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O Brasil do sertão
2a SÉRIE
Aula 4 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivos
● Cangaço. ● Analisar o contexto histórico entre o fim do
Império e a Primeira República, no qual o
cangaço se constituiu na sociedade sertaneja;
● Identificar as relações entre as desigualdades
sociais, agravadas pelas secas no Nordeste e
o banditismo/cangaço;
● Analisar as relações entre o cangaço e o
coronelismo, tendo em vista questões éticas
e morais relacionadas à violência, à justiça
social e à resistência nos contextos citados;
● Examinar as representações culturais do
cangaço e seus legados culturais para o
Brasil.
Para começar
Assista ao vídeo antes de
TODOS FALAM! discutir os tópicos com
seus colegas!
Você já deve ter ouvido falar em
Lampião e Maria Bonita ou mesmo
visto um chapéu de cangaceiro –
identidade do sertão nordestino e até
da região Nordeste como um todo!
● Como a música retrata Lampião e o
cangaço?
● Seriam heróis ou bandidos? Qual
a sua opinião?
● Por que o cangaço entrou no https://www.youtube.com/
watch?v=venjJ0lI75Q
imaginário nacional?
Foco no conteúdo
Lampião, o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, nasceu
em 1897 e morreu em 1938. Pernambucano, era
representante de uma cultura brasileira que não pode ser
entendida apenas pelo que ocorria no Rio de Janeiro, então
capital da República. Desde o período colonial, o sertão se
diferenciou pela peculiaridade de sua formação territorial,
por suas condições climáticas, por seu isolamento em
relação ao centro de decisão de poder e por sua formação
cultural singular. Cangaceiros como Lampião desafiaram o
poder das autoridades brasileiras, impuseram suas próprias
leis e mantiveram centenas de pessoas sob seu comando
(JR. CATELLI, 2011).
Virgulino Ferreira da Silva, “Lampião” (1897-1938). O registro fotográfico foi
realizado quando seu grupo invadiu e saqueou a cidade de Limoeiro do Norte, no
interior do Ceará, em 15 de junho de 1927
Foco no conteúdo
Introdução
“As mudanças e modernizações trazidas pela República beneficiaram
basicamente as elites e as classes médias das cidades. Para a grande
maioria dos brasileiros, moradores da área rural, a miséria, a exploração
e a falta de assistência por parte do governo não se alteraram com o
novo regime. Para o povo pobre do Nordeste, em especial, o final do
Império e os primeiros tempos da República foram épocas muito difíceis,
pois a decadência econômica e as secas periódicas diminuíram as
possibilidades de trabalho e levaram milhares de famílias à miséria.
Esquecidas pelas oligarquias dominantes e oprimidas pelo poder dos
coronéis, as populações do sertão nordestino procuraram no cangaço e
na religião um refúgio para a miséria e a injustiça” (DOMINGUES, 1999).
Foco no conteúdo
Continuação
Assim, fileiras de migrantes engrossaram um exército de
famintos. O governo, então, criou as chamadas “colônias”,
ou “currais do governo” (abarracamentos, de forma
forçada), para impedi-los de chegarem às cidades litorâneas,
o que desencadeou surtos de diferentes doenças.
Na prática Correção
Qual é a sua hipótese, tendo em vista aspectos sociais,
econômicos e climáticos, para o surgimento do “banditismo
social” (cangaço) no Nordeste?
Muitos estudos associam o “banditismo” e/ou cangaço, de
um modo geral, como oriundos das classes pobres rurais,
oprimidas por um sistema econômico e político que privilegia
os grandes proprietários. O apelo à criminalidade e à
ilegalidade é, nesse caso, uma forma de “garantir” a
sobrevivência, e a violência é uma estratégia de defesa dos
bandos. O cangaço é um movimento complexo: ao mesmo
tempo pode ser explicado por fatores socioculturais
(desigualdade, miséria etc.) e também como uma
organização criminosa.
Foco no conteúdo
“O cangaço, surgido na época do
Império, se difundiu com a grande seca O termo cangaço vem de
de 1877. O cangaceiro era o homem do “canga” (peça de madeira
povo que se tornou fora da lei como que prende o boi à carroça),
forma de vingança por ofensa, desonra em alusão à carga que o
ou injustiça cometida por fazendeiros ou cangaceiro carregava
policiais contra ele ou sua família. consigo (armas, munição,
Bandos de cangaceiros, com três a cem utensílios etc.).
homens armados, perambulavam pelo
interior nordestino atacando fazendas,
povoados e cidades em busca de armas,
munição, dinheiro, cavalos,
mantimentos, bebidas, roupas etc.
Dica: Vídeo legal!
Foco no conteúdo
Por assaltarem de preferência os
ricos e as autoridades e, algumas
vezes, darem aos pobres parte do
que roubavam, os cangaceiros eram
https://www.youtube.com/watch?v=Y1C
vistos pelo povo como ‘justiceiros’ e
XOMPqB28&t=131s
‘heróis’. Sua origem, atitude e
objetivo de luta os tornaram
‘bandidos sociais’. No entanto, é bom
Mapa de
ressaltar que alguns cangaceiros
atuação do
prestaram serviços para fazendeiros
cangaço no
(coronéis) e negociantes, que lhes
interior do
pagavam para eliminar ou prejudicar
Nordeste
adversários (DOMINGUES, 1999).
Na prática
A partir da leitura dos textos nos slides a seguir,
desenvolva suas ideias sobre o tema:
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
Slide 4 – JR. CATELLI, R. História em rede: conhecimentos do Brasil e do mundo. São
Paulo: Scipione, 2011.
Slide 5 – DOMINGUES, J. E. História em documento: imagem e texto. São Paulo: FTD,
2009.
Slides 7 e 8 – JR. CATELLI, R. História em rede: conhecimentos do Brasil e do mundo. São
Paulo: Scipione, 2011.
Slide 8 – MOTTA, Camilla Veras; COSTA, Camilla; TOMBESI, Cecilia. “500 mil mortos: a
tragédia esquecida que dizimou brasileiros durante 3 anos no século 19”. BBC News Brasil,
18 jun. 2021. Disponível em: https://cutt.ly/gwwS2C7A. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 9 – VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no Sertão. São Paulo: Ática, 2001. p. 52.
Slide 11 – MOTTA, Camilla Veras; COSTA, Camilla; TOMBESI, Cecilia. “500 mil mortos: a
tragédia esquecida que dizimou brasileiros durante 3 anos no século 19”. BBC News Brasil,
18 jun. 2021. Disponível em: https://cutt.ly/gwwS2C7A. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 12 – WESTIN, Ricardo. “500 mil mortes, doença, fome, desvio de verbas e pedido de
CPI: o retrato da Grande Seca do Império”. Agência Senado, 1o out. 2021. Disponível em:
https://cutt.ly/lwwS6biF. Acesso em: 4 jun. 2023.
Referências
Slide 13 – BASTOS, Denise de Morais. “Campos de concentração no Brasil: os campos da
fome”. Arquivo Nacional, 6 dez. 2021. Disponível em: https://cutt.ly/iwwDwNeo. Acesso em:
4 jun. 2023.
Slides 17 e 18 – DOMINGUES, J. E. História em documento: imagem e texto. São Paulo:
FTD, 2009.
Slide 20 – PIMENTEL, Matheus. “A história do cangaço: mito, estética e banditismo no sertão”.
Nexo Jornal, 2 set. 2018. Disponível em: https://cutt.ly/DwwLPwJO. Acesso em: 5 jun. 2023.
Slides 21 e 22 – CHIAVENATO, J. Cangaço: milícia do Coronelismo. São Paulo: Noir, 2021.
Slide 23 – Publicado no jornal A Tarde, 20 jan. 1931. Coletânea de Documentos Históricos.
São Paulo: SE/CENP, 1980. p. 51.
Slide 26 – PIMENTEL, Matheus. “A história do cangaço: mito, estética e banditismo no sertão”.
Nexo Jornal, 2 set. 2018. Disponível em: https://cutt.ly/DwwLPwJO. Acesso em: 5 jun. 2023.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula.
Porto Alegre: Penso, 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – Candeeiro Encantado. Mise-en-scène. Disponível em: https://cutt.ly/ywwCCAUq.
Acesso em: 5 jun. 2023.
Slide 4 – Virgulino Ferreira da Silva, "Lampião" (1897-1938). Acervo do Museu do Ceará –
Fortaleza, CE, Brasil. Disponível em: https://cutt.ly/3wwe3oiF. Acesso em: 1o jun. 2023.
Slide 6 – Mapa: polígono das secas. Disponível em: https://cutt.ly/cwwDeXd4. Acesso em: 4
jun. 2023.
Slide 7 – Retirantes, 1944. Candido Portinari. Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand (SP). Disponível em: https://cutt.ly/4wwShlZW. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 8 – BBC News Brasil. Óbitos por ano em Fortaleza. Disponível em:
https://cutt.ly/0wwSQ6De. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 9 – Seca de 1877-78. Corrêa, J. A. Biblioteca Nacional (Brasil). Disponível em:
https://cutt.ly/gwwSrnZ7. Acesso em: 4 jun. 2023; nota publicada pela Revista Ilustrada em
1877 com crítica ao governo imperial na condução da crise da seca. Acervo Biblioteca
Nacional Digital/Agência Senado. Disponível em: https://cutt.ly/cwwStszM. Acesso em: 4 jun.
2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 11 – BBC News Brasil. Estimativa de mortos pela Grande Seca em relação à
população da época. Disponível em: https://cutt.ly/0wwS2OtD. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 13 – Fortaleza em fotos. Disponível em: https://cutt.ly/RwwDqUdl.
Slide 17 – Uma parelha/canga em uso. Wikipédia. Disponível em:
https://cutt.ly/XwwSUpGf. Acesso em: 4 jun. 2023.
Slide 18 – Blog Ensinar História: Joelza Ester Domingues. Mapa de atuação do cangaço
no interior do Nordeste. Disponível em: https://cutt.ly/ewwSL97P. Acesso em: 4 jun.
2023; Nerdologia. Lampião e Cangaço. Disponível em: https://cutt.ly/0wwLEvOR. Acesso
em: 4 jun. 2023.
Slide 20 – Blog Ensinar História. Cartaz oferecendo prêmio em dinheiro para quem
capturasse Lampião, Bahia, c. 1930. Disponível em: https://cutt.ly/mwwLK9v0. Acesso
em: 5 jun. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 22 – Retratos do cangaço - O encontro de Abrahão com o bando de Virgulino, em
foto tirada pelo cangaceiro Juriti. Disponível em: https://cutt.ly/PwwA4wRV. Acesso em: 4
jun. 2023.
Slide 23 – Fotografia [recorte] de Arvoredo. Disponível em: https://cutt.ly/rwwj3RWp.
Acesso em: 2 jun. 2023.
Slide 27 – Maria Bonita, à esquerda, e roupa da coleção da estilista Zuzu Angel, de 1969.
Disponível em: https://cutt.ly/OwwXEb6w. Acesso em: 5 jun. 2023; Vitalino Pereira dos
Santos (1909-1963). Disponível em: https://cutt.ly/twwCmm9S. Acesso em: 5 jun. 2023;
folhetos à venda, pendurados em cordéis. Disponível em: https://cutt.ly/MwwCmDCB.
Acesso em: 5 jun. 2023; pôster promocional do filme O auto da Compadecida. Disponível
em: https://cutt.ly/9wwCQgwx. Acesso em: 5 jun. 2023; Trecho do filme: O auto da
Compadecida. Disponível em: https://cutt.ly/ywwCUetH. Acesso em: 5 jun. 2023.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do
Canva. Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/. Acesso em: 5 jun. 2023.
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