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Cangaço

fenômeno de banditismo ocorrido no


Sertão nordestino, no Brasil

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O cangaço foi um fenômeno do


banditismo, crimes e violência ocorrido
em quase todo o sertão do Nordeste do
Brasil, entre o século XIX e meados do
século XX. Seus membros vagavam em
grupos, atravessando estados e
atacando cidades, onde cometiam
pilhagens, assassinatos e estupros.[1][2]
Bando de Lampião, junto do fotógrafo Benjamin Abrahão Botto.

O cangaceiro pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, considerado o Rei do Cangaço por ter sido o
mais bem-sucedido bandoleiro do Nordeste brasileiro.

Para muitos especialistas o cangaço


nasceu como uma forma de defesa dos
sertanejos diante de graves problemas
bandidos que tinham algum nível de
apoio da população mais pobre, em
favor de quem sustentavam alguns
comportamentos benéficos, como atos
de caridade, a compra de bens por
preços mais altos e promovendo bailes.
A população fornecia abrigo e as
informações que os ajudavam a escapar
das incursões das forças policiais,
conhecidos como volantes, enviados
pelo governo para detê-los.

Divisão
O cangaço pode ser dividido em três
subgrupos: os que prestavam serviços
caracterizados para os latifundiários; os
satisfatórios, expressão de poder dos
História do cangaço

Mapa de atuação do Cangaço.

Consta que o primeiro homem a agir


como cangaceiro teria sido o Cabeleira,
como era chamado José Gomes.
Nascido em 1751, em Glória do Goitá,
cidade da zona da mata pernambucana,
ele aterrorizou sua região. Mas foi
somente no final do século XIX que o
cangaço ganhou força e prestígio,
principalmente com Antonio Silvino,
Lampião e Corisco.

Entre meados do século XIX e início do


século XX, o Nordeste do Brasil viveu
momentos difíceis, aterrorizado por
grupos de homens que espalhavam a
violência por onde andavam. Eles eram
os cangaceiros, bandidos que abraçaram
a vida nômade e irregular de malfeitores
por motivos diversos. Alguns deles
foram impelidos pelo despotismo das
mulheres poderosas.
Lucas da Feira

Lucas da Feira, ou Lucas Evangelista,


agiu na região da cidade baiana de Feira
de Santana entre 1828 e 1848. Ele e seu
bando de mais de 30 homens roubavam
viajantes e estupravam mulheres. Foi
enforcado em 1849.[6] No ano de 1877,
em meio a estiagem, destaca-se no sul
do Ceará as ações do cangaceiro João
Calangro, que chefiava um bando que
atuava em todo o Cariri. Calangro era um
capanga do grupo de Inocêncio
Vermelho, que tinha o apoio do juiz do
município de Jardim. Com a morte de
Inocêncio Vermelho, João Calangro
lidera um séquito de cangaceiros, que
em virtude de seu nome, passam a ser
intitulados de calangos. Após muitos
embates, João Calangro, que jactava-se
de ter cometido 32 homicídios, foge para
Piauí, e a partir de então o desfecho de
seu destino torna-se ignoto concernente
aos registros sobre o mesmo.[7]

Os cangaceiros conseguiram dominar o


sertão durante muito tempo, pois eram
protegidos de coronéis, que se
utilizavam deles para cobrança de
dívidas, entre outros serviços sujos.

Um caso particular foi o de Januário


Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no
sudeste do Brasil, no início do século
XIX, tendo sido considerado justiceiro e
honrado por uns, e cangaceiro por
outros.

No sertão, consolidou-se uma forma de


relação entre os grandes proprietários e
seus vaqueiros.

A base desta relação era a fidelidade dos


vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se
disponibilizava a defender, de armas na
mão, os interesses do patrão.
Como as rivalidades políticas eram
grandes, havia muitos conflitos entre as
poderosas famílias, que se cercavam de
jagunços para defesa, formando assim
verdadeiros exércitos. Porém, chegou o
momento em que começaram a surgir os
primeiros bandos armados, livres do
controle dos fazendeiros.

Os coronéis tinham poder suficiente para


impedir a ação dos cangaceiros.

O cangaceiro, em especial Lampião,


tornou-se personagem do imaginário
nacional, ora caracterizado como uma
espécie de Robin Hood, que roubava dos
ricos para dar aos pobres, ora
caracterizado como uma figura pré-
revolucionária, que questionava e
subvertia a ordem social de sua época e
região.

Coiteiros
Coiteiros eram pessoas que ajudaram os
cangaceiros, dando-lhes abrigo e
comida.

Volantes e macacos
Os volantes eram pequenos grupos de
soldados, cerca de 20 a 60, de todos os
estados da federação brasileira, formada
pelo governo através das agências de
aplicação da lei, enviados para procurar e
destruir os cangaceiros, que muitas
vezes se referiam a eles como macacos,
devido seus uniformes marrons e sua
vontade de obedecer ordens.

Estilo cangaceiro

Lampião e sua esposa, Maria Bonita, a direita.

Os cangaceiros tinham noções muito


específicas de como se comportar e de
se vestir. Apesar do calor durante o dia,
os cangaceiros preferiam usar roupas de
couro, enfeitadas com todos os tipos de
fitas coloridas e peças de metal.

Eles também usaram luvas de couro com


moedas e outras peças de metal
costuradas por eles, quase como uma
armadura.

Vestimenta de cangaceiro no Museu Cais do Sertão, Recife


Homem caracterizado de cangaceiro.

Kit básico para o cangaço:

Chapéu de couro com abas largas


dobradas
Munição (até 18 quilos) e armas (a
mais comum era o rifle Winchester 44)
Bolsa (capanga) com remédios, fumo
e brilhantina
Punhal
Lenço para proteger boca e nariz
contra a poeira
Roupa resistente com mangas
compridas contra o sol
Cantil com água ou cachaça.

Armas do cangaceiro

Rifle

A pistola Luger P08, usada pelos cangaceiros.

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