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Cangaço

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O Cangaço foi um fenômeno do banditismo brasileiro ocorrido no nordeste
do país em que os membros do grupo vagavam pelas cidades em busca de
justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania, causando o
desordenamento da rotina dos camponeses.[1][2] Um dos principais líderes do
cangaço foi o "Capitão" Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), cujo título
fictício de capitão surgiu de uma promessa não cumprida do governo do Ceará
de integrar o seu bando aos batalhões patrióticos da Guarda Nacional caso
Lampião e seus homens conseguissem deter o avanço da coluna Prestes na
cidade de Juazeiro do Norte.[3] O termo cangaço vem da palavra canga (peça
de madeira usada para prender junta de bois a carro ou arado; jugo).

Índice
Origem da palavra Virgulino Ferreira da Silva, vulgo
Divisão "Lampião", considerado o Rei
do Cangaço, por ser o mais bem
Lampião
sucedido bandoleiro do
História do cangaço nordeste.
Coiteiros
Volantes e macacos
Estilo cangaceiro
Armas do cangaceiro
Cangaço na cultura popular
Literatura de cordel
Livros
Filmes
Histórias em quadrinhos Lampião e seu bando
fotografados em Limoeiro do
Fim do cangaço norte após ataque à cidade de
Cangaceiros ilustres Mossoró em 1927.
Ver também
Referências
Ligações externas

Origem da palavra
Por volta de 1834, o termo cangaceiro já foi usado para se referir a bandos de camponeses pobres que habitavam os
desertos do nordeste brasileiro, vestindo roupas de couro e chapéus, carregando carabinas, revólveres, espingardas e
facas longas estreitas conhecidos como peixeiras .

"Cangaceiro" era uma expressão pejorativa, ou seja, uma pessoa que não podia adaptar-se ao estilo de vida costeira.
Por esta altura naquela região, havia dois principais grupos de bandidos armados frouxamente organizados:
os jagunços , mercenários que trabalhavam para quem pagou o seu preço, geralmente proprietários de terras que
queriam proteger ou expandir seus limites territoriais e também lidar com os trabalhadores rurais; e os cangaceiros,
"bandidos sociais", que tinham algum nível de apoio da população mais pobre: os bandidos sustentando alguns
comportamentos benéficos, como atos de caridade, a compra de bens por preços mais altos e dando às partes livres
("Bailes"), e a população forneceu abrigo e as informações que os ajudou a escapar das forças policiais, conhecidos
como volantes , enviados pelo governo para detê-los.

Divisão
O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços
caracterizados para os latifundiários; os "satisfatórios", expressão de poder
dos grandes fazendeiros; e os cangaceiros independentes, com
características de banditismo.

Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga, e por isso, era tão fácil fugir das
autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de
situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com
alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso. Bando de Virgínio Fortunato da
Silva, vulgo "Moderno", em 1936.
O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno
Alves de Melo Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta de 1870 nas
proximidades da cidade de Patu e entre a divisa dos estados do Rio Grande
do Norte e a Paraíba, embora alguns historiadores atribuam a Lucas
Evangelista o feito de ser o primeiro a agregar um grupo característico de
cangaço, nos arredores de Feira de Santana (em 1828), sendo ele preso
junto com a sua quadrilha em 28 de Janeiro de 1848 por provocar durante
vinte anos assaltos contra a população de Feira.[4] O último grupo
cangaceiro famoso porém foi o de "Corisco" (Cristino Gomes da Silva
Cleto), que foi assassinado em 25 de maio de 1940.
Bando de Lampião, junto do
O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que fotógrafo Benjamin Abrahão Botto.
também denominado o "Senhor do Sertão" e "O Rei do Cangaço". Atuou
durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do nordeste.

Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma
parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra (semelhante ao que
acontecia com o mexicano Pancho Villa).[5]

O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar todo e
qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus
cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.

No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angico, no estado de Sergipe, Lampião finalmente foi apanhado em uma
emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua companheira, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros.

Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em aguardente e cal, para conservá-las. Foram expostas por
todo o Nordeste e por onde eram levadas atraiam multidões.[6]

Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Virgulino, os chefes dos
outros bandos existentes na Nordeste vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
Lampião
O mais famoso cangaceiro de todos eles, o único que é frequentemente associado com toda a história do cangaço, era
um homem chamado Virgulino Ferreira da Silva, também conhecido como "Lampião" (de acordo com seus
companheiros, ele podia disparar tão rapidamente que era possível iluminar o lugar). Ele começou sua vida criminosa
ainda jovem, alegando uma vingança que nunca aconteceu.

Vagando Santa Brígida, no estado de Bahia , ele conheceu Maria Alia da Silva (também conhecida como Maria de
Déia), esposa do sapateiro Zé de Nenê. Mais tarde, ela seria mais conhecida como Sra. Lampião, Maria Bonita.

Lampião foi morto pela polícia em 1938, em uma região entre os limites do estado da Sergipe e Alagoas, quando um
informante, Pedro de Cândida, deu a sua localização à polícia. A ofensiva maciça levou ao derramamento de sangue no
qual onze dos integrantes do bando foram mortos: Lampião, Maria Bonita, Luís Pedro, Mergulhão, Enedina, Elétrico,
Quinta-Feira, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.

História do cangaço
Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o
Cabeleira, como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em
Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele
aterrorizou sua região. Mas foi somente no final do século XIX que o
cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antonio
Silvino, Lampião e Corisco.

Entre meados do século XIX e início do século XX, o Nordeste do


Brasil viveu momentos difíceis, aterrorizado por grupos de homens
que espalhavam o terror por onde andavam. Eles eram os
cangaceiros, bandidos que abraçaram a vida nômade e irregular de
malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo
despotismo das mulheres poderosas.

Lucas da Feira, ou Lucas Evangelista, agiu na região da cidade baiana


Mapa de atuação do Cangaço.
de Feira de Santana entre 1828 e 1848. Ele e seu bando de mais de 30
homens roubavam viajantes e estupravam mulheres. Foi enforcado
em 1849.[6] No ano de 1877, em meio a estiagem, destaca-se no sul do Ceará as ações do cangaceiro João Calangro que
chefiava um bando que atuava em todo o Cariri, o supracitado Calangro era um capanga do grupo de Inocêncio
Vermelho, que tinha o apoio do juiz do município de Jardim. Com a morte de Inocêncio Vermelho, João Calangro
lidera um séquito de cangaceiros que em virtude de seu nome, passam a ser intitulados de ´calangos`, após muitos
embates, João Calangro que jactava-se de ter cometido 32 homicídios, foge para Piauí, e a partir de então o desfecho
de seu destino torna-se ignoto concernente aos registros sobre o mesmo.[7]

Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, pois eram protegidos de coronéis, que se
utilizavam dos cangaceiros para cobrança de dívidas, entre outros serviços "sujos".

Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do século
XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns e cangaceiro por outros.

No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.

A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender (de armas
na mão) os interesses do patrão.
Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias se
cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento
em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.

Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.

O cangaceiro, um deles, em especial Lampião, tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como
uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-
revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.

Coiteiros
Coiteiros foram pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida. Eles fizeram isso por muitas razões
- que poderiam ser parentes de um cangaceiro, amigos, ex-vizinhos, ou simplesmente tinham algum interesse em seu
poder, ou estavam com medo deles.

Volantes e macacos
Os volantes eram pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os estados da federação brasileira, formada
pelo governo através das agências de aplicação da lei enviados para procurar e destruir os cangaceiros. Os cangaceiros
muitas vezes se referiam a eles como "macacos", por causa de seus uniformes marrons e sua vontade de obedecer suas
ordens. Alguns deles realizados modernas (na época) metralhadoras Hotchkiss, armas que os cangaceiros
rapidamente aprenderam a temer - mas estavam sempre dispostos a roubar para seu próprio uso.

Estilo cangaceiro
Os cangaceiros tinham noções muito específicas de como se comportar e de
se vestir. Primeiro de tudo, a maioria deles sabia costurar muito
bem. Vivendo nas terras semiáridas do nordeste do Brasil, tiveram que
sobreviver em meio a arbustos secos pontiagudos. Apesar do calor durante
o dia, os cangaceiros preferiam usar roupas de couro, enfeitadas com todos
os tipos de fitas coloridas e peças de metal.

Eles também usaram luvas de couro com moedas e outras peças de metal
costuradas por eles, quase como uma armadura.

Por causa do forte calor e da ausência de água á disposição, alguns


cangaceiros - especialmente Lampião - usavam perfumes, inclusive caros,
como o francês, muitas vezes roubados de casas das pessoas ricas e usados
em grandes quantidades.

Kit básico para o cangaço:


Lampião e sua esposa, Maria
Chapéu de couro com abas largas dobradas
Bonita, a direita.
Munição (até 18 quilos) e armas (a mais comum era o rifle Winchester
44)
Bolsa (capanga) com remédios, fumo e brilhantina
Punhal
Lenço para proteger boca e nariz contra a poeira
Roupa resistente com mangas compridas contra o sol
Cantil com água ou cachaça
Armas do cangaceiro
As armas dos cangaceiros eram
principalmente revólveres,
espingardas, e os famosos pára
belo". Alega-se que como macaco
Rifle "belo" era outra gíria para os
policiais. Assim, pistolas e rifles
Winchester eram chamados pára
belo. No entanto, o nome parece ser na verdade uma derivação da expressão
latina para bellum que significa "preparar para a guerra" e foi usado em
seguida para se referir a arma oficial utilizada pelas tropas governamentais
brasileiras e por alguns dos soldados responsáveis pela aplicação da lei. A
pistola Luger que foi produzida pela fabricante de armas alemã.

Eles também ficaram famosos por usarem uma faca fina, longa e bem afiada
Vestimenta de cangaceiro no
chamada " Peixeira ", uma faca de limpeza de peixe, usada principalmente Museu Cais do Sertão, Recife
para torturar ou cortar as gargantas de suas vítimas.

Cangaço na cultura popular

Literatura de cordel
O cangaço é um dos principais temas mais explorados na literatura de
cordel, onde o cangaceiro é retratado como herói.[8] Literatura de Cordel é,
como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio
da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo —
pelo próprio povo. O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os
livretos, antigamente, eram expostos em cordéis, como roupas no varal.

Livros Exemplo de cordéis

O Cabeleira, de Franklin Távora


Jurisdição dos Capitães – A História de Januário Garcia Leal e Seu Bando - Editora Del Rey, Belo Horizonte,
2001, Marcos Paulo de Souza Miranda.
Lampião e Maria bonita de Liliana Iacocca, Editora Ática
Flor de Romances Trágicos, de Luís da Câmara Cascudo, Editora Cátedra.
Lampião: herói ou bandido, de Antonio Amaury Correa de Araújo e Carlos Elydio Correa. São Paulo: Editora
Claridade, 2009.

Filmes
Os primeiros filmes sobre o cangaço datam de meados da década de 1920 e início da década de 1930.[9] Entre as
década de 1950 e década de 1960, os filmes brasileiros sobre o cangaço eram bastante influenciados pelos filmes de
faroeste dos Estados Unidos e são conhecidos como nordestern, western macaxeira,[10] ou western feijoada,[11] um
deles foi O Cangaceiro (1953).[9][12]

O Cangaceiro , de Lima Barreto 1953 (trilha sonora original por Riz Ortolani )
A Morte Comanda o Cangaço , Walter Guimarães Motta 1961
Deus e o Diabo na Terra do Sol , Inglês título: "Deus Branco, Black Devil" Glauber Rocha 1963
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro , de Glauber Rocha 1968
O' Cangaceiro (no Brasil, Rebelião dos Brutos), Itália-Espanha, filme inspirado no cinema de faroeste italiano
(western spaghetti), 1970[13]
Baile Perfumado , Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1997
O Matador de Marcelo Galvão, 2017, feito para a a Netflix[14]

Histórias em quadrinhos
Em 1938, Euclides Santos publicou a tira Vida de Lampeão no jornal A Noite Ilustrada.[15] Na década de 1950,
inspirado no sucesso de O Cangaceiro, o quadrinista Gedeone Malagola lança uma revista em quadrinhos sobre o
fictício "Milton Ribeiro, O Cangaceiro", Milton Ribeiro é o ator que interpretou o cangaceiro Galdino no filme de 1953,
a diferença de Milton Ribeiro para Galdino, é que nos quadrinhos Milton é o herói.[16] Em 1953, José Lanzellotti lança
Raimundo, o Cangaceiro para a revista Aliança Juvenil da editora Aliança, na década de 1960, a série seria publicada
pela La Selva.[17] Em 1954, o haitiano André LeBlanc adaptou o romance Os Cangaceiros de José Lins do Rego para a
revista Edição Maravilhosa da EBAL.[18][19]

Em 1963, Mauricio de Sousa comandava o Suplemento Infanto-Juvenil do jornal Folha de S. Paulo, Mauricio então
pediu a Julio Shimamoto que criasse uma tira para o suplento, Shimamoto elaborou dois projetos: uma tira sobre
cangaceiros e outra sobre gaúchos, no fim resolveu criar a tira O Gaúcho, na época, cangaceiros eram retratados como
bandidos.[20] As radionovelas Jerônimo, o Herói do Sertão e Juvêncio, o justiceiro do sertão transportavam as
histórias dos faroeste para o sertão brasileiro e também tiveram histórias em quadrinhos, Jerônimo em 1957 pela Rio
Gráfica Editora, com textos de Moysés Weltman e desenhos de Edmundo Rodrigues,[21] e Juvêncio entre 1968 e 1969
pela Editora Prelúdio, com roteiros de Gedeone Malagola, R. F. Lucchetti, Helena Fonseca e Fred Jorge e desenhos de
Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, Eugênio Colonnese e Mário Cafiero,[22] a Editora Prelúdio também publicava literatura de
cordel[23] e publicou uma adaptação de "A Chegada de Lampião no inferno" de José Pachêco por Sérgio Lima.[24]

Na década de 1970, O quadrinhista Floriano Hermeto de Almeida Filho, um dos responsáveis pelas histórias do super-
herói Judoka, chegou a produzir sete páginas de uma história sobre o cangaço, que permaneceram inéditas até
novembro de 2018, quando foram publicadas no livro "O Judoka por FHAF",[25]publicado pela AVEC Editora, apos
uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse.[26] Em 1974, o brasileiro Jô Oliveira publicou a história "A
Guerra do Reino Divino" na revista italiana alterlinus, dois anos depois a editora brasileira Codecri (mesma editora
responsável por O Pasquim) publicou a obra no país.[17] A arte de Jô Oliveira é bastante influenciada pela xilogravura
presente nos cordéis e é apontada como uma das primeiras graphic novels brasileiras.[27][28][29] Apesar de ser um
tema brasileiro, o tema também é explorado por autores de outros países, em Mister No 3, 4 e 5, publicada em 1975
pela editora italiana Sergio Bonelli Editore, o piloto americano com histórias ambientadas no Brasil, encontra com
cangaceiros,[30] o belga Hermann Huppen que escreveu e desenhou a HQ Caatinga (publicada no Brasil pela Editora
Globo),[31] ou também o italiano Hugo Pratt ("La macumba du Gringo").

Zagor, série de faroeste também publicada pela Bonelli, encontrou com cangaceiros em Zagor n° 452 (março de
2002)[32] e Zagor n° 573 (abril de 2013).[33]

Outros autores retrataram o cangaço como Ataide Braz (roteiro) e Flavio Colin (desenhos) com Mulher Diaba no
rastro de Lampião, publicada em 1994 pelo selo Graphic Brasil da Nova Sampa,[19] Danilo Beyruth em Bando de
dois,[34] Flávio Luiz com a futurista O Cabra,[35] Wilson Vieira, Eugênio Colonnese e Mozart Couto no álbum
Cangaceiros - Homens de Couro da editora CLUQ de Wagner Augusto,[36] o cordelista e editor Klévisson Viana com
Lampião — era o cavalo do tempo atrás da besta da vida: uma história em quadrinhos,[37][38] Haroldo Magno
(roteiro) e Edvan Bezerra (desenhos) em Sertão Vermelho, financiado com apoio da prefeitura e empresas locais de
Paulo Afonso, na Bahia, que também teve participações de Rodolfo Zalla, Júlio Shimamoto, Eugênio Colonnese e Vítor
Barreto,[39] entre outros.
Fim do cangaço
O cangaço em sua forma de “banditismo” foi um dos últimos movimentos do Brasil de luta armada e de classe pobre
que dominou por um longo período de tempo o nordeste brasileiro. Virgulino Ferreira conhecido como Lampião foi
um dos maiores líderes da história dos movimentos armados independentes do Brasil.

Os cangaceiros atingiam tanto pessoas pobres como ricas, porém o espírito de liberdade e independência
demonstradas pelos integrantes desses grupos ao infringirem as normas da sociedade, iludiam e fascinavam os demais
habitantes das regiões do Sertão Nordestino. Muitos destes cangaceiros utilizavam dessa imagem de instrumento de
justiça social para justificar seus crimes.

A extinção desse fenômeno social foi consequência, sobretudo da mudança das condições sociais no país, das
perspectivas de uma vida melhor que se abria para a massa nordestina com a migração para Sul, e das maiores
facilidades de comunicação, entre outros fatores.

Os traficantes das grandes favelas brasileiras roubam e matam criando seus próprios protocolos e leis em seus locais
de dominância, característica semelhante à dos cangaceiros nordestinos. Foram os cangaceiros que introduziram o
sequestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos crimes. Caso não
recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão era outra fonte de renda.
Essas características são evidentes nas favelas quando relacionadas às milícias. Os cangaceiros corrompiam oficiais
militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal bélico sempre mais moderno e com
maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.

Cangaceiros ilustres
Biografias de cangaceiros ilustres

Ver também
Região Nordeste do Brasil

Referências
1. Pericás, Luiz Bernardo (2010). Os cangaceiros: ensaio de interpretação histórica. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-7559-
161-1
2. Marcello André Militão. «POR QUE VIRGULINO TORNOU-SE LAMPIÃO: UMA ANÁLISE DA S RELAÇÕES DE
PODER NO NORDESTE BRASILEIRO DURANTE A PRIMEIRA REPÚBLICA» (http://www.historia.ufpr.br/monog
rafias/2007/2_sem_2007/resumos/marcello_andre_militao.pdf) (PDF)
3. Grunspan-Jasmin, Elise (2001). Lampião, senhor do sertão : vidas e mortes de um cangaceiro. [S.l.: s.n.]
ISBN 85-314-0913-6
4. Transcrição do interrogatório de Lucas da Feira (http://www.feiradesantanna.com.br/livro_municipios.htm)
5. Lampião — era o cavalo do tempo atrás da besta da vida: uma história em quadrinhos. [S.l.]: hedra. 2000. ISBN
9788587328076 Texto "último-Viana" ignorado (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
6. Cavalcante, Messias Soares. A verdadeira história da cachaça. São Paulo: Sá Editora, 2011. 608p. ISBN
9788588193628
7. CARDOSO, Tania Maria de Sousa. «Uma história através dos movimentos sociais». Jornal Diário do Nordeste
8. Mark J. Curran (1998). História do Brasil em cordel. [S.l.]: EdUSP. 61 páginas. 9788531404061
9. Luiz Zanin Oricchio (16 de outubro de 2010). «O cangaço está em toda parte» (http://cultura.estadao.com.br/notic
ias/geral,o-cangaco-esta-em-toda-parte-imp-,625521). O Estado de S. Paulo
10. Rodrigo Fonseca (1 de agosto de 2013). «Pilar do 'nordestern', o faroeste 'O cangaceiro' chega aos 60 anos sem
tributos à altura de seu sucesso» (http://oglobo.globo.com/cultura/pilar-do-nordestern-faroeste-cangaceiro-chega-
aos-60-anos-sem-tributos-altura-de-seu-sucesso-9305653). O Globo
11. Marcelo Miranda (22 de abril de 2014). «Pesquisador registra 103 westerns filmados no Brasil» (http://cultura.esta
dao.com.br/noticias/cinema,pesquisador-registra-103-westerns-filmados-no-brasil,1157097). Estadão
12. AnnaLice Dell Vecchio (20 de dezembro de 2010). «Um faroeste à moda do cangaço» (http://www.gazetadopovo.
com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1079245&tit=Um-faroeste-a-moda-do-cangaco). Gazeta do Povo
13. Thomas Weisser (1992). Spaghetti Westerns--the Good, the Bad and the Violent: A Comprehensive, Illustrated
Filmography of 558 Eurowesterns and Their Personnel, 1961-1977. [S.l.]: McFarland. 9781476611693
14. Netflix divulga trailer de 'O Matador', seu primeiro longa brasileiro de ficção (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrad
a/2017/09/1922516-netflix-divulga-trailer-de-o-matador-seu-primeiro-longa-brasileiro-de-ficcao.shtml)
15. O Cangaço nas histórias em quadrinhos (http://www.redalyc.org/html/162/16200804/)
16. Franco de Rosa (2008). «Homenagem a Gedeone Malagola, uma lenda dos gibis brasileiros». Wizmania. 2 (6).
São Paulo: Panini Comics. pp. 56 a 59. ISSN 1679-5598
17. Ota; Ucha, Francisco (janeiro de 2011). «Cronologia dos Quadrinhos - Parte 2». Associação Brasileira de
Imprensa. Jornal da ABI (362)
18. Quadrinhos - A arte maior de Le Blanc, Ivan e Euzébio (https://www.tribunapr.com.br/mais-pop/quadrinhos-a-arte-
maior-de-le-blanc-ivan-e-euzebio/)
19. O Cangaço nas histórias em quadrinhos (http://www.redalyc.org/html/162/16200804/)
20. «O Gaúcho, antes de tudo um aventureiro» (http://www.universohq.com/quadrinhos/gaucho_intro.cfm). Universo
HQ
21. Marcus Ramone (8 de setembro de 2004). «Raios e trovões! Os bons e velhos quadrinhos de western - Heróis de
verdade» (https://archive.is/utV4z). Universo HQ
22. João Antonio Buhrer de Almeida (6 de setembro de 2010). «Arquivos Incríveis: Juvêncio, O Justiceiro: O Cowboy
Mascarado do Brasil» (https://web.archive.org/web/20110723025217/https://www.bigorna.net/index.php?secao=ar
quivosincriveis&id=1283824667). Bigorna.net
23. Editora Luzeiro - Um estudo de caso (http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/raquel.html)
24. Chegada de Lampião no inferno (A) (http://cordel.edel.univ-poitiers.fr/items/show/340)
25. Livro em campanha no Catarse traz de volta o Judoka (http://www.universohq.com/noticias/livro-em-campanha-no
-catarse-traz-de-volta-o-judoka/)
26. Avec Editora publicará antologia que resgata histórias de O Judoka (http://www.universohq.com/noticias/avec-edit
ora-publicara-antologia-que-resgata-historias-de-o-judoka/)
27. A estética da literatura de cordel nos quadrinhos de Jô Oliveira (http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/200
8/resumos/r3-1578-1.pdf)
28. Ilustrador veterano, Jô Oliveira participa de evento de quadrinhos na Fundação Casa Grande (https://www1.folha.
uol.com.br/multimidia/podcasts/779051-ilustrador-veterano-jo-oliveira-participa-de-evento-de-quadrinhos-na-funda
cao-casa-grande.shtml)
29. Sidney Gusman. «A Guerra do Reino Divino» (http://www.universohq.com/reviews/a-guerra-do-reino-divino/).
Universo HQ
30. Mister No Itália (http://www.texbr.com/misterno/italia/serieregular/de001a100.htm)
31. Sidney Gusman. «Caatinga» (http://www.universohq.com/reviews/caatinga/). Universo HQ
32. Zagor 452 - Il Labirinto del Diavolo (http://www.texbr.com/zagor/italia/serieregular/zg452.htm)
33. Zagor 573 (http://www.sergiobonelli.it/scheda/4318/Sert-o.html)
34. Bando de dois, de Danilo Beyruth, terá nova tiragem pela Zarabatana (16 de março de 2015). «Bando de dois, de
Danilo Beyruth, sai pela Zarabatana» (http://www.universohq.com/noticias/bando-de-dois-de-danilo-beyruth-tera-n
ova-tiragem-pela-zarabatana/). Universo HQ
35. Paulo Ramos (9 de dezembro de 2010). «Cabra macho, sim, senhor» (http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/a
rch2010-12-01_2010-12-31.html#2010_12-09_18_30_11-135059040-25). UOL
36. Marcelo Naranjo, sobre o Press release (26 de agosto de 2004). «Homens de Couro é o novo álbum do CLUQ»
(http://www.universohq.com/quadrinhos/2004/n26082004_12.cfm). Universo HQ
37. Top!Top! #22 à venda (http://hqmaniacs.uol.com.br/TopTop_22_a_venda_11159.html)
38. Matheus, Moura (fevereiro de 2012). «Rei do cangaço e os 'achismos' » (https://web.archive.org/web/2016080619
4253/http://revistadehistoria.com.br/secao/quadrinhos/rei-do-cangaco-e-dos-achismos). Sociedade Amigos da
Biblioteca Nacional. Revista de História da Biblioteca Nacional (77): 74-77
39. Novas aventuras de Lampião em Sertão Vermelho 2 (https://web.archive.org/web/20100203101656/http://univers
ohq.com/quadrinhos/2005/n20052005_05.cfm)

Ligações externas
Escrituras nômades do cangaço: o folheto de cordel como signo motivador do cinema das décadas de 1950 e
1960 (http://www.cchla.ufpb.br/proling/pdf/teses/tese_gilvan_2009.pdf) – tese de Gilvan de Melo Santos,
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Do clarão dos tiros ao escuro do cinema (http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2007/ju358pag1
2.html)
Ceará de Luz - História do Cangaço (http://cearadeluz.blogspot.com/p/cangaco.html)
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