Você está na página 1de 2

O cangaço foi um fenômeno do banditismo, crimes e violência ocorrido em quase todo o sertão do

Nordeste do Brasil, entre o século XIX e meados do século XX. Seus membros vagavam em grupos,
atravessando estados e atacando cidades, onde cometiam pilhagens, assassinatos e estupros

Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José
Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou
sua região. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio,
principalmente com Antonio Silvino, Lampião e Corisco.

Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, pois eram protegidos de coronéis,
que se utilizavam deles para cobrança de dívidas, entre outros serviços sujos.

No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.

A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a
defender, de armas na mão, os interesses do patrão.

Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias, que se
cercavam de jagunços para defesa, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento
em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.{1}

Para muitos especialistas o cangaço nasceu como uma forma de defesa dos sertanejos diante de graves
problemas sociais e da ineficácia do Estado em manter a ordem e aplicar a lei.

Por volta de 1834 o termo cangaceiro já era utilizado para se referir a bandos de camponeses pobres que
habitavam os desertos do nordeste brasileiro, vestindo roupas de couro e chapéus, carregando
carabinas, revólveres, espingardas e facas longas e estreitas, conhecidas como peixeiras.

O termo cangaceiro era uma expressão pejorativa, que designava a pessoa que não podia se adaptar ao
estilo de vida costeira.

Um dos principais líderes do cangaço foi Lampião.{2}

O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também denominado O Rei do
Cangaço. Atuou durante as décadas de 1920 e 1930, em praticamente todos os estados do Nordeste.

enquanto vagava pelo estado da bahia, conheceu Maria Gomes de Oliveira, a qual tornou-se sua
companheira, mais tarde sendo também conhecida de Maria Bonita

Pelas autoridades, Lampião era um simbolo de brutalidade, mal, uma doença, que deveria ser
extinguida. Já para parte da população do sertão, ele encarnou valores, como, brabura, heroísmo e
senso de honra.

No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angico, no estado de Sergipe, Lampião finalmente foi
apanhado em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua companheira Maria
Bonita e mais nove cangaceiros, estes eram: Luís Pedro, Mergulhão, Enedina, Elétrico, Quinta-Feira,
Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.

Pedro de Cândida teria passado sua localização as autoridades

Estes cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em aguardente e cal, para conservá-las.
Elas foram exposta para todo o Nordeste e por foram levadas atraiam multidões. {3}

Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços, capangas e empregados de
latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente
relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à situação de miséria no Nordeste e
descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo
dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas.

O cangaço era subdividido em três grupos: os mercenários, que trabalhavam para os latifundiários;
aqueles que eram subordinados a políticos; e os independentes, que ficaram conhecidos pela figura de
Lampião, por agirem de forma impiedosa

Os cangaceiros conheciam bem a caatinga, por isso lhes era fácil fugir e se esconder das autoridades e
também estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação{4}

Você também pode gostar