E a Índia morrendo
Cantou a cauã Na beira da praia
E a índia pagã No centro da Taba
Fugiu com Martim O morubixaba
Ele foi pra guerra Rufava o tambor
E ela em nossa terra Da tribo o sistema
Teve um triste fim. Louvando Iracema
Que morreu de amor.
06
08
Voltou o guerreiro
A antiga jurema Tão linda Iracema
Com os índios do norte Perdeu a beleza
Nas ânsias da morte De amar Martim
Encontrou Iracema. Amor foi seu fim.
Morreu de tristeza.
07

O SENTIDO DAS FLORES


Francisco Coelho Neto

01 Portanto cuidemos delas; maltratá-las jamais.


Como são lindas as flores desabrochando ao 03
amanhecer As flores estão presentes no nosso dia a dia
Exalando pelos campos seus perfumes naturais Na casa, no campo, na serra e em toda periferia.
São atrativas e encantadoras e dão prazer Elas são meigas, poéticas e belas.
Sejam das mais simples ou das ornamentais.
04
02
Atraindo também com seus odores
Preservar à maravilhosa floresta é esse o nosso dever Borboletas, abelhas e beija-flores.
Jamais existiriam flores se não fossem os vegetais E outras mais se alimentando dos néctares delas.
Elas são cativantes e fazem parte de nosso viver

172

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